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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS 

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

                      

VIBRAÇÕES MECÂNICAS
1° SEMESTRE 2023

PRÁTICA 2
Decremento logarítmico

Daniel Jardim Soares - 2019101240


Iany Tássia Moreira da Silva - 2018111250
Patrick Gabriel Lima Rezende - 2018122082

       

DOCENTE:
MARIA LÚCIA MACHADO DUARTE

Belo Horizonte 17/04/202


1. INTRODUÇÃO

Após ser sujeitada a excitação, uma viga de balanço estará condicionada a


uma vibração com um grau de liberdade. Outrossim, há também vários
elementos no ambiente que tal viga está inserida que, de alguma forma,
promoverá seu amortecimento. O principal efeito do amortecimento
corresponde a sua capacidade em dissipar energia vibratória presente no
sistema, principalmente pela forma de geração de energia e calor. Assim, o
amortecimento estabelece a amplitude de vibração na ressonância e o tempo
de persistência da vibração depois de suspensa a excitação.
Dentre os diversos métodos para obter-se o amortecimento destacam-se
o método da largura de meia banda de potência sendo ele em função da
análise da frequência do sinal oriundo da vibração, usando como base a
relação entre a frequência central de uma ressonância e a largura de banda.
Tem-se também o método do decremento logarítmico, o qual foi utilizado
nesse relatório, que tem como objetivo calcular o amortecimento por meio da
atenuação da resposta acústica do material ou estrutura após uma excitação
por um pulso. Sob essa ótica, a escolha do método depende principalmente
da faixa de amortecimento e da frequência de vibração em que está sendo
realizada determinada análise.
De modo consequente, destaca-se a técnica de linearização da envoltória
que também é de extrema relevância para o desenvolvimento dos cálculos,
visto que ela relaciona a resposta no tempo, com um perfil senoidal, para a
oscilação natural amortecida, possuindo valores máximos e mínimos.

2. OBJETIVOS

O objetivo do presente relatório consiste em determinar o fator de amortecimento e


a frequência natural por meio de duas estruturas distintas. Sendo assim, será feita a
comparação dos resultados através dos parâmetros obtidos para cada uma das
técnicas utilizadas.

3. METODOLOGIA
Na descrição da metodologia é importante destacar os materiais e aparatos
utilizados na prática vigente:
● Acelerômetro;
● Viga metálica;
● Fixadores para assentar o acelerômetro;
● Analisador de espectro de frequências.
O experimento consistiu em duas montagens distintas, de forma que foram
utilizadas em cada uma, vigas de aço com comprimentos distintos. Assim
sendo, nas montagens foi utilizado um suporte para ter-se a fixação da viga,
sendo em seguida, posicionado o acelerômetro na sua extremidade livre,
conforme a figura a seguir:

Figura 1: Montagem.

Dessa forma, o acelerômetro, em conjunto com um analisador de espectro de


frequência, foi utilizado para realizar as medições. Para isso, têm-se uma
perturbação inicial no sistema devido a um deslocamento aplicado, dando
início ao movimento vibratório deste. Por consequência, com o uso dos
instrumentos de medição, a aceleração gerada no tempo é capturada
obtendo-se a seguinte curva é obtida:
Gráfico 1: Resposta oscilatória da viga metálica de maior comprimento:

O gráfico 1, simboliza a resposta do sistema relacionada à primeira montagem


(aço grande), sendo representada a variação da amplitude em função do tempo
total em que foi configurada a amostragem de dados, igual a um segundo. O mesmo
procedimento é repetido para a segunda montagem (aço pequeno), sendo realizada
uma perturbação inicial e determinada a seguinte curva com o auxílio do analisador
de espectro de frequências:
Gráfico 2: Resposta oscilatória da viga metálica de menor comprimento.

Finalmente, realizou-se a medição dos componentes integrantes do experimento.


Dessa maneira, utilizou-se de uma trena e uma balança de precisão para medir,
respectivamente, as dimensões das vigas (comprimento, espessura e largura) e a
massa do acelerômetro. Ademais, determinou-se o valor do módulo de elasticidade
da viga metálica, sendo utilizada a referência apresentada em [3] como fonte de
informação, nessa perspectiva, os valores obtidos estão representados nas tabelas
abaixo:

Tabela 1: Medições para a viga de aço grande.

Aço grande

Comprimento (L) [m] 0,497

Largura (b) [m] 0,0505

Espessura (h) [m] 0,0049

Massa do acelerômetro (m) [kg] 0.0246

Módulo de Elasticidade (E) [Pa] 2,07x10^11

Tabela 2: Medições para a viga de aço pequena.

Aço pequeno

Comprimento (L) [m] 0,223

Largura (b) [m] 0,0505

Espessura (h) [m] 0,0049

Massa do acelerômetro (m) [kg] 0,0246

Módulo de Elasticidade (E) [Pa] 2,07x10^11

4. RESULTADOS

De antemão, para iniciar a análise dos resultados é importante descrever cada um


dos métodos que serão utilizados, além de obter o equacionamento que servirá de
base para os cálculos. Dessa forma, tem-se a seguinte equação para o método da
linearização da envoltória:
𝑥(𝑡) = 𝑋𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 (1)
A equação (1) é obtida a partir da resposta do sistema, em que o valor do seno é
unitário durante toda a envoltória. Dessa maneira, fazendo-se as seguintes
manipulações, têm-se:
𝑏 = −𝜉𝜔𝑛 (2)
𝑥(𝑡) = 𝑋𝑒 𝑏𝑡 ⟹ (3)
⟹ ln(𝑥(𝑡)) = ln 𝑋 + 𝑏𝑡 (4)
Sendo 𝜉 a representação o fator de amortecimento, 𝑋 é a amplitude inicial do
movimento, 𝜔𝑛 é a frequência natural dada em 𝑟𝑎𝑑/𝑠, 𝑋 é a amplitude inicial e 𝑏
representa o coeficiente angular da reta derivada da linearização. Nesse viés, o
método da linearização da envoltória consiste na utilização da equação (4), em que
a reta é construída por meio de pares ordenados de tempo e logaritmo natural da
posição (𝑡; ln 𝑥(𝑡)) e, a partir de uma regressão linear, é obtido os coeficientes dados
por 𝑏 e ln X.
Em seguida, têm-se os métodos que envolvem a determinação do decremento
logarítmico a partir da razão de queda entre picos consecutivos ou picos alternados.
É importante ressaltar uma consideração a respeito de tal técnica, relacionada
com a sua restrição de uso, que envolve a aplicação em sistemas que possuem
apenas um único modo de vibração e, para sistemas sub-amortecidos. Além disso,
ela trabalha no domínio do tempo. O primeiro consiste em determinar uma
expressão que indique a razão entre os picos consecutivos da resposta do sistema,
de forma que a amplitude de cada pico é separada por um intervalo de tempo igual
ao período amortecido. Assim, têm-se que:
𝑥(𝑡) = 𝑋𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 sen(𝜔𝑑𝑡 + 𝜙) (5)
𝛿 = ln ( 𝑥1 𝑥2 ) ⟹ (6)
𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑑𝑡 + 𝜙)
⟹ 𝛿 = ln ( 𝑒 −𝜉𝜔𝑛𝑡 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑑(𝑡 + 𝜏𝑑) + 𝜙)
)⟹ (7)

⟹ 𝛿 = 𝜉𝜔𝑛𝜏d (8)

2𝜋
𝜔𝑑 = 𝜏𝑑
(9)
2
𝜔𝑑 = 𝜔𝑛 1 − 𝜉 (10)

Sendo 𝜔𝑑 a frequência amortecida dada em 𝑟𝑎𝑑/𝑠, 𝜏𝑑 o período amortecido em 𝑠,


𝜙 representa o ângulo de fase em 𝑟𝑎𝑑 e, 𝛿 é representado pelo decremento
logarítmico. Dessa forma, substituindo as expressões para a frequência amortecida
e período amortecido na equação (8), têm-se a seguinte expressão para cálculo do
fator de amortecimento:

𝛿
𝜉= 2
(11)
(2𝜋) + 𝛿

1 𝑥1
𝛿= 𝑛
𝑙𝑛( 𝑥 ) (12)
𝑛+1

Portanto, é preciso efetuar a divisão do valor do decremento pelo número de ciclos


completos n e, em seguida, utilizar o resultado na equação (9). Já no próximo
método, as equações para sistemas com um único grau de liberdade, que foram
discutidas na primeira prática, devem ser empregadas. O processo consiste em
calcular a rigidez da viga engastada e medir a massa do acelerômetro que foi
posicionado na sua extremidade livre.
Dessa forma, as equações que devem ser utilizadas são:

3𝐸𝐼
𝑘= 𝐿³
(13)

𝑏ℎ³
𝐼= 12
(14)

𝑘
𝑤𝑛 = 𝑚
(15)

A partir das expressões (11), (12) e (13), observa-se que o módulo de elasticidade
(E) do material utilizado na confecção da viga é dado em Pa, enquanto que o
momento de inércia (I) se refere às dimensões da viga relacionadas à largura (b),
espessura (h) e comprimento (L), expressas em m4. Além disso, a massa do
acelerômetro (m) é fornecida em kg. Por fim, a equação de Euler é empregada
quando a viga é submetida a uma vibração transversal e há a presença de forças e
momentos agindo sobre cada elemento da viga. Dessa forma, a relação que é
estabelecida é a seguinte:

4 2
∂𝑦 ∂𝑦
𝐸𝐼 4 + ρ𝐴 2 = 𝑝(𝑥) (16)
∂𝑥 ∂𝑡

Considerando-se que se trata de uma vibração livre, convém mencionar que o termo
p(x) é nulo, o que permite substituir essa informação na equação diferencial parcial
e empregar o método de separação de variáveis para obter a solução. A partir daí, é
possível expressar o resultado de acordo com as condições de contorno de uma
viga simplesmente apoiada e calcular a frequência natural associada ao sistema.
Desta maneira, a frequência natural pode ser obtida mediante a seguinte expressão:

𝐸𝐼
𝑤𝑛 = (β𝑖𝑙)² 4 (17)
ρ𝐴𝐿

O termo βil representa o modo de flexão da viga e, por sua vez, a área da seção
transversal é representada pela letra A e fornecida em m2. Além disso, a massa
específica do aço é representada por ρ.
Após a explanação dos diferentes métodos disponíveis, o próximo passo foi realizar
os cálculos necessários para a obtenção das variáveis desejadas. Para isso, foi
preciso examinar minuciosamente os pontos presentes no arquivo excel
disponibilizado pela docente, a fim de selecionar todos os picos observados na
resposta dos sistemas. Em seguida, foram utilizados apenas os pontos contidos no
intervalo aproximado de 0,5 s a 1,0 s para aplicar os métodos de linearização da
envoltória e determinação do decremento logarítmico, com o intuito de minimizar
possíveis efeitos associados ao transiente do movimento e reduzir erros de precisão
para valores de amplitude muito baixos. Os dados foram analisados tanto para a
madeira grande quanto para a pequena, em suas configurações com e sem janela.
As tabelas a seguir apresentam os pares ordenados selecionados para cada uma
das condições analisadas.
Aço grande
Sem janela Com janela

Amplitude [g pico] Amplitude [g pico]


n° da medição Tempo [s]
1 0,17578125 0,25829310 0,26886690
2 0,25585938 0,25530620 0,19508410
3 0,33300781 0,24627080 0,12786440
4 0,41308594 0,22610920 0,09174621
5 0,49121094 0,22588520 0,06500086
6 0,57031250 0,21431090 0,04332259
7 0,64843750 0,19930160 0,03166408
8 0,72753906 0,19862960 0,02189323
9 0,80566406 0,18727930 0,01489565
10 0,88476563 0,17488360 0,01081880
Tabela 3 - Medição dos dados - Aço grande

Aço pequeno
Sem janela Com janela
n° da Amplitude [g
medição Tempo [s] pico]
1 0,21337891 0,12149260 0,05174551
2 0,22949219 0,11962580 0,04777009
3 0,24609375 0,11268120 0,04210589
4 0,26269531 0,10566200 0,03694624
5 0,27929688 0,10431790 0,03413267
6 0,29541016 0,10282440 0,03154396
7 0,31201172 0,09909077 0,02844548
8 0,32861328 0,09408770 0,02527395
9 0,34521484 0,08998069 0,02261777
10 0,36132813 0,08774051 0,02067802
11 0,37792969 0,08848725 0,01951415
12 0,39453125 0,08505229 0,01755153
13 0,41113281 0,07885445 0,01522703
14 0,42773438 0,07646492 0,01381693
15 0,44384766 0,07892912 0,01337196
Tabela 4 - Medição dos dados - Aço pequeno

A partir das informações presentes nas tabelas 3 e 4, foram geradas novas tabelas
que permitiram a construção de curvas linearizadas para ambas as vigas, tanto para
as configurações com janela quanto para as sem janela. Essa linearização foi obtida
por meio da aplicação do logaritmo natural na amplitude dos dados. Em seguida,
foram criados gráficos de dispersão e realizada uma regressão linear para
determinar a melhor reta de ajuste aos pontos. Os resultados obtidos foram obtidos
a partir desse processo, conforme observa-se abaixo nas tabelas 5 e 6.

Aço grande
Sem janela Com janela
LN (Amplitude) LN (Amplitude)
n° da
medição Tempo [s] [g pico] [g pico]
1 0,17578125 -1,35366029 -1,31353882
2 0,25585938 -1,36529167 -1,63432453
3 0,33300781 -1,40132354 -2,05678495
4 0,41308594 -1,48673721 -2,38872910
5 0,49121094 -1,48772837 -2,73335478
6 0,57031250 -1,54032751 -3,13908107
7 0,64843750 -1,61293602 -3,45257236
8 0,72753906 -1,61631350 -3,82157782
9 0,80566406 -1,67515419 -4,20668605
10 0,88476563 -1,74363467 -4,52646992
Tabela 5 - Linearização dos dados referentes ao aço grande

Aço pequeno
Sem janela Com janela
LN (Amplitude) [g LN (Amplitude) [g
n° da
medição Tempo [s] pico] pico]
1 0,21337891 -2,10790192 -2,96141761
2 0,22949219 -2,12338674 -3,04135557
3 0,24609375 -2,18319269 -3,16756764
4 0,26269531 -2,24750996 -3,29829140
5 0,27929688 -2,26031231 -3,37750029
6 0,29541016 -2,27473260 -3,45637315
7 0,31201172 -2,31171898 -3,55976601
8 0,32861328 -2,36352795 -3,67798106
9 0,34521484 -2,40816019 -3,78901940
10 0,36132813 -2,43337157 -3,87868398
11 0,37792969 -2,42489681 -3,93661544
12 0,39453125 -2,46448904 -4,04261415
13 0,41113281 -2,54015153 -4,18468314
14 0,42773438 -2,57092321 -4,28186063
15 0,44384766 -2,53920504 -4,31459530
Tabela 6 - Linearização dos dados referentes ao aço pequeno

Gráfico 3 - Linearização dos dados da envoltória do aço grande (sem janela)


Gráfico 4 - Linearização dos dados da envoltória do aço grande (com janela)

Gráfico 5 - Linearização dos dados da envoltória do aço pequeno (sem janela)


Gráfico 6 - Linearização dos dados da envoltória do aço pequeno (com janela)

Além disso, é necessário realizar o cálculo do período amortecido e, em seguida, da


frequência natural amortecida para determinar tanto o fator de amortecimento
quanto a frequência natural através deste método. Esse procedimento é necessário
para estabelecer um sistema de duas equações e duas incógnitas que permita obter
os parâmetros de interesse. Desta maneira, faz-se uso das equações 2 e 10 e, com
base na tabela a seguir, toma-se uma média para a frequência natural amortecida:
Aço grande
Sem janela Com janela
Período amortecido
n° da Frequência Frequência
[s]
medição amortecida [rad/s] amortecida [rad/s]
1 0,0786 79,9252 79,9252
2 0,0791 79,4319 79,4319
3 0,0629 99,9065 79,9252
4 0,0658 95,5542 79,6285
5 0,0591 106,3468 79,7601
6 0,0613 102,4882 79,7130
7 0,0630 99,7517 79,8013
8 0,0645 97,4846 79,7601
9 0,0656 95,7913 79,8261
10 0,0666 94,2974 79,7901
Tabela 7 - Períodos e frequências amortecidas obtidas para o aço grande.
Aço pequeno
Sem janela Com janela
Período amortercido
n° da Frequência Frequência
[s]
medição amortecida [rad/s] amortecida [rad/s]
1 0,0164 382,21673789 382,21673789
2 0,0165 381,67688374 381,67688374
3 0,0165 381,27299286 381,27299286
4 0,0165 380,95944599 380,95944599
5 0,0165 381,83867980 381,83867980
6 0,0165 381,52991536 381,52991536
7 0,0165 381,27299286 381,27299286
8 0,0165 381,05586701 381,05586701
9 0,0165 381,67688374 381,67688374
10 0,0165 381,46136885 381,46136885
6 0,0165 381,27299286 381,27299286
7 0,0165 381,10693320 381,10693320
8 0,0165 380,95944599 380,95944599
9 0,0165 381,42169528 381,42169528
10 0,0165 381,27299286 381,27299286
Tabela 8 - Períodos e frequências amortecidas obtidas para o aço pequeno.

Posteriormente, utilizou-se o método de decremento logarítmico para analisar os


dados referentes às vigas, aplicando-se as equações 8, 11 e 12, obtendo-se desta
forma os seguintes resultados demonstrados abaixo:

Tabela 9: Resultados do método do decremento logarítmico para o Aço Grande S/


Janela

Tabela 10: Resultados do método do decremento logarítmico para o Aço Grande C/


Janela.
Tabela 11:Resultados do método do decremento logarítmico para o Aço Pequena S/
Janela.

Tabela 12: Resultados do método do decremento logarítmico para o Aço Pequena


C/ Janela.
Com isso, para se determinar as grandezas procuradas (frequência natural e
fator de amortecimento), para determinar o resultado de cada uma das
configurações foi realizada a média aritmética simples.
Por fim, foram aplicadas as expressões obtidas em (13), (14), (15), (16) e
(17) para as metodologias envolvendo as equações de sistemas com um grau de
liberdade e a equação de Euler. Observa-se que para essas expressões, é
necessário inserir informações referentes ao módulo de Elasticidade e à massa
específica do aço. Dessa forma, foi utilizada um aço (vide referência [3]) com
propriedades dadas por:

Tabela 13: Propriedades do aço

Dessa forma, seja inicialmente as comparações dos resultados de fator de


amortecimento obtidos sem o uso da janela exponencial expressos na tabela a
seguir:

Tabela 14: Resultados de fator de amortecimento para os sinais S/ Janela.

Em relação ao aço grande, existe uma diferença de 59,65% entre os valores


de fator de amortecimento aplicados com o método de picos alternados e o método
de picos consecutivos. Além disso, houve uma diferença de 68,02% entre o método
de picos alternados e o método de linearização da envoltória. A diferença não era
esperada pois o resultado da variável independe do método utilizado, porém erro
torna-se maior ao utilizar o método de picos alternados. Isso é explicado com a
realização dos cálculos, de modo que neste tipo de método, é determinada a razão
entre amplitudes tendo sempre como referência o primeiro pico, aumentando a
probabilidade de encontrar um resultado mais disperso.
Com relação aos resultados obtidos com o uso da janela, os valores para o
fator de amortecimento são expressos na tabela abaixo. Para se comparar esses
valores com os resultados encontrados para os sinais sem aplicação da janela,
serão apresentados ambos os valores na tabela. Seja então:

Tabela 15: Comparativo entre os fatores de amortecimento dos sistemas Com


e Sem Janela.

Com isso, analisando os resultados, conclui-se que a aplicação da janela ao


sistema altera o seu amortecimento crítico, visto que o amortecimento do sistema é
um parâmetro constante. Sendo assim, é possível perceber a partir dos erros
percentuais, que essa alteração foi em torno de 24,24%. Em seguida, sejam os
resultados referentes à frequência natural obtida por meio dos métodos utilizados na
prática, além do resultado médio da frequência amortecida para o aço grande e
pequeno, expressos na tabela abaixo:

Tabela 16: Comparativo entre a frequência natural e a frequência amortecida


para sistemas S/ Janela

De acordo com os dados mostrados na tabela 15, conclui-se que inicialmente


a grande proximidade entre os valores de frequência natural obtidos por meio dos
dados experimentais, de forma que o erro foi em torno de 0,0017% para todos os
métodos. Já para a frequência natural que foi calculada por meio da equação (15),
houve uma diferença aproximada de 236,18%, que é justificado pelos possíveis
erros de medição das dimensões da viga, em que o seu comprimento não foi
medido de forma precisa, já que a montagem dificultava a execução dessa medição,
além de divergência entre o valor do módulo de elasticidade real e o utilizado como
meio de cálculo. Era esperado que o valor de frequência natural fosse muito
próximo ao valor da frequência amortecida, uma vez que a razão de amortecimento
do sistema apresenta um valor muito baixo, sendo assim, por meio de uma análise a
partir da equação (10), pode-se perceber que para valor de 𝜉 muito menores do que
1, a frequência amortecida é aproximadamente igual à frequência natural.
Por último, foi possível identificar por meio dos resultados das tabelas 13 e
14, que a viga de aço grande apresentou o maior fator de amortecimento, sendo a
diferença do aço grande para o aço pequeno de 32,87%. Essa diferença era
esperada, visto que a viga de aço pequeno possui o menor comprimento. Essa
diferença possui impacto direto no valor da rigidez e, consequentemente da
frequência natural, como foi possível verificar nos resultados mostrados
anteriormente. Além disso, sabe-se que o fator de amortecimento crítico é
influenciado pelo valor de 𝜔𝑛, ou seja, para maiores valores de frequência natural,
têm-se maiores valores de 𝑐𝑐 . Logo, como a razão de amortecimento é
inversamente proporcional a esse fator, é possível verificar a coerência do resultado
obtido, já que a menor viga apresentará uma maior rigidez e um maior
amortecimento crítico.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os objetivos propostos para as realizações das práticas foram
cumpridos e analisados durante a elaboração do relatório. Com isso, observa-se
que os métodos de decremento logarítmico, linearização da envoltória e equação de
sistema com um grau de liberdade são eficientes quando se objetiva determinar o
fator de amortecimento, já que apresentaram pequenos desvios quando se
comparou os valores de frequência natural com a frequência amortecida. Já para o
método de Euler, as divergências foram significativas, podendo ser explicadas pelos
possíveis erros de medição das dimensões da viga. Em relação ao método do
decremento, obteve-se resultados assertivos com os pontos selecionados da curva,
devido a um erro menor relacionado a eles.
Portanto, apesar da existência de diferenças entre os resultados práticos e
teóricos, pelo fato de haver erros de medições ao longo do processo, tais como
possíveis ruídos de sinal, a montagem imprecisa e equipamentos descalibrados,
verifica-se que os objetivos da prática foram cumpridos, além de uma análise de
Engenharia para o estudo de movimentos vibratórios de um único grau de liberdade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Rao, Singiresu S., Mechanical Vibrations – Fourth Edition, Quarta Edição,
Addison – Wesley Publishing Company.
[2] Duarte, Maria Lúcia M. Apostila para o Curso de Vibrações Mecânicas
(Graduação), DEMEC – UFMG (Departamento de Engenharia Mecânica), Belo
Horizonte, 2000;
[3] Módulo de elasticidade de metais ferrosos; Disponível em:
https://www.sonelastic.com/pt/fundamentos/tabelas-propriedades-materiais/metais-f
errosos.html

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