Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS

LABORATÓRIO DE FÍSICA 1

Movimento Retilíneo Uniformemente Variado

Gabriel Gonçalves

Isadora Coli da Silva

Laura Xavier Talala

Mariana Rebecca B Macedo

Mateus Azevedo Felix De Oliveira

Professor(a): Profa Dra. Ariana de Campos.

UBERABA - MG

2023

1 OBJETIVO
O objetivo do presente relatório é obter a aceleração do cavaleiro e sua incerteza
através da Regressão Linear, bem como obter a aceleração e a incerteza do mesmo através do
Método Gráfico. Os resultados ao final de cada método serão discutidos e comparados entre
si.

2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a realização do experimento, foi disponibilizado um trilho de ar, o qual possuía 5


sensores distribuídos igualmente a uma distância de 10 cm entre cada um, sendo o primeiro
sensor posicionado à 50cm do início do trilho e, através de uma linha, determinado peso foi
preso ao cavaleiro, de modo que ficasse pendurado e influenciasse na aceleração do cavaleiro.
Com essa disposição, o cavaleiro foi colocado contra um eletroímã presente na
extremidade do trilho, permanecendo totalmente em repouso até que o eletroímã fosse
desativado. O acionamento do cronômetro fazia, ao mesmo instante, a desativação do
eletroímã. Nesse momento, era dado o início ao deslocamento do cavaleiro sobre o trilho,
impulsionado pela força gravitacional do peso a ele preso. Dessa forma, a aceleração do
cavaleiro durante o percurso era sempre constante.
Com os sensores posicionados, os intervalos de tempo gastos para o cavaleiro ir de sua
posição inicial (à 28 cm do início do trilho de ar) até a posição de cada sensor foram coletados
pelo cronômetro. Esse processo foi repetido 8 vezes.

A tabela referente aos dados coletados nesse experimento segue abaixo:

Tabela 1: Medições de tempo, espaço e incertezas

Fonte: dos autores, 2023

É necessário também, considerar a posição inicial do cavaleiro como sendo zero, além
do mesmo partir do total repouso. Dessa forma, ao se tomar a equação que descreve o
movimento retilíneo uniformemente variado, e fazer as substituições das variáveis de posição
inicial e velocidade inicial por zero, em acordo com o critério inicial informado, é obtido a
Equação 1, a qual será base para o presente experimento.

1 2
X= at (1)
2

Para o uso dos métodos dispostos a seguir, primeiramente deve ser identificado as
variáveis dependentes e independentes. Para este experimento, tem- se o tempo como a
variável dependente, sendo portanto colocado em evidência:

()
n
2 n
t= .x (2)
a

Diante de tal equação, pode ser atribuída a variável n para os expoentes da mesma. Tal
manobra permite a observação do coeficiente n teórico, que nesse caso é dado por n = 0,5 e
que será utilizado para análises futuras e comparações. A mesma manobra pode ser repetida
por A.

De tal substituição tem- se a determinação da equação da aceleração,(a) :

2
a= 1/ n (3)
A

Da mesma substituição tem- se:

t=Axⁿ (4)

2.1 MÉTODO GRÁFICO

Para a realização do método gráfico foram utilizados os dados de tempo e espaço


descritos na Tabela 1. Utilizando papel log log, foi plotado um gráfico (Anexo 1) utilizando
como pontos, os dados de espaço e tempo expostos na Tabela 1.

Para a obtenção do n, foram utilizados os pontos teóricos P₁(30,0;0.7) e P₂(38,0;0.8)


e utilizado o cálculo de coeficiente angular (aplicado logaritmo em tais pontos), uma vez que
tal coeficiente angular retorna o valor de n, tendo como resultado:

n=0,56. (5)

Nota- se que o coeficiente n obtido através dos métodos gráfico, apesar de próximo, se
difere do n teórico (dado por 0,5). Tal diferença é explicada pelas incertezas atreladas ao
método. Pontos como erro de precisão no traçado do gráfico, fluxos de ar diferentes na
passagem do cavaleiro sobre o trilho, leitura equivocada da posição dos sensores, entre
demais pontos, atribuem incertezas ao resultado final, os quais justificam a diferença do
coeficiente n obtido, com o coeficiente n teórico.

Diante do valor de n, é possível a elaboração de uma tabela contendo os dados de Xn e


suas respectivas incertezas. Uma vez que a medida das posições dos sensores foram realizadas
apenas uma vez, a incerteza atribuída a X é a própria incerteza instrumental (0,05cm). Diante
disso, a incerteza atribuída a Xn será da por:
0 ,56
Δ X 0,56 = 0 , 44 . 0,05 (6)
x

Tabela 2: Dados referentes a x0,56

Fonte: dos autores, 2023

Através da Tabela 2, foi possível plotar um gráfico em papel milimetrado (Anexo 2); e
utilizando os novos pontos teóricos P1: (7.7;0.8) P2: (9,65; 1) obteve-se o coeficiente angular
A, do gráfico x0,56.

A = 0,10

Uma vez que o objetivo do experimento é calcular a aceleração do o cavaleiro durante


o percurso, é possível nesse momento fazer o uso da Equação 3, já que o valores de A e n
usados na fórmula, foram obtidos. Assim, fazendo uso da Equação 3 com seus determinados
valores, ao desenvolver a equação obtemos:

a = 122,11 cm/s²

Como buscamos o resultado mais exato possível, calculamos a incerteza para a


aceleração, que é calculada através da propagação de erros, assumindo a equação:

Δā =√ ❑ (7)

Δ ā = 3,1

Logo, a medida final para a aceleração é:

ā = 122 ± 3 cm/s ²

Observa- se, portanto, que a incerteza calculada representa cerca de 2,5% do valor da
aceleração obtida.

2.2 MÉTODO DA REGRESSÃO LINEAR

Para tal método é necessário compreender inicialmente que a equação que descreve o
movimento retilíneo uniformemente variado, se trata de uma equação não-linear, como
exposto da Equação 1. Diante disso, ao se aplicar o método da regressão linear, cujo é uma
técnica estatística usada para modelar a relação entre uma variável dependente e uma ou mais
variáveis independentes, é necessário garantir que os dados que descrevem o comportamento
do experimento se comportem de maneira linear. Para tal, é aplicado logaritmo nos dados
obtidos, assim como nas equações pertencentes ao método. Os resultados obtidos estão
descritos na tabela abaixo:
Tabela 3: Valores após a aplicação de logaritmo

Fonte: dos autores, 2023

Diante da Tabela 3, é possível identificar o valor de coeficiente n.

n = 0,53

Como buscamos o resultado mais exato possível, calculamos a incerteza para n, que é
calculada através da propagação de erros, assumindo a equação:

Δn = |dAdn |. ΔA
n = 0,035

Portanto n = (0,53± 0,04) cm. Tal incerteza representa cerca de 7,5% do n obtido.

Com tal valor n, é possível fazer a substituição na Equação 5, obtendo-se:

t = Ax0,53

A partir disso, com o instituto de se obter o coeficiente A, é aplicado novamente o


Método da Regressão Linear, fazendo a utilização do coeficiente x0,53. Dessa forma obtém-se:

Tabela 4: Regressão linear para obtenção do coeficiente A.


Fonte: dos autores, 2023

Diante da Tabela 4, é possível identificar o valor de coeficiente A.

A = 0,13

Nesse momento, é possível notar que os coeficientes A e n, utilizados na equação 4, já


se encontram determinados.

Fazendo as substituições dos coeficientes na equação 4, obtém- se a aceleração do


cavaleiro, dado por:

a = 87,48cm/s2

Para uma apresentação mais fidedigna do valor da aceleração obtida acima, é


necessário o cálculo da incerteza relacionada à aceleração. Tal incerteza é obtida através da
derivada da equação da aceleração (Equação 3) em relação ao coeficiente A. Assim,

Δa =|dAda |. ΔA (8)

Dessa forma,

Δ a = 0,83 cm/s²

Diante de tais informações, a aceleração do cavaleiro com sua respectiva


incerteza é dado por:

a = (87,5 ± 0,8)cm/s2

Observa- se portanto, que a incerteza calculada representa cerca de 0,95% do valor da


aceleração obtida.

É notório também que a aceleração obtida nos dois métodos se apresentam


discrepantes entre si. Tal fato pode ser justificado mais uma vez pela presença das incertezas
nos métodos, principalmente atrelada ao método gráfico. A incerteza do método gráfico se
mostrou cerca de 26% maior do que o método da regressão linear. Tal fato já era esperado já
que o que um método estatístico se mostra mais preciso que um método onde existem
diversos fatores de incerteza que podem influenciar nos cálculos.

Mesmo podendo ser considerados valores ínfimos de incerteza, o cenário ao qual se


utiliza os métodos expostos acima deve ser analisado, uma vez que mesmos numericamente
pequenos, tais valores podem influenciar em análises finais.

3 CONCLUSÃO

As medições de tempo e espaço percorridos pelo cavaleiro, assim como suas


respectivas incertezas foram obtidas. Foi obtido também, a aceleração do cavaleiro e sua
incerteza através da Regressão Linear, bem como a aceleração e a incerteza do mesmo através
do Método Gráfico.

Você também pode gostar