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Função horária de um MRUV

Rodrigo Albuquerque Santana, Cristhopher Alves Mesquita


Física Experimental II, 6M23, Turma G

Resumo
Com o objetivo de analisar a função horária do MRUV, utilizou-se os conceitos de
cinemática apresentados por Galileu. Utilizando um aparato experimental que mitiga o efeito
do atrito, mediu-se a distância em função do tempo. Como a relação entre a distância e o
tempo no MRUV não é linear, foi feita a linearização e a análise gráfica a partir de um
software. Logo, obteve-se o valor da aceleração média por meio da reta de regressão linear.

INTRODUÇÃO Definindo as unidades:

Galileu foi quem começou a tratar o [Δ S ]= cm


movimento retilíneo uniformemente acelerado
(MRUV), definindo-o como aquele em que [t ]= s
ocorrem incrementos iguais de velocidade em
tempos iguais (Galileu havia pensado primeiro [a ]= cm/ s
numa definição em que incrementos iguais de
velocidade corresponderiam a percursos iguais,
mas logo percebeu que ela não seria MATERIAIS E MÉTODOS
satisfatória). Assim, foi o primeiro a definir
aceleração. [1] Neste experimento foram utilizados os
seguintes materiais:
O objetivo desse experimento é estudar
as funções horárias do MRUV através de  Balança → Δ r=0,1 g;
gráficos de dispersão. Utilizando técnicas de  Trena → Δ r=0,5cm;
linearização e de regressão linear será possível  Cronômetro → Δ r=0,0001 s ;
estimar a aceleração do sistema.  Trilho de ar;
 “Carrinho” de metal.
Para modelagem teórica foi utilizado
Para realizar o experimento foi utilizado
nesse experimento a lei horária do movimento
uma plataforma triangular cheia de pequenos
retilíneo uniformemente variado:
furos que apoiava um pequeno “carrinho” de
1 2 metal. Dos furos da plataforma fluía uma
Δ S=∫ v (t) dt ⇒ S (t )=S 0 + v 0 t + at corrente de ar para reduzir ao máximo o atrito
2
do carrinho. O trilho de ar tinha em sua base
uma trena para a medição do Δ S e também
Como a equação acima possui muitas
utilizou-se dois detectores (photogates) para
variáveis, tomou-se por referência experimental
medir os intervalos de tempo.
v 0=0. Assim o modelo teórico é:

1 2
ΔS = at
2

No S.I. a unidade de distância é m,


porém nesse experimento é mais adequado
utilizar o cm, pois as distâncias são da ordem de
centímetros.
O carrinho estava preso por uma corda a Como o modelo experimental utilizado
um peso sob a ação da gravidade. Assim, esse não é linear, foi feita a linearização desta
peso ao ser solto gera uma aceleração ao maneira:
sistema.
Para obter mais valores experimentais 1 2
ΔS = at ⇒ y = Ax +B
foi acrescentado peso no carrinho, para 2
aumentar um pouco a resistência ao movimento
e gerar resultados distintos. y = ΔS
Para cada distância repetiu-se o
experimento três vezes para amenizar os erros 1
A = a
sistemáticos. 2
2
x = t
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utilizando o software SciDavis, obteve-
Após os procedimentos experimentais, se dois gráficos da distância pelo tempo.
obteve-se os dados desejados. Segue a tabela de Seguindo as equações de linearização
dados obtidos no experimento com suas apresentadas acima. Assim, realizando os
respectivas incertezas: ajustes lineares nos pontos dos gráficos têm-se:

Tabela 1
Δ S (cm) Δ t 1 (s) Δ t 2 (s)

15,00±0,29 0,554160±0,000058 0,633460±0,000058

30,00±0,29 0,850820±0,000058 0,964267±0,000058

45,00±0,29 1,067200±0,000058 1,217633±0,000058

60,00±0,29 1,269433±0,000058 1,426367±0,000058

75,00±0,29 1,421700±0,000058 1,616050±0,000058

Gráfico 1

Tabela 2
mcarro (g) m1 ( g) m2 ( g) msuporte (g)
40,000± 0,058 99,000±0,058 199,000±0,058 50,000±0,058

Dos dados obtidos, o tempo seria


tratado como incerteza do Tipo A, porém para
facilitar e simplificar a análise classificou-se,
juntamente com a massa, como incerteza do
Tipo B, que são calculadas a partir da seguinte
fórmula:
Gráfico 2
∆r
un =
√3
A partir desses dados e do tratamento de
dados, obteve-se dois valores da aceleração:

2
a 1 = 2 A 1 ⇒ a1 = (69,48±0,42) cm/ s

2
a 2 = 2 A 2 ⇒ a2 = (54,28±0,34) cm/ s

CONCLUSÃO

Os valores obtidos são coerentes,


portanto, a análise da função horária foi, de
certa forma, bem sucedida. Não se pode dizer
que o aparato experimental nem a execução do
experimento são ótimos, pois na reta de ajuste
linear o coeficiente linear não foi zero, como o
esperado.
Deste modo, apesar dos dados serem
plenamente compatíveis com a linearização, o
valor não alcançado no coeficiente linear indica
que há presença de erros sistemáticos, ou até
mesmo de execução do experimento, sendo este
um erro grosseiro.

REFERÊNCIAS

[1] H. Moysés Nussenzveig. Curso de


Física Básica 1, 5ª Ed. (2013).

[2] Instituto de Física. Física Experimental


II: Notas Introdutórias, UFG (2023).

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