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Universidade Federal do Amazonas – UFAM

Instituto de Ciências Exatas – ICE

Departamento de Física

Disciplina: Laboratório de Física Geral ll – IEF812

Prof.ª Dr.ª Daniela Menegon Trinches

Oscilações Livres

Cecília Menta – 22053111


Henzo de Freitas – 22153584
Moises Torres – 22153019

Manaus – Amazonas

2023
2. RESUMO

No presente trabalho será apresentado dois métodos físicos para estudar o


comportamento de sistema oscilatórios, mais precisamente o sistema massa-mola, onde
teremos de determinar a constante elástica da mola através do método estática, utilizando
massas para medir a elongação da mola e o método dinâmico, onde medimos o tempo de
oscilação, afim de determinar a constante elástica da mola.

3. INTRODUÇÃO

O propósito dos experimentos de oscilações livres é estudar o comportamento de


sistemas oscilatórios e estacionários em física experimental. O estudo dos sistemas
vibratórios tem uma longa história na física que remonta a séculos, com observações do
movimento periódico de objetos como pêndulos e molas (HALLIDAY & RESNICK,
2018). Com o tempo, nossa compreensão dos sistemas vibratórios evoluiu com o
desenvolvimento de modelos teóricos e matemáticos que podem descrever e prever o
comportamento vibratório (YOUNG & FREEDMAN, 2008). Experimentos de oscilações
livres têm sido usados como uma ferramenta importante para testar essas teorias e
modelos e explorar novos fenômenos vibracionais (GUPTA et al 1986; GREENHOW,
1988). A partir do experimento de oscilações livres é possível melhorar a capacidade de
medir e analisar dados experimentais e compreender os conceitos básicos dos sistemas
oscilatórios (CONDE, 2011). Além disso, o estudo de sistemas de vibração tem
aplicações em muitos campos da física e da engenharia, como análise de circuitos
elétricos, modelagem de ondas sonoras e análise de vibração de estruturas mecânicas.
Portanto, experimentos de vibração livre são de fundamental importância em diversas
áreas de pesquisa e permitem uma compreensão mais profunda dos fenômenos
vibracionais e suas aplicações.

4. OBJETIVOS

• Determinar a constante elástica da mola utilizando o método estático e dinâmico.

5. TEORIA

O sistema estático apresenta uma baixa taxa temporal de dissipação da energia


mecânica desta forma não apresenta perda de energia significativa ao longo do tempo em
que são tomadas as medidas. Além disso, as perdas de energia mecânica não alteram
significativamente o parâmetro mais importante do experimento que é o período de
oscilação do sistema (ALONSO, 1996). O experimento envolve apenas massas de 50g, o
suporte de massas de 10g, molas de massa desprezível e um cronômetro. Um ponto
importante da presente proposta é a lei de Hooke para a força elástica da mola (TIPLER,
2000). Essa lei diz que a força exercida por uma mola é função da elongação da mesma.
Como podemos visualizar a seguir:

FM = −kx

Qualquer movimento que se repete em intervalos regulares é denominado de


movimento periódico ou movimento harmônico simples (MHS). Todo corpo que executa
tal movimento possui sempre uma posição de equilíbrio estável e, neste caso, as grandezas
características do movimento se repetem depois de um tempo chamado de período, que
representa o intervalo de tempo de uma oscilação (ou ciclo) completa. Além do período,
outra propriedade importante do movimento periódico, movimento harmônico,
oscilatório ou vibratório (os quatro termos são equivalentes) é a sua frequência, que
representa o número de ciclos completados a cada segundo.

Um dos sistemas mais simples que podem executar um MHS é constituído por um
bloco de massa m preso à extremidade de uma mola (suposta ser ideal e de massa
desprezível) de constante elástica k com a outra extremidade da mola fixa. Ao ser
colocado para oscilar o sistema massa-mola executa um MHS cujo período é dado por:

𝑚
𝑇 = 2𝜋√
𝐾

Uma das técnicas utilizadas por profissionais das mais diversas áreas é a
construção e interpretação de gráficos. A utilização de gráficos constitui uma maneira
muito fácil de ter uma visualização do comportamento das variáveis do fenômeno
estudado, além de muitas outras informações. As técnicas de construção de gráficos são
extremamente úteis quando se quer fazer uma comparação entre dados experimentais e
teóricos. Isto pode ser realizado de duas maneiras:
• Através do gráfico traçado a partir de dados experimentais, pode-se estabelecer a
relação matemática entre as variáveis, e
• Podem-se traçar as curvas teórica e experimental num mesmo sistema de eixos e
então compará-las.
É ainda através de gráficos que se determinam com mais facilidade os diversos
coeficientes ligados às propriedades de certos materiais ou se encontram parâmetros para
situações particulares.
De acordo com a natureza da relação entre as grandezas envolvidas, os gráficos
podem ser feitos em papel milimetrado, mono-log, di-log, além de outros com padrões
especiais.

6. METODOLOGIA EXPERIMENTAL

6.1. Experimento 1: Determinação da constante elástica pelo método estático

Material Necessário

• 1 mola • Prendedores
• 1 porta-peso de 10g • Hastes
• 5 massas de 50g • Garras de Montagem
• 1 régua graduada com dois cursores

Figura 1. Sistema Massa-Mola


6.1. Experimento 1: Determinação da constante elástica pelo método estático

6.1.1 Procedimento Experimental

1. Ao chegarmos no laboratório, o sistema massa-mola da figura 1 estava


montando, sobrando apenas para adotar um eixo de referência, adotamos 600mm, onde a
mola se encontra em equilíbrio.

2. Depois disso botamos o porta peso e medimos a elongação da mola.

3. Depois adicionamos mais massas de 50g e fizemos o processo 2 do


experimento, sempre adicionando mais 50g.

4. O porta peso pesa 10g.

6.2. Experimento 2: Determinação da constante elástica pelo método dinâmico

6.2.1 Procedimento Experimental

1. Utilizamos a montagem do experimento 1.


2. Começando com uma massa de 50g no porta-peso, determinamos o período do
sistema massa-mola da seguinte forma: adotamos uma amplitude da ordem de 3cm,
cronometramos o tempo correspondente a 10 oscilações completas, e dividimos resultado
por 10.
3. Depois repetimos este procedimento para outros quatro valores de massa.

7. RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS

7.1. Método Estático

Os dados experimentais para o método estático foram obtidos experimentalmente


no laboratório de ondas e calor, tendo como unidades de medidas as do Sistema
Internacional de Unidades (SI).

Tabela 1. Dados de massa(m) e elongação (E) com suas respectivas incertezas (∆).

(m±𝟎, 𝟎𝟏∆𝒎 ) (Kg) (E±𝟎, 𝟎𝟏∆𝑬)(m)


0,06 0,03
0,11 0,06
0,16 0,09
0,21 0,12
0,26 0,14
A partir dos dados demostrados na tabela 1, construímos a tabela da Força
Gravitacional 𝐹𝑔 (responsável pela elongação da mola), em função do comprimento de
Elongação E da mola. Consideramos a gravidade no valor de 9,8𝑚/𝑠 2 .

Tabela 2. Dados de elongação (E) e forças gravitacionais (Fg) com suas respectivas
incertezas (∆).

(E±𝟎, 𝟎𝟏 ∆𝑬) (m) (𝑭𝒈 ± 𝟎, 𝟎𝟏 ∆𝑭𝒈 ) (𝐍)


0,03 0,59
0,06 1,08
0,09 1,57
0,12 2,06
0,14 2,55

Nesse contexto, utilizamos a segunda Lei de Newton e Lei de Hooke para


encontrar uma equação que possa nos ajudar a entender que tipo de gráfico vamos obter,

2ª Lei de Newton: Σ𝐹⃗ = 𝑚𝑎⃗

Força Gravitacional: 𝐹⃗𝑔 = 𝑚𝑔⃗

Força de Hooke: 𝐹⃗ = −𝑘𝑥⃗

Consideramos que todas as forças se dão no eixo y, e que: Σ𝐹𝑗̂ = 0, quando a mola
entra em equilíbrio então,

𝐹𝑔,𝑗̂ = 𝑘𝑥𝑗̂

A partir dessa equação, observa-se facilmente o comportamento linear do gráfico.


Utilizando o software SciDavis, plotamos o gráfico da Força Gravitacional em função da
elongação da mola:
Figura 2. Gráfico plano cartesiano normal

Como observamos no gráfico, a função 𝐹𝑔 (𝑥) = 𝑘𝑥, tem como coeficiente angular, a
constante elástica da mola, no qual seu valor é:

𝑁
𝑘1 = (17,4 ± 0,7∆𝑘)( )
𝑚

7.2 Método Dinâmico

Os dados a seguir são os dados obtidos experimentalmente no laboratório de ondas


e calor, para o método dinâmico, já no Sistema Internacional de Unidades (SI).

(m±𝟎, 𝟎𝟏∆𝒎) (kg) (T±𝟎, 𝟎𝟏∆𝑻) (𝒔)


0,06 0,37
0,11 0,50
0,16 0,60
0,21 0,68
0,26 0,77

Através do software SciDavis plotamos o gráfico em escala logarítmica, podendo


desta forma visualizarmos a linearização dos dados,
Figura 3. Gráfico 2 em escala logarítmica

𝑚
Desse modo, aplicando o log na função 𝑇 = 2𝜋√ 𝑘 , podemos obter uma equação

linearizada para determinar a constante elástica e comparar com a obtida em gráfico,


então:

𝑚
log 𝑇 = log(2𝜋√ 𝑘 ) ,

1 1
log 𝑇 = log 2𝜋 − log 𝑘 + 2 log 𝑚 ,
2

Eis, a função acima linearizada, de forma 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏, onde:

log 𝑇 = 𝑦 ,

1
log 2𝜋 − 2 log 𝑘 = 𝑏 e

1
log 𝑚 = 𝑎𝑥 .
2

1
Utilizando a equação log 2𝜋 − 2 log 𝑘 = 𝑏, podemos utilizar o valor de b do

gráfico, e explicitar k na equação para obtermos a constante elástica da mola, pelo método
dinâmico,

𝑘 = 10(log 2𝜋−𝑏)×2
Conforme o gráfico log-log, 𝑏 = 0,27 e log 2𝜋 = 0,798, obtemos o valor da
constante elástica,

𝑘2 = 11,4 𝑁/𝑚

8. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

No experimento 1, utilizando o método Estático, foi simples determinar a


constante elástica da mola, porque como foi observado através da equação, se comporta
como uma função afim, que tem sua representação no plano cartesiano, como uma reta
(Resposta do item 1). Acredito que considerar que a mola tenha uma massa
desprezível no sistema, facilita os cálculos, no entanto, se a mola tivesse uma massa
consideravelmente igual à de algum objeto do sistema, nesse caso poderia haver
imprecisão das medidas (Resposta do item 2).

No experimento 2, foi feito o gráfico em escala logarítmica, e a regressão linear


para determinar a constante elástica, entretanto fazendo a comparação entre as duas
constantes obtidas pelos dois métodos, a constante 𝑘2 obteve um valor diferente da
constante 𝑘1 , tendo uma diferença ∆𝑘 = 6,0, ademais, analisando o gráfico 2, observa-
se que a constante elástica deu 𝑘3 = 1,96 , um valor consideravelmente mais baixo.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALONSO M., FINN E. Physics. New York: Addison-Wesley, 1996

CONDE, J. B. M. O ensino da Física para alunos portadores de deficiência auditiva


através de imagens: módulo conceitual sobre movimentos oscilatórios. 2011.
Tese de Doutorado. Dissertação de mestrado não publicada, Instituto de Física,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2011

GREENHOW R. C. A mechanical resonance experiment with fluid dynamic


undercurrents. Am. J. Phys. 56, 352-357, 1988.
GUPTA, V. K., SHANKER, G. and SHARMA, N. K:. Experiment on fluid drag and
viscosity with an oscillating sphere. Am. J. Phys. 54, 619-622, 1986

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da Física: Óptica e Física


Moderna, v. 10. Rio de Janeiro, Brasil, LTC, 2018.
TIPLER, P. A. Física para Cientistas e Engenheiros. 4 Ed. vol.1. Rio de Janeiro: LTC,
2000.

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