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76000109 - Laboratório de Física I

Relatório Prática V - Conservação da Energia


Mecânica

Docente:
❏Francisco Eduardo Gontijo Guimarães.
Discentes:
❏ ​João Pedro C. Mantovani (11831112);
❏Otávio Nucci Mattos (11799854);
❏Ana Carolina Massaro de Campos (11800006);
❏Bruno Lima Vieira (11799916).

São Carlos - São Paulo


2020

Data: 13/07
1. Introdução:
A energia mecânica está presente no nosso cotidiano. A forma
como um carro funciona ou uma máquina para a produção
industrial utiliza a conversão de energia obtida de hidroelétricas ou
através de combustíveis fósseis para realização de trabalho. Ou
seja, a energia mecânica pode ser definida como a capacidade de
um corpo realizar trabalho. A energia mecânica de uma partícula
de massa m, sujeito às forças conservativas e pode ser descrita
como a soma de duas contribuições: energia cinética (E C ) e a
energia potencial: potencial elástica (E E ) e potencial gravitacional
(E G ) . A energia potencial elástica está associada à compressão
ou expansão de uma mola, essa energia pode ser representada
por:

2
E E = 12 (l − l0 )
Em que:
● K = constante elástica da mola (N/m);
● (L − L0 ) = elongação da mola em relação ao seu
comprimento L0 (m).

Neste experimento, será realizado o estudo da extensão de uma


mola pela variação dos pesos dos corpos de prova para chegar
em uma certa elongação e, desse modo, calcular uma constante
elástica da mola em questão. A energia potencial gravitacional
representa o potencial que um objeto tem de realizar trabalho
devido ao fato de estar localizado em uma posição particular em
um campo gravitacional. Essa energia é dada por:

Ep = m × g × h
Em que:
● m = massa (Kg);
● g = aceleração da gravidade (m/s​2​);
● h = altura (m).
Já a energia cinética está relacionada ao movimento de um corpo,
essa energia depende da massa e da velocidade da partícula a
ser estudada, a equação que representa tal definição é dada por:

2
m×v
E (cinética) = 2
Em que:
● E c = energia cinética (J);
● m = massa (Kg);
● v = velocidade atribuída ao corpo (m/s).

Nessa prática será medida a energia total do sistema estudado,


massa-mola, em duas posições diferentes durante a oscilação
(Figura 1). Quando a massa é solta, é possível calcular a
aceleração vertical.

Figura 1 - Configurações para análise da energia mecânica do


sistema massa-mola

Fonte: Apostila de Laboratório de Física Geral I,Livro de Práticas, IFSC/USP,


2017.

No sistema A a energia mecânica total E a nessa configuração é:


2
E a = m × g × ha + 21 k(La − L0 )
Se a massa for solta, a força da mola causará uma aceleração
vertical. Portanto na configuração B a energia total será:

Ea = 1
2 × m × v 2 + m × g × hb + 21 k(Lb − L0 ) 2

Portanto, caso não atuem forças sobre o sistema, a energia


mecânica total deve se conservar, ou seja E a = E b.

2. Objetivos:
Estudar a energia mecânica (cinética, potencial elástica e
potencial gravitacional) de um sistema-mola oscilando na direção
vertical. Os experimentos observados será discutido através do
teorema da teorema da conservação da energia mecânica.

3. Materiais e métodos:

No experimento 1, calculou-se os parâmetros da mola utilizando


como método sistema massa-mola na vertical. Assim, colocou-se
uma mola fixado ao teto e prendeu em seu término arruelas com
diferentes pesos para ,assim, saber distinguir o comprimento
inicial e o da extensão. Desse modo, pode calcular o valor de sua
constante elástica. Essa prática está representada na Figura 1.

Já no experimento 2, será medida a energia mecânica total do


sistema em duas configurações diferentes. Na configuração A o
corpo está suspenso pela mola, mas está fixo no chão, portanto a
energia mecânica total é a soma das energias potencial
gravitacional e potencial elástica.

Na configuração B o corpo é solto da configuração inicial


ganhando velocidade que pode verificada através da altura do
laser que bate no centro de massa do corpo e determina-se a
velocidade do corpo e consequentemente a energia cinética do
sistema assim como sua energia mecânica. Nessa configuração a
energia mecânica total do sistema é a soma das energias cinética,
potencial gravitacional e potencial elástica. Esse experimento está
representado pelas Figuras 1 e 2.

Figura 2- Dispositivo para a medida da velocidade média da


massa

Fonte: Apostila de Laboratório de Física Geral I,Livro de Práticas, IFSC/USP,


2017.

4. Resultados e Discussões:
Nessa prática, o primeiro experimento consiste na determinação
dos parâmetros da mola, os quais são a constante elástica da
mola (“ k ”) e o comprimento inicial da mesma (“ L0 ”). Para isso, foi
utilizado a Primeira Lei de Newton, também conhecida como
“Princípio da Inércia”, pois a mola encontra-se em uma situação
de repouso; de tal forma que pode-se utilizar a seguinte
expressão:

P = F (elástica) = m × g = K × (l − l0 ) , em que g = 9, 81 m/s2 ,

assim, a partir dos dados coletados, é possível estabelecer um


gráfico linear, cuja equação é:

P (x) = (K × l) − (K × l0 ) (i)

A equação (i) possui coeficiente angular igual à “ K ” e linear à


"(K × l0 )" , além disso ela busca traduzir, em termos matemáticos,
a relação entre massa (através da força Peso) e a variação de
comprimento da mola, demonstrada na imagem abaixo:

Figura 3 - Sistema massa-mola vertical l0

Fonte: Apostila de Laboratório de Física Geral I,Livro de Práticas, IFSC/USP,


2017.
A imagem acima (Figura 3), representa, esquematicamente, a massa
variando o comprimento da mola, o que é utilizado para determinação dos
parâmetros da mola citados acima.

Tabela 1.1: Dados coletados do sistema 1

i 𝐿 (m) 𝑚 (kg) 𝑃 (N)


1 0,403 0,0102 0,1001
2 0,605 0,0311 0,3051
3 0,900 0,0594 0,5827
4 1,067 0,0755 0,7405
5 1,305 0,0987 0,9682
6 1,492 0,1161 1,1389
7 1,710 0,1383 1,3567
8 1,938 0,1592 1,5618
9 2,160 0,1809 1,7746

10 2,378 0,2023 1,9845


∆𝐿 = 0,001 m e ∆𝑚 = 0,00001 kg.

Dessa forma, utilizando os dados acima, montou-se o gráfico


abaixo:

Após traçado esse gráfico, os coeficientes angular e linear foram


encontrados e valem, respectivamente e em módulo: 0,9537 N /m
e 0,2863 N . Assim, por meio dos cálculos a seguir, levando em
consideração o ponto (2,378;1,984), foram determinados os
parâmetros da mola:

K = (0, 9537 ± 0, 0011) N /m

| |
|K × l0 | = 0, 28631828 = 0, 9537 × l0
l0 = 0, 3002 ± 0, 0013 m

O valor encontrado através dos cálculos para o comprimento


inicial da mola está explícito acima; por sua vez, através de uma
medição experimental, ele foi denotado como sendo:
l0 = (29, 7 ± 0, 1) cm . Desta forma, fica explícito que há uma
excelente concordância entre os valores.
Agora, com o intuito de traçar a melhor reta que representa a
função acima encontrada, o método dos mínimos quadrados foi
utilizado, pois, a partir dele, um gráfico em papel milimetrado foi
construído.

Tabela 1.2: Métodos mínimos quadrados


i x​i x​i​2 𝑦​i x​i -​ x (x​i -​ x )​2 (x​i -​ x )𝑦​i 𝑦​ci (𝑦​ci ​- 𝑦​i​)​2

1 0,403 0,162 0,100 -0,993 0,986 -0,099 0,098 0,000004


2 0,605 0,366 0,306 -0,791 0,626 -0,242 0,291 0,000225
3 0,900 0,810 0,583 -0,496 0,246 -0,289 0,572 0,000121
4 1,067 1,138 0,741 -0,329 0,108 -0,243 0,731 0,000100
5 1,305 1,703 0,968 -0,091 0,008 -0,088 0,958 0,000100
6 1,492 2,226 1,139 0,096 0,009 0,109 1,108 0,000961
7 1,710 2,924 1,356 0,314 0,099 0,0312 1,345 0,000121
8 1,938 3,756 1,562 0,542 0,294 0,847 1,562 0
9 2,160 4,666 1,775 0,764 0,584 1,3561 1,774 0,000001
10 2,378 5,655 1,984 0,982 1,948 1,948 1,982 0,000004
Como visto acima, a técnica dos mínimos quadrados permitiu
traçar uma reta que melhor representa a função definida pela
equação (i).
No segundo experimento, os dados calculados a priori foram
usados para analisar a conservação da energia mecânica, tema
que motivou essa prática. Para comprovar essa lei, uma mola foi
utilizada em duas situações, (a) e (b) - como mostra a figura 1 -,
nas quais será necessário medir a velocidade do corpo, a sua
altura e o deslocamento da mola, a fim de calcular,
respectivamente, a energia cinética, a potencial gravitacional e a
potencial elástica; o que, como foi definido nesta prática, torna
suficiente a determinação do valor da Energia Mecânica de um
corpo em um determinado ponto do espaço.

Figura 4 - Representação esquemática do segundo experimento

Fonte: Apostila de Laboratório de Física Geral I,Livro de Práticas, IFSC/USP,


2017.

Com o intuito de gerar comparação e análises distintas sobre o


mesmo fenômeno, este segundo experimento foi feito com base
em dois sistemas referenciais distintos, um sendo no solo e o
outro na linha horizontal ao equipamento de laser:
Figura 5 - Configurações para análise de energia do sistema massa-mola em
referenciais distintos

Fonte: Apostila de Laboratório de Física Geral I,Livro de Práticas, IFSC/USP,


2017.
A tabela a seguir foi feita utilizando o equipamento de laser
supracitado, a fim de calcular a velocidade e, por conseguinte, a
energia cinética no estado referencial plotado na figura 5.b.

Tabela 2.1: Valores de variações de tempo


i Δ​t​i | |
|Δti − Δt|
1 0,0246 0,00032
2 0,0247 0,00022
3 0,0259 0,00098
4 0,0248 0,00012
5 0,0246 0,00032
Todas as unidades da tabela são expressas em segundos (s).

Os valores utilizados para os cálculos das energias estão citados


abaixo:
● L​0​ = (29,7 ± ​0,1) cm;
● L​a​ = (242,0 ± 0,1) cm;
● h​a​ = (3,8 ± 0,1) cm;
● L​b​ = (131,5 ± 0,1) cm;
● h​b​ = (114,5 ± 0,1) cm;
● D = (7,0 ± 0,1) cm;
● Δ​t = ​Δ t ± ​Δ​t = 0,02492 ± 0,0000784 s;
● v = 2,8089 ± 0,0489657 m/s;
● m = (107,74 ± 0,01) g.

Ademais, as fórmulas utilizados para os cálculos e para os erros


são:
D
● v = Δt ;
● E Ta = E g + E e = m×g×ha + 1
2 × k × (l a − l 0 ) 2 ;
● ΔE Ta = g × (Δm × h a + m × Δh a ) + k × (l a − l 0 ) × (Δl a + Δl 0 ) ;
2
● E Tb = E g + E e +E c = m×g×hb + 1
2 × k × (l b − l 0 ) + 1
2 × m × v 2;
● ΔE Tb = g × (Δm × h b + m × Δh b ) + k × (l b − l 0 ) × (Δl b + Δl 0 )
+ 1
2 (Δm × v 2
+ m × 2v × Δv . )
A. Referencial no solo:

Tabela 2.2: Energias com referencial no solo


Energia Estado A Estado B Diferença
E c 0J (0, 4250 ± 0, 0297) J

E g (0, 0402 ± 0, 0011) J (1, 2102 ± 0, 0011) J

E e (2, 1492 ± 0, 0041) J (0, 4942 ± 0, 0019) J

E T (2, 1894 ± 0, 0052) J (2, 1294 ± 0, 0327) J (0, 06 ± 0, 0309) J

Como foi possível observar na tabela disponibilizada acima,


mesmo que os valores dos mesmos tipos de energia nos estados
A e B sejam distintos, o somatório final, ou seja, a energia
mecânica no estado A e no estado B são próximos. Esse fato
comprova, empiricamente que a conservação da energia
mecânica ocorre. Tal condição é verificada nos cálculos realizados
e demonstrados na tabela 2.2, em que a diferença entre as
energias totais se aproxima de zero.

B. Referencial na altura do laser:

Tabela 2.3: Energias com referencial na altura do laser


Energia Estado A Estado B Diferença
E c 0J (0, 4250 ± 0, 0297) J

E g (− 1, 1700 ± 0, 0011) J 0J

E e (2, 1492 ± 0, 0041) J (0, 4942 ± 0, 0019) J

E T (0, 9792 ± 0, 0052) J (0, 9192 ± 0, 0316) J (0, 06 ± 0, 0358) J

A tabela 2.3, assim como a tabela 2.2, explicita que a conservação da


energia mecânica ocorre. Porém, uma situação que urge em meio a
essa discussão é o fato que, mesmo mudando o referencial adotado
para o cálculo das energias, a energia mecânica, ao final, é a mesma,
inclusive a diferença entre os estados; independentemente do
referencial utilizado, comprovando o teorema da energia mecânica.

5. Conclusão:
A energia mecânica está presente no cotidiano em diversas
situações, como por exemplo, no funcionamento de um carro ou
no funcionamento de uma máquina para a produção industrial. A
energia mecânica é a capacidade de um corpo realizar trabalho,
ela pode ser definida como a soma das energias presentes no
sistema, que pode conter a energia cinética, que está associada
com o movimento de um objeto, a energia potencial gravitacional,
que está ligada com a posição de uma partícula no campo
gravitacional, e a energia potencial elástica que está relacionada
com a compressão ou expansão de uma mola.

No primeiro experimento estudado, foi analisado o sistema


massa-mola na vertical. Nesse sistema, considerou-se que o peso
é equivalente à energia potencial elástica, e dessa maneira,
pode-se encontrar a constante elástica da mola e o seu
comprimento inicial. Através dos cálculos, é possível concluir que
quanto maior o peso do objeto maior será a expansão da mola,
como esperado, e o valor do comprimento inicial da mola, obtido
através do cálculos, é consideravelmente equivalente ao valor da
medido experimentalmente.

No segundo experimento, o objetivo foi analisar a conservação da


energia mecânica; para isso, foram observadas duas
configurações: na configuração A o corpo está suspenso pela
mola, mas está fixo no chão, portanto a energia mecânica total é a
soma das energias potencial gravitacional e potencial elástica; por
sua vez, na configuração B o corpo é solto da configuração inicial
ganhando velocidade, a qual pode ser verificada através da altura
do laser, que percorre a altura do centro de massa do corpo e
determina-se a sua velocidade e, consequentemente, a energia
cinética do sistema, assim como sua energia mecânica.

Através dos cálculos, pode-se concluir que, em ambas


configurações, a diferença entre o estado A e o estado B do objeto
tende a zero, de tal forma que comprova-se o teorema da energia
mecânica, o qual garante que, na ausência de forças dissipativas,
a quantidade total de energia de uma sistema nunca se altera.

6. Bibliografia:
● Halliday, D., Resnick, R., Walker, J.. ​Fundamentos de
Física​. Vol. 1. LTC;
● Tipler, P. A., Mosca, G.. ​Física para Cientistas e
Engenheiros​. Vol. 1. LTC;
● Young, H. D.; Freedman, R. A.. ​Sears and Zemanski Física
I​. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008;
● Laboratório de Física I: livro de práticas/compilado por José
F. Schneider, São Carlos: IFSC - USP, 2017;

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