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São Carlos
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. OBJETIVOS 4
3. ESTUDO DE MERCADO 4
3.1. DEFINIÇÃO DE VOLUME 4
4. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 5
4.1. DIMENSÕES, MATERIAIS E COMPOSIÇÃO QUÍMICA 5
4.2. DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS 7
4.3. PROJETOS NO CAD 7
5. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO 8
5.1. ROTEIRO BÁSICO DE FABRICAÇÃO 9
5.2. OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS 10
5.2.1. Forjamento a quente 10
5.2.1.1. Aquecimento por indução 11
5.2.1.2. Conformação. 12
5.2.2. Usinagem 13
5.2.3. Tratamento Térmico e Normalização 14
5.2.3.1. Recozimento. 14
5.2.3.2. Normalização. 14
5.2.4. Revestimento 15
5.3. OPERAÇÕES COMPLEMENTARES 16
5.3.1. Lavagem 16
5.4. OPERAÇÕES AUXILIARES 17
5.4.1. Rebarbação 17
5.5. OPERAÇÕES DE INSPEÇÃO 17
5.6. OPERAÇÕES FINAIS DE FABRICAÇÃO 18
6. REFERÊNCIAS 20
1. INTRODUÇÃO
Neste projeto será discutido todo o roteiro de fabricação de um parafuso sextavado
voltado à construção civil, mais especificamente, pontes metálicas, envolvendo desde o
estudo de mercado, volume de produção voltado à aplicação escolhida, especificações
técnicas da peça, como dimensões, material, desempenho e desenho técnico, até os processos
de fabricação, abordando todas as operações fundamentais e secundárias relacionadas ao
processo escolhido, ou seja, o forjamento a quente.
A peça a ser fabricada, como dito anteriormente, é um parafuso sextavado, cujo nome se
dá pelo fato de sua cabeça possuir seis faces, o que proporciona um ótimo torque e garante um
alto grau de fixação ao ser apertado. Este é um dos fixadores mais empregados não apenas em
construção civil, mas também em diversas outras aplicações possíveis, como máquinas,
motores, veículos, móveis de aço, portões, entre outros. O material mais utilizado para o
parafuso sextavado é o aço carbono zincado, pois proporciona alta resistência mecânica e à
corrosão, mas podem ser empregados diversos tipos de aços carbono, aços inox e aços liga
[1].
Os processos de produção destes parafusos, por sua vez, seguem as tendências da 4°
Revolução Industrial, a Indústria 4.0, sendo cadeias produtivas integradas através da troca de
dados, automação e aplicação de Internet das Coisas (IoT), sistemas ciber-físicos e
computação em Nuvem. Dentro deste complexo sistema de produção, ferramentas
computacionais mostram-se cada vez mais fundamentais para uma maior eficiência e
produtividade, otimizando o planejamento, os cálculos, o desenho da peça e o controle do
processo, como o CAPP (Planejamento do Processo Assistido por Computador), CAM
(Manufatura Assistida por Computador), CAD (Design Assistido por Computador) e CAE
(Engenharia Assistida por Computador).
2. OBJETIVOS
Este projeto visa estudar e descrever detalhadamente o roteiro de fabricação de um
parafuso sextavado de aplicação em estruturas de construção civil, cujo processo de
manufatura é o forjamento a quente. Será apresentado o estudo de mercado, apontando uma
aproximação para o volume de produção anual para a aplicação; o desenho da peça 2D e 3D
em CAD seguido das especificações técnicas, tais como as dimensões, propriedades
mecânicas e composição do material utilizado. Por fim, é detalhado o processo de fabricação
do parafuso, desde as operações fundamentais, como o próprio forjamento a quente, até
operações secundárias, como lavagem e secagem das peças.
3. ESTUDO DE MERCADO
Para o desenvolvimento deste roteiro de fabricação, tomando como critério de escolha
para a aplicação as dimensões da peça, foi escolhido fazer o parafuso estrutural voltado a
pontes de aço segundo a norma ASTM F3125- classe A490.
Tabela 1. Dimensões requeridas para o parafuso. Tabela adaptada e com dados todos em polegadas. Fonte:
https://www.precisionbolts.net/astm-f3125-a490/#:~:text=The%20ASTM%20A490%20specification%20cover,l
engths%20than%20standard%20hex%20bolts
Já para o material dele, será utilizado o aço corten (“weathering steel”), o qual é um
subtipo do aço patinável. Tal aço, também enquadrado como um aço de baixa liga, possui
baixo teor de carbono (~0,20% em peso) e um acréscimo de outros elementos em sua
composição, tais quais Cu, Cr, Ni e Mo, que somados não passam de 3 a 5% do peso do
material [2]. Esse material destaca-se por possuir superior resistência à corrosão em
comparação aos aço carbono, em que tal característica é devido a formação, em atmosferas
pouco agressivas, de uma camada de óxido densa e altamente aderente sobre a superfície do
metal, a qual é conhecida como pátina, e atua reduzindo a penetração de umidade, oxigênio e
outros agentes contaminantes [4]. A pátina, além de prover boas propriedades anticorrosivas,
também possui capacidades auto regenerativas [3]. Dessa forma, graças a essa camada de
óxido protetora, o uso de tal material é de grande valia em aplicações estruturais,
principalmente para pontes de aço, as quais estão muitas vezes sujeitas a atmosferas marinhas,
altamente corrosivas e de baixo PH em decorrência da presença de moléculas de ácido
clorídrico e cloreto de sódio dissolvidas em gotículas de água carregadas pelo vento. Para
além, a pátina também confere uma outra vantagem, a não necessidade de pintar-se a
estrutura, já que o óxido formado possui coloração atraente e é altamente aderente, reduzindo
custos e tempo de trabalho [4].
A composição química do parafuso sextavado a ser trabalhado, está expressa na tabela 2
abaixo.
Percentual na
Elemento
composição do aço
Tabela 3. Requisitos mecânicos do parafuso sextavado segundo a norma F3125- Grade A490- 3.
Fonte: Os autores.
Figura 2. Vistas 2D do parafuso a ser produzido
Fonte: Os autores.
5. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Fonte: Os autores.
5.2. OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS
As operações fundamentais são aquelas indispensáveis ao processo de fabricação, ou
seja, em sua ausência o projeto não pode ser concluído. Para o presente projeto, enquadram-se
as operações descritas nas subseções seguintes.
5.2.1. Forjamento a quente
O forjamento a quente é um processo de manufatura que envolve a moldagem de metais
acima de sua temperatura de recristalização pela aplicação de forças compressivas aplicadas
por martelos, prensas ou moldes. Para a produção dos parafusos sextavados, é empregada uma
máquina chamada “Upsetter”, um equipamento de forjamento, parecido com a prensa
mecânica que, no entanto, aplica a principal energia de conformação horizontalmente na barra
posicionada, ao invés da vertical como nas prensas tradicionais, em que no processo a barra a
ser conformada é mantida presa por ação de matrizes de aperto [5].
Fonte: https://www.indiamart.com/proddetail/induction-heating-machine-15961802688.html
Figura 6. Aquecimento da extremidade da barra.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=PcUEN5yr10Q&ab_channel=PortlandBolt.
5.2.1.2. Conformação.
Uma vez aquecida pela bobina indutora, a extremidade da barra é posicionada na
entrada da Upsetter, onde a barra é presa por blocos fixadores. Em seguida, um pistão avança
e comprime a extremidade aquecida deformando-a plasticamente e remodelando o volume de
material inserido na entrada da máquina para o tipo de cabeça escolhida, no caso, sextavada.
5.2.4. Revestimento
O processo de revestimento é um processo do qual as peças são submetidas a um
tratamento de revestimento, para que tenham maior resistência à corrosão e,
consequentemente, maior durabilidade no seu uso, tal processo é importante para esse projeto,
pois para o caso de pontes, muitas vezes as mesmas são utilizadas para tracer-se trajetos
acima de regiões marítimas, cuja atmosfera é altamente corrosiva. Segundo a norma ASTM
F1136, o revestimento do parafuso pode ser feito através de algumas formas principais,
porém, para fins deste projeto, utilizar-se-á o processo de revestimento por dip-spin, no qual o
parafuso é revestido por meio de uma máquina (dip-spin coating machine), a qual é
apresentada na figura 12. Além disso, utiliza-se, também, o zinco e o alumínio para melhor
revestir o parafuso, pensando nas propriedades anticorrosivas ditas anteriormente. De acordo
com a norma ASTM F3125, um dos únicos tipos de revestimento permitidos para o parafuso
desejado é o de Zinco/Alumínio de Grade 3, sendo essa uma grade que confere maior
proteção contra corrosão que a Grade 2, conforme descrito pela norma ASTM F1136,
estando suas principais características expressas na tabela 5.
Figura 12. Dip-spin coating machine.
Fonte: http://www.ronci.com/pages/Home.cfm.
● Inspeção final após a peça pronta, feita por inspeção magnética, na qual os parafusos
são atraídos por cada resíduo que estiver no parafuso (seja em rachaduras ou trincas),
com o auxílio de uma sonda circular, como na figura abaixo.
70 A Rebarbação Rebarbadora
80 C Lavagem Lavadora