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Alunos:
Lara Aires de Souza - 12624203
Vinicius da Silva Neves - 12685164
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QUESTÃO 1- Calcular a entalpia (H), entropia (S) e energia livre de Gibbs (G) em função da
temperatura à pressão ambiente para:
a. Argônio
Inicialmente fora retirado do livro texto da disciplina (“Thermodynamics in Materials
Science- Robert DeHoff”) as relações diferenciais da entalpia e entropia em função da
temperatura e pressão. Tais relações encontram-se abaixo:
𝐻(𝑇, 𝑃) ⇒ 𝑑𝐻 = 𝐶𝑝𝑑𝑇 + 𝑉(1 − 𝑇α)𝑑𝑃
𝐶𝑝
𝑆(𝑇, 𝑃) ⇒ 𝑑𝑆 = 𝑇
𝑑𝑇 − 𝑉α𝑑𝑃
Por meio do livro acima citado, foi encontrado que o valor da capacidade térmica a
pressão constante do argônio, é igual a 20,72 J/mol K. Além disso, para cálculo da energia
livre de Gibbs fora utilizado a equação abaixo:
∆𝐺 = ∆𝐻 − 𝑇 × ∆𝑆
Variando a temperatura de 298 a 1048 K, e com base nos dados da variação de entalpia
e entropia absolutas do argônio, foram obtidos os seguintes resultados:
0 0 0
T (K) ∆𝐻 (KJ/mol) 𝑆 (J/mol.K) ∆𝐺 (KJ/mol)
298 0 154,84 0
348 1,036 158,054 -53,967
398 2,072 160,836 -61,941
448 3,108 163,288 -70,045
498 4,144 165,480 -78,265
548 5,18 167,462 -86,589
598 6,216 169,271 -95,008
648 7,252 170,935 -103,514
698 8,288 172,475 -112,100
2
748 9,324 173,909 -120,760
798 10,36 175,250 -129,489
848 11,396 176,509 -138,283
898 12,432 177,696 -147,139
948 13,468 178,818 -156,052
998 14,504 179,883 -165,020
1048 15,54 180,896 -174,039
Tabela 1. Dados da variação de entalpia, entropia e energia livre de Gibbs absoluta do argônio em função da
temperatura.
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Gráfico 2- Entropia absoluta do argônio em função da temperatura.
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2 𝑇2
𝐶
∫ ∆𝐻 = ∫ 𝐶𝑝 𝑑𝑇 onde, 𝐶𝑝 = 𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑇²
1 𝑇1
𝑇2
𝐶 𝑏𝑡² 𝑐
∆𝐻 = ∫ (𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑇²
)𝑑𝑇 ⇒ ∆𝐻 = 𝑎𝑇 + 2
− 𝑇
𝑇1
𝐶𝑝
Valendo-se da equação 𝑆(𝑇, 𝑃) = 𝑑𝑆 = 𝑇
𝑑 − 𝑉α𝑑𝑃, e considerando a pressão
2 𝑇2
𝐶𝑝 𝐶
∫ 𝑑𝑆 = ∫ 𝑇
𝑑𝑇 onde, 𝐶𝑝 = 𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑇²
1 𝑇1
𝑇2
𝐶 𝑐
⇒ ∆𝑆 = ∫ [(𝑎 + 𝑏𝑇 + 𝑇²
)/𝑇] 𝑑𝑇 ⇒ ∆𝑆 = 𝑎 × 𝑙𝑛(𝑇) + 𝑏𝑇 − 2𝑇²
𝑇1
Para cálculo da variação da energia livre de Gibbs foi utilizada a mesma fórmula
aplicada no caso do argônio. Como dados complementares para cálculo do Cp, utilizou-se
dados relativos ao níquel extraídos do livro Thermodynamics in Materials Science, os quais
são:
● a= 11,17;
−3
● b= 37,78.10 ;
5
● c= 3,18.10 ;
0
● 𝑆298 = 29, 9 (J/mol.K);
0
● ∆𝐻298= 0 (kJ/mol).
Assim, os resultados obtidos foram:
T (K) 0
∆𝐻 (kJ/mol)
0
𝑆 (J/mol.K)
0
∆𝐺 (KJ/mol)
5
598 8,964 50,36 -21,151
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Gráfico 5- Entropia absoluta do níquel em função da temperatura.
c. Óxido do Metal
As fórmulas utilizadas para o cálculo foram as mesmas determinadas acima. Os dados
complementares para determinação do Cp foram:
7
● a= 20,88;
−3
● b= 157,23.10 ;
5
● c= 16,28.10 .
0
● ∆𝐻298 =− 239, 7 (kJ/mol);
0
● 𝑆298 = 38, 0 (J/mol.K).
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Resultados obtidos em formato gráfico:
9
Gráfico 9- Variação da energia livre de Gibbs do óxido de níquel em função da temperatura.
Discussões:
Como visto por meio dos resultados obtidos, os comportamentos gerais das curvas,
apesar de tratar-se de diferentes elementos, possuem semelhanças, tanto para a entropia,
entalpia e energia livre de Gibbs absolutas. Para a primeira, ao aumentar-se a temperatura, seu
valor também aumenta, o que vai de acordo com a teoria, uma vez que a reação torna-se mais
exotérmica. Já para a entropia, o comportamento obtido também vai de acordo com o
esperado, em que conforme aumenta-se a temperatura, o valor da mesma também cresce, uma
vez que, baseando-se na explicação da termodinâmica estatística, os níveis de energia das
partículas aumenta e a entropia do sistema como um todo também. Quanto à energia livre de
Gibbs, elevando-se a temperatura, é esperado que a mesma decresça, já que a reação tende a
tornar-se mais espontânea conforme o sistema ganha mais energia, fenômeno este observado
para os três casos acima.
Comparando-se os resultados acima do níquel e seu óxido (NiO), verificou-se também
que os dados referentes a variação de entalpia, entropia e, consequentemente, energia livre de
Gibbs absoluta do óxido foram muito superiores aos do seu metal puro.
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QUESTÃO 2- Através de um software adequado (Excel, Mathcad, Origin, o que preferir),
calcule e faça um gráfico da função de partição para o modelo de cristal de Einstein e da
capacidade térmica a volume constante do cristal metálico escolhido na Questão 1, assumindo
que possui estrutura cúbica simples (ou explique possíveis alterações), de acordo com o
modelo de cristal de Einstein, em função da temperatura de 0 a 1000 K. Compare com valores
experimentais de capacidade térmica a volume constante obtidos da literatura. Discuta os
resultados. Procure na literatura os dados necessários para efetuar os cálculos. Cite as
referências utilizadas.
Resposta:
Para esta questão, foi verificado no livro texto da disciplina (“Thermodynamics in
Materials Science- Robert DeHoff”) que a equação necessária para o cálculo da função de
partição (φ) do modelo de cristal de Einstein é dada por:
Sendo:
−34
● h- Constante de Planck (6,62607 x 10 m².kg/s).
−1
● v- Frequência vibracional característica do material (𝑠 ).
−23 −2 −1
● k- Constante de Boltzmann (1,380649 x 10 m².kg.𝑠 𝐾 ).
Já para o cálculo da capacidade térmica a volume constante, fora utilizada a seguinte
fórmula:
Sendo:
23 −1
● 𝑁0- Numéro de Avogadro (6,023 x 10 𝑚𝑜𝑙 ).
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meio de cálculos estimativos encontrados no livro Fundamentals of Ceramics- M. W.
Barsoum. As fórmulas em questão é a seguinte:
Sendo:
● 𝑆0- Força de ligação atômica (N/m);
𝑆0 = 𝑌. 𝑟𝑜
𝑚1*𝑚2
𝑀𝑟𝑒𝑑 = ( 𝑚1+𝑚2 )/(1000 * 𝑁0)
Com base nos dados sobre o Ni (obtidos por meio de apêndices presentes em ambos
os livros supracitados), temos os seguintes valores para as variáveis acima:
● Y= 208 GPa;
● 𝑚= 58,6934 u;
● 𝑟0= 326 pm.
Para obter-se o 𝑟0 indicado, fora necessário somar o raio atômico do níquel (r = 163
pm) por ele mesmo, de forma a encontrar a distância entre o centro de dois átomos do Ni em
um cristal cúbico simples. E quanto ao 𝑚1 𝑒 𝑚2, para o caso de metais monoatômicos, como é
o nosso, ambos são iguais e, portanto, 𝑚1 = 𝑚2 = 𝑚. Dessa forma, temos que 𝑆0 e 𝑀𝑟𝑒𝑑
valem:
9 −12
𝑆0 = 208. 10 * 326. 10 = 67, 808 𝑁/𝑚
58,6934*58,6934 23 −26
𝑀𝑟𝑒𝑑 = ( 58,6934+58,6934 )/(1000. 6, 023. 10 ) = 4, 87. 10 𝑘𝑔
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O valor estimado da frequência de vibração do níquel será, portanto:
1 67,808 12 −1
𝑣= 2π
* −26 = 5, 94. 10 . 𝑠
4,87.10
ℎ.𝑣 θ𝐸
𝑘.𝑇
= 𝑇
Sendo:
● θ𝐸- Temperatura característica de Einstein (K).
Com o valor estimado da temperatura de Einstein do níquel, foi então possível realizar
os cálculos da função de partição e da capacidade térmica a volume constante, sendo ambos
expressos em função da temperatura em Kelvin (variando de 0 a 1000K), e calculados por
meio do Excel, obtendo-se as seguintes tabelas e gráficos:
θe= 284,94 K
0 ∞ 0,000 0,000
13
500 0,570 1,731 24,283
Gráfico 10- Variação da função de partição do níquel em função da temperatura para uma temperatura
característica de Einstein igual a 284,94 K.
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Gráfico 11- Variação da capacidade térmica a volume constante do níquel em função da temperatura para uma
temperatura característica de Einstein igual a 284,94 K.
constante (Cv), tendem a zero. Outro aspecto importante sobre o Cv que pode-se perceber
com base no gráfico y, é que a partir do 0K ele cresce muito rapidamente, porém após dada
temperatura o valor tende a se estabilizar e limitar-se superiormente a 25 J/mol.K.
O valor de capacidade térmica específica do níquel encontrado na literatura (Connor)
foi 0,44 J/g K. Entretanto, esse valor deve ser multiplicado pela quantidade em gramas de um
mol de níquel (58,7 g/mol). Assim, temos que 𝐶𝑣 = 25, 828 𝐽/𝑚𝑜𝑙 𝐾, valor muito
semelhante ao encontrado nos cálculos experimentais, onde o maior obtido foi de 24,779
J/mol K.
Logo, é possível observar que o erro percentual entre o resultado experimental e o
dado da literatura é de 4,06%.
Referências
October 2022.
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2. Connor, Nick. “Nickel - Periodic Table.” Periodic Table of Elements, 21 November
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