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Fenômenos de Transporte

Organizando os dados iniciais fornecidos pelo enunciado:

Região A B

Volume (V) 1,5 m³ 1,5 m³

Pressão (P) 210 kPa 1,1 MPa

Temperatura (T) 320 K 970 K

Inicialmente, iremos calcular a massa presente em cada uma das regiões, uma vez
que independente da etapa em que esse processo se encontra, a massa de ar é sempre
constante. Para isso, utilizaremos a equação geral dos gases: 𝑃𝑉 = 𝑛𝑅𝑇. Onde P é a
pressão gerada pelo gás nas paredes do recipiente; V é o volume ocupado pelo gás; n é o
número de mol (quantidade de matéria do gás); R é a constante geral dos gases; T é a
temperatura do gás.

Como o número de mol é expresso pela relação entre a massa do gás (m) e sua
massa molar (M), a equação anteriormente mencionada pode ser reescrita como:
𝑚
𝑃𝑉 = 𝑀
𝑅𝑇

Isolando a massa na equação, obtemos o seguinte:

𝑃𝑉𝑀
𝑚 = 𝑅𝑇

Realizando a análise dimensional da equação da massa:

𝑚
⎡ 𝑘𝑔. 𝑠² ⎤.[𝑚³].⎡ 𝑘𝑔 ⎤ 𝑘𝑔.𝑚.𝑚³.𝑘𝑔 𝑘𝑔.𝑚²
⎢ 𝑚² ⎥ ⎣ 𝑚𝑜𝑙 ⎦ ⎡ ⎤ [𝑘𝑔]⎡ 𝑠².𝑚𝑜𝑙 ⎤
⎣ ⎦ ⎣ 𝑚².𝑠².𝑚𝑜𝑙 ⎦ ⎣ ⎦
𝑚 = 𝑚 → 𝑘𝑔.𝑚².𝐾 → 𝑘𝑔.𝑚²
⎡ 𝑘𝑔. 𝑠² ⎤.[𝐾] ⎡ 𝑚𝑜𝑙.𝐾.𝑠² ⎤ ⎡ 𝑠².𝑚𝑜𝑙 ⎤
⎢ 𝑚𝑜𝑙.𝐾 ⎥ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎣ ⎦
𝑚 = [𝑘𝑔]
Os valores de P, V e T para A e B são dados no enunciado, R é a constante geral
dos gases e tem valor de 8,314 J/mol.K e, a massa molar do ar (M) é 28,97.10^-3 kg/mol,
que pode ser encontrada através da tabela A-1 do autor Yunus A. Çengel:

Sendo assim, para a região A, temos:

𝑃𝐴𝑉𝐴𝑀 210×10³×1,5×28,97×10
−3
𝑚𝐴 = 𝑅𝑇𝐴
→ 8,314×320
≃ 4, 43004

𝑚 ≃ 3, 43 𝑘𝑔

E, para a região B:

𝑃𝐵𝑉𝐵𝑀 6
1,1×10 ×1,5×28,97×10
−3
𝑚𝐵 = 𝑅𝑇𝐵
→ 8,314×970
≃ 5, 92722

𝑚 ≃ 5, 92 𝑘𝑔

Uma vez retirada a trava do pistão, o sistema entrará em equilíbrio, onde tanto a
temperatura, quanto a pressão em ambas as regiões serão iguais, além de não haver mais
troca de calor e de trabalho (Q = 0 e W = 0).

Para determinar a temperatura teremos que encontrá-la por meio da energia interna
do sistema final. A energia interna pode ser determinada pela primeira lei da termodinâmica:

𝑄 = 𝑚 (𝑢2 − 𝑢1) + 𝑊

Considerando a condição de estado final, tem-se o sistema em equilíbrio, sendo


assim:

0 = 𝑚 (𝑢2 − 𝑢1) + 0

𝑢1
𝑢2 = 𝑚

Expandindo a energia interna do sistema inicial (𝑢1), que se dá pela soma do estado
A e B e a massa do sistema, temos que:
𝑢1𝐴 × 𝑚𝐴 + 𝑢1𝐵× 𝑚𝐵
𝑢2 = 𝑚𝐴 + 𝑚𝐵

Observando a tabela A-17 do Çengel, obtivemos os seguintes valores para energia


interna das regiões A e B ( e ) do sistema inicial:

𝑘𝐽
𝑢1𝐴 = 228, 42 𝑘𝑔
para a T = 320 K

𝑘𝐽
𝑢1𝐵 = 733, 50 𝑘𝑔
para a T = 970 K

Substituindo os valores na equação da energia interna final:

228,42 × 3,430 + 733,50 × 5,927


𝑢2 = 3,430 + 5,927

𝑘𝐽
𝑢2 = 548, 35 𝑘𝑔

Utilizando esse valor na energia interna final na tabela A-17 do Çengel, concluímos
que a temperatura final é

𝑇𝑓 = 745, 88 𝐾

A partir da temperatura final, é possível aplicar novamente a equação geral dos


gases para os parâmetros finais e, assim, determinar a pressão final do sistema:

𝑚𝑓 𝑚𝑓𝑅𝑇𝑓
𝑃𝑓𝑉𝑓 = 𝑛𝑅𝑇𝑓 → 𝑃𝑓𝑉𝑓 = 𝑀
𝑅𝑇𝑓 → 𝑃𝑓 = 𝑀𝑉𝑓

Substituindo os valores, temos que:

(3,430+5,927)×8,314×745,88
𝑃𝑓 = −3
28,97×10 ×(1,5+1,5)

𝑃𝑓 ≃ 667 𝑘𝑃𝑎

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