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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT


UNIDADE ACADÊMICA DE FÍSICA – UAF
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE ÓPTICA, ELETRCIDADE E
MAGNETISMO

CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA

Autor: Gabriel Nazario Gonçalves (*)

Matrícula: 121110419

Curso: Engenharia Elétrica Turma: 06

Professor: Pedro Luiz do Nascimento

*gabriel.goncalves@estudante.ufcg.edu.br

CAMPINA GRANDE – PB

2022
Índice
1. Introdução ..................................................................................................................5
1.1 Objetivo geral ......................................................................................................6
2. Material utilizado........................................................................................................6
3. Procedimento experimental.........................................................................................6
4. Dados coletados ...........................................................................................................7
5. Conclusão....................................................................................................................9
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1. Introdução
O campo magnético terrestre assemelha-se a um dipolo magnético com seus polos
próximos aos polos geográficos da Terra. Uma linha imaginária traçada entre os polos sul
e norte magnéticos apresenta uma inclinação de aproximadamente 11,3° relativa ao eixo
de rotação da Terra. A teoria do dínamo é a mais aceita para explicar a origem do campo.
Um campo magnético, genericamente, se estende infinitamente. Um campo magnético
vai se tornando mais fraco com o aumento da distância a sua fonte. O campo magnético
da Terra circula e atravessa toda superfície de maneira razoavelmente parecida com o
campo produzido por um dipolo. Halliday estabelece uma relação entre os polos
magnéticos e terrestres da Terra:
Note que o polo norte magnético é, na realidade, um polo sul do dipolo que representa
o campo da Terra. O eixo magnético está aproximadamente na metade entre o eixo de
rotação de rotação e a normal ao plano da órbita da Terra” HALLIDAY (2004) pg.268.
Assim, é possível compreender que o campo magnético da Terra faz com que o planeta
se assemelhe a um grande e forte imã, sob a influência do seu campo natural e de campos
artificiais gerados em seu interior.
É conhecido que uma bússola se alinha à direção do campo magnético existente
naquela região. Em laboratório, se for gerado um campo magnético nas proximidades da
bússola, ela não se alinhará mais somente de acordo com o campo magnético da Terra,
mas sim de acordo com o campo resultante entre o da Terra e o gerado artificialmente. É
possível fazer, então, a esquematização da figura 1:

Figura 1 – Bussola sobre a influência do campo magnético terrestre e de um campo artificial

A figura (a) representa o alinhamento da bússola segundo somente à presença do


campo magnético terrestre. A figura (b) representa um campo resultante Br devido à
interação entre os campos terrestre Bh e artificial Ba, com um determinado ângulo 0.
Como a direção do campo magnético resultante depende de Bh e Ba, é possível variar
a direção do ponteiro da bússola uma vez variando o valor de Ba.
O campo Ba será gerado por um arranjo composto por duas bobinas de Helmholtz. O
valor do campo gerado pelas duas bobinas é dado por:
𝑀 ∗ 𝜇0 ∗ 𝑅 2 ∗ 𝐼0 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡 𝑀 ∗ 𝜇0 ∗ 𝑅 2 ∗ 𝐼0 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜔𝑡
𝐵= 3 + 3
2(𝑅2 + 𝑋²)2 2(𝑅 2 + (𝑅 − 𝑋)²)2
Onde Xé a distância horizontal entre a origem do eixo de referência e um ponto
qualquer no mesmo eixo.
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Para o caso do experimento de campo magnético da Terra, se utilizará X = R/2. Assim,


a equação acima toma a forma,
𝑀 ∗ 𝜇0 ∗ 𝐼𝑅𝑀𝑆
𝐵= 3 = 𝐵𝑎
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(4) 𝑅
o qual Ba é o campo artificial
Agora, voltando à figura (b), podemos afirmar que,
𝐵𝑟 = 𝐵𝑎 + 𝐵ℎ
E também,
|𝐵𝑎| 𝐵𝑎
𝑡𝑔𝜃 = → 𝐵ℎ =
|𝐵ℎ| 𝑡𝑔𝜃
Assim, quando = 45°, teremos que Bh = Ba. Conhecido o valor de Ba para 45°, podemos
determinar o valor do campo magnético terrestre.

1.1 Objetivo geral


O presente experimento tem como principal objetivo determinar a componente
horizontal do campo da Terra utilizando o campo magnético do arranjo de Helmholtz,
que consiste em um par de bobinas de raio R., onde a distância entre seus centros é igual
ao raio.
2. Material utilizado
Par de bobinas de Helmholtz; Fonte de tensão; Multímetro digital; Base de suporte;
Braçadeira de ângulo; Cabos; Bússola; Suporte para bússola; Potenciômetro.

3. Procedimento experimental
Inicialmente montou-se o experimento segundo a figura 2, alinhando o conjunto de
bobina de Helmholtz e a bússola, de modo que o ponteiro da bússola indique a posição
Norte-Sul

Figura 2 - Montagem do experimento

A corrente foi variada em intervalos de 5 mA para observar as deflexões no ponteiro


da bússola, ou seja, as variações de ângulo desse ponteiro. O procedimento foi repetido 3
vezes para que pudesse ser obtida uma média dos resultados, minimizando assim erros
sistemáticos e de observação. Os resultados obtidos foram anotados na tabela I.
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4. Dados coletados
Tabela I
I (mA) 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Θ (º) 7,5 14 22 32 40 47,5 52,5 59 63 67,5 70
Θ (º) 7,5 15 24 32.5 40 48 55 60 66 68 72,5
Θ (º ) 7,5 15 24,8 30,5 40 47,5 54 59 65 68 72
Θ ( media) 7,5 14,67 23,6 31,67 40 47,67 53,83 59,33 64,67 67,83 71,5

Com os valores medidos foi possível notar que a força magnética se dá para baixo
quando a corrente também está para baixo, sendo os valores positivos.

Gráfico em 𝜽xI

Do gráfico temos:
𝑡𝑔𝜃 = 𝑚 ∗ 𝐼
Em que m é a inclinação da reta definida pelo parâmetro A do gráfico.
Da Lei de Biot-Savart, sabe-se que:
𝜇0 ∗ 𝑖𝑑𝑙⃗ 𝑥 𝑟̂
𝑑𝐵𝑎 =
4𝜋𝑟²

Calculando o campo magnético no centro da bobina através da expressão acima,


calcularemos inicialmente para apenas um dos lados de uma espira, e seja a o tamanho da
metade do lado da espira quadrada:
𝑎
𝜇0 ∗ 𝑖 𝑑𝑥 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝐵𝑎 = ∗ ∫ 2
4𝜋 𝑎 + 𝑥²
−𝑎

Usando a correlação entre e, r e x conhecida da trigonometria do problema,


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chega-se a:
𝑎
𝜇0 ∗ 𝑖 ∗ 𝑎 𝑑𝑥
𝐵𝑎 = ∗ ∫ 3
4𝜋
−𝑎 (𝑎2 + 𝑥²)2

Usando uma transformação trigonométrica da forma x=tg𝜃, é possível chegar a:


45º
𝜇0 ∗ 𝑖 √ 2 ∗ 𝜇0 ∗ 𝑖
𝐵𝑎 = ∗ ∫ 𝑐𝑜𝑠𝜃 ∗ 𝑑𝜃 → 𝐵𝑎 =
4𝜋 ∗ 𝑎 4𝜋 ∗ 𝑎
−45º

Logo, sabendo que a bobina tem 4 lados iguais e que passam 8 espiras ao total, o fator
acima encontrado pode ser multiplicado por 32 para obter-se o campo magnético
produzido pela bobina na bússola (centro da bobina), cuja direção já é conhecida:
8√2 ∗ 𝜇0 ∗ 𝑖
𝐵𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎 =
𝜋∗𝑎

Fazendo uma comparação com o arranjo que existe entre o campo da bobina e o campo
magnético da Terra:

𝐵𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎
𝑡𝑔𝜃 =
𝐵𝑇𝑒𝑟𝑟𝑎
Logo,
𝐵𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎
𝐵𝑇𝑒𝑟𝑟𝑎 =
𝑡𝑔𝜃
Sabendo o valor de BBobina, que pode ser calculando como mostrado acima, calcula-se
por meio da equação obtida pelo gráfico qual o valor da corrente satisfaz tg𝜃 = 1, ou seja,
BBobina =BTerra.
Para essa situação:
8√2 ∗ 𝜇0 ∗ 𝐼
𝐵𝑇𝑒𝑟𝑟𝑎 = 𝐵𝑏𝑜𝑏𝑖𝑛𝑎 =
𝜋∗𝑎
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5. Conclusão
A partir do presente experimento foi possível observar como medir o campo magnético
da Terra a partir de um campo magnético artificial conhecido de uma bobina. Com isso,
é possível perceber que as teorias que regem as relações entre diferentes campos
magnéticos superpostos permitem analisar grandezas que parecem impossíveis de
calcular de maneira simplificada. Essa é uma maneira relativamente eficaz e prática de
poder medir e analisar as grandezas magnéticas que muitas vezes são mais difíceis de
compreender por serem mais difíceis de visualizar.
Os erros obtidos não foram tão grandes observando pela perspectiva de que esta
experiência é muito susceptível a influências externas e erros de leitura e observação, uma
vez que a bússola é extremamente sensível a variações de interferências externas, como
impactos no ambiente e vento. Ainda assim, o resultado é satisfatório e razoavelmente
próximo do valor teórico calculado previamente, uma vez que o experimento não foi feito
de maneira a se esperar uma precisão extrema.

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