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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE


DEPARTAMENTO DE FÍSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE FÍSICA MODERNA I

JOÃO VICTOR AZEVEDO GONÇALVES - 21950569


ALEXSANDER RUY LIMA PASSOS - 21950568

RELATÓRIO: ESPALHAMENTO DE COMPTON

Relatório apresentado para obtenção da sexta


nota parcial na disciplina de Laboratório de
Fı́sica Moderna I. Solicitado pelo professor Ha-
roldo de Almeida Guerreiro.

Manaus-AM
2023
Sumário
1 INTRODUÇÃO 2

2 ESPALHAMENTO DE COMPTON 3
2.1 TEORIA DO ESPALHAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 6
3.1 TRATAMENTO DE DADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

4 CONCLUSÃO 7

5 REFERÊNCIAS 8

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1 INTRODUÇÃO
O efeito Compton é um fenômeno importante da fı́sica quântica que ocorre quando
um fóton (partı́cula de luz) colide com um elétron livre em um átomo. Nesse processo,
o fóton perde parte de sua energia e muda sua direção, enquanto o elétron é expulso do
átomo com uma quantidade de energia igual à diferença entre a energia do fóton antes e
depois da colisão.
Esse efeito foi descoberto pelo fı́sico americano Arthur Compton em 1923 e é um dos
principais mecanismos pelos quais a radiação ionizante interage com a matéria. Ele é
importante em diversas áreas da fı́sica, como a radioterapia, a espectroscopia de raios X
e a fı́sica de partı́culas.
O efeito Compton é uma consequência da dualidade onda-partı́cula da luz e do com-
portamento quântico dos elétrons. Seu estudo contribuiu significativamente para o desen-
volvimento da fı́sica moderna e é um exemplo da aplicação da teoria quântica em situações
cotidianas.

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2 ESPALHAMENTO DE COMPTON
O efeito Compton é um fenômeno fı́sico que ocorre quando um fóton colide com um
elétron em um átomo, causando uma mudança na energia e direção do fóton. Esse efeito
é uma das evidências da natureza ondulatória e corpuscular da luz, e tem engenharia
importantes em áreas como a fı́sica nuclear e a medicina.
O efeito Compton é explicado pela teoria da relatividade eletromagnética de Albert
Einstein, que descreve a luz como uma onda eletromagnética composta por chamadas de
fótons de partı́culas. Quando um fóton colide com um elétron em um átomo, ele transfere
parte de sua energia para o elétron, causando sua emissão ou ionização. Ao mesmo tempo,
o fóton perde parte de sua energia e muda sua direção, sofrendo um desvio angular em
relação à sua trajetória original. Observe a figura que ilustra esse fato:

Figura 1: Colisão de um fóton e um elétron de um átomo

A quantidade de energia perdida pelo fóton e a magnitude do desvio angular dependem


da energia inicial do fóton e do ângulo de espalhamento. Esses pontos podem ser infinitos
usando as leis de conservação da energia e do momento, que descrevem a transferência de
energia e momento entre os indivı́duos envolvidos. Por conservação da energia, haveria
então uma diminuição da energia do fóton. A nı́vel ondulatório, ocorreria portanto uma
diminuição da freqüência, ou ainda, um aumento do comprimento de onda. Observe o
diagrama abaixo:

Figura 2: Diagrama do Espalhamento de Compton

Compton realizou um experimento cujos os raios X de energia inicial definida eram


espalhados por um alvo de carbono, o comprimento de onda dos raios espalhados por um

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dado ângulo θ, medido em relação à direção incidente, era determinado utilizando-se a
difração de Bragg:

Figura 3: Esquema do experimento de Compton

Os resultados dos experimentos indicaram que, para qualquer direção de observação


que não seja a direção do feixe incidente, o espectro de raios X espalhados exibia duas li-
nhas, uma de comprimento de onda igual ao dos raios incidentes e a outra de comprimento
de onda maior. A diferença de comprimento de onda entre as duas linhas, aumentava com
o ângulo de espalhamento.

2.1 TEORIA DO ESPALHAMENTO


Para Compton o espalhamento se dá devido a uma colisão entre um fóton de raio X e
um elétron do material alvo; devido a grande diferença entre as energias cinéticas do fóton
e do elétron, devemos desprezar essas energias e tratar o elétron como livre e inicialmente
em repouso; a energia e o momentum linear são conservativas durante todo o processo de
colisão; devemos utilizar a cinemática Einsteiniana.
Para Albert Einstein, a velocidade de uma partı́cula é proveniente da energia total E
e do seu momentum linear p:
pc2
v= (1)
E
Para uma partı́cula que se desloca a velocidade da luz, como é o caso do fóton, segue:

E γ = pγ c (2)

Que por sua vez a nı́vel ondulatório:


hν h
pγ = = (3)
c λ
Em que λ é o comprimento de onda.
Adotando uma partı́cula massiva como o elétron, cuja massa de repouso denotamos
por me , a relação entre momentum e energia total:
p
Ee = pe 2 c2 + me 2 c4 (4)

4
A cinemática da colisão está representada na figura abaixo:

Figura 4: Representação da colisão

A conservação de energia e momentum é fundamental para entender esse fenômeno.


Antes da colisão, a energia total do sistema é dada pela soma da energia do fóton incidente
e da energia cinética do elétron livre. A quantidade de momentum total do sistema é igual
à quantidade de momentum do fóton incidente, uma vez que o elétron está em repouso.
Durante a colisão, parte da energia do fóton é apresentada para o elétron, gerou em
um fóton de menor energia e um elétron com energia cinética. No entanto, a quantidade
total de energia e impulso do sistema deve permanecer constante.
Portanto, depois da colisão, a energia total do sistema é dada pela soma da energia
do fóton disperso e da energia cinética do elétron. A quantidade total de momentum
do sistema é a soma das quantidades de momentum do fóton disperso e do elétron. A
conservação de energia e momentum exige que a energia e momentum antes e depois da
colisão sejam iguais.
Na notação vetorial:
p⃗γ = p⃗γ ′ + p⃗e ′ (5)
p′2 ⃗γ − p⃗γ ′ )2 = pγ 2 + p′2
e = (p ⃗γ · p⃗′γ =
γ − 2p

pγ 2 + p′2 ′
γ − 2pγ pγ cos θ (6)
Que pela conservação da energia:

Eγ + me c2 = Eγ′ + Ee′ (7)

Ee′2 = (Eγ − Eγ′ + me c2 )2 (8)


Usando as equações (1) e (2, temos:

p′2 2 2 4 ′ 2 2
e c + me c = (pγ c − pγ c + me c ) (9)

Desenvolvendo o lado direito desta equação e efetuando algumas simplificações, obtem-se:

p′2 2 ′2 ′ ′
e = pγ + pγ − 2pγ pγ + 2(pγ − pγ )me c (10)

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Subtraindo a equação (10) da equação (6) e dividindo por 2, chegamos a

0 = pγ p′γ (1 − cos θ) − (pγ − p′γ )me c (11)

Conseguimos assim eliminar o momentum final do elétron das equações de conservação,


obtendo, para um dado momentum inicial do fóton (ou seja, uma dada energia), uma
relação entre o momentum final do fóton e o ângulo de espalhamento. Dividindo pelo
produto dos momenta e reorganizando os termos, podemos re-escrever esta relação na
forma
1 1 1

− = (1 − cos θ) (12)
pγ pγ me c
Multiplicando as esqueções (12) e (3), temos por fim:

h
λ′ − λ = (1 − cos θ) (13)
me c

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 TRATAMENTO DE DADOS
Sabendo que um fóton gama do Cs-137 tem 661, 7KeV determine o valor da energia
do fóton espalhado (scattered) numa interação tipo Compton com um elétron do detetor
se este fóton espalhou num ângulo de θ = 180º .

E = hν (14)
c
c = νλ → ν = (15)
λ
Logo, a energia de um fóton é:
hc
E= (16)
λ
Substituindo a eq.(16) an eq.(13)

hc hc h

− = (1 − cos θ) (17)
E E mc
E
E′ = e (18)
1+ (1 − cos θ)
mc2
Substituindo os valores, temos então que:

E ′ ≃ 184, 33keV (19)

Podemos usar E−E ′ para calcular a energia no Compton: E−E ′ = (661, 7−184, 33)keV =
477, 37keV
Observando o gráfico a seguir, é possı́vel observar os dois picos de energia calculados
anteriormente.

6
Figura 5: Gráfico

4 CONCLUSÃO
O efeito Compton é um fenômeno fundamental da fı́sica que ocorre quando um fóton
colide com um elétron em um material. Esse processo resulta na mudança na direção
e na energia do fóton, e é um importante fenômeno observado na interação de radiação
eletromagnética com a matéria.
A compreensão do efeito Compton é fundamental para entender a natureza dos raios
X, bem como outras formas de radiação eletromagnética. Além disso, o efeito Compton
tem muitas aplicações práticas, incluindo a espectroscopia de raios X, a radioterapia e a
tomografia computadorizada.
Ao longo dos anos, os pesquisadores estudaram o efeito Compton em detalhes, pro-
curando entender melhor suas aulas teóricas e práticas. Com isso, muitos modelos foram
experimentados para explicar o comportamento da radiação eletromagnética no processo
de colisão com elétrons.
Hoje, o efeito Compton continua sendo uma área de pesquisa ativa em fı́sica e engenha-
ria, com novas aplicações e descobertas sendo feitas regularmente. Compreender o efeito
Compton é fundamental para avanços futuros em muitas áreas da ciência e tecnologia,
incluindo a medicina, a ciência dos materiais e a fı́sica fundamental.

7
5 REFERÊNCIAS
[1] Compton, AH (1923). Uma teoria quântica da dispersão de raios X por elementos
leves. Physical Review, 21(5), 483-502.

[2] Taylor, Jr. (2005). Uma Introdução à Análise de Erros: O Estudo das Incertezas em
Medidas Fı́sicas (2ª ed.). Livros de Ciências Universitárias.

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