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Turma: PS7A Grupo: A Data: 27/04/2002

Nome: Guilherme Vaz Moreira


Nome: Cauã Daniel Marra Aguiar Pinto

Determinação da Componente Horizontal do Campo Magnético da Terra

Objetivo
Obter o valor da componente horizontal do campo magnético da Terra.

Método
Para realização do experimento, utilizamos: uma bússola; bobinas de Helmholtz; um
multímetro (na função amperímetro); um resistor de 27Ω; uma fonte de corrente contínua; um
suporte de madeira para a bússola; quatro fios; e uma trena.
Primeiramente, medimos com a trena a menor distância entre as partes internas Rint e as
externas Rext das bobinas, uma vez que a distância entre as bobinas deve ser igual ao seu raio R.
Com as medidas Rint e Rext, realizamos uma média aritmética, obtendo uma aproximação do raio
R das bobinas. Portanto,

𝑅𝑒𝑥𝑡 +𝑅𝑖𝑛𝑡 𝛥𝑅𝑒𝑥𝑡 2 +𝛥𝑅𝑖𝑛𝑡 2


𝑅= e 𝛥𝑅 = √ .
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Prossegue-se o experimento ajustando as bobinas, de modo que o campo magnético


criado nelas aponte perpendicularmente à direção do campo magnético da Terra. Para isso,
colocamos o suporte entre as bobinas e a bússola sobre ela, observamos a direção que a agulha da
bússola apontava (Sul-Norte) e deixamos o eixo que passa pelo centro das bobinas apontando
perpendicularmente à direção da agulha, ou seja, Leste-Oeste.
Em seguida, preparamos o circuito adequadamente, utilizando a fonte, a resistência, o
multímetro, as bobinas de Helmholtz e os quatro fios. Assim, obtemos (com o amperímetro)
valores de correntes I, para determinados ângulos θ de deslocamento da agulha da bússola (com
sua própria graduação) em relação à sua posição inicial. Para isso, ligamos a fonte e alteramos
sua tensão, a fim de adquirirmos determinados ângulos específicos, para os quais marcávamos o
respectivo valor de corrente identificado no amperímetro, no mesmo momento.
Com os dados de corrente I para cada ângulo θ de deslocamento da agulha da bússola, é
possível utilizar um programa de computador e a equação
𝐵𝑇ℎ 8 𝜇0 𝑁
𝐼= . 𝑡𝑔(𝜃) onde 𝐶 = 5√5 .
𝐶 𝑅

para a realizar um gráfico, onde as coordenadas dos seus pontos correspondem aos valores de I,
no eixo das ordenadas, para cada valor de tg(θ), no eixo das abscissas. Assim, é possível, através
de um ajuste linear do gráfico de I x tg(θ), obter a sua inclinação e, por fim, o valor da componente
horizontal do campo magnético da Terra BTh.
É importante destacar que, a mesa sobre a qual se apoiaram os instrumentos possuía uma
base de metal por toda a área abaixo dela, o que acarretou em uma grande interferência nos
resultados obtidos, pela criação de campos magnéticos perturbadores. Era notável que a agulha
da bússola não apontava para uma direção definida durante o processo de obtenção dos resultados.
Assim, a cada medição de um determinado ângulo θ da agulha da bússola, um resultado diferente
de corrente I era adquirido no amperímetro.

Resultados
Tabela 1. Valor obtido para o raio da bobina em metros com sua respectiva incerteza.

R(m)
Medida Raio Interno 0,074 +/- 0,001
Medida Raio Externo 0,117 +/- 0,001
Valor Médio 0,096 +/- 0,001

Tabela 2. Valores das correntes elétricas com a respectiva variação angular da bússola.

I(mA)(2%) 𝜃(º) (+/-1)


6,92 20
11,6 40
14,35 55
24 65
27,48 70
49,2 80

Figura 1. Gráfico da corrente elétrica em função da variação de ângulo da bússola.

Valor obtido para o campo magnético da Terra e sua respectiva incerteza:


𝐵𝑡 = (15,1 ± 0,8)𝜇𝑇
Discussão
Inicialmente, mostrou-se necessário medir o valor médio do raio das bobinas utilizadas
no experimento, os valores foram esquematizados na Tabela 1 para que posteriormente fossem
utilizados nos cálculos. Em seguida, foi possível perceber em bancada de teste que muitos objetos
ao redor do experimento influenciavam no resultado obtido. Nesse sentido, escolheu-se a melhor
posição para o conjunto bobina + bússola de maneira a reduzir os efeitos de campos magnéticos
gerados por equipamentos alheios. Ainda que em um posicionamento favorável, a sensibilidade
do experimento é crítica e estruturas metálicas como a mesa utilizada e componentes eletrônicos
(a exemplo de computadores e celulares) ainda influenciaram demasiadamente nos resultados
adquiridos, aumentando o erro relativo.
Desse modo, com os dados tratados, exibidos na Tabela 2, elaboramos o gráfico da Figura
1, que permite prever o comportamento da variação do ponteiro da bússola por conta da corrente
elétrica, através de uma regressão linear. Os dados obtidos em bancada de teste foram
consolidados com o auxílio do multímetro para a corrente elétrica e da graduação embutida na
bússola em graus. Vale ressaltar que, para construção do gráfico, é necessário converter os
ângulos em radianos e, em seguida, obter os valores de suas respectivas tangentes, isso porque a
relação entre a corrente e o campo magnético se dá por essa função trigonométrica.
Após isso, com o valor do coeficiente angular obtido na regressão linear (Figura 1),
consolidou-se, através dos cálculos exibidos no Anexo, o valor do campo magnético horizontal
da Terra. Dessa forma, para obter o campo magnético vertical da Terra seria necessário um
equipamento que mostrasse a variação do campo verticalmente.

Conclusão
Por fim, com o resultado de (15,1+/- 0,8) μT, percebe-se que a imprecisão, advinda dos
campos magnéticos perturbadores no laboratório, influenciaram fortemente na obtenção de um
resultado conclusivo, uma vez que o módulo do campo magnético da Terra tem um valor que
ronda os 20 μT aos 60 μT. Apesar disso, não podemos considerar o valor adquirido um absurdo,
pois, além de estar na casa dos microteslas (μT), não sabemos o valor exato da componente
vertical ou do módulo do campo magnético na UFMG, para que, assim, seja possível realizarmos
uma comparação. Concluímos, portanto, que apesar de uma elevada imprecisão, consequente dos
diversos objetos metálicos no laboratório, além das incertezas que se somam durante o processo
de obtenção dos resultados, ainda adquirimos um valor razoável para a componente horizontal do
campo magnético da Terra, por não ser um valor que foge da casa dos microteslas e não temos
outros resultados que possam nos auxiliares na comparação.
Anexo

⚫ Cálculos para obtenção de 𝐵𝑡 :


𝐵𝑡 𝐵𝑡
𝑌 = 𝐴𝑋 + 𝐵 → 𝐼 = 𝑡𝑔(𝜃) → = 𝐴; 𝐴 = 8 ⋅ 10−3
𝐶 𝐶
8(𝜇0𝑁) 𝑇𝑚
𝐶= ;𝑁 = 200; 𝜇0 = 1,26. 10−6 ;𝑅 = 0,0955𝑚;
5√5𝑅 𝐴

8 ⋅ 10−3 (8 ⋅ 1,26 ⋅ 10−6 ⋅ 200)


𝐵𝑡 = 8 ⋅ 10−3 𝐶 → → 𝐵𝑡 = 15,1𝜇𝑇
5√5 ⋅ 0,0955

⚫ Cálculos para obtenção da incerteza de 𝐵𝑡 :

𝜕𝐵𝑡 2 𝜕𝐵𝑡 2
𝐵𝑡 = 𝐴 ⋅ 𝐶 → ∆𝐵𝑡 = √(( ) (∆𝐴)2 + ( ) (∆𝐶)2 )
𝜕𝐴 𝜕𝐶

𝜕𝐶 2 𝑇
∆𝐶 = √(( ) (∆𝑅)2 ) → √((0,02)2 (0,001) 2 ) = 0,04𝜇
𝜕𝑅 𝐴

∆𝐵𝑡 = √((𝐶)2 (0,4 ⋅ 10−3 )2 + (𝐴)2 (0,04 ⋅ 10−6 )2 ) →

√((1898 ⋅ 10−6 )2 (0,4 ⋅ 10−3 )2 + (8 ⋅ 10−3 )2 (0,04 ⋅ 10−6 )2 ) 0,8𝜇𝑇

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