Campo Magnético da Terra

Saul R. Schuster, Ariane Farias – Turma 32 –

Laboratório de Física III– Departamento de Física
Universidade Federal de Santa Maria
e-mail: saul.schuster@acad.ufsm.br, ariane.farias@acad.ufsm.br

Resumo. O objetivo deste experimento é realizar a mensuração da intensidade do campo

magnético horizontal da Terra experimentalmente. Para isso, foi utilizado um par de bobinas de
Helmholtz gerando um segundo campo magnético perpendicular ao campo da Terra, usando-se
uma bússola a fim de indicar a orientação do campo magnético resultante. Por decomposição de
vetores pode-se estimar a intensidade da componente horizontal do campo magnético da Terra .

Palavras chave: campo magnético terrestre, campo magnético adicional, bobina de Helmholtz.

Então, desta forma, é possível determinar o

Introdução
Sabe-se que a orientação de uma bússola é
dada pelo campo magnético terrestre. Porém, caso
haja a existência de algum campo magnético
adicional, essa orientação poderá ser modificada de
forma que a soma vetorial dos campos será a nova
orientação da bússola.
Os campos magnéticos podem ser produzidos
através de partículas eletricamente carregadas como
uma corrente elétrica em um fio, resultando em um
eletroímã. Também é possível utilizar partículas
elementares que possuem campo magnético
intrínseco. Porém, visto que o experimento visa
encontrar o campo magnético da Terra, a ideia seria
adicionar um campo magnético externo
perpendicularmente ao da Terra e observar através
da bússola as mudanças de orientação, sabendo que
correntes elétricas são fontes de campo magnético e
a orientação do campo será sempre perpendicular à
corrente que o gera.
Quando uma carga 𝑞 se move com velocidade
𝑣, a carga móvel acaba produzindo um campo
magnético 𝐵 no espaço. Já quando um arranjo de
bobinas de Helmholtz, quando posicionado tende a
criar um campo magnético BB horizontal e
perpendicular à componente horizontal do campo
magnético da Terra BT.
Para realizar o cálculo deste campo magnético,
utiliza-se a equação 1:
µ𝑜 𝑖 𝑁
𝐵 = (equação 1)
2𝑅
Onde:
B = campo magnético;
−7
µ𝑜 = 4π. 10 𝑇. 𝑚/𝐴;
i = corrente elétrica;
N = Nº de espirais;
R = raio da espiral.
campo magnético de forma experimental pela lei de
Ampère.
A correlação entre BT. e BB pode ser definida
pela equação 2
𝐵𝐵
𝑇𝑎𝑛𝑔θ = 𝐵𝑇
(equação 2)
Onde:
BB = campo magnético da bobina;
BT = campo magnético da Terra;
θ = ângulo da bússola.
Procedimento Experimental
Para realizar o experimento, foi necessário os
seguintes materiais:
- Duas espirais (bobinas) com entrada de
corrente (a menor com 14 voltas e a maior
com 154 voltas);
- Multímetro;
- Bússola;
- Fonte de tensão contínua;
- Pino banana e jacaré
Para dar início ao procedimento, foi necessário
conectar a bobina menor à fonte de tensão contínua
com o auxílio de um multímetro, o qual operou
como amperímetro. A bússola foi posicionada
cuidadosamente no centro da bobina, com a agulha
em paralelo ao eixo da bobina . Vale ressaltar que
dados como quantidade de voltas da bobina e
diâmetro foram coletados.
Após os materiais já posicionados, foi ligado a
fonte de tensão e, com a geração do campo
magnético adicional, a agulha da bússola sofreu
movimentações proporcionais ao aumento da
corrente. Desta forma, foi-se aumentando em
aproximadamente 20 em 20 mA na corrente até que
obtivesse 5 resultados de ângulos diferentes.
Com a coleta de dados finalizada, foi invertido
os pinos positivo e negativo, de forma que a
orientação da bússola resultou em ângulos opostos
aos anteriores. Também foi coletado 5 resultados de
ângulos diferentes de 20 em 20 mA. O mesmo Tabela 4 - Descarga da bobina grande
procedimento repetiu-se para a maior bobina. i (mA) θ (°) tang (θ) Bb

Resultados e Discussão 0 0 0 0
0,023 30 0,58 1,17E-05
Após a realização do experimento, foi possível 1,00 2,04E-05
0,04 45
obter-se os valores da corrente elétrica (i) e do
ângulo de desvio da bússola (θ), podendo-se assim 0,059 55 1,43 3,00E-05
calcular os valores do campo magnético produzido 0,078 60 1,73 3,97E-05
pela bobina (BB), equação X, e tan(θ). Os valores
0,1 65 2,14 5,09E-05
obtidos e calculados, assim como os seus
respectivos gráficos, podem ser encontrados abaixo, 0,12 67 2,36 6,11E-05
tanto para a carga, quanto para a descarga da bobina
grande e pequena. Gráfico 1 - Carga da bobina pequena

Tabela 1 - Carga da bobina pequena

i (mA) θ (°) tang (θ) Bb
0 0 0 0
19 6 0,11 5,86E-06
39,3 10 0,18 1,21E-05
63,5 16 0,29 1,96E-05
83 22 0,40 2,56E-05
99,3 28 0,53 3,06E-05
130 38 0,78 4,01E-05
Gráfico 2 - Descarga da bobina pequena
Tabela 2 - Descarga da bobina pequena
i (mA) θ (°) tang (θ) Bb
0 0 0 0
22,5 6 0,11 6,94E-06
37,8 10 0,18 1,17E-05
56,5 16 0,29 1,74E-05
80 24 0,45 2,47E-05
103,8 30 0,58 3,20E-05
121,8 36 0,73 3,76E-05
Gráfico 3 - Carga da bobina grande
Tabela 3 - Carga da bobina grande
i (mA) θ (°) tang (θ) Bb
0 0 0 0
0,018 30 0,58 9,17E-06
0,039 50 1,19 1,99E-05
0,058 60 1,73 2,95E-05
0,079 70 2,75 4,02E-05
0,098 75 3,73 4,99E-05
0,122 80 5,67 6,21E-05
 Gráfico 4 - Descarga da bobina grande

Por fim, através do coeficiente angular da

equação da reta, obteve-se os seguintes valores
experimentais para o campo magnético da terra.

Tabela 5 - Valores do Campo Magnético da Terra

Valor do Campo
Bobina Experimento
Magnético (μT)
Carga 49,40
Pequena
Descarga 49,30
Carga 10,20
Grande
Descarga 27,30

Conclusão
Conclui-se, portanto, que o experimento foi
bem sucedido, visto que 3 dos 4 valores de campo
magnético terrestre encontrados estão de acordo
com o valor da literatura, 20 - 60 μT. O valor da
carga da bobina grande, 10,20 μT, provavelmente
está fora da faixa esperada devido a erros humanos
durante a realização do experimento e por causa de
interferência de outros campos magnéticos gerados
por eletrônicos, como celulares, notebooks e cabos,
que estavam presentes no local.

Referências

Campo Magnético da Terra. Física UFMG, 2018.

Disponível em:
https://www.fisica.ufmg.br/ciclo-basico/wp-content/
uploads/sites/4/2020/05/Campo_manetico_da_Terra
.pdf . Acesso em 26 de dezembro de 2022.