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Física Experimental – 01/2022 – Turma 05

Experimento 5 - Força Magnética


05/07/2022
Grupo 06
Participantes:
Hanani – 18/0101897
Paula Elayne – 19/0094206
Sandro Muniz – 16/0018056

Introdução:
A Força magnética é uma espécie de força que age entre materiais ferromagnéticos,
cuja atuação independe desses materiais estarem ou não em contato, tal como a força
gravitacional. Podendo ser de atração ou repulsão.
A região do espaço na qual um determinado corpo fica sujeito a ação de forças de
origem magnética, chamamos de Campo Magnético. Tal campo sempre possui tanto uma
direção quanto uma magnitude, sendo portanto um campo vetorial.
O ímã cria o campo magnético, da mesma forma como é a carga elétrica e a massa
que, respectivamente, criam os campos elétrico e gravitacional. A força do ímã é representada
pelo seu momento magnético, m; para magnetos simples, m aponta na direção de uma linha
desenhada do polo sul ao polo norte do magneto.

Figura 1 - Linhas de indução em um imã¹

Como observamos na figura 1, em um ímã, as linhas de indução partem dos vetores


de indução magnética e dirigem-se do polo norte para o polo sul.
No experimento em questão, estudaremos a relação entre campos magnéticos e
segmentos conduzindo corrente elétrica. Sempre que uma carga é posta sobre influência de
um campo magnético, esta sofre uma interação que pode alterar seu movimento.
Quando um condutor é submetido a um campo magnético perpendicular à direção da
corrente elétrica, uma diferença de potencial surge nas laterais desse condutor (transversal ao
fluxo de corrente) na presença desse campo magnético. Essa diferença de potencial
chamamos tensão de Hall. O efeito Hall existe em qualquer material condutor, no entanto, em
materiais semicondutores ele é mais intenso.

Figura 2 - Diagrama do Efeito Hall. (1-Elétrons; 2-Sensor Hall; 3-Imãs; 4-Campo Magnético;
5-Fonte)²

A figura 2 ilustra o efeito Hall. No primeiro quadro, o sensor Hall recebe uma carga
negativa na extremidade superior (azul), e uma positiva na extremidade inferior (vermelha).
Nos dois quadros seguintes, tanto a corrente elétrica ou o campo magnético são revertidos,
causando a polarização reversa. Invertendo ambas, corrente e campo magnético, no último
quadro, faz com que o elemento Hall novamente assuma a carga negativa na extremidade
superior.

Objetivo:
Utilizar os princípios do Efeito Hall para determinar o valor de campos magnéticos,
estudar sua interação com segmentos que conduzem corrente elétrica e observar como cada
parâmetro da fórmula FM=B∗i∗L∗sin (θ) influencia na força magnética, com B sendo o
campo, i a corrente elétrica que passa no circuito, L o comprimento do fio pelo qual se passa
a corrente e θ o ângulo entre o campo e a força.
Materiais:

● Núcleo de ferro em forma de U;


● 1 par de blocos polares retangulares;
● 2 bobinas (máximo 4A);
● 1 balança;
● 4 espiras retangulares de lados 12,5; 15; 50 e 100mm;
● 2 fitas metálicas;
● 2 fontes de tensão/corrente (máximo 5A);
● 2 amperímetros;
● 2 tripés;
● 1 teslâmetro com sonda Hall;
● Cabos para conexão;
● Régua e transferidor.

Procedimentos:
1. Resposta do campo à corrente de enrolamento
Na primeira etapa do experimento, os valores de campo magnético (B) foram
mapeados para cada corrente no circuito de enrolamento das bobinas (𝑖𝐵), que geram
o campo magnético. Primeiramente, os blocos polares foram posicionados a uma
distância de aproximadamente 1 cm. A fonte de correntes nas bobinas foi ligada e a
sonda Hall foi posicionada verticalmente entre os blocos. O grupo então variou a
corrente no enrolamento de 0 a 2A, anotando os valores de campo magnéticos
mostrados no teslâmetro para cada intervalo de corrente. Um gráfico de 𝑖𝐵 vs B foi
construído e obteve-se uma equação para a curva resultante. O procedimento foi
repetido, e, dessa vez, posicionando os blocos polares a uma distância de
aproximadamente 4 cm, obtendo-se outra regressão.

2. Força magnética e corrente na espira


Na parte 2, o grupo inicialmente utilizou a balança para determinar o peso da
primeira espira de 12,5 mm de lado, para a corrente do enrolamento (𝑖𝐵) e corrente na
espira (𝑖𝐿) iguais a zero. A corrente 𝑖𝐵 foi ajustada para fornecer um valor fixo de 2 A
e, em seguida, a corrente 𝑖𝐿 variada de 0 a 5A, anotando o valor do peso aparente para
cada intervalo de corrente. O grupo construiu um gráfico de 𝑖𝐿 vs F, verificando a
relação entre as duas grandezas. O procedimento foi repetido para as outras espiras
com lados de 25, 50 e 100mm.
3. Força magnética e campo magnético
Na parte 3, inicialmente foi medido o peso da espira de L = 100mm, com
ausência de corrente. O grupo fixou um valor de corrente para 𝑖𝐿 e variou o valor de 𝑖𝐵
de 0 a 2A, anotando o peso aparente para cada valor de corrente. Um gráfico de 𝑖𝐵 vs
F foi construído para estimar o comportamento com relação ao campo magnético B. O
procedimento foi repetido para L = 50mm e o mesmo valor de 𝑖𝐿.
4. Dependência angular
Na parte 4, o ângulo do núcleo de ferro (θ) foi gradativamente variado, de
forma que houvesse uma diferença de peso a cada variação, assim, para cada ângulo,
a massa de equilíbrio foi anotada e calculou-se o peso aparente, depois foi possível
obter a força magnética com essas informações. Em seguida, foi possível construir um
gráfico relacionando o seno do ângulo com a variação da força magnética, e observar
a influência deste parâmetro.

Resultados e Análise:
1. Resposta do campo à corrente de enrolamento
Para a distância de 1 cm entre os blocos polares, obteve-se a tabela 1 e o
respectivo gráfico apresentado na figura 3:

Tabela 1 - Campo magnético e corrente de enrolamento para distância de 1 cm.


Corrente 𝑖𝐵(A) Campo magnético (mT)

0 0,01

0,681 -33,7

1,123 -60,5

1,599 -73,2

2,149 -106
Figura 3 - Gráfico campo magnético x corrente de enrolamento - distância de 1 cm.

Para a distância de 4 cm entre os blocos polares, obteve-se a tabela 2 abaixo e


o respectivo gráfico apresentado na figura 4:

Tabela 2 - Campo magnético e corrente de enrolamento para distância de 4 cm.


Corrente 𝑖𝐵(A) Campo magnético (mT)

0 0,01

0,681 -4,5

1,088 -6,8

1,697 -17,9

2,182 -24,3
Figura 4 - Gráfico campo magnético x corrente de enrolamento - distância de 4 cm.

Observamos ao analisar os dados dos gráficos e das tabelas, vemos que há uma taxa de
crescimento e esse aumento acontece pois ao diminuir a distância entre as bobinas faz com que a força
magnética cresça.
Ao comparar os dois espaçamentos empregados, observamos que para um mesmo aumento de
corrente o campo magnético medido entre os espaçamento de 1 cm foi maior do que para 4 cm, isso
porque quanto mais próximo os dois blocos, mais intenso é o campo magnético e as linhas de campo
magnético estarão mais próximas uma das outras, assim tendo maior intensidade de campo magnético.
Já para o de 4 cm a intensidade do campo foi menor e as linhas de campo estavam mais espaçadas
entre si.

2. Força magnética e corrente na espira


Com o objetivo de verificar a influência da corrente na força magnética (𝐹𝑀),
𝑖𝐵 foi fixada em 2 A (medida relacionada ao campo magnético no experimento), e,
para se obter os diferentes pesos foi usada a fórmula:

2
𝑃 = 𝑚. 𝑔, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑔 = 9, 81 𝑚/𝑠

Além disso, o peso sem a interferência do sistema 𝑃0 foi utilizado como


parâmetro para determinar a força magnética. Quando o sistema era submetido à uma
corrente 𝑖𝐿, controlada pelo grupo, a balança era tirada do equilíbrio e o obtinha-se
uma nova massa, e por consequência, um novo peso, sendo esse o peso aparente (𝑃𝐴),
já que ele estava sob influência da força magnética. Assim, foi usada a fórmula: 𝐹𝑀=
𝑃0 − 𝑃𝐴 para atingir o objetivo de se obter o módulo da força magnética.
Os resultados obtidos para as espiras de 12,5, 25, 50 e 100 mm estão
dispostos nas tabelas 3,4,5 e 6, respectivamente. As tabelas são seguidas pelos
gráficos correspondentes aos dados de cada uma das espiras, de tal forma que as
figuras 5,6,7 e 8 correspondem às espiras de 12,5; 25; 50 e 100 mm, respectivamente.

Tabela 3 - Corrente na espira, massa aparente, peso aparente e força magnética para espira de
12,5 mm com 𝑃0 = 0, 2996 𝑁.

Corrente 𝑖𝐿(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 30,54 0,2996 0

1,5 30,01 0,2944 0,0052

2 29,9 0,2933 0,0063

3 29,48 0,2892 0,0104

4 28,57 0,2802 0,0193

5 27,35 0,2683 0,0313

Figura 5 - Gráfico força magnética x corrente na espira - L = 12,5 mm.


Tabela 4 - Corrente na espira, massa aparente, peso aparente e força magnética para espira de
25 mm com 𝑃0 = 0, 3431 𝑁.

Corrente 𝑖𝐿(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 34,98 0,3431 0

1,5 34,87 0,3421 0,0011

2,5 34,75 0,3409 0,0023

3 34,72 0,3406 0,0026

4 34,60 0,3394 0,0037

5 34,56 0,3390 0,0041

Figura 6 - Gráfico força magnética x corrente na espira - L = 25 mm.

Tabela 5 - Corrente na espira, massa aparente, peso aparente e força magnética para espira de
50 mm com 𝑃0 = 0, 3883 𝑁.

Corrente 𝑖𝐿(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 39,58 0,3883 0

1 40,15 0,3939 0,0056


2 40,90 0,4012 0,0129

3 41,64 0,4085 0,0202

4 42,17 0,4137 0,0254

5 42,20 0,4140 0,0257

Figura 7 - Gráfico força magnética x corrente na espira - L = 50 mm.

Tabela 6 - Corrente na espira, massa aparente, peso aparente e força magnética para espira de
100 mm com 𝑃0 = 0, 3919 𝑁.

Corrente 𝑖𝐿(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 39,95 0,3919 0

1 42,08 0,4128 0,0209

2 43,44 0,4261 0,0342

3 44,73 0,4388 0,0469

4 45,89 0,4502 0,0583

5 46,74 0,4585 0,0666


Figura 8 - Gráfico força magnética x corrente na espira - L = 100 mm.

Vemos que a corrente de partículas carregada experimenta uma força defletora na


presença de um campo magnético, isso é observado pois a variação da massa da espira
medida pela a balança que após equilibrada determinamos o valor dessa força magnética.
Dependendo do sentido da corrente elétrica a força terá um sentido e o do nosso experimento
foi para baixo, pois a massa da espira aumentou com podemos ver nos gráficos.

3. Força magnética e campo magnético

Com corrente 𝑖𝐿fixa igual a 2 A, o grupo mediu os pesos aparentes. As


fórmulas de peso aparente e força magnética apresentadas anteriormente foram mais
uma vez utilizadas para obter os resultados apresentados nas tabelas 7 e 8 e nas
figuras 9 e 10 , correspondentes às espiras de 50 e 100 mm, respectivamente.

Tabela 7 - Corrente no enrolamento, massa aparente, peso aparente e força magnética para
espira de 100 mm com 𝑃0 = 0, 3913 𝑁.

Corrente 𝑖𝐵(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 39,89 0,3913 0

0,4 40,55 0,3978 0,0064

0,74 41,02 0,4024 0,0111

1,69 42,67 0,4186 0,0273


1,8 42,88 0,4206 0,0293

Figura 9 - Gráfico força magnética x corrente no enrolamento da bobina - L = 100 mm.

Tabela 8 - Corrente no enrolamento, massa aparente, peso aparente e força magnética para
espira de 50 mm com 𝑃0 = 0, 3776 𝑁.

Corrente 𝑖𝐵(A) Massa aparente Peso aparente (N) Força magnética


(*10
−3
Kg) (N)

0 38,49 0,3776 0

0,52 38,82 0,3808 0,0032

1,04 39,15 0,3841 0,0065

1,40 39,47 0,3872 0,0096

1,92 39,64 0,3889 0,0113


Figura 10 - Gráfico força magnética x corrente no enrolamento da bobina - L = 50 mm.

O comportamento da força magnética com relação ao campo magnético é o mesmo


com relação à corrente do enrolamento da bobina, quando se aumenta a intensidade de
corrente, aumenta-se o campo magnético e aumenta a força magnética na espira. Observamos
pelos dois gráficos que quanto maior for o comprimento da espira para uma mesma variação
de corrente na bobina, a força magnética possui intensidade maior pois as linhas de campo
estão menos concentradas.

4. Dependência angular
Para essa parte, o grupo usou a espira de 25 mm de lado e fixou 𝑖𝐿 = 5 A e 𝑖𝐵
= 2 A, buscando dessa maneira manter a corrente real e o campo magnético
constantes, o sistema de bobinas foi rotacionado em relação ao seu próprio eixo e,
com a ajuda de um transferidor, foi possível controlar a angulação do sistema e ver a
influência do seno do ângulo na força. Além disso, se tem também a informação do
peso real da espira de 𝑃0= 0,3047 N .

Tabela 9 - Ângulo entre o vetor campo magnético e o vetor na direção definida pelo segmento
da espira imerso no campo, seno do ângulo, massa aparente, peso aparente e força magnética
para espira de 25 mm com 𝑃0 = 0, 3047 𝑁.

Ângulo (θ°) sen (θ) Massa aparente Peso aparente Força


(*10
−3
Kg) (N) magnética (N)

0 0 31,06 0,3047 0

45 0,7071 31,59 0,3099 0,0052


60 0,8660 32,29 0,3168 0,0121

75 0,9660 32,34 0,3172 0,0126

90 1 32,43 0,3181 0,0134

Figura 11 - Gráfico força magnética x seno do ângulo entre o vetor campo magnético e o
vetor na direção definida pelo segmento da espira imerso no campo - L = 25 mm.

Quando o ângulo entre o vetor campo magnético e vetor na direção definida pelo segmento da
espira é igual a 90°, vemos pelo gráfico que o sen(90°) é igual a 1. Nos outros ângulos, a força é
menor sendo nula quando a corrente se move em paralelo às linhas de campo.
Podemos concluir que através do gráfico acima, que conforme se aumentava o ângulo entre o
vetor campo magnético e o vetor na direção definida pelo segmento da espira, e a força magnética
aumenta de forma gradativa.

Conclusão:
Neste experimento foram analisados vários parâmetros diferentes, dentre eles o
campo magnético, corrente elétrica e ângulos, onde eles foram relacionados a algumas
variações de força magnética. De acordo com os experimentos feitos, pudemos analisar que o
efeito Hall tem uma influência significativa no potencial de um determinado condutor, e
pudemos provar também que a fórmula 𝐹𝑚 = 𝐵 * 𝑖 * 𝐿 * 𝑆𝑒𝑛(θ), pois em cada uma das
etapas houve uma mudança e a forma como a força foi sendo alterada também auxiliou nisso,
provando que a fórmula utilizada é aplicável ao experimento.

Bibliografia:
O trabalho teve como embasamento o uso do material “Experimento 4 - Força Magnética”
disponível no ambiente Aprender3 da turma.
¹Site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico, consultado em 05/07/2022.
²Site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Hall, consultado em 05/07/2022.

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