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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISPLINAR DE CARAÚBAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Carlos Ernane Bezerra de Morais


Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira

Relatório de Laboratório de Eletricidade e Magnetismo

Caraúbas
2022
Carlos Ernane Bezerra de Morais
Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira

Relatório de Laboratório de Eletricidade e Magnetismo

Relatório de Laboratório de Eletricidade e


Magnetismo apresentado ao Curso de
Bacharelado em Ciência e Tecnologia, do
Departamento de Ciência e Tecnologia da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido,
como requisito de avaliação para a primeira
unidade da disciplina de Laboratório de
Eletricidade e Magnetismo ministrada pelo
professor Dr. Mackson Mateus Franca
Nepomuceno.

Caraúbas
2022
INTRODUÇÃO
A física é uma ciência que consta do estudo dos fenômenos naturais e
propriedades da matéria, com base nisso, ela nos permite ter uma
compreensão melhor do que muitas vezes acontece no nosso dia a dia. Dentre
os vários desenvolvimentos tecnológicos provindos da Física pode-se
perceber que o eletromagnetismo foi o conhecimento que mais impactou a
sociedade, pois o mesmo deixou para trás ideias singulares sobre o senso
comum e ajudou em grandes revoluções.
Uma das grandes revoluções que o eletromagnetismo foi responsável
foi o de motores elétricos, muito usual em diversas situações e presentes em
diversos eletrodomésticos como geladeira, máquina de lavar, ventiladores,
entre outros. Essas máquinas são capazes de converter energia elétrica em
energia mecânica, dessa forma trazendo grandes facilidades para a
humanidade, pois o mesmo possui uma fácil construção e fácil adaptação [1].
Quando falamos em motores elétricos, podemos separa-los em três
grandes grupos, esses grupos são classificados de acordo com o sentido do
fluxo de elétrons que se movem neles, ou seja, podemos classifica-los de
acordo com a corrente elétrica que esses motores utilizam. Dessa maneira os
motores elétricos podem ser de corrente alternada (CA), de corrente contínua
(CC) e motores universais (CA e CC) que são aqueles que usam os dois tipos
de corrente elétrica [1].
Para o experimento realizado, o motor montado utilizava uma corrente
contínua, cujo seu funcionamento se dá pelo fluxo de elétrons percorrendo um
único sentido, ou seja, do polo negativo para o positivo. Além disso, utilizou-se
do magnetismo para fazer o mesmo funcionar. Seu funcionamento se dava por
uma corrente elétrica que passava por uma bobina condutora dessa forma
criando um campo magnético. Como a bobina era plana seu comportamento
era de um dipolo magnético e como havia presença de um campo magnético
externo gerado por um ímã a mesma sofria um torque, pois o momento de
dipolo magnético sempre tendia a se alinhar com o campo magnético externo,
dessa forma fazendo com que o mesmo funcionasse.
PROBLEMA
Sabemos que motores elétricos são a base para o funcionamento de
diversos equipamentos utilizados no cotidiano. Este possui característica de
transformar energia elétrica em energia mecânica. Ao submeter uma bobina
percorrida por uma corrente a um campo magnético externo gerado por um
ímã a mesma tende a rotacionar, porque isso acontece? Quando a polaridade
do ímã é mudada porque a bobina muda seu sentido de rotação? De que forma
pode ser feita a análise do comportamento do campo magnético de uma bobina
quando a mesma é submetida a um campo magnético externo?

REFERENCIAL TEÓRICO
A fim de compreender melhor o funcionamento de um motor de corrente
contínua é necessário conhecer alguns conceitos de eletricidade e
magnetismo. Sabemos que toda matéria é constituída de partículas, estas são
denominadas prótons, nêutrons e elétrons e estas também são denominadas
de cargas elétricas. A eletricidade é um conjunto de fenômenos que ocorre
devido a movimentação ou desiquilíbrio dessas cargas elétricas. Quando
elétrons se movimentam de forma ordenada, estes produzem uma corrente
elétrica que é estabelecida devida a uma diferença de potencial que um corpo
é submetido [2]. Correntes elétricas geram campos magnéticos e, ao passar
por um material condutor como um fio de cobre o mesmo estará produzindo
um campo magnético ao seu redor. O mesmo acontece quando uma corrente
percorre uma bobina, ou seja, haverá um campo magnético associado a bobina.

Campo Magnético e Força Magnética


O campo magnético é uma região do espaço onde as cargas elétricas
estão sobre ação de uma força magnética que pode mudar sua trajetória [3].
Podemos descrever as interações magnéticas do seguinte modo: cargas
móveis ou correntes elétricas criam campos magnéticos em suas vizinhanças.
O campo magnético exerce uma força sobre qualquer outra corrente ou carga
que se mova no interior do campo [4]. Assim, como o campo elétrico, o campo
magnético trata-se de uma grandeza vetorial associada a cada ponto do
espaço. A expressão que define o campo magnético é a seguinte;
𝐹𝐵
𝐵= (1)
|𝑞|𝑣
Onde
B: é o campo magnético;
FB: é a força magnética;
q: é a carga elétrica;
v: é a velocidade.
A unidade de campo magnético no SI é Tesla, representado pela letra T. Na
forma vetorial a Eq.1 se torna a seguinte:
𝐹⃗𝐵 = 𝑞𝑣⃗ × 𝐵
⃗⃗ (2)

Assim, a força magnética que age sobre a partícula é igual a carga


multiplicada pelo produto vetorial da velocidade pelo campo magnético [5]. O
produto vetorial da Eq. 2 fornece a orientação da força magnética, logo, de
acordo com a regra da mão direita podemos determinar o sentido da força
magnética. A figura 1 mostra como devemos utilizar a regra da mão direita para
determinar o sentindo da força magnética.

Figura 1 – regra da mão direita para determinar orientação de FB

Fonte: Halliday; Resnick (pág 444)

⃗⃗ temos que estender a mão em 𝑣⃗ e


Como o produto vetorial é 𝑣⃗ × 𝐵
⃗⃗. O polegar diz a orientação da força magnética.
fechar em 𝐵
Em termos de módulo podemos escrever a Eq. 2 da seguinte forma;
𝐹𝐵 = 𝑞𝑣𝐵 sin(𝜃) (3)

Onde 𝜃 é o ângulo entre a velocidade e o campo magnético. Com base na Eq.


3 podemos observar que a força magnética é proporcional ao produto da carga
e da velocidade, dessa forma, se a carga é zero ou está parada a força
magnética vai ser zero. Também podemos observar que se o ângulo 𝜃 entre a
velocidade e o campo magnético for 0 ou 180, ou seja, paralela e antiparalela
a força magnética é nula, no entanto, se o ângulo 𝜃 entre a velocidade e o
campo for perpendicular a força magnética será máxima [5].

Torque
Como sabemos, um torque é uma grandeza vetorial associada as forças
que produzem rotações em um corpo. Quando uma bobina é submetida em
uma região de campo magnético externo a mesma tende a sofre um torque,
dessa forma ela se comporta como um dipolo magnético, onde o torque sobre
ela é dado pela seguinte expressão:
⃗⃗
𝜏⃗ = 𝜇⃗ × 𝐵 (4)

⃗⃗ o campo magnético da bobina.


𝜇⃗ é o momento de dipolo magnético e 𝐵
A direção de 𝜇⃗ é dada pela regra da mão direita. Assim, quando os dedos da
mão direita apontam na direção da corrente na bobina, o polegar estendido
aponta na direção de 𝜇⃗. A Figura 2 mostra o como se determina a direção e o
sentido do momento dipolar magnético sobre uma espira.

Figura 2 – regra da mão direita para determinar orientação de 𝜇⃗.

Fonte: Freedman; Young (pág 260)

O módulo do momento dipolar magnético pode ser dado por:


𝜇 = 𝑁ⅈ𝐴 (5)
Em que 𝑁 é o número de espiras da bobina, ⅈ é a corrente que passa
pela bobina e 𝐴 é a área das espiras da bobina.
Em termos de módulo a Eq. 4 pode ser escrita da seguinte forma:
𝜏 = 𝜇𝐵 sin 𝜃 (6)
Onde θ é o ângulo formado entre o momento de dipolo magnético e o
campo magnético.

Campo Magnético de uma Bobina plana


Considerando uma bobina com uma única espira circular transportando
corrente e calculando o campo apenas em pontos situados no eixo central
podemos determinar o campo magnético da mesma como a de um dipolo
magnético. Como a bobina é a composição de várias espiras podemos calcular
o campo magnético analisando uma espira e dessa forma determinar o campo
magnético de uma bobina. A Figura 3 abaixo mostra o perfil de uma espira
circular com uma corrente percorrendo a mesma. A figura também
esquematiza um ponto P situado no eixo central da espira a uma distância z
do plano da espira [5].

Figura 3 – Espira circular percorrida por uma corrente

Fonte: Halliday; Resnick (pág 537)

Assim, aplicando a Lei de Biot-Savard a um elemento de comprimento


ds situado na extremidade esquerda da espira podemos determinar o campo
magnético da mesma. De acordo com a lei de Biot-Savard e com auxílio da
⃗⃗ produzido no ponto
regra da mão direita, temos que o elemento de campo ⅆ𝐵
P pela corrente do elemento ds é perpendicular a 𝑟̂ e paralelo ao plano do
⃗⃗ em duas componentes como é
papel. Dessa forma, podemos decompor ⅆ𝐵
mostrado na figura 3. Onde ⅆ𝐵|| é paralelo ao eixo da espira e ⅆ𝐵⊥ é
perpendicular ao eixo da espira. Por simetria os elementos de campo ⅆ𝐵⊥ são
nulos, já os elementos de campo ⅆ𝐵|| se somam. Assim,
𝐵 = ∫ ⅆ𝐵|| (7)
Como a componente ⅆ𝐵|| = ⅆ𝐵 cos 𝛼 e de acordo com o triângulo
retângulo formado temos que cos 𝛼 = 𝑅/𝑟 e por Pitágoras 𝑟 2 = 𝑅 2 + 𝑍² ou 𝑟 =
(𝑅 2 + 𝑧 2 )1∕2, dessa maneira;
𝐵 = ∫ ⅆ𝐵|| = ∫ ⅆ𝐵𝑐𝑜𝑠𝛼
𝜇0 ⅈ ⅆ𝑠
Como ⅆ𝐵 = , temos
4𝜋𝑟²

𝜇0 ⅈ ⅆ𝑠 𝑅
𝐵=∫
4𝜋𝑟 2 𝑟
Observamos que o campo é uniforme, dessa forma a integral fica na
forma;
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋𝑟³
Como é uma bobina circular temos que os limites de integração é 0 e
2πR correspondendo ao comprimento de uma circunferência, assim
𝜇0 ⅈ𝑅 2𝜋𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋𝑟³ 0
Substituindo r na equação acima, temos;
2𝜋𝑅
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2 0
Como a integral é trivial, ou seja, integral de ds é s e usando o teorema
fundamental do cálculo, temos;
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ⋅ 2𝜋𝑅
4𝜋(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2
𝜇0 ⅈ𝑅²
𝐵=
2(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2
Tomando o limite de z >> R, temos
𝜇0 ⅈ𝑅²
𝐵=
2𝑧³
Multiplicando a expressão acima por π em cima e em baixo, temos;
𝜇0 ⅈ𝜋𝑅²
𝐵=
2𝜋𝑧³
Observamos que 𝜋𝑅² é a área de uma bobina circular, assim
𝜇0 ⅈ𝐴
𝐵=
2𝜋𝑧³
Generalizando a expressão acima para uma bobina de N espiras, temos
𝜇0 𝑁ⅈ𝐴
𝐵=
2𝜋𝑧³
Sabemos que 𝑁ⅈ𝐴 é a definição de momento dipolar magnético, logo
𝜇0 𝜇
𝐵= (8)
2𝜋𝑧³
⃗⃗ e 𝜇⃗ são paralelos podemos escrever a Eq.8 na forma vetorial,
Como 𝐵
dessa maneira temos;
𝜇0 𝜇⃗
𝐵= ⋅ (9)
2𝜋 𝑧³

Motor de Corrente Contínua


Os motores desempenham um papel importante na sociedade pois os
mesmos estão presente em diversos equipamentos utilizados no dia dia que
auxiliam em várias tarefas. Em um motor, o torque magnético atua sobre um
condutor que conduz corrente e a energia é convertida em energia mecânica.
Em um motor de corrente continua seu funcionamento se dá por um fluxo de
elétrons que percorre um único sentido, ou seja, a corrente elétrica é uma
corrente contínua. A Figura 4 mostra um exemplo de motor CC e também como
se dá seu funcionamento [4].

Figura 4 – Diagrama mostrando um motor de corrente contínua

Fonte: Freedman; Young (pág 245)

Podemos observar que a parte móvel do motor é o rotor, uma extensão


de fio formada por uma espira aberta e livre para girar em torno de um eixo. As
extremidades dos fios do rotor são ligadas a dois segmentos condutores, que
formam um comutador [4].
Na Figura 4.a cada um dos dois segmentos dos comutadores entra em
contato com um dos terminais, ou escovas, ligadas a um circuito externo que
inclui uma fonte fem. Isso produz uma corrente que entra no rotor pelo lado
esquerdo (em vermelho) e sai pelo direito (em azul) [4]. Assim, o rotor é uma
espira de corrente com momento dipolar magnético. Como o rotor está situado
entre os polos de um ímã permanente existe um campo magnético gerado por
esse ímã que exerce um torque sobre o rotor. De acordo com a figura 4.a o
torque faz o rotor girar em sentindo anti-horário, que consequentemente fará o
momento dipolar magnético se alinhar com o campo magnético gerado pelo
ímã. A Figura 4.b mostra o rotor girado em 90° a partir do seu estado inicial.
Se a corrente fosse constante, o rotor estaria em posição de equilíbrio, ou seja,
ele oscilaria em torno da orientação de 90°. No entanto, nessa situação o
comutador entra em ação, nesse instante, as duas escorvas estão em contato
direto com ambas as partes isolantes dos segmentos do comutador e nenhuma
corrente flui através do rotor, dessa forma o momento magnético é igual a zero.
Por inércia, o rotor continua a girar no sentido anti-horário e a corrente flui
novamente através do rotor, como mostra a Figura 4.c [4].
Embora a corrente esteja circulando em sentido contrário em relação
aos comutadores, o próprio rotor girou 180° e o momento dipolar magnético
possui a mesma direção e o mesmo sentido do campo magnético. Dessa forma,
o torque possui a mesma direção e o mesmo sentido da Figura 4.a. Por causa
do comutador a corrente se inverte a cada giro de 180°, de modo que o torque
sempre faz o rotor girar no sentido anti-horário. Assim, quando o motor “ganha
velocidade” o torque magnético médio é equilibrado por um torque oposto
produzido pela resistência do ar, pelo atrito nos mancais do motor e entre as
escovas e os segmentos do comutador [4].

Resistência elétrica
A resistência elétrica é a capacidade que um corpo tem de opor-se a
passagem de corrente elétrica. Dessa maneira, quando um corpo é submetido
a uma diferença de potencial ele passar a ser submetido por uma corrente
elétrica que nada mais é que o fluxo de elétrons se movendo de forma
orientada. Assim, quando os elétrons encontram dificuldades de se moverem
estes estão sendo submetidos a uma resistência elétrica.
Diferentes componentes elétricos submetidos a uma mesma tensão
apresentam correntes elétricas diferentes, pois resistem a passagem de
corrente elétrica de forma diferente. Esta propriedade é denominada de
resistência elétrica. A resistência pode ser calculada usando a seguinte
expressão;

𝑉
𝑅= (10)

Onde;
R: é a resistência
V: é a tensão ou ddp
i: é a corrente elétrica
No sistema internacional de unidade a resistência é medida em ohms
simbolizado pela letra grega ômega (Ω)

METODOLOGIA
A seguir serão descritos os materiais utilizados e o procedimento
experimental realizado no experimento motor de corrente contínua.
➢ Fonte de alimentação;
➢ Multímetro;
➢ Cabos conectores tipo banana e jacaré;
➢ Parquímetro;
➢ Bobina circular;
➢ Suporte metálico para bobina.

Procedimento experimental:
Primeiramente, com o auxílio do multímetro a resistência do conjunto
(suporte metálico e bobina circular) foi medida, para isso, a chave seletora do
multímetro foi colocada na posição de medir resistência onde se localiza com
o símbolo (Ω), um cabo preto com pontas tipo banana e jacaré foi usado, a
extremidade com a ponta tipo banana foi colocada no borne comum (COM) do
multímetro e outro cabo, dessa vez de cor vermelha com pontas tipo banana e
jacaré foi usado, a extremidade tipo banana foi colocada na porta de medir
resistência e em seguida um fio vermelho com conectores tipo banana foi
colocado no suporte metálico para medir a resistência do suporte. A Figura 5
abaixo mostra como o esquema foi montado e também a resistência do suporte
metálico.
Figura 5 – Resistencia do suporte metálico para bobina

Fonte: autoria própria

Com a resistência do suporte medida e anotada o próximo passo foi


medir a resistência da bobina circular, para isso utilizou-se o multímetro na
forma que estava e os cabos com extremidade tipo jacaré foi colocado nas
extremidades da bobina e o valor foi anotado. Posteriormente, com o auxílio
do parquímetro o diâmetro da bobina foi medido e anotado. Em seguida o
sistema (bobina + suporte metálico) foi montado. Utilizando dois cabos, um
vermelho com pontos tipo banana e outro preto também com pontas tipo
banana o sistema foi ligado. O cabo preto foi conectado ao borne negativo da
fonte de tensão e foi plugado em um borne do suporte metálico, já o cabo
vermelho foi conectado no borne positivo da fonte de tensão e foi plugado no
outro borne da fonte de tensão. Um ímã foi colocado no suporte de forma a
deixar a bobina entre o polo positivo e negativo do ímã, a fonte de tensão foi
ajustada para 1 v de tensão e com o auxílio de um lápis para dá um peteleco
na bobina o sistema foi acionado, após o sistema ser acionado o sentido em
que a bobina girava foi observado. A Figura 6 mostra o esquema montado para
que fosse possível o funcionamento do motor de corrente contínua.
Figura 6 – Motor CC montado e pronto pra ser acionado

Fonte: autoria própria

Com ajuda do paquímetro a distância Z entre a bobina e o ímã foi


medida e anotada. Por fim, os polos do ímã foram mudados o que
consequentemente mudou o sentido em que a bobina girava, a distância Z
dessa segunda situação foi a mesma.

OBJETIVOS
Objetivos Geral
Fazer um motor de corrente contínua utilizando uma bobina com um
campo magnético externo gerado por um imã e uma fonte de tensão gerando
uma corrente e consequentemente um campo magnético na bobina.
Objetivos Específico
➢ Estimar a corrente que circulava a bobina de acordo com sua resistência;
➢ Demonstrar o campo magnético de uma bobina;
➢ Averiguar se a bobina sofre um torque ao ser colocada em um campo
externo produzido por um ímã e qual a sua orientação ao mudar a
polaridade do imã;
➢ Determinar o campo magnético de uma bobina percorrida por uma
corrente em uma região de campo externo.
ANÁLISE DE DADOS
De início a resistência do conjunto Bobina + suporte metálico foi medida
e o valor correspondente foi anotado. O valor da resistência da bobina foi de
0,11 Ω e o valor da resistência do suporte metálico foi de 0,12 Ω, assim a
resistência total foi a soma das duas resistências.
𝑅 = 0,11Ω + 0,12Ω = 0,23Ω
Esse valor foi medido para estimar a corrente que passava pela bobina.
Usando a Eq. 10 podemos estimar a corrente, pois a tensão da fonte de tensão
foi de 1 V, portanto;
𝑉
ⅈ=
𝑅
1𝑉
ⅈ= = 4,35 𝐴
0,23 Ω

Com o auxílio do paquímetro o diâmetro da bobina foi medido e usando


a expressão da área do círculo podemos calcular a área da bobina já que a
mesma é circular. Dessa forma temos;
Diâmetroespira = 24 mm
Como o raio é 𝑟 = 𝐷/2 e usando a fórmula da área do círculo, temos
𝐴 = 𝜋𝑟 2
𝐴 = 𝜋(𝐷/2)2
A bobina usada era envolvida por 5 espiras, ou seja, o número de
espiras que formavam a bobina era de 5. Dessa forma, com a corrente
estimada, a área da bobina encontrada e o número de espiras que formavam
a espira, podemos determinar o momento dipolar magnético usando a Eq. 5,
assim
𝜇 = 𝑁ⅈ𝐴
𝜇 = 5 ⋅ 4,35𝐴 ⋅ 𝜋(24 ⋅ 10−3 𝑚/2)2
𝜇 = 9,84 ⋅ 10−3 𝐴𝑚²
Assim, observa-se que o momento de dipolo magnético é 9,84 ⋅
10−3 𝐴𝑚².
Com o momento dipolar magnético estabelecido podemos determinar o
campo magnético da bobina para as duas situações que foram impostas, ou
seja, o experimento consistiu em duas etapas. A primeira etapa o ímã estava
com o polo Norte para cima da bobina. A Figura 7 mostra o esquema de como
ficou o polo norte na primeira etapa.

Figura 7 – ímã com polo Norte para cima

Fonte: autoria própria

Percebemos que entre o centro da bobina até o ímã existe uma distância
associada. Dessa maneira utilizando a Eq. 8 podemos determinar o campo
magnético da bobina, assim;
𝜇0 𝜇
𝐵= ⋅
2𝜋 𝑧³
Observamos que z corresponde a distância do centro da bobina até o
ímã, ou seja, a distância em que, com a presença do campo externo gerado
por o ímã o motor começou a funcionar. Para essa situação a distância foi de
23,6 mm. Como 𝜇0 é uma constante de valor 4𝜋 ⋅ 10−7 𝑇𝑚/𝐴 e já conhecemos
o momento de dipolo associado a bobina podemos determinar o campo
magnético, dessa forma;
4𝜋 ⋅ 10−7 𝑇𝑚/𝐴 9,84 ⋅ 10−3 𝐴𝑚²
𝐵= ⋅
2𝜋 (23,6 ⋅ 10−3 𝑚)³
𝐵 = 0,15 ⋅ 10−3 𝑇 𝑜𝑢 0,15 𝑚𝑇
Para essa situação, em que o ímã se encontrava com o polo norte acima
da bobina como é mostrado na Figura 7 observamos que a bobina girava no
sentindo anti-horário quando era olhado do lado direito.
Já para a segunda etapa, ou seja, para a situação em que a polaridade
do imã era mudada observamos que a bobina mudou seu sentido de rotação,
dessa forma a mesma girava no sentido horário quando era olhada do lado
direito. O campo magnético era o mesmo já que a distância entre o centro da
bobina e o ímã era a mesma. A Figura 8 mostra como ficou esquematizado o
sistema.

Figura 8 – ímã com polo Sul para cima

Fonte: autoria própria

Dessa forma, percebemos que ao inverter os polos do ímã a bobina


tende a mudar seu sentindo de rotação, isso pode ser explicado por causa das
linhas de campo magnético do ímã, ou seja, as linhas de campo saem do polo
Norte e entram no polo Sul, dessa maneira, dependendo de como está o ímã
essas linhas de campo podem fazer a bobina mudar o seu sentido de rotação.

CONCLUSÃO
Diante do experimento realizado e a teoria estuda sobre motor de
corrente contínua, verificamos que os mesmos são de grande importância na
sociedade, pois, praticamente todos os dispositivos elétricos que realizam
alguma espécie de trabalho mecânico seguem o princípio de um motor elétrico.
Ao colocar uma bobina percorrida por uma corrente em meio a um campo
magnético externo gerado por um ímã, o mesmo tende a realizar um trabalho
mecânico, este princípio é caracterizado como o de um motor. Isso se dá pelo
fato da bobina se comportar como um dipolo magnético e assim o momento
dipolar magnético associado a mesma sempre tenta se alinhar com o campo
externo provocado pelo ímã. Ainda notamos que ao mudar a polaridade do ímã
o motor tende a mudar seu sentido de rotação devido as linhas de campos
magnético do ímã.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Tipos de motores elétricos: quais são eles e onde aplicá-los? Disponível em:
https://blog.kalatec.com.br/tipos-motores-eletricos/. Acesso em: 07 nov. 2022.

[2] HELERBROCK, Rafael. Eletricidade. Brasil Escola Disponível em: https://brasilesco-


la.uol.com.br/fisica/eletricidade.htm. Acesso em: 07 nov. 2022.

[3] HELERBROCK, Rafael. Campo Magnético. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/fisica/campo-magnetico.htm. Acesso em: 08 de nov. 2022.

[4] SEARS & ZEMANISK, YOUNG & FREEDMAM, Física III: Eletromagnetismo. 14. ed. Person,
2015.

[5] HALLIDAY, D. RESNICK, R. WALKER, J. Fundamentos da Física. 10. ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos Cientifico, 2016. V3.

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