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Caraúbas
2022
Carlos Ernane Bezerra de Morais
Luis Gustavo Ferreira Lopes
Saulo Gabryel Alves de Almeida
Rafael Gonçalves Diniz Sobreira
Caraúbas
2022
INTRODUÇÃO
A física é uma ciência que consta do estudo dos fenômenos naturais e
propriedades da matéria, com base nisso, ela nos permite ter uma
compreensão melhor do que muitas vezes acontece no nosso dia a dia. Dentre
os vários desenvolvimentos tecnológicos provindos da Física pode-se
perceber que o eletromagnetismo foi o conhecimento que mais impactou a
sociedade, pois o mesmo deixou para trás ideias singulares sobre o senso
comum e ajudou em grandes revoluções.
Uma das grandes revoluções que o eletromagnetismo foi responsável
foi o de motores elétricos, muito usual em diversas situações e presentes em
diversos eletrodomésticos como geladeira, máquina de lavar, ventiladores,
entre outros. Essas máquinas são capazes de converter energia elétrica em
energia mecânica, dessa forma trazendo grandes facilidades para a
humanidade, pois o mesmo possui uma fácil construção e fácil adaptação [1].
Quando falamos em motores elétricos, podemos separa-los em três
grandes grupos, esses grupos são classificados de acordo com o sentido do
fluxo de elétrons que se movem neles, ou seja, podemos classifica-los de
acordo com a corrente elétrica que esses motores utilizam. Dessa maneira os
motores elétricos podem ser de corrente alternada (CA), de corrente contínua
(CC) e motores universais (CA e CC) que são aqueles que usam os dois tipos
de corrente elétrica [1].
Para o experimento realizado, o motor montado utilizava uma corrente
contínua, cujo seu funcionamento se dá pelo fluxo de elétrons percorrendo um
único sentido, ou seja, do polo negativo para o positivo. Além disso, utilizou-se
do magnetismo para fazer o mesmo funcionar. Seu funcionamento se dava por
uma corrente elétrica que passava por uma bobina condutora dessa forma
criando um campo magnético. Como a bobina era plana seu comportamento
era de um dipolo magnético e como havia presença de um campo magnético
externo gerado por um ímã a mesma sofria um torque, pois o momento de
dipolo magnético sempre tendia a se alinhar com o campo magnético externo,
dessa forma fazendo com que o mesmo funcionasse.
PROBLEMA
Sabemos que motores elétricos são a base para o funcionamento de
diversos equipamentos utilizados no cotidiano. Este possui característica de
transformar energia elétrica em energia mecânica. Ao submeter uma bobina
percorrida por uma corrente a um campo magnético externo gerado por um
ímã a mesma tende a rotacionar, porque isso acontece? Quando a polaridade
do ímã é mudada porque a bobina muda seu sentido de rotação? De que forma
pode ser feita a análise do comportamento do campo magnético de uma bobina
quando a mesma é submetida a um campo magnético externo?
REFERENCIAL TEÓRICO
A fim de compreender melhor o funcionamento de um motor de corrente
contínua é necessário conhecer alguns conceitos de eletricidade e
magnetismo. Sabemos que toda matéria é constituída de partículas, estas são
denominadas prótons, nêutrons e elétrons e estas também são denominadas
de cargas elétricas. A eletricidade é um conjunto de fenômenos que ocorre
devido a movimentação ou desiquilíbrio dessas cargas elétricas. Quando
elétrons se movimentam de forma ordenada, estes produzem uma corrente
elétrica que é estabelecida devida a uma diferença de potencial que um corpo
é submetido [2]. Correntes elétricas geram campos magnéticos e, ao passar
por um material condutor como um fio de cobre o mesmo estará produzindo
um campo magnético ao seu redor. O mesmo acontece quando uma corrente
percorre uma bobina, ou seja, haverá um campo magnético associado a bobina.
Torque
Como sabemos, um torque é uma grandeza vetorial associada as forças
que produzem rotações em um corpo. Quando uma bobina é submetida em
uma região de campo magnético externo a mesma tende a sofre um torque,
dessa forma ela se comporta como um dipolo magnético, onde o torque sobre
ela é dado pela seguinte expressão:
⃗⃗
𝜏⃗ = 𝜇⃗ × 𝐵 (4)
𝜇0 ⅈ ⅆ𝑠 𝑅
𝐵=∫
4𝜋𝑟 2 𝑟
Observamos que o campo é uniforme, dessa forma a integral fica na
forma;
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋𝑟³
Como é uma bobina circular temos que os limites de integração é 0 e
2πR correspondendo ao comprimento de uma circunferência, assim
𝜇0 ⅈ𝑅 2𝜋𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋𝑟³ 0
Substituindo r na equação acima, temos;
2𝜋𝑅
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ∫ ⅆ𝑠
4𝜋(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2 0
Como a integral é trivial, ou seja, integral de ds é s e usando o teorema
fundamental do cálculo, temos;
𝜇0 ⅈ𝑅
𝐵= ⋅ 2𝜋𝑅
4𝜋(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2
𝜇0 ⅈ𝑅²
𝐵=
2(𝑅 2 + 𝑧 2 )3∕2
Tomando o limite de z >> R, temos
𝜇0 ⅈ𝑅²
𝐵=
2𝑧³
Multiplicando a expressão acima por π em cima e em baixo, temos;
𝜇0 ⅈ𝜋𝑅²
𝐵=
2𝜋𝑧³
Observamos que 𝜋𝑅² é a área de uma bobina circular, assim
𝜇0 ⅈ𝐴
𝐵=
2𝜋𝑧³
Generalizando a expressão acima para uma bobina de N espiras, temos
𝜇0 𝑁ⅈ𝐴
𝐵=
2𝜋𝑧³
Sabemos que 𝑁ⅈ𝐴 é a definição de momento dipolar magnético, logo
𝜇0 𝜇
𝐵= (8)
2𝜋𝑧³
⃗⃗ e 𝜇⃗ são paralelos podemos escrever a Eq.8 na forma vetorial,
Como 𝐵
dessa maneira temos;
𝜇0 𝜇⃗
𝐵= ⋅ (9)
2𝜋 𝑧³
Resistência elétrica
A resistência elétrica é a capacidade que um corpo tem de opor-se a
passagem de corrente elétrica. Dessa maneira, quando um corpo é submetido
a uma diferença de potencial ele passar a ser submetido por uma corrente
elétrica que nada mais é que o fluxo de elétrons se movendo de forma
orientada. Assim, quando os elétrons encontram dificuldades de se moverem
estes estão sendo submetidos a uma resistência elétrica.
Diferentes componentes elétricos submetidos a uma mesma tensão
apresentam correntes elétricas diferentes, pois resistem a passagem de
corrente elétrica de forma diferente. Esta propriedade é denominada de
resistência elétrica. A resistência pode ser calculada usando a seguinte
expressão;
𝑉
𝑅= (10)
ⅈ
Onde;
R: é a resistência
V: é a tensão ou ddp
i: é a corrente elétrica
No sistema internacional de unidade a resistência é medida em ohms
simbolizado pela letra grega ômega (Ω)
METODOLOGIA
A seguir serão descritos os materiais utilizados e o procedimento
experimental realizado no experimento motor de corrente contínua.
➢ Fonte de alimentação;
➢ Multímetro;
➢ Cabos conectores tipo banana e jacaré;
➢ Parquímetro;
➢ Bobina circular;
➢ Suporte metálico para bobina.
Procedimento experimental:
Primeiramente, com o auxílio do multímetro a resistência do conjunto
(suporte metálico e bobina circular) foi medida, para isso, a chave seletora do
multímetro foi colocada na posição de medir resistência onde se localiza com
o símbolo (Ω), um cabo preto com pontas tipo banana e jacaré foi usado, a
extremidade com a ponta tipo banana foi colocada no borne comum (COM) do
multímetro e outro cabo, dessa vez de cor vermelha com pontas tipo banana e
jacaré foi usado, a extremidade tipo banana foi colocada na porta de medir
resistência e em seguida um fio vermelho com conectores tipo banana foi
colocado no suporte metálico para medir a resistência do suporte. A Figura 5
abaixo mostra como o esquema foi montado e também a resistência do suporte
metálico.
Figura 5 – Resistencia do suporte metálico para bobina
OBJETIVOS
Objetivos Geral
Fazer um motor de corrente contínua utilizando uma bobina com um
campo magnético externo gerado por um imã e uma fonte de tensão gerando
uma corrente e consequentemente um campo magnético na bobina.
Objetivos Específico
➢ Estimar a corrente que circulava a bobina de acordo com sua resistência;
➢ Demonstrar o campo magnético de uma bobina;
➢ Averiguar se a bobina sofre um torque ao ser colocada em um campo
externo produzido por um ímã e qual a sua orientação ao mudar a
polaridade do imã;
➢ Determinar o campo magnético de uma bobina percorrida por uma
corrente em uma região de campo externo.
ANÁLISE DE DADOS
De início a resistência do conjunto Bobina + suporte metálico foi medida
e o valor correspondente foi anotado. O valor da resistência da bobina foi de
0,11 Ω e o valor da resistência do suporte metálico foi de 0,12 Ω, assim a
resistência total foi a soma das duas resistências.
𝑅 = 0,11Ω + 0,12Ω = 0,23Ω
Esse valor foi medido para estimar a corrente que passava pela bobina.
Usando a Eq. 10 podemos estimar a corrente, pois a tensão da fonte de tensão
foi de 1 V, portanto;
𝑉
ⅈ=
𝑅
1𝑉
ⅈ= = 4,35 𝐴
0,23 Ω
Percebemos que entre o centro da bobina até o ímã existe uma distância
associada. Dessa maneira utilizando a Eq. 8 podemos determinar o campo
magnético da bobina, assim;
𝜇0 𝜇
𝐵= ⋅
2𝜋 𝑧³
Observamos que z corresponde a distância do centro da bobina até o
ímã, ou seja, a distância em que, com a presença do campo externo gerado
por o ímã o motor começou a funcionar. Para essa situação a distância foi de
23,6 mm. Como 𝜇0 é uma constante de valor 4𝜋 ⋅ 10−7 𝑇𝑚/𝐴 e já conhecemos
o momento de dipolo associado a bobina podemos determinar o campo
magnético, dessa forma;
4𝜋 ⋅ 10−7 𝑇𝑚/𝐴 9,84 ⋅ 10−3 𝐴𝑚²
𝐵= ⋅
2𝜋 (23,6 ⋅ 10−3 𝑚)³
𝐵 = 0,15 ⋅ 10−3 𝑇 𝑜𝑢 0,15 𝑚𝑇
Para essa situação, em que o ímã se encontrava com o polo norte acima
da bobina como é mostrado na Figura 7 observamos que a bobina girava no
sentindo anti-horário quando era olhado do lado direito.
Já para a segunda etapa, ou seja, para a situação em que a polaridade
do imã era mudada observamos que a bobina mudou seu sentido de rotação,
dessa forma a mesma girava no sentido horário quando era olhada do lado
direito. O campo magnético era o mesmo já que a distância entre o centro da
bobina e o ímã era a mesma. A Figura 8 mostra como ficou esquematizado o
sistema.
CONCLUSÃO
Diante do experimento realizado e a teoria estuda sobre motor de
corrente contínua, verificamos que os mesmos são de grande importância na
sociedade, pois, praticamente todos os dispositivos elétricos que realizam
alguma espécie de trabalho mecânico seguem o princípio de um motor elétrico.
Ao colocar uma bobina percorrida por uma corrente em meio a um campo
magnético externo gerado por um ímã, o mesmo tende a realizar um trabalho
mecânico, este princípio é caracterizado como o de um motor. Isso se dá pelo
fato da bobina se comportar como um dipolo magnético e assim o momento
dipolar magnético associado a mesma sempre tenta se alinhar com o campo
externo provocado pelo ímã. Ainda notamos que ao mudar a polaridade do ímã
o motor tende a mudar seu sentido de rotação devido as linhas de campos
magnético do ímã.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Tipos de motores elétricos: quais são eles e onde aplicá-los? Disponível em:
https://blog.kalatec.com.br/tipos-motores-eletricos/. Acesso em: 07 nov. 2022.
[4] SEARS & ZEMANISK, YOUNG & FREEDMAM, Física III: Eletromagnetismo. 14. ed. Person,
2015.
[5] HALLIDAY, D. RESNICK, R. WALKER, J. Fundamentos da Física. 10. ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos Cientifico, 2016. V3.