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DESCRIÇÃO

Construção dos conceitos fundamentais e aplicações do campo magnético, da força de


Lorentz, do fluxo de campo magnético, da indutância e da Lei de Gauss da magnetostática na
moderna teoria eletrodinâmica clássica.

PROPÓSITO
Abordar os campos magnéticos estáticos, ou magnetostáticos, sua estrutura, seu
comportamento e suas fontes, a força de Lorentz, bem como o cálculo do campo magnético a
partir de correntes elétricas estáveis, a obtenção do valor da indutância de componentes
elétricos e a definição de mais uma das equações de Maxwell: a lei de Gauss da
Magnetostática.

PREPARAÇÃO
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Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos uma calculadora científica.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Identificar o campo magnético e a força de Lorentz

MÓDULO 2

Aplicar a Lei de Biot-Savart e a Lei de Ampère

MÓDULO 3

Calcular o fluxo de campo magnético, a indutância e a aplicação da Lei de Gauss da


magnetostática

INTRODUÇÃO
Os Campos magnéticos, com suas causas, estrutura e consequências, são um dos tópicos
mais pesquisados e estudados, tanto cientifica como tecnologicamente. 

São fundamentais à completa compreensão dos fenômenos eletromagnéticos, sendo aplicados


onde muitas vezes não imaginamos: desde a geração elétrica, passando pelas comunicações,
as novas tecnologias de materiais, transportes e máquinas, até a moderna eletrônica etc. E não
podemos esquecer dos fenômenos magnéticos da natureza. 

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Para compreender seus fundamentos e aplicações iniciais, precisamos conceituar o campo
magnético e a força de Lorentz. Também vamos analisar como obter e calcular o campo
magnético a partir das fontes de corrente elétrica. Vamos, ainda, conceituar e aplicar o fluxo de
campo magnético na obtenção da Indutância magnética e definir a segunda equação de
Maxwell, que é uma lei fundamental da Natureza, a Lei de Gauss da Magnetostática.

MAGNETOSTÁTICA

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MÓDULO 1

 Identificar o campo magnético e a força de Lorentz

O CAMPO MAGNÉTICO
Campos magnéticos são mediadores da Interação magnética a distância. À diferença do
fenômeno elétrico, não existe o equivalente magnético da carga elétrica. Não há “cargas
magnéticas”, chamados teoricamente de Monopolos Magnéticos.

Durante várias décadas, Paul M. Dirac idealizou e propôs a existência dos Monopolos
Magnéticos que, teoricamente, resolveriam a compreensão do valor do Quantum fundamental
da carga elétrica. Mas, infelizmente, nunca foi encontrado um único Monopolo Magnético em
quatro dimensões do espaço-tempo, apesar de algumas evidências em três dimensões
espaço-temporais, mas estes aplicam-se em fenômenos físicos superficiais como a
supercondutividade e materiais com características topológicas, que não trataremos aqui nem
são abrangidos pela teoria eletrodinâmica clássica.

Autor: GFHund/ Fonte: Wikimedia


 Paul M. Dirac

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QUATRO DIMENSÕES DO ESPAÇO-TEMPO

Três coordenadas espaciais + um tempo

TRÊS DIMENSÕES ESPAÇO-TEMPORAIS

Duas coordenadas espaciais + um tempo

 ATENÇÃO

Os campos magnéticos possuem estrutura completamente diferente dos campos elétricos,


não devendo ser confundidos com estes. Sua estrutura é rotacional, com linhas de campo
contínuas e fechadas.

Os campos eletrostáticos de cargas pontuais “nascem ou morrem” em cargas elétricas, que os


geram e detectam. Os campos magnetostáticos, por sua vez, têm trajetórias fechadas, numa
curva fechada, existindo inclusive dentro dos materiais magnéticos que os geram ou
circundando suas fontes de corrente elétrica, sempre em circulações fechadas, pois sua
estrutura é rotacional.

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Imagem do conjunto das Linhas de campo magnético de um imã natural interagindo com
limalha de ferro.

Diagrama da representação desse campo magnético mostrando que também há linhas de


campo magnético dentro dos materiais magnéticos em circulações fechadas.

 A Estrutura Rotacional do Campo Magnetostático de um Imã

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Se tomarmos um material magnético natural, um imã, e tentarmos separar supostos núcleos
magnéticos, chamados de polos magnéticos, quebrando o material cristalino, jamais
conseguiremos obter êxito, mesmo que chegássemos ao nível atômico.

Não existem, fisicamente, os Polos magnéticos Norte e Sul separados, sendo apenas uma
designação da convenção histórica de orientação das linhas de campo magnético.

Os polos magnéticos são apenas regiões do material onde as linhas de campo são mais
concentradas e o campo magnético mais intenso em magnitude. 

As linhas de campo magnetostático rotacionam em curvas fechadas e não são divergentes


como no caso eletrostático. Ou seja, as linhas de campo magnético seguem trajetórias
fechadas. 

 ATENÇÃO

Essa antiga confusão, errônea na interpretação, está na aparente semelhança com a estrutura
de campo do dipolo elétrico, que no passado foi confundida com a de campo magnético, mas
são campos de natureza completamente diferentes.

Repare nas duas figuras a seguir. À esquerda, estão representadas linhas de campo elétrico de
um dipolo elétrico. À direita, linhas de campo magnético de um imã natural. Note que as linhas
mais afastadas, em ambos os casos, são semelhantes nas trajetórias curvas nas duas figuras.
Mas no dipolo elétrico (figura à esquerda) entre as cargas elétricas, as linhas seguem no
sentido da carga de atributo positiva para a carga de atributo negativa. Já na figura à direita,
entre as extremidades do imã — as regiões chamadas de polos — o campo magnético de
linhas fechadas segue em sentido oposto ao das linhas do dipolo da figura à esquerda.

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Linhas de campo elétrico de um dipolo elétrico. As linhas seguem no sentido da carga de
atributo positiva para a carga de atributo negativa.

Linhas de campo magnético de um imã natural. Entre as extremidades do imã, as regiões


chamadas de polos, o campo magnético de linhas fechadas segue em sentido oposto ao das
linhas do dipolo da figura à esquerda.

 Linhas de Campo de Dipolo Elétrico e Linhas Magnéticas – Comparação


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Esse é o motivo histórico para se referir a um imã com polos norte e sul, como se fosse
possível separar esses polos, fonte de incompreensão muito comum.

Os campos eletrostáticos e magnetostáticos são completamente distintos e possuem causas


diferentes. Sua breve semelhança nesses dois exemplos é circunstancial e mesmo aqui não
podem ser confundidos.

Assim, percebe-se que as estruturas de campo elétrico de dipolo e de campo magnético de um


imã são distintas, apesar de semelhantes nas linhas mais afastadas das fontes. 

Existem, essencialmente, três fontes de campos magnéticos:

01
Os campos magnetostáticos naturais dos imãs e materiais magnéticos.

02
Os campos magnetostáticos no entorno de linhas de Corrente Elétrica estacionárias, ou de
espiras de corrente elétrica, descritos pela Lei de Biot-Savart e a Lei de Ampère.

03
Os campos magnéticos dinâmicos induzidos por variações temporais de fluxos de campos
elétricos, via corrente de deslocamento de Maxwell da Lei de Ampère-Maxwell.

Vamos nos deter nos campos magnetostáticos (itens 1 e 2) e deixaremos os campos


magnéticos induzidos por variações de fluxos de campos elétricos (item 3) para mais tarde.

ORIGEM DO MAGNETISMO NATURAL


A origem do magnetismo natural é intrínseca, do spin quântico do elétron e da dinâmica
quântica orbital molecular e/ou atômica dos materiais magnéticos. Eles formam o que
chamamos de momentos magnéticos quânticos. 

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Para os materiais magnéticos naturais, magnetizáveis ou campos magnéticos com fontes em

correntes elétricas, define-se classicamente o momento magnético, m .

DEFINIÇÃO:  MOMENTO MAGNÉTICO (MACEDO,


1976 ADAPTADO)

“Grandeza vetorial que se pode associar a uma espira percorrida por uma corrente elétrica ou a
→ →
um magneto. O momento magnético associado a uma espira define-se pela equação m = I a ,

em que I é a intensidade de corrente que percorre a espira, e a é um vetor normal à área
subtendida pela espira, suposta plana, cujo módulo é a medida desta área (figura à esquerda).

| FB |
Para o magneto natural, o seu momento magnético mede-se pelo produto de →
, pelo vetor
|B |
→ →
comprimento L do mesmo magneto, em que FB é a força magnética que age sobre a

extremidade deste magneto e B é o campo magnético externo que gera essa força

→ | FB |
magnética, ou seja, m = →   (figura à direita).
|B |

Fonte: Wikipedia

 Momento Magnético

MATERIAIS MAGNÉTICOS
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Considerando as principais propriedades magnéticas dos materiais, podemos classificá-los
como:

PARAMAGNÉTICOS
Nos materiais paramagnéticos, os momentos magnéticos atômicos são permanentes, mas não
interagem fortemente uns com os outros e estão orientados aleatoriamente. Quando
submetidos a um campo magnético externo, são parcialmente orientados (alinhados) na
direção desse campo e assim aumentam a magnitude do campo externo, como na figura a
seguir. Em temperaturas usuais (ambientais) e na presença de campos magnéticos de baixa
intensidade, somente uma pequena porcentagem das moléculas resultará alinhada devido ao
seu movimento vibracional térmico. Esses materiais são atraídos por campos magnéticos.
Quando o campo externo é desligado, seu campo de magnetização desaparece. Exemplo:
oxigênio líquido, magnésio, lítio etc.

Autor: Jens Böning / Fonte: Wikipedia

FERROMAGNÉTICOS
Nos materiais ferromagnéticos, os momentos magnéticos atômicos são permanentes e
interagem intensamente uns com os outros, o que permite um elevado grau de alinhamento na
presença de campo magnético externo, mesmo com campos de baixa intensidade. Ainda que
não se submeta o material a um campo magnético externo, pode-se ter momentos magnéticos
atômicos fortemente alinhados, são os imãs permanentes. Nota-se a existência de regiões
delimitadas com a mesma orientação dos momentos magnéticos, chamados de domínios
magnéticos, como na figura a seguir. O alinhamento dos domínios que formam seu campo de
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magnetização pode permanecer quando o campo externo é desligado. Em altas temperaturas,
críticas de cada material, as paredes dos domínios de magnetização (paredes de Block) são
quebradas e esses materiais se comportam com a propriedade paramagnética. Exemplos:
magnetitas, ferro, cobalto, níquel, ligas destes (com alumínio, cobre, manganês etc.), terras-
raras etc.

Autor: José Higino Dias Filho / Fonte: Adaptado de Portal do Professor

 Direção do campo magnético aplicado

DIAMAGNÉTICOS
Nos materiais diamagnéticos, os momentos magnéticos atômicos se alinham de maneira
oposta ao campo magnético externo, diminuindo assim esse campo. Tal efeito ocorre em todos
os materiais, sendo pouquíssimo intenso, mas é encoberto quando os materiais possuem
também outras propriedades como a ferromagnética ou a paramagnética. São materiais que
repelem o campo magnético externo. Exemplo: cobre, água, prata, carbono etc.

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Autor: Splarka / Fonte: Wikipedia

 Levitação de uma lâmina de Grafite.

ANTIFERROMAGNÉTICOS
Nos materiais antiferromagnéticos, o campo de magnetização se alinha antiparalelamente ao
campo externo aplicado. Há uma orientação alternada nos momentos magnéticos atômicos
vizinhos, como na figura a seguir. Só pode ser observado abaixo de uma temperatura crítica
que depende dos materiais. Exemplo: manganês, sulfeto ferroso, cromo, óxido de cromo etc.

Autor: Michael Schmid / Fonte: Wikipedia

FERRIMAGNÉTICOS
Nos materiais ferrimagnéticos, os momentos magnéticos dos íons vizinhos em uma rede
cristalina se alinham antiparalelamente, formando duas sub-redes com momentos opostos de
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magnitude e diferentes do campo externo aplicado, como na figura a seguir, fazendo com que
uma magnetização espontânea e oposta permaneça após o campo externo desligado.
Exemplo: ferritas.

Fonte: Wikipedia

HELIMAGNÉTICOS
Nos materiais helimagnéticos, os momentos magnéticos vizinhos em uma rede cristalina fazem
um ângulo constante diferente do paralelo e do antiparalelo. Ocorre a baixíssimas
temperaturas. Exemplo: bióxido de manganês.

FORÇA DE LORENTZ

A FORÇA DE LORENTZ É UMA COMPOSIÇÃO


DAS DUAS INTERAÇÕES DA TEORIA
ELETRODINÂMICA CLÁSSICA: A INTERAÇÃO
ELÉTRICA, QUE É PROPORCIONAL AO CAMPO
ELÉTRICO, E A INTERAÇÃO MAGNÉTICA, QUE É
PROPORCIONAL AO CAMPO MAGNÉTICO.

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Vamos analisar a interação magnética, ou seja, a força magnética, para compreender essa
fundamental interação da natureza.

DEMONSTRAÇÃO

A força magnética, ou interação magnética, ocorre de duas formas:

01

SOBRE PARTÍCULAS CARREGADAS COM


VELOCIDADE NÃO NULA, EM UMA REGIÃO DE
CAMPO MAGNÉTICO.

Para o caso (1) de partículas carregadas e com velocidade não nula, em uma região de campo

magnético, a força magnética 𝐹𝐵 se define fenomenologicamente como:

Fonte: Autor

Loading → →
𝐹 [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
𝐵 = 𝑄 ( 𝑣   ×   𝐵 )
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Que é a expressão da força magnética como um produto vetorial entre a velocidade da


→ →
partícula carregada, 𝑣 , e o campo magnético, 𝐵 , multiplicado pela carga 𝑄.

A carga 𝑄 é uma carga de provas viajando em velocidade constante, →


𝑣 , na presença de um

campo magnético não variável, 𝐵 , como na ilustração anterior.

A unidade do Sistema Internacional (S.I.) para o campo magnético 𝐵 é o Tesla. Assim:

1 𝑇𝑒𝑠𝑙𝑎 =  1 𝑇 = 1 𝐶𝑁..𝑚𝑠 = 1𝐴𝑁. 𝑚

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

02

SOBRE LINHAS OU ESPIRAS DE CORRENTE


ELÉTRICA NA PRESENÇA DE CAMPO MAGNÉTICO;
SENDO ESTA ÚLTIMA UMA EXTENSÃO DA PRIMEIRA,
COMO VEREMOS.

Para o caso (2), de uma linha de corrente elétrica, 𝐼, vamos generalizar a equação anterior de
uma única carga, para uma integral de elementos de cargas. Assim, a força magnética sobre
uma corrente elétrica será:
→ →
𝐹 𝐵 = ∫  →
𝑣   ×   𝐵  𝑑𝑞  

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Mas, 𝑞 = 𝜆   𝑙, e também 𝑑𝑞 = 𝜆   𝑑𝑙, em que 𝜆 é a densidade linear de cargas constante no


filamento que conduz a corrente 𝐼. Assim, derivando no tempo a relação 𝑞 = 𝜆   𝑙, temos a
corrente elétrica 𝐼:

𝐼 =  𝑑𝑞
𝑑𝑡
𝑑𝑙
= 𝜆 𝑑𝑡 =  𝜆  | →
𝑣|

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


→ → ^ ^
Representando algebricamente a velocidade da carga como 𝑣 = | 𝑣 | 𝑣, sendo 𝑣 a direção de

𝑣 , e substituindo 𝑑𝑞 = 𝜆   𝑑𝑙, e o resultado da equação anterior, 𝐼 = 𝜆   | →
𝑣 |, obtemos:
→[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Loading → → → → → ^ → ^ ×  →
𝐹𝐵 = ∫   𝑣   ×   𝐵  𝑑𝑞 =   ∫   𝑣   ×   𝐵  𝜆 𝑑𝑙 = ∫  | 𝑣 | 𝑣    ×   𝐵  𝜆 𝑑𝑙 = ∫ 𝐼 𝑣  𝐵  𝑑𝑙 
 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

^ →
Como 𝑣 está orientada na direção e sentido da corrente elétrica 𝐼, podemos definir 𝑑𝑙 = 𝑑𝑙 𝑣^ .  
Assim:

Fonte: Autor
→ → →
𝐹𝐵 = ∫ 𝐼  𝑑𝑙  ×   𝐵

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Que é a expressão da força magnética que age sobre uma linha de corrente elétrica como o
→ →
produto vetorial do elemento vetorial de corrente 𝐼  𝑑𝑙 com o campo magnético 𝐵 . .

Nos dois casos temos um produto vetorial, o plano formado pelas direções do vetor velocidade
de uma carga elétrica em movimento, e o campo magnético ao qual essa carga estiver
submetida será ortogonal à força magnética gerada. Da mesma maneira, o plano formado pelo
vetor Elemento de Corrente Elétrica e o vetor campo magnético, será ortogonal à força
magnética gerada.

Forças magnéticas alteram a direção da trajetória de partículas carregadas submetidas ao


campo magnético, produzindo trajetórias tipicamente de classe circulares, mas não alteram o
módulo de sua velocidade, pois são forças transversas à velocidade, como se traduz da
definição dessas forças.

A força de Lorentz sobre cargas elétricas em movimento uniforme será a soma das
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contribuições de força elétrica e de força magnética:
→ → →
𝐹 = 𝑄  𝐸 + 𝑄 (→
𝑣 × 𝐵)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E a força magnética sobre elementos de linhas de corrente elétrica é:

→ → →
𝑑𝐹𝐵 = 𝐼  𝑑𝑙 × 𝐵

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que:

– 𝑑𝑙 é o vetor elemento de comprimento de um fio retilíneo com direção paralela a 𝐼.

– 𝐵, é o campo magnético não variável.

REGRA DA MÃO DIREITA DO PRODUTO


VETORIAL

Na presença de campo magnético, cargas elétricas em movimento e correntes elétricas sofrem


a ação da força magnética, que as desvia, tracionando-as perpendicularmente à direção
anterior. Ou seja, uma partícula carregada, com velocidade constante em certa direção que
adentre uma região de campo magnético, perpendicular à sua velocidade, sofrerá uma força
magnética ortogonal ao plano dos vetores anteriores, em cada instante temporal, como nas
figuras mostradas, satisfazendo à regra da mão direita do produto vetorial. 

Atenção: A figura a seguir ilustra a aplicação correta da regra da mão direita:

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Adapatado do autor: powerhak / Fonte: Shutterstock

 A regra da mão direita para o produto vetorial.

O entendimento e uso da regra da mão direita não é uma opção, vários fenômenos físicos
satisfazem regras de produto vetorial, como a força magnética e o campo magnético, que são
alguns deles.

CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE


O campo magnético terrestre, chamado de campo geomagnético, que compõe a
magnetosfera terrestre, é responsável por desviar partículas cósmicas e do vento solar para
longe de nossa atmosfera, ou aprisioná-las no cinturão de Van Allen, para que não atinjam a
superfície terrestre, o que, de outra forma, poderia transformar a vida planetária na superfície
com a erosão da atmosfera e da água do planeta.

A força de Lorentz é a principal responsável por essa proteção, desviando as partículas


carregadas que se aproximam com grande velocidade da magnetosfera. São partículas
fundamentais carregadas e muito energéticas, transversalmente desviadas quando entram em
contato com as linhas do campo geomagnético.

Não conhecemos ainda completamente a dinâmica da fonte desse campo geomagnético


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protetor. Acredita-se, baseado em modelos teóricos plausíveis e simulados, que o núcleo do
planeta, metálico, dinâmico, e altamente aquecido seja sua fonte. Contudo, a força magnética
é, certamente, a grande responsável por termos uma atmosfera relevante, água abundante e
condições climáticas compatíveis com a vida, como a conhecemos.

FENÔMENO DA EMISSÃO DE MASSA CORONAL


(CME)

A imagem a seguir exemplifica o fenômeno da Emissão de Massa Coronal (CME), de um


enorme jato de partículas solares em direção à Terra. Não está em escala real, pois a Terra
seria somente um pequeno ponto no espaço comparado ao Sol, mas nos oferece a noção
dessas escalas e a enorme importância da magnetosfera terrestre como escudo de defesa do
planeta diante do poder dessas emissões solares e das partículas cósmicas do Universo.

Autor: Naeblys / Fonte: Shutterstock

O CAMPO GEOMAGNÉTICO TERRESTRE E O


VENTO SOLAR

Neste diagrama é mostrado um esquema da estrutura do campo geomagnético terrestre, onde


o eixo magnético é inclinado em relação ao eixo de rotação do planeta. 

O Polo Norte magnético se encontra próximo ao Sul geográfico e o Polo Sul magnético se
encontra
Loading próximo ao Polo Norte geográfico,
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js com um ângulo de inclinação entre os eixos de
rotação e magnético. As bússolas se orientam com o Norte apontando para o Sul magnético do
planeta, pois as linhas de campo geomagnéticas, segundo a convenção adotada de orientação
das linhas de campo magnéticas, seguem do Norte para o Sul magnético. Assim, as bússolas
apontam para o Sul magnético, próximo ao Norte geográfico. Por essa razão, reconhecemos
as bússolas apontando para o Norte geográfico próximo.

Autor: Peter Hermes Furian / Fonte: Shutterstock


 Figura 1- O Campo Geomagnético Terrestre.

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Fonte: Nasa.gov
 Figura 2 - O Vento Solar. Fonte: Foto com arte, NASA — Sonda espacial SOHO/NASA

Nesta figura temos uma foto com cores enriquecidas, obtida da sonda espacial SOHO da
NASA, especializada em acompanhar esses fenômenos. Na foto, nota-se uma gigantesca
emissão de massa coronal (CME) em direção à Terra. Repare a atuação do campo magnético
terrestre na defesa planetária. Se a massa coronal desta foto tivesse atingido a Terra sem
magnetosfera, talvez você não estivesse lendo este conteúdo agora.

AURORAS BOREAIS E AUSTRAIS

Nas regiões Polares, nos Polos Magnéticos Terrestres, que são localizações onde as linhas de
Campo Geomagnéticos são mais próximas da superfície, as partículas cósmicas, e do Vento
Solar, conseguem se aproximar muito mais da superfície planetária, produzindo um fenômeno
muito interessante, mas indicativo da penetração dessas partículas na atmosfera, as Auroras
Boreais e Austrais. 

São partículas carregadas, principalmente de elétrons, que não foram desviadas pelo campo
magnético terrestre, nem aprisionadas por este. Elas conseguem atravessar a magnetosfera
nos polos, espiralando em torno das linhas de campo e, assim, penetram a atmosfera,
interagindo com gases atmosféricos, principalmente o oxigênio e o nitrogênio, colidindo com
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eles e excitando-os a níveis de energia mais altos. Ao retornarem aos níveis de energia mais
baixos, essas moléculas gasosas emitem luz. As diferentes colorações são características da
diferença energética que esses gases absorveram e emitem. Colorações verdes e vermelhas
são características do oxigênio, e os azuis e o rosa são emitidos pelo nitrogênio, a depender de
seus estados de ionização.

Autor: Simone Gramegna / Fonte: Shutterstock

MÃO NA MASSA

1. UMA PARTÍCULA CÓSMICA, CARREGADA COM 𝑞 = - 5   𝜇𝐶, E


VELOCIDADE →
^
𝑣 = (800   𝑘)   𝑘𝑚 / 𝑠, ADENTRA A MAGNETOSFERA
TERRESTRE EM UMA REGIÃO ONDE O CAMPO PODE SER
→ ^
REPRESENTADO POR 𝐵 = (50   𝑗)   𝜇𝑇, EM UM SISTEMA DE
REPRESENTAÇÃO DE COORDENADAS XYZ, COM VETORES UNITÁRIOS
^ ^ ^
(𝑖,   𝑗,   𝑘). CALCULE A FORÇA MAGNÉTICA QUE AGIRÁ SOBRE A
PARTÍCULA CARREGADA NO EXATO INSTANTE QUE ADENTRAR A
REGIÃO INDICADA NO CAMPO MAGNÉTICO.


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A) 𝐹 = 0,00002 𝑁 ^𝑖 

B) 𝐹 = 0,0002 𝑁 ^𝑖

C) 𝐹 = 0,002 𝑁 ^𝑗

D) 𝐹 = 0,02 𝑁 ^𝑗
→ ^
E) 𝐹 = 0,2 𝑁 𝑘

2. UM FIO RETILÍNEO MUITO LONGO ESTÁ ALINHADO VERTICALMENTE


AO LONGO DA DIREÇÃO 𝑍, DE UM SISTEMA COORDENADO 𝑥𝑦𝑧. O FIO
CONDUZ UMA CORRENTE ELÉTRICA 𝐼 = 20   𝐴 NO SENTIDO POSITIVO
→ ^
DE 𝑍 E UM CAMPO MAGNÉTICO EXTERNO, 𝐵 = (2   𝑇)   𝑖 , FOI ACIONADO
ONDE O FIO SE ENCONTRA. CALCULE A FORÇA MAGNÉTICA POR
UNIDADE DE COMPRIMENTO QUE ATUARÁ SOBRE O FIO.

A) 10 ^𝑖  𝑁 / 𝑚

B) 10 ^𝑗  𝑁 / 𝑚

^
C) 40 𝑘  𝑁 /𝑚

D) 40 ^𝑖  𝑁 / 𝑚

E) 40 ^𝑗  𝑁 / 𝑚

3. CONSIDERE O TRABALHO MECÂNICO DE UMA FORÇA MAGNÉTICA


QUE ATUE SOBRE UMA PARTÍCULA DE CARGA 𝑄, COM VELOCIDADE
→ →
𝑣 (𝑡), NA PRESENÇA DE UM CAMPO MAGNÉTICO 𝐵 . CALCULE ESSE

TRABALHO AO LONGO DE UM DESLOCAMENTO 𝑙 .

A) 𝑊 = 0 

B) 𝑊 = 𝑄 


C) 𝑊 = 𝑄 𝑣  

D) 𝑊 = 𝑄→
𝑣 𝐵 
→ →
E) 𝑊 = 𝑄 →
𝑣𝐵 | 𝑙|

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4. CONSIDERE UMA PARTÍCULA DE MASSA M, CARREGADA COM
CARGA Q E VELOCIDADE →𝑣 , INICIALMENTE EM UM MOVIMENTO
RETILÍNEO UNIFORME. QUANDO A PARTÍCULA ADENTRA UMA REGIÃO

DE CAMPO MAGNÉTICO 𝐵 , DE MAGNITUDE CONSTANTE E
PERPENDICULAR A →𝑣 , SOBRE ELA PASSA A AGIR UMA FORÇA
MAGNÉTICA. SENDO, ENTÃO, ACELERADA, A PARTÍCULA PASSA A
DESCREVER UMA TRAJETÓRIA CIRCULAR. CALCULE O RAIO DESSA
TRAJETÓRIA CIRCULAR, CHAMADA DE RAIO DE CÍCLOTRON.


| 𝐵 |
A) 𝑅 = 𝑚 
𝑞|→ 𝑣 |

B) 𝑅 = 𝑞  | →
𝑣|
𝑚 | 𝐵|
→|
C) 𝑅 = 𝑚  |→𝑣
𝑞 | 𝐵|

𝑚 𝑞
D) 𝑅 = →
|→
𝑣 | | 𝐵|
→ →
| | 𝑣|
E) 𝑅 = | 𝐵 𝑞 𝑚

5. (ADAPTADA DE GRIFFITHS, 1999). UM CIRCUITO RETANGULAR DE


CORRENTE ELÉTRICA, SUPORTANDO UMA MASSA 𝑚, A SUSTENTA
VERTICALMENTE COM UM DE SEUS LADOS EM UMA REGIÃO DE

CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME 𝐵 , QUE APONTA PARA DENTRO DA
REGIÃO HACHURADA DA FIGURA. CALCULE O VALOR DA CORRENTE
ELÉTRICA 𝐼, NO CIRCUITO DE LARGURA 𝑎, DE FORMA QUE A FORÇA
MAGNÉTICA EQUILIBRE EXATAMENTE A FORÇA GRAVITACIONAL
SOBRE A MASSA 𝑚.

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FONTE: AUTOR


A) 𝐼 = 𝑎→| 𝑔 |
𝐵𝑚

B) 𝐼 = 𝑚𝑎→| 𝑔 |
𝐵

𝑚𝐵
C) 𝐼 = →
| |𝑎
𝑔

𝑚|→𝑔|
D) 𝐼 = →
𝐵𝑎

E) 𝐼 = →𝑚𝑎→
𝐵 | 𝑔|

6. CONSIDERE QUE VOCÊ TENHA SIDO CONTRATADO PARA PROJETAR


UM EQUIPAMENTO DE DETECÇÃO DA VELOCIDADE DE PARTÍCULAS
CARREGADAS, COM CARGA ELÉTRICA CONHECIDA 𝑞 E VELOCIDADE
→ = 𝑣   ^𝑖. UM FILTRO DE VELOCIDADES DE PARTÍCULAS. O SEU
INICIAL 𝑣 0 0
DETECTOR DEVERÁ SER ALINHADO COM A DIREÇÃO INICIAL DAS
PARTÍCULAS QUE ADENTRARÃO UMA REGIÃO DE CAMPOS ELÉTRICO
E MAGNÉTICO, PERPENDICULARES ENTRE SI, DE TAL FORMA QUE,
→ ^
PARA SEGUIR A ESPECIFICAÇÃO DO PROJETO CONTRATADO, 𝐸 = 𝐸0   𝑗
→ ^
E [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Loading 𝐵 = 𝐵0   𝑘. CONSIDERE QUE VOCÊ CONSIGA ALTERAR OS VALORES
DE 𝐸0 E 𝐵0 DESSES CAMPOS. CALCULE O MÓDULO DA VELOCIDADE
INICIAL DAS PARTÍCULAS COMO FUNÇÃO DAS MAGNITUDES DOS
CAMPOS ELÉTRICO E MAGNÉTICO.

𝐵
A) 𝑣0 = 𝐸0
0

𝐸
B) 𝑣0 = 2𝐵00
2𝐸0
C) 𝑣0 = 𝐵0

𝐸
D) 𝑣0 = 𝐵00

E) 𝑣0 = 𝐸0 𝐵 0

GABARITO
→ ^
1. Uma partícula cósmica, carregada com 𝑞 = - 5   𝜇𝐶, e velocidade 𝑣 = (800   𝑘)   𝑘𝑚 / 𝑠,
adentra a magnetosfera terrestre em uma região onde o campo pode ser representado
→ ^
por 𝐵 = (50   𝑗)   𝜇𝑇, em um sistema de representação de coordenadas xyz, com vetores
^ ^ ^
unitários (𝑖,   𝑗,   𝑘). Calcule a força magnética que agirá sobre a partícula carregada no
exato instante que adentrar a região indicada no campo magnético.

A alternativa "B " está correta.

Vamos aplicar diretamente a definição de força magnética:


→ → →
𝐹 = 𝑞  𝑣 × 𝐵
→ ^
𝐹 = -5 𝜇𝐶800 k Km / s × 50 ^𝚥  𝜇𝑇

𝐹 = -5 . 10-6 C800 . 103 m / s k^ × 50 . 10-6  𝑇 ^𝚥
→ ^ × ^𝚥
𝐹 = - 0,0002 𝑁𝑘

𝐹 = 0,0002 𝑁 ^𝚤

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2. Um fio retilíneo muito longo está alinhado verticalmente ao longo da direção 𝑍, de um


sistema coordenado 𝑥𝑦𝑧. O fio conduz uma corrente elétrica 𝐼 = 20   𝐴 no sentido positivo
→ ^
de 𝑍 e um campo magnético externo, 𝐵 = (2   𝑇)   𝑖 , foi acionado onde o fio se encontra.
Calcule a força magnética por unidade de comprimento que atuará sobre o fio.

A alternativa "E " está correta.


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Vamos aplicar diretamente a definição de força magnética para correntes elétricas e calcular a

força por comprimento, ou seja 𝐹𝑧 :
→ → →
𝐹 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵
→ ^ × (2𝑇 ^𝚤 )
𝐹 = (20𝐴)(𝑧 𝑘)
→ ^ × ^𝚤)𝑁
𝐹 = 40 𝑧 (𝑘
^ × ^𝚤 = ^𝑗
𝑘

𝐹 ^
𝑧 = 40  𝑗 𝑁 / 𝑚 

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3. Considere o Trabalho Mecânico de uma força magnética que atue sobre uma partícula
→ →
de carga 𝑄, com velocidade 𝑣 (𝑡), na presença de um campo magnético 𝐵 . Calcule esse

trabalho ao longo de um deslocamento 𝑙 .

A alternativa "A " está correta.

Veja, a seguir, a resolução da questão:

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4. Considere uma partícula de massa m, carregada com carga q e velocidade 𝑣 ,
inicialmente em um movimento retilíneo uniforme. Quando a partícula adentra uma
→ →
região de campo magnético 𝐵 , de magnitude constante e perpendicular a 𝑣 , sobre ela
passa a agir uma força magnética. Sendo, então, acelerada, a partícula passa a
descrever uma trajetória circular. Calcule o raio dessa trajetória circular, chamada de
raio de Cíclotron.

A alternativa "C " está correta.

Veja, a seguir, a resolução da questão:

5. (Adaptada de GRIFFITHS, 1999). Um circuito retangular de corrente elétrica,


suportando uma massa 𝑚, a sustenta verticalmente com um de seus lados em uma

região de campo magnético uniforme 𝐵 , que aponta para dentro da região hachurada da
figura. Calcule o valor da corrente elétrica 𝐼, no circuito de largura 𝑎, de forma que a
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força magnética equilibre exatamente a força gravitacional sobre a massa 𝑚.

Fonte: Autor

A alternativa "D " está correta.

A força magnética que atua sobre a linha de corrente superior e sustenta o sistema deverá ser
igual, em módulo, à força peso que atua sobre a massa, de forma a equilibrar as forças do
sistema físico, como sabemos da Mecânica de Newton. Assim,
→ → → →
𝐹𝑚𝑎𝑔 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵        𝑒        𝐹𝑔𝑟𝑎𝑣 =  𝑚 →
𝑔 
→ → → →
|𝐹𝑚𝑎𝑔 | = 𝐼 𝑎  | 𝐵 |       𝑒        |  𝐹𝑔𝑟𝑎𝑣 | =  𝑚  | 𝑔 |

𝐼 𝑎  𝐵 = 𝑚  | →
𝑔|

𝐼  = 𝑚 →| 𝑔 |
𝐵𝑎

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6. Considere que você tenha sido contratado para projetar um equipamento de detecção
da velocidade de partículas carregadas, com carga elétrica conhecida 𝑞 e velocidade
inicial 𝑣→
^
0 = 𝑣0   𝑖. Um filtro de velocidades de partículas. O seu detector deverá ser

alinhado com a direção inicial das partículas que adentrarão uma região de campos
elétrico e magnético, perpendiculares entre si, de tal forma que, para seguir a
→ ^ → ^
especificação do projeto contratado, 𝐸 = 𝐸0   𝑗 e 𝐵 = 𝐵 0   𝑘. Considere que você consiga
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alterar os valores de 𝐸0 e 𝐵 0 desses campos. Calcule o módulo da velocidade inicial das
partículas como função das magnitudes dos campos elétrico e magnético.

A alternativa "D " está correta.

Vamos representar no sistema de coordenadas 𝑥𝑦𝑧 o campo elétrico, o campo magnético e a


velocidade, como atuam vetorialmente sobre a partícula 𝑞. Ambos os campos resultarão em
forças sobre a partícula carregada e, assim, acelerações. As forças elétrica e magnética terão a
mesma direção, mas sentidos opostos. A força resultante será a força de Lorentz:

Fonte: Autor
→ → → →
𝐹 =  𝑞  𝐸 +  𝑞 (𝑣0   ×   𝐵 ) 
→ ^ ⟹  →
𝐹 =  𝑞 𝐸0  ^𝑗 + 𝑞 𝑣0  ^𝑖  ×  𝐵 0  𝑘    𝐹 =  𝑞 𝐸0  ^𝑗 + 𝑞 𝑣0 𝐵 0  (^𝑖  ×  𝑘) 
^

→ →
𝐹 =  𝑞 𝐸0  ^𝑗 +  𝑞 𝑣0 𝐵 0  -^𝑗   ⟹    𝐹 = 𝑞   𝐸0 -  𝑣0 𝐵 0   ^𝑗

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Repare que se a força de Lorentz for nula, a aceleração resultante será zero e a partícula
seguirá com a mesma velocidade inicial em movimento retilíneo uniforme. Essa condição, de
aceleração nula, responde ao problema. Assim, para obter a velocidade inicial das partículas,
basta ajustar as intensidades dos campos de maneira a preservar a velocidade inicial das
partículas. Portanto:

𝐹 = 𝑞   𝐸0 -  𝑣0 𝐵 0   ^𝑗 = 0       ⟺         𝐸0 -  𝑣0 𝐵 0   = 0      ⟺     𝑣0 =  𝐵0  
𝐸
0
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GABARITO

TEORIA NA PRÁTICA
Considere uma espira de corrente elétrica na presença de um campo magnético. Como a força
magnética atua sobre uma espira que conduz uma corrente elétrica? No que resulta esse
fenômeno?

RESOLUÇÃO
Para analisar o problema, vamos simplificar a geometria de uma espira que conduz uma
corrente elétrica e depois vamos generalizar o tratamento. Vamos considerar uma espira
retangular, de lados a e b, conduzindo uma corrente elétrica I. Vejamos na figura a seguir:

Fonte: EnsineMe.

Uma corrente elétrica percorre a espira no sentido anti-horário e o campo Magnético atua como
→ → →
representado na figura. Perceba que a força Magnética 𝐹 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵   atuará em cada
segmento da espira onde há corrente elétrica, produzindo forças perpendiculares ao campo. A
soma resultante de todas essas forças é zero. No entanto, a atuação do campo Magnético faz
a espira alinhar-se com a orientação do campo. Como as forças nos segmentos laterais, de
largura
Loading a, formam um binário de forças,
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js inclinado de um ângulo 𝜃 em relação à orientação do
campo, o efeito é o de um torque girando a espira de forma a alinhar-se ao campo magnético.
As forças magnéticas que agem verticalmente nesta espira também são perpendiculares à
direção do campo, formam outro binário de forças, mas estão, as duas, na mesma direção e,
assim, cancelam-se mutuamente.

O torque do binário de forças magnéticas que age na espira será:

→ →
𝜏 =→
𝑟  × 𝐹

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Onde 𝑟 é chamado de vetor braço-de-ação do torque, ou braço de alavanca com módulo
→ → →
𝑏   𝑠𝑒𝑛𝜃, sobre um ponto P, e a força magnética é 𝐹 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵 . O módulo desta força
magnética é:

→ →
| 𝐹 | = 𝐼 𝑎  𝐵

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O torque será orientado na direção do eixo de rotação da espira, que, neste caso, faz uma
linha imaginária onde estão representadas as forças verticais e seu módulo será:

→ →
| 𝜏 | = 𝐼 𝑎  𝐵  𝑏 𝑠𝑒𝑛𝜃 

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→ ^
O ângulo 𝜃 é de inclinação do campo Magnético 𝐵 com o vetor normal ao plano da espira, 𝑛,
como representado na figura. Repare que o produto ab é a área A do plano da espira. Portanto,
o torque do campo magnético sobre uma espira pode ser definido como:

→ ^ →
𝜏 = 𝐼 𝐴 𝑛   ×   𝐵
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Repare que reobtivemos aqui o momento magnético de uma espira de corrente elétrica, que
podemos generalizar para N espiras como:

→ ^
𝑚 𝑁 = 𝑁 𝐼 𝐴 𝑛

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Onde, aqui, A é a área da espira. 

Assim, podemos definir o torque (vetor) do campo magnético sobre N espiras de qualquer
geometria como:

→ →
𝜏 𝐵 =  →
𝑚𝑁   ×   𝐵

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Fonte: SILVEIRA; MARQUES, 2012.

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TORQUE DO CAMPO MAGNÉTICO

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. UM FIO DE COBRE, CONDUTOR DE CORRENTE ELÉTRICA, ESTÁ


ALINHADO COM A DIREÇÃO 𝑥 E CONDUZ UMA CORRENTE 𝐼 = 50   𝐴 NO
SENTIDO DE 𝑥 POSITIVO. CONSIDERE QUE, SOBRE UM TRECHO DE
0, 50   𝑚 DESSE FIO RETILÍNEO, ATUE UM CAMPO MAGNÉTICO CUJA
INTENSIDADE É DE 1, 2   𝑇, ORIENTADO DA ESQUERDA PARA A DIREITA
NO PLANO 𝑥𝑦, FAZENDO UM ÂNGULO DE 45º COM O SENTIDO POSITIVO
DO EIXO 𝑥. CALCULE A FORÇA MAGNÉTICA QUE AGE SOBRE ESSE
TRECHO DO FIO.


A) 𝐹 = 21,21 N 

B) F = 30 N

C) F = 30 N k^

D) F = 21,21 N k^

E) F = 42,42 N k^

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2. CONSIDERE O ENROLAMENTO HELICOIDAL DE UM FIO CONDUTOR,
CHAMADO DE SOLENOIDE, COMPOSTO POR 50 ESPIRAS, AO LONGO
DE UM COMPRIMENTO   𝐿 =   10   𝑐𝑚 E COM DIÂMETRO 𝑑 = 2   𝑐𝑚. O
SOLENOIDE ESTÁ APOIADO LONGITUDINALMENTE NO PRIMEIRO
𝑜
QUADRANTE DO PLANO 𝑥𝑦 E FOI POSICIONADO COM ÂNGULO 𝜃 = 60 ,
ENTRE SEU EIXO E A DIREÇÃO DE UM CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME
→ ^
𝐵 = 1, 5   𝑖     𝑇. SE O ENROLAMENTO CONDUZ UMA CORRENTE
ELÉTRICA 𝐼 = 2   𝐴, COM SENTIDO DAS COORDENADAS POSITIVAS,
CALCULE O VETOR TORQUE SOBRE O SOLENOIDE.

AUTOR: NSIT/ FONTE: SHUTTERSTOCK

A) → ^
𝜏 = - 0,04081  𝑘  𝑁 .𝑚


B) 𝜏 = 0,04081  ^𝑖  𝑁 . 𝑚

C) →
𝜏 = - 0,04712  ^𝑗  𝑁 . 𝑚

→ ^
D) 𝜏 = 0,03141  𝑘  𝑁 .𝑚

E) 𝜏 = - 0,04081  𝑁 . 𝑚

GABARITO

1. Um fio de cobre, condutor de corrente elétrica, está alinhado com a direção 𝑥 e conduz
uma corrente 𝐼 = 50   𝐴 no sentido de 𝑥 positivo. Considere que, sobre um trecho de
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0, 50   𝑚 desse fio retilíneo, atue um campo magnético cuja intensidade é de 1, 2   𝑇,
orientado da esquerda para a direita no plano 𝑥𝑦, fazendo um ângulo de 45º com o
sentido positivo do eixo 𝑥. Calcule a força magnética que age sobre esse trecho do fio.

A alternativa "D " está correta.

Vamos aplicar a definição de força magnética em elementos de corrente elétrica:

Fonte: Autor
→ → →
→F = I 𝑙  × B
l = 0 ,50  m ^ı

B = 1 ,2  Tcos45∘ ^ı + sen45∘ ^ȷ

F = 50 A ⋅ 0 ,50  m ⋅ 1 ,2  T ⋅ sen 45∘ (^ı  ×  ^ȷ)

F = 21 ,21  N k^

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2. Considere o enrolamento helicoidal de um fio condutor, chamado de solenoide,


composto por 50 espiras, ao longo de um comprimento   𝐿 =   10   𝑐𝑚 e com diâmetro
𝑑 = 2   𝑐𝑚. O solenoide está apoiado longitudinalmente no primeiro quadrante do plano
𝑥𝑦 e foi posicionado com ângulo 𝜃 = 60𝑜 , entre seu eixo e a direção de um campo
→ ^
magnético uniforme 𝐵 = 1, 5   𝑖     𝑇. Se o enrolamento conduz uma corrente elétrica
𝐼 = 2   𝐴, com sentido das coordenadas positivas, calcule o vetor torque sobre o
solenoide.

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Autor: Nsit/ Fonte: Shutterstock

A alternativa "A " está correta.

Vamos aplicar a definição de Torque sobre um conjunto de espiras, a partir do Momento


Magnético. O eixo do solenoide, que pertence ao plano xy, faz um ângulo de 60𝑜 com a
direção 𝑥. O diâmetro do solenoide, em metros, é: 𝑑 = 0, 02   𝑚. A área de seção reta do
2
solenoide é: 𝐴 =   𝜋𝑑2 .

𝐵 = 1,5 ^𝚤  𝑇
→ →
𝜏 =→𝑚𝑁   ×   𝐵
→ ^
𝑚 = 𝑁 𝐼 𝐴 𝑛 2
        = 50 ⋅ 2 ⋅ 𝜋0,02
2
^
𝑛
        = 0,0314159 𝑛 ^

𝜏 = 0,0314159  𝑛   ×   1,5 ^𝚤
^
→ ∘ ^
𝜏 = 0,04712  𝑠𝑒𝑛60  ( - 𝑘)

𝜏 = -  0,04081 𝑘  𝑁^ ⋅𝑚

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MÓDULO 2

 Aplicar a Lei de Biot-Savart e a Lei de Ampère

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FONTES DE CAMPO MAGNÉTICO —
CORRENTES ELÉTRICAS
Correntes elétricas são fonte de campos magnéticos. Já havíamos elencado esse fenômeno
como uma das três fontes dos campos magnéticos.

Autor: Ziro01 / Fonte: Shutterstock

 As primeiras evidências científicas da relação entre campos magnéticos e correntes elétricas
datam de 1820, quando Hans Christian Oersted identificou a relação entre o magnetismo e a
movimentação de cargas elétricas em correntes elétricas. Oersted percebeu que as agulhas
das bússolas eram perturbadas quando próximas de linhas de correntes elétricas.

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Autor: molcay/ Fonte: Shutterstock

Um mês depois, Jean Baptiste Biot e Félix Savart mostraram qual era o comportamento da
força magnética sobre polos magnéticos de materiais magnéticos naturais, nas vizinhanças de
correntes elétricas de um fio condutor, analisando elementos de corrente elétrica como fontes
do campo que geravam a interação.  

SILVA, Domiciano Correa Marques da. A Lei de Biot-Savart; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-lei-biotsavart.htm. Acesso em 21 de novembro de 2020.

Além destes, André Ampère, Michael Faraday e Joseph Henry fizeram importantes
contribuições aos princípios do magnetismo gerado por linhas de corrente elétrica.

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Autor: Fæ / Fonte: Wikipedia

Ampère nos apresentou, inclusive, o primeiro modelo da origem do magnetismo natural dos
imãs, que seria gerado a partir de pequenas circulações de correntes elétricas em espiras
minúsculas dentro dos materiais. Atualmente sabemos que essa origem é intrínseca dos
materiais, na escala quântica. Mas seu modelo nos mostrou uma possibilidade para explicar o
magnetismo dos materiais pela primeira vez.

Do ponto de vista do fenômeno, sempre que tivermos correntes elétricas em condutores


elétricos, ou fluxo de portadores de cargas em quaisquer meios, teremos a geração de campo
magnético no entorno desse fluxo de cargas.

Vamos analisar, por ora, os campos magnéticos cujas fontes são correntes elétricas estáveis e
uniformes, ou seja, não variáveis. 

Vamos elencar o que sabemos da fenomenologia dos campos magnéticos com fontes em
correntes elétricas:

CONHECIMENTO 1
Os campos magnéticos cujas fontes são correntes elétricas têm estrutura rotacional no entorno
das linhas de correntes. Ou seja, linhas de correntes elétricas uniformes são fontes de campos
magnetostáticos que circundam essas linhas de correntes, com direção e orientação de
acordo com a regra da mão direita.

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A figura a seguir exemplifica essa estrutura de campo magnético rotacional às linhas de
correntes. Repare que ao apontar o polegar da mão direita na direção e sentido positivo da
corrente elétrica, estaremos, com os demais dedos da mão direita, indicando a orientação
positiva do campo magnético no entorno da linha.

Autor: Fouad A. Saad / Fonte: Shutterstock

CONHECIMENTO 2
Correntes elétricas circulando em anéis condutores, ou espiras, produzem campos magnéticos
que se assemelham aos campos magnéticos naturais de imãs, com linhas circundando cada
trecho de elemento de corrente elétrica. No centro do anel de corrente, temos uma linha de
campo magnético aparentemente linear, ao longo do eixo do anel, mas que também se fechará
em um grande arco. Diferentemente do campo magnético no entorno de uma linha retilínea de
corrente elétrica (figura anterior) as linhas de campo da figura a seguir não são simétricas em
relação ao elemento de corrente, fonte do campo.

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Autor: Sergey Merkulov / Fonte: Shutterstock

CONHECIMENTO 3
Uma sucessão de anéis condutores de corrente elétrica, que chamamos de espiras, quando
estão justapostos, mas sem contato pois são isolados eletricamente (recobertos com material
isolante) e em formato helicoidal, formam um componente elétrico/eletrônico dos mais
importantes: os solenoides, muitas vezes chamados de bobinas longas. 

Solenoides são acumuladores de energia magnética, como veremos mais tarde.

Autor: Amalakanti Satya Sarada / Fonte: Shutterstock

O campo magnético no interior de um solenoide, quando conduz uma corrente elétrica


uniforme,
Loading é linear e quase uniforme.
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js No seu exterior, o campo assemelha-se a um magneto
natural, como na figura anterior. 

Na figura a seguir, temos uma representação esquemática do campo magnético de um


solenoide curto. O campo é quase uniforme no interior e como o de um magneto natural
externamente. Repare que no entorno das espiras há uma pequena circulação de campo que
vaza por entre elas. Temos também o efeito de borda que contribuirá ao campo externo. Mas
os solenoides ideais são muito longos, seu comprimento é muito maior que o seu raio, de
maneira que esses vazamentos de campo pelas bordas e por entre as espiras será fortemente
reduzido e uma maior uniformidade do campo interno se verificará.

Autor: Fouad A. Saad / Fonte: Shutterstock

Na figura seguinte, temos uma fotografia de um solenoide com corrente elétrica ligada,
orientando a limalha de ferro no seu interior. Repare que, externamente, o efeito sobre a
limalha é muito reduzido. Assim, quando aumentamos a densidade de espiras por comprimento
do solenoide, e o construímos muito longo, o resultado é de campo magnético quase zero em
distâncias maiores do que raio do solenoide, na região externa.

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Autor: Kim Christensen / Fonte: Shutterstock

LEI DE BIOT-SAVART E LEI DE AMPÈRE


A estrutura e cálculo do campo magnético, com fontes em correntes elétricas uniformes, será
definida por meio da Lei fenomenológica de Biot-Savart e a Lei fundamental de Ampère. Esta
última caracteriza a estrutura do campo magnético com sua fonte em correntes elétricas
uniformes e nos permite o cálculo do campo em situações de alto grau de simetria.

DEMONSTRAÇÃO

A Lei de Biot-Savart é uma lei de campo fenomenológica que nos permite o cálculo do campo
magnético em um ponto 𝑃 qualquer do espaço a partir de sua fonte, que é um elemento de
corrente elétrica uniforme. Foi obtida da análise experimental da força magnética entre linhas
retilíneas de corrente elétrica.

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
→ →
𝑑 𝐵 = 𝑘𝑚 𝐼 𝑑 𝑙 2  ×  𝑟^ 
𝜇
  𝑟 -7
𝑘𝑚 = 4𝜋0 = 10 N2
  A
-7
𝜇0 = 4𝜋 𝑘𝑚 = 4𝜋 . 10 N2
→ 𝜇  → A
𝑑 𝐵 = 4𝜋0 𝐼 𝑑 𝑙 2  ×  𝑟^
𝑟

ou
→ 𝜇0 𝐼 𝑑→𝑙   ×  𝑟^
𝐵 = 4𝜋 ∫ 2
𝑟

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que 𝑘𝑚 é a constante magnética e 𝜇0 a permeabilidade magnética do vácuo.


Evidentemente, para cada meio de condução, teremos um valor diferente dessas constantes.

De forma análoga à carga na Lei de Coulomb da Eletrostática, aqui a fonte do campo



magnético é o elemento de corrente elétrica 𝐼𝑑 𝑙 .

LEI DE AMPÈRE
Na eletrostática, sabemos que o campo eletrostático é conservativo. Isto é, o trabalho, por
unidade de carga elétrica, efetuado pelo campo eletrostático sobre uma carga de prova, em
uma circulação ou trajetória fechada, será zero. A integral do campo eletrostático em uma
circulação fechada será zero. O campo eletrostático é divergente.
  → →
∮𝑐 𝐸 ⋅ 𝑑 𝑙 = 0

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Onde 𝑐 é uma curva fechada qualquer.

Na magnetostática, podemos fazer a seguinte pergunta:

QUAL É O RESULTADO DA INTEGRAL DO


CAMPO MAGNETOSTÁTICO EM UMA
CIRCULAÇÃO FECHADA NO ENTORNO DE UMA
LINHA DE CORRENTE ELÉTRICA?
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Fonte: EnsineMe.

 RESPOSTA

Como o campo magnetostático tem estrutura rotacional, a resposta não será necessariamente
zero. Os campos magnéticos seguem trajetórias fechadas no entono de suas fontes. Não
confunda com o fato de o trabalho das forças magnéticas ser zero, por serem forças
transversas à trajetória. Forças magnéticas não atuam na mesma direção do campo
magnético, pois são perpendiculares entre si.

AS LINHAS DE CAMPO MAGNÉTICO, A PARTIR


DE UMA FONTE MAGNÉTICA, NÃO SÃO LINHAS
DE FORÇA MAGNÉTICA, POIS A FORÇA
MAGNÉTICA É PERPENDICULAR AO CAMPO
MAGNÉTICO.

Quando Ampère se fez essa pergunta, obteve o resultado de um dos fundamentos da teoria
eletromagnética.
Loading Ao calcular o campo
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js magnético no entorno de uma linha retilínea de corrente
elétrica, por meio da Lei de Biot-Savart, percebeu que a integral deste campo magnético, em
uma trajetória fechada, não é zero. Ou seja:

  → →   → →
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 4 𝜋 𝑘𝑚 𝐼𝑐         𝑜𝑢        ∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0 𝐼𝑐

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Lembrando que 𝜇0 = 4𝜋   𝑘𝑚 . A corrente I é a totalidade das correntes elétricas internas à


curva de Ampère c.

Este é um dos resultados mais importantes da teoria eletrodinâmica clássica. É uma lei
fundamental da natureza. Foi chamada de Lei de Ampère e é válida para qualquer curva
fechada c, que chamaremos de curva de Ampère, desde que as correntes elétricas que são
fontes do campo magnético sejam constantes. Essa integral é matematicamente chamada de
uma integral de linha, que é uma integral ao longo de uma trajetória.

Se a integral de linha do campo magnético em uma circulação fechada, ao longo de uma curva
c qualquer, não é zero, o campo tem estrutura rotacional.

Se a solução desta integral de linha é proporcional à corrente elétrica total interna à curva 𝑐,
então esta corrente 𝐼𝑐 é a fonte do campo magnético.

Assim, na magnetostática, a Lei de Ampère é lei fundamental da natureza, que comporá uma
das equações de Maxwell, como veremos à frente. 

No entanto, mesmo sendo uma lei fundamental da natureza, seu uso prático para a obtenção
do campo magnético nem sempre será simples. Então, para esse fim, a usaremos em
circunstâncias de alto grau de simetria e quando a fonte do campo, a corrente elétrica, for
constante. Nesses casos, seu uso aplicado é recomendável por sua simplicidade. Nos demais
casos, para o cálculo do campo magnético, recomenda-se o uso aplicado da Lei de Biot-
Savart.

 SAIBA MAIS

Leia mais sobre a definição do Ampére, no Sistema Internacional, em termos da força de


repulsão magnética entre duas linhas de corrente elétrica.
Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Quando a corrente elétrica não for constante e for variável, não poderemos utilizar a Lei de
Ampère para obter o campo magnético. Nestes casos, teremos de utilizar as equações de
Maxwell completas, pois envolvem a geração induzida de campos eletromagnéticos, como
veremos mais à frente em eletrodinâmica.

MÃO NA MASSA

1. SEJA UMA LINHA DE CORRENTE ELÉTRICA, DE COMPRIMENTO


INFINITO, CONDUZINDO UMA CORRENTE CONSTANTE 𝐼. UTILIZE A LEI
DE BIOT-SAVART E CALCULE, PARA UM PONTO 𝑃 LOCALIZADO
PERPENDICULARMENTE À LINHA INFINITA E A UMA DISTÂNCIA 𝑦, QUAL
É A CONTRIBUIÇÃO AO MÓDULO DO CAMPO MAGNÉTICO DEVIDO A UM
TRECHO DA LINHA DE CORRENTE ELÉTRICA DELIMITADA PELOS
ÂNGULOS 𝜃1 E 𝜃2 , COMO NA FIGURA.

FONTE: AUTOR

→ 𝑘 𝐼
A) | 𝐵 | = 𝑚𝑦 sen𝜃1 -  sen𝜃2
→ 𝑘 𝐼
B) | 𝐵 | = 𝑚𝑦 sen𝜃1 + sen𝜃2
→ 𝑘 𝐼
C) | 𝐵 | = 𝑚𝑦 cos𝜃1 + cos𝜃2

D) | 𝐵 | = 𝑘𝑚2 𝐼sen𝜃1 + sen𝜃2
𝑦
Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
→ 𝑘 𝐼
E) | 𝐵 | = 𝑚2 cos𝜃1 + cos𝜃2
𝑦

2. CONSIDERE QUE UMA ESPIRA CONDUTORA, DE RAIO 𝑅, CONDUZA


UMA CORRENTE ELÉTRICA 𝑖. CALCULE A O VETOR CAMPO
MAGNÉTICO, DEVIDO À ESPIRA, EM UM PONTO 𝑃, AO LONGO DO SEU
EIXO AXIAL, A UMA DISTÂNCIA 𝑥 DO CENTRO DA ESPIRA.

AUTOR: DN BR / FONTE: SHUTTERSTOCK

→ 𝜇 𝑖𝑅
2
^𝚤
A) 𝐵 𝑥 = 20 2 23/2
𝑥 +𝑅
→ 𝜇 𝑖 ^𝚤
B) 𝐵 𝑥 = 20 2 23/2
𝑥 +𝑅
→ 𝜇 𝑅
C) 𝐵 𝑥 = 20 2 21/2
𝑥 +𝑅
→ 𝜇 𝑖𝑅 ^
D) 𝐵 𝑥 = 20 2 2  𝑗
𝑥 +𝑅
→ 𝜇 2
E) 𝐵 𝑥 = 20 𝑖𝑅2   ^𝚤
𝑥

3. DOIS CIRCUITOS SEMICIRCULARES SÃO CONDUTORES DE


CORRENTE
Loading ELÉTRICA E POSSUEM
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js RAIOS 𝑅2   > 𝑅1 , COM A MESMA
ORIGEM RADIAL. ESTÃO CONECTADOS DE MODO QUE SUA CORRENTE
ELÉTRICA, 𝐼, CIRCULE EM SENTIDOS CONTRÁRIOS EM CADA CIRCUITO,
COMO NA FIGURA. CALCULE O CAMPO MAGNÉTICO RESULTANTE NO
PONTO 𝑃, CENTRO RADIAL DOS CIRCUITOS. CONSIDERE COMO
SENTIDO POSITIVO DA DIREÇÃO PERPENDICULAR AO PLANO DA
ESPIRA O SENTIDO PARA FORA DA TELA. RESPONDA QUAL É O
MÓDULO, A DIREÇÃO E O SENTIDO DO CAMPO RESULTANTE.

FONTE: AUTOR

→ 𝜇
A) | 𝐵 𝑃 | = 40 𝐼   𝑅1 - 𝑅2   ; direção radial; sentido para cima da tela.
→ 𝜇 𝑅 𝑅
B) | 𝐵 𝑃 | = 40 𝐼   𝑅2 - 𝑅1   ; direção radial; sentido para baixo da tela.
1 2

→ 𝜇
C) | 𝐵 𝑃 | = 40 𝐼   𝑅11 - 𝑅12   ; direção normal; sentido para dentro da tela.
→ 𝜇
D) | 𝐵 𝑃 | = 40 𝐼 𝑅1 - 𝑅1  ; direção normal; sentido para fora da tela.
1 2

→ 𝜇
E) | 𝐵 𝑃 | = 40 𝐼𝑅1 + 𝑅1   ; direção normal; sentido para fora da tela.
1 2

4. SEJA UMA LINHA DE CORRENTE ELÉTRICA, DE COMPRIMENTO


INFINITO, CONDUZINDO UMA CORRENTE ELÉTRICA CONSTANTE, 𝐼,
COMO NA FIGURA. UTILIZE A LEI DE AMPÈRE E CALCULE, PARA UM
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PONTO 𝑃 LOCALIZADO PERPENDICULARMENTE À LINHA INFINITA, A
UMA DISTÂNCIA 𝑟 EM COORDENADA CILÍNDRICAS, QUAL É O VETOR
CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR ESSA LINHA DE CORRENTE, EM
FUNÇÃO DA DISTÂNCIA RADIAL CILÍNDRICA, COMO REPRESENTADO
NA FIGURA? EXPRESSE SEU RESULTADO EM FUNÇÃO DA CONSTANTE
MAGNÉTICA 𝑘𝑚 .

AUTOR: DN BR / FONTE: SHUTTERSTOCK

→ 2 𝑘 𝐼
A) 𝐵 =   𝑟𝑚   
→ 2 𝑘 𝐼
B) 𝐵 =   2𝑚   𝑟^
𝑟
→ 2 𝑘 𝐼 ^
C) 𝐵 =   2𝑚   𝜃
𝑟
→ 2 𝑘 𝐼
D) 𝐵 =   𝑟𝑚   𝑟^
→ ^
E) 𝐵 =  2 𝑘𝑟𝑚  𝐼 𝜃

5. SEJAM DOIS FIOS CONDUTORES MUITO LONGOS E PARALELOS.


AMBOS CONDUZEM CORRENTES ELÉTRICAS DE MESMA INTENSIDADE
𝐼, NO MESMO SENTIDO E SEPARADOS FISICAMENTE POR UMA
DISTÂNCIA 𝑑. CALCULE A DENSIDADE LINEAR DE FORÇA MAGNÉTICA
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QUE ATUA SOBRE CADA FIO E RESPONDA TAMBÉM SE ESSA FORÇA É
ATRATIVA OU REPULSIVA.

FONTE: AUTOR

→ 2𝑘𝑚 𝐼
2
𝐹
A) → = 𝑑 ; A força é atrativa.
𝑙
→ 2𝑘𝑚 𝐼
2
𝐹
B) → = 𝑑 ; A força é repulsiva.
𝑙
→ 2𝑘𝑚 𝐼
2
𝐹
C) → = 𝑑
; A força é atrativa.
𝑙
→ 2𝑘𝑚 𝐼
2
𝐹
D) → = 𝑑
; A força é repulsiva.
𝑙
→ 2
𝐹
E) → = 2𝑘𝑚𝑑 𝐼 ; A força é repulsiva.
𝑙

6. UM SOLENOIDE DE COMPRIMENTO 𝑙, RAIO 𝑟 E COMPOSTO POR 𝑁


ESPIRAS JUSTAPOSTAS, CONDUZ UMA CORRENTE ELÉTRICA
UNIFORME 𝐼. CONSIDERE QUE TENHAMOS UMA SITUAÇÃO IDEAL, OU
SEJA, QUE O SEU COMPRIMENTO SEJA MUITO MAIOR DO QUE SEU
RAIO CILÍNDRICO, E QUE A DENSIDADE LINEAR DE ESPIRAS SEJA
SUFICIENTEMENTE ALTA. NESSAS CONDIÇÕES, CALCULE O CAMPO
MAGNÉTICO NO INTERIOR DO SOLENOIDE, AO LONGO DE SUA
^
DIREÇÃO AXIAL 𝑧.

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AUTOR: DN BR / FONTE: SHUTTERSTOCK


A) 𝐵 =  𝜇0 𝑁 𝐼  𝑧^

B) 𝐵 =  𝜇0 𝑁𝑙 𝐼  𝑧^

C) 𝐵 =  𝜇0 𝑁𝑙 𝐼  𝑧^

D) 𝐵 =  𝜇0 𝑁2  𝐼  𝑧^
𝑙

E) 𝐵 =  2𝑘𝑙𝑚 𝐼  𝑧^

GABARITO

1. Seja uma linha de corrente elétrica, de comprimento infinito, conduzindo uma corrente
constante 𝐼. Utilize a Lei de Biot-Savart e calcule, para um ponto 𝑃 localizado
perpendicularmente à linha infinita e a uma distância 𝑦, qual é a contribuição ao módulo
do campo magnético devido a um trecho da linha de corrente elétrica delimitada pelos
ângulos 𝜃1 e 𝜃2 , como na figura.

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Fonte: Autor

A alternativa "B " está correta.

Veja, a seguir, a resolução da questão:

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2. Considere que uma espira condutora, de raio 𝑅, conduza uma corrente elétrica 𝑖.
Calcule a o vetor campo magnético, devido à espira, em um ponto 𝑃, ao longo do seu
eixo axial, a uma distância 𝑥 do centro da espira.

Autor: Dn Br / Fonte: Shutterstock

A alternativa "A " está correta.

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Veja, a seguir, a resolução da questão:
3. Dois circuitos semicirculares são condutores de corrente elétrica e possuem raios
𝑅2   > 𝑅1 , com a mesma origem radial. Estão conectados de modo que sua corrente
elétrica, 𝐼, circule em sentidos contrários em cada circuito, como na figura. Calcule o
campo magnético resultante no ponto 𝑃, centro radial dos circuitos. Considere como
sentido positivo da direção perpendicular ao plano da espira o sentido para fora da tela.
Responda qual é o módulo, a direção e o sentido do campo resultante.

Fonte: Autor

A alternativa "D " está correta.


→ ^
O campo magnético será não nulo somente onde 𝑑 𝑙   ×   𝑟 for não nulo. Vamos subdividir o
circuito em quatro regiões de elementos de corrente e calcular, via Lei de Biot-Savart, o campo
em cada região. De A -> B, B -> C, C -> D, D -> A. As regiões D -> A e B -> C, resultarão em
→ ^
campos magnéticos nulos, pois 𝑑 𝑙   ×   𝑟 = 0, já que são paralelos. As regiões A -> B e C -> D
Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
contribuirão ao campo magnético. O circuito de A -> B contribuirá com campo magnético para
dentro da tela, enquanto o circuito de menor raio, de C -> D, contribuirá com campo magnético
para fora da tela, sendo ambas contribuições perpendiculares ao plano da espira. Assim, já
sabemos a direção do campo magnético, que será perpendicular ao plano da espira. Vamos,
então, calcular o módulo do campo e responder, ao final, sobre o vetor campo magnético:
→ 𝜇 → ^
𝐵 𝑃 = 4𝜋0 ∫ 𝐼𝑑 𝑙2 × 𝑟
𝑟
→ 𝜇 → →
𝐵 𝑃 = 4𝜋0 𝐼  ∫   - 𝑑𝑙2 + ∫   𝑑𝑙2 + ∫   𝑑 𝑙 2× 𝑟^ +   ∫   𝑑 𝑙 2× 𝑟^  
𝐵 𝐷 𝐴 𝐶
𝐴 𝑟 𝐶 𝑟 𝐷 𝑟 𝐵 𝑟

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


→ ^
Os dois últimos termos da equação acima são nulos, pois 𝑑 𝑙   ×   𝑟 = 0 nesses trechos.
→ 𝜇0 𝐼 𝐵
| 𝐵 𝑃 | = 4𝜋   - ∫𝐴 𝑑𝑙
2 + ∫𝐷   𝑑𝑙2  
𝑅2 𝐶 𝑅1
→ 𝜇0 𝐼
𝐵 𝑃 = 4𝜋   - 12  2𝜋𝑅 2
+ 12  2𝜋𝑅 1
 𝑅2  2 𝑅1 2
→ 𝜇
𝐵 𝑃 = 40 𝐼  - 𝑅1 + 𝑅1  
→   2 1
𝜇0 1 1
| 𝐵 𝑃 | = 4 𝐼 𝑅1 - 𝑅2  

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal



Percebe-se que 𝑅11 > 𝑅12 , pois na figura𝑅1 <   𝑅2 . Portanto, o campo 𝐵 (𝑃) terá o módulo que
calculamos, direção normal ao plano da espira e sentido para fora da tela.

4. Seja uma linha de corrente elétrica, de comprimento infinito, conduzindo uma corrente
elétrica constante, 𝐼, como na figura. Utilize a Lei de Ampère e calcule, para um ponto 𝑃
localizado perpendicularmente à linha infinita, a uma distância 𝑟 em coordenada
cilíndricas, qual é o vetor campo magnético gerado por essa linha de corrente, em
função da distância radial cilíndrica, como representado na figura? Expresse seu
resultado em função da constante magnética 𝑘𝑚 .

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Autor: Dn Br / Fonte: Shutterstock

A alternativa "E " está correta.

Este é um típico problema com simetria cilíndrica. A Lei de Ampère necessita do requisito do
alto grau de simetria para o cálculo do campo magnético. O campo magnético terá direção
polar cilíndrica, como vimos na estrutura do campo magnético de uma linha de corrente
elétrica. Vamos traçar uma vista da seção reta transversalmente à linha de corrente, para
^
visualizar a direção do campo magnético orientado na direção polar cilíndrica 𝜃. Pense em um
cilindro com três dimensões espaciais: radial, polar e axial,𝑟,   𝜃,   𝑧, como na imagem a
seguir:

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Adaptado do autor: UgaBuga / Fonte: Shutterstock

Com o uso da regra da mão direita, percebe-se que o campo atuará na direção polar cilíndrica.
Então, vamos representá-lo, aplicar a Lei de Ampère e obter o campo magnético. 

Vista em corte de seção reta transversalmente à linha de corrente elétrica:

Fonte: Autor

Lei de Ampère:
→ → ^
  → → 𝐵 = |  𝐵 | 𝜃
∮ 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 4 𝜋 𝑘 𝐼       ⟹         → ^
Loading 𝑐[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
𝑚 𝑑𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 
𝐼𝑐 = 𝐼
  →
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙  = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼 → 2𝑘 𝐼
→   | 𝐵 | = 𝑟𝑚  
| 𝐵 |𝐶 ∮𝑐 𝑑𝑙  = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼            ⟹           𝑐    
→ 2𝑘𝑚 𝐼 ^
→ 𝐵 = 𝑟 𝜃
𝐵 𝐶  2𝜋 𝑟 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

5. Sejam dois fios condutores muito longos e paralelos. Ambos conduzem correntes
elétricas de mesma intensidade 𝐼, no mesmo sentido e separados fisicamente por uma
distância 𝑑. Calcule a densidade linear de força magnética que atua sobre cada fio e
responda também se essa força é atrativa ou repulsiva.

Fonte: Autor

A alternativa "A " está correta.

Para calcular a densidade linear de força que atua sobre os fios muito longos, que tendem à
dimensão infinita relativamente à distância de afastamento dos fios, d, devemos, primeiro,
calcular o campo gerado por cada linha de corrente. Esses campos atuarão sobre a linha de
→ → →
corrente elétrica vizinha, por meio de força magnética. As forças magnéticas 𝐹 = 𝐼   𝑙   ×   𝐵
serão atrativas, como na figura a seguir. A intensidade da força magnética que atua sobre cada
fio longo, dividido pelo comprimento do fio, será a densidade linear de força que procuramos.

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Fonte: Autor

Vamos calcular os campos magnéticos sobre cada fio longo e depois a densidade linear de
força magnética. O cálculo do campo foi executado no exercício anterior, mas vamos repeti-lo,
por consistência e, em seguida, responder ao problema. Cada linha de corrente elétrica gera
um campo magnético:

Fonte: Autor

Lei de Ampère:
→ → ^
  → → 𝐵 = |  𝐵 | 𝜃
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 4 𝜋 𝑘𝑚 𝐼       ⟹         𝑑→ ^
𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 
𝐼𝑐 = 𝐼

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  →
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙  = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼 → 2𝑘 𝐼
→   | 𝐵 | = 𝑟𝑚  
| 𝐵 |𝐶 ∮𝑐 𝑑𝑙  = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼            ⟹           𝑐    
→ 2𝑘𝑚 𝐼 ^
→ 𝐵 = 𝑟 𝜃
𝐵 𝐶  2𝜋 𝑟 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Então, de acordo com o diagrama anterior de forças magnéticas sobre os dois fios, sabemos
sua direção e sentido. Precisamos do módulo dessas forças, lembrando que os elementos de
corrente elétrica são perpendiculares aos campos sobre cada linha de corrente:
→ → → → → → → → →
𝐹 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵            ⟹            𝐹 = 𝐼  𝑙   ×   𝐵      ⟹            | 𝐹 | = 𝐼  | 𝑙 |   | 𝐵 |
→ → 2𝑘𝑚 𝐼2 →
𝐹 2𝑘 𝐼
2
𝐹 = 𝑙   𝑑           ⟹          → = 𝑚𝑑   
𝑙

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

6. Um solenoide de comprimento 𝑙, raio 𝑟 e composto por 𝑁 espiras justapostas, conduz


uma corrente elétrica uniforme 𝐼. Considere que tenhamos uma situação ideal, ou seja,
que o seu comprimento seja muito maior do que seu raio cilíndrico, e que a densidade
linear de espiras seja suficientemente alta. Nessas condições, calcule o campo
^
magnético no interior do solenoide, ao longo de sua direção axial 𝑧.

Autor: Dn Br / Fonte: Shutterstock

A alternativa "C " está correta.

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Vejamos a figura a seguir. Vamos escolher essa curva de Ampère retangular, com alto grau de
simetria para a aplicação da lei de Ampère, de forma que o campo no interior do solenoide
tenha módulo constante. Vamos ainda considerar, como já discutido antes, que o campo do
lado de fora do solenoide seja pouquíssimo intenso e, em situação ideal, vamos aproximá-lo a
zero nessa região. A corrente elétrica total interna à curva de Ampère será igual à corrente em
uma espira multiplicada pelo número de espiras internas à curva de Ampère. O número de
espiras internas à curva de Ampère é igual ao produto da densidade linear de espiras pela
largura da curva 𝑏: 𝐼𝑐 = 𝑁𝑙   𝑏   𝐼. Então, na região 3, o campo será considerado nulo, pela baixa
→ →
intensidade. Nas regiões 2 e 4, o produto escalar no integrando da lei de Ampère, 𝐵 · 𝑑 𝑙 , será
zero, pois esses vetores são perpendiculares. E a única região onde o campo será não nulo é a
região 1, na curva de Ampère da figura a seguir. Portanto,

Fonte: Autor
  → → → →
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0  𝐼𝑐        ⟹        𝐵 𝑏 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝑏 𝐼      ⟹       𝐵 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼  

𝐵 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼  𝑧^

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Este é o campo magnético interno ao solenoide ideal.

GABARITO

TEORIA NA PRÁTICA
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Cabos coaxiais são largamente usados em transmissões de dados e sinais de TV. Seu uso se
deve à capacidade em reduzir sensivelmente ruídos eletromagnéticos externos ao sinal
transmitido. Um cabo coaxial é constituído de uma malha condutora elétrica envolvendo um
filamento condutor elétrico interno. Vamos considerar que a corrente elétrica tenha o mesmo
valor em magnitude nos dois condutores, o que geralmente ocorre, com a diferença que os
sentidos das correntes são opostos em cada condutor. Então, consideremos um cabo coaxial,
ao longo da direção 𝑧 de um sistema coordenado cilíndrico, que conduz uma corrente elétrica 𝐼
uniforme, no sentido positivo de 𝑧, pelo condutor interno de raio 𝑅1 , e a mesma corrente 𝐼, no
condutor em forma de malha condutora com raio 𝑅2 , no sentido negativo de 𝑧. Ou seja,
𝑅2 > 𝑅1 . Os condutores são separados mecanicamente por um material isolante elétrico.
Vamos obter o campo magnético entre os dois condutores e o campo magnético do lado de
fora do cabo coaxial.

Autor: ra3rn / Fonte: Shutterstock

RESOLUÇÃO
Para o cálculo do campo magnético, vamos usar a lei de Ampère de forma aplicada.

  → →
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0  𝐼𝑐

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vamos fazer uma simplificação quanto à constante de permeabilidade magnética dos materiais
e considerar que, neste problema, as permeabilidades magnéticas sejam praticamente iguais a
𝜇. Assim, a lei de Ampère será redigida como:

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
  → →
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇 𝐼𝑐

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vejamos a representação dos campos magnéticos na figura a seguir. Repare que esses
^
campos magnéticos atuam na direção polar cilíndrica 𝜃, em sentidos opostos, pois as correntes
elétricas são opostas. Vamos calcular a resultante dos campos magnéticos.

Fonte: EnsineMe.

A aplicação da regra da Mão-Direita nos mostra o sentido de atuação dos campos magnéticos.
Na figura, as correntes elétricas foram representadas como diferentes para podermos calcular
cada contribuição ao campo magnético de fontes de correntes elétricas diferentes. Veremos

que o campo representado como 𝐵 2 na figura, que seria uma resultante dos campos, a
depender das fontes e suas orientações, mas será, neste problema, igual a zero. O campo
magnético nulo no exterior não gera interferências magnéticas na vizinhança. Além disso,
temos o efeito de blindagem eletrostática que também é verificado nesse tipo de cabo. No
problema em questão, somente haverá campo não-nulo, na região entre os condutores,
descrito pela curva de Ampère 𝐶1 . Externamente o campo será nulo.

Curva 𝐶1 : (região 𝑅1 < 𝑟1 < 𝑅2 )

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
→ → ^
  → → 𝐵 = |
 𝐵 |𝜃
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 4𝜋 𝑘𝑚  𝐼𝑐1         ⟹          𝑑→ 𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 ^
1
𝐼 𝑐1 = 𝐼 1

  →
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1 → 2𝑘𝑚 𝐼1
1   | 𝐵 |𝑐 = 𝑟1  
→  
| 𝐵 |𝑐 ∮𝑐 𝑑𝑙 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1             ⟹           → 1    
1 1   2𝑘 𝐼 ^
𝐵1 = 𝑟𝑚1 1 𝜃

𝐵 𝑐1  2𝜋 𝑟1 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Ou seja, há campo magnético descrito pela curva de Ampère 𝐶1 com raio 𝑅1 < 𝑟1 < 𝑅2 .

Curva 𝐶2 : (região 𝑟2 ≥ 𝑅2 )

→ → ^
  → → 𝐵 = |
 𝐵 |𝜃
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 4𝜋 𝑘𝑚  𝐼𝑐2      ⟹          𝑑→ ^
𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 
2
𝐼𝑐2 = (𝐼1 - 𝐼2 )

→  
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1 - 𝐼2    → 2𝑘𝑚 (𝐼1 - 𝐼2 )
2   | 𝐵 |𝑐 =  
→   𝑟2
𝐵 𝑐2 ∮𝑐 𝑑𝑙 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1 - 𝐼2               ⟹           → 2 2𝑘  (𝐼 - 𝐼 )  
2   𝐵2 =
𝑚 1 2 ^
→ 𝑟2 𝜃
𝐵 𝑐2  2𝜋 𝑟2 = 4𝜋𝑘𝑚 𝐼1 - 𝐼2  

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como as correntes elétricas do problema são iguais, (𝐼1 - 𝐼2 ) = 0, o campo magnético



resultante 𝐵 2 descrito pela curva de Ampère 𝐶2 , com raio 𝑟2 ≥ 𝑅2 , será nulo. Ou seja, nessa

situação ideal, o campo magnético externo ao cabo será zero, 𝐵 2 = 0.

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CAMPO MAGNÉTICO DE CABOS COAXIAIS

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CONSIDERE UM CONDUTOR RETILÍNEO QUE CONDUZ UMA


CORRENTE ELÉTRICA 𝐼 = 15   𝐴 E APRESENTA UM TRECHO COM
FORMATO SEMICIRCULAR DE RAIO 𝑟 = 20   𝑐𝑚, COMO NA FIGURA.
CALCULE O CAMPO MAGNÉTICO NO PONTO 𝑃, CENTRO DO
SEMICÍRCULO, E RESPONDA: QUAL É O MÓDULO, A DIREÇÃO E O
SENTIDO DO CAMPO MAGNÉTICO NO PONTO 𝑃?

FONTE: AUTOR

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A) 𝐵 = 23,56  × 10-6  𝑇 ; direção radial; sentido para dentro da tela.

B) 𝐵 = 23, 56   × 10-6   𝑇 ; direção normal; sentido para dentro da tela.
→ -6
C) 𝐵 = 47, 12   × 10   𝑇; direção normal; sentido para fora da tela.

D) 𝐵 = 47, 12   × 10-6   𝑇 ; direção normal; sentido para dentro da tela.
→ -8
E) 𝐵 = 23, 56   × 10   𝑇; direção normal; sentido para fora da tela.

2. UM SOLENOIDE EM ANEL COMPLETO, COMO O DA FIGURA, É


CHAMADO DE TOROIDE DE SEÇÃO TRANSVERSA CIRCULAR.
CONSIDERE QUE UM DETERMINADO TOROIDE, COMO ESTE DA FIGURA,
CONTENHA 𝑁 ESPIRAS AO LONGO DE UM ANEL COMPLETO. SE O
TOROIDE FOR LIGADO A UMA CORRENTE ELÉTRICA UNIFORME 𝐼, UM
CAMPO MAGNÉTICO NÃO UNIFORME SE ESTABELECERÁ EM SEU
INTERIOR. CONSIDERE QUE AS ESPIRAS TENHAM DIMENSÕES DE
MENOR RAIO IGUAL A 𝑏 E MAIOR RAIO IGUAL A 𝑐, OU SEJA, HAVERÁ
CAMPO MAGNÉTICO NÃO UNIFORME NA REGIÃO𝑏 ≤ 𝑟 ≤ 𝑐. CALCULE O
VETOR CAMPO MAGNÉTICO PARA A DISTÂNCIA RADIAL 𝑟 NO INTERIOR
DO TOROIDE. USE 𝜇0 PARA A PERMEABILIDADE MAGNÉTICA.

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AUTOR: FOUAD A. SAAD / FONTE: SHUTTERSTOCK

→ 𝜇0  𝑁 𝐼 ^
A) 𝐵 = 2𝜋 𝑟  𝑟
→ 𝜇  𝑁 𝐼 ^
B) 𝐵 = 02𝜋   𝜃
→ 𝜇0   𝐼 ^
C) 𝐵 = 2𝜋 𝑟  𝜃
→ 𝜇0  𝑁 𝐼 ^
D) 𝐵 = 2𝜋 𝑟  𝜃
→ 𝜇0  𝑁 𝐼
E) 𝐵 = 2𝜋 𝑟  

GABARITO

1. Considere um condutor retilíneo que conduz uma corrente elétrica 𝐼 = 15   𝐴 e


apresenta um trecho com formato semicircular de raio 𝑟 = 20   𝑐𝑚, como na figura.
Calcule o campo magnético no ponto 𝑃, centro do semicírculo, e responda: Qual é o
módulo, a direção e o sentido do campo magnético no ponto 𝑃?

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Fonte: Autor

A alternativa "B " está correta.


Vamos usar a lei de Biot-Savart. Os elementos de corrente 𝐼   𝑑𝑙 serão tangentes ao trajeto da

corrente elétrica. O vetor unitário 𝑟^ é definido a partir da fonte do campo, 𝐼  𝑑𝑙, até o ponto de
medida P. O uso da regra da mão direita, no produto vetorial, nos diz que o campo no ponto P
estará na direção normal ao plano da figura e no sentido para dentro da tela. Agora, vamos
calcular o módulo do campo:
→ → ^ → →
𝑑 𝐵 𝑃 = 𝑘𝑚 𝐼 𝑑 𝑙 2  ×  𝑟          ⟹           𝐵 (𝑃) = ∫ 𝑑 𝐵 (𝑃)
𝑟
→ → → →
𝑑 𝐵 (𝑃) =  𝑘𝑚 𝐼 𝑑 𝑙 2  ×  𝑟^       ⟹      𝑑 𝐵 𝑃 =  𝑘𝑚 𝐼 𝑑𝑙 
2      ⟹      𝐵  (𝑃) = ∫  𝑘𝑚
𝐼 𝑑𝑙 
2
𝑟 𝑟 𝑟

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O raio 𝑟 do semicírculo se mantém inalterado na integração e a integral no mesmo semicírculo


resulta em ∫ 𝑑𝑙 = 2𝜋2  𝑟. Então:
→  𝑘 𝐼   𝜋 𝑘𝑚 𝐼 
𝐵 𝑃 = 𝑚2 2𝜋 𝑟
2 =  𝑟
𝑟
-7
→ 𝜋  .  10 𝑁   .  15𝐴 →
     ⟹     𝐵 𝑃 = 23,56  ×  10-6  𝑇
2
𝐵𝑃 = 𝐴
0,20𝑚

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

2. Um solenoide em anel completo, como o da figura, é chamado de toroide de seção


transversa circular. Considere que um determinado toroide, como este da figura,
contenha 𝑁 espiras ao longo de um anel completo. Se o toroide for ligado a uma
corrente elétrica uniforme 𝐼, um campo magnético não uniforme se estabelecerá em seu
interior. Considere que as espiras tenham dimensões de menor raio igual a 𝑏 e maior
raio igual a 𝑐, ou seja, haverá campo magnético não uniforme na região𝑏 ≤ 𝑟 ≤ 𝑐. Calcule
o vetor campo magnético para a distância radial 𝑟 no interior do toroide. Use 𝜇0 para a
Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
permeabilidade magnética.

Autor: Fouad A. Saad / Fonte: Shutterstock

A alternativa "D " está correta.

Como temos alto grau de simetria, vamos aplicar a Lei de Ampère em uma curva de Ampère, c,
em anel com simetria polar. O campo magnético terá módulo constante ao longo de c.
→ → ^
  → → 𝐵 = |  𝐵 | 𝜃
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0  𝐼𝑐            ⟹            → ^
𝑑 𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 
𝐼𝑐 = 𝑁 𝐼
  →
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙 = 𝜇0  𝑁 𝐼  → 𝜇0  𝑁 𝐼
1   | 𝐵 | = 2𝜋 𝑟  
→  
| 𝐵 |𝑐 ∮𝑐 𝑑𝑙  = 𝜇0  𝑁 𝐼             ⟹           → 𝑐 𝜇   𝑁 𝐼
→ 𝐵 = 2𝜋 𝑟
0 ^
 𝜃
𝐵 𝑐  2𝜋 𝑟 = 𝜇0  𝑁 𝐼 

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

MÓDULO 3

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 Calcular o fluxo de campo magnético, a indutância e a aplicação da Lei de Gauss da
magnetostática

FLUXO DE CAMPO MAGNÉTICO


O fluxo de campo magnético é definido de forma semelhante à definição de fluxo de campo
elétrico. É essencialmente a contagem líquida do número de linhas de campo magnético que
atravessam uma superfície.

A figura a seguir exemplifica diagramaticamente um elemento de área aberta 𝑑𝐴 com seu vetor
^
unitário normal 𝑛 e as linhas de campo magnético, tipicamente curvas, atravessando esse
elemento de área.

Fonte: Autor

Consideremos uma superfície com elementos infinitesimais de área dA e seus vetores normais
^
unitários 𝑛 a cada elemento de área. O elemento de fluxo de campo magnético 𝑑𝛷𝑚 e a
correspondente integral aberta desses elementos, 𝛷𝑚 , serão definidos como
→ ^ →
𝑑Φ𝑚 =   𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴 =   𝐵 𝑑𝐴   cos𝜃 
→ ^
Φ𝑚 = ∫ 𝑑Φ𝑚 = ∫ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴

Loading
 [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
^
Em que o ângulo 𝜃 entre o vetor campo magnético e o vetor normal 𝑛 ao elemento de área dA
foi incorporado com o produto escalar. Repare que usamos a mesma construção de fluxo de
campo elétrico.

A unidade de fluxo de campo magnético no Sistema Internacional de unidades (S.I.) é o Weber


(Wb).

1𝑊𝑏 = 1 𝑇 . 𝑚2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Se linhas de campo atravessarem superfícies sucessivas, como as superfícies definidas por


diferentes espiras em um solenoide ou bobina, contabilizaremos o fluxo por cada superfície. 

Portanto, duas superfícies iguais em uma bobina contabilizarão duas vezes ao fluxo de campo,
pois a área será duplicada, e assim sucessivamente para qualquer número de superfícies.

Fonte: Autor

LEI DE GAUSS DA MAGNETOSTÁTICA


  → ^
Quando lidamos com a Lei de Gauss da Eletrostática, 𝛷𝐸 = ∮𝑐 𝐸 . 𝑛   𝑑𝐴 = 4   𝜋   𝑘   𝑞,
compreendemos que a fonte do campo eletrostático é a carga elétrica interna à superfície
gaussiana, e que a estrutura desse campo é divergente, ou seja, as linhas de campo
eletrostático “nascem ou morrem” em cargas elétricas. No entanto, o campo magnetostático
tem estrutura rotacional, com linhas de campo fechadas, mesmo dentro dos materiais
magnéticos naturais.

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
SE ESTABELECERMOS UMA INTEGRAL DE
FLUXO FECHADA PARA O CAMPO
MAGNETOSTÁTICO, QUAL SERÁ A RESPOSTA
DESSA INTEGRAL, JÁ QUE NÃO TEMOS
CARGAS PUNTUAIS MAGNÉTICAS NA TEORIA
ELETRODINÂMICA CLÁSSICA?

 RESPOSTA

Esta é a resposta exata: não há cargas magnéticas puntuais. Não há monopolos magnéticos. A
integral de Gauss total do campo magnetostático será zero. Esse resultado também nos mostra
matematicamente a razão da estrutura do campo magnetostático ser rotacional. A integral de
Gauss é zero e assim a divergência desse campo é zero, ou seja, o campo é rotacional.

Uma simples equação demonstra a beleza de todas as nossas discussões sobre a estrutura do
campo magnetostático: a Lei de Gauss do campo magnetostático.

→ ^  
Φ𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = ∮ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴 =0
𝑐

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que 𝛷𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 é o fluxo de campo magnético total e c é a superfície gaussiana fechada de


suporte dessa integração.

Significa que a totalidade das linhas de campo magnéticas, que chamamos de número líquido
total de linhas que atravessam uma superfície gaussiana fechada, será sempre zero. Como as
linhas de campo magnetostáticas são fechadas, rotacionais, todas as linhas que entram em
uma superfície fechada sairão desta e não contabilizarão no fluxo total.

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 ATENÇÃO

A Lei de Gauss da magnetostática, somada à Lei de Ampère e à definição da força magnética,


caracterizam toda a magnetostática, pois explicam a estrutura rotacional do campo, a
inexistência de monopolos magnéticos, a interação magnética e a Lei de Biot-Savart pode ser
extraída destas.

Vamos aplicar esses princípios na demonstração do conceito de Indutância.

DEMONSTRAÇÃO

INDUTÂNCIA

Quando ligamos uma corrente elétrica ou um fluxo de portadores de cargas, verificamos a


geração de campo magnético, descrito pela Lei de Ampère ou, alternativamente, pela Lei de
Biot-Savart. Os campos magnéticos têm as correntes elétricas como suas fontes. Vamos
desconsiderar por um instante os campos magnéticos naturais.

Além disso, podemos calcular o fluxo aberto de campo magnético 𝛷𝑚 que atravessa ou incide
sobre uma superfície, que nominamos de uma integral de Gauss aberta.

Vamos definir que o fluxo de campo magnético possa ser obtido direta e linearmente da
corrente elétrica com uma constante de proporcionalidade que chamaremos de indutância.
Contudo, o fluxo pode alcançar a vizinhança ou atuar no próprio sistema que o gera. Assim,
temos duas classes de indutâncias: a indutância mútua 𝑀 e a autoindutância 𝐿.

Pense em dois circuitos elétricos. Cada qual com sua corrente elétrica, 𝐼1   𝑒     𝐼2 . 

O fluxo de campo magnético que incidirá sobre o circuito Nº 1 será oriundo do campo
magnético gerado pelo próprio circuito Nº 1, que se somará à contribuição ao fluxo de campo
oriundo do circuito Nº 2. 

Isto é, o campo magnético gerado pelo circuito Nº 2 contribuirá para o fluxo que atravessa o
circuito Nº 1, assim com o próprio campo do circuito Nº 1 contribuirá a esse fluxo. Da mesma
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forma, ocorrerá no circuito Nº 2.
Fonte: Autor

 ATENÇÃO

O campo magnético também satisfaz ao princípio de superposição e todas as contribuições ao


campo magnetostático serão somadas, mesmo que oriundas de fontes diversas. Assim, o fluxo
também deverá satisfazer esse princípio.

Então, o fluxo de campo magnético sobre o circuito Nº 1 será:

Φ𝑚1 =  𝐿 𝐼1 + 𝑀 𝐼2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Em que 𝐿 é a autoindutância do circuito Nº 1, que dependerá de sua geometria, como veremos,
e 𝑀 é a indutância Mútua, que dependerá da geometria do circuito Nº 2 e das configurações
geométricas relativas dos dois circuitos, Nº 1 e Nº 2.  

A unidade SI da indutância é o Henry (H):

2
1 𝐻  = 1 𝑊𝑏 𝑇 .  𝑚 = 1 𝑉 . 𝑠
𝐴   = 1  𝐴 𝐴

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 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
Podemos definir a unidade física da constante de permeabilidade em termos da unidade de
fluxo de campo magnético: 𝜇0 = 4𝜋 × 10-7   𝐻 / 𝑚.

MÃO NA MASSA

1. CONSIDEREMOS O PROBLEMA DO SOLENOIDE IDEAL. UM


COMPONENTE ELETRÔNICO COM 𝑁 ESPIRAS JUSTAPOSTAS, GRANDE
COMPRIMENTO 𝑙, ALTA DENSIDADE DE ESPIRAS POR COMPRIMENTO E
ÁREA DE SEÇÃO RETA 𝐴. VAMOS CONSIDERAR QUE ESSE SOLENOIDE
CONDUZA UMA CORRENTE ELÉTRICA UNIFORME 𝐼 CONSTANTE E
ESTEJA ISOLADO DE OUTRAS FONTES DE CAMPOS MAGNÉTICOS.
CALCULE O FLUXO DE CAMPO MAGNÉTICO AO LONGO DO INTERIOR
DESTE SOLENOIDE.

FONTE: ENSINEME.

A) Φ𝑚 =  0

B) Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙 𝐼
2
C) Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼

D) Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙 𝐼 𝐴
2
E) Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼 𝐴
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2. CONSIDEREMOS NOVAMENTE O PROBLEMA DO SOLENOIDE IDEAL.
UM COMPONENTE ELETRÔNICO COM 𝑁 ESPIRAS JUSTAPOSTAS,
GRANDE COMPRIMENTO 𝑙, ALTA DENSIDADE DE ESPIRAS POR
COMPRIMENTO E ÁREA DE SEÇÃO RETA 𝐴. VAMOS CONSIDERAR QUE
ESSE SOLENOIDE CONDUZA UMA CORRENTE ELÉTRICA UNIFORME 𝐼
CONSTANTE E ESTEJA ISOLADO DE OUTROS CAMPOS MAGNÉTICOS.
CALCULE SUA AUTOINDUTÂNCIA 𝐿.

2
A) 𝐿  =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐴
2
B) 𝐿  =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼 𝐴

C) 𝐿  =  𝜇0  𝑁𝑙 𝐼
2
D) 𝐿  =  𝜇0  𝑁𝐴  𝑙

E) 𝐿  =  𝜇0  𝑁

2
3. SEJA UM SOLENOIDE DE 10   𝑐𝑚 DE COMPRIMENTO, 3   𝑐𝑚 DE ÁREA
E 150 ESPIRAS. CALCULE SUA AUTOINDUTÂNCIA 𝐿.

A) 𝐿  ≅ 0,848 𝐻

B) 𝐿  ≅ 0,0848 𝐻

C) 𝐿  ≅ 0,00848 𝐻

D) 𝐿  ≅ 0,000848 𝐻

E) 𝐿  ≅ 0,0000848 𝐻

4. SEJA UM FIO CONDUTOR DISPOSTO VERTICALMENTE POR ONDE


PERCORRE UMA CORRENTE ELÉTRICA 𝐼 UNIFORME, NO SENTIDO DE
BAIXO PARA CIMA. CALCULE A INDUTÂNCIA MÚTUA, 𝑀, DA ESPIRA
CONDUTORA RETANGULAR, LATERAL AO FIO COMO NA FIGURA,
CONSIDERANDO QUE TANTO A SUPERFÍCIE DA ESPIRA RETANGULAR
COMO O FIO CONDUTOR PERTENÇAM AO MESMO PLANO
COORDENADO. AS DIMENSÕES DA ESPIRA RETANGULAR SÃO
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DESCRITAS NA FIGURA.
FONTE: AUTOR

A) 𝑀 =  2 𝑘𝑚  𝑐 (𝑏 - 𝑎)

B) 𝑀 = 2 𝑘𝑚  𝑐 ln𝑎𝑏

C) 𝑀 = 2 𝑘𝑚 𝐼 𝑐 ln𝑎𝑏
2𝑘𝑚 𝐼
D) 𝑀 = 𝑟

E) 𝑀 = 2 𝑘𝑚  𝑐𝑎𝑏

5. DOIS SOLENOIDES, UM LONGO E OUTRO CURTO, COM


COMPRIMENTOS 𝑙2 > 𝑙1 E RESPECTIVOS RAIOS 𝑟2 > 𝑟1 , SÃO
ALINHADOS NO MESMO EIXO AXIAL 𝑧, DE MANEIRA QUE O SOLENOIDE
CURTO E DE MENOR RAIO, 𝑟1 , ESTEJA INSERIDO DENTRO DO
SOLENOIDE LONGO E DE MAIOR RAIO, 𝑟2 . O SOLENOIDE INTERNO,
CURTO E DE MENOR RAIO, POSSUI 𝑁1 ESPIRAS, ENQUANTO O
SOLENOIDE EXTERNO, LONGO E DE MAIOR RAIO, POSSUI 𝑁2 ESPIRAS.
CONSIDERE QUE OS DOIS SOLENOIDES TENHAM GRANDE DENSIDADE
LINEAR DE ESPIRAS. A FIGURA A SEGUIR É APENAS ILUSTRATIVA. SE
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O SOLENOIDE LONGO E EXTERNO CONDUZ UMA CORRENTE ELÉTRICA
UNIFORME 𝐼2 , CALCULE A INDUTÂNCIA MÚTUA DO SOLENOIDE CURTO,
INTERNO, DE RAIO 𝑟1 .

FONTE: AUTOR

2
(𝑁2 ) 2
A) 𝑀 =  𝜇0   𝑙2  𝜋 (𝑟2 )
𝑟
B) 𝑀 =  2 𝜇0  𝐼ln𝑟21
𝑁2  𝑁1 2
C) 𝑀 =  𝜇0   (
𝑙2  𝐼 𝜋  𝑟 1 )

𝑁2  𝑁1 2
D) 𝑀 =  𝜇0   𝑙2
 𝜋 (𝑟1 )
2
(𝑁1 ) 2
E) 𝑀 =  𝜇0   𝑙1
 𝜋 (𝑟1 )

6. VAMOS ABORDAR NOVAMENTE O PROBLEMA ANTERIOR, MAS COM


OUTRO OLHAR. ENTÃO, SEJAM DOIS SOLENOIDES, UM LONGO E
OUTRO CURTO, COM COMPRIMENTOS 𝑙2 > 𝑙1 E RESPECTIVOS RAIOS
𝑟2 > 𝑟1 , ALINHADOS NO MESMO EIXO AXIAL 𝑧, DE MANEIRA QUE O
SOLENOIDE CURTO E DE MENOR RAIO, 𝑟1 , ESTEJA INSERIDO DENTRO
DO SOLENOIDE LONGO E DE MAIOR RAIO, 𝑟2 . O SOLENOIDE INTERNO,
CURTO E DE MENOR RAIO, POSSUI 𝑁1 ESPIRAS, ENQUANTO O
SOLENOIDE EXTERNO, LONGO E DE MAIOR RAIO, POSSUI 𝑁2 ESPIRAS.
CONSIDERE QUE OS DOIS SOLENOIDES TENHAM GRANDE DENSIDADE
LINEAR DE ESPIRAS. A FIGURA A SEGUIR É APENAS ILUSTRATIVA. SE
O SOLENOIDE LONGO E EXTERNO CONDUZ UMA CORRENTE ELÉTRICA
UNIFORME 𝐼2 , E O SOLENOIDE CURTO E INTERNO CONDUZ UMA
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CORRENTE ELÉTRICA 𝐼 , CALCULE O FLUXO DE CAMPO MAGNÉTICO
1
TOTAL DO SOLENOIDE CURTO E INTERNO, DE RAIO 𝑟1 .

FONTE: AUTOR

(𝑁1 )2 2 𝑁2  𝑁1 2
A) Φ𝑚1 =  𝜇0   𝑙1
 𝜋 (𝑟1 )  𝐼1 + 𝜇0   𝑙2
 𝜋 (𝑟1 )  𝐼2
2
(𝑁1 ) 2
B) Φ𝑚1 =  𝜇0   𝑙1
 𝜋 (𝑟1 )  𝐼1
2
C) Φ𝑚1 =  𝜇  𝑁2 𝑙 𝑁1  𝜋 (𝑟1 )  𝐼2
0 2

(𝑁1 )2 2 (𝑁1 )2 2
D) Φ𝑚1 =  𝜇0   𝑙1
 𝜋 (𝑟1 )  𝐼1 + 𝜇0   𝑙1
 𝜋 (𝑟1 )  𝐼2

E) Φ𝑚1 =  𝜇0  
𝑁2  𝑁1
( 2
𝑙2  𝜋  𝑟 1 )  𝐼1 + 𝜇0  
𝑁2  𝑁1
( 2
𝑙2  𝜋  𝑟 1 )  𝐼2

GABARITO

1. Consideremos o problema do solenoide ideal. Um componente eletrônico com 𝑁


espiras justapostas, grande comprimento 𝑙, alta densidade de espiras por comprimento
e área de seção reta 𝐴. Vamos considerar que esse solenoide conduza uma corrente
elétrica uniforme 𝐼 constante e esteja isolado de outras fontes de campos magnéticos.
Calcule o fluxo de campo magnético ao longo do interior deste solenoide.

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Fonte: EnsineMe.

A alternativa "E " está correta.

Veja, a seguir, a resolução da questão:

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2. Consideremos novamente o problema do solenoide ideal. Um componente eletrônico
com 𝑁 espiras justapostas, grande comprimento 𝑙, alta densidade de espiras por
comprimento e área de seção reta 𝐴. Vamos considerar que esse solenoide conduza uma
corrente elétrica uniforme 𝐼 constante e esteja isolado de outros campos magnéticos.
Calcule sua autoindutância 𝐿.

A alternativa "A " está correta.

Neste problema, devemos continuar a partir da questão anterior, quando expressamos o fluxo
de campo magnético a partir do campo magnético de um solenoide ideal nas mesmas
^ ^
configurações. Então, como 𝑛   .   𝑧 = 1,

𝐵 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼  𝑧^
→ ^
Φ𝑚 = ∫ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴

Φ𝑚 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼 𝑁𝐴 


2
Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼 𝐴

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Entretanto, o fluxo de campo magnético do solenoide, isolado, pode ser definido em termos das
constantes de indutância e de correntes elétricas como:

Φ𝑚1 =  𝐿 𝐼1 + 𝑀 𝐼2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como o solenoide está isolado de outras fontes magnéticas, o segundo termo não se aplicará:

Φ𝑚1 =  𝐿 𝐼
2
Φ𝑚1 =  𝐿 𝐼 =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼 𝐴

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto,
2
𝐿  =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐴

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Note que a autoindutância depende da geometria e configuração do indutor (solenoide), sua


área de seção reta 𝐴, comprimento 𝑙 e o número de espiras 𝑁.
2
3. Seja um solenoide de 10   𝑐𝑚 de comprimento, 3   𝑐𝑚 de área e 150 espiras. Calcule
sua autoindutância 𝐿.
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A alternativa "E " está correta.

Para solucionar o problema, precisamos calcular o campo magnético e o fluxo de campo no


interior de um solenoide. Como já fizemos isso, podemos aproveitar esses resultados. Porém,
é necessário tomar cuidado, pois esses cálculos não devem ser tratados como “fórmulas” a
serem memorizadas. É preciso exercitá-los, para que possamos responder a qualquer
problema. Vejamos:

𝐵 =  𝜇0   𝑁𝑙 𝐼  𝑧^
2
Φ𝑚 =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐼 𝐴
2
𝐿  =  𝜇0  𝑁𝑙  𝐴

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Então, como 𝜇0 = 4𝜋 × 10-7   𝐻 / 𝑚,


-7 2 -4 2
𝐿  = 4𝜋 × 10  𝐻 / 𝑚 (150)  3 . 10 𝑚
-2
(10 . 10 𝑚)

𝐿  ≅ 0,0000848 𝐻

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

4. Seja um fio condutor disposto verticalmente por onde percorre uma corrente elétrica 𝐼
uniforme, no sentido de baixo para cima. Calcule a indutância mútua, 𝑀, da espira
condutora retangular, lateral ao fio como na figura, considerando que tanto a superfície
da espira retangular como o fio condutor pertençam ao mesmo plano coordenado. As
dimensões da espira retangular são descritas na figura.

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Fonte: Autor

A alternativa "B " está correta.

Veja, a seguir, a resolução da questão:

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5. Dois solenoides, um longo e outro curto, com comprimentos 𝑙2 > 𝑙1 e respectivos
raios 𝑟2 > 𝑟1 , são alinhados no mesmo eixo axial 𝑧, de maneira que o solenoide curto e
de menor raio, 𝑟1 , esteja inserido dentro do solenoide longo e de maior raio, 𝑟2 . O
solenoide interno, curto e de menor raio, possui 𝑁1 espiras, enquanto o solenoide
externo, longo e de maior raio, possui 𝑁2 espiras. Considere que os dois solenoides
tenham grande densidade linear de espiras. A figura a seguir é apenas ilustrativa. Se o
solenoide longo e externo conduz uma corrente elétrica uniforme 𝐼2 , calcule a indutância
mútua do solenoide curto, interno, de raio 𝑟1 .

Fonte: Autor

A alternativa "D " está correta.

Manteremos a mesma estratégia de resolução: calcular o campo magnético, o fluxo de campo


e depois a indutância. O campo magnético interno de um solenoide ideal já foi calculado.
Vamos utilizar esse resultado. Se houver dúvidas, basta retornar ao exercício 6 da seção Mão
na massa do módulo 2. O cálculo de fluxo de campo deve seguir a definição de fluxo de
campo aberto, somando todas as 𝑁 contribuições de área de cada espira. Assim, como nesse
^ ^ ^ ^
problema, teremos 𝑛 = 𝑧, então 𝑛   .   𝑧 = 1.
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Eis o campo magnético gerado pelo solenoide longo, externo e de raio 𝑟2 , com corrente 𝐼:

𝐵 2 =  𝜇0    𝑙 2  𝐼2   𝑧^
𝑁
2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O fluxo de campo magnético no solenoide curto, interno e de raio 𝑟1 , com 𝑁1 espiras,



considerando que o campo 𝐵 2 é uniforme, será:

^  𝑑𝐴1
Φ𝑚 1 = ∫ 𝐵 2 . 𝑛
𝑁
Φ𝑚1 =  𝜇0    𝑙 2  𝐼2  𝑁1 𝐴1  
2

𝑁2  𝑁1
Φ𝑚1 =  𝜇0   𝑙2  𝐼2  𝐴1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


2
Mas 𝐴1 = 𝜋   (𝑟1 ) . Então, como 𝛷𝑚1 =   𝑀   𝐼2 ,
𝑁2  𝑁1 2
𝑀 =  𝜇0   𝑙2
 𝜋 (𝑟1 )

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Obs.: É muito comum expressar essa resposta em termos do número de enrolamentos por
2
comprimento linear, 𝑛 = 𝑁 / 𝑙. Nesse caso, a resposta seria 𝑀 =   𝜇0   𝑛2   𝑛1 𝑙1   𝜋   (𝑟1 ) .

6. Vamos abordar novamente o problema anterior, mas com outro olhar. Então, sejam
dois solenoides, um longo e outro curto, com comprimentos 𝑙2 > 𝑙1 e respectivos raios
𝑟2 > 𝑟1 , alinhados no mesmo eixo axial 𝑧, de maneira que o solenoide curto e de menor
raio, 𝑟1 , esteja inserido dentro do solenoide longo e de maior raio, 𝑟2 . O solenoide
interno, curto e de menor raio, possui 𝑁1 espiras, enquanto o solenoide externo, longo e
de maior raio, possui 𝑁2 espiras. Considere que os dois solenoides tenham grande
densidade linear de espiras. A figura a seguir é apenas ilustrativa. Se o solenoide longo
e externo conduz uma corrente elétrica uniforme 𝐼2 , e o solenoide curto e interno conduz
uma corrente elétrica 𝐼1 , calcule o fluxo de campo magnético total do solenoide curto e
interno, de raio 𝑟1 .

Loading [MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js
Fonte: Autor

A alternativa "A " está correta.

O fluxo de campo magnético é composto por duas contribuições, uma autoindutiva e outra de
indutância mútua.

Φ𝑚1 =  𝐿 1  𝐼1 + 𝑀 𝐼2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A contribuição de indutância mútua já foi calculada no problema anterior:


𝑁2  𝑁1 2
𝑀 =  𝜇0   𝑙2
 𝜋 (𝑟1 )

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Então, vamos obter a autoindutância do solenoide curto e expressar o fluxo total por esse
indutor interno. 

Para o cálculo da autoindutância, reutilizaremos o resultado obtido anteriormente, quando do


cálculo da autoindutância de um solenoide ideal, e adaptaremos a este caso.
2
No exercício 2, obtivemos: 𝐿   =   𝜇   𝑁𝑙   𝐴.
0

Neste problema, vamos adequar os dados:


2
(𝑁1 )
𝐿 1   =  𝜇0   𝑙1  𝐴1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


2
Mas 𝐴1 = 𝜋   (𝑟1 ) , então:
(𝑁1 )2 2
𝐿 1   =  𝜇   𝑙
 𝜋 (𝑟1 )
0 1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto,
Loading o fluxo total de campo magnético
[MathJax]/jax/output/CommonHTML/jax.js sobre o solenoide curto será:
Φ𝑚1 =  𝐿 1  𝐼1 + 𝑀 𝐼2

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E assim,
2
(𝑁 ) 2
Φ𝑚 1 =  𝜇0   𝑙1  𝜋 (𝑟1 )  𝐼1 + 𝜇0  
𝑁2  𝑁1
( 2
𝑙2  𝜋  𝑟 1 )  𝐼2
1

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

GABARITO

TEORIA NA PRÁTICA
Um toroide de seção transversa retangular ideal contém N espiras justapostas e
perpendiculares a um anel completo. Se esse toroide for ligado a uma corrente elétrica
uniforme 𝐼, um campo magnético não uniforme se estabelecerá em seu interior. Considere que
as espiras tenham as dimensões de um retângulo, como na figura a seguir do corte em seção
transversa da peça. Ou seja, haverá campo magnético não uniforme em seu interior. A
fotografia a seguir ilustra esse componente na realidade. Calcule a autoindutância 𝐿 deste
toroide ideal de seção retangular, como descrito nas duas figuras seguintes. Use 𝜇0 para a
permeabilidade magnética.

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Autor: KPixMining / Fonte: Shutterstock
Fonte: Autor

RESOLUÇÃO
Então, vamos seguir a estratégia de solução já adotada: Calcular o campo magnético, o fluxo
de campo magnético e a Indutância. Como temos alto grau de simetria, vamos aplicar a lei de
Ampère em uma curva de Ampère em anel fechado com simetria polar, como fizemos antes:

Campo magnético para uma curva c interna ao toroide:

→ → ^
  → → 𝐵 = | 𝐵 |𝜃
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0  𝐼𝑐            ⟹            → ^
𝑑 𝑙 =  𝑑𝑙 𝜃 
𝐼𝑐 = 𝑁 𝐼

  →
∮𝑐 𝐵  𝑑𝑙 = 𝜇0  𝑁 𝐼  → 𝜇0  𝑁 𝐼
1   | 𝐵 |𝑐   2𝜋 𝑟  
=
→  
| 𝐵 |𝑐 ∮𝑐 𝑑𝑙  = 𝜇0  𝑁 𝐼             ⟹           → 𝜇  𝑁 𝐼
→ 𝐵 = 2𝜋 𝑟
0 ^
 𝜃
𝐵 𝑐  2𝜋 𝑟 = 𝜇0  𝑁 𝐼 

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Fluxo de Campo magnético:

Como a área de incidência do fluxo de campo magnético, em cada espira do Toroide, será um
retângulo de lados 𝑏 - 𝑎   ×   ℎ, como ilustrado na ultima figura das três anteriores, a medida de
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integração de área desta região será 𝑑𝐴 = ℎ 𝑑𝑟:
→ ^ 𝑏→
^   ℎ 𝑑𝑟
Φ𝑚 = ∫ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴          ⟹      Φ𝑚 = 𝑎∫ 𝐵 . 𝑛

𝑏 𝜇  𝑁 𝐼
Φ𝑚 = ∫𝑎 2𝜋 𝑟
0 ^.𝑛
 𝜃 ^   ℎ 𝑑𝑟

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


^ ^
Como os vetores unitários direcionais, 𝜃 (polar cilíndrico) e 𝑛 (normal), da superfície da cada
^ ^
espira do Toroide, estão na mesma direção e orientação, temos𝜃   .   𝑛 = 1. Assim,

𝑏 𝜇  𝑁 𝐼 𝜇0  𝑁 𝐼 𝑏 1
Φ𝑚 = 𝑎∫ 0
2𝜋 𝑟  ℎ 𝑑𝑟           ⟹       Φ𝑚 = 2𝜋 𝑎∫  𝑟 ℎ 𝑑𝑟

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Portanto,

𝜇0  𝑁 𝐼 𝑏 1 𝜇0  𝑁 𝐼 ℎ 
𝛷𝑚 = 2𝜋
ℎ 𝑎∫  𝑟 𝑑𝑟        ⟹          𝛷𝑚 = 2𝜋
𝑙𝑛⁡𝑎𝑏

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Esse é o fluxo sobre uma espira do Toroide de seção retangular. O fluxo sobre N espiras do
mesmo Toroide de seção retangular será obtido multiplicando-se esse fluxo por N:

𝜇0  𝑁2  𝐼 ℎ  𝑏
𝛷 𝑚𝑁 = 2𝜋 𝑙𝑛𝑎

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Portanto, a autoindutância L do torioide será:

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𝜇0  𝑁2  ℎ 
Φ𝑚𝑁 =  𝐿 𝐼          ⟹          𝐿 =    2𝜋 𝑙𝑛(𝑎𝑏)

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E, mais uma vez, a indutância resulta ser função da geometria do indutor.  

Obs.: A autoindutância de um Toroide de seção transversa circular tem cálculos mais


complexos, mas em certos limites de suas dimensões e para efeitos práticos, se aproxima do
presente cálculo do Toroide de seção retangular.

CÁLCULO DE AUTOINDUTÂNCIA DE UM
TOROIDE

VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. CALCULE A AUTOINDUTÂNCIA POR UNIDADE DE COMPRIMENTO DE


UM LONGO SOLENOIDE DE RAIO 𝑅, COM 𝑛 ESPIRAS POR
COMPRIMENTO.

2 2
A) 𝐿𝑙 =   𝜇0  𝑛  𝜋 𝑅
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2
B) 𝑙 =   𝜇  𝑛 𝜋 𝑅
𝐿
0
C) 𝐿𝑙 =   𝜇0  𝑛2  2𝜋 𝑅
2 2
D) 𝐿𝑙 =   𝜇0  𝑛   / 𝜋 𝑅

E) 𝐿𝑙 = 0

2. UM CAMPO MAGNÉTICO UNIFORME DE MÓDULO IGUAL A 0, 5   𝑇, NA


DIREÇÃO DE 𝑥 POSITIVO, ATRAVESSA UMA SUPERFÍCIE PLANA E
QUADRADA DE ARESTAS IGUAIS A 10   𝑐𝑚. A SUPERFÍCIE ESTÁ
0
INCLINADA, FORMANDO UM ÂNGULO DE 30 ENTRE A SUA NORMAL E
A DIREÇÃO DO CAMPO. CALCULE O FLUXO DE CAMPO MAGNÉTICO
QUE ATRAVESSA ESSA SUPERFÍCIE.

A) Φ𝑚 ≅ 43,3 𝑊𝑏

B) Φ𝑚 ≅ 4,33 𝑊𝑏

C) Φ𝑚 ≅ 0,433 𝑊𝑏

D) Φ𝑚 ≅ 0,0433 𝑊𝑏

E) Φ𝑚 ≅ 0,00433 𝑊𝑏

GABARITO

1. Calcule a autoindutância por unidade de comprimento de um longo solenoide de raio


𝑅, com 𝑛 espiras por comprimento.

A alternativa "A " está correta.

Vamos considerar que o solenoide esteja alinhado com a direção 𝑧 e está conduzindo uma
corrente elétrica 𝐼. Vamos, ainda, calcular o campo para uma curva de Ampère retangular,
como fizemos antes, com lado 𝑏. Como 𝐼𝑐 =   𝑛   𝑏   𝐼, temos:
  → → → →
∮𝑐 𝐵 ⋅ 𝑑 𝑙 = 𝜇0  𝐼𝑐        ⟹        𝐵 𝑏 =  𝜇0   𝑛 𝑏 𝐼      ⟹       𝐵 =  𝜇0   𝑛 𝐼  

𝐵 =  𝜇0  𝑛 𝐼  𝑧^

 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


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Para o cálculo de fluxo de campo devemos aplicar a definição de fluxo de campo aberto,
^ ^
somando todas as 𝑁 contribuições de área de cada espira. Assim, como 𝑛 = 𝑧, então
^ ^
𝑛   .   𝑧 = 1:

𝐵 =  𝜇0  𝑛 𝐼  𝑧^

^
Φ𝑚 = ∫ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴
2
Φ𝑚 =  𝜇0  𝑛 𝐼 𝐴𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =  𝜇0  𝑛 𝐼  𝑁 𝜋 𝑅

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Como 𝑛 = 𝑁 / 𝑙, onde 𝑙 é o comprimento do Solenoide, então, 𝑁 = 𝑛   𝑙.

Φ𝑚 =  𝜇0  𝑛 𝐼  𝑛𝑙𝜋 𝑅2 =  𝜇0  𝑛2  𝐼  𝑙 𝜋 𝑅2

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Mas 𝛷𝑚 = 𝐿   𝐼 e como a solicitação foi da autoindutância por unidade de comprimento, então:

𝐿
𝑙
=   𝜇0  𝑛2  𝜋 𝑅2

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2. Um campo magnético uniforme de módulo igual a 0, 5   𝑇, na direção de 𝑥 positivo,


atravessa uma superfície plana e quadrada de arestas iguais a 10   𝑐𝑚. A superfície está
0
inclinada, formando um ângulo de 30 entre a sua normal e a direção do campo. Calcule
o fluxo de campo magnético que atravessa essa superfície.

A alternativa "E " está correta.

→ ^
Como o campo é uniforme, 𝐵 = 0, 5   𝑇   𝑖, o fluxo se simplifica..
→ ^ → ^ →
Φ𝑚 = ∫ 𝐵 . 𝑛 𝑑𝐴  = 𝐵 . 𝑛𝐴 = 𝐵  𝐴   cos𝜃
2 𝑜
Φ𝑚 = 0,5 𝑇  .  (0,1 𝑚) .     cos30

Φ𝑚 ≅ 0,00433 𝑊𝑏

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CONCLUSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fenômenos magnéticos fazem parte do nosso dia a dia. Eletroímãs, geradores elétricos,
materiais magnéticos, mídias magnéticas, bobinas, indutores, campos magnéticos etc. Não há
como pensar em eletromagnetismo sem o estudo dos fenômenos magnéticos e da
magnetostática.

É fundamental que você perceba que todos os itens de estudo da eletrodinâmica clássica,
mesmo aqueles aparentemente mais teóricos, têm aplicação tecnológica e fazem parte da
nossa sociedade tecnológica contemporânea.

Neste tema, você estudou os campos magnéticos estáticos com fontes naturais e de corrente
elétrica uniforme, as leis que regem esses campos magnetostáticos, suas aplicações ao
cálculo de fluxos de campos magnéticos e um pouco sobre os indutores. Não deixe de
experimentar as indicações complementares na seção Explore +.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
BARROS, L. M. Física teórica experimental III. 1 ed. Rio De Janeiro: SESES, 2017.

GRIFFITHS, D. J. Eletrodinâmica. 3. ed. São Paulo: Pearson, 2019. 3 v.

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HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: eletromagnetismo. 10. ed.
Rio De Janeiro: LTC, 2018.

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física básica: eletromagnetismo. 1. ed. digital. São Paulo:


Blucher, 2018.

TIPLER, P. A. Física para cientistas e engenheiros. 6 ed. Rio De Janeiro: LTC, 2011.

YOUNG, H. D.; Freedman, R. A. Física III — Sears & Zemansky. 14. ed. São Paulo: Addison
Wesley, 2015. 3 v.

EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:

Motores de Corrente Contínua e as Bobinas de Helmholtz no livro Física para


cientistas e engenheiros, de Paul Tipler.

Materiais Magnéticos e o Efeito Hall no livro Física III — Sears & Zemansky.

Capítulo 1 do livro Fundamentos de Física vol. 1, de David Halliday, Jearl Walker e


Robert Resnick, para rever o conteúdo de produto vetorial, da álgebra vetorial aplicada. 

Pesquise sobre os Simuladores de Campos Magnéticos do Projeto Phet, da Universidade do


Colorado, Boulder.

CONTEUDISTA
Gentil Oliveira Pires

 CURRÍCULO LATTES

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