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Física 2

Campo Magnético (2) o espaçamento das linhas representa o módulo de ⃗ B —


quanto mais intenso o campo, mais próximas estão as
Define-se um campo magnético ⃗ Bcomo uma grandeza
linhas, e vice-versa.
vetorial cuja direção coincide com aquela para a qual a
força é zero. O campo magnético externo é mais intenso perto das
extremidades do ímã, o que se reflete em um menor
Os campos magnéticos podem ser produzidos de duas
espaçamento das linhas. Isso significa que o ímã em forma
formas, sendo:
de barra da Figura abaixo recolhe muito mais limalha de
1. Usar partículas eletricamente carregadas em ferro nas extremidades.
movimento, como os elétrons responsáveis pela
corrente elétrica em um fio, para fabricar um
eletroímã. A corrente produz um campo magnético
que pode ser usado, por exemplo, para fazer girar o
disco rígido de um computador.
2. Muitas partículas elementares, entre elas o elétron,
possuem um campo magnético intrínseco. Alguns
materiais os campos magnéticos dos elétrons se
somam para produzir um campo magnético no
espaço que cerca o material, como o íon Dois Polos
permanente (usado em geladeira). Portanto, na
maioria dos materiais, os campos magnéticosAs linhas de campo entram no ímã por uma das
dos
extremidades e saem pela outra. A extremidade pela qual
elétrons se cancelam e o campo magnético em
as linhas saem é chamada de polo norte do ímã; a outra
torno do material é nulo.
extremidade, pela qual as linhas entram, recebe o nome de
Observações: polo sul. Como um ímã tem dois polos, dizemos que ele se
comporta como um dipolo magnético.
- O campo magnético é uma grandeza vetorial e que,
portanto, tem um módulo e uma orientação. Campos cruzados: a descoberta do elétron
- Um campo magnético pode ser definido em termosSe douma partícula carregada se move na presença de um
que acontece com uma partícula carregada que se move na elétrico e um campo magnético, ela é submetida
campo
presença do campo. simultaneamente a uma força elétrica e a uma força
magnética.
Partícula Carregada em Movimento
Quando são mutuamente perpendiculares, os campos
Encontra-se essa partícula medindo a força que age sobre
elétrico e magnético são chamados de campos cruzados.
ela quando passa, com várias velocidades e direções, pelo
ponto no qual ⃗ B está sendo medido. Quando os campos elétrico e magnético apontam em
sentidos opostos, existe uma velocidade para a qual é nula
Quando a velocidade ⃗v da partícula tem certa direção, a
a força resultante que os campos exercem sobre uma
F B é zero. Para todas as outras direções de ⃗v, o
força ⃗
partícula carregada.
módulo de ⃗ F B é proporcional a v sen φ, em que φ é o
ângulo entre a direção em que a força é zero e a direção de Campos cruzados: o efeito hall
⃗v. Um feixe de elétrons no vácuo pode ser desviado por um
Linhas de Campo Magnético campo magnético. Esse desvio, que mais tarde veio a ser
conhecido como efeito Hall, permite verificar se os
O campo magnético, como o campo elétrico, pode serportadores de corrente em um condutor têm carga positiva
representado por linhas de campo. As regras são as ou negativa. Além disso, pode ser usado para determinar o
mesmas: (1) a direção da tangente a uma linha de campo
número de portadores de corrente por unidade de volume
magnético em qualquer ponto fornece a direção ⃗ B dedo condutor.
nesse ponto;
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A força ⃗F B que o campo elétrico associado à diferença de O espaçamento menor das linhas de campo nas
potencial de Hall exerce sobre os elétrons é equilibrada extremidades mostra que o campo magnético é mais
pela força que o campo magnético exerce sobre eles. intenso nessas regiões. Se o campo em uma das
extremidades for suficientemente intenso, a partícula será
Equilíbrio: Os elétrons se acumulam na borda direita da fita
“refletida” de volta para o centro da região. Quando a
até que a força exercida pelo campo elétrico equilibre a
partícula é refletida nas duas extremidades, dizemos que
força exercida pelo campo magnético. Quando isso
ela está aprisionada em uma garrafa magnética.
acontece, as forças e têm módulos iguais e sentidos
opostos. Os elétrons passam a se mover em linha reta em
direção ao alto do desenho com velocidade e o campo
elétrico para de aumentar.

Velocidade de Deriva: Também é possível usar o efeito Hall


para medir diretamente a velocidade de deriva vd dos
portadores de corrente, que é da ordem de centímetros
por hora. A fita é deslocada mecanicamente, na presença
de um campo magnético, no sentido oposto ao da
Cíclotrons E Síncrotrons
velocidade de deriva dos portadores, e a velocidade da fita
é ajustada para que a diferença de potencial de Hall seja São dois tipos de aceleradores de partículas que utilizam
zero. Para que isso aconteça, é preciso que seja zero a um campo magnético para conduzir as partículas repetidas
velocidade dos portadores em relação ao laboratório; vezes para uma região de aceleração, onde ganham mais e
nessas condições, portanto, a velocidade dos portadores de mais energia até finalmente emergirem como um feixe de
corrente tem o mesmo módulo que a velocidade da fita, alta energia.
mas o sentido oposto.
Em um cíclotron, partículas carregadas são aceleradas por
Condutor em Movimento: Quando uma fita metálica se forças elétricas enquanto descrevem uma trajetória espiral
move com velocidade v na presença de um campo na presença de um campo magnético.
magnético, os elétrons de condução do material se movem
Em um síncrotron, o campo magnético e a frequência do
com a mesma velocidade, produzindo um campo elétrico e
oscilador variam de modo a manter as partículas em uma
uma diferença de potencial V.
trajetória circular.
Partícula carregada em movimento circular
Força magnética em um fio percorrido por corrente
Se uma partícula se move ao longo de uma circunferência
Já vimos um campo magnético exerce uma força lateral
com velocidade constante, podemos ter certeza de que a
sobre os elétrons que se movem em um fio. Essa força,
força que age sobre a partícula tem módulo constante e
naturalmente, é transmitida para o fio, já que os elétrons
aponta para o centro da circunferência, mantendo-se
não podem deixá-lo.
perpendicular à velocidade da partícula.
Na Fig. 3a, um fio vertical, que não conduz corrente e está
As grandezas T, f e ω não dependem da velocidade da
preso nas duas extremidades, é colocado no espaço entre
partícula (contanto que a velocidade seja muito menor que
os polos de um ímã. O campo magnético do ímã aponta
a velocidade da luz). Partículas velozes se movem em
para fora do papel. Na Fig. 3b, uma corrente para cima
circunferências grandes, e partículas lentas se movem em
passa a circular no fio, que se encurva para a direita. Na
circunferências pequenas, mas todas as partículas com a
Fig. 3c, o sentido da corrente é invertido e o fio se encurva
mesma razão entre carga e massa |q|/m levam o mesmo
para a esquerda.
tempo T (o período) para completar uma revolução.

Trajetórias Helicoidais

A Figura abaixo mostra uma partícula carregada que se


move em espiral na presença de um campo magnético não
uniforme.
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Torque em uma espira percorrida por corrente Nos dois casos, o torque exercido pelo campo é igual ao
produto vetorial do momento dipolar pelo campo.
Boa parte do trabalho do mundo é realizada por motores
elétricos. As forças responsáveis por esse trabalho são as
Energia: Na presença de um campo magnético, um dipolo
forças magnéticas que estudamos no módulo anterior, ou
magnético possui uma energia que depende da orientação
seja, as forças que um campo magnético exerce sobre dofios
momento dipolar em relação ao campo. No caso de
percorridos por correntes elétricas. dipolos elétricos, temos

U ( θ )=⃗p x ⃗
Para definir a orientação da espira em relação ao campo E
magnético, usamos um vetor normal n⃗ que é perpendicular
ao plano da espira. A Fig. 28-19b ilustra o uso da regra da
mão direita para determinar a direção de n⃗ . Quando os
dedos da mão direita apontam na direção da corrente em
um lado qualquer da espira, o polegar estendido aponta na
direção do vetor normal n⃗ .

Vetor Normal: Em vez de acompanhar o movimento da


bobina, é mais fácil tomar como referência o vetor n⃗ , que é
perpendicular ao plano da bobina. Nos motores, a corrente
da bobina é invertida quando n⃗ está prestes a se alinhar
com a direção do campo, para que o torque continue a
fazer girar a bobina. Essa inversão automática da corrente é
executada por um comutador situado entre a bobina e os
contatos estacionários que a alimentam com corrente.

O Momento Dipolar Magnético

Como no caso de um ímã em forma de barra, dizemos que


uma bobina percorrida por uma corrente se comporta como
um dipolo magnético. Além disso, para descrever o torque
exercido sobre a bobina por um campo magnético,
associamos um momento dipolar magnético ⃗ μà bobina. A
μde é a do vetor normal n⃗ , portanto, é dada pela
direção ⃗
mesma regra da mão direita

μ , a equação para o torque


Torque: Usando a definição de ⃗
exercido por um campo magnético sobre uma bobina pode
ser escrita na forma

τ =μBsenθ, em que θ é o ângulo entre os vetores ⃗μe ⃗


B.
Em forma vetorial se torna:

τ =⃗μ x ⃗
B, que se parece muito com a equação para o

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