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FÍSICA

Material de apoio: Magnetismo e


Eletromagnetismo

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Magnetismo: Campo magnético e corrente elétrica

Os ímãs e as cargas

Auroras polares como a da foto acima formam-se da interação entre íons lançados pelo Sol e o
campo magnético da Terra. O que cria o principal campo magnético terrestre são correntes elétricas
no núcleo do planeta. Ou seja, magnetismo e eletricidade mantêm uma relação íntima na física. odo
condutor elétrico pode atuar como ímã. Quem demonstrou esse fenômeno foi o dinamarquês Hans
Christian Oersted. Seus experimentos deixaram claro que um condutor percorrido por uma corrente
elétrica produz um campo magnético ao seu redor, capaz de desviar a agulha de uma bússola.

Hans Christian Oersted

Os experimentos de Hans Christian Oersted (1777-1851) com


ímãs e correntes elétricas levaram à compreensão de que eletricidade
e magnetismo constituem dois aspectos de uma única força – A força
eletromagnética. O campo magnético gerado por um condutor depende
não só da intensidade da corrente que o atravessa como também da
forma do condutor – se ele é retilíneo ou espiralado, por exemplo.

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Condutor retilíneo

Num condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica (um fo elétrico comum), o
vetor campo magnético (B) em cada ponto ao redor do fio é caracterizado por sua intensidade,
sua direção e seu sentido. A intensidade do campo magnético em um ponto qualquer depende
da distância entre o ponto e o condutor retilíneo. O campo magnético diminui à medida que
nos afastamos do condutor. Matematicamente:

→ B é a intensidade do campo magnético, medida em tesla (T);

→ i é a corrente elétrica que percorre o condutor, medida em ampère (A);

→ R é a distância entre um ponto qualquer do campo magnético e o fio condutor, medido em metro
(m)

→ 𝛍𝐨 É a chamada permeabilidade magnética do vácuo. Esse fator é uma constante universal que
vale:

A intensidade do campo magnético gerado por um condutor retilíneo é a mesma em qualquer


ponto situado a uma mesma distância R do condutor.

Agora, vamos caracterizar a direção e o sentido do vetor campo magnético. Sabemos que o vetor
campo magnético é sempre tangente às linhas de campo magnético. Para conhecer o sentido das
linhas de campo magnético, empregamos a regra da mão direita número 1. Veja:

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Coloque o polegar da mão direita apontando no mesmo sentido da corrente convencional e, com
os demais dedos, contorne o condutor. O sentido das linhas de campo magnético é o sentido desses
dedos.

O campo magnético gerado por um fio condutor atua em todos os pontos ao seu redor. Veja:

Se a mesma situação fosse vista lateralmente, teríamos a seguinte configuração:

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A regra da mão direita número 1 indica que o campo magnético que atua ao redor do
condutor aponta, do lado esquerdo, para fora do plano da página. E, do lado direito, para dentro desse
plano.

Espira circular

Um condutor curvado no formato de uma circunferência constitui o que chamamos de espira


circular. Na ilustração abaixo, as setas vermelhas indicam as linhas de campo magnético geradas quando
uma corrente i elétrica percorre a espira circular.

O sentido das linhas de campo magnético novamente é dado pela regra da mão direita número 1.
O dedo polegar da mão direita deve apontar no mesmo sentido da corrente convencional que circula
pela espira. Os demais dedos contornando a espira indicam o sentido das linhas do campo magnético,
como mostra a figura abaixo.

Ao posicionarmos o dedo polegar da mão direita no sentido da corrente convencional, vemos que
o vetor campo magnético aponta para fora do plano percorrido pela corrente.

A intensidade do campo magnético gerado no centro da espira percorrida por uma


corrente elétrica depende da intensidade da corrente e do raio da espira circular. Matematicamente,

→ B é a intensidade do campo magnético, medido em tesla (T);

→ i é a corrente elétrica que percorre a espira, medida em ampère (A);

→ R é o raio da espira circular, medida em metros(m);

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Bobinas

Bobina é um conjunto de espiras agrupadas. Existem dois tipos de bobina e cada um


tem comportamento eletromagnético próprio.

Bobina chata à É aquela em que N espiras de mesmo raio são justapostas. Nesse tipo de bobina,
as espiras são agrupadas de tal maneira que podemos desprezar sua extensão.

A direção e o sentido do vetor campo magnético que atua no entorno da bobina são dados pela regra
da mão direita número 1. A intensidade do campo magnético no centro da bobina é dada por

→ B é a intensidade do vetor campo magnético, em tesla (T);

→ N é o número de espiras que constituem a bobina;

→ i é a corrente elétrica que percorre a bobina, em ampère (A);

→ R é o raio das espiras que constituem a bobina, em metros (m);

Bobina longa, ou solenoide à Num solenoide, as espiras não são justapostas. E, para
analisarmos o vetor campo magnético em um solenoide, levamos em consideração a extensão (L) do
enrolamento.

Colocado sobre uma superfície recoberta de limalha de ferro, um solenoide percorrido por uma
corrente elétrica redistribui a limalha ao longo das linhas do campo magnético. Veja:

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A direção e o sentido do campo magnético criado no interior de um solenoide percorrido por uma
corrente elétrica também são dados pela regra da mão direita número 1.

O módulo do campo magnético gerado no interior do solenoide é constante em toda a


sua extensão. Matematicamente,

→ B é a intensidade do vetor campo magnético, em tesla (T);

→ i é a corrente elétrica que percorre o solenoide, medida em ampère (A);

→ L é a extensão do solenoide – no S.I. medida em metro (m);

→ N é o número de espiras que constituem o solenoide;

Eletroímã

Um eletroímã é uma bobina longa construída em torno de um núcleo feito de algum material
que apresente propriedades eletromagnéticas, como o ferro, o níquel ou o cobalto. Veja:

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Um fio de cobre enrolado num prego de ferro, ao conduzir a corrente gerada pela pilha, produz
um campo magnético mais intenso em seu interior do que se não tivesse o prego como núcleo. O
campo magnético transforma o núcleo num ímã. Esse é um dispositivo com diversas aplicações, como
guindastes e portões elétricos.

Força magnética

A força magnética é a interação de um corpo com carga elétrica imerso em um campo magnético se
movendo perpendicularmente às linhas do campo.

• A força magnética é uma força que atua sobre um corpo com carga elétrica ou magnetizado
que é inserido na região de um campo magnético.

• Ela possui módulo, direção e sentido.

• A força magnética, a velocidade do deslocamento e o campo magnético são perpendiculares


entre si.

• A força magnética será máxima se o ângulo entre a velocidade e o campo magnético for 90°.

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• Caso a velocidade do deslocamento e o campo magnético forem paralelos, a força magnética
será nula.

• A força magnética é diretamente proporcional ao valor da carga do corpo.

• Para relacionar o campo magnético, o sentido do deslocamento do corpo e a força magnética,


utiliza-se a regra da mão direita (regra do tapa).

A equação que representa essa força magnética sobre um corpo carregado é dada por:

𝐹=𝑞·𝑣·𝐵·𝑠𝑒𝑛q

F -> força magnética (N)

q -> Carga elétrica (C)

v -> Velocidade a partícula (m/s)

q -> Ângulo entre a velocidade e o campo magnético

A força magnética para um condutor percorrido por corrente elétrica tem sua fórmula deduzida a
partir da força sobre um corpo carregado.

𝐹=𝑖·𝐿·𝐵·𝑠𝑒𝑛q
F -> força magnética (N)

i -> Correte elétrica (A)

L -> Comprimento do condutor (m)

q -> Ângulo entre a corrente e o campo magnético

Fluxo Magnético

Para analisar mais detalhadamente o fenômeno da indução magnética, Faraday lançou mão de
um conceito que ele mesmo havia criado: o de linhas de força, que hoje conhecemos por linhas de campo.
Embora o número de linhas de campo seja obviamente infinito, ele convencionou que, para representar
um campo magnético, a densidade das linhas seria proporcional à intensidade do campo. O cálculo dessa

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densidade das linhas baseia-se na verificação de quantas linhas existem para cada metro quadrado de
determinada superfície plana perpendicular a essas linhas, como mostra a figura abaixo.

Desta forma, podemos dizer que o número de linhas que atravessa uma superfície plana, de área
A, colocada perpendicularmente a um campo magnético, é proporcional ao produto do campo
magnético pela área da superfície, (B.A). Esse produto recebeu o nome de fluxo de B (ou fluxo
magnético) através da superfície, sendo representado por ϕ. Assim, temos:

Onde:
ϕ – fluxo magnético
B – Campo magnético

A – área da superfície plana

De acordo com a figura abaixo temos uma espira de área A imersa em um campo magnético
uniforme. O ângulo formado entre o campo B e o vetor n normal ao plano da espira é θ. Assim, para
calcular o fluxo magnético B através da espira temos que levar em consideração o ângulo. Portanto,
temos que:

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No SI (Sistema Internacional de Unidades) a unidade de fluxo denomina-se weber (Wb).

Lei de Lenz

A lei de Lenz enuncia que, quando houver uma variação de fluxo magnético sobre um condutor
fechado, surgirá, nesse condutor, um campo magnético que se oporá a tal variação. Essa lei é uma
consequência direta de um princípio da física conhecido como conservação da energia e complementa
a lei de indução de Faraday.

A lei de Lenz foi estabelecida pelo físico russo Heinrich Lenz e contribuiu com uma outra lei que
já existia: a lei de Faraday, também conhecida como a lei da indução eletromagnética. A lei de Lenz
atribuiu um novo sentido à lei de Faraday ao levar em conta o princípio de conservação da energia.

A lei da indução eletromagnética havia sido descoberta por Michael Faraday em 1831. De acordo
com essa lei, um fluxo magnético variável é capaz de produzir uma corrente elétrica induzida no interior
de um condutor fechado, como fios, placas metálicas, espiras ou bobinas metálicas.

A lei de Lenz considerou que o sentido da corrente elétrica induzida nos condutores fosse tal
que o campo magnético gerado por essa corrente deveria opor-se à variação do fluxo magnético.

Aproximação de afastamento – Indução

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A conclusão de Lenz foi baseada na ideia de que não é possível produzir energia elétrica à
vontade, para fazê-lo, uma certa quantidade de energia precisaria ser consumida. Essa energia
consumida, por sua vez, é equivalente ao trabalho necessário para aproximar ou afastar um ímã de uma
espira condutora, uma vez que o movimento relativo entre ímã e espira dá origem a uma força que se
opõe ao movimento.

Força Eletromotriz induzida

De acordo com a lei de Faraday, a força eletromotriz induzida é o potencial elétrico, em volts, produzido
pela variação de um fluxo magnético com relação ao tempo, como mostra a fórmula a seguir:

ΔΦ – variação do fluxo magnético (Wb)

Com as contribuições da lei de Lenz, um sinal matemático foi adicionado à lei anterior. Esse sinal
expressa que a polaridade da força eletromotriz induzida é contrária à variação do fluxo magnético:

A figura a seguir mostra o sentido do campo magnético induzido nas bobinas ou espiras de acordo
com o sentido do movimento (v) e de variação do campo magnético externo (ΔB), observe:

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