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Magnetismo: Campo magnético e corrente elétrica
Os ímãs e as cargas
Auroras polares como a da foto acima formam-se da interação entre íons lançados pelo Sol e o
campo magnético da Terra. O que cria o principal campo magnético terrestre são correntes elétricas
no núcleo do planeta. Ou seja, magnetismo e eletricidade mantêm uma relação íntima na física. odo
condutor elétrico pode atuar como ímã. Quem demonstrou esse fenômeno foi o dinamarquês Hans
Christian Oersted. Seus experimentos deixaram claro que um condutor percorrido por uma corrente
elétrica produz um campo magnético ao seu redor, capaz de desviar a agulha de uma bússola.
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Condutor retilíneo
Num condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica (um fo elétrico comum), o
vetor campo magnético (B) em cada ponto ao redor do fio é caracterizado por sua intensidade,
sua direção e seu sentido. A intensidade do campo magnético em um ponto qualquer depende
da distância entre o ponto e o condutor retilíneo. O campo magnético diminui à medida que
nos afastamos do condutor. Matematicamente:
→ R é a distância entre um ponto qualquer do campo magnético e o fio condutor, medido em metro
(m)
→ 𝛍𝐨 É a chamada permeabilidade magnética do vácuo. Esse fator é uma constante universal que
vale:
Agora, vamos caracterizar a direção e o sentido do vetor campo magnético. Sabemos que o vetor
campo magnético é sempre tangente às linhas de campo magnético. Para conhecer o sentido das
linhas de campo magnético, empregamos a regra da mão direita número 1. Veja:
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Coloque o polegar da mão direita apontando no mesmo sentido da corrente convencional e, com
os demais dedos, contorne o condutor. O sentido das linhas de campo magnético é o sentido desses
dedos.
O campo magnético gerado por um fio condutor atua em todos os pontos ao seu redor. Veja:
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A regra da mão direita número 1 indica que o campo magnético que atua ao redor do
condutor aponta, do lado esquerdo, para fora do plano da página. E, do lado direito, para dentro desse
plano.
Espira circular
O sentido das linhas de campo magnético novamente é dado pela regra da mão direita número 1.
O dedo polegar da mão direita deve apontar no mesmo sentido da corrente convencional que circula
pela espira. Os demais dedos contornando a espira indicam o sentido das linhas do campo magnético,
como mostra a figura abaixo.
Ao posicionarmos o dedo polegar da mão direita no sentido da corrente convencional, vemos que
o vetor campo magnético aponta para fora do plano percorrido pela corrente.
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Bobinas
Bobina chata à É aquela em que N espiras de mesmo raio são justapostas. Nesse tipo de bobina,
as espiras são agrupadas de tal maneira que podemos desprezar sua extensão.
A direção e o sentido do vetor campo magnético que atua no entorno da bobina são dados pela regra
da mão direita número 1. A intensidade do campo magnético no centro da bobina é dada por
Bobina longa, ou solenoide à Num solenoide, as espiras não são justapostas. E, para
analisarmos o vetor campo magnético em um solenoide, levamos em consideração a extensão (L) do
enrolamento.
Colocado sobre uma superfície recoberta de limalha de ferro, um solenoide percorrido por uma
corrente elétrica redistribui a limalha ao longo das linhas do campo magnético. Veja:
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A direção e o sentido do campo magnético criado no interior de um solenoide percorrido por uma
corrente elétrica também são dados pela regra da mão direita número 1.
Eletroímã
Um eletroímã é uma bobina longa construída em torno de um núcleo feito de algum material
que apresente propriedades eletromagnéticas, como o ferro, o níquel ou o cobalto. Veja:
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Um fio de cobre enrolado num prego de ferro, ao conduzir a corrente gerada pela pilha, produz
um campo magnético mais intenso em seu interior do que se não tivesse o prego como núcleo. O
campo magnético transforma o núcleo num ímã. Esse é um dispositivo com diversas aplicações, como
guindastes e portões elétricos.
Força magnética
A força magnética é a interação de um corpo com carga elétrica imerso em um campo magnético se
movendo perpendicularmente às linhas do campo.
• A força magnética é uma força que atua sobre um corpo com carga elétrica ou magnetizado
que é inserido na região de um campo magnético.
• A força magnética será máxima se o ângulo entre a velocidade e o campo magnético for 90°.
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• Caso a velocidade do deslocamento e o campo magnético forem paralelos, a força magnética
será nula.
A equação que representa essa força magnética sobre um corpo carregado é dada por:
𝐹=𝑞·𝑣·𝐵·𝑠𝑒𝑛q
A força magnética para um condutor percorrido por corrente elétrica tem sua fórmula deduzida a
partir da força sobre um corpo carregado.
𝐹=𝑖·𝐿·𝐵·𝑠𝑒𝑛q
F -> força magnética (N)
Fluxo Magnético
Para analisar mais detalhadamente o fenômeno da indução magnética, Faraday lançou mão de
um conceito que ele mesmo havia criado: o de linhas de força, que hoje conhecemos por linhas de campo.
Embora o número de linhas de campo seja obviamente infinito, ele convencionou que, para representar
um campo magnético, a densidade das linhas seria proporcional à intensidade do campo. O cálculo dessa
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densidade das linhas baseia-se na verificação de quantas linhas existem para cada metro quadrado de
determinada superfície plana perpendicular a essas linhas, como mostra a figura abaixo.
Desta forma, podemos dizer que o número de linhas que atravessa uma superfície plana, de área
A, colocada perpendicularmente a um campo magnético, é proporcional ao produto do campo
magnético pela área da superfície, (B.A). Esse produto recebeu o nome de fluxo de B (ou fluxo
magnético) através da superfície, sendo representado por ϕ. Assim, temos:
Onde:
ϕ – fluxo magnético
B – Campo magnético
De acordo com a figura abaixo temos uma espira de área A imersa em um campo magnético
uniforme. O ângulo formado entre o campo B e o vetor n normal ao plano da espira é θ. Assim, para
calcular o fluxo magnético B através da espira temos que levar em consideração o ângulo. Portanto,
temos que:
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No SI (Sistema Internacional de Unidades) a unidade de fluxo denomina-se weber (Wb).
Lei de Lenz
A lei de Lenz enuncia que, quando houver uma variação de fluxo magnético sobre um condutor
fechado, surgirá, nesse condutor, um campo magnético que se oporá a tal variação. Essa lei é uma
consequência direta de um princípio da física conhecido como conservação da energia e complementa
a lei de indução de Faraday.
A lei de Lenz foi estabelecida pelo físico russo Heinrich Lenz e contribuiu com uma outra lei que
já existia: a lei de Faraday, também conhecida como a lei da indução eletromagnética. A lei de Lenz
atribuiu um novo sentido à lei de Faraday ao levar em conta o princípio de conservação da energia.
A lei da indução eletromagnética havia sido descoberta por Michael Faraday em 1831. De acordo
com essa lei, um fluxo magnético variável é capaz de produzir uma corrente elétrica induzida no interior
de um condutor fechado, como fios, placas metálicas, espiras ou bobinas metálicas.
A lei de Lenz considerou que o sentido da corrente elétrica induzida nos condutores fosse tal
que o campo magnético gerado por essa corrente deveria opor-se à variação do fluxo magnético.
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A conclusão de Lenz foi baseada na ideia de que não é possível produzir energia elétrica à
vontade, para fazê-lo, uma certa quantidade de energia precisaria ser consumida. Essa energia
consumida, por sua vez, é equivalente ao trabalho necessário para aproximar ou afastar um ímã de uma
espira condutora, uma vez que o movimento relativo entre ímã e espira dá origem a uma força que se
opõe ao movimento.
De acordo com a lei de Faraday, a força eletromotriz induzida é o potencial elétrico, em volts, produzido
pela variação de um fluxo magnético com relação ao tempo, como mostra a fórmula a seguir:
Com as contribuições da lei de Lenz, um sinal matemático foi adicionado à lei anterior. Esse sinal
expressa que a polaridade da força eletromotriz induzida é contrária à variação do fluxo magnético:
A figura a seguir mostra o sentido do campo magnético induzido nas bobinas ou espiras de acordo
com o sentido do movimento (v) e de variação do campo magnético externo (ΔB), observe:
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