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EMPRESA DO SISTEMA ELETROBRÁS

Proteção para Sistemas MRT


RER – 10

PROTEÇÃO PARA SISTEMAS MRT - RER - 10


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ÍNDICE

1. PROTEÇÃO PARA SISTEMA MRT ______________________________________3


1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ____________________________________________ 3
1.2 PROTEÇÃO NA SUBESTAÇÃO _________________________________________ 3
1.2.1 AJUSTES ____________________________________________________________ 3
1.3 PROTEÇÃO DO RAMAL _______________________________________________ 4
1.3.1 INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS________________________________________ 4
1.3.2 CRITÉRIOS DE COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO _________________________ 5
1.4 PROTEÇÃO DE CONDUTORES E TRANSFOTRMADORES ________________ 12
1.4.1 CONDUTORES ______________________________________________________ 12
1.4.2 TRANSFORMADORES ________________________________________________ 13
1.5 SECCIONAMENTO DO RAMAL ________________________________________ 14
2. PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES _______________________________15
2.1 CONSIDERAÇÕES ___________________________________________________ 15
2.2 CÁLCULO DO DESEMPENHO DA REDE ________________________________ 15
2.2.1 CÁLCULO DO NÚMERO DE DISRUPÇÕES ______________________________ 16
2.3 CRITÉRIOS DE COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO ______________________ 18
2.4 ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO__________________________ 20
2.4.1 PROTEÇÃO ATRAVÉS DE PÁRA-RAIOS ________________________________ 20
2.4.2 PROTEÇÃO ATRAVÉS DE DESCARREGADORES DE CHIFRE _____________ 21
2.4.3 RECOMENDAÇÕES __________________________________________________ 23
2.5 LOCALIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS ___________________________________ 23

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1. PROTEÇÃO PARA SISTEMA MRT

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


A filosofia de proteção contra sobrecorrentes a ser empregada para o sistema MRT é basicamente
semelhante àquela empregada para o sistema monofásico convencional. Como se trata de critérios
de projeto, os procedimentos aqui indicados não são todos exclusivos aos sistemas MRT, sendo
práticas recomendadas a qualquer sistema de distribuição. Entretanto, algumas mudanças se
fizeram necessárias para os casos onde não se adota o suprimento a cargas monofásicas, quando o
sistema passa a operar com um desequilíbrio permanente na rede que, mesmo sendo limitado,
implica em uma dessensibilização das proteções de terra convencionais.

Tendo em vista a inexistência de condutor neutro, o curto-circuito que ocorrer será sempre fase-terra,
observando ainda a não existência de um caminho de baixa impedância para a fonte, implicando em
uma preocupação para os casos de rompimento de cabo que, caindo diretamente no solo, leva a se
ter um alto valor de impedância de defeito. Tal preocupação não é inerente só ao MRT.

1.2 PROTEÇÃO NA SUBESTAÇÃO


Os dispositivos de proteção contra sobrecorrentes localizados na S/E protegem todo ou parcialmente
o circuito de distribuição incluindo o tronco do alimentador.

Os dispositivos a serem utilizados poderão ser:

• Disjuntores equipados com relés de sobrecorrentes e de religamento

• Religadores Automáticos

Em qualquer um dos casos os dispositivos de proteção deverão ser dotados de dispositivos de


sensibilidade contra faltas para a terra. A utilização de um ou outro equipamento fica condicionada
aos critérios de proteção de cada empresa sendo função dos custos de instalação e manutenção,
capacidade de interrupção, etc.

1.2.1 AJUSTES
Os dispositivos de proteção deverão ter as proteções de defeitos de fase ajustados dentro dos
critérios usuais. Para o caso da proteção de terra deve-se observar:

Nos sistemas com proteção através de TC nas fases, o máximo desequilíbrio permitido com a
finalidade do ajuste de pick-up, sem que a proteção de terra atue, é de 30%, calculado conforme
indicado a seguir:

IN −IM
d% = ⋅100
IM

d% = desequilíbrio percentual

IN = maior valor de corrente de fase na hora de ponta do circuito

IM = corrente média, ou seja, soma das correntes nas 3 fases, divididas pelo no de fase, na
hora de ponta do circuito.

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Tal desequilíbrio deve ser calculado para as condições normais de carregamento do circuito e sob
nenhuma hipótese deverá ser superior ao valor de 60 A.

A proteção deverá ter uma temporização tal que:

- permita a coordenação com os dispositivos da proteção localizados ao longo da rede;

- permita um tempo mínimo para que altos desequilíbrios (transitórios) provocados pela entrada de
serviço de cargas monofásicas se reduzam.

Como valor prático pode-se adotar uma temporização mínima de 0.5 s, quando empregados
dispositivos com tempo definido.

1.3 PROTEÇÃO DO RAMAL

1.3.1 INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS


A proteção do ramal tem como finalidade:

a) evitar que defeitos neste ramal causem interrupção do alimentador, o que se faz através
da coordenação do dispositivo de proteção na derivação e a proteção de sobrecorrente da
retaguarda;

b) proteger os condutores contra danos conforme será visto no item 4.

Caso se faça necessário, o ramal poderá ter ao longo do seu comprimento outros dispositivos de
proteção além daquele instalado na derivação. Como critério prático deve-se limitar este número a
um máximo de 3 (incluindo os de retaguarda) de modo a se evitar prováveis problemas de
coordenação da proteção.

A proteção deverá ser feita preferencialmente por chaves fusíveis, tendo a opção do uso de
religadores e seccionalizadores monofásicos na derivação. O uso de um ou outro dispositivo está
condicionado à obtenção ou não de análise técnico-econômica, conforme será visto adiante.

No caso de uso de elos fusíveis deve-se observar os seguintes critérios:

a) O elo fusível deve suportar uma corrente no mínimo igual ao valor da máxima corrente de
carga no ponto de instalação. Deve-se observar que o elo fusível tipo K ou T pode
suportar por um tempo indefinido 150% da sua corrente nominal.

b) Sempre que possível a corrente do elo fusível deve ser no máximo um quarto da corrente
de curto-circuito fase-terra mínima no fim do trecho protegido por ele, de modo a
proporcionar melhor segurança. Se possível considerar também o trecho para o qual ele é
proteção de retaguarda.

c) Para ampliar a faixa de coordenação deve-se utilizar em série, sempre que possível,
somente elos fusíveis adjacentes preferenciais (6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A) ou
somente elos fusíveis não preferenciais (8, 12, 20, 30, 50 e 80 A). Deve-se empregar elos
do tipo T e K.

d) A capacidade de interrupção do dispositivo fusível deve ser maior que o máximo valor
assimétrico de corrente de curto-circuito no ponto de instalação.

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No caso de uso de religadores e seccionalizadores deve-se observar os seguintes critérios:

a) A bobina série do religador deve ter o menor valor nominal possível, imediatamente
superior ao valor do carregamento do ramal, desde que observada sua capacidade de
interrupção de curto-circuito.

b) O religador deve ter capacidade de interrupção superior ao máximo valor de corrente de


curto-circuito calculado no ponto de instalação.

c) No caso de seccionalizadores não se tem problemas de capacidade de interrupção, uma


vez que tal dispositivo não abre quando de curto-circuito, e sim com o sistema
desenergizado.

d) O uso de seccionalizadores está condicionado ao fato de o dispositivo de proteção de


retaguarda ter sua zona de proteção cobrindo todo o comprimento do ramal para o qual o
seccionalizador é dispositivo de proteção primário. Tal situação é ilustrada na Figura 1.

Figura 1 – Zonas de Coordenação

1.3.2 CRITÉRIOS DE COORDENAÇÃO DA PROTEÇÃO


Os critérios de coordenação de proteção a serem adotados são dados nas RTD 13 e 14 do
Subcomitê de Engenharia do CODI.

Os casos de coordenação da proteção aqui abordados se referem somente às situações onde se


tenha o dispositivo de proteção da derivação e dispositivos localizados ao longo do ramal MRT.

Para os casos de elos fusíveis deve-se observar as seguintes recomendações:

a) O elo do dispositivo protegido deve coordenar seletivamente com o elo do dispositivo


protetor pelo menos para os menores valores de corrente de curto-circuito conforme
ilustrado no coordenograma da Figura 2.

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Figura 2

b) A coordenação entre elos podem ser feitas por uma das seguintes maneiras:

- Tabelas de Coordenação (Tabelas 1 a 4), apresentadas a seguir.

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Tabela 1 - COORDENAÇÃO ELO FUSÍVEL


ELO PROTEGIDO
ELO
8T 10T 12T 15T 20T 25T 30T 40T 50T 65T 80T 100T 140T 200T
PROTETOR
VALOR MÁXIMO DA CORRENTE DE CURTO (A)

6T 350 680 920 1120 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
8T 375 800 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
10T 530 1100 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
12T 680 1280 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
15T 730 1700 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
20T 990 2100 3200 4100 5000 6100 9700 15200
25T 1400 2600 4100 5000 6100 9700 15200
30T 1500 3100 5000 6100 9700 15200
40T 1700 3800 6100 9700 15200
50T 1750 4400 9700 15200
65T 2200 9700 15200
80T 7200 15200
100T 4000 13800
140T 7500

Tabela 2 – Coordenação Elo Fusível


ELO PROTEGIDO
ELO
8T 10T 12T 15T 20T 25T 30T 40T 50T 65T 80T 100T 140T 200T
PROTETOR
VALOR MÁXIMO DA CORRENTE DE CURTO (A)

1H 400 520 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5100 6100 9700 15200
2H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
3H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
5H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3700 4100 5000 6100 9700 15200
8H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200

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Tabela 3 - COORDENAÇÃO ELO FUSÍVEL


ELO PROTEGIDO
ELO
8K 10K 12K 15K 20K 25K 30K 40K 50K 65K 80K 100K 140K 200K
PROTETOR
VALOR MÁXIMO DA CORRENTE DE CURTO (A)

6K 190 350 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8K 210 440 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
10K 300 540 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
12K 320 710 1050 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
15K 430 870 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
20K 500 1100 1700 2200 2800 3900 5800 9200
25K 660 1350 2200 2800 3900 5800 9200
30K 850 1700 2800 3900 5800 9200
40K 1100 2200 3900 5800 9200
50K 1450 3500 5800 9200
65K 2400 5800 9200
80K 4500 9200
100K 2000 9100
140K 4000

Tabela 4 - COORDENAÇÃO ELO FUSÍVEL


ELO PROTEGIDO
ELO
8K 10K 12K 15K 20K 25K 30K 40K 50K 65K 80K 100K 140K 200K
PROTETOR
VALOR MÁXIMO DA CORRENTE DE CURTO (A)

1H 125 280 380 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
2H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
3H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
5H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200

Critérios práticos:

• • A coordenação entre os elos tipo K, adjacentes, preferenciais ou não preferenciais se


verifica para valores de corrente até 13 vezes a do elo protetor.

• • A coordenação entre elos tipo T, adjacentes, preferenciais ou não preferenciais se verifica,


para valores de corrente até 24 vezes a do elo protetor.

• Através de curvas tempo x corrente dos elos fusíveis conforme dado na Figura 2, observando
que a coordenação é satisfatória quanto o tempo total da interrupção do elo fusível protetor
não exceder 75% do tempo mínimo de fusão do elo fusível protegido.

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Para o caso de coordenação de religador instalado na derivação com elos fusíveis instalados ao
longo do ramal MRT, deve-se observar as seguintes recomendações:

Deve assegurar para os valores de corrente de curto-circuito tão baixas quanto


possíveis de ocorrer, que a curva rápida do religador tenha um tempo mínimo do elo
fusível, conforme ilustrado na Figura 3. Esta regra define o ponto de máxima
corrente de defeito que garante a coordenação que é dada pela interseção da curva
de tempo mínimo de fusão do elo com a curva rápida do religador, corrigida pelo
fator K.

1 – Curva de operação rápida do religador

2 – Curva de operação retardada do religador

3 – Curva de tempo mínimo de fusão do elo

4 – Curva de tempo total de interrupção do elo

5 – Curva de operação rápida do religador multiplicada pelo fator “K”

Figura 3 - COORDENAÇÃO RELIGADOR FUSÍVEL (sem escala)

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NOTA:
Quando se desejar que seja assegurada a seletividade, a interseção das curvas 2 e 4 deve coincidir
com o ponto de “pick-up” do religador. Quando não for conhecido o fator multiplicador “K”, obtém-se
o limite superior da faixa de coordenação da seguinte maneira:
- O limite superior da coordenação é o ponto de interseção entre a curva mínima de
fusão do elo, plotada com 75% dos seus valores, e a curva rápida do religador,
plotada, multiplicando-se os seus valores pelo número de operações rápidas do
mesmo através do processo exposto no item 4.1.1 – b (vide Figura 4).

- Os valores simétricos de curto-circuito máximo e mínimo, no trecho protegido pelo


fusível, devem estar contidos na faixa de coordenação.

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1 – Curva de operação rápida do religador

2 – Curva de operação retardada do religador

3 – Curva de tempo mínimo de fusão do elo

4 – Curva de tempo total de interrupção do elo

n1 – número de operações rápidas do religador

5 – n 1 x curva 1

6 – 0,75 x curva 3

Figura 4 – Coordenação Religador Fusível (sem escala)

Desse modo garante-se que, para os valores maiores de corrente do que àquela definida
anteriormente, tem-se uma proteção seletiva, através da atuação do elo fusível sem operação na
curva rápida do religador.

Deve-se procurar garantir, também, que o tempo total de interrupção do elo deve ser menor que o
tempo mínimo de abertura do religador na curva temporizada. A interseção entre a curva de tempo
total do elo com a curva temporizada do religador define o ponto de mínima corrente de defeito que
garante a coordenação.

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O fator K, usado na coordenação dos religamentos, através da elevação dos tempos da curva A,
deve ser conforme dado na Tabela 5.

Tabela 5 - FATOR K PARA COORDENAÇÃO – RELIGADOR – ELO FUSÍVEL

Fusível do lado da carga


Multiplicar o fator K pelos tempos da curva rápida do religador.

Média = curva traçada nos seus valores médios

Máxima = curva traçada nos seus valores máximos

TEMPO DE RELIGAMENTO UMA OPERAÇÃO RÁPIDA DUAS OPERAÇÕES RÁPIDAS


EM CICLOS MÉDIA MÁXIMA MÉDIA MÁXIMA
25 – 30 1,3 1,2 2,0 1,8
60 1,3 1,2 1,5 1,35
90 1,3 1,2 1,5 1,35
120 1,3 1,2 1,5 1,35

Os casos de coordernação entre o seccionalizador instalado na derivação e elos fusíveis ao longo do


ramal dependerá do ajuste do dispositivo de retaguarda. Recomenda-se nesses casos uma
seqüência de operação para o religador de uma operação na curva rápida e três na curva
temporizada, estando o seccionalizador ajustado para 3 operações.

1.4 PROTEÇÃO DE CONDUTORES E TRANSFOTRMADORES

1.4.1 CONDUTORES
A proteção contra sobrecorrente instalada na derivação e ao longo do MRT deverá proteger também
o condutor fase, considerando para qualquer dispositivo de proteção utilizado, a duração e a
grandeza da corrente de falta, a bitola e o tipo de condutor.

Todo dispositivo de proteção deverá operar em um tempo inferior que aquele de curva de dano dos
condutores, conforme dado na Figura 5.

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Figura 5

Quando a proteção se faz através de dispositivos automáticos, dotados de religamentos sucessivos,


deve-se ter em mente que tais religamentos levam a aquecimentos sucessivos no condutor.

Portanto, nesses casos deve-se considerar a curva acumulada do dispositivo de proteção. No caso
de proteção através de elos fusíveis deve-se verificar os tempos da curva máxima de interrupção do
elo que deverão ser inferiores à curva de dano do condutor.

1.4.2 TRANSFORMADORES
Os transformadores deverão ter dispositivos de proteção e seccionamento no lado de A. T.

A proteção tem a função de evitar que defeitos no transformador ou na rede secundária, cause
repercussões no ramal de MRT.

Nos casos dos transformadores de pequena potência, poderá ser desenvolvida análise técnico-
econômica de forma a cotejar a possibilidade de substituição de elos fusíveis primários, por
disjuntores termomagnéticos instalados no secundário do transformador.

Cumpre salientar que a adoção de tal prática implicará na eliminação da proteção específica para
curto-circuito interno nos transformadores, devendo, entretanto, ser prevista a manutenção de
dispositivo primário de manobra de forma a garantir condições adequadas de segurança para
operação.

Na Tabela 6 fornece-se o dimensionamento dos elos em função da potência e tensão do


transformador, dentro dos critérios dados a seguir:

a) suportar continuamente, sem fundir, a sobrecarga para a qual o transformador é


dimensionado;

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b) o elo deve fundir antes que a corrente cause danos no transformador, quando da
ocorrência de curto-circuito;

c) deve permitir a circulação de “corrente de inrush”, que deve ser tomada como a corrente
nominal do transformador, em um tempo de 0,1 s.

Tabela 6 - PROTEÇÃO PRIMÁRIA DE TRANSFORMADORES


POTÊNCIA VALOR NOMINAL DO ELO FUSÍVEL

[kVA] 13,8 / 3 23 / 3 34,5 / 3


Menores ou igual a 5 1H - -
10 2H 1H 1H
15 3H 2H 1H
25 5H 3H 2H
37,5 6K 5H 3H
50 8K 5H 5H
75 10 K 6K 5H
100 15 K 8K 6K

1.5 SECCIONAMENTO DO RAMAL


Ramais monofásicos deverão ser seccionados ao longo de sua extensão com as finalidades de:

- Isolar o trecho defeituoso, afetando o menor número possível de consumidores.

- Auxiliar nas manobras de localização de defeitos.

A localização de tais chaves seguem critérios práticos de cada Concessionária. Normalmente essas
chaves são localizadas com um espaçamento entre 5 a 7 km.

As chaves a serem utilizadas poderão ser:

- Chaves-faca, apropriadas ou não para abertura em carga. Conforme relatório SCOM


10.02 do CODI, chaves não apropriadas para o uso de “loadbuster” não poderão ser
abertas em carga.

- Chaves-fusível usadas para proteção ao longo do ramal. Estas chaves poderão ser
abertas com cargas sem uso de ‘loadbuster”, segundo critérios do relatório SCOM
10.02 e dados a seguir:

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Tabela 7
VALOR MÁXIMO DE
TENSÃO
CORRENTE (A)

13,8 / 3 5

23 / 3 3

34,5 / 3 2

2. PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÕES

2.1 CONSIDERAÇÕES
As sobretensões podem ser classificadas, quanto a sua origem em Sobretensões de Origem
Atmosférica e Sobretensões de Origem no Sistema. As Sobretensões de origem atmosféricas são
aquelas que ocorrem quando de descargas elétricas que podem incidir diretamente na rede
(descargas diretas) ou podem cair nas proximidades induzindo sobretensões em redes ou
equipamentos (descargas indiretas). Tais sobretensões são responsáveis por um grande percentual
das causas acidentais de defeito e serão objeto de estudo para evitar estas interrupções. As
sobretensões de origem no sistema são aquelas que ocorrem quando de uma mudança súbita nas
condições de circuito elétrico. Tal mudança pode ser devida à operações de dispositivos de manobra.
Energização e desenergização de bancos de capacitores e transformadores ou então devido a
condições de falta na rede. Tais sobretensões não são severas como as causadas por descargas
atmosféricas, não sendo, portanto grandes causadoras de defeitos em sistemas MRT.

2.2 CÁLCULO DO DESEMPENHO DA REDE


O desempenho da rede está associado ao número de incidência de descargas atmosféricas, diretas
ou indiretas, no sistema. Tais descargas, quando apresentam valores de tensão superiores ao NBI
da estrutura, implicam numa disrupção de fase para a terra, o que poderá levar a uma corrente
subsequente em 60 Hz, configurando uma condição de curto-circuito. Essa condição provoca a
atuação de um dispositivo de proteção contra sobrecorrente da retaguarda, ocasionando uma
interrupção. A probabilidade de se ter ou não a corrente subsequente em 60 Hz dependerá do tipo da
estrutura, do caminho percorrido pelo arco e da potência de curto-circuito no local da disrupção.

O desempenho da rede é calculado em função do número de descargas para a terra por 1 km 2, que
é dado por aproximadamente:

Ng = 0,023 · N1,3

onde N é o nível ceráunico da região e os valores 0,023 e 1,3 são constantes, determinadas
empiricamente.
O número de descargas diretas que incidem na linha está relacionado com o “poder de atração” que
depende, basicamente, da altura da rede. Tal “poder” é dado aproximadamente por:

R = 16,3 · H0,61

onde H = altura da rede (em metros)

Tomando H = 8 m, tem-se R = 58 m o número de descargas diretas em 1 km de rede será dado por:

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Ns = 2 R · Ng

Para o caso dado anteriormente:

Ns = 0,116 · Ng [incidências/km]

O número de descargas indiretas dependerá basicamente da distância “L” da linha que uma
descarga é capaz de induzir um determinado valor de tensão no ramal MRT. Tal distância, por sua
vez será função do valor da corrente de descarga. Como valores médios, pode-se assumir as
distâncias dadas no relatório SCEI 17.01 do CODI, e transcritas a seguir:

Tabela 8
VALOR DA DISTÂNCIA “L”
SOBRETENSÃO [kV] [km]
50 0,20
100 0,10
200 0,05
300 0,03

O número de descargas induzidas em 1 km de rede será dado por:

NL = (2 · L) · Ng

sendo o valor de L [km] função do nível de sobretensão induzida conforme dado na tabela anterior.

2.2.1 CÁLCULO DO NÚMERO DE DISRUPÇÕES


Uma vez que o surto ultrapasse a capacidade de isolamento fase-terra da estrutura, tem-se uma
disrupção que pode ser seguida ou não de uma corrente em 60 Hz. A probabilidade de se ter ou não
a corrente subseqüente em 60 Hz é dada, nos casos de estrutura de madeira, pela curva
apresentada na Figura 6, sendo esta probabilidade função do gradiente de tensão entre a parte viva
(condutor) e um ponto aterrado.

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Figura 6 - PROBABILIDADE DE DISRUPÇÃO

Sugere-se, portanto, que nos casos de estruturas em postes de madeira, observe-se um afastamento
mínimo do estaiamento de modo a minimizar a probabilidade da disrupção ser seguida de corrente
de 60 Hz. Para os casos de poste de concreto tem-se, sempre, uma disrupção do condutor de fase
diretamente ao topo do poste. O poste de concreto se comporta, em caso de surto, como uma
estrutura aterrada, sendo a disrupção através do ar. Nesses casos a probabilidade de se ter corrente
subseqünte em 60 Hz é de 85%, independente do gradiente de tensão.

Os valores máximos de sobretensão que a estrutura suporta são os dados a seguir, onde se tem os
casos críticos. Valores de tensão superiores ao NBI da estrutura representam uma disrupção já
associada a uma probabilidade de se ter corrente subsequente em 60 Hz.

Tabela 9
TIPO DE ESTRUTURA NBI [kV]
Concreto com estai 75
Concreto sem estai 75
Madeira sem estai > 500
Madeira com estai (30 cm) 150

Considere-se, por exemplo, o caso de se ter uma rede com o NBI de aproximadamente 75 kV,
instalada em um região de nível ceráunico igual a 50 dias de trovoada por ano. Conforme pode ser
extrapolado da Tabela 10, tal rede sofrerá um número de aproximadamente 1,11 disrupções por km.

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Tabela 10 - INCIDÊNCIAS DE SOBRETENSÕES DEVIDO A

DESCARGAS DIRETAS E INDIRETAS

NÍVEL DESCARGAS DESCARGAS INDUZIDAS (1 km)


Ng
CERÁUNICO DIRETAS / km >30kV >50kV >100kV >200kV >300kV

10 0,46 0,05 0,18 0,09


20 1,13 0,13 0,45 0,23
30 1,91 0,22 0,76 0,38
40 2,78 0,32 1,11 0,56
50 3,71 0,43 1,48 0,74
60 4,71 0,55 1,88 0,94
70 5,76 0,67 2,30 1,15
80 6,85 0,79 2,74 1,37
90 7,98 0,93 3,19 1,60
100 9,16 1,06 3,66 1,83
120 11,61 1,35 4,64 2,32
150 15,51 1,80 6,20 3,10

Supondo que esta rede tenha seu NBI alterado para 150 kV ter-se-á uma redução do número de
disrupções para 0,45, ou seja, uma redução para aproximadamente 40% do número de interrupções
iniciais. Não foi considerado neste caso a probabilidade de se ter ou não a corrente subseqüente em
60 Hz.

2.3 CRITÉRIOS DE COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO


Os equipamentos usados no sistema MRT deverão ser protegidos através de dispositivos
apropriados. A efetividade de proteção destes equipamentos é dada pelo estudo da coordenação de
isolamento, quando se compara o isolamento dos equipamentos com as sobretensões que serão
admitidas pelos métodos de proteção empregados. Na Figura 7 ilustram-se os critérios de
coordenação de isolamento, com as respectivas margens de segurança que devem ser observadas.

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Figura 7 - CRITÉRIOS DE COORDENAÇÃO DE ISOLAMENTO

Tem-se a seguir os critérios de cálculo destas margens:

a) Determinação da Margem de Segurança MS (1) para valores de onda cortada

 VOC 
MS(1) =  − 1  ⋅100 %
 TDC 
onde:
VOC = Valor de Onda Cortada [kV] do equipamento;

TDC = Tensão Disruptiva de Onda Cortada do Pára-raios.

Considera-se que o equipamento está protegido se o valor de MS (1) for superior ou igual
a 20%.

b) Determinação da Margem de Segurança MS (2) para valores de NBI do equipamento e


valores de tensão residual do pára-raios, incluindo tensão desenvolvida através dos cabos
de conexão.

 NBI 
MS( 2) =  − 1  ⋅100 %
 V 
onde:

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NBI = Nível Básico de Isolamento do Equipamento;


V = Tensão Residual do Pára-raios + Tensão Desenvolvida no cabo.
Adota-se em termos práticos um valor de 5 kV por metro de conexão existente. Para as
estruturas existentes considera-se um comprimento de conexão de 1,5 metros
aproximadamente.

Em todos os casos as carcaças dos equipamentos a serem protegidos deverão ser


conectados ao cabo de descida do aterramento do dispositivo de proteção.

2.4 ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO


A proteção dos equipamentos poderá ser feita através de um dos seguintes dispositivos:

- Pára-raios de Distribuição

- Descarregadores de Chifre

2.4.1 PROTEÇÃO ATRAVÉS DE PÁRA-RAIOS


O uso deste dispositivo para proteção de equipamentos propicia uma proteção aos equipamentos
instalados desde que sejam observados os critérios de coordenação de isolamento expostos
anteriormente. O correto funcionamento deste equipamento implica em não se ter a passagem da
corrente em 60 Hz, não causando, portanto operação de dispositivo de proteção contra
sobrecorrente da retaguarda.

A escolha da tensão nominal do pára-raios dependerá das diferentes características do sistema de


distribuição e do valor da tensão residual do pára-raios, tendo em vista a necessidade de se observar
os critérios de coordenação de isolamento face ao NBI dos equipamentos utilizados.

O relatório SCEI – 17.01, do CODI, recomenda os valores mínimos de tensões nominais de pára-
raios, dependendo do tipo do sistema trifásico existente, conforme dado na Tabela 11, a seguir.

Estes valores são recomendados para os ramais MRT derivados de alimentadores trifásicos
correspondentes, podendo-se ter tensões nominais mais baixas para os pára-raios, se a experiência
justificar, em função de menores valores de sobretensão que poderão ocorrer nestes ramais quando
de um curto-circuito fase-terra no alimentador trifásico.

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Tabela 11 - TENSÕES NOMINAIS DE PÁRA-RAIOS

SISTEMA 3 FIOS SISTEMA A 3 FIOS


SISTEMA 4 FIOS
kV NOMINAL EFICAZMENTE NÃO EFICAZCAMENTE
MULTIATERRADO
ATERRADO ATERRADO
*
13,8 10,5 12,0 15,0
23,0 18,0 21,0 27,0
34,5 27,0 30,0 39,0

2.4.2 PROTEÇÃO ATRAVÉS DE DESCARREGADORES DE CHIFRE


Tais dispositivos consistindo de centelhadores de chifres apresentam baixo custo, oferecendo
proteção aos equipamentos através de centelhadores de chifre, ajustáveis, montados sobre
isoladores tipo disco, e destinados a descarregar para a terra os surtos de descarga atmosférica em
linhas primárias de distribuição. A tensão disruptiva destes centelhadores é função da distância entre
os chifres conforme dado na Figura 8.

Figura 8 - DESCARREGADOR DE CHIFRE

*
Deve-se observar que para o caso de ramais MRT, o uso de pára-raios de tensão nominal 12,0 kV oferece maior
estabilidade, sendo inclusive de uso geral em sistemas de 4 fios multiaterrados, e portanto, o recomendado.

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Devido ao fato de se ter a descarga no ar, as condições atmosféricas exercem uma acentuada
influência nos valores de disrupção. Na Tabela 12 a seguir fornece-se as tensões disruptivas em 60
Hz e de impulso.

Tabela 12 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO DESCARREGADOR DE CHIFRE

TENSÃO DISRUPTIVA DE IMPULSO


TENSÃO DISRUPTIVA EM
ONDA 1,2x40 µs
2H 60 Hz [kV] – VALORES
MÉDIOS Tensão Inclinação
Polaridade Média Máx.
Crítica [kV/µs]
N 151 241 246
120 56 295
P 100 223 227
N 97 143 144
70 41 169
P 77 141 144
N 71 86 87
40 29 142
P 66 85 90
N 40 53 53
25 23 79
P 39 50 51
N 25 30 32
15 18 48
P 24 30 31

A ionização do ar, provocada pela descarga do surto, dá origem a uma corrente subsequente de
freqüência industrial. A ocorrência desta corrente subsequente está, segundo experiências da EDF,
associada ao nível de curto-circuito no local, sendo que para valores de curto-circuito inferiores a 500
A corrente de 60 Hz se extingue em até 6 ciclos. Para valores superiores a 1000 A não se tem a
extinção do arco e ter-se-á a atuação de um dispositivo de proteção contra sobrecorrentes da
retaguarda. Valores entre 500 a 1000 A não definem a probabilidade de se ter correntes de 60 Hz,
que dependerá, basicamente, das condições atmosféricas.

Ainda segundo a EDF a utilização de descarregadores de chifre está associada a duas condições
básicas, necessárias ao bom desempenho:

- solo de baixa resistividade;

- nível ceráunico baixo.

Para fins deste estudo tomar-se-á como solo de baixa resistividade aqueles que apresentarem
valores inferiores a 100 Ωm.

O estabelecimento do maior nível ceráunico deverá levar em consideração o valor de tensão


disruptiva, a probabilidade de se ter corrente subsequente em 60 Hz, a extensão do ramal, o tipo do
dispositivo de proteção contra sobrecorrente da retaguarda, e os custos e tempos para
restabelecimento do sistema. De um modo geral deve-se tomar como o maior nível ceráunico onde é
permitida a instalação de descarregadores de chifre o valor 20, tendo em vista os valores de tensão
induzidas, dados na Tabela 10.

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O uso de descarregadores de chifre apresenta outros inconvenientes que poderão ser levados em
conta quando se decidir sobre sua utilização ou não, que estão relacionados a seguir:

- Seu funcionamento depende das condições atmosféricas e da distância do “gap”. A


regulagem desta distância é imprecisa e se altera ao longo do tempo.

- A introdução de um ponto de falta no sistema, tendo em vista que ter-se-á maiores


tensões de passo e toque na subestação do consumidor, além de se ter,
forçosamente, toda a corrente de curto-circuito circulando pelo solo.

- A inserção de pontos passíveis de ocorrência de curto-circuito elevados, além de


problemas mencionados anteriormente, representa uma fonte adicional de esforços
eletromecânicos na rede e em equipamentos, implicando, possivelmente, numa maior
freqüência de manutenções.

2.4.3 RECOMENDAÇÕES
Em regiões de nível ceráunico alto, é recomendável o uso de pára-raios tipo válvula.

Deve-se mencionar, ainda, a introdução no mercado brasileiro, de uma nova tecnologia de pára-
raios, com elemento de óxido metálico. Tal dispositivo apresentará a curto prazo uma alternativa
viável, técnica e econômica ao pára-raios convencional.

Para os casos de nível ceráunico baixo (inferior a 20) pode-se estudar, em função da taxa de queima
de transformadores, a não utilização de dispositivos de proteção.

2.5 LOCALIZAÇÃO DOS DISPOSITIVOS


À exceção da alternativa de não se utilizar dispositivos de proteção, citada em 4.3, os dispositivos de
proteção contra sobretensões deverão ser localizados nos seguintes pontos:

- Na derivação do ramal, caso se tenha no local, transformador de isolamento ou


dispositivo de proteção contra sobrecorrente que não seja chave-fusível;

- Em todo transformador de distribuição instalado ao longo do ramal;

- Em todo equipamento de distribuição.

Dispositivos de proteção instalados ao longo da rede não fornecem proteção adequada e não
deverão ser instalados. O desempenho da rede está associado somente às suas características
construtivas.

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