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ÍNDICE
Tendo em vista a inexistência de condutor neutro, o curto-circuito que ocorrer será sempre fase-terra,
observando ainda a não existência de um caminho de baixa impedância para a fonte, implicando em
uma preocupação para os casos de rompimento de cabo que, caindo diretamente no solo, leva a se
ter um alto valor de impedância de defeito. Tal preocupação não é inerente só ao MRT.
• Religadores Automáticos
1.2.1 AJUSTES
Os dispositivos de proteção deverão ter as proteções de defeitos de fase ajustados dentro dos
critérios usuais. Para o caso da proteção de terra deve-se observar:
Nos sistemas com proteção através de TC nas fases, o máximo desequilíbrio permitido com a
finalidade do ajuste de pick-up, sem que a proteção de terra atue, é de 30%, calculado conforme
indicado a seguir:
IN −IM
d% = ⋅100
IM
d% = desequilíbrio percentual
IM = corrente média, ou seja, soma das correntes nas 3 fases, divididas pelo no de fase, na
hora de ponta do circuito.
Tal desequilíbrio deve ser calculado para as condições normais de carregamento do circuito e sob
nenhuma hipótese deverá ser superior ao valor de 60 A.
- permita um tempo mínimo para que altos desequilíbrios (transitórios) provocados pela entrada de
serviço de cargas monofásicas se reduzam.
Como valor prático pode-se adotar uma temporização mínima de 0.5 s, quando empregados
dispositivos com tempo definido.
a) evitar que defeitos neste ramal causem interrupção do alimentador, o que se faz através
da coordenação do dispositivo de proteção na derivação e a proteção de sobrecorrente da
retaguarda;
Caso se faça necessário, o ramal poderá ter ao longo do seu comprimento outros dispositivos de
proteção além daquele instalado na derivação. Como critério prático deve-se limitar este número a
um máximo de 3 (incluindo os de retaguarda) de modo a se evitar prováveis problemas de
coordenação da proteção.
A proteção deverá ser feita preferencialmente por chaves fusíveis, tendo a opção do uso de
religadores e seccionalizadores monofásicos na derivação. O uso de um ou outro dispositivo está
condicionado à obtenção ou não de análise técnico-econômica, conforme será visto adiante.
a) O elo fusível deve suportar uma corrente no mínimo igual ao valor da máxima corrente de
carga no ponto de instalação. Deve-se observar que o elo fusível tipo K ou T pode
suportar por um tempo indefinido 150% da sua corrente nominal.
b) Sempre que possível a corrente do elo fusível deve ser no máximo um quarto da corrente
de curto-circuito fase-terra mínima no fim do trecho protegido por ele, de modo a
proporcionar melhor segurança. Se possível considerar também o trecho para o qual ele é
proteção de retaguarda.
c) Para ampliar a faixa de coordenação deve-se utilizar em série, sempre que possível,
somente elos fusíveis adjacentes preferenciais (6, 10, 15, 25, 40, 65, 100, 140 e 200 A) ou
somente elos fusíveis não preferenciais (8, 12, 20, 30, 50 e 80 A). Deve-se empregar elos
do tipo T e K.
d) A capacidade de interrupção do dispositivo fusível deve ser maior que o máximo valor
assimétrico de corrente de curto-circuito no ponto de instalação.
a) A bobina série do religador deve ter o menor valor nominal possível, imediatamente
superior ao valor do carregamento do ramal, desde que observada sua capacidade de
interrupção de curto-circuito.
Figura 2
b) A coordenação entre elos podem ser feitas por uma das seguintes maneiras:
6T 350 680 920 1120 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
8T 375 800 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
10T 530 1100 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
12T 680 1280 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
15T 730 1700 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
20T 990 2100 3200 4100 5000 6100 9700 15200
25T 1400 2600 4100 5000 6100 9700 15200
30T 1500 3100 5000 6100 9700 15200
40T 1700 3800 6100 9700 15200
50T 1750 4400 9700 15200
65T 2200 9700 15200
80T 7200 15200
100T 4000 13800
140T 7500
1H 400 520 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5100 6100 9700 15200
2H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
3H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3200 4100 5000 6100 9700 15200
5H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2540 3700 4100 5000 6100 9700 15200
8H 240 500 710 920 1200 1500 2000 2500 3200 4100 5000 6100 9700 15200
6K 190 350 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8K 210 440 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
10K 300 540 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
12K 320 710 1050 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
15K 430 870 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
20K 500 1100 1700 2200 2800 3900 5800 9200
25K 660 1350 2200 2800 3900 5800 9200
30K 850 1700 2800 3900 5800 9200
40K 1100 2200 3900 5800 9200
50K 1450 3500 5800 9200
65K 2400 5800 9200
80K 4500 9200
100K 2000 9100
140K 4000
1H 125 280 380 510 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
2H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
3H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
5H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
8H 45 220 450 650 840 1060 1340 1700 2200 2800 3900 5800 9200
Critérios práticos:
• Através de curvas tempo x corrente dos elos fusíveis conforme dado na Figura 2, observando
que a coordenação é satisfatória quanto o tempo total da interrupção do elo fusível protetor
não exceder 75% do tempo mínimo de fusão do elo fusível protegido.
Para o caso de coordenação de religador instalado na derivação com elos fusíveis instalados ao
longo do ramal MRT, deve-se observar as seguintes recomendações:
NOTA:
Quando se desejar que seja assegurada a seletividade, a interseção das curvas 2 e 4 deve coincidir
com o ponto de “pick-up” do religador. Quando não for conhecido o fator multiplicador “K”, obtém-se
o limite superior da faixa de coordenação da seguinte maneira:
- O limite superior da coordenação é o ponto de interseção entre a curva mínima de
fusão do elo, plotada com 75% dos seus valores, e a curva rápida do religador,
plotada, multiplicando-se os seus valores pelo número de operações rápidas do
mesmo através do processo exposto no item 4.1.1 – b (vide Figura 4).
5 – n 1 x curva 1
6 – 0,75 x curva 3
Desse modo garante-se que, para os valores maiores de corrente do que àquela definida
anteriormente, tem-se uma proteção seletiva, através da atuação do elo fusível sem operação na
curva rápida do religador.
Deve-se procurar garantir, também, que o tempo total de interrupção do elo deve ser menor que o
tempo mínimo de abertura do religador na curva temporizada. A interseção entre a curva de tempo
total do elo com a curva temporizada do religador define o ponto de mínima corrente de defeito que
garante a coordenação.
O fator K, usado na coordenação dos religamentos, através da elevação dos tempos da curva A,
deve ser conforme dado na Tabela 5.
1.4.1 CONDUTORES
A proteção contra sobrecorrente instalada na derivação e ao longo do MRT deverá proteger também
o condutor fase, considerando para qualquer dispositivo de proteção utilizado, a duração e a
grandeza da corrente de falta, a bitola e o tipo de condutor.
Todo dispositivo de proteção deverá operar em um tempo inferior que aquele de curva de dano dos
condutores, conforme dado na Figura 5.
Figura 5
Portanto, nesses casos deve-se considerar a curva acumulada do dispositivo de proteção. No caso
de proteção através de elos fusíveis deve-se verificar os tempos da curva máxima de interrupção do
elo que deverão ser inferiores à curva de dano do condutor.
1.4.2 TRANSFORMADORES
Os transformadores deverão ter dispositivos de proteção e seccionamento no lado de A. T.
A proteção tem a função de evitar que defeitos no transformador ou na rede secundária, cause
repercussões no ramal de MRT.
Nos casos dos transformadores de pequena potência, poderá ser desenvolvida análise técnico-
econômica de forma a cotejar a possibilidade de substituição de elos fusíveis primários, por
disjuntores termomagnéticos instalados no secundário do transformador.
Cumpre salientar que a adoção de tal prática implicará na eliminação da proteção específica para
curto-circuito interno nos transformadores, devendo, entretanto, ser prevista a manutenção de
dispositivo primário de manobra de forma a garantir condições adequadas de segurança para
operação.
b) o elo deve fundir antes que a corrente cause danos no transformador, quando da
ocorrência de curto-circuito;
c) deve permitir a circulação de “corrente de inrush”, que deve ser tomada como a corrente
nominal do transformador, em um tempo de 0,1 s.
A localização de tais chaves seguem critérios práticos de cada Concessionária. Normalmente essas
chaves são localizadas com um espaçamento entre 5 a 7 km.
- Chaves-fusível usadas para proteção ao longo do ramal. Estas chaves poderão ser
abertas com cargas sem uso de ‘loadbuster”, segundo critérios do relatório SCOM
10.02 e dados a seguir:
Tabela 7
VALOR MÁXIMO DE
TENSÃO
CORRENTE (A)
13,8 / 3 5
23 / 3 3
34,5 / 3 2
2.1 CONSIDERAÇÕES
As sobretensões podem ser classificadas, quanto a sua origem em Sobretensões de Origem
Atmosférica e Sobretensões de Origem no Sistema. As Sobretensões de origem atmosféricas são
aquelas que ocorrem quando de descargas elétricas que podem incidir diretamente na rede
(descargas diretas) ou podem cair nas proximidades induzindo sobretensões em redes ou
equipamentos (descargas indiretas). Tais sobretensões são responsáveis por um grande percentual
das causas acidentais de defeito e serão objeto de estudo para evitar estas interrupções. As
sobretensões de origem no sistema são aquelas que ocorrem quando de uma mudança súbita nas
condições de circuito elétrico. Tal mudança pode ser devida à operações de dispositivos de manobra.
Energização e desenergização de bancos de capacitores e transformadores ou então devido a
condições de falta na rede. Tais sobretensões não são severas como as causadas por descargas
atmosféricas, não sendo, portanto grandes causadoras de defeitos em sistemas MRT.
O desempenho da rede é calculado em função do número de descargas para a terra por 1 km 2, que
é dado por aproximadamente:
Ng = 0,023 · N1,3
onde N é o nível ceráunico da região e os valores 0,023 e 1,3 são constantes, determinadas
empiricamente.
O número de descargas diretas que incidem na linha está relacionado com o “poder de atração” que
depende, basicamente, da altura da rede. Tal “poder” é dado aproximadamente por:
R = 16,3 · H0,61
Ns = 2 R · Ng
Ns = 0,116 · Ng [incidências/km]
O número de descargas indiretas dependerá basicamente da distância “L” da linha que uma
descarga é capaz de induzir um determinado valor de tensão no ramal MRT. Tal distância, por sua
vez será função do valor da corrente de descarga. Como valores médios, pode-se assumir as
distâncias dadas no relatório SCEI 17.01 do CODI, e transcritas a seguir:
Tabela 8
VALOR DA DISTÂNCIA “L”
SOBRETENSÃO [kV] [km]
50 0,20
100 0,10
200 0,05
300 0,03
NL = (2 · L) · Ng
sendo o valor de L [km] função do nível de sobretensão induzida conforme dado na tabela anterior.
Sugere-se, portanto, que nos casos de estruturas em postes de madeira, observe-se um afastamento
mínimo do estaiamento de modo a minimizar a probabilidade da disrupção ser seguida de corrente
de 60 Hz. Para os casos de poste de concreto tem-se, sempre, uma disrupção do condutor de fase
diretamente ao topo do poste. O poste de concreto se comporta, em caso de surto, como uma
estrutura aterrada, sendo a disrupção através do ar. Nesses casos a probabilidade de se ter corrente
subseqünte em 60 Hz é de 85%, independente do gradiente de tensão.
Os valores máximos de sobretensão que a estrutura suporta são os dados a seguir, onde se tem os
casos críticos. Valores de tensão superiores ao NBI da estrutura representam uma disrupção já
associada a uma probabilidade de se ter corrente subsequente em 60 Hz.
Tabela 9
TIPO DE ESTRUTURA NBI [kV]
Concreto com estai 75
Concreto sem estai 75
Madeira sem estai > 500
Madeira com estai (30 cm) 150
Considere-se, por exemplo, o caso de se ter uma rede com o NBI de aproximadamente 75 kV,
instalada em um região de nível ceráunico igual a 50 dias de trovoada por ano. Conforme pode ser
extrapolado da Tabela 10, tal rede sofrerá um número de aproximadamente 1,11 disrupções por km.
Supondo que esta rede tenha seu NBI alterado para 150 kV ter-se-á uma redução do número de
disrupções para 0,45, ou seja, uma redução para aproximadamente 40% do número de interrupções
iniciais. Não foi considerado neste caso a probabilidade de se ter ou não a corrente subseqüente em
60 Hz.
VOC
MS(1) = − 1 ⋅100 %
TDC
onde:
VOC = Valor de Onda Cortada [kV] do equipamento;
Considera-se que o equipamento está protegido se o valor de MS (1) for superior ou igual
a 20%.
NBI
MS( 2) = − 1 ⋅100 %
V
onde:
- Pára-raios de Distribuição
- Descarregadores de Chifre
O relatório SCEI – 17.01, do CODI, recomenda os valores mínimos de tensões nominais de pára-
raios, dependendo do tipo do sistema trifásico existente, conforme dado na Tabela 11, a seguir.
Estes valores são recomendados para os ramais MRT derivados de alimentadores trifásicos
correspondentes, podendo-se ter tensões nominais mais baixas para os pára-raios, se a experiência
justificar, em função de menores valores de sobretensão que poderão ocorrer nestes ramais quando
de um curto-circuito fase-terra no alimentador trifásico.
*
Deve-se observar que para o caso de ramais MRT, o uso de pára-raios de tensão nominal 12,0 kV oferece maior
estabilidade, sendo inclusive de uso geral em sistemas de 4 fios multiaterrados, e portanto, o recomendado.
Devido ao fato de se ter a descarga no ar, as condições atmosféricas exercem uma acentuada
influência nos valores de disrupção. Na Tabela 12 a seguir fornece-se as tensões disruptivas em 60
Hz e de impulso.
A ionização do ar, provocada pela descarga do surto, dá origem a uma corrente subsequente de
freqüência industrial. A ocorrência desta corrente subsequente está, segundo experiências da EDF,
associada ao nível de curto-circuito no local, sendo que para valores de curto-circuito inferiores a 500
A corrente de 60 Hz se extingue em até 6 ciclos. Para valores superiores a 1000 A não se tem a
extinção do arco e ter-se-á a atuação de um dispositivo de proteção contra sobrecorrentes da
retaguarda. Valores entre 500 a 1000 A não definem a probabilidade de se ter correntes de 60 Hz,
que dependerá, basicamente, das condições atmosféricas.
Ainda segundo a EDF a utilização de descarregadores de chifre está associada a duas condições
básicas, necessárias ao bom desempenho:
Para fins deste estudo tomar-se-á como solo de baixa resistividade aqueles que apresentarem
valores inferiores a 100 Ωm.
O uso de descarregadores de chifre apresenta outros inconvenientes que poderão ser levados em
conta quando se decidir sobre sua utilização ou não, que estão relacionados a seguir:
2.4.3 RECOMENDAÇÕES
Em regiões de nível ceráunico alto, é recomendável o uso de pára-raios tipo válvula.
Deve-se mencionar, ainda, a introdução no mercado brasileiro, de uma nova tecnologia de pára-
raios, com elemento de óxido metálico. Tal dispositivo apresentará a curto prazo uma alternativa
viável, técnica e econômica ao pára-raios convencional.
Para os casos de nível ceráunico baixo (inferior a 20) pode-se estudar, em função da taxa de queima
de transformadores, a não utilização de dispositivos de proteção.
Dispositivos de proteção instalados ao longo da rede não fornecem proteção adequada e não
deverão ser instalados. O desempenho da rede está associado somente às suas características
construtivas.