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PÓS-GRADUAÇÃO

Sistemas Elétricos
PÓS-GRADUAÇÃO

Dispositivos de proteção
Bloco 1
Heverton Bacca Sanches
Objetivos

Para estabelecer a estratégia de proteção que leve a


um funcionamento correto e uma ótima qualidade de
uma instalação elétrica industrial, você vai estudar
mais profundamente:
• Os fusíveis.
• Os religadores.
• Os relés de proteção.
Os Fusíveis
O fusível deve proteger todos os
Figura 1 - Aplicação de elementos localizados após o seu ponto
fusíveis do tipo NH de instalação, ou seja, a chave
seccionadora, o contator, o relé térmico
de sobrecarga e a isolação do condutor,
contra as correntes de curto-circuito.

Fonte: denishipunov/iStock.com.
Critérios para classificação de fusíveis

Figura 2 – Aplicação de • A tensão de alimentação


fusíveis do tipo NH (alta ou baixa tensão).
• As características de
interrupção (ultrarrápidos
ou retardados).

Fonte: denishipunov/iStock.com.
Zona de tempo-corrente para fusíveis
Figura 3 – Composição das zonas tempo- • É a curva de tempo mínimo de
corrente fixadas por normalização fusão-corrente, que fica à
esquerda, e a curva de tempo
máximo de interrupção-
corrente, que fica à direita.

Fonte: adaptada de Souza e Moreno (2001).


Circuitos que devem ser protegidos

• Circuitos terminais de motores.


• Circuitos de distribuição de motores.
• Circuitos de distribuição de aparelhos e cargas mistas.
• Circuitos de banco capacitores.
• Isolação dos condutores elétricos dos circuitos
terminais e de distribuição.
• Circuitos com dispositivos de comando e manobra.
Fusíveis primários

Figura 4 – Exemplo de um sistema Utilizamos fusíveis primários


primário de subestações
para interrupção de correntes de
curto-circuito em subestações
industriais de pequeno porte.

Fonte: moommama/iStock.com.
Religadores

• Interrompem automaticamente a corrente elétrica de


acordo com um limite de operações de abertura e
fechamento do circuito elétrico na ocorrência de falha.
• São, normalmente, aplicados nas redes de distribuição
aéreas das concessionárias de energia elétrica, uma vez
que ajudam a eliminar os defeitos transitórios.
Tipos de religadores

• Religadores a óleo.
• Religadores a vácuo.
• Religadores a SF6 (Hexafluoreto de enxofre).
Parâmetros básico para ajuste dos religadores

• A corrente de acionamento.
• A sequência de operação.
• O tempo de religamento
• O tempo de rearme.
Proteção contra descargas atmosféricas

• O tempo de rearme da sequência de


operações é definido por:

𝑇𝑟𝑒 = 1,10 × 𝑇𝑡𝑜 + 1,15 × 𝑇𝑡𝑖

Onde:
• 𝑇𝑟𝑒 é o tempo de rearme em segundos.
• 𝑇𝑡𝑜 é o tempo total de todas as operações
de abertura considerando a corrente
mínima de acionamento.
• 𝑇𝑡𝑖 é o tempo total dos intervalos de
religamento.
PÓS-GRADUAÇÃO

Relés de proteção
Bloco 2
Heverton Bacca Sanches
Proteção contra contatos indiretos

A norma NBR 14039 diz respeito à proteção por meio de


disjuntores acionados por relés secundários dotados de
unidades instantâneas e temporizadas de fase e de
neutro, principalmente em instalações com capacidade
superior a 300 kVA.
Fusíveis primários

Figura 5 – Exemplo de ajuste de Os relés de ação direta devem


relés digitais ser substituídos por relés digitais
para a obtenção de uma melhor
qualidade na instalação da
proteção geral da subestação.

Fonte: guruXOOX/iStock.com.
Relés primários de ação direta

• Relés fluidodinâmico: dispositivos robustos e de


baixo custo.
• Relés de sobrecorrente estáticos ou eletrônicos:
são montados em caixa metálica blindada para
impedir a interferência de campos magnetivos,
provenientes dos condutores de alta tensão.
Relés secundários de sobrecorrente digitais
Figura 6 – Exemplo de técnicos
Protegem o sistema elétrico e
com computador interligado ao
armazenam informações capazes
sistema elétrico
de interligar um computador
programado para receber essas
informações, processá-las e
emitir ordem baseadas nelas.

Fonte: guruXOOX/iStock.com.
Funcionalidades dos relés secundários digitais

• Proteção de sobrecorrente de fase e de neutro.


• Proteção contra falha do disjuntor.
• Registro dos últimos eventos.
• Curvas de tempo de operação.
• Ajuste e reajuste de parâmetros.
• Comunicação serial por fibra ótica ou cabo para
troca de informações com o computador.
PÓS-GRADUAÇÃO

Teoria em Prática
Bloco 3
Heverton Bacca Sanches
A principal carga elétrica nas industrias
Figura 7 – Exemplo de fusível em Como medida de proteção você deve
cartucho para instalação em adotar dispositivos que garantam a
trilho DIN interrupção das correntes de curto-
circuito nos condutores que alimentam
os circuitos terminais de motores.
O fusível é um desses dispositivos
adotados nessa proteção.

Fonte: WichienTep/iStock.com.
Corrente nominal dos fusíveis

Para proteger o circuito terminal de uma eventual


sobrecarga, devido a possibilidade de ter seu rotor
bloqueado qual deve ser a corrente nominal dos
fusíveis que devem ser aplicados nessa proteção?
Proteção de circuitos terminais de motores

A proteção desses circuitos devem determinar a


interrupção das correntes de curto-circuito nos
condutores que alimentam os motores.
Para um motor de 50 cv, 380 V/IV polos.
Corrente de rotor bloqueado do motor
A corrente de rotor bloqueado ou
corrente de partida, 𝐼𝑝𝑚 , é dada
pela relação entre a corrente
nominal do motor, 𝐼𝑛𝑚 , e a relação
entre a corrente de partida e a
corrente nominal, 𝑅𝑐𝑝𝑚 :

𝐼𝑝𝑚 = 𝐼𝑛𝑚 × 𝑅𝑐𝑝𝑚


Para um motor de 50 cv, 380 V/IV
polos, a corrente de projeto do
circuito, 𝐼𝑐 , é igual a corrente
nominal do motor, 𝐼𝑛𝑚 :
𝐼𝑛𝑚 = 𝐼𝑐 → 𝐼𝑐 = 68,8 𝐴
Relação de partida e corrente nominal

A corrente de rotor bloqueado


ou corrente de partida, 𝐼𝑝𝑚 ,
será determinada pela relação
𝑅𝑐𝑝𝑚 de 6,4, relacionada ao
motor de 50 cv, 380 V/IV polos :

𝐼𝑝𝑚 = 𝐼𝑛𝑚 × 𝑅𝑐𝑝𝑚 → 𝐼𝑝𝑚 =


68,8 × 6,4 = 440,3 𝐴
Fator de multiplicação
A corrente nominal do fusível, 𝐼𝑛𝑓 , a
ser escolhido para essa proteção será:

𝐼𝑛𝑓 ≤ 𝐼𝑝𝑚 × K

Onde,
K é o fator de multiplicação para rotor
bloqueado.
Para 𝐼𝑝𝑚 ≤ 40 𝐴 → 𝐾 = 0,5

Para 40 A < 𝐼𝑝𝑚 ≤ 500 𝐴 → 𝐾 = 0,4

Para 𝐼𝑝𝑚 > 500 𝐴 → 𝐾 = 0,3

Como 𝐼𝑝𝑚 = 440,3 𝐴 → 𝐾 = 0,4


Fator de multiplicação
𝐼𝑛𝑓 ≤ 𝐼𝑝𝑚 × K → 𝐼𝑛𝑓 ≤ 440,3 × 0,4 →
𝐼𝑛𝑓 ≤ 176,1 𝐴

Em valores de fusíveis fabricados e


encontrados no mercado:

𝐼𝑛𝑓 ≤ 160 𝐴
PÓS-GRADUAÇÃO

Dica do Professor
Bloco 4
Heverton Bacca Sanches
A ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

• Regula a geração, transmissão, distribuição e


comercialização de energia elétrica.
• Fiscaliza as concessões, as permissões e os serviços
de energia elétrica.
• Implementa políticas e diretrizes para exploração de
energia elétrica.
• Estabelece tarifas.
• Trata as divergências entre agentes e consumidores.
• Promove permissão e autorização de
empreendimento e serviços de energia elétrica.
Distribuição

É o segmento dedicado à entrega de energia elétrica para


o usuário final, com um conjunto de instalações e
equipamentos elétricos que operam em tensões menores
que 230 kV e sistemas baixa tensão.
No site dessa agência reguladora, encontramos conteúdos
normativos, regulatórios, informações conceituais e
planos importantes do sistema elétrico brasileiro.
Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR


5410 – Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro:
ABNT, 2004.
MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 7. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2011.
MAMEDE FILHO, João; MAMEDE, Daniel R. Proteção de
sistemas elétricos de potência. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2011.
SOUZA, José R. Alves de; MORENO, Hilton. Guia EM da NBR
5410. Revista Eletricidade Moderna, São Paulo, 2001.

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