Você está na página 1de 5

SÉRIE ELETROELETRÔNICA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS

13.1.1 Disjuntores 1

Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção capazes de interromper a corrente


quando surgem no circuito condições anormais de trabalho que resultam em sobrecorrente,
como sobrecarga ou curto-circuito.

Figura 113 – Modelo de disjuntor e seu símbolo no projeto elétrico

Fonte: SENAI-SP (2013)

O disjuntor é composto das seguintes partes:

a) caixa de material isolante, na qual são montados seus componentes;

b) alavanca liga-desliga, por meio da qual se manobra manualmente o disjuntor;

c) extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que se forma
entre os contatos quando o disjuntor é manobrado sob carga;

d) mecanismo de disparo, que desliga automaticamente o disjuntor;

e) bimetal, que aciona o mecanismo de disparo quando há corrente de sobrecarga;

f) bobina eletromagnética, que aciona o mecanismo de disparo quando há corrente de


curto-circuito.

1
Excerto do capítulo 3 do livro: SENAI-DN e SENAI-SP. Instalação de sistemas elétricos prediais.
Brasília : SENAI/DN, 2013. 306 p. il. (Série Eletroeletrônica).
SÉRIE ELETROELETRÔNICA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS
2

A figura a seguir mostra o interior de um disjuntor.

Figura 114 – Partes componentes de um disjuntor

Fonte: SENAI-SP (2013)

Você sabia?

O disjuntor deve ser instalado em série com o circuito que irá proteger, pois ele
interromperá a corrente do circuito no caso de uma sobrecorrente.

Ao ser inserido no circuito, o disjuntor funciona como um interruptor. O bimetal e a bobina


eletromagnética são ligados em série dentro do disjuntor. Assim, ao ser acionada a
alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito, que é travado pelo mecanismo de disparo, e a
corrente circula por esses dois elementos.

Figura 115 – Esquema do funcionamento do disjuntor

Fonte: SENAI-SP (2013)


SÉRIE ELETROELETRÔNICA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS
3
Havendo uma corrente de sobrecarga no circuito, o bimetal atua sobre o mecanismo de
disparo, interrompendo o circuito. Da mesma forma, se houver uma corrente de curto-
circuito, a bobina eletromagnética atua sobre o mecanismo de disparo, parando
instantaneamente o circuito.

Isso significa que os disjuntores possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada
para a posição “ligada” e houver uma sobrecarga ou um curto-circuito, o disjuntor se
desarmará automaticamente, mesmo com a alavanca travada.

Deve-se sempre identificar a causa do desarme do disjuntor. Se o desarme for causado por
motivo conhecido e o defeito sanado, basta acionar a alavanca para que o dispositivo volte
a operar, não sendo necessária sua substituição, como ocorre com os fusíveis.

Se a causa do desarme for uma sobrecarga por subdimensionamento do disjuntor em


relação às exigências de consumo do circuito a ser protegido, o disjuntor deverá ser
substituído, desde que a capacidade de condução de corrente dos condutores instalados
seja respeitada.

Fique alerta!

O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais curto quando
o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre normalmente dentro do
quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a corrente nominal do disjuntor
de acordo com as especificações do fabricante e também segundo a temperatura ambiente.

Os disjuntores podem ser fabricados em três modelos: monopolar, bipolar e tripolar.

Figura 116 – Modelos de disjuntores

Fonte: SENAI-SP (2013)


SÉRIE ELETROELETRÔNICA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS
4
Normalmente, os disjuntores são fabricados para atender a uma ampla faixa de valores de
corrente, que vai de 0,3 A até 125 A para os disjuntores pequenos, muito utilizados em
instalações residenciais.

Características técnicas

Sempre que for necessário escolher os disjuntores para os diversos circuitos das
instalações, é preciso considerar as características técnicas do componente. Isso deve ser
feito para que todos os circuitos tenham a devida proteção e funcionem corretamente.

Na escolha de um disjuntor, as características a serem consideradas são:

a) Corrente nominal (In): refere-se ao valor eficaz da corrente de regime contínuo que o
disjuntor deve conduzir indefinidamente, sem elevação de temperatura acima dos valores
especificados;

b) Corrente convencional de não atuação (Ina): indica o valor especificado de corrente


que pode ser suportado pelo disjuntor durante um tempo especificado (tempo
convencional);

c) Tensão nominal (Un): refere-se ao valor eficaz da tensão pelo qual o disjuntor é
identificado e em relação ao qual são estabelecidos outros valores nominais. Esse valor
deve ser igual ou superior ao valor máximo da tensão do circuito no qual o disjuntor
deverá ser instalado;

d) Capacidade de interrupção de corrente de curto circuito (ICN ou ICU): representa o


valor máximo da corrente de curto-circuito que o disjuntor interrompe com segurança.
Esse valor é descrito no corpo do disjuntor e é dado em quiloampère (kA). A corrente de
curto-circuito depende das características do transformador que alimenta a instalação e
do comprimento dos cabos, compreendido entre esse transformador e o quadro de
distribuição no qual os disjuntores estão instalados. Quanto mais longe o transformador
estiver da instalação, menor será o valor da corrente de curto-circuito. Assim, esse valor
pode ser diferente para cada quadro de distribuição da instalação. A capacidade de
interrupção de corrente de curto-circuito dos disjuntores utilizados na instalação deve
estar especificada nos parâmetros de projeto, contidos na documentação da instalação;

e) Curvas de disparo: correspondem à característica de atuação do disjuntor contra


correntes de curto-circuito. Assim, as curvas B, C e D referem-se à característica de
atuação da bobina eletromagnética, enquanto que a curva do bimetal permanece a
mesma. Veja as curvas B, C e D no gráfico a seguir.
SÉRIE ELETROELETRÔNICA INSTALAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS PREDIAIS
5

Figura 117 – Gráfico das curvas de disparo BCD

Fonte: SENAI-SP (2013)

• Curva B: a atuação por curto-circuito está compreendida entre 3 a 5 vezes sua


corrente nominal (In). É aplicada em circuitos que alimentam equipamentos cuja
característica seja de predominância resistiva, como lâmpadas incandescentes,
chuveiros, torneiras e aquecedores elétricos;

• Curva C: a atuação por curto-circuito está compreendida entre 5 a 10 vezes sua


corrente nominal (In). São aplicados em circuitos que alimentam equipamentos cuja
característica seja de predominância indutiva, que apresentam picos de corrente de
curta duração no momento da partida, como fornos de micro-ondas, aparelhos de ar-
condicionado e eletrodomésticos.

• Curva D: a atuação por curto-circuito está compreendida entre 10 a 20 vezes sua


corrente nominal (In). É aplicada em circuitos que alimentam equipamentos cuja
característica seja de predominância altamente indutiva, que apresentam picos de
corrente de longa duração no momento da partida, como grandes motores e
transformadores.

Saiba mais

Disjuntores são componentes muito importantes na proteção dos circuitos das instalações
prediais. Tenha o hábito de pesquisar nos sites dos fabricantes as características técnicas
desse componente, a fim de escolher aqueles que melhor atendem às necessidades da
instalação que você estiver fazendo.

Você também pode gostar