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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO DE REDE PARA SISTEMAS ATÉ 69 KV

CALCULO DE FALTAS – AV2

Itamar Gonçalves Silva de Aguiar


01379606
Eng. Elétrica

Para subestações e Linhas de transmissão é essencial considerar as proteções de sistemas


elétricos em diferentes níveis de tensões, pois, os equipamentos são específicos para cada nível de
tensão e componente do sistema.
Logo abaixo estão algumas recomendações gerais com base nos diferentes elementos do sistema
elétrico:
Para subestações (69 kV):
Relés de Proteção: Os relés de proteção são fundamentais para identificar e isolar falhas no sistema
elétrico. Recomenda-se a utilização de relés de sobrecorrente, diferenciais e de distância para proteção
de linhas.
Existem vários tipos de relés de proteção utilizados em subestações de 69 kV para proteger os
equipamentos e os sistemas elétricos.
Os Relés de Sobrecorrente direcionais detectam correntes acima dos limites pré-definidos em uma
direção específica, identificando a origem da falha.
Os Relé de Sobrecorrente de tempo definido atuam quando a corrente excede um determinado
valor por um período específico, protegendo contra sobrecargas prolongadas.
Além dos citados acima também existem os, relés de proteção de sincronismo que garantem a
sincronização adequada entre fontes de energia para evitar desequilíbrios e danos ao sistema.
Os relés de proteção de falha à terra que detectam correntes de falta à terra e isola o circuito
afetado.
Os relés de Proteção de Temperatura e os relés de Proteção de Energização que garantem que
os equipamentos sejam energizados de forma segura e adequada, evitando danos durante a inicialização.
Estes relés trabalham em conjunto para garantir a proteção adequada dos equipamentos e do sistema
elétrico da subestação contra falhas e condições anormais, ajudando a manter a operação segura e
confiável do sistema.
A maior parte desses relés, atuam com análise dos cálculos de curto-circuito. Que por seus modelos
matemáticos, definem as correntes que determinam a abertura do circuito e que tipo de curtos foi
acometido esse sistema.
Em uma linha de transmissão, diferentes tipos de curtos-circuitos podem ocorrer, cada um com suas
características e causas distintas:
Curto-Circuito à Terra (Falta à Terra): Esse tipo de curto-circuito ocorre quando um dos condutores da
linha de transmissão entra em contato direto com o solo. Pode ser causado por várias razões, como
queda de isoladores, erosão do solo, ou objetos estranhos que comprometam a isolação do cabo.

Para esse caso temos:


As condições de contorno em um nó genérico k, para curto através de impedância, são apresentadas
a seguir, em valores por unidade:

Essas condições de contorno serão utilizadas na obtenção dos modelos em componentes simétricas
e para isso escrevemos genericamente:

Da expressão acima, sabemos que:

ou
Como as correntes nos três diagramas são iguais e a tensão na fase a é igual a 3zgio, ou nula no
caso de zg =O, podemos propor a conexão em série dos diagramas de impedâncias: de sequência
positiva, de sequência negativa e de sequência zero. Lembramos que as impedâncias de sequência
positiva e negativa são iguais.

A partir do circuito obtemos:

Observamos que e1 = vthl corresponde à tensão de sequência positiva, dada pela tensão do
equivalente de Thevenin no ponto de falta. As impedâncias equivalentes de Thevenin, de sequência
positiva e sequência zero, são z1 = z1h1 e zo = z117o, respectivamente.
No caso particular de curto franco, adotamos zg = 0 e a dedução do equacionamento passa a ser
mais imediata, pois v0 + v1 + v2 = 0.
Sabendo que:

E como Z1=Z2:

Isso corresponde a colocar os três diagramas de sequências em série e posteriormente em curto.

No ponto de curto encontramos:

Portanto, chamaremos a corrente de curto monofásica de , sendo:

Curto-Circuito Bifásico: Esse tipo de curto-circuito acontece quando duas fases adjacentes entram em
contato, criando um caminho direto entre elas. Isso pode ocorrer devido a problemas de isolamento ou
falhas nos equipamentos da linha de transmissão.
A figura abaixo mostra a representação do curto dupla-fase através de impedância:
Estabelecemos as condições de contorno para esse tipo de falta, escrevendo:

Das equações de correntes acima, concluímos que:

obtemos o circuito em componentes simétricas para o cálculo do curto dupla-fase:

Calculando a corrente no circuito:

Sendo Z1=Z2 o cálculo de curto circuito para um curto bifásico é:


Curto-Circuito Trifásico: É o tipo mais grave e mais difícil de se acontecer, onde todas as três fases da
linha de transmissão entram em contato, formando um caminho de baixa impedância. Geralmente, é o
resultado de uma falha significativa no sistema ou equipamentos, e pode causar danos severos se não
for interrompido rapidamente.
Para esse tipo temos:

Dadas as condições equilibradas, concluímos que o curto trifásico pode ser aterrado ou isolado,
sendo indiferente a presença ou não do aterramento do centro estrela, com correntes idênticas de fase
em ambos os casos, resultando na soma i0 + ib + ic =O no ponto N de neutro.

Supondo as grandezas (E,!, Z) em valores por unidade (e, i, z), escrevemos:

Com exceção de alguns casos especiais para calibragem de proteções, é comum desprezarmos
a impedância de falta zg, em relação às demais impedâncias da rede, resultando em um cálculo
levemente conservativo, com z g = 0:

Que chamaremos de corrente de curto-circuito trifásica:

Cada tipo de curto-circuito pode resultar em diferentes impactos na linha de transmissão e nos
equipamentos associados. A identificação rápida e o isolamento do curto-circuito são essenciais para
minimizar danos ao sistema elétrico e garantir a segurança do pessoal e dos equipamentos. Sistemas de
proteção, como relés de sobrecorrente e relés de proteção diferencial, são empregados para detectar e
isolar esses tipos de falhas o mais rapidamente possível.
Ainda sobre as proteções para subestações 69 Kv, temos os disjuntores, são eles:

• Disjuntores a Vácuo: Usam o vácuo como meio de extinção do arco elétrico quando
interrompem o circuito. São eficientes, de baixa manutenção e adequados para sistemas de
média tensão.

• Disjuntores a Gás (SF6): Utilizam gás hexafluoreto de enxofre (SF6) para extinguir o arco
elétrico durante a interrupção do circuito. São frequentemente usados em sistemas de alta
tensão devido à sua eficácia.

• Disjuntores a Óleo: Utilizam óleo como meio isolante e de extinção do arco elétrico. São
menos comuns devido a preocupações ambientais e requisitos de manutenção.

• Disjuntores a Ar: Utilizam ar comprimido para interromper o circuito. São mais utilizados em
sistemas de baixa tensão.
Cada tipo de disjuntor possui suas próprias características, benefícios e aplicações específicas. A
escolha do tipo a ser utilizado em uma subestação de 69 kV dependerá das necessidades de operação,
segurança, manutenção e eficiência do sistema elétrico em questão.
Para transformadores de baixa tensão:

• Relés de Proteção Diferencial: Usados para detectar e isolar falhas internas nos
transformadores.
• Relés de Sobre temperatura: Monitoram a temperatura dos transformadores para evitar danos
por sobreaquecimento.
Para proteção de motores de indução:

• Relés de Sobrecarga: Protegem os motores contra sobrecargas prolongadas.

• Relés de Proteção contra Curto-Circuito: Detectam curtos-circuitos e desligam os motores


para evitar danos.
Equipamentos de Baixa Tensão:

• Disjuntores de Baixa Tensão: Protegem circuitos de baixa tensão contra sobrecargas e


curtos-circuitos.

• Dispositivos de Proteção contra Surto: Protegem equipamentos eletrônicos sensíveis contra


picos de tensão.
Para calcular corretamente as correntes de curto-circuito e dimensionar os dispositivos de proteção
citados acima, o livro “Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência" de Zanetta oferece métodos
específicos. Alguns métodos comuns incluem:
1. Método da Impedância:
• Baseado na impedância das fontes e impedâncias de curto-circuito do sistema.
2. Método do MVA Simétrico:
• Usa a potência aparente para determinar as correntes de curto-circuito.
3. Método ANSI/IEEE:
• Utiliza fatores e tabelas padronizados para cálculos de curto-circuito.
É importante seguir procedimentos adequados de cálculo para garantir que os equipamentos de
proteção sejam dimensionados corretamente e ofereçam uma proteção eficaz contra falhas no sistema
elétrico, reduzindo os riscos de danos aos equipamentos e garantindo a segurança dos operadores e
instalações.
REFERÊNCIAS

ZANETTA JR, Cera; Luiz. Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência. 1ºed. São Paulo:
Editora Livraria da Física, 2006.

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