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RESUMO DO CAPÍTULO 5

ARMINDO CHENET NETO

2023

Pg. 478- 540

Os geradores síncronos são máquinas elétricas com enrolamentos


estatóricos no estator e enrolamentos rotóricos no rotor. Alimentados por
corrente contínua, geram um campo magnético rotativo que induz uma tensão
alternada nos enrolamentos estatóricos. Podem ter polos lisos (baixa rotação)
ou polos salientes (alta rotação).
Esses geradores são cruciais em sistemas de potência, e falhas podem
ter consequências graves. As causas de falhas incluem defeitos construtivos,
origem externa (sobrecargas, curtos-circuitos), e origem interna (curtos-circuitos
no rotor, estator, terminais). Podem ser acionados por turbinas hidráulicas, a
vapor, a gás, motores a diesel, eólicas etc.
Existem dois tipos principais de geradores: de indução (assíncronos) e
síncronos. Os de indução geram energia ativa, são mais simples, mas têm
limitações operacionais. Os síncronos geram energia ativa e reativa, sendo mais
complexos, operando em diversas velocidades e potências.
A proteção de geradores síncronos é essencial e complexa, abrangendo
uma variedade de falhas. Diferentes funções de proteção são necessárias, como
proteção contra sobrevelocidade, sobrecorrente, subtensão, entre outras. A
classificação de potência do gerador (prime, modo de espera, contínua) é
essencial para determinar seus limites de operação.
A forma de aterramento do ponto neutro das bobinas estatóricas é crucial,
podendo ser sólido, resistivo ou reativo. Precauções devem ser tomadas para
evitar sobretensões durante curtos-circuitos. Geradores síncronos podem operar
em condições normais (fornecendo potência) ou motorizados (recebendo
potência, o que deve ser evitado para prevenir danos).
Ao determinar as correntes de curto-circuito nos geradores e em suas
proximidades, é essencial considerar as reatâncias que caracterizam cada
máquina. Para analisar os transitórios em geradores elétricos, é necessário
compreender o conceito de componentes de eixo direto e em quadratura.
Um gerador síncrono de polos salientes é discutido, destacando a
preferência da magnetização pelos polos salientes. A corrente de curto-circuito
inicial em geradores síncronos é elevada, diminuindo até alcançar o regime
permanente. A análise das diferentes fases das correntes de falta requer
conhecimento das reatâncias limitadoras, especialmente as reatâncias
subtransitória, transitória e síncrona do eixo direto.
A reatância subtransitória do eixo direto (xd'') é explicada, sendo crucial
para limitar a corrente de curto-circuito nos primeiros ciclos. Suas variações são
discutidas para diferentes tipos de geradores. O valor inicial da corrente de curto-
circuito trifásica é calculado usando a equação correspondente.
Outras reatâncias, como a transitória do eixo direto (xd') e síncrona do
eixo direto (xd), são abordadas, destacando suas variações e importância na
limitação das correntes de curto-circuito. O gerador é o único componente que
reage através dessas três reatâncias.
A proteção diferencial de corrente em geradores é discutida, visando
reduzir danos internos para diferentes tipos de defeitos. A aplicação e
considerações sobre o sistema de aterramento do neutro são explicadas.
Diferentes configurações de proteção diferencial são apresentadas, levando em
conta a conexão dos enrolamentos e a presença de transformadores.
A proteção diferencial é útil para defeitos internos, mas algumas limitações
são discutidas, como a perda de isolação entre espiras de um enrolamento
estatórico. Considerações sobre a aplicação da proteção diferencial em
geradores de grande porte são abordadas, ressaltando suas condições de
aplicação.
Em geral, a proteção diferencial é aplicada em geradores com potência
ou tensão nominais elevadas, devido ao seu custo.
A proteção de distância de fase (função 21) é uma estratégia utilizada para
proteger geradores elétricos através de relés de distância. Essa abordagem,
conhecida como proteção de mínima impedância, consiste em duas a três zonas
de proteção. Geralmente, é aplicada junto com proteções de primeira linha para
cobrir a zona de proteção do gerador e seu transformador elevador. As zonas
21B e 21C servem como proteções secundárias para defeitos além dos limites
das proteções primárias.
Os ajustes das zonas 21A, 21B e 21C são feitos com base na impedância
do transformador elevador e das linhas de transmissão, evitando atuações
indevidas.
A proteção contra faltas na rede elétrica, destacando que a proteção de
sobrecorrente de geradores é considerada uma proteção de retaguarda. Para
geradores de pequena capacidade, relés de sobrecorrente temporizados são
usados no Quadro de Comando e Proteção, enquanto para capacidades
maiores, o quadro é localizado próximo ao gerador. A proteção de sobrecorrente
é crucial para evitar danos internos ao gerador.
As unidades temporizadas de fase e neutro, indicando critérios de ajuste
e considerações para garantir a eficácia dessas proteções. A proteção 51V,
dependente da tensão, é discutida, com foco nas formas operacionais controlada
e restrita por tensão.
A função 50IE é introduzida como uma proteção contra energização
involuntária após o desligamento e religamento do gerador, sensibilizando-se
para correntes e frequências acima dos valores ajustados. A faixa de ajuste inclui
correntes de partida do gerador e frequências entre 4 Hz e 15 Hz.
Os enrolamentos do estator podem ser afetados por sobrecargas não
administradas do gerador. Essas sobrecargas aquecem os enrolamentos que,
atingindo valores de temperatura superiores à elevação de temperatura admitida
pelo fabricante, reduzem a vida útil da máquina. Para proteger os enrolamentos
de possíveis sobrecargas nos geradores podem ser utilizados relés de
sobrecorrente temporizados, como já foi mencionado, porém sem oferecer uma
proteção satisfatória. Outra forma de proteção é o uso de relés térmicos
utilizados em disjuntores ou contactores e são aplicados em máquinas de
pequena capacidade. No entanto, a solução mais adequada é o uso de relés
digitais de imagem térmica. Esses relés devem ter a sua curva ajustada
aproximadamente em 10 s abaixo da curva de aquecimento do gerador, curva
que é fornecida pelo fabricante.
Além das sobrecargas, os enrolamentos dos geradores podem ser
afetados pela obstrução dos canais de ventilação, ocasionando aquecimento e
queima da isolação, bem como curtoscircuitos nas lâminas do estator. Essa
forma de aquecimento não é detectada pelos relés de sobrecorrente ou de
imagem térmica. Para proteger os geradores submetidos a essa condição são
instalados pares termostatos ou termistores no interior de cada enrolamento,
também conhecidos como resistências detectoras de temperatura (RTD). Os
terminais desses dispositivos térmicos são levados a um relé anunciador que
pode manifestar a sua atuação de forma visual e/ou sonora.
Os geradores do tipo industrial devem permitir uma sobrecarga 1,1 vez a
corrente nominal por um tempo de 1 hora. Já para sobrecargas momentâneas o
valor permitido pode ser dado, aproximadamente, pela curva de aquecimento
fornecida na Figura 5.17. Assim, para uma sobrecarga de 65% sobre a corrente
nominal, em média, o gerador pode suportála durante o período de apenas de
60 s (1 minuto), como se pode perceber através da curva anteriormente
mencionada.
Os pares termostatos são ligados a uma ponte de Wheatstone que possui
uma bobina de operação instalada em seu centro. Seu funcionamento está
baseado no desbalanço de corrente entre os resistores e os pares termostatos
fazendo circular corrente na bobina de operação. Esse desequilíbrio de corrente
é ocasionado pela elevação de temperatura nos pares termostatos inseridos nas
bobinas do estator submetidos às fontes de aquecimento anteriormente
mencionadas.
Os detectores de temperatura, normalmente em número de três, são
instalados em geradores com capacidade nominal superior a 500 kW. Podem ser
localizados em vários pontos do enrolamento do estator fornecendo um mapa
térmico das condições das bobinas. Os detectores fornecem a indicação da
temperatura mais elevada das bobinas podendo registrar essa temperatura
através de um mostrador externo e/ou retirar de operação o gerador através do
acionamento do disjuntor principal e da excitatriz.
O relé indicado para a condição de sobreaquecimento dos geradores é
projetado em função das resistências detectoras de temperatura. Seus contatos
são acionados quando o valor da temperatura atingir o valor ajustado e ele
permanece operando até que a temperatura retorne à posição inferior à de
operação máxima. Normalmente, a faixa de ajuste desse tipo de relé varia entre
80 °C e 180 °C. Não são compensados pela temperatura ambiente, isto é, são
relés não tropicalizados. A classe de isolamento determina o valor da
temperatura máxima das bobinas, ou seja: Classe A − limite: 105 °C: seda,
algodão, papel e similares impregnados em líquidos isolantes: por exemplo:
esmalte de fios. Classe E − limite: 120 °C: fibras orgânicas sintéticas. Classe B
− limite: 130 °C: asbesto, mica e materiais a base de poliéster. Classe F − limite
A proteção contra subtensões é essencial para prevenir danos aos
geradores em situações como a perda de uma unidade de geração, falhas
próximas ao ponto de conexão do gerador ou aumento repentino na demanda.
Nestas circunstâncias, a excitatriz fornece corrente contínua ao enrolamento de
campo, compensando a redução de tensão. No entanto, é importante monitorar
a elevação de temperatura no rotor e estator, evitando ultrapassar os limites de
temperatura seguros.
Os relés de tensão desempenham um papel crucial na proteção contra
subtensões, ajustando-se em uma faixa específica para atuar quando
necessário. Sua função principal é permitir que outras proteções mais
adequadas desliguem o gerador, caso seja necessário.
Já a proteção contra sobretensões é necessária para eventos como
operações incorretas, falhas no regulador de tensão, rejeição de carga e
descargas atmosféricas. A saída intempestiva de um grande bloco de carga pode
causar ilhamento, desconectando parte da rede elétrica e resultando em
sobretensão. Nesse cenário, relés de sobretensão são utilizados, ajustados com
faixas específicas para garantir uma resposta adequada.
Os relés de sobretensão podem ser alimentados por transformadores de
potencial exclusivos, e é fundamental garantir uma fonte diferente da utilizada
para alimentar o regulador de tensão. Esses relés possuem características de
funcionamento linear para evitar problemas durante variações de frequência no
gerador.

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