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Refração da Luz

e
Lentes Esféricas
Professor: Weslei Silva de Araújo
Refração da luz
Fenômeno em que a luz muda de velocidade ao
mudar de meio de propagação.
Índice de refração (n)
Relação entre a velocidade da luz no vácuo 𝑐
(𝑐=3,0.108m/s) e a velocidade de propagação da luz
no meio 𝑣 .
𝒄
𝒏=
𝒗
Leis da refração
 O raio incidente, a reta normal e o raio refratado
estão no mesmo plano.
 É constante do produto do índice de refração de
uma meio pelo seno do ângulo formado pelo raio e
a reta normal. (Lei de Snell-Descartes)
𝒏𝟏 𝒔𝒆𝒏(𝒊) = 𝒏𝟐 𝒔𝒆𝒏(𝒓)
Exercício 1) (PUCCamp-SP) Um feixe de luz monocromática, que se propaga no
meio 1 com velocidade de 3.108 m/s, incide na superfície S de separação com o
meio 2, formando com a superfície um ângulo de 30°.
A velocidade do feixe no meio 2 é 3.108 m/s. O ângulo que o feixe forma com a
superfície no meio 2 vale:
a) 60 ° b) 45° c) 30° d) 10° e) 0°
8
60°
v1 = 3.10 m/s
v2 = 3.108 m/s
c = 3.108 m/s
𝒄 𝟏
𝒏= 𝒏𝟏 𝒔𝒆𝒏 𝒊 = 𝒏𝟐 𝒔𝒆𝒏 𝒓
𝒗 𝒔𝒆𝒏 𝟑𝟎° =
𝒄 𝟑. 𝟏𝟎 𝟖 𝟐
𝒏𝟏 = = =𝟏 𝟏. 𝒔𝒆𝒏 𝟔𝟎° = 𝟑. 𝒔𝒆𝒏(𝒓) 𝒓 = 30°
𝒗𝟏 𝟑. 𝟏𝟎 𝟖
𝟑 𝜶 + 𝒓 = 𝟗𝟎°
𝟏. = 3. 𝒔𝒆𝒏(𝒓)
𝒄 𝟑. 𝟏𝟎𝟖 𝟐 𝜶 = 𝟗𝟎° − 𝒓
𝒏𝟐 = = = 𝟑 𝟏 𝜶 = 𝟗𝟎° − 𝟑𝟎°
𝒗𝟐 𝟑. 𝟏𝟎 𝟖 𝒔𝒆𝒏 𝒓 =
𝟐 𝜶 = 𝟔𝟎° Alt. a)
Fenômenos relacionados com a refração
Formação de imagem por refração
Imagem virtual – ponto de encontro dos
prolongamentos dos raios refratados

Cintilar das estrelas.

Duração prolongada do dia.


A Imagem se aproxima
da superfície.

Imagem acima
do objeto.
Reflexão total e ângulo limite (𝐿)
Quando um raio de luz passa de um Quando um raio de luz tenta passar de um
meio com maior índice de refração meio mais refringente para um meio menos
(menor velocidade) para um meio de refringente com um ângulo de incidência
menor de índice refração (maior superior ao ângulo limite, ele não muda de
velocidade, exemplo: da água para o meio, mas sofre reflexão interna total.
ar, o raio de luz refratado afasta-se
da reta normal. Aumentando-se o
ângulo de incidência até o limite
(ângulo limite 𝐿), em que o ângulo
de refração atinja 90° (maior ângulo
possível), pode-se calcular o ângulo
limite 𝐿 com:
𝑛1 𝑠𝑒𝑛 𝐿 = 𝑛2 𝑠𝑒𝑛90° ∴
𝒏𝟐
𝒔𝒆𝒏 𝑳 = 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 (𝒏𝟐 < 𝒏𝟏 )
𝒏𝟏
Exemplos: Fibra óptica e a formação de miragens
Exercício 02) (UNCISAL-AL/Modificado) Em dias ensolarados e secos, é comum a ocorrência do
chamado efeito miragem nas estradas, que consiste na percepção de aparentes poças d’água no
asfalto, conforme ilustrado na imagem acima. Esse efeito óptico é causado pela curvatura sofrida pela
luz ao atravessar camadas de ar de diferentes temperaturas. Quanto mais próximo do asfalto, mais
quente é o ar, e isso afeta o índice de refração de cada camada. Para explicar o efeito miragem, pode-
se considerar que o ar perto do asfalto é dividido em camadas, cada qual com um índice de refração
próprio, como apresenta a figura I abaixo, em que n1, n2 e n3 representam os índices de refração das
camadas 1, 2 e 3 mais próximas do asfalto. A figura II mostra, de forma ampliada, a interface entre a
camada 2 e a camada 1, onde o raio de luz sofre reflexão interna total, e os ângulos de incidência e de
reflexão do feixe de luz nessa interface.
Na situação representada pela figura I, quando a luz se aproxima do asfalto,
a)sua velocidade aumenta, sua frequência se mantém constante e seu comprimento de onda aumenta.
b)sua velocidade se mantém constante, sua frequência aumenta e seu comprimento de onda aumenta.
c)sua velocidade se mantém constante, sua frequência diminui e seu comprimento de onda aumenta.
d)sua velocidade aumenta, sua frequência diminui e seu comprimento de onda se mantém constante.
e)sua velocidade diminui, sua frequência aumenta e seu comprimento de onda se mantém constante.

Altern. A)
Exercício 03) (UFRR) As fibras ópticas são fios extremamente finos, flexíveis e
transparentes. São constituídos geralmente por náilon ou vidro. Quando um
sinal luminoso é lançado nesses fios, a luz percorrerá a estrutura com
velocidade próxima à que desenvolve no vácuo e, ao se chocar com a
superfície de separação vidro/ar, não sofrerá refração. Pois, o ângulo de
incidência do raio de luz será sempre superior ao do ângulo limite, devido a
espessura mínima do fio. Como consequência, haverá o fenômeno indicado
corretamente na alternativa:
a) difusão;
b) interferência;
c) dispersão;
d) refração;
e) reflexão total.
Alternativa E)
Dispersão da luz
(O índice de refração varia com a cor da luz)

Quando um feixe de luz branca penetra em um prisma


de vidro, ele refrata dando origem a um feixe colorido,
em que percebemos as cores: vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul, anil e violeta. A cor vermelha
sofre menor desvio (maior velocidade e menor índice
de refração) e a cor violeta sofre maior desvio (menor
velocidade e maior incide de refração).
O fenômeno acontece porque as luzes de diferentes
cores possuem velocidades, e portanto índices de
refração, diferentes nos meios materiais.
Exemplo: Dispersão da luz no arco-íris.
Exercício 04) (ENEM) A figura representa um prisma óptico, constituído de
um material transparente, cujo índice de refração é crescente com a
frequência da luz que sobre ele incide. Um feixe luminoso, composto por
luzes vermelha, azul e verde, incide na face A, emerge na face B e, após ser
refletido por um espelho, incide num filme para fotografia colorida,
revelando três pontos.
Observando os pontos luminosos revelados no filme, de baixo para cima,
constatam-se as seguintes cores:
a) Vermelha, verde, azul.
b) Verde, vermelha, azul.
c) Azul, verde, vermelha.
d) Verde, azul, vermelha.
e) Azul, vermelha, verde.
Alternativa: A
Exercício 05) (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública) A fibra óptica, muito utilizada na
medicina e nas telecomunicações, possibilita transporte da luz ou de outra radiação
eletromagnética por meio do seu confinamento, decorrente da reflexão total dessas radiações
entre o núcleo e a casca da fibra óptica.
Considerando-se a figura e sabendo-se que o índice de refração do ar é igual a 1,0, que o índice
de refração do núcleo da fibra óptica é igual a 1,50 , que o índice de refração da casca da fibra
óptica é igual a 1,30, e sendo sen 49º = 0,75 e sen 60º = 0,87, é correto afirmar, com base nos
conhecimentos de Física, que
a) o ângulo do cone de captação é igual a 30º.
b) os raios de luz se propagam no núcleo da fibra óptica com velocidade igual à da luz no ar.
c) os raios de luz que se refratam do núcleo da fibra óptica para o ar apresentam o ângulo
de refração na interface ar-núcleo menor que 30º.
d) os raios de luz que incidem na interface ar-núcleo da fibra óptica com ângulo 49º em
relação à normal serão confinados no núcleo dessa fibra óptica.
e) a luz injetada no núcleo da fibra óptica que segue seu caminho devido à reflexão interna
total depende, exclusivamente, da diferença entre o índice de refração do núcleo da fibra óptica e
o da casca da fibra óptica.

Alternativa D)
Lentes esféricas
Objetos de vidro ou acrílico, com pelo menos
uma das faces esféricas, capaz de refratar a luz
provocando desvios.
Tipos:
• Bordos finos: A nomenclatura termina com a
palavra convexa;
• Bordos grossos: A nomenclatura termina
com a palavra côncava;
Classificação:
• Convergente: Os raios que incidem
paralelamente ao eixo principal são
refratados convergindo na direção do foco
principal imagem;
• Divergente: Os raios que incidem
paralelamente ao eixo principal são
refratados divergindo na direção do foco
principal imagem.
No ar, as lentes de bordos finos são
convergentes e as lentes de bordos grossos
são divergentes.
Elementos das lentes esféricas
O – Centro óptico da lente;
F – foco principal objeto;
F´- foco principal imagem;
A – ponto antiprincipal objeto;
A’ – ponto antiprincipal imagem;
𝐴𝑂𝐴′ - Eixo principal;
f – distância focal (em metros).
𝑂𝐹 = 𝑂𝐹 ′ = 𝑓
𝐴𝑂 = 𝑂𝐴′ = 2𝑓
• Nas lentes convergentes os pontos são reais;
• Nas lentes divergentes os pontos são virtuais.
Raios notáveis
1) Todo raio de luz que incide
paralelamente a um eixo da lente é
refratado na direção do foco imagem;
2) Todo raio de luz que incide na direção
do foco objeto é refratado
paralelamente a um eixo da lente;
3) Todo raio de luz que atravessa o centro
óptico da lente não sofre desvio.
4) Todo raio de luz que incide na direção
do ponto antiprincipal objeto é
refratado na direção do ponto
antiprincipal imagem;
Imagem conjugada pela lente divergente
Como os pontos são virtuais, a lente divergente só conjuga 1 tipo de
imagem.
Imagem:
Virtual
Direita
Menor que o objeto
Imagens conjugadas por lentes convergentes
Objeto além do ponto antiprincipal objeto A

Imagem:
Real
Invertida
Menor que o objeto

https://www.geogebra.org/m/N9f2ExSA
Imagens conjugadas por lentes convergentes
Objeto no ponto antiprincipal objeto A

Imagem:
Real
Invertida
Igual à altura do objeto
(Conjugada no ponto A’,
ponto antiprincipal imagem)
Imagens conjugadas por lentes convergentes
Objeto entre o ponto antiprincipal objeto A e o foco principal objeto F

Imagem:
Real
Invertida
Maior que o objeto
Imagens conjugadas por lentes convergentes
Objeto no foco principal objeto F

Imagem:
Imprópria
(No infinito)
Imagens conjugadas por lentes convergentes
Objeto entre o foco principal objeto F e o centro óptico O

Imagem:
Virtual
Direita
Maior que o objeto
Referencial e equações para as Lentes esféricas
• Aumento linear:
𝒊 𝒅𝒊 𝒇
𝑨= =− =
𝒐 𝒅𝒐 𝒇 − 𝒑
• Equação de Gauss:
𝟏 𝟏 𝟏
= +
𝒇 𝒅𝒐 𝒅𝒊
• Vergência de uma lente:
𝟏
𝑽= Regras de sinais (Referencial de Gauss)
𝒇
Lente convergente: f positiva.
Com a distância focal f em metros, a Lente divergente: f negativa.
vergência de uma lente é medida em
1 Objeto Real: do e o positivas.
dioptrias (di) (1 𝑑𝑖 = 1𝑚 = 1 𝑚−1 ).
Imagem Real: di positiva, i e A negativas.
1 dioptria = 1 grau (popular) Imagem Virtual: di negativa, i e A positivas.
Exercício 06) (PUC-SP) Um objeto é colocado a uma distância de 12 cm de
uma lente esférica convergente, de 8 cm de distância focal. A distância,
em centímetros, da imagem conjugada em relação à lente é:
a) 24 b) 20 c) 12 d) 8 e) 4
do = 12 cm 𝟏 𝟏 𝟏 di = 24 cm
= +
f = +8 cm (convergente) 𝟖 𝟏𝟐 𝒅𝒊 Alternativa a)
di = ? 𝟏 𝟏 𝟏
𝟏 𝟏 𝟏 − =
𝟖 𝟏𝟐 𝒅𝒊
= + 𝟑−𝟐 𝟏
𝒇 𝒅𝒐 𝒅𝒊
=
𝟐𝟒 𝒅𝒊
𝟏 𝟏
=
𝟐𝟒 𝒅𝒊
Equação dos fabricantes (Equação de Halley)
𝟏 𝒏𝑳𝒆𝒏𝒕𝒆 𝟏 𝟏
= −𝟏 . +
𝒇 𝒏𝒎𝒆𝒊𝒐 𝑹𝟏 𝑹𝟐
• f – distância focal (m)
• 𝑛𝐿𝑒𝑛𝑡𝑒 - índice de refração do
material da lente
• 𝑛𝑚𝑒𝑖𝑜 - índice de refração do meio
• R1 e R2 – raios de curvatura das
faces da lente (m)

Face convexa – R é positivo


Face côncava – R é negativo
Bordos nLente > nmeio nLente < nmeio
Face plana - R tende p/ o infinito Finos Convergente Divergente
Grossos Divergente Convergente
Exercício 07) Uma lente esférica de vidro, delgada, convexo-côncava, imersa
no ar, tem raio da superfície côncava igual a 20 e o da superfície convexa
igual a 40 cm. Sendo o índice de refração do vidro, em relação ao ar, igual a
1,5, determine, em unidades SI:
a) A distância focal da lente; b) a vergência da lente.
R1 = - 20 cm = -0,20 m a)
b)
R2 = 40 cm = 0,40 m 𝟏 𝒏𝑳𝒆𝒏𝒕𝒆 𝟏 𝟏 𝟏
𝑛𝑣𝑖𝑑𝑟𝑜 = − 𝟏 . +
𝒇 𝒏𝒎𝒆𝒊𝒐 𝑹 𝟏 𝑹𝟐 𝑽=
= 1,5 𝒇
𝑛𝑎𝑟 𝟏 𝟏 𝟏
𝟏
= 𝟏, 𝟓 − 𝟏 . +
a) V = ? 𝒇 −𝟐𝟎 𝟒𝟎 𝑽=
𝟏 −𝟐 + 𝟏 −𝟎, 𝟖𝟎
b) f = ? = 𝟎, 𝟓 . 𝑽 = −𝟏, 𝟐𝟓 𝒅𝒊
𝒇 𝟒𝟎
𝟏 −𝟎, 𝟓
Lente divergente
=
𝒇 𝟒𝟎
𝑓 = −80 𝑐𝑚 = −0,80 𝑚
O olho humano

• Córnea
• Humor aquoso
• Pupila
• Íris
• Cristalino
• Músculos
• Ciliares
• Humor vítreo
• Retina PR (Ponto remoto) – máxima distância de
• Nervo óptico visão nítida: PR – no infinito (Normal)
• Esclerótica PP (Ponto próximo) – mínima distância de
visão nítida: Pp = 25 cm (Normal)
Anomalia da visão (Miopia)
• Dificuldade em enxergar de longe;
• Imagem formada antes da retina;
• Bulbo ocular alongado;
• Alongamento da córnea em formato
cônico (Ceratocone);
• Correção com lentes esféricas divergentes,
para diminuir a vergência do olho.
1 1
𝑉= =−
𝑓 𝑃𝑅
PR – Ponto remoto (em metros)
Exercício 08) Uma pessoa não consegue enxergar nitidamente objetos
situados a uma distância maior que 40 cm de seus olhos. O valor absoluto
da vergência de suas lentes corretoras, em dioptrias, é igual a:
a) 1,5 b) 2,5 c) 3,5 d) 4,5 e) 5,0
PR = 40 cm = 0,40 m
V=? 𝟏 𝟏
𝑽= =−
𝒇 𝑷𝑹
𝟏
𝑽=−
𝑷𝑹
𝟏
𝑽=−
𝟎, 𝟒𝟎
𝑽 = −𝟐, 𝟓 𝒅𝒊
Alternativa b)
Lente esférica divergente
Anomalia da visão (Hipermetropia)
• Dificuldade em enxergar de perto;
• Imagem formada depois da retina;
• Bulbo ocular curto;
• Correção com lentes esféricas convergentes,
para aumentar a vergência do olho.

1 1 1
𝑉= = −
𝑓 0,25 𝑃𝑃
PP – Ponto próximo (em metros)
Presbiopia – hipermetropia da idade. Astigmatismo – curvatura irregular da Daltonismo – falta de células cones.
Ocorre devido a perda de flexibilidade córnea. Estrabismo – desvio do eixo óptico do
das lentes dos olhos. Corrigida com lentes cilíndricas olho (Lentes prismáticas).
Exercício 09) Um hipermetrope não consegue ver com nitidez objetos
situados a uma distância menor que 1,0 m. Para que ele possa ver com
clareza a uma distância de 25 cm, seus óculos devem ter vergência, em
dioptrias, igual a:
a) 1,0 b) 2,0 c) 3,0 d) 4,0 e) 5,0
Pp = 1,0 m 𝟏 𝟏 𝟏
𝑽= = −
do = 25 cm = 0,25 m 𝒇 𝟎, 𝟐𝟓 𝑷𝑷
V=? 𝟏 𝟏
𝑽= −
𝟎, 𝟐𝟓 𝑷𝑷
𝟏 𝟏
𝑽= −
𝟎, 𝟐𝟓 𝟏
𝑽=𝟒−𝟏
𝑽 = 𝟑, 𝟎 𝒅𝒊
Alternativa c)
Lente esférica convergente

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