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Engenharia Mecânica

Engenharia e Gestão Industrial


Engenharia Biomédica

Textos de Apoio de
Cálculo I

Módulo 02

Cálculo Integral em R

Ano lectivo 2011/2012

Docentes da Unidade Curricular


Isabel Cristina Lopes
(cristinalopes@eu.ipp.pt)
Paula Nunes
(paulanunes@eu.ipp.pt)
Fernanda Ferreira
(fernandaamelia@eu.ipp.pt)

Textos elaborados por: Aldina Correia, Isabel Cristina Lopes, Maria Paula Nunes.
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Sumário

1. CÁLCULO INTEGRAL................................................................................................... 3

1.1. Noção de primitiva. O integral indefinido e suas propriedades. ........................................ 3


1.1.1. Primitivação ............................................................................................................................. 3
1.1.2. Integral indefinido................................................................................................................... 3
1.1.3. Propriedades dos integrais indefinidos............................................................................... 4
1.1.4. Interpretação geométrica e soluções particulares......................................................... 4

1.2. Integrais imediatos..................................................................................................................... 5

1.3. Métodos de integração por partes e por substituição ......................................................... 6


1.3.1. Integração por partes ........................................................................................................... 6
1.3.2. Integração por substituição ................................................................................................. 9

1.4. Integração de fracções racionais ......................................................................................... 10


1.4.1. Integração por decomposição.........................................................................................10

1.5. Integração de funções trigonométricas ............................................................................... 14

1.6. Integração de funções irracionais ........................................................................................ 17


1.6.1. Integração de quocientes que envolvem funções irracionais...................................17
1.6.2. Integração de raízes quadradas de somas ou diferenças de quadrados ..............19
1.6.3. Integração de funções irracionais usando substituições trigonométricas ...............21

1.7. Noção de integral definido e suas propriedades................................................................ 22

1.8. Teorema Fundamental do Cálculo; Teorema do valor médio para integrais ................. 23

1.9. Aplicações dos integrais......................................................................................................... 24


1.9.1. Cálculo de áreas ..................................................................................................................24
1.9.2. Cálculo de áreas em coordenadas polares ..................................................................25
1.9.3. Volumes de sólidos de revolução .....................................................................................26
1.9.4. Comprimento de arco ........................................................................................................28
1.9.5. Momentos e centro de massa ...........................................................................................28
1.9.6. Trabalho de uma força .......................................................................................................29
1.9.7. Trabalho associado à compressão ou expansão de um gás.....................................29

1.10. Integrais Impróprios ................................................................................................................. 31

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1. Cálculo Integral

1.1. Noção de primitiva. O integral indefinido e suas propriedades.


1.1.1. Primitivação

Definição 1
Diz-se que uma função F é uma primitiva da função real f , definida no intervalo
[ a, b] , se e só se, em todo o ponto do intervalo considerado se tiver:
F '( x) = f ( x) ⇔ P [ f ( x) ] = F ( x)

Exemplo 1:

Calcule P  4 x3  .
Resolução:

Calcular P  4 x3  é descobrir a função F tal que F '( x) = f ( x) , com f ( x) = 4 x 3 .

Então essa função pode ser x 4 , mas também pode ser x 4 + 1 ou x 4 − 3 , ou de uma
forma geral x 4 + C , C ∈ R .

Observação:
Se f admite, num dado intervalo [ a, b ] , uma primitiva F1, admite, nesse
intervalo, uma infinidade de primitivas F, tais que: F ( x) = F1 ( x) + C , C ∈ R

Teorema 2
Se F1 e F2 forem duas primitivas de f definida em [ a, b ] , então diferem de uma
constante.

1.1.2. Integral indefinido

Definição 3
Chama-se integral indefinido de uma função f ao conjunto de todas as suas

primitivas e representa-se por: f ( x) dx .

Deste modo, ∫ f ( x)dx = F ( x) + C , C ∈ R , onde o 2º membro não é uma função mas


uma família de funções e dx permite identificar a variável independente sobre a qual
se primitiva.

Proposição 4
A integração é a operação inversa da derivação, a menos de uma constante.

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1.1.3. Propriedades dos integrais indefinidos

Suponhamos que existem os integrais indefinidos

∫ f ( x)dx , ∫ f
1 2 ( x)dx, ∫ f 3 ( x)dx, … , ∫ f k ( x)dx .

Então são válidas as seguintes propriedades:

Propriedade 1:
∫ [ f ( x) + f
1 2 ( x) + ... + f k ( x)] dx = ∫ f1 ( x)dx + ∫ f 2 ( x)dx + ... + ∫ f k ( x)dx

Propriedade 2:
∫ k. f ( x)dx = k .∫ f ( x)dx, k ∈ R
1 1

Exemplo 2:

∫  4 x + 2 x dx .
3
Calcule
Resolução:

∫  4 x + 2 x dx = ∫ 4 x 3 dx + ∫ 2 xdx = x 4 + x 2 + C , C ∈ ℝ .
3

1.1.4. Interpretação geométrica e soluções particulares

Definição 5
Dada uma função definida num intervalo, os gráficos das suas primitivas, caso
existam, são curvas que são translações verticais umas das outras.
Estas curvas designam-se por curvas integrais da função.
Exemplo 3:
Seja f ( x) = 2 x , então P [ 2 x ] = x 2 + C , C ∈ R , cujas representações gráficas são o
gráfico da função F1 ( x) = x 2 e translações verticais desta função.

Figura 1

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Uma função pode ter infinitas primitivas, no entanto, na maioria das aplicações desta
noção, nomeadamente na área da Física, são conhecidas condições suficientes
para determinar a solução adequada ao problema.

Definição 6
Seja P [ f ( x)] = F ( x) e F ( x0 ) = k o valor de F num ponto xo, k real.

A F ( x0 ) = k chama-se condição inicial e à primitiva de f que se calcula usando esta


condição chama-se solução particular.

Exemplo 4:

Um objecto descreve um movimento, cuja velocidade é dada pela função definida


por v(t ) = 3t 2 − 2t[ m / s ] . Escreva a função que define o movimento da bola sabendo
que no instante t=1[s], a bola percorreu 2 metros.
Resolução:
Sabendo que a função velocidade é obtida da função deslocamento por
derivação, para calcular a função deslocamento basta integrar a função
velocidade.

∫ v(t )dt = ∫ 3t − 2t dt = t 3 − t 2 + C , C ∈ ℝ


2

Resta, então, calcular C.


Sabendo que no instante t=1[s], a bola percorreu 2 metros, temos que s(1)=2 e ainda

que s (t ) = v(t )dt = t 3 − t 2 + C , pelo que:

s (1) = 2 ⇔ 13 − 12 + C = 2 ⇔ 1 − 1 + C = 2 ⇔ C = 2 .

Então podemos dizer que s (t ) = t 3 − t 2 + 2 .

Assim, s(1)=2 é a condição inicial do problema e s (t ) = t 3 − t 2 + 2 a solução particular


do integral.

1.2. Integrais imediatos


Definição 7
Quando a integração de uma função resulta da inversão das várias regras de
derivação conhecidas, diz-se que esta função é de integração imediata ou directa.
Aos integrais correspondentes a esta integração dá-se o nome de integrais imediatos
ou directos.
Estes integrais imediatos são dados no formulário da disciplina disponível para
download na plataforma ELENG.

Exercício: Calcule os seguintes integrais imediatos:


1  x 1
∫  4 − 2 x ∫ cos(1 + 2 x)dx ∫ 1 + x2 dx ∫ x ln
5 2
a) + x  dx b) c) d) ( x) dx

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1.3. Métodos de integração por partes e por substituição


1.3.1. Integração por partes

Teorema 8
O integral do produto de duas funções é igual à diferença entre o produto da
primitiva de uma função pela outra função e o integral do produto dessa mesma
primitiva pela derivada da outra função, isto é:

∫ u.vdx = u.P(v) − ∫ u ' P(v)dx .


A dificuldade da integração por partes está na escolha da função a integrar. O
problema de se fazer ou não uma boa escolha e a forma de a fazer depende do
integral que se pretende calcular. Vejam-se diferentes situações que podem surgir:
♦ De entre as duas funções que constituem o produto que se
pretende integrar, só é conhecida a primitiva de uma delas. Aqui
não se põe sequer o problema da boa escolha, uma vez que esta
é, pura e simplesmente, imposta. Assim, primitiva-se a função com
primitiva conhecida e a outra função terá de se derivar.

Exemplo 5:

Calcule ∫ x.ln x dx .
Resolução:

P [ ln x ] = ? , pelo que é mais adequado escolher x para primitivar e ln x para derivar.


x2 1
Como P ( x) = ∧ [ ln x ] ' = , x ≠ 0 , aplicando a fórmula de integração por partes,
2 x
temos:
x2 x2 1 x2 1 x2 x2
∫ x.ln x dx = 2
ln x − ∫ . dx = ln x − ∫ x dx = ln x − + C , C ∈ R .
2 x 2 2 2 4
♦ No caso de serem conhecidas ambas as primitivas das duas
funções cujo produto pretendemos integrar, a escolha deve ser
feita não pela integração mas pela derivação, isto é, deve-se
escolher para derivar a função que mais se simplifique por
derivação.

Exemplo 6:

∫ x.e dx .
x
Calcule

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Resolução:
Temos:
x2
P ( x) = ∧ P (ex ) = ex
2
mas
(e ) = e
( x) ' = 1 ∧ x ' x

Assim, a opção correcta será P ( e ) = e x x


∧ ( x) ' = 1 e vem:

∫ x.e dx = x.e − ∫ 1.e dx = x.e − ex + C, C ∈ R


x x x x

♦ Pretende-se calcular o integral de uma só função mas cuja


primitiva não é conhecida. Nestes casos, embora, à partida, não
se trate de um integral de um produto de duas funções, pode
fazer-se com que este produto exista introduzindo o elemento
neutro da multiplicação, isto é, o factor 1. Passa-se assim a ter o
integral de um produto de duas funções, onde, mais uma vez, a
escolha está feita. Teremos que escolher para primitivar a função
constante unitária que introduzimos pois não conhecemos a
primitiva da função inicial.

Exemplo 7:

Calcule ∫ ln( x)dx .


Resolução:

∫ ln( x)dx = ∫ 1.ln( x)dx


1
Temos, então: P (1) = x ∧ (ln( x)) ' =
x
Aplicando a fórmula de integração por partes, vem:
1
∫ ln( x)dx = x.ln( x) − ∫ x. x dx = x.ln( x) − ∫ dx = x.ln( x) − x + C , C ∈ R
Exemplo 8:

Calcule ∫ arctg( x)dx .


Resolução:

∫ arctg ( x)dx = ∫ 1.arctg ( x)dx


1
Fazendo P (1) = x ∧ (arctg ( x)) ' =
x +12

Vem, através da fórmula de integração por partes:

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u'

1 1 2x
∫ arctg ( x)dx = x.arctg ( x) − ∫ x. x 2 + 1 dx = x.arctg ( x) − 2 ∫ 
x2 + 1
dx =
u

= x.arctg ( x) − ln( x + 1) + C , C ∈ R
1
2
2

♦ Se as duas funções cujo produto pretendemos integrar tiverem ambas


primitivas conhecidas, mas não se conseguindo distinguir qual das duas se
simplifica mais por derivação, a escolha é indiferente.

Exemplo 9:

Calcule ∫ sen( x) cos( x)dx .


Resolução:
Resolução 1: P ( cos ( x) ) = sen( x) ∧ ( sen( x)) ' = cos ( x)
Aplicando a fórmula de integração por partes, vem:

∫ sen( x)cos( x)dx = sen( x).sen( x) − ∫ sen( x)cos( x)dx


isto é
2 ∫ sen( x)cos ( x)dx = sen 2 ( x) ⇔
sen 2 ( x)
⇔ ∫ sen( x)cos( x)dx = 2
+C

Resolução 2: P ( sen( x) ) = −cos ( x) ∧ (cos ( x)) ' = − sen( x)


Aplicando a fórmula de integração por partes, vem:

∫ sen( x)cos( x)dx = −cos( x).cos( x) − ∫ ( −sen( x) )( −cos( x) ) dx


isto é
2 ∫ sen( x)cos ( x)dx = −cos 2 ( x) ⇔
cos 2 ( x)
⇔ ∫ sen( x)cos( x)dx = − 2
+ C, C ∈ R

Observação:
No cálculo de alguns integrais é necessário aplicar a integração por partes várias
vezes até se conseguir obter um integral imediato. Nestes casos, a escolha das
funções a primitivar e a derivar, que se efectuou na primeira integração por partes,
deve ser sempre mantida nas integrações subsequentes.

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1.3.2. Integração por substituição

Teorema 9
Seja f uma função real de variável real x, definida e contínua num dado intervalo
[a,b] e x = ϕ (t ) , onde ϕ é uma função real de variável real t, contínua, com derivada
contínua que admite função inversa. Então tem-se que:

∫ f ( x)dx = ∫ f [ϕ (t )].ϕ '(t )dt .

Passos a dar para integrar por substituição:


1. Escolher t, isto é, definir t = g ( x) ou x = ϕ (t ) .
dt dx
2. Calcular = g '( x) ou = ϕ '(t ) .
dx dt
3. Efectuar a substituição t = g ( x) ou x = ϕ (t ) e dt = g '( x)dx ou dx = ϕ '(t ) dt .

Com isto, o integral fica escrito, apenas, em função de t; se tal não
acontecer então é porque a escolha de t não foi adequada.
4. Calcular, se possível, o integral resultante.
5. Substituir t por g(x) ⇒ o resultado final deve estar descrito em função de x, a
variável inicial.

Exemplo 10:

ex
Calcule ∫ 2 x dx .
e + 4e x + 5
Resolução:

Efectuando a mudança de variável e x = t , fica mais “fácil” resolver o integral.


No entanto, é necessário ter em atenção que foi feita essa mudança de variável e,
portanto, substituir no integral tudo o que estiver escrito em ordem a x.
Assim, é necessário, não só substituir e x = t , mas também dx.
1
e x = t ⇒ x = ln t ⇒ dx = dt
Diferenciando t
Substituindo, no integral dado, temos:
ex t 1
∫ e2 x + 4e x + 5 dx = ∫ t 2 + 4t + 5 t dt
Agora, o integral, está escrito em ordem a t, e resolve-se “normalmente”:
t 1 1
∫t 2
+ 4t + 5 t
dt = ∫
(t + 2) 2 + 1
dt = arctan(t + 2) + C

Voltando a substituir t = e x :

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1
∫ (t + 2) 2
+1
dt = arctan(t + 2) + C = arctan(e x + 2) + C

O método de substituição pode facilitar muito o cálculo de um integral, se for


efectuada a escolha de substituição adequada. Para fazer esta escolha existem
algumas técnicas, dependendo da função integranda. Essas técnicas são
apresentadas nos subcapítulos 1.5. e 1.6.

1.4. Integração de fracções racionais


Definição 10
P ( x)
Considere-se a função racional . Se grau ( P ( x)) < grau (Q ( x)) então a fracção
Q( x)
diz-se regular ou própria, caso contrário diz-se irregular ou imprópria.

P ( x)
Para calcular um integral do tipo ∫ Q( x) dx , onde P ( x) e Q( x) são polinómios, em x,

de coeficientes reais, procede-se da seguinte forma:

1. Se grau ( P ( x)) ≥ grau (Q ( x)) – fracção irregular ou imprópria – efectua-se a


divisão dos polinómios obtendo-se um integral do tipo:
P( x) R( x)
∫ Q( x) dx = ∫ q( x)dx + ∫ Q( x) dx , onde q ( x) é um polinómio, logo de integração

R ( x)
imediata, e grau ( R ( x)) < grau (Q ( x)) , isto é, a fracção já é uma fracção
Q( x)
regular.

2. Factoriza-se o denominador, isto é, o polinómio Q ( x) .

R ( x)
3. Decompõe-se em fracções simples (pelo método dos coeficientes
Q( x)
indeterminados, que veremos a seguir).

4. Obtém-se um integral que se pode escrever como a soma de vários integrais


α u' u'
do tipo: ∫ u 'u dx; ∫
u
dx; ∫ 2
u +1
dx , ou seja, integrais aos quais correspondem
funções de potência, logarítmicas ou arcos tangente.

1.4.1. Integração por decomposição

Na decomposição do polinómio em denominador, Q ( x) , em factores, podem


ocorrer situações distintas:

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Caso 1: O denominador assume zeros reais distintos.


(Factores lineares distintos)
A cada factor linear ax + b que exista no denominador da fracção racional própria,
A
corresponde uma única fracção parcial da forma: , onde A é uma constante
ax + b
determinada posteriormente através do método dos coeficientes indeterminados.

Exemplo 11:

dx
Calcule ∫x 2
−4
.

Resolução:
O denominador pode ser factorizado em dois factores lineares:
x 2 − 4 = ( x − 2)( x + 2)
1 A B
pelo que se escreve = +
x −4 x−2 x+2
2

O método dos coeficientes indeterminados permite calcular as constantes reais A e


B.
Reduzindo ao mesmo denominador, vem

1 A B 1 A ( x + 2) B ( x − 2)
= + ⇔ 2 = +
x −4 x−2 x+2
2
x −4 ( x − 2) ( x + 2)
⇔ 1 = A ( x + 2 ) + B ( x − 2 ) ⇔ 1 = Ax + 2 A + Bx − 2 B
1 = 2 A − 2 B
⇔ 1 = x ( A + B ) + ( 2 A − 2B ) ⇔ 
0 = A + B
1
 =A
1 + 2 B = 2 A 1 − 2 A = 2 A 4
⇔ ⇔ ⇔
− A = B  ……… − 1 = B
 4
1 1

1
Assim, se conclui que 2 = 4 + 4 , pelo que:
x −4 x−2 x+2
dx 1 1 1 1
∫x 2
= ∫
−4 4 x−2
dx − ∫
4 x+2
dx

1 1
= ln x − 2 − ln x + 2 + C
4 4
1 x−2
= ln + C, C ∈ R
4 x+2

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Caso 2: O denominador assume apenas um zero real com multiplicidade n , sendo n


o grau de Q ( x )

(Factores lineares repetidos)


A cada factor linear ax + b que ocorre n vezes na factorização do denominador da
fracção racional própria, corresponde uma soma de n fracções racionais da forma:
A1 A2 An
, ,⋯ , , onde A1 , A2 ,⋯ , An são constantes reais a determinar
ax + b ( ax + b ) 2
( ax + b )
n

através do método dos coeficientes indeterminados.

Exemplo 12:
3x + 5
Calcule ∫x 3
− x2 − x + 1
dx .
Resolução:
O denominador pode ser factorizado da seguinte forma:
x3 − x 2 − x + 1 = ( x + 1)( x − 1)2
pelo que se escreve
3x + 5 A B C
= + + .
x − x − x + 1 x + 1 x − 1 ( x − 1) 2
3 2

O método dos coeficientes indeterminados permite calcular as constantes reais A, B


e C:
3x + 5 A( x − 1) 2 B ( x − 1) ( x + 1) C ( x + 1)
= + +
x3 − x 2 − x + 1 ( x + 1) ( x − 1) ( x − 1) 2

3x + 5 = A( x − 1) 2 + B( x − 1) ( x + 1) + C ( x + 1)
⇔ 3 x + 5 = A( x 2 − 2 x + 1) + ( Bx − B) ( x + 1) + ( Cx + C )
⇔ 3 x + 5 = ( Ax 2 − 2 Ax + A) + ( Bx 2 + Bx − Bx − B) + ( Cx + C )
⇔ 3 x + 5 = ( Ax 2 + Bx 2 ) + ( −2 Ax + Cx ) + ( A − B + C )
⇔ 3 x + 5 = x 2 ( A + B ) + x ( −2 A + C ) + ( A − B + C )
 1
A = 2
A + B = 0 
  1
⇔ −2 A + C = 3 ⇔ ⋯ ⇔  B = −
A − B + C = 5  2
 C = 4


3x + 5 1
− 12 4
Assim, se conclui que, = 2
+ + pelo que
x − x − x + 1 x + 1 x − 1 ( x − 1) 2
3 2

3x + 5 1 1 1 1 1
∫x 3
− x − x +1
2
dx = ∫
2 x +1
dx − ∫
2 x −1
dx + 4∫
( x − 1) 2
dx =

1 1 4 1 x +1 4
= ln | x + 1| − ln | x − 1| − + C = ln − + C, C ∈ R
2 2 ( x − 1) 2 x − 1 ( x − 1)

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Caso 3: O denominador tem apenas raízes imaginárias


(1. Factores quadráticos distintos)
A cada factor quadrático irredutível em R , ax 2 + bx + c , que ocorre uma vez na
factorização do denominador da fracção racional própria, corresponde uma
Ax + B
fracção racional da forma: , onde A e B são constantes a determinar
ax + bx + c
2

através do método dos coeficientes indeterminados.

Exemplo 13:

x3 + x2 + x + 2
Calcule ∫ x 4 + 3x 2 + 2 dx .
Resolução:
O denominador pode ser factorizado da seguinte forma:
x 4 + 3 x 2 + 2 = ( x 2 + 1)( x 2 + 2)
pelo que se escreve
x3 + x 2 + x + 2 Ax + B Cx + D
= 2 + 2 .
x 4 + 3x 2 + 2 x +1 x +2
O método dos coeficientes indeterminados permite calcular as constantes reais A, B,
C e D:
x3 + x 2 + x + 2 = ( Ax + B ) ( x 2 + 2 ) + ( Cx + D ) ( x 2 + 1)
⇔ x 3 + x 2 + x + 2 = Ax3 + 2 Ax + Bx 2 + 2 B + Cx3 + Cx + Dx 2 + D
1 = A + C A = 0
1 = B + D B = 1
 
⇔ ⇔⋯ ⇔ 
1 = 2 A + C C = 1
2 = 2 B + D  D = 0

x3 + x 2 + x + 2 1 x
Assim, se conclui que, = 2 + 2 pelo que
x + 3x + 2
4 2
x +1 x + 2
x3 + x2 + x + 2 1 x 1
∫ x 4 + 3x 2 + 2 dx = ∫ x 2 + 1 dx + ∫ x 2 + 2 dx = arctan x + 2 ln( x + 2) + C , C ∈ R
2

(2. Factores quadráticos repetidos)


A cada factor quadrático irredutível em R , ax 2 + bx + c , que ocorre n vezes na
factorização do denominador da fracção racional própria, corresponde a soma de
A1 x + B1 A2 x + B2 An x + Bn
n fracções racionais próprias da forma: + +⋯ + ,
ax + bx + c ( ax 2 + bx + c )
2 2
( ax 2
+ bx + c )
n

Ai e Bi (i = 1,..., n) são constantes reais a determinar através do método dos


coeficientes indeterminados.

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Exemplo 14:

x 5 − x 4 + 4 x3 − 4 x 2 + 8 x − 4
Calcule ∫ dx .
( x2 + 2)
3

Resolução:

Escrevemos
x5 − x 4 + 4 x 3 − 4 x 2 + 8 x − 4 Ax + B Cx + D Ex + F
= + + .
(x 2
+ 2)
3
( x + 2 ) ( x + 2 ) ( x 2 + 2 )3
2 2 2

O método dos coeficientes indeterminados permite calcular as constantes reais A, B,


C, D, E e F:

x5 − x 4 + 4 x 3 − 4 x 2 + 8 x − 4 = ( Ax + B ) ( x 2 + 2 ) + ( Cx + D ) ( x 2 + 2 ) + Ex + F
2

⇔ ⋯ ⇔ A = 1; B = −1; C = 0; D = 0; E = 4; F = 0.
Assim, se conclui que,
x5 − x 4 + 4 x 3 − 4 x 2 + 8 x − 4 x −1 4x
= +
(x + 2) x + 2 ( x + 2 )3
2 3 2 2

pelo que
x 5 − x 4 + 4 x3 − 4 x 2 + 8 x − 4 x −1 x
∫ dx = ∫ dx + 4 ∫ dx =
(x + 2) x +2 ( )
3 2 3
2
x 2
+ 2
1 2  x  1
= ln( x 2 + 2) − arctan   − + C, C ∈ R
 2  ( x2 + 2)
2
2 2

1.5. Integração de funções trigonométricas

Considere-se o integral do tipo: ∫ f  sen ( x )  .cos ( x ) dx , onde f é uma função dos


argumentos em causa. A substituição indicada para a resolução deste tipo de
integrais é:
M.V.: sen ( x ) = t

Exemplo 15:

cos3 x
Calcule ∫ dx .
sin 2 x
Resolução:
Seja sen x = t a mudança de variável escolhida.

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1
sen x = t ⇔ x = arcsen t ⇒ dx = dt
1− t2
Como sen 2 x + cos 2 x = 1 ⇔ cos 2 x = 1 − t 2 ⇔ cos x = 1 − t 2 , substituindo no integral vem:

( ) ( )
3 2

cos x3 1− t 2 1 1− t2 1− t 2 1
∫ sin 2 x dx = ∫ t2 1− t 2
dt = ∫
t2
dt = ∫ 2 dt = − − t + C , C ∈ R
t t
1
= − − sen x + C , C ∈ R = − cosec x − sen x + C , C ∈ R
t =sen t sen x

Ou

cos 3 x cos 2 x 1 − sen 2 x


∫ sen 2 x ∫ sen 2 x
dx = .cos x dx = ∫ sen

2
x

.cos x dx
f [sen x ]

Efectua-se então a mudança de variável:


sen x = t ⇒ cos x dx = dt
diferenciando

Assim, substituindo vem:


1 − sen 2 x 1− t2 1  1
∫ sen 2 x 
cos x
∫ t2
dx = dt = ∫  2 − 1 dt = − − t + C , C ∈ R
t  t
dt

1
= − − sen x + C , C ∈ R
t =sen t sen x

= − cosec x − sen x + C , C ∈ R

Considere-se o integral do tipo: ∫ f cos ( x )  .sen ( x ) dx , onde f é uma função dos


argumentos em causa. A substituição indicada para a resolução deste tipo de
integrais é:
M.V.: cos ( x ) = t

Exemplo 16:

sin(2 x)
Calcule ∫ 1 + cos
2
x
dx .

Resolução:

sin(2 x) 2sin( x) cos( x) 2 cos( x)


∫ 1 + cos2
x
dx = ∫
1 + cos x
2
dx = ∫
+ cos
1 2
x
sin( x)dx =

M.V.: cos ( x ) = t
f [cos( x )] ⋅ sen( x ) dx
Diferenciando, vem:
Efectuando a mudança de variável, vem:
⇒ − sen( x)dx = dt
2t 2t ⇔ sen( x)dx = − dt
=∫ (− dt ) = − ∫ dt = − ln |1 + t 2 | +C =
1+ t 2
1+ t2
= − ln |1 + cos 2 x | +C , C ∈ R

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Considere-se o integral do tipo: ∫ f tg ( x )  dx , onde f é uma função dos argumentos


em causa. A substituição indicada para a resolução deste tipo de integrais é:
M.V.: tg ( x ) = t

Exemplo 17:

∫ [ tg x + cotg x ]
2
Calcule .xdx .

Resolução:

2
 1 
∫ [ tg x + cotg x ] .xdx = ∫  tg x + tg x  .xdx .
2

Considere-se a mudança de variável tg ( x ) = t .

1
tg x = t ⇔ x = arctg t ⇒ dx = dt
diferenciando 1+ t2
Substituindo no integral, temos:
2 2
 1   1 1
∫ [ + ] = ∫ + .xdx = ∫ t +  arctg ( t ) ⋅
2
tg x cotg x . xdx  tg x  dt =
tg x   t 1+ t2

2 1 1 
2
1
= ∫ t + 2 t +    arctg ( t ) ⋅ dt
 t  t   1+ t2
 1 1
= ∫ t 2 + 2 + 2  arctg ( t ) ⋅ dt
 t  1+ t2
t2 + 2 1 
= ∫ +  arctg ( t ) dt
 1 + t t 2 (1 + t 2 ) 
2

 1
= ∫ 1 + 2  arctg ( t ) dt
 t 
1
= ∫ arctg ( t ) dt + ∫ 2 arctg ( t ) dt
t
 t −1 
2
t
= arctg t   + ln +C
Integração
por partes  t  1+ t2

Repondo a variável original obtemos a solução


 tg 2 x − 1  tg x
= arctg ( tg x )   + ln +C
 tg x  1 + tg 2 x
= x ( tg x − cotg x ) + ln sen x cos x + C , C ∈ R

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Considere-se o integral do tipo: ∫ f  sen ( x ) ,cos ( x )  dx , onde f é uma função dos


argumentos em causa. A substituição indicada para a resolução deste tipo de
integrais é:
 x
M.V.: tg  =t
2
Esta mudança de variável é conhecida por mudança de variável universal ou geral.

Nota:
Para usar esta mudança de variável é necessário saber que, neste caso,
2t 1− t2
sin x = ; cos x = .
t2 +1 t2 +1
 x x 2
Além disso, tg   = t ⇔ = arctan t ⇔ x = 2arctan t ⇔ dx = 2 dt .
2 2 t +1

Exemplo 18:

dx
Calcule ∫ sin x − cos x − 1 .
Resolução:

 x x 2
Consideremos a M.V.: tg   = t ⇔ = arctan t ⇔ x = 2arctan t ⇔ dx = 2 dt .
2 2 t +1

2t 1− t2
Além disso, sin x = ; cos x = .
t2 +1 t2 +1
Substituindo no integral obtemos:
dx 1 2 2dt
∫ sin x − cos x − 1 = ∫ 2t 1− t 2
. 2
t +1
dt = ∫
2t − 2
= ln | 2t − 2 | +C , C ∈ R
− −1
t2 +1 t2 +1
Repondo a variável original:
x
= ln 2 tan   − 2 + C , C ∈ ℝ
2

1.6. Integração de funções irracionais


1.6.1. Integração de quocientes que envolvem funções irracionais

p1 pn
q1 qn
Considere-se o integral do tipo: ∫ f( x ,x ,⋯ , x ) dx , onde f é uma função
racional. A substituição indicada para a resolução deste tipo de integrais é:
x = tk , onde k = m.m.c.( q1 ,..., qn )

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Exemplo 19:

x3 − 3 x
Calcule ∫ 64 x
dx .

Resolução:

x3 − 3 x x2 − x3
3 1

∫ 64 x = ∫ 6 x 14 dx = ∫ f ( x 2 , x 3 , x 4 ) dx .
3 1 1
dx

A substituição indicada para a resolução deste integral é:


x = t k , onde k = m.m.c.(2,3,4)=12
ou seja, x = t 12.

Diferenciando x = t 12
⇒ dx = 12t11dt
Substituindo no integral obtemos

( t12 ) − (t12 ) 12t11dt = t18 − t 4 2t 11 dt = 2 t18 − t 4 t 8dt


3 1
2 3
x3 − 3 x
∫ dx = ∫ 6 t12 14 ∫ t3 ∫( )
64 x ( )
=2 (
∫ t 26
dt − ∫ t 12
dt = 2 )
 t 27 t13 
 − +C
 27 13 


= 2
( ) ( )
 x 121 27

x 12 
1 13

+ C = 2
 x 2 4 x x12 x 
 −  + C, C ∈ ℝ
 27 13   27 13 
 

 p1 pn

∫ f  x ,  c.x + d  , ⋯ ,  c.x + d  n  dx , a,b,c,d ∈ R onde f é uma
 a.x + b  q  a.x + b  q
Considere-se o integral do tipo: 1
 
função racional. A substituição indicada para a resolução deste tipo de integrais é:
a.x + b
= t k onde k = m.m.c.( q1 ,..., qn )
c.x + d

Exemplo 20:

dx
Calcule. ∫ 2x −1 − 4 2x −1
dx

Resolução:
dx dx  1 1

∫ dx = ∫ = ∫ f  ( 2 x − 1) 2 , ( 2 x − 1) 4 dx .

2x −1 − 2x −1
1 1
4
( 2 x − 1) 2 − ( 2 x − 1) 4  
A substituição indicada para a resolução deste integral é:
2x − 1 = t k onde k = m.m.c.(2,4)=4
t4 +1
ou seja, 2x – 1 = t 4. ⇔ x = ⇒ dx = 2t 3 dt
2 Diferenciando

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Substituindo no integral obtemos


dx 1 2t 3 t2
∫ ( 2 x − 1) − ( 2 x − 1) =∫ 2t dt = ∫ 2 dt = 2 ∫ dt =
3

(t ) − (t ) t −t t −1
1 1 1 1
2 4 4 2 4 4

 1 
= 2∫  t + 1 +  dt = t + 2t + 2 ln | t − 1| +C
2
Divisão de
polinómios  t −1 

Resta, então, substituir t = 4 2 x − 1 :


dx
( ) ( ) ( )
2

∫ dx = 2x −1 + 2 2 x − 1 + 2 ln | 2 x − 1 − 1| +C
4 4 4

2x −1 − 4 2x −1
= 2 x − 1 + 2 4 2 x − 1 + 2 ln | 4 2 x − 1 − 1| +C , C ∈ ℝ

1.6.2. Integração de raízes quadradas de somas ou diferenças de quadrados

Considere-se o integral do tipo: ∫f (x, a.x 2 + b.x + c )dx , a,b,c ∈ R onde f é uma
função racional.
Existem 3 substituições distintas indicadas para a resolução deste tipo de integrais.
Estas substituições são usualmente designadas por Substituições de Euler:

 Se a>0, a M.V. adequada é: a.x 2 + b.x + c = ± a. x + t

 Se c>0, a M.V. adequada é: a.x 2 + b.x + c = x . t ± c


 Se o polinómio do radicando admite duas raízes reais distintas α e β , isto é, se

a.x 2 + b.x + c = a(x-α )(x-β ) , então a M.V. adequada é:


( x - α ). t
2 
a.x + b.x + c =  ou
 ( x - β ). t

Exemplo 21:
dx
Calcule ∫x x − x −1
2
.

Resolução:

Temos x 2 − x − 1 pelo que a>0 e, portanto, a M.V. adequada é:

a.x 2 + b.x + c = ± a . x + t ⇔ x2 − x − 1 = x + t
Resolvendo em ordem a x temos:

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( )
2
x2 − x − 1 = ( x + t ) ⇔ x 2 − x − 1 = x 2 + 2tx + t 2 ⇔
2

⇔ x 2 − x − 1 − x 2 − 2tx = t 2 ⇔ − x − 2tx = t 2 + 1 ⇔ − x ( 1 + 2t ) = t 2 + 1

t2 + 1 −t 2 − 1
⇔ x= ⇔x=
− ( 1 + 2t ) 1 + 2t
Diferenciando, vem:

⇒ dx =
( −t 2
− 1)' ( 1 + 2t ) − ( 1 + 2t )' ( −t 2 − 1)
dt =
−2t ( 1 + 2t ) − 2 ( −t 2 − 1)
dt
( 1 + 2t ) (1 + 2t )
2 2

−2t − 4t 2 + 2t 2 + 2 −2t 2 − 2t + 2 2 ( − t 2 − t + 1)
= dt = dt = dt
(1 + 2t ) ( 1 + 2t ) (1 + 2t )
2 2 2

2 ( −t 2 − t + 1)
∴ dx = dt
( 1 + 2t )
2

−1 − t 2 t2 + t − 1
Além disso x − x −1 = x +t =
2
+t = , pelo que, substituindo no integral,
2t + 1 2t + 1
se obtém:

dx 1 2 ( −t 2 − t + 1)
∫x x2 − x − 1
=∫
−t 2 − 1 t 2 + t − 1

(1 + 2t )
2
dt =

1 + 2t 2t + 1

1 −2 ( t 2 + t − 1)
=∫ ⋅ dt =
( −t 2
− 1) ( t 2 + t − 1) (1 + 2t )
2

(1 + 2t )
2

1
= 2∫ dt = 2 arctan(t ) + C , C ∈ R
t +1
2

Como x 2 − x − 1 − x = t , vem
dx
∫x x − x −1
2
= 2 arctan( x 2 − x − 1 − x) + C , C ∈ R .

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1.6.3. Integração de funções irracionais usando substituições trigonométricas

Considere-se o integral do tipo: ∫f (x, a.x 2 + b.x + c )dx , a,b,c,d ∈ R, a≠0, onde f é
uma função racional dos argumentos em causa.
A substituição indicada para a resolução deste tipo de integrais é:

a.x 2 + b.x + c = a ( u( x )) + k 2  , então a mudança de


2
 Se podemos escrever
 
variável adequada é u(x) = k.tg(t)

a.x 2 + b.x + c = a ( u( x )) − k 2  , então a M.V. adequada é: u(x) = k.sec(t)


2
 Se
 

a.x 2 + b.x + c = a  k 2 − ( u( x ))  , então a M.V. adequada é: u(x) = k.sen(t)


2
 Se
 

dx
Exemplo 22: Calcule ∫x 4 x2 + 9
.

Resolução:

Como 4 x 2 + 9 = (2 x) 2 + 32 a mudança de variável indicada é 2 x = 3 tg t .

3 3
2 x = 3tg t ⇔ x = tg t ⇒ dx = sec2t.dt
2 2
Substituindo no integral obtemos:
3 2
sec t
dx 2 sec2t
∫x 4 x2 + 9
=∫
3
dt = ∫
2
+
dt =
tg t. 9 tg t + 9
2 tg t . 9(tg t 1)
2
sec 2t sec2t sect 1
=∫ dt = ∫ dt = ∫ dt = ∫ cosec tdt =
tg t. 9(sec2 t ) tg t.3.sec t 3 tg t 3
1
= − ln cosec t + cotg t + C , C ∈ R
3
Como 2 x = 3 tg t

2 3
⇔ x = tg t ⇔ cotg t =
3 2x

9 9 + 4 x2
Além disso, cosec t = cotg 2 t + 1 = + 1 = , pelo que:
4 x2 2x

dx 1 9 + 4 x2 + 3
∫ x 4 x 2 + 9 = − 3 ln 2x
+ C, C ∈ R

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1.7. Noção de integral definido e suas propriedades


Definição 11
Seja f uma função real de variável real, definida num intervalo [ a, b ] . Chama-se
partição P desse intervalo a qualquer decomposição de [ a, b ] em n subintervalos
com amplitude ∆xi tais que a = x0 < x1 < x2 < ... < xn = b .

Definição 12
Seja f uma função real de variável real, definida num intervalo [ a, b ] e P uma
partição desse intervalo. Chama-se Soma de Riemann de f em relação à partição P,
n
a toda a expressão da forma ∑ f ( w )∆x , onde
i =1
i i wi é um valor qualquer no intervalo

∆xi .

Definição 13
Seja f uma função real de variável real, definida num intervalo [ a, b ] e P uma
partição desse intervalo. Chama-se integral definido de f desde a até b e escreve-se
b b
 n 
∫ f ( x)dx ao limite: ∫ f ( x)dx = lim  ∑ f ( wi )∆xi  .
∆xi → 0
a a  i =1 
Nota: Se este limite existe dizemos que f é integrável no intervalo [ a, b ] .

Propriedades do integral definido


1. Toda a função contínua em [ a, b] é integrável em [ a, b] .

2. Se f é integrável em [ a, b] e k é um número real a função k . f é integrável no


b b


mesmo intervalo e tem-se que: kf ( x)dx = k f ( x)dx .
a

a

3. Se f e g são duas funções integráveis em [ a, b ] então a função f + g é


b b b
integrável no mesmo intervalo e tem-se que: ∫ [ f ( x) + g ( x)] dx = ∫ f ( x)dx + ∫ g ( x)dx .
a a a

4. Se a < c < b e f é integrável nos intervalos [ a, c ] e [ c, b ] então a função f é


b c b
integrável em [ a, b ] e tem-se ∫ f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx ;
a a c

b
5. Se f é integrável em [ a, b] e f ( x) ≥ 0, ∀x ∈ [ a, b] , então ∫ f ( x)dx ≥ 0 .
a

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6. Se f e g são duas funções integráveis em [ a, b] e f ( x) ≥ g ( x), ∀x ∈ [ a, b ] , então


b b


a
f ( x)dx ≥ ∫ g ( x)dx .
a
b a
7. Se a > b então ∫ f ( x)dx = − ∫ f ( x)dx .
a b
a
8. ∫ f ( x)dx = 0 .
a

1.8. Teorema Fundamental do Cálculo; Teorema do valor médio


para integrais
Teorema Fundamental do Cálculo (Fórmula de Barrow)
Seja f uma função real de variável real, contínua e definida num intervalo [ a, b ] . Se F
b

∫ f ( x)dx = F (b) − F (a) = [ F ( x)]


b
é a sua primitiva então a
.
a

Exemplo:
1
( )
3 3 3 3
1 1 1 3 3 3 
∫ dx = ∫ dx = ∫ dx = arctan x =
x2 + 3
( ) +1 ( ) +1 3  3  −1
3 2 3 2
−1 −1 x −1 x
3 3

 arctan ( ) − arctan ( )  =
3 3  3  π  π   5π 3
−1
=  −  −   = 36
3  3  3  4  6  3

Teorema do Valor Médio para Integrais:


Seja f uma função real de variável real, contínua e definida num intervalo [ a, b ] ,
b
então existe um x0 entre a e b , tal que: f ( x)dx = ( b − a ) f ( x0 ) .

a

Teoremas:
1. Toda a função contínua num intervalo fechado [ a, b ] é integrável nesse
intervalo.
2. Se f é uma função limitada em [ a, b ] e é descontínua apenas num número
finito de pontos, então é integrável nesse intervalo.
3. Se f é monótona em [ a, b ] então é integrável nesse intervalo.

4. Se f é integrável em [ a, b ] e g apenas difere de f num número finito de pontos


b b
de [ a, b ] , então g é integrável em [ a, b ] e tem-se: ∫ g ( x)dx = ∫ f ( x)dx .
a a

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Métodos de cálculo
As regras de integração por partes e por substituição aprendidas para integrais
indefinidos mantêm-se válidas para integrais definidos mas com uma pequena
adaptação.

Método de substituição:
Seja f : [ a, b ] → R uma função contínua e x = ϕ (t ) , tal que ϕ e ϕ ' são contínuas no
intervalo [α , β ] com a = ϕ (α ) e b = ϕ ( β ) . Se f (ϕ (t ) ) está definida e é contínua no
b β
intervalo [α , β ] então: f ( x)dx =
∫ ∫ f [ϕ (t )]ϕ '(t )dt .
a α

Método de integração por partes:


b b b b

∫ uvdx = [ Fv]a − ∫ Fv ' dx , onde F é a primitiva de u, ou ∫ u ' vdx = [uv ]a − ∫ uv ' dx


b b

a a a a

Exercícios:
Calcule os seguintes integrais definidos:
x −1
10 ln 3 5
1
∫ ∫ 5e dx ; ∫
x
a) dx ; b) c) dx .
2 5x − 1 0 1
x

1.9. Aplicações dos integrais


1.9.1. Cálculo de áreas

Definição 14
Se f e g forem funções contínuas no intervalo [ a, b ] e se f ( x) ≥ g ( x), ∀x ∈ [ a, b ] ,
então a área da região plana fechada, limitada pelas curvas y = f ( x) , y = g ( x) e
b
pelas rectas verticais x = a e x = b , é dada por: A = ∫ [ f ( x ) − g ( x) ] dx .
a

Figura 2

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Definição 15
Se f e g forem funções contínuas no intervalo [ c, d ] e se f ( y ) ≥ g ( y ), ∀y ∈ [ c, d ] ,
então a área da região plana fechada, limitada pelas curvas x = f ( y ) , x = g ( y ) e
d
pelas rectas horizontais y = c e y = d , é dada por: A = ∫ [ f ( y ) − g ( y )] dy .
c

Figura 3

Exercícios:
a) Calcule a área da região fechada limitada pelas funções
y = − x + 1, y = 0, x = 0 .

Figura 4
b) Calcule a área da região fechada limitada pela função y = sen x e pelo eixo
das abcissas quando x ∈ [ 0, 2π ] .

c) Calcule a área da região fechada compreendida entre os gráficos das


funções y = x3 e x = y 2 .

Figura 5

1.9.2. Cálculo de áreas em coordenadas polares

Definição 16
Para definir um sistema de coordenadas polares define-se cada ponto P ∈ R 2 por
dois valores ρ distância à origem do ponto e θ o ângulo formado pelas semi-rectas
OX, OP. Assim, P fica definido pelo par ( ρ , θ ) , em que ρ ≥ 0 e θ ∈ [ 0, 2π ] .

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y P(x,y)=(ρ,θ)
ρ

θ
x

Figura 6
Existe, naturalmente, uma correspondência entre o sistema de coordenadas polares
e o sistema de coordenadas rectangulares:
 ρ = x2 + y 2
 x = ρ cos θ
 e 

 y = ρ sin θ  y
θ = arctg  
  x

Teorema 17
Para calcular a área de uma região plana delimitada pelo gráfico da função
definida em coordenadas polares ρ = f (θ ) , para θ1 ≤ θ ≤ θ 2 , temos:
θ
1 2 2
ρ dθ
2 θ∫1
A=

Exercício:
Calcule a área de uma circunferência de raio 2 2 , usando a fórmula anterior.

1.9.3. Volumes de sólidos de revolução

Definição 18
Seja y = f ( x) uma função real de variável real contínua em [ a, b ] . O Volume V do
sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região
limitada pelos gráficos de y = f ( x) , x = a , x = b e pelo eixo dos xx é dado por:
b
V = π ∫ [ f ( x) ] dx
2

y y

y = f ( x) y = f ( x)
f ( x)
a b x a b x
A⊙ = π ( f ( x) )
2

V = A⊙ .∆x
∆x

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Definição 19
Seja x = f ( y ) uma função real de variável real contínua em [ c, d ] . O Volume V do
sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos yy da região
limitada pelos gráficos de x = f ( y ) , y = c , y = d e pelo eixo dos yy é dado por:
d
V = π ∫ [ f ( y )] dy
2

Definição 20
Sejam y = f ( x) e y = g ( x ) funções reais de variável real contínuas em [ a, b ] , com
f ( x) ≥ g ( x) ≥ 0. O Volume V do sólido de revolução gerado pela rotação em torno
do eixo dos xx da região plana fechada, limitada pelos gráficos de y = f ( x) ,
y = g ( x) , x = a e x = b , é dada por:

{[ f ( x)] − [ g ( x)] } dx .
b
V =π∫
2 2

Definição 21
Sejam x = f ( y ) e x = g ( y ) funções reais de variável real contínuas em [ c, d ] , com
f ( y ) ≥ g ( y ) ≥ 0. O Volume V do sólido de revolução gerado pela rotação em torno
do eixo dos yy da região plana fechada, limitada pelos gráficos de x = f ( y ) ,
x = g ( y ) , y = c e y = d , é dada por:

{[ f ( y)] − [ g ( y)] } dy .
d
V =π∫
2 2

Exercícios:
a) A região do plano limitada pelos gráficos das funções y = x, y = 2 x, y = x 2 roda
em torno do eixo dos xx . Determine a medida do volume do sólido gerado.

Figura 7

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b) Determine o volume do sólido de revolução, gerado pela rotação da região


limitada pelos gráficos de y = x 2 e y = 2 , em torno do eixo dos yy .

c) Calcule o volume do sólido de revolução, gerado pela rotação em torno do


eixo dos yy , da região limitada por y = e x , y = 2, x = 0 .

d) Utilizando integrais definidos, prove que o volume de um cilindro circular recto


de altura h e raio r é dado por V = π r 2 h .

1.9.4. Comprimento de arco

Definição 22
Seja y = f ( x) uma função real de variável real contínua em [ a, b ] . O Comprimento
do arco de f ( a ) a f (b) sobre o gráfico de f é dado por:
b
S = ∫ 1 + [ f '( x) ] dx .
2

Exercício:
Calcule o comprimento do arco limitado pelas funções y = x 2 , x = 0, x = 2 .

Figura 8

1.9.5. Momentos e centro de massa

Consideremos uma barra rígida de comprimento L, não homogénea, com


densidade linear dada pela função contínua ρ(x) para x ∈ [ a, b] .
L
a Figura 9 b x
b
A massa total da barra é dada por m = ρ ( x ) dx .

a
b
O momento da barra em relação à origem é M O = x ⋅ ρ ( x) dx .

a
b
MO 1
Assim, o centro de massa da barra é x = = ∫ x ⋅ ρ ( x) dx .
m ma
Sob a hipótese da aceleração da gravidade ser constante, x é também chamado
o centro de gravidade da barra.

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Exercício
Uma barra mede 6m de comprimento. A densidade linear num ponto
qualquer da barra é proporcional à distância desse ponto a um ponto q, que
está sobre o prolongamento da linha da barra, a uma distância de 3m da mesma.
Sabendo que, na extremidade mais próxima a q, a densidade linear é 1kg/m,
determine a massa e o centro de massa da barra.

q=-3 0 x 6 x
Figura 10

1.9.6. Trabalho de uma força

Se uma força variável, dada pela função f(x), actua na direcção do eixo dos xx, o
x2

trabalho desta força no segmento [x1,x2] é dado por W = ∫ f ( x) dx .


x1

Exemplo 23:
Que trabalho é necessário empregar para estirar uma mola em 6cm, se a força de
1kgf a estira em 1cm?

Resolução:
De acordo com a Lei de Hooke, a força F (kgf) que estira em x (metros) uma mola é
F=kx, onde k é a constante de proporcionalidade da mola.
Sabendo que x=0,01m e F=1kgf, obtemos que k=100 e portanto F=100x. Assim, o
trabalho procurado é:
0,06
0,06
W= ∫
0
100 x dx = 50 x 2 
0
= 0,18 kgf m

1.9.7. Trabalho associado à compressão ou expansão de um gás

A área sob a curva de um processo num diagrama Pressão – Volume é igual, em


grandeza, ao trabalho realizado durante uma compressão ou uma expansão quasi-
estáticas de um sistema fechado, ou seja, num processo durante o qual o sistema se
mantém sempre em equilíbrio.
V2 P
W = − ∫ P dV
V1
A equação dos gases perfeitos estabelece relações entre
a pressão, o volume, a massa e a temperatura:
W
PV = mrT
onde r é uma constante característica de cada gás. V1 V2 V

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Para gases ideais, podemos ter quatro tipos de processos:


Processo isobárico: –P=constante
V2
W = − ∫ P dV = − [ P ⋅V ]V2 = − P (V2 − V1 )
V
1
V1

Processo isotérmico: –T=constante


V2 V2
1 V  P 
∫ V dV = −mrT [ln V ]V
V2
W = − ∫ P dV = −mrT = −mrT ln  2  = −mrT ln  1 
V1 V1
1
 V1   P2 

Processo politrópico: –PVk=constante


V
V2 V2
1 V 1− k  2 V 1− k V 1− k 
W = − ∫ P dV = −constante ∫ dV = −constante   = −constante  2 − 1 
k
 1 − k V  1 − k 1 − k 
V1 V1 V 1

V21− k − V11− k P2V2kV21− k − PV k 1− k


V1 P V − PV mr (T2 − T1 )
= − PV k
= 1 1 = 2 2 11=
1− k k −1 k −1 k −1

Processo isocórico: –V=constante


V2
W = − ∫ P dV = 0
V1

Exemplo
Um sistema termodinâmico evolui quase estaticamente desde V1 = 0,127 m3 até
0,119
V2 = 0, 0425m3 segundo a evolução P = + 2,1 [kgf/cm2], com V em m3. Calcule o
V
trabalho realizado pela compressão do gás.

Resolução
V2 V2
 0,119 
W = − ∫ P dV = − ∫  + 2,1 × 98, 0665 dV =
V V
 V  Factor de
1 1
conversão
de at para Pa

= −98, 0665 × 0,119  ln (V )  − 98, 0665 × 2,1[V ]V2


V2 V
V1 1

== −98, 0665 × 0,119 [ ln(0, 0425) − ln(0,127) ] − 98, 0665 × 2,1× [ 0, 0425 − 0,127 ]
≃ 30,177 kJ

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1.10. Integrais Impróprios

Definição 23

Os integrais com limites infinitos e os integrais definidos de funções descontínuas


dizem-se integrais impróprios. Os primeiros dizem-se integrais impróprios de 1ª espécie
e os segundos dizem-se integrais impróprios de 2ª espécie.

Integrais com limites infinitos


Definição 24
Seja y = f ( x) uma função real de variável real contínua em [ a, +∞ ] , então:
+∞ t


a
f ( x)dx = lim ∫ f ( x)dx .
t →+∞
a
t +∞
Se lim
t →+∞ ∫ f ( x)dx existe e é finito diz-se que o integral ∫
a a
f ( x)dx existe ou converge.

Se o limite não existe ou se é infinito diz-se que o integral não existe ou diverge.
a a
Analogamente: ∫
−∞
f ( x)dx = lim ∫ f ( x)dx
t →−∞
t
+∞ c +∞ c s


−∞
f ( x)dx = ∫
−∞
f ( x)dx + ∫
c
f ( x)dx = lim ∫ f ( x)dx + lim
t →−∞
t
s →+∞ ∫ f ( x)dx .
c

Integral de uma função descontínua


Definição 25
Seja y = f ( x) uma função real de variável real definida no intervalo [ a, b[ e f
b t
descontínua em b , então: ∫
a
f ( x)dx = lim− ∫ f ( x)dx .
t →b
a

O integral diz-se convergente se o limite existir e for finito e diverge caso contrário.
Analogamente, se f é uma função descontínua em c ∈ [ a, b ] , então:
b c b t b


a
f ( x)dx = ∫ f ( x)dx + ∫ f ( x)dx = lim− ∫ f ( x)dx + lim+ ∫ f ( x)dx
a c
t →c
a
t →c
t

Exercícios:
Estude a convergência dos integrais:
+∞ 1 1
1 1 1
a) ∫0 1 + x 2 dx ; b) ∫
0 1− x
dx ; c) ∫x
−1
2
dx .

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