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Avaliação da Estereopsia e Estereoacuidade

Conteudista: Prof. Me. Franklin Kerber


Revisão Textual: Vinicius Oliveira

Material Teórico

Material Complementar

Referências
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Material Teórico

 Objetivo da Unidade

Trazer um apanhado dos conceitos de supressão e estereoacuidade, bem


como apresentar os principais testes para ambos.

Testes de Supressão

Importância do tratamento da supressão


Como visto em outra Unidade, a supressão acomete indivíduos cujas funções binoculares
estão de alguma forma comprometidas. Logo, ao tratar as disfunções da visão binocular, é
importante tratar a supressão subjacente.

Um estudo de Mansouri, Thompson e Hess (2008) mostrou de que maneira a supressão afeta
a função binocular de amblíopes. O propósito de seu estudo era determinar quão diferentes os
estímulos para cada olho precisavam ser para permitir a fusão binocular na ambliopia e, por
consequência, a in uência da supressão. Os pesquisadores recrutaram onze amblíopes, todos
esotrópicos, e oito pacientes com visão binocular normal. Todos os pacientes usaram a
correção do erro refrativo eventualmente necessário.
Dois diferentes experimentos foram conduzidos com cada indivíduo: um com alvos em
movimento (dinâmicos) e o outro com imagens estáticas, para avaliar as potenciais diferenças
das vias visuais que correspondem a cada um desses tipos de estímulo. À via ventral
corresponde o reconhecimento de objetos, formas e cores (estímulos estáticos), e à via dorsal
corresponde a percepção de localização, direção e coordenação dos movimentos (estímulos
dinâmicos). 

Para produzir estímulos de pontos cinéticos aleatórios foi utilizada uma tela de computador.
Os alvos foram apresentados binocularmente com um estereoscópio Wheatstone a uma
distância de visualização efetiva de cerca de 1 metro. 

Gravura representando um estereoscópio de Wheatstone.


Charles Wheatstone (1802-1875) foi um cientista inglês e inventor.

ACESSE

O primeiro experimento com movimento foi tanto monocular quanto binocular. A avaliação
monocular foi a primeira, com o sinal e o ruído sendo introduzidos em um olho e a
luminância média direcionada para o outro, de modo que o paciente não estava ciente do olho
que observava os alvos. 
Figura 1 – Sinal e ruído produzem um padrão de pontos
aleatórios dinâmicos, como em um aparelho de televisão
não sintonizado
Fonte: Wikimedia Commons

A condição binocular apresentou o ruído para um olho e o sinal para o outro olho. No
experimento binocular o contraste dos estímulos foi variado para tentar equalizar a entrada
visual entre o olho amblíope e o outro olho, já que uma das características do olho amblíope é
a baixa sensibilidade ao contraste. 

Figura 2 – No segundo experimento, os alvos, em


diferentes posições e de diferentes tamanhos, foram
produzidos com o ltro de Gabor, como esta imagem de
um ltro de Gabor bidimensional
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons
Depois, o segundo experimento, com alvos no padrão do ltro de Gabor, foi executado. 

Saiba Mais
Os ltros de Gabor são especialmente úteis na computação grá ca e
nas artes visuais.

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Filtros de Gabor

Extração de Textura

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O estudo chegou aos seguintes resultados: quando o sinal entre os dois olhos foi equalizado,
diminuindo o contraste no olho contralateral, os pacientes amblíopes foram capazes de usar
ambos os olhos binocularmente como os observadores com visão binocular normal; os
resultados foram os mesmos para os alvos de movimento e estáticos. 

Os autores concluíram, então, que o mecanismo de supressão é o mesmo na via cortical e na


dorsal e ventral de processamento, e presente na área da V1 (córtex visual primário). Isso
sugere que a supressão pode levar ao desenvolvimento de ambliopia e o tratamento da
supressão pode servir de tratamento para a própria ambliopia 

Aqui não enfocaremos os tratamentos antissupressivos, mas os testes para avaliar a


supressão. Os tratamentos contra a supressão serão abordados nos estudos de Ortóptica e
terapia visual.

Testes de supressão

Luzes de Worth
O Worth Four Light Test, ou teste de luzes de Worth (em inglês, costuma-se usar a sigla W4LT),
é um teste da rotina clínica bastante simples, usado para avaliar o grau de visão binocular de
um paciente. Pode-se a rmar que as luzes de Worth são um dos métodos mais simples (e o
método de escolha na maioria dos protocolos clínicos) para investigar supressão, fusão
binocular e correspondência retiniana.

A criação do teste é atribuída a Claud Alley Worth, oftalmologista e autor britânico, também
conhecido por criar o amblioscópio. Claud Worth é tido, por muitos, como um dos pais da
Ortóptica.

Realiza-se o teste a pelo menos duas distâncias, uma vez que, por razões diversas, um mesmo
indivíduo pode ter boa visão binocular a uma certa distância, e suprimir em outra, por
exemplo. 

O W4LT para longe costuma ser feito a 6 metros, enquanto para perto a 33 centímetros. Pode-
se usar um alvo xo a distância, geralmente em uma caixa iluminada ou em uma tela. Para
perto, o mais comum é utilizar uma lanterna, com as luzes de diferentes cores, como veremos
a seguir.

Figura 3 – Caixa retroiluminada com as luzes de Worth


Fonte: Wikimedia Commons 

Em ambos os casos o paciente sempre deve usar óculos com ltros verde e vermelho (uma
lente vermelha sobre um olho, geralmente o direito, e uma lente verde sobre o esquerdo). É
preciso ter atenção para que os ltros verde e vermelho correspondam às tonalidades de
vermelho e verde projetadas.

O ltro de cor vermelha neutraliza a cor verde, por isso é chamado ltro livre do verde. O
ltro de cor verde neutraliza a cor vermelha, por isso é chamado ltro livre do vermelho.

Método
Paciente corrigido, usando ainda os óculos com ltros verde e vermelho;

Pode ser interessante ocluir um olho de cada vez, apenas para que o paciente
perceba a diferença do que enxerga cada olho, individualmente, sob o ltro;

Pode ser interessante ocluir um olho de cada vez, apenas para que o paciente
perceba a diferença do que enxerga cada olho, individualmente, sob o ltro.

Figura 4 – Disposição das luzes de Worth no quadro ou na


lanterna
Fonte: Acervo do Conteudista
Em condições normais de binocularidade e fusão, as quatro luzes são vistas nas cores
originais. A luz vermelha é percebida pelo olho direito (com ltro livre do verde). As luzes
verdes são percebidas pelo olho esquerdo (com ltro livre do vermelho). A luz branca é
percebida por ambos os olhos, e sua coloração é resultado da fusão binocular.

Figura 5 – Visão de paciente em condições normais de


binocularidade
Fonte: Acervo do Conteudista

Vejamos a seguir as respostas anômalas.

Supressão do olho esquerdo. O paciente enxerga apenas a luz vermelha, em cima, e a luz
originalmente branca, embaixo, é vista vermelha por causa do ltro livre do verde no olho
direito.
Figura 6 – Visão de paciente com supressão do olho
esquerdo
Fonte: Acervo do Conteudista

Supressão do olho direito. Paciente enxerga apenas as luzes verdes, à direita e à esquerda, e a
luz originalmente branca, embaixo, é vista verde por causa do ltro livre do vermelho no olho
esquerdo.
Figura 7 – Visão de paciente com supressão do olho direito
Fonte: Acervo do Conteudista

Diplopia cruzada. O paciente enxerga cinco luzes. Três luzes verdes à direita, vistas pelo olho
esquerdo, e duas luzes vermelhas à esquerda, vistas pelo olho esquerdo. Essa condição
resulta, em geral, de desvios (manifestos ou latentes) do tipo exo (para fora).

Figura 8 – Visão de paciente com diplopia cruzada. Neste


exemplo, o desvio tipo exo é do olho esquerdo, mas o
resultado seria o mesmo se o desvio fosse do olho direito 
Fonte: Acervo do Conteudista

Diplopia homônima (ou não cruzada). O paciente enxerga cinco luzes. Três luzes verdes à
esquerda, vistas pelo olho esquerdo, e duas luzes vermelhas à direita, vistas pelo olho direito.
Essa condição resulta, em geral, de desvios (manifestos ou latentes) do tipo eso (para dentro).
Figura 9 – Visão de paciente com diplopia não cruzada.
Neste exemplo, o desvio tipo eso é do olho esquerdo, mas o
resultado seria o mesmo se o desvio fosse do olho direito 
Fonte: Acervo do Conteudista

Diplopia vertical. O paciente enxerga cinco luzes. Três luzes verdes, e duas luzes vermelhas,
um grupo mais acima e o outro mais abaixo. Se as luzes verdes estiverem acima das
vermelhas, trata-se de um desvio do tipo hiper (para cima) do olho direito. Se as luzes
vermelhas estiverem acima das verdes, trata-se de um desvio do tipo hiper (para cima) do
olho esquerdo. Nos desvios verticais, a referência é sempre o olho que se apresenta mais
acima, de modo que um desvio do tipo hipo (para baixo) do olho direito, por exemplo, é
igualmente um desvio do tipo hiper (para cima) do olho esquerdo, e é assim descrito.
Figura 10 – Visão de paciente com diplopia vertical. Neste
exemplo, o desvio tipo hiper é do olho direito 
Fonte: Acervo do Conteudista

Figura 11 – Visão de paciente com diplopia vertical. Neste


exemplo, o desvio tipo hiper é do olho esquerdo
Fonte: Acervo do Conteudista
Teste do prisma de quatro dioptrias de base temporal
O propósito do teste de quatro dioptrias prismáticas de base temporal (abreviado 4ΔBT,
conhecido também como teste com prisma de Irvine, em homenagem a seu criador, o
oftalmologista Samuel Rodman Irvine) é avaliar um possível escotoma macular (geralmente
entre 3 e 5 graus) presente em condições de visão binocular, mas não presente quando o
paciente está monocularmente. 

Essa condição geralmente é encontrada em pacientes com a síndrome de mono xação,


condição associada a microestrabismos.

O teste detecta a presença de estrabismo de pequeno ângulo ou condição em que não há


estrabismo, mas existe um escotoma ou síndrome de mono xação. O teste também
determina se a fusão motora está presente.

Não se aplica o teste de 4ΔBT em pacientes com baixa acuidade visual. Obviamente, quando a
acuidade visual reduzida se der por ametropia conhecida, pode-se corrigir a visão com as
lentes apropriadas. Também não se aplica o teste se o paciente já manifesta desvios, ou
nistagmo.

Antes de executar o 4ΔBT é preciso, portanto, avaliar acuidade visual e estado refrativo do
paciente.

Execução
Um prisma de quatro dioptrias é colocado com a base voltada para fora (temporal) em frente a
um dos olhos, enquanto se observam possíveis movimentos oculares. 

A resposta típica em condições normais é um pequeno movimento de vergência inicial (que


geralmente pode não ser visto), seguido por um movimento conjugado (movimento de
versão) e então um movimento de convergência simétrico. 
A fundamentação teórica do teste é a seguinte: na microtropia, se o prisma for colocado sobre
o olho estrábico, a imagem se moverá dentro da área de supressão e não haverá movimento
de nenhum dos olhos; por outro lado, se o prisma for colocado antes do olho não
microtrópico, ambos os olhos farão o movimento da versão inicial, mas o olho microtrópico
não conseguirá fazer o movimento de vergência subsequente. 

Quando o paciente tem correspondência retiniana anômala harmônica, o teste ainda pode
revelar uma pequena área de supressão na fóvea que pode coexistir com a CRAH.

O teste só funcionará se o paciente estiver xando um alvo angular e isolado em um fundo


grande. Isso porque outros detalhes no campo de visão também parecerão se mover, não
apenas o alvo de xação. Por isso, enquanto alguns autores consideram útil o uso de letras ou
símbolos isolados, para outros o alvo não deve ter detalhes (como uma letra), sendo o
su ciente um estímulo em forma de ponto ou um pequeno círculo. 

A importância do alvo de xação foi destacada por Irvine por volta de 1948, logo após a
descrição inicial do teste (de 1944), mas desde então tem sido omitida das descrições do teste.
Esse fator provavelmente explica alguns resultados confusos em artigos e publicações, que
não especi cam se um alvo pontual foi utilizado. Como a intensidade/profundidade da
supressão pode variar com as condições do alvo, é melhor evitar um alvo de contraste
excepcionalmente alto (por exemplo, uma lanterna). 

Equipamento
Alvo de xação para ser usado à distância (para longe).
Prisma solto de quatro dioptrias ou barra de prismas.

Procedimento
Peça ao paciente que xe a visão em um alvo enquanto o examinador coloca o prisma com
base temporal de quatro dioptrias sobre o olho do paciente, observando a resposta do outro
olho.
O alvo deve estar isolado e ter tamanho adequado para a acuidade visual do paciente. O
tamanho equivalente a uma ou duas linhas melhores do que a melhor acuidade corrigida à
distância costuma ser o indicado. 

Repete-se com cada um dos olhos. 

            O teste é aplicado a distância porque os escotomas de supressão e microestrabismo


são geralmente pequenos. Ao usar alvo próximo, o examinador poderia fazer com que a
imagem do alvo estimulasse uma área fora da zona de supressão, e quaisquer sinais de
microestrabismo ou a mono xação poderiam não ser detectados.

Resultados

Normal: Se não houver qualquer desalinhamento dos eixos visuais e se a visão for
binocular e bifoveal, o deslocamento da imagem provocado pelo prisma fará com que o
paciente faça um movimento conjugado de ambos os olhos em uma direção. O olho sob o
prisma se moverá para dentro, na direção do ápice do prisma, enquanto o olho
contralateral fará um movimento para fora, de mesma magnitude. Em seguida, o olho
contralateral faz um movimento de convergência (convergência fusional), a m de evitar
a diplopia;

Figura 12 – Resposta esperada para paciente com xação


bifoveal normal 
Fonte: Acervo do Conteudista
Escotoma central: Como esta condição é monocular, é preciso que se observe o
comportamento dos olhos em duas situações distintas. Na primeira, o prisma é colocado
em frente a um dos olhos, suponha-se ser o que não tem desvio ou escotoma.
Obviamente ainda não se tem essa informação, já que para isso está se realizando o teste.
Neste caso, ambos os olhos produzem um movimento conjugado, e o olho sob o prisma
se move para o ápice deste, em resposta ao deslocamento na imagem, enquanto o olho
contralateral faz movimento conjugado. No entanto, ao contrário de uma resposta
normal, o outro olho com desvio não fará um movimento de retorno, porque não há
diplopia, uma vez que a imagem cairá no escotoma de supressão do olho contralateral.
No passo seguinte, o prisma é colocado na frente do olho desviado, a imagem cai
instantaneamente no escotoma de supressão, e a diplopia não é detectada. Isso faz com
que o olho sob o prisma permaneça estacionário e, portanto, o olho contralateral
também não faz um movimento conjugado;

Fixação excêntrica: Uma série de fatores pode interferir, ainda na primeira infância, no
amadurecimento da fóvea, mais especi camente na de nição da xação foveal em cada
um dos olhos e na correspondência retiniana normal, que permite a xação bifoveal.
Quando isso ocorre, uma possível adaptação é a supressão da imagem foveal em um dos
olhos, em geral o com menor qualidade de entrada no córtex visual, e o estabelecimento
de uma correspondência retiniana anômala, como já visto. Isso signi ca que à fóvea de
um dos olhos corresponderá um ponto perifoveal, também conhecido como pseudofóvea.
A isso dá-se o nome de xação excêntrica. Neste paciente, ao se colocar o  prisma sobre
o olho com xação central, o comportamento é o típico, com o movimento de versão
seguido do movimento de convergência. Ao se colocar o prisma em frente ao olho com
xação excêntrica, não haverá movimento, uma vez que a imagem deslocada pelo prisma
cairá, em geral, sobre o escotoma de supressão.

Saiba Mais
Quer ver como funciona o teste do prisma de quatro dioptrias de base
temporal na prática? Neste link você tem uma coletânea deles:
Test 4 Prism Base Out

Estereoacuidade
Como vimos, a visão binocular em seu grau mais elevado, a estereopsia, nos permite perceber
a tridimensionalidade das cenas visuais que observamos. Essa estereopsia depende de uma
disparidade perceptível entre as imagens produzidas pela cena visual em cada um dos olhos.

A disparidade entre esses estímulos fornece o estímulo para uma discriminação precisa da
diferença de distância entre os objetos. Quanto maior for a capacidade de perceber essas
disparidades, mais aguçada é a estereopsia de um indivíduo. 

Estereoacuidade é o nome dado tanto à essa capacidade quanto à medida dela. A


estereoacuidade é medida em segundos de arco.
Importante!
A acuidade visual também é medida em função de um ângulo de
resolução, em minutos de arco. Já a acuidade estereoscópica – ou
estereoacuidade – é a medida do ângulo de disparidade binocular, em
segundos de arco. Um minuto de arco é o equivalente a 60 segundos de
arco.

Uma série de materiais e equipamentos foram desenvolvidos para a medição da


estereoacuidade.

Anáglifos são pouco usados para ns de diagnóstico (para medir a acuidade visual), tendo
mais aplicação na terapia visual. Os anáglifos são gravuras, eventualmente caracteres,
construídos em cores diferentes, geralmente vermelho e ciano, em duas imagens em posições
levemente diferentes. 

O paciente observa as guras com óculos verde-vermelho, de forma que o olho sob a lente
vermelha não recebe o estímulo da gura em ciano, enquanto o olho sob a lente verde não
recebe o estímulo da gura em vermelho. O córtex visual funde as imagens para produzir uma
imagem estereoscópica integrada. 

Quanto menor a disparidade das imagens em ciano e vermelho, maior é a acuidade


estereoscópica necessária para percebê-la tridimensional. A di culdade também aumenta em
função da distância. 

Wilhelm Rollmann é considerado o inventor do método para visualizar imagens anáglifas. Em


1852, Rollmann usou ltros em sua câmera fotográ ca, de modo que duas imagens das
perspectivas do lado esquerdo e do lado direito foram projetadas como uma única imagem
através de ltros.

Figura 13 – Anáglifo de uma fotogra a de maçãs


Fonte: Acervo do Conteudista

Fotonovela publicada em anáglifos nos EUA por volta de 1900


Este conjunto de imagens, com 13 peças, tinha propósito recreativo, apenas.

ACESSE
Vectogramas, ou vectografos, são usados de forma similar, trabalhando com imagens
levemente distintas que são percebidas separadamente por cada um dos olhos, por meio de
ltros, para serem fusionadas no córtex visual. Filtros polarizados nas imagens fazem com
que diferentes imagens sejam apresentadas a cada olho, enquanto o observador usa óculos
com ltros polarizados também.

Estudante fazendo terapia visual com vectogramas. 


Vectogramas podem ser usados tanto na medição da acuidade estereoscópica quanto em
tratamentos da visão binocular.

ACESSE

Para compreender o funcionamento do vectograma, é preciso compreender a polarização da


luz. A luz viaja pelo espaço em ondas que oscilam em vários planos. Quando polarizadas, essas
ondas luminosas oscilam em apenas um plano. A polarização da luz pode ocorrer por re exão,
refração ou uso de ltro. O eixo de polarização em óculos de polarização está em ângulos
perpendiculares um em relação ao outro. Se o olho direito estiver polarizando verticalmente, o
olho esquerdo polarizará horizontalmente, por exemplo. Desse modo, imagens diferentes são
projetadas para cada olho. A partir do vectograma, foi desenvolvido o teste da mosca de
Titmus, uma imagem de uma grande mosca doméstica retratada em diferentes profundidades.
Figura 14 – No teste da mosca de Titmus, lâminas
polarizadas são usadas para estimular a disparidade
binocular
Fonte: Acervo do Conteudista

Conjuntos de imagens com pontos aleatórios usam o mesmo princípio dos vectogramas. As
lâminas com pontos aleatórios, semelhantes à imagem de sinal e ruído que vimo, são
construídas em camadas com polarização distinta, e o observador usa óculos com ltros
polarizados como os usados nos vectogramas. Na observação com os óculos, parte do padrão
de pontos aleatórios deve se destacar dos demais, caso haja estereoacuidade. De fato, alguns
conjuntos, como o que contém o teste da mosca de Titmus, trazem também imagens com
pontos aleatórios, a m de testar a estereoacuidade de forma mais objetiva. 

Figura 15 – O padrão de pontos aleatórios, visto sob ltros


polarizados, apresenta uma gura, forma ou caractere que
parece estar em outro plano 
Fonte: Wikimedia Commons
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Material Complementar

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados


nesta Unidade:

Leitura
Estudo da estereopsia em pré-escolares e escolares da cidade de Paulínia, São Paulo.

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Estudo da estereopsia em pré-escolares e escolares


da cidade de Paulínia, São Paulo

Vera Lúcia Pereira *, Newton Kara José **, Marilisa Nano Costa ***,
Filho
Nelson... Macchiaverni
, Flávio França Rangel ***, Gerson Rueda **** & Djalma Carvalho
Moreira Filho *****

INTRODUÇAO bifixação que o indivíduo possua


visual
acuidadeadequada em ambos os olhos e
Visão estereoscópica é a mais diferen- tenha desvio manifesto. Falha em
não
ciada das funções
& TAHIRA - 1972) .binocular·es
A percepção( de satisfa- zer um ou mais desses critérios
TATSUMI em reduzida ·estereoacuidade (SCOTT
resultaria
pro- fundidade MASH - 1974). Levando em
nada; varia comnão é ummonocular,
a visão fenômeno de &
a
tudo consideração de um teste mais efetivo
necessidade
ilumi-ou
nação, duração do estímulo e detecção
na de alterações visuais na
distância ab- soluta (LURIA
Mais pr·ecisamente, a - 1964). popula- ção infantil, diversos trabalhos
a menor disparidade horizontal entre as feitos
têm sido odaobjetivo de testar a
com
ester·eoacuidade é
imagens retinianas que dá a sensação da medida
validade
profundidade
de (ROMANO
Page & col.
1 1975
- / 7) KOHLER & STIGMAR ( 1973) utilizan-
estereopsia.
e
) não caracterizada por artifícios de do, para triagem de crianças de 4 anos
pers- pectiva, sombra, interposição ou idade
d•e a nível de postos de saúde,
usados na visão monocular (OGLE - enfermei-
paralaxe
Estereopsia
1964) é expressa como ângulo o teste da ras especialmente
a cuidade visual e tr·einadas
de visão

Introdução ao Estudo da Visão Binocular – Análise Optométrica

Page 1 of 59
Page
Visão1 of 59
Binocular
S.
Mogo
Introdução
MEO
Posições
Movimentos
do olhar Introdução ao estudo da visão binocular
oculares
Contr.
mov.oc.
Leis da Análise Optométrica
Controle
inervação
Convergência
Função
Unidades
Componentes S. Mogo
Caract. da
VB
Corresp.
Fusão
retiniana Departamento de Física
Estereópsia
Universidade da Beira Interior
Anomalias
Forias e /
Classificação
tropias
Page 1 592007 / 08
Actuação

Dinâmica de grupo em terapia visual

UBI

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UNIVERSIDADE DA BEIRA
INTERIOR
Ciências da
Saúde

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Dinâmica de grupo em terapia visual

VEJA EM UBI 
Vídeos
Luzes de Worth

Luzes de Worth

4 Prism Base Out Test


Teste do prisma de 4 dioptrias de base temporal

ACESSE
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Referências

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445, 1981.
WORTH, C. Squint: its causes, pathology and treatment. 1929.

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