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AVALIAÇÃO

SENSORIAL

Prof. Me. Nelson Kian


INTRODUÇÃO
ü Os distúrbios do sistema sensorial trazem
implicações funcionais significativas para o
paciente;
ü Podem estar associado: qualquer doença;
traumatismo que afeta o sistema nervoso em
qualquer ponto deste sistema e processo normal
de envelhecimento;
ü O conhecimento da deficiência sensorial do
paciente: guia o terapeuta quanto ao modo
apropriado de orientação evitando novas lesões.
1.1.Propósitos
ü Determinar o nível de feedback que afeta os
movimentos – desempenho funcionais ou uso de
prótese ou órtese.
ü Propiciar um base para o início de um programa
de dessensibilização ou de retreinamento.
ü Determinar a necessidade de instrução nas
técnicas para a compensação das perdas
sensoriais – uso de sugestões visuais durante o
movimento.
1.1.Propósitos
ü Garantir a segurança do paciente e eveitar
complicações secundárias – prevenção de
queimaduras durante a aplicação de calor,
úlceras de decúbitos...
ü Formular metas e planejar o intervenção
terapêutica apropriadas.
ü Auxiliar na determinação dos efeitos da
reabilitação, tratamento médico ou
cirúrgico.
CLASSIFICAÇÃO DO
SISTEMA SENSORIAL
Henry Head (1920) dividiu as sensações
táteis em dois sistemas:
ü Protopático – envolvidos com sensações
desagradáveis (dor, alterações extremas
de temperaturas, táteis leves, coceiras e
formigamentos) proteção, avisar ou
defender contra danos potenciais.
Freqüentemente gera resposta motora.
CLASSIFICAÇÃO DO
SISTEMA SENSORIAL
ü Epicrítico – capaz de exercer uma função
controladora do sistema protopático.
Envolvido com as sensações altamente
discriminativas (localização dos estímulos
cutâneos, reconhecimentos de objetos,
discriminação entre dois pontos,
alterações sutis na temperatura.
Classificação quanto ao tipo
ou localização do receptor
ü Superficiais (exteroceptores) – responsáveis
pelas sensações superficiais. Recebem estímulos
do ambiente externo via pele e tecido
subcutâneo – dor, temperatura, tato leve e
pressão.
ü Profundas (proprioceptores) – responsáveis
pelas sensações profundas. Recebem estímulos
dos músculos, tendões, ligamentos, articulações
e fáscias – sentido de posição e movimento
(cinestesia).
Classificação quanto ao tipo
ou localização do receptor
ü Combinadas (corticais) – Exigem informações
tanto dos receptores exteroceptivos quanto
proprioceptivos, bem como um funcionamento
intacto das áreas de associação
somestésicas – esterognosia, discriminação
entre dois pontos, vibração, barognosia,
grafestesia, localização tátil,
reconhecimento das texturas e estimulação
simultânea bilateral.
De acordo com a mediação para
os centros superiores
ü Espinotalâmico ântero-lateral – fibras de
condução lenta de pequeno diâmetro, alumas
amielínicas. Responde aos estímulos de
natureza potencialmente lesiva – envolvido
na transmissão de informações térmicas,
nociceptivas, mediando a dor, temperatura,
tato grosseiramente localizado,
formigamento, coceira e sensações sexuais.
De acordo com a mediação para
os centros superiores
ü Coluna dorsal-lemnisco medial – fibras de
condução rápida, de maior diâmetro e mais
mielinizadas. Envolvido nas sensações mais
discriminativas. É mediador das sensações
de pressão, vibração, sentido de movimento
e de posição.

Os dois sistemas não são independentes,


mas integrados em um funcionamento
conjunto.
CLASSIFICAÇÃO DOS
RECEPTORES SENSORIAIS
ü  Mecanorreceptores – respondem à deformação
mecânica (receptores sensoriais cutâneos e
articulares);
ü  Termorrecetores – respondem às alterações de
temperatura (frio e calor);
ü  nociceptores – respondem aos estímulos nocivos e
resultam na percepção da dor;
ü  Fotoceptores – (eletromagnéticos) respondem à luz,
limitados ao espectro visível.
CLASSIFICAÇÃO DOS
RECEPTORES SENSORIAIS

ü Quimiorreceptores – respondem à
substâncias químicas e são
responsáveis pela gustação, olfação
níveis de oxigênio no sangue arterial,
concentração de dióxido de carbono
e osmalidade dos líquidos corporais.
IMPORTANTE
ü A dor não se limita aos estímulos
dos nociceptores, porque outros tipos
de receptores e fibras nervosas
contribuem para essa sensação.
ü Elevadas intensidades de estímulos a
qualquer tipo de receptor podem ser
percebidas como dor.
DIRETRIZES
GERAIS PARA
AVALIAÇÃO
SENSORAL
PROCEDIMENTO
1.  Aplicação do estímulo
2.  Resposta do paciente ao estímulo.
3.  Observar:
ü  Tipo de sensação afetada;
ü  Quantidade de envolvimento;
ü  O grau de envolvimento;
ü  Localização dos limites exatos do dano
sensorial;
ü  Os sentimento subjetivos do paciente sobre
as alterações na sensibilidade.
ü A capacidade do paciente em
compreender as instruções e em
comunicar as respostas é crucial para a
curada realização dos testes sensoriais –
estado cognitivo e acuidade auditiva;
ü Deficiências de visão, audição ou fala
não afetarão adversamente os resultados
dos testes – necessita adaptação;
ü Paciente deve estar numa posição
confortável e relaxada, num aposento
tranqüilo;
ü A fadiga afeta os resultados de alguns
testes sensoriais;
ü Um ensaio ou demonstração de cada
procedimento dever ser efetuado de alguns
testes sensoriais – orientará o paciente;
ü Deve ser utilizado algum método de aclusão
da visão do paciente durante os testes;
ü As sensações superficiais (exteroceptivas)
são usualmente avaliadas em primeiro lugar,
por consistirem respostas mais primitivas,
seguem as sensações profundas e
combinadas.
ü Os testes devem ser efetuados
sequencialmente aos principais nervos
sensitivos e ao seu suprimento segmentar
(dermátomo);
ü Os estímulos devem ser efetuados de
modo aleatório e imprevisível, com
variações nos momentos de aplicação.
ü Dar atenção ao estado da pele –
cicatriz, úlceras, calosidades...
SENSAÇÕES
SUPERFICIAIS
1. Dor
ü Teste – é utilizado um alfinete de cabeça
grande. Ambos os estímulos (ponta aguda e
ponta romba) são aplicados de modo
aleatório. Para evitar a somação dos
impulsos, os estímulos não devem ser
aplicado perto demais uns dos outros, ou
em rápida sucessão.
ü Resposta – pede-se ao paciente para indicar
quando um estímulo é sentido, devendo
responder: “pé”, “ponta”.
2. Temperatura
ü Teste – há necessidade de dois tubos de
ensaio com rolhas; um deles dever ser
oupado com água quente (40˚C a 45˚C) e
outro com água fria (5˚C a 10˚C). Os tubos
de ensaio são aleatoriamente postos em
contato com a região cutânea a ser
testada.
ü Resposta – pede-se ao paciente que indique
quando um estímulo é sentido: “quente”,
“frio”.
3. Tato leve
ü Teste – para esse teste emprega-se um
pincel de pêlos de camelo, pedaço de
algodão ou pedaço de pano. A área a ser
testada é levemente tocada ou
percurtida.
ü Resposta – pede-se ao paciente para
indicar quando ele reconhece que um
estímulo foi aplicado respondendo:
“senti” ou “sim”.
4. Pressão
ü Teste – o polegar ou ponta do dedo do
terapeuta é utilizado na aplicação de
uma firme pressão sobre a superfície da
pele, o suficiente para fazer uma
identação da pele, estimulando os
receptores profundos.
ü Resposta – pede-se ao paciente para
indicar quando ele reconhece que um
estímulo foi aplicado respondendo:
“senti” ou “sim”.
SENSAÇÕES
PROFUNDAS
1. Sentido de posição
ü Teste – avalia o sentido de posição
articular. O membro ou articulação a
ser avaliado é movimento por sua
amplitude de movimento, e mantido
numa posição estática.
ü Resposta – pede-se ao paciente para
que descreva verbalmente a posição, ou
duplique a posição do membro ou
articulação com o membro oposto.
2. Sentido de movimento
ü Teste – avalia a percepção do movimento.
O membro ou articulação a ser avaliada é
movimentado passivamente através da
amplitude de movimento.
ü Resposta – pede-se ao paciente para que
indique verbalmente a direção do
movimento, enquanto o membro está se
deslocando ou poderá responder pela
duplicação simultânea do movimento, com o
membro oposto.
SENSAÇÕES
COMBINADAS
1. Esterognosia
ü Teste – teste para o reconhecimento de
objetos exigirá o uso de objetos de
formas e tamanhos diferentes, que seja
de fácil obtenção e culturalmente
familiar. Os objetos são colocados
individualmente na mão do paciente.
Permite-se que manipule o objeto.
ü Resposta – pede-se ao paciente para que
nomeie verbalmente o objeto.
2. Localização tátil
ü  Teste – teste avalia a capacidade de localizar
a sensação do tato sobre a pele. Usando a
ponta de um dedo, o terapeuta toca diferentes
áreas da pele. Após cada aplicação de um
estímulo, dá-se ao paciente tempo de
responder.
ü  Resposta – pede-se ao paciente que identifique
a localização dos estímulos pelo tato ou
descrição verbal. A distância entre a aplicação
do estímulo e o local indicado pelo paciente
deverá ser medida e registrada.
3. Discriminação entre dois
pontos
ü Teste – Avalia a capacidade de perceber
dois pontos aplicados simultaneamente à
pele. Está é uma medida de menor distância
entre dois estímulos (aplicados
simultaneamente e com igual pressão) que
podem ser ainda percebidos como dois
estímulos distintos.
ü Resposta – pede-se ao paciente para que
identifique a percepção de “um” ou “dois”
estímulos.
4. Estimulação bilateral
simultânea
ü  Teste – avalia a capacidade de perceber um
estímulo tátil simultâneo em lados opostos do
corpo. O terapeuta simultaneamente (e como
igual pressão) aplica estímulo em locais idênticos
em lados opostos do corpo, toca proximal e
distalmente lados opostos do corpo, toca locais
proximais e distais do mesmo lado do corpo.
ü  Resposta – o paciente verbalmente declara
quando ele percebe um estímulo tátil, e o número
de estímulos sentidos.
5. Vibração
ü  Teste – avalia a capacidade de percepção de um
estímulo vibratório. A base de um diapasão é
colocada junto a uma protuberância óssea
(esterno, cotovelo, tornozelo...). Deverá ocorrer
a aplicação aleatória de estímulos de um
diapasão vibrante e não vibrante. Pode ser usado
um protetor de orelhas, visando a redução das
pistas auditivas provenientes do diapasão.
ü  Resposta – pede-se ao paciente que responda ,
identificando verbalmente o estímulo com
vibratório ou não-vibratório.
6. Barognosia
ü  Teste – avalia o reconhecimento do peso.
Emprega-se uma série de pequenos objetos do
mesmo tamanho, mas pesos diferentes. O
terapeuta pode optar pela aplicação de uma série
de pesos diferentes na mesma mão, um por vez,
ou pela colocação de um peso diferente em cada
mão, simultaneamente.
ü  Resposta – pede-se ao paciente que identifique o
peso comparativo dos objetos numa série ou dos
dois objetos aplicados simultaneamente,
respondendo: “mais pesado” ou “mais leve”.
7. Grafestesia
ü  Teste – reconhecimento de letras, números ou
desenhos traçados sobre a pele. Uma série ou
combinações de letras, números ou desenhos é
traçada na palma da mão do paciente. Entre
cada desenho, separadamente, a palma deve ser
suavemente limpada com um tecido macio par que
fique claramente indicada para o paciente uma
mudança de figuras – substitui a esterognosia
quando a paralisia impede que o paciente
manipule um objeto.
ü  Resposta – pede-se ao paciente que identifique
verbalmente a figura desenhada sobre a pele.
8. Reconhecimento de textura
ü  Teste – avalia a capacidade de diferenciar
entre diversas texturas. Texturas adequadas
são: algodão, lã ou seda. Os itens são
colocados individualmente na mão do paciente.
Permite-se que ele manipule a amostra de
textura.
ü  Resposta – pede-se ao paciente que identifique
as diferentes texturas, à medida que são
colocadas em sua mão. Podem ser identificadas
pelo nome (seda, algodão...) ou pela textura
(áspera, macia...)
ESTESIÔMETRO
(Semmes-
Weinstein
Monofilaments)
ESTESIÔMETRO
ü Usado atualmente nos testes de
sensibilidades;
ü Composto de 6 monofilamentos de nylon,
cada um com uma cor e pesos diferentes
que graduam a perda da estesia;
ü Permite a verificação das alterações
precocemente;
ü O código de cores indica aproximadamente
a força axial necessária para envergar o
filamento.
1.Instrução para o uso
ü Lugar calmo, em barulho e distrações;
ü Aconselhável juntar antecipadamente
canetas coloridas e formulários de
mapeamento, que facilitam a
interpretação das observações;
ü O seguinte procedimento deve ser
previamente demonstrado em uma área
do corpo onde há boa sensibilidade.
2.Método
1. Montagem – retire o filamento do
seu tubo protetor e encaixe
cuidadosamente no furo lateral
do mesmo. Coloque este conjunto
sobre a mesa e repita o processo
para montar os demais filamentos
a serem utilizados.
2.Método
2. Técnica – segure no cabo do aparelho
de modo que o filamento de nylon fique
perpendicular à superfície da pele do
paciente e pressione levemente até
atingir a força suficiente para curvar o
filamento, retirando-o suavemente e
mantido durante aproximadamente um
segundo e meio, sem permitir que o
filamento deslize sobre a pele.
2.Método
3. Procedimento – o teste começa com o
filamento mais leve (verde). Evite
que o local do teste seja observado
pelo paciente e peça ao mesmo
responder “sim” quando sentir o
toque do filamento. Na ausência de
resposta, prossiga com o próximo
filamento mais pesado (azul), e assim
progressivamente.
2.Método
ü  Aplique até 3 vezes em cada local de
teste, sendo que uma única resposta
positiva é suficiente para confirmar
sensibilidade no nível indicado.
ü  O intervalo de tempo entre cada contato
deve ser variado aleatoriamente;
ü  Na presença de úlcera, calos, cicatriz ou
tecido necrosado, realize o teste em área
próxima, dentro do mesmo território
específico.
2.Método
4. Cuidados gerais – para evitar danos:
ü  guardar cuidadosamente os filamentos após
uso,
ü  Filamentos danificados, enrugados ou
descalibrados dever ser descartados;
ü  Os filamentos devem ser cuidadosamente
limpos com água morna, sabão e álcool, não
devendo ser deixados de molho;
ü  Não utilizar os filamento para testar os
olhos, tecidos mucosos, nem lesões abertas.
MÃOS
Pés

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