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1.

Introdução

Na temática do assunto em síntese a revolução industrial foi a transição para novos


processos de manufactura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 a 1840. Esta
transformação inclui a transição de métodos de produção artesanais para a produção por
máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro,
maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento
das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo
carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para Europa
Ocidental e os Estados Unidos. A revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase
todos os aspectos da vida quotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse
processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentando sem precedentes
históricos, com uma boa renda média. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador do Premio
Nobel: Pela primeira vez na história o padrão de vida das pessoas comuns começou a se
submeter a um crescimento sustentado. Nada remotamente parecido com este comportamento
económico é mencionado por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade
teórica.

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2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral

 Estudar e analisar a Revolução Industrial desde o seu princípio até aos dias de hoje.

2.2. Objectivos Específicos

 Conhecer quando e como a resolução a Revolução Industrial teve o seu princípio;


 Conhecer os principais motivos que fizeram com que a Inglaterra fosse pioneira da
Revolução Industrial;
 Conhecer as três principais fases da Revolução Industrial, e os eventos desencadeados em
cada uma delas;
 Conhecer as principais consequências desencadeadas pela Revolução Industrial no
processo do desenvolvimento humanitário assim como do efeito que esta teve na
sociedade trabalhista.

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3. Revolução Industrial

Revolução Industrial foi iniciada na segunda metade do século XVIII e causou


profundas transformações para a humanidade, por meio do surgimento da indústria e do
capitalismo. Por Revolução Industrial, as ciências humanas compreendem como o período de
grande desenvolvimento tecnológico que foi iniciado na Inglaterra a partir da segunda metade do
século XVIII. Com o tempo, esse desenvolvimento espalhou-se para outras partes do mundo,
como a Europa ocidental e os Estados Unidos. Assim, surgiu a indústria, e as transformações
causadas por essa possibilitaram a consolidação do capitalismo.

A economia, a nível mundial, sofreu grandes transformações. O processo de produção


de mercadorias acelerou-se bastante, já que a produção manual foi substituída pela utilização da
máquina. O resultado foi o estímulo à exploração dos recursos da natureza de maneira
excessiva, uma vez que a capacidade produtiva aumentou. A Revolução Industrial também
impactou as relações de trabalho, gerando uma reacção dos trabalhadores, cada vez mais
explorados no contexto industrial.

3.1. Antecedentes Da Revolução Industrial

Antes da Revolução Industrial, a actividade produtiva era artesanal e manual (daí o


termo manufactura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da
escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas
vezes um mesmo artesão cuidava de todo processo, desde a obtenção da matéria-prima até à
comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos
próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas se não todas etapas do processo
produtivo.

Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo


produtivo uma vez que passaram a trabalhar para um patrão na qualidade de empregados ou
operários, perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores
passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais
passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com máquinas ficou conhecido por
maquinofactura.

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Segundo Eric Hobsbawm (2003) o início da Revolução Industrial ocorreu pelo
desenvolvimento da máquina a vapor, que aproveita o vapor da água aquecida pelo carvão para
produzir energia e revertê-la em força para mover as máquinas. Na Inglaterra, ainda no final do
século XVII, foi criada a primeira máquina desse tipo, por Thomas Newcomen, e, na década de
1760, esse equipamento foi aprimorado por James Watt.

Muitos historiadores sugerem, então, que a década de 1760 tenha sido o ponto de
partida da Revolução Industrial, mas existe muita controvérsia a respeito da datação do início
dessa revolução. De toda forma, é importante atermo-nos ao fato de que a Revolução Industrial
ficou marcada pelo desenvolvimento tecnológicos e de máquinas que transformou o estilo de
vida da humanidade. As primeiras máquinas que surgiram voltavam-se, principalmente, para
atender as necessidades do mercado têxtil da Inglaterra. Sendo assim, grande parte das primeiras
máquinas criadas veio com o objectivo de facilitar o processo de produção de roupas. Essas
máquinas teciam fios em uma velocidade muito maior que a do processo manual, e podemos
destacar algumas delas, como a spinning frame e a water frame.

Com o tempo e à medida que os grandes capitalistas foram enriquecendo, o lucro de


suas indústrias começou a ser revertido em investimento para o desenvolvimento das estradas
de ferro, por exemplo. O surgimento da locomotiva e da estrada de ferro permitiu que as
mercadorias pudessem ser transportadas com maior rapidez e em maior quantidade. Isso
aconteceu porque o lucro da indústria inglesa era tão alto que permitiu a diversificação dos
investimentos em outros segmentos.

3.2. O Trabalhador Na Revolução Industrial

A Revolução Industrial causou profundas transformações no mundo, e uma dessas


transformações deu-se no processo produtivo e no estilo de vida dos trabalhadores. Para que
possamos entender como a vida do trabalhador mudou, precisamos visualizar, antes, as
mudanças no processo de produção de mercadorias utilizando o contexto da produção têxtil.

Antes da Revolução Industrial, o processo de produção era manufactureiro, ou seja, a


produção acontecia em uma manufactura, na qual a produção era manual e o trabalhador
realizava seu trabalho por meio de sua capacidade artesanal. Com o desenvolvimento das

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máquinas, a produção passou a ser parte da maquinofactura, isto é, a máquina era a grande
responsável pela produção. Assim, se, antes da máquina, a produção necessitava da habilidade
artesanal do trabalhador, agora, isso não era mais necessário porque qualquer trabalhador poderia
manejar a máquina e realizar todo o processo sozinho. Na prática, isso significa que não era mais
necessário um trabalhador com habilidades manuais, e o resultado disso foi que seu salário
diminuiu.

Segundo Eric Hobsbawm (2003), utilizando como base o salário de um artesão que
trabalhava na cidade de Bolton (cidade inglesa próxima à Manchester), aponta que, em 1795 (no
começo da Revolução Industrial), o salário médio era de 33 shillings. Em 1815, esse salário já
havia caído para 14 shillings, e, entre 1829-1834, ele já era inferior a 6 shillings. Esse processo
de quedas salariais aconteceu em toda Inglaterra e espalhou-se pela Europa na medida em que
ela industrializou-se.

Além do salário extremamente baixo, os trabalhadores eram obrigados a aceitar


uma carga de trabalho excessivamente elevada que, em alguns casos, chegava a 16 horas
diárias de trabalho, das quais o trabalhador só tinha 30 minutos para almoçar. Essa jornada era
particularmente cruel porque todos aqueles que não a aguentassem eram prontamente
substituídos por outros trabalhadores. O trabalho, além de cansativo, era perigoso, pois não havia
nada que protegesse os trabalhadores, e eram comuns os acidentes que os faziam perder os dedos
ou mesmo a mão em casos mais graves. Os afastados por problema de saúde não recebiam, pois
o salário só era pago para aqueles que trabalhavam. Os que ficavam fisicamente incapacitados de
exercer o serviço eram demitidos e outros trabalhadores contratados.

Na questão salarial, mulheres e crianças também trabalhavam e seus salários eram, pelo
menos, 50% menores do que os dos homens adultos. Muitos patrões preferiam contratar somente
mulheres e crianças porque o salário era menor (e, por conseguinte, seu lucro maior) e essas
eram mais sujeitas a obedecerem às ordens, sem se rebelarem. Esse quadro de extrema
exploração dos trabalhadores fez com que esses se mobilizassem em prol de melhorias de sua
situação. Assim, foram criadas as organizações de trabalhadores, conhecidas no Brasil como
sindicatos e na Inglaterra como trade union. As maiores reivindicações dos trabalhadores eram
melhorias no salário e redução da carga de trabalho. A mobilização dos trabalhadores deu

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surgimento a dois grandes movimentos, na primeira metade do século XIX, na Inglaterra, que
são o Ludismo e o Cartismo.

 O primeiro actuou no período entre os anos de 1811 e 1816 e ficou marcado pela
mobilização de trabalhadores para invadir as fábricas e destruir as máquinas. Os adeptos
do ludismo acreditavam que as máquinas estavam roubando os empregos dos homens e,
assim, era necessário destruí-las. A repressão das autoridades inglesas sobre o ludismo foi
duríssima, e o movimento teve actuação muito curta.
 O segundo surgiu na década de 1830 e mobilizou trabalhadores para lutar por direitos
trabalhistas e também por direitos políticos. Os cartistas tinham como uma de suas
principais exigências o sufrágio universal masculino, isto é, exigiam que todos os homens
tivessem direito ao voto. Além disso, reivindicavam que a classe trabalhadora tivesse
representação no Parlamento.

Os protestos de trabalhadores na Inglaterra resultaram em algumas melhorias para essa


classe, e essas melhorias foram obtidas, principalmente, por meio da greve. Um dos grandes
ganhos dos movimentos de trabalhadores na Inglaterra foi conquistar a redução da jornada de
trabalho para 10 horas por dia.

Importante mencionar que a mobilização de trabalhadores não foi resultado apenas da


Revolução Industrial, uma vez que, na história recente da Europa, as populações mais pobres
revoltavam-se contra as autoridades. Um exemplo na própria história inglesa foram os diggers,
que se mobilizaram durante os anos da Revolução Puritana.

3.3. Revolução Industrial Na Inglaterra

A Revolução Industrial, como mencionamos, iniciou-se na Inglaterra no século XVIII


e, com o tempo, espalhou-se pela Europa, Estados Unidos, Japão etc. Isso aconteceu porque a
Inglaterra reunia todas as condições necessárias para tanto.

Primeiro, o desenvolvimento tecnológico e industrial que aconteceu na Inglaterra só foi


possível pelo estabelecimento precoce da burguesia no poder inglês. Isso porque a Inglaterra foi
o primeiro país absolutista a passar por uma revolução burguesa a Revolução Gloriosa, que

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aconteceu no ano de 1688. A partir dela, a burguesia estabeleceu-se no poder, e isso garantiu
o desenvolvimento da economia inglesa.

Com essa revolução, o país converteu-se em uma monarquia constitucional


parlamentarista, na qual o poder dos reis estava submetido ao Parlamento. Desse modo, a
burguesia, consolidada no poder, começou a tomar medidas que a fortaleciam e atendiam seus
interesses economicamente. Antes disso, a economia inglesa havia sido beneficiada por uma
medida tomada em 1651, antes mesmo da Revolução Gloriosa. Nesse ano, foram decretados, por
Oliver Cromwell, os Actos de Navegação, uma lei que determinava que as mercadorias
compradas e vendidas pela Inglaterra só seriam transportadas por embarcações inglesas. Isso
alterou as rotas marítimas inglesas e transformou o país na maior potência comercial do mundo,
dando início ao processo de acumulação de capital no país. Esse capital excedente foi utilizado
no desenvolvimento das máquinas, tempos depois.

Além do capital para investir no desenvolvimento industrial, era necessário também que
houvesse grande quantidade de mão-de-obra para trabalhar nas indústrias. Acontece que a
Inglaterra do século XVIII tinha uma grande quantidade de mão-de-obra, fruto dos cercamentos
que forçaram os camponeses ingleses a mudarem-se para as cidades inglesas. Esses cercamentos
eram resultado da Lei dos Cercamentos, uma lei inglesa que permitia que as terras comuns
utilizadas pelos camponeses fossem cercadas e transformadas em pasto para a criação de
ovelhas. Essas terras comuns eram parte de um sistema feudal que separava determinadas áreas
para que os camponeses cultivassem-nas. Os cercamentos resultaram na expulsão dos
camponeses de suas terras, uma vez que essas estavam sendo transformadas em pasto e esses não
tinham mais como sobreviver no campo. Assim, os camponeses eram obrigados a irem para o
único lugar onde poderiam obter um sustento: as cidades. Lá, tornaram-se mão-de-obra que
alimentava as indústrias, e essa grande disponibilidade dava aos patrões um poder de pressão
sobre o salário dos trabalhadores.

Por último, mas não menos importante, é necessário destacar que a Inglaterra possuía
uma grande reserva exactamente das duas matérias-primas mais importantes para o
desenvolvimento industrial naquele momento: carvão e ferro. Essas matérias eram essenciais
para a construção das máquinas e para seu funcionamento (à base do vapor da água).

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3.4. Fases Da Revolução Industrial

Geograficamente, a Revolução Industrial, no que tange às transformações nos campos


económico, tecnológico e social, possibilitou uma nova forma de organização da sociedade, bem
como deu início a uma nova forma de produção e consumo de bens e serviços. A revolução, em
seu início (meados do século XVIII), limitou-se à Inglaterra. Contudo, com os avanços
alcançados, possibilitou novas transformações para além da Europa ocidental. Esses
desdobramentos ficaram conhecidos como fases da Revolução Industrial e representam o
desenvolvimento das sociedades mediante às tecnologias empregadas em cada período. Contudo,
é importante deixar claro que, apesar de ser apresentada em fases, a Revolução Industrial não
teve ruptura, sendo, portanto, um processo contínuo de transformações socioeconómicas que
transformou a produção capitalista.

3.4.1. Primeira Revolução Industrial

Foto 1: A foto ilustra a Primeira Revolução Industrial, marcada pelo início do processo de
industrialização que transformou cenário económico e social. Fonte: Brasil Escola.

A primeira fase da Revolução Industrial corresponde à sua eclosão no século


XVIII (1760 a 1850), limitada à Europa ocidental e tendo a Inglaterra como precursora. Essa
primeira fase representa o conjunto de mudanças no sector económico e no sector
social possibilitado pela evolução tecnológica. Esses avanços contribuíram para a consolidação
de uma nova forma de produção, bem como deram início a uma nova realidade industrial,
estabelecendo um novo padrão de consumo na sociedade e novas relações de trabalho.

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A Primeira Revolução Industrial possui como marco a substituição da manufactura pela
maquinofactura, ou seja, a substituição do trabalho humano e a introdução de máquinas capazes
de realizar esse trabalho com maior precisão e em menor tempo. Nesse período, houve a
expansão do comércio, e a mecanização possibilitou maior produtividade e, consequentemente, o
aumento dos lucros. As indústrias expandiam-se cada vez mais, criando, então, um cenário de
progresso jamais visto.
As principais invenções do período contribuíram para o melhor escoamento das
matérias-primas utilizadas nas indústrias e também favoreceu o deslocamento de consumidores e
a distribuição dos bens produzidos.

Os principais avanços tecnológicos conhecidos nessa fase foram:

 Uso do carvão como fonte de energia para máquina a vapor;

 Desenvolvimento da máquina a vapor e criação da locomotiva;

 Invenção do telégrafo;

 Aparecimento de indústrias têxteis, como a do algodão;

 Ampliação da indústria siderúrgica.

3.4.2. Segunda Revolução Industrial

Foto 2: Segunda Revolução Industrial, marcada pela introdução de novas fontes de energia e
de novas técnicas de produção, com destaque para a indústria química. Fonte: Brasil Escola.

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A segunda fase da revolução corresponde ao processo evolutivo das tecnologias que
modificaram ainda mais o cenário económico, industrial e social. Essa fase iniciou-se da metade
do século XIX até o início do século XX, findando-se durante a Segunda Guerra Mundial (1939
a 1945). Esse período representou avanços não só tecnológicos mas também geográficos,
representando o momento em que a revolução deixou de limitar-se à Inglaterra espalhando-se
para outros países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha e França.

A Segunda Revolução Industrial eclodiu como consequência, principalmente, das


grandes revoluções burguesas ocorridas no século XIX, representadas pela classe dominante na
época, a burguesia. Essas revoluções foram as responsáveis pelo fim do Antigo Regime e
também influenciaram o fortalecimento do capitalismo, impulsionado pela industrialização.
Foi nesse período que surgiu o capitalismo financeiro, que acabou por moldar essa fase, que
ficou conhecida como o período das grandes inovações. Esse avanço e aperfeiçoamento
tecnológico possibilitou aumentar a produtividade nas indústrias, bem como os lucros obtidos. O
mundo vivenciou novas criações e o incentivo à pesquisa, principalmente no campo da medicina.

As principais inovações dessa fase da revolução estão associadas à introdução de novas


fontes de energia e de novas técnicas de produção, com destaque para a indústria química. O uso
da electricidade do petróleo possibilitou a substituição do vapor. A electricidade, antes usada
apenas no desenvolvimento de pesquisas laboratoriais, passou a ser usada também no sector
industrial. O petróleo passou a ser utilizado como combustível, e seu uso difundiu-se com a
invenção do motor a explosão.

Na Segunda Revolução Industrial, destacaram-se:

 A substituição do ferro pelo aço;

 o surgimento de antibióticos;

 A construção de ferrovias e navios a vapor;

 A invenção do telefone, da televisão e da lâmpada incandescente;

 O uso de máquinas e fertilizantes químicos na agricultura.

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3.4.3. Terceira Revolução Industrial

Foto 3: A foto ilustra a Terceira Revolução Industrial, marcada como Revolução Tecno-
científica e especialmente pelo desenvolvimento da robótica. Fonte: Brasil Escola.

A terceira fase da Revolução Industrial iniciou-se na metade do século XX, após o fim
da Segunda Guerra Mundial, e ficou conhecida também como Revolução Técnico-Científica. A
principal mudança representada por essa fase está associada ao desenvolvimento tecnológico
atribuído não só ao processo produtivo mas também ao campo científico. A industrialização,
nesse momento, espalhou-se pelo mundo.

A Terceira Revolução Industrial significou um novo patamar alcançado pelos avanços


tecno-científicos que são até hoje vivenciados pela sociedade. Os principais marcos desse
período podem ser vistos por meio dos aperfeiçoamentos e das inovações nas áreas
de robótica, genética, telecomunicações, electrónica, transporte e infra-estrutura.

Tudo isso transformou ainda mais as relações sociais e modificou o espaço geográfico.
Fala-se nessa fase em globalização, que representa o avanço tecnológico, especialmente no
sistema de comunicação e transporte, o qual possibilitou maior integração económica e política.
A tecnologia, nessa fase da revolução, permitiu diminuírem-se tempo e distância, aproximando
pessoas do mundo todo e possibilitando a transmissão de informações instantaneamente,
ultrapassando os obstáculos físicos, culturais e sociais.

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3.5. Consequências Da Revolução Industrial

A Revolução Industrial representou um marco na história da humanidade transformando


as relações sociais, as relações de trabalho, o sistema produtivo e estabeleceu novos padrões de
consumo e uso dos recursos naturais. As consequências foram muitas e estão relacionadas à cada
fase vivida no processo evolutivo das tecnologias que proporcionou a industrialização dos países.

3.5.1. Consequências Da Primeira Revolução Industrial

Durante a Primeira Revolução Industrial, o modo capitalista de produção reorganizou-


se. As principais consequências desse período foram:

 Substituição do trabalho humano por máquinas, o que ampliou o êxodo rural e


intensificou o crescimento urbano;

 Crescimento desenfreado das cidades, acarretando favelização, marginalização de


pessoas, aumento da miséria, fome e violência;

 Aumento significativo de indústrias e, consequentemente, da produção;

 Organização da sociedade em dois grupos: a burguesia versus o proletariado.

3.5.2. Consequências Da Segunda Revolução Industrial

Os avanços tecnológicos obtidos na Segunda Revolução Industrial fizeram com que a


industrialização alcançasse outros países, especialmente os mais ricos. Esses, a fim de ampliarem
seu mercado, deram início a uma expansão territorial também em busca de matéria-prima, o que
ficou conhecido como imperialismo.

As principais consequências desse período foram:

 Aumento da produção em massa e em curto espaço de tempo, aumentando também o


comércio;

 Avanços nos sectores de transporte e telecomunicações que ampliaram o mercado


consumidor, bem como o escoamento dos bens produzidos;

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 Surgimento das grandes cidades e, com elas, dos problemas de ordem social, como a
superpopulação;

 Aumento de doenças;

 Desemprego e maior disponibilidade de mão-de-obra barata;

 Avanços no sector da saúde que possibilitaram melhorias na qualidade de vida da


população.

3.5.3. Consequências Da Terceira Revolução Industrial

A terceira fase da Revolução Industrial que integrou a ciência, a tecnologia e a produção


transformou ainda mais a relação do homem com o meio. A apropriação dos recursos naturais
era cada vez mais intensa, visto que, a cada dia, tornou-se mais necessário viabilizar as
produções em massa.

As principais consequências da Terceira Revolução Industrial foram:

 Muitos avanços no campo da medicina;

 Criação de robôs capazes de fazer trabalhos minuciosos e mais precisos;

 Técnicas na área da genética que melhoraram a qualidade de vida da população;

 Consolidou-se o capitalismo financeiro;

 Aumento do número de empresas multinacionais;

 Maior difusão de informações e notícias, integrando o mundo todo instantaneamente;

 Aumento dos impactos ambientais negativos e esgotamento de recursos naturais;

 Preocupação com o desenvolvimento económico que explora os recursos naturais sem se


preocupar com as gerações futuras, gerando a necessidade de buscar um modelo
de desenvolvimento sustentável.

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4. Conclusão

Chegou-se a conclusão de que o início e a duração da Revolução Industrial variam de


acordo com diferentes historiadores. Eric Hobsbawan considera que a revolução explodiu na
Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840.
Enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830. Alguns
historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm argumentos que o
processo de mudança económica e social ocorreu de forma gradual e que o termo ʻʻRevoluçãoˮ é
equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate entre os historiadores. O PIB per capita
manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do Surgimento da economia
capitalista moderna. A revolução impulsionou uma era de forte crescimento económico nas
economias capitalistas e existe um consenso entre historiadores económicos de que o inicio da
Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a
domesticação de animais e a agricultura. A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a
Segunda Revolução Industrial, nos anos de transição entre 1840 e 1870. Quando o progresso
tecnológico e económico ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor, navios,
ferroviais, fabricação em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam
a energia a vapor.

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5. Referencias Bibliografias

HOBSBAWM, Eric J. A Era das Revoluções 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014, p.
79.

HOBSBAWM, Eric J. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo (5ª.ed). Rio de Janeiro:


Forense Universitário, 2003.

SOUZA, Osvaldo Rodrigues de História Geral. São Paulo: Editora Ática, 1990.

THOMPSON, E. P. A formação da Classe Operária Inglesa. São Paulo: Paz e Terra, 1987.

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