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CAPÍTULO 08

Os Estados
Unidos no
Século XIX
Professor Luís Nascimento

Professor Luís Nascimento


luisfelipenascimento@ceinet.com.br
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A EXPANSÃO
A GUERRA CIVIL
E O DESTINO
(1861-1865)
MANIFESTO

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RECONSTRUÇÃO O IMPERIALISMO
RADICAL ESTADUNIDENSE
(1865-1877) NA AMÉRICA
LATINA
INTRODUÇÃO
• Nas décadas seguintes à independência norte-americana,
os colonos avançaram sobre territórios vizinhos,
tomando-os pela força das armas ou comprando-os das
metrópoles europeias;
• Em menos de um século, transformaram-se numa
potência continental, ocupando uma região que ia do
oceano Atlântico ao Pacífico.
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A EXPANSÃO E O
DESTINO MANIFESTO
EXPANSÃO TERRITORIAL
• Os governantes dos Estados Unidos
incentivaram a vinda de colonos para ocupar
produtivamente as terras ao sul e ao oeste;
• Dessa forma, um intenso fluxo migratório
vindo principalmente da Europa multiplicou
rapidamente a população estadunidense
o De 2,4 milhões em 1775, ela chegou a mais de 7
milhões em 1820, saltando para perto de 90
milhões em 1890.
EXPANSÃO TERRITORIAL
• Em 1803, o governo estadunidense
estabelecia seu domínio sobre
• a Louisiana, comprada da França;
• sobre a Flórida, em 1819, comprada da
Espanha;
• sobre a região norte do México após vencê-lo
na guerra em 1848;
• e, finalmente, sobre o Alasca, comprado da
Rússia em 1867.

• O Havaí foi incorporado em 1959, tornando-


se o 50º estado-membro dos Estados Unidos
da América.
EXPANSÃO TERRITORIAL
• Outro estímulo para a ocupação dos territórios a
oeste foi a descoberta de ouro na Califórnia,
atraindo um imenso fluxo de população;
• Os pioneiros, além dos diversos incentivos
governamentais, também contaram com a
expansão das ferrovias.
A CORRIDA DO OURO
• Em 19 de agosto de 1848, o jornal New York Herald publicou
uma notícia que levou muita gente a se mudar para a Califórnia: a
descoberta de ouro no rio Sacramento;
• Nos meses seguintes, milhares de pessoas de todo o mundo
povoaram o árido oeste dos Estados Unidos na esperança de se
tornaram ricos;
• Mas foram poucos os que enriqueceram com a corrida do ouro.
DIALOGANDO COM O PRESENTE…

• Na Liga Nacional de Futebol Americano (National Football League – NFL)


o time da cidade São Francisco, CA, homenageou a Corrida do Ouro
iniciada em 1849 no nome da franquia.
DESTINO MANIFESTO
• A expansão territorial, o crescimento demográfico e o rápido desenvolvimento
econômico dos Estados Unidos foram interpretados pelos estadunidenses como a prova
de um destino glorioso, traçado por Deus;
• Essa crença, ainda muito presente naquela sociedade contemporânea, é conhecida como
Doutrina do Destino Manifesto
• A expressão “Destino Manifesto”, porém, foi duramente criticada pelos políticos dos estados do
norte
o Diziam que o termo serviria para justificar a expansão da escravidão nos estados que eram criados à
medida que os territórios do Oeste eram incorporados ao governo federal americano;
o Também foram utilizadas para apoiar a política expansionista dos Estados Unidos para a América Central
e Caribe;
o Até hoje é possível encontrar resquícios do "Destino Manifesto" na política estadunidense quando os
presidentes americanos se atribuem o papel de guardiões da democracia e da liberdade mundial.
A CONQUISTA DO OESTE VISTA PELOS INDÍGENAS

• Durante o avanço dos conquistadores para o


Oeste, muitos indígenas morreram em
decorrência das doenças trazidas pelos europeus
ou foram assassinados durante conflitos;
• Diversos grupos resistiram ao avanço do
colonizador, realizando ataques-surpresa e
emboscadas, que muitas vezes resultavam na
morte dos inimigos;
• No entanto, a superioridade bélica dos
colonizadores prevaleceu: no final do século XIX,
grande parte dos povos nativos indígenas da
América do Norte tinha sido extinta.
A CONQUISTA DO OESTE VISTA PELOS INDÍGENAS
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A GUERRA CIVIL
(1861 – 1865)
UM PAÍS DIVIDIDO PELA ESCRAVIDÃO
• Meados do século XVIII: arroz e tabaco dominam a agricultura do sul dos Estados Unidos;
• A partir do Século XIX: estímulo à produção de algodão para a indústria inglesa
o Mesmo com a proibição do tráfico negreiro nos EUA, em 1808, os africanos escravizados eram a
principal mão de obra nas fazendas sulistas;

• Em 1860, a população escrava, que chegava a quase 4 milhões, representava um terço da


população dos EUA;
• Segunda metade do século XIX: Estados do Sul x Estados do Norte
o Os sulistas eram favoráveis à manutenção da escravidão, já que viviam da agricultura;
o Os nortistas defendiam uma mão de obra livre e assalariada.
A CAMINHO DA GUERRA CIVIL
• A questão escravista foi um dos principais motivos para a eclosão de uma guerra civil no país
o Os fazendeiros do sul pretendiam expandir suas grandes propriedades em direção ao oeste;
o Os estados do norte, queriam impedir o avanço da escravidão;

• No entanto, decretar o fim do trabalho cativo interferiria na soberania dos estados sulistas;
• Para agravar a discussão, as elites políticas e econômicas do norte defendiam o aumento nas
tarifas alfandegárias, enquanto que o sul queria manter as tarifas de importação baixas;
• O ápice da crise veio com a eleição do nortista Abraham Lincoln para presidente dos EUA
o Defendia a manutenção da escravidão nos estados que já a praticavam, mas prometia combater qualquer
movimento separatista.

• O discurso ambíguo de Lincoln deixou o sul ainda mais insatisfeito.


• Em resposta, o estado da Carolina do Sul decidiu separar-se dos Estados Unidos.
o Dez estados seguiram o exemplo e, em fevereiro de 1861, fundaram um novo país:
os Estados Confederados da América.
A GUERRA CIVIL E O FIM DA ESCRAVIDÃO
• Com a formação dos Estados Confederados da América
eclodiu a Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão).
• Exército da União (NORTE) x Exército Confederado (SUL)
• A liderança de Abraham Lincoln foi muito importante para o
desfecho do conflito
• Proibiu a entrada de mercadorias de primeira necessidade nos
estados do sul;
• Decretou a LEI DO CONFISCO – autorizava a apreensão de todos
os bens dos confederados;
• Com a pressão dos setores abolicionistas + a busca pela popularidade, Lincoln decretou o fim
da escravidão em todos os estados em janeiro de 1863;
• Sem recursos, os estados do sul se renderam em 1865;
• A Guerra Civil Americana é considerada a primeira guerra moderna
o 600 mil pessoas morreram – conflito com o maior número de vítimas da história do continente.
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A RECONSTRUÇÃO RADICAL
(1865 – 1877)
A RECONSTRUÇÃO RADICAL
• Após o término da Guerra de Secessão, durante um curto período que
ficou conhecido como reconstrução radical, grupos contrários à
segregação racial procuraram construir uma nação mais democrática
o Foram feitos projetos de integração dos negros à sociedade estadunidense, por meio da
educação, da distribuição de terra e da ampliação do direito ao voto

• Em reação a essas medidas, sociedades secretas violentas e


racistas, como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan,
passaram a atacar e atemorizar os libertos e quem apoiasse a
equiparação civil entre brancos e negros;
• Em 1877, Rutherford Hayes, candidato republicano à presidência estadunidense,
comprometeu-se a retirar as tropas federais e a não intervir nas questões dos estados
sulistas, para garantir que sua polêmica vitória eleitoral fosse reconhecida pelo
Partido Democrata (representante dos interesses do sul)
o Conhecido como Acordo de Hayes, esse compromisso pôs fim aos direitos civis conquistados pelos negros
em 1865.
SEGREGAÇÃO RACIAL
• Proliferaram no sul os black-codes, impedindo os ex-escravizados de exercer cargos
públicos, de votar e de frequentar os mesmos espaços públicos que os branco;
• A abolição da escravidão e a vitória da União, antiescravista, na Guerra Civil Americana
não garantiram aos negros do país a conquista da cidadania
o Os ex-escravos dependiam do acesso à educação, da aquisição de terras e do direito ao voto para conseguir
atuar como cidadãos;

• Tanto os parlamentares sulistas quanto os nortistas viam os negros enquanto “raça


inferior”, por isso a abolição seria o suficiente em termos de direitos;
• A política de segregação chegou ao extremo na década de 1870, quando alguns
estados da federação aprovaram as Leis Jim Crow
o Proibia, por exemplo, que negros e brancos frequentassem os mesmos restaurantes, estações de trem, escolas,
barbearias, banheiros, entre outros espaços públicos;
o Essas leis só foram revogadas na década de 1960.
A FORMAÇÃO DO KU KLUX KLAN (KKK)
• A Ku Klux Klan (KKK) ou Klan é uma organização terrorista que foi fundada em uma
pequena cidade do Tennessee, Estados Unidos, entre os anos de 1865 e 1866
o Essa organização, que se pauta pelo supremacismo branco, promovia e promove atos terroristas contra
pessoas negras e simpatizantes dos direitos dos negro;

• Promovia atentados contra negros, recém-libertos pela 13ª Emenda Constitucional


dos Estados Unidos, e também contra brancos que faziam a defesa dos direitos dos
negros;
• As vítimas da Klan podiam ser espancadas até a morte ou mesmo ser enforcadas em
vias públicas
o As motivações para essas ações sempre partiam de acusações vagas e falsas que colocavam os negros em
posição de seres bestiais;
o Os membros da Klan apresentavam-se como os protetores dos bons costumes;
o Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham sido vítimas do terror promovido por esse grupo
KKK ATUALMENTE
• Grupos extremistas, como o caso da Klan, são acompanhados por entidades
específicas nos Estados Unidos;
• A Southern Poverty Law Center (SPLC) é um desses grupos e, segundo essa
entidade, a Klan se enfraqueceu bastante da década de 1970 em diante
o Esse enfraquecimento é atribuído a dissidências internas entre as lideranças dos supremacistas e à ação
governamental de investigação e punição dos envolvidos em organizações desse tipo;
o A SPLC também afirma que muitos membros da Klan procuraram outras estratégias para sua ideologia
supremacista, divulgando-a como uma “luta pelos direitos do homem branco”;
o Estima-se que atualmente existam 8 mil pessoas vinculadas a diferentes organizações que se baseiam nos
princípios e que se autointitulam como Klan;
o As diferentes células da Klan se espalham por diversos estados dos Estados Unidos.
KKK ATUALMENTE

Inside the New Ku Klux Klan

Alunos geram polêmica


ao se fantasiarem de
Ku Klux Klan na escola
Hate Rising: White
Supremacy in America
DEFENSORES DA IGUALDADE

Martin Luther King Jr. Angela Davis Malcolm X


Foi um pastor batista e um Filósofa, professora Ativista que lutou pelos
dos principais líderes negros emérita do departamento direitos da comunidade
na luta contra a de estudos feministas da afro-americana, durante as
discriminação racial nos UC e ícone da luta pelos décadas de 1950 e 1960.
Estados Unidos. direitos civis.
Adepto do Islamismo, ele
Ativista político, reivindicava Próxima ao grupo Panteras fez parte de uma
salários dignos e mais Negras, foi presa na organização afro-
postos de trabalho para a década de 1970 e ficou americana chamada Nação
população negra. Além disso, mundialmente conhecida do Islã entre os anos de
defendeu os direitos das pela mobilização da 1952 e 1964.
mulheres e foi contra a campanha “Libertem
Guerra do Vietnã. Angela Davis”.
DISCURSO “I HAVE A DREAM” DE MARTIN LUTHER KING

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RACISMO NOS EUA DO SÉCULO XXI

• Em 25 de Maio de 2020, George Floyd foi assassinado pela


polícia de Mineapolis, Minessota nos EUA;
• Floyd disse repetidas vezes “não consigo respirar”;
• O episódio lembra o que aconteceu com Eric Garner, um
negro que morreu ao ser preso em 2014 em Nova York
• Garner repetiu "Não consigo respirar" 11 vezes.
RACISMO NOS EUA DO SÉCULO XXI

• Um agente segurou Blake pela camiseta e disparou


sete vezes nas costas dele;
• “Nenhum outro policial disparou”, informou o
departamento.
LUTA ANTIRRACISTA NO MUNDO
MÚSICA COMO PROTESTO
Why is it so hard – Charles Bradley
Why is it so hard here
To make it in America I went to upstate New York
I try so hard A little town they call
To make it in America Poughkeepsie
Got me a job
A land of milk and honey
A land supposed to be built To get away from all this stress
with love But I couldn't get away
It take love and understanding No matter how far I went
To live and let live Seems like nothing gonna
change
I was born in Gainesville Florida Everything still remained the
I traveled far and wide same
Then I moved to Brooklyn, New
York Why is it so hard
Had hard times, for sometime I To make it in America
hold on I try so hard
To make it in America
Seemed like nothing was goin' Why, tell me, tell me
right We gotta make a change, in
So I said to myself America
*CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR A MÚSICA You got to move away from Help me somebody
MÚSICA COMO PROTESTO
Glory – Common, John Legend
Selma's now for every man, woman and
child
Even Jesus got his crown in front of a
Hands to the Heavens, no man, no weapon crowd
Formed against, yes glory is destined They marched with the torch, we gon' run
Every day women and men become legends with it now
Sins that go against our skin become Never look back, we done gone hundreds of
blessings miles
The movement is a rhythm to us From dark roads he rose, to become a hero
Freedom is like religion to us Facin' the league of justice, his power was
Justice is juxtapositionin' us the people
Justice for all just ain't specific enough Enemy is lethal, a king became regal
One son died, his spirit is revisitin' us Saw the face of Jim Crow under a bald
Truant livin' livin' in us, resistance is us eagle
That's why Rosa sat on the bus The biggest weapon is to stay peaceful
That's why we walk through Ferguson with We sing, our music is the cuts that we
our hands up bleed through
When it go down we woman and man up Somewhere in the dream we had an
They say, "Stay down", and we stand up epiphany
Shots, we on the ground, the camera Now we right the wrongs in history
panned up No one can win the war individually
King pointed to the mountain top and we It takes the wisdom of the elders and young
ran up people's energy
Welcome to the story we call victory
The comin' of the Lord, my eyes have seen
*CLIQUE NA IMAGEM PARA OUVIR A MÚSICA
the glory
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O IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE
NA AMÉRICA LATINA
O IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE NA AMÉRICA LATINA
• As principais intervenções estadunidenses na América Latina deram-se a partir de
1823, quando os Estados Unidos se opuseram à Santa Aliança por meio da Doutrina
Monroe, sintetizada na frase “A América para os americanos”
o A Doutrina Monroe foi estabelecida pelo presidente dos Estados Unidos James Monroe, em 1823, durante um
discurso proferido no Congresso norte-americano que definiu as políticas a serem adotadas pelos Estados
Unidos em relação às nações europeias e países latino-americanos;
o Era uma forma de coibir qualquer interferência da Europa na América, tendo em vista que as antigas colônias
estavam atravessando o processo de independência.

• O presidente Theodore Roosevelt (1901-1909) aprovou um documento (Corolário


Roosevelt) no qual se dispunha a intervir em países caso achasse que seus interesses
estivessem ameaçados
o Essa declaração, voltada especialmente para a América Latina, fez com que a atuação externa norte-americana
ficasse conhecida como a política do Big Stick (“grande porrete”);
o O país demonstrava assim suas ambições de colocar toda a América sob sua influência (ampliação de
mercados), situação que acabou por se efetivar no final do século XIX e durante o século XX.
O IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE NA AMÉRICA LATINA
• Nesse período, os Estados Unidos realizaram diversas intervenções militares na região
do Caribe, na América Central e nas ilhas do Pacífico;
• Essa ampliação de poder internacional levou-os, por exemplo, a apoiar a
independência do Panamá em relação à Colômbia, em troca de um acordo (1903) pelo
qual arrendaram a Zona do Canal do Panamá – única passagem existente na região
ligando os oceanos Atlântico e Pacífico
o Somente em 1999 ocorreria a devolução da autonomia do canal ao governo do Panamá.

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