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Segregação racial nos Estados Unidos

Ônibus no qual Rosa Parks, no contexto da segregação racial


nos Estados Unidos, iniciou o famoso protesto por direitos civis.
[1]

A segregação racial nos Estados Unidos foi um tipo de


discriminação racial que teve início com a colonização e a
escravidão e que, nos séculos XIX e XX, se tornou sistêmica.
A segregação racial nos Estados Unidos foi um tipo de
discriminação racial que teve início com a colonização e a
escravidão e que se tornou uma crise sistêmica durante os
séculos XIX e XX. Sustentada pelas leis Jim Crow, que
impuseram a separação entre brancos e negros em escolas,
transportes públicos e praticamente todos os aspectos da vida
cotidiana, também existiram testes de alfabetização usados para
negar o direito de voto aos afro-americanos. Ocorreram vários
movimentos contrários à segregação racial nos Estados Unidos,
que só teve fim na década de 1960 por meio de ações legais e
legislativas.
Leia também: Ku Klux Klan — uma organização supremacista e
terrorista que perseguia e assassinava negros nos Estados
Unidos

Resumo sobre a segregação racial nos


Estados Unidos

● A segregação racial nos Estados Unidos foi um tipo de


discriminação racial cujo contexto histórico envolve a colonização,
a Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão) e a estrutura legal
desenvolvida no século XIX.

● A segregação racial nos Estados Unidos surgiu no período


colonial com a escravidão e se tornou sistêmica nos séculos XIX e
XX a partir de um aparato legal, como as leis Jim Crow.

● A segregação racial nos Estados Unidos incluiu


discriminação em habitação, trabalho, educação, sistema
de justiça criminal e saúde, persistindo de várias maneiras
na sociedade.

● Ocorreram diversos movimentos contra a segregação racial


nos Estados Unidos, liderados por Martin Luther King Jr.,
Rosa Parks, Malcolm X.

● O fim da segregação racial nos Estados Unidos ocorreu por


meio de ações legais e legislativas, como a Lei dos Direitos
Civis de 1964 e a Lei de Direito ao Voto de 1965.
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Origem da segregação racial nos Estados


Unidos

A origem da segregação racial nos Estados Unidos remonta à


colonização europeia, quando os colonos europeus
começaram a trazer africanos como escravos para trabalhar
nas plantações. A escravidão se tornou um sistema econômico
e social fundamental nos Estados Unidos durante o século XVIII e
XIX, com a população negra sendo subjugada e tratada como
propriedade.

Contexto histórico da segregação racial nos


Estados Unidos

Placa indicando uma sala de espera específica para negros na


estação de ônibus Greyhound, nos Estados Unidos.

O contexto histórico da segregação racial nos Estados Unidos


remonta aos séculos XVI a XX. Foi um fenômeno profundamente
enraizado na história do país e deve ser entendido dentro de um
contexto histórico mais amplo. Os principais elementos desse
contexto histórico são:
● Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão) e Abolição da
Escravidão: também conhecida como Guerra de Secessão, a
Guerra Civil dos Estados Unidos, ocorrida entre 1861 e 1865, foi
um marco importante na história dos Estados Unidos, e uma das
principais questões em jogo foi a escravidão. A vitória da União
levou à emancipação dos escravos com a promulgação da 13ª
Emenda à Constituição dos Estados Unidos em 1865, que proibiu
a escravidão.

● Período da Reconstrução: Após a Guerra Civil Americana,


houve um curto período conhecido como Reconstrução, durante o
qual foram promulgadas leis e políticas para garantir os direitos
civis e políticos dos afro-americanos recém-libertados. No entanto,
essa época foi seguida por uma reação violenta e a ascensão do
movimento supremacista branco, que resultou na implementação
de leis segregacionistas.

● Leis Jim Crow: A partir da década de 1870 até a década de


1960, os Estados do Sul dos Estados Unidos promulgaram uma
série de leis conhecidas como “Leis Jim Crow”. Essas leis
impuseram a segregação racial em escolas, transporte público,
instalações públicas epraticamente todos os aspectos da vida
diária, mantendo os afro-americanos em uma posição de
inferioridade legal e social.

Formas de segregação racial nos Estados


Unidos
Lanchonete nos Estados Unidos com duas portas de entrada:
uma para brancos e uma para negros.
No contexto dos séculos XIX e XX, os Estados Unidos tiveram
várias formas legais de segregação racial, principalmente no Sul
do país, em um período que ficou conhecido como a era da
segregação racial ou era Jim Crow. As principais formas de
segregação racial nos Estados Unidos foram:

● Leis Jim Crow: um conjunto de leis estaduais e locais


promulgadas principalmente no Sul dos Estados Unidos após a
Reconstrução, a partir da década de 1870 e até a década de
1960. Essas leis institucionalizaram a segregação racial em quase
todos os aspectos da vida, incluindo escolas, transporte público,
restaurantes, hotéis, teatros e até mesmo bebedouros e banheiros
públicos. As leis Jim Crow decretavam a separação “separados,
mas iguais”, o que significava que as instalações para brancos e
negros eram legalmente separadas, mas deveriam ser de
qualidade igual. No entanto, na prática, as instalações para
negros eram frequentemente de qualidade inferior.
● Testes de alfabetização: em alguns estados, leis de segregação
incluíam requisitos de alfabetização, que exigiam que os cidadãos
passassem em testes de alfabetização ou provas de propriedade
de terras para poderem votar. Essas leis eram projetadas para
negar o direito de voto aos afro-americanos e garantir a
supremacia branca.

● Segregação nas Forças Armadas: as forças armadas dos


Estados Unidos também eram segregadas racialmente durante
grande parte do século XX. Foi somente após a Segunda Guerra
Mundial (1939-1945) que o presidente Harry S. Truman emitiu
uma ordem executiva, em 1948, para eliminar a segregação das
Forças Armadas.

● Redlining: foram práticas discriminatórias usadas pelas agências


governamentais e instituições financeiras para negar empréstimos
e serviços a bairros predominantemente negros. Isso contribuiu
para a segregação residencial e desigualdades econômicas.

Movimentos contra a segregação racial nos


Estados Unidos
Martin Luther King
Jr., pastor, professor e líder de movimentos por direitos civis.
Os movimentos contra a segregação racial nos Estados
Unidos recebem o nome de Movimento dos Direitos Civis e
ocorreram no século XX. Liderado por ativistas, muitos dos
quais eram afro-americanos, para combater a segregação racial e
a discriminação sistemática, o movimento culminou na década de
1960 na aprovação de leis importantes, como a Lei dos Direitos
Civis de 1964 e a Lei de Direito ao Voto de 1965, que proibiram a
discriminação racial e expandiram os direitos de voto. Seus
principais líderes foram:

● Martin Luther King Jr. (1929-1968): pastor cristão e ativista que


liderou o movimento de não violência e desempenhou um papel
central na luta pelos direitos civis na década de 1950 e 1960. Seu
famoso discurso “I Have a Dream”, de 1963, é um marco histórico.
King foi assassinado em 1968.

● Rosa Parks (1913-2005): conhecida como a “mãe do movimento


dos direitos civis”. Em 1955, ela se recusou a ceder seu assento
em um ônibus público a um homem branco em Montgomery,
Alabama, desencadeando o boicote aos ônibus de Montgomery,
liderado por Martin Luther King Jr.

● Malcolm X (1925-1965): foi um líder carismático e influente que


advogou pela autodefesa e empoderamento da comunidade
negra. Ele foi uma figura central na luta pelos direitos civis na
década de 1960.

Fim da segregação racial nos Estados


Unidos

O fim da segregação racial nos Estados Unidos ocorreu


principalmente por meio de uma série de ações legais e
legislativas ao longo das décadas de 1950 e 1960. Dentre as
principais legislações, destacam-se:

● Lei dos Direitos Civis de 1964: legislação abrangente que


proibiu a discriminação racial em locais públicos, como escolas,
restaurantes, hotéis e instalações de transporte interestadual. Ela
também proibiu a discriminação em programas e atividades
financiados pelo governo federal.

● Lei de Direito ao Voto de 1965: legislação fundamental que


eliminou as barreiras que dificultavam o registro de eleitores
negros. A lei proibiu práticas de discriminação no processo de
votação, como testes de alfabetização, que haviam sido usados
para negar o voto aos afro-americanos.

● Lei dos Direitos Civis de 1968: legislação que proibiu a


discriminação na venda ou aluguel de habitações com base na
raça, cor, religião ou origem nacional. Ela também tornou ilegal
ameaçar, intimidar ou interferir nos direitos de uma pessoa de
habitar uma habitação justa.
Veja também: Apartheid — um regime de segregação racial que
vigorou na África do Sul durante grande parte do século XX

Exercícios resolvidos sobre a segregação


racial nos Estados Unidos

Questão 1
Durante o século XX, nos Estados Unidos, a segregação racial
nas escolas públicas foi um problema persistente que culminou
em um evento jurídico crucial para o movimento pelos direitos
civis. Qual evento marcou o fim dessa segregação nas escolas
públicas?
A) A ratificação da 13ª Emenda à Constituição dos Estados
Unidos.
B) O caso “Plessy v. Ferguson”, em 1896.
C) A aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964.
D) O Movimento dos Panteras Negras, em 1966.
E) O discurso de Malcolm X em 1963.
Resolução:
Alternativa C.
A aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964 foi um marco
crucial na história dos direitos civis nos Estados Unidos, pois
proibiu a segregação racial em locais públicos, incluindo escolas
públicas, encerrando oficialmente a discriminação racial nas
instituições educacionais.
Questão 2
No contexto da segregação racial nos Estados Unidos durante o
século XX, um líder do movimento pelos direitos civis é
especialmente conhecido por sua abordagem de resistência não
violenta na luta contra a segregação. Quem foi esse líder?
A) Malcolm X.
B) Rosa Parks.
C) Thurgood Marshall.
D) Fannie Lou Hamer.
E) Martin Luther King Jr.
Resolução:
Alternativa E.
Martin Luther King Jr. é reconhecido como o líder do movimento
pelos direitos civis que adotou uma estratégia de resistência não
violenta, inspirando e liderando protestos pacíficos contra a
segregação racial nos Estados Unidos. Seu discurso “I Have a
Dream” é um exemplo desse compromisso com a não violência.
Crédito de imagem
[1]
Wikimedia Commons (reprodução)

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