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#VidasNegrasImportam: A
luta dos negros pelos
direitos civis nos Estados
Unidos
#VIDASNEGRASIMPORTAM

Leia hoje o segundo texto da série especial


sobre o combate permanente ao racismo e ao
fascismo, escrito pelo Departamento de
Formação.

10 de junho de 2020 $
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Foto: divulgação

As cenas do brutal assassinato do ex-


segurança negro George Floyd na cidade de
Minneapolis nos Estados Unidos no dia 25 de
maio, asfixiado por 8 minutos e 46 segundos
por um policial branco, despertou uma enorme
onda de manifestações antirracistas em várias
cidades do país, se expandindo também para
outros países.

A luta pelo fim da escravidão levou os Estados


Unidos a uma Guerra Civil também chamada
de Guerra de Secessão (1861-1865) que
causou 600 mil mortes. A ata de emancipação
dos escravos foi assinada em 1º de janeiro de
1863 pelo presidente Abraham Lincoln, mas
somente com a 13ª Emenda Constitucional o
fim a escravidão foi oficializado. Com o fim da
guerra e da escravidão adotaram-se ações de
inclusão dos negros chamadas de
“reconstrução nacional” (1865-1877), como
acesso à educação básica, a cargos públicos e
ao voto, assim como, a criação de medidas
para que pessoas não voltassem a ser
escravizadas.

Na contramão dessas iniciativas, inaugurou-se


um período de racismo aberto contra os
negros depois do breve período de
reconstrução nacional. Com base nos
“Princípios dos Estados”, quase todos os
estados do sul dos EUA começaram a adotar
leis que impuseram segregação racial que
perduraram quase 90 anos (1876 e 1865).
Essas leis estaduais e locais previam separação
de brancos e negros nas escolas, instalações e
transportes públicos (ônibus, trens locais e
interestaduais, banheiros, bebedouros,
hospitais, hotéis, teatros, locais esportivos).
Em algumas cidades os negros eram
segregados em parques e praças. Também nos
espaços privados esses procedimentos eram
adotados (clubes, bares, restaurantes). Alguns
Estados adotaram também leis anti-
miscigenação, que proibiam relacionamentos e
casamentos inter-raciais.

Foto: divulgação

Junto com as leis segregacionistas vieram os


atos racistas mais violentos contra homens e
mulheres negros nas ruas e guetos como:
espancamentos, linchamentos, enforcamentos
e incêndios. Muitos desses atos eram
cometidos por grupos radicais que defendiam
a supremacia branca como a Ku Klux Klan.
Esse cenário foi respondido com mobilização e
organização da população negra que inicia a
sua luta pelos direitos civis. Começa-se
também a promoção de uma educação racial
nas comunidades negras diante da existência
de uma política aberta de racismo.

Após a Segunda Guerra Mundial, a luta pelos


direitos civis ganhou uma dimensão mais
ampla. Em 1955 ocorreu uma grande
mobilização em resposta à prisão de Rosa
Parks, uma costureira negra que foi
pressionada pelo motorista a ceder o seu lugar
a um homem branco que entrara no ônibus na
parada seguinte. Ao se recusar, foi presa
acusada de desobedecer o Código Civil da
cidade de Montgomery no Estado do Alabama.
A prisão de Parks gerou revolta e protestos,
além de um longo boicote às empresas de
ônibus da cidade que durou 13 meses e
fortaleceu o movimento dos direitos civis nos
Estados Unidos, surgindo lideranças que iriam
marcar a história americana, como o jovem de
26 anos, pastor protestante da Igreja Batista
de Montgomery Martin Luther King Jr e Rosa
Parks que ficou conhecida como a “mãe do
movimento dos direitos civis

Em 28 de agosto de 1963, cem anos após o


fim da escravidão, ocorre a “Grande Marcha
por Trabalho e Liberdade”, conhecida como a
Grande Marcha para Washington que reuniu
250 mil negros vindos de diversos lugares do
país. A Marcha contou com o apoio de várias
personalidades e lideranças no campo da arte,
da política, do sindicalismo e dos movimentos
sociais.

Foto: divulgação

A lei dos Direitos Civis foi finalmente


conquistada em 1964, seguida pela Lei dos
Direitos de Voto de 1965 acabando com a
política de segregação racial nos Estados
Unidos, que significou uma grande conquista
para população afro-americana. Mas o sonho
do reverendo Luther King Jr. de “que seus
filhos não fossem julgados pela cor de suas
peles, mas pelo seu caráter” ainda não seria
uma realidade, como o seu próprio assassinato
em 1968 viria a confirmar.

Nesta terça feira, no 15º dia de manifestações


nos Estados Unidos, ocorreu o funeral de
George Floyd acompanhado por milhões de
pessoas em todo o mundo. A forma indignada
como a sociedade americana respondeu ao
seu violento assassinato acende um chama de
esperança em todos nós. Depois de mais de
400 anos que os primeiro africanos chegaram
a América, esperamos que o sonho de Martin
Luther King finalmente possa se realizar e
possamos testemunhar a derrota efetiva do
racismo nos Estados Unidos e no mundo.

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10 de junho de 2020 $
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