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 IDENTIFICAÇÃO

Instituição: Tribunal de Justiça do Espírito Santo – Comarca de Cariacica

Departamento: Equipe de Serviço Técnico Sócio Judiciário (STSJ)

Programa/Projeto: 1ª Vara da Infância e da Juventude (Adoção; Guarda; Tutela e


Medidas Protetivas).

Endereço: São João Batista, 1.000, 2º andar – Bairro: Alto laje, Cariacica – ES,
CEP: 29.151-230.

Telefone: (27)32465625

E-mail: 1infancia-cariacica@tj.es.jus.br

Duração Prevista: 18 de Agosto a 18 de Agosto de 2016.

Dias e Horários do Estágio: Terça-feira e quinta-feira, das 13:00h às 17:00h.

Carga horária semanal: 08 (oito) horas

Dias e Horários de Supervisão no Campo: Terça-feira e quinta-feira, das 13:00h


às 17:00 hrs

Dias e Horários de Supervisão Acadêmica: Quinta-feira, das 07:00h às 11:00h.

Supervisor de Campo/nº. Do registro no CRESS: Sandra Christina de Sousa /


CRESS 2096 ES – 17º Região

Supervisor Acadêmico /nº. Do registro no CRESS: Maria das Graças Cunha


Gomes / 10052 ES – 17 Região

1. Introdução/Breve caracterização do Campo de Estágio


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A 1ª Vara Especializada da Infância e da Juventude, tem como


objetivo defender aos anseios da população infanto juvenil conforme dispositivos
contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECRIAD.

Segundo a Lei Complementar Nº 234/202 - Lei de Organização


Judiciária do Espírito Santo, em seu art. 11 a instituição de cunho público
governamental, enquanto órgão do Poder Judiciário Estadual é responsável por
atender aos munícipes de Cariacica tendo como público alvo, crianças,
adolescentes, e suas famílias que necessitam de intervenção judicial face
violação de direitos, para decidir seus conflitos ou para determinar o cumprimento
de algum direito que atinja a infância e juventude.

No município de Cariacica, as Varas especializadas para criança e


adolescente são divididas em duas, sendo que a primeira, realiza o
desenvolvimento de ações tais como: a de apreciação de pedidos de adoção e
seus incidentes; casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as
medidas cabíveis; efetuar estudo de pedidos de guarda e tutela; tomar ciência de
ações de destituição do poder familiar; acompanhar as crianças que estão
institucionalizadas, etc. Compete a Segunda tratar de assuntos referentes a atos
infracionais de crianças e adolescentes. Ambas as competências, são citadas no
artigo 148 do ECRIAD, entendidas como processos de Vara Única.

Na Vara, existem diversas áreas de atuação. Dessa maneira é


necessária a sistematização de normas e projetos vigentes com o objetivo de que
todos os componentes de diversos setores tenham uma visão ampla das ações
desenvolvidas nos mesmos.

Sua estrutura Organizacional compõe-se de:

 Autoridade Judiciária (Juiz de Direito);

 Secretária de Cartório, que recebe e organiza todos os expedientes


cartorários na matéria civil e criminal;

 Comissariado da Infância e Juventude;


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 Serviço Social;

 Psicologia.

Os processos estudados pela equipe técnica são: Adoção, Tutela,


Guarda, Medida Protetiva (Providência).

 Guarda: a guarda atende aos procedimentos em que terceiros


requerem a regularização da guarda de crianças e adolescentes. O Serviço Social
realiza estudo social e para tanto, tem autonomia no que diz respeito à utilização
de instrumentos e técnicas os quais julgar necessários à elaboração do parecer
técnico. São exemplos daqueles: análise de documentos, visitas domiciliares,
entrevista individual ou familiar, visitas institucionais.

 Adoção: compete ao setor analisar ações voltadas para a colocação


da criança ou adolescente em família substituta e o cadastro de postulantes à
adoção. O setor objetiva impedir que crianças e adolescentes permaneçam por
muitos anos em instituições de acolhimento e, por conseguinte, garantir a
convivência familiar e comunitária.

 Medidas de proteção: compete o acompanhamento de crianças e


adolescentes em acolhimento institucional ou sob risco social; realiza, também,
avaliação sobre ações de suspensão e destituição do poder familiar dos genitores
quando em situação de violação dos direitos fundamentais de crianças e
adolescentes. Cabe dizer que, na aplicação das medidas protetivas, levar-se-ão
em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

2. Objetivos

A Primeira Vara da Infância e Juventude de Cariacica têm por


finalidade assegurar o cumprimento das disposições previsto no Estatuto da
Criança e Adolescente – ECRIAD, objetivando garantir os direitos da criança
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e do adolescente, lhes permitindo, portanto condições para desenvolvimento


individual e social.

2.1. Objetivos do Serviço Social no Programa/Projeto/ação que está


inserido:

As atribuições e competências do profissional de Serviço Social,


independentemente de sua área de atuação, são orientadas e norteadas por
direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional (CFESS, 1993) e
na Lei de Regulamentação da Profissão (CFESS, 1993), que devem ser
observados e respeitados, tanto pelos (as) profissionais, quanto pelas instituições
empregadoras.

A Lei que regulamenta o trabalho profissional do assistente social e o Código de


Ética são instrumentos que possibilitam, para além da profissão, uma apreensão
do mundo, a partir de uma visão crítica e fundamentada, que se expressa de
forma muito especial na concretização de suas competências e atribuições. O
Serviço Técnico Sócio Judiciário da instituição subdivide-se em setores, e de
acordo com o ECRIAD de 1990, no que se refere à Medida Protetiva:
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são
aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta
Das Medidas Específicas de Proteção:
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas
isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das
medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos:
crianças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em
outras Leis, bem como na Constituição Federal;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de
toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção
integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são pela
Lei titulares;
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena
efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta
Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente
ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3 (três)
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esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e


da possibilidade da execução de programas por entidades não
governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção
deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do
adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros
interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no
caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do
adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à
imagem e reserva da sua vida privada
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja
conhecida
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e
do adolescente;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a
necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o
adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; 
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de
modo que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o
adolescente;
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção
da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que
os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se
isto não for possível, que promovam a sua integração em família
substituta;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente,
respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de
compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus
direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como
esta se processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em
separado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si
indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser
ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção
dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1oe
2odo art. 28 desta.
(BRASIL. Lei Nº8.069/1990, de 13 de Julho de 1990).

2.2. Competência da Vara Especializada da Infância e Juventude


Segundo a Lei Complementar Nº 234/202 - Lei de Organização
Judiciária do Espírito Santo, em seu art. 60 compete a Vara Especializada da
Infância e da Juventude:

I - conhecer dos pedidos de guarda, excetuando-se os requeridos por


genitores;
II - decretar a suspensão ou perda do poder familiar ou autorizar sua
delegação, nomear tutores e encarregados da guarda e destituí-los, na
forma da legislação específica;
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III - suprir, na falta dos pais ou responsáveis legais, consentimento ou


capacidade para casamento dos civilmente incapazes e conceder
emancipação;
IV - conhecer dos pedidos baseados em discordância paterna ou
materna, em relação ao exercício do pátrio poder, que acarretem prejuízo
aos direitos das crianças e dos adolescentes;
V - conhecer de ações de alimentos dos civilmente incapazes sem
representantes legais;
VI - determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento de registros
de nascimento e de óbito de crianças e adolescentes em situação de
risco pessoal e/ou social;
VII - conhecer dos mandados de segurança impetrados para garantia de
direitos difusos de crianças e adolescentes;
VIII - designar e dispensar livremente, entre cidadãos de inteira
idoneidade moral, agentes voluntários de proteção à criança e ao
adolescente, observados os dispositivos legais e administrativos;
IX - organizar estatística anual e relatório documentado do movimento da
Vara da Infância e da Juventude que remeterá, no mês de março, ao
Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça. (BRASIL. Lei nº234/2002, de
18 de Abril de 2002).
Considerando as leis citadas, percebem-se claramente tais
Competências da Vara enquanto instituição parte do Poder Judiciário Estadual, lhe
permiti garantir direitos individuais e sociais e resolver conflitos das crianças,
adolescentes e família em situação de violação de direitos.

2.3. Objetivos da ação do estagiário no campo

O estagiário de Serviço Social tem por objetivo obter uma primeira


aproximação com o campo e da observação da prática profissional. O acadêmico
observa e acompanha as ações desenvolvidas pelo assistente social, analisa a
realidade e as demandas de forma crítica e fundamentada no conhecimento
teórico-metodológico apreendido, identificando no campo que está inserido as
diversas expressões da questão social.
E ainda em consonância coma Resolução do CFESS nº 533/2008, que
trata da Supervisão Direta de Estágio, define como Estágio Curricular Obrigatório,

Aquele definido no projeto pedagógico do curso, cuja


carga estabelecido nas diretrizes curriculares da
ABEPSS e no Parecer CNE/CES 15/2002 é que esta
modalidade de estágio deve constar do projeto
pedagógico e da política de estágio da instituição de
ensino superior (UFA), de forma a garantir maior
qualidade à formação profissional. (CFESS, 2011,
p.20).
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Portanto, o estagiário é supervisionado e acompanhado em sua atuação


dentro da instituição pelo seu orientador, e dessa forma é fundamental ser objetivo
do acadêmico apreender conhecimentos, identificar as demandas de forma crítica,
identificar na instituição as competências e atribuições do Serviço Social
desenvolvendo a capacidade técnica-instrumental. Ampliando a compreensão a
respeito dos compromissos profissionais e da postura ética.

No que tange a Vara da Infância e Juventude de Cariacica, o objetivo do


estagiário é visualizar as várias expressões da “Questão Social” por traz dos
processos que ali chegam e suas especificidades, observar a metodologia técnico-
operativo desenvolvida pelo supervisor de campo.

3. Metodologia da ação a ser desenvolvida pelo estagiário:

As atividades definidas para o estágio estabelecem como prerrogativa


as seguintes atribuições:

 Apreensão referencial teórico e metodológico por meio de leituras do


ECRIAD, Constituição Federal/1988, Código de Ética do Assistente Social, Plano
Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, Lei de Regulamentação da
profissão e outras afins.

 Observação e intervenção do Assistente Social com as partes envolvidas


no processo, tais como: visita domiciliar, estudo social, atendimento e entrevista
social, cujo objetivo é que o estagiário possa exercitá-la para realizar a análise
processual;

 Com a orientação da supervisora sobre as atividades descritas e


propostas, dentro do possível serão realizados os atendimentos espontâneos,
entrevistas, visitas domiciliares, elaboração de convites judiciais e elaboração de
relatórios.
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 Operacionalização/execução do atendimento: acolhimento de demandas


espontâneas, elaboração de estudo social/relatórios, realização de visitas
domiciliares que são instrumentos que tem a finalidade de subsidiar o caráter
interventivo da profissão e desenvolver um trabalho além do aparente, desvelando
uma situação oculta aos nossos olhos em um primeiro momento de contato com o
usuário.

 Quanto ao processo de trabalho do assistente social, podemos evidenciar o


planejamento das ações como uma forma de organizar alguns instrumentos de
trabalho do profissional, como a visita domiciliar ou entrevista estabelecendo a
finalidade do instrumento a ser usado para garantir a integralidade do atendimento
de forma sistematizada visando o direito do usuário.

Com isso, serão desenvolvidas atividades de: leitura de


documentos/processos e de bibliografia específica que servirá de suporte teórico
para análise das situações apresentados pelos usuários na tentativa de relacioná-
los à totalidade do contexto em que estão inseridos; Observar o processo de
elaboração de relatório; estudo social, por meio de observação de atendimento
social; visita domiciliar/institucional e entrevistas.

A supervisão de estágio será feita diariamente por meio da dialética crítica. A avaliação
do trabalho do estagiário é uma forma de identificar as dificuldades durante o período de
estágio, bem como os avanços, reconhecendo os pontos positivos e negativos, a fim de
contribuir para o crescimento do aluno e futuramente como profissional.

Atividades/Ações a Metodologia/instrumental Periodicidade


serem desenvolvidas de trabalho
pelo estagiário
Participação na
Observação de
observação dos
atendimento Quando houver demanda e nos
atendimentos,
dias de Plantão Social
levantando os pontos
principais e relevantes
Visita domiciliares Acompanhar visitas Quintas-feiras
domiciliares, sendo essas
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realizadas de acordo com


a particularidade de cada
processo, tais como:
verificação de condições
de habitalidade, vínculos
afetivos ente outros.
Registro e Elaborar Relatório
sistematização das Quando se faz necessário
atividades
Registrar o Acolhimento e
o desligamento de
crianças e adolescentes
Acompanhamento de nos sistemas SIGA e
Quando se faz necessário
Processos CNCA, bem como a
manutenção desses
cadastros sempre que
necessário

5. Formas de avaliação do trabalho do estagiário

Realização de leituras bibliográficas especifica do campo de estágio que


serão indicadas pela supervisora de campo e a leitura de processos/documentos,
dando suporte teórico para analise das demandas institucional e sócio-
profissional.

 Cumprimento das tarefas estabelecidas pelo supervisor de campo;

 Assiduidade;

 Pontualidade;

 Comprometimento na realização das tarefas previstas no Plano de Estágio;

 Relacionamento com os membros da VIJC;


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 Participação nas atividades realizadas pela VIJC.

6. Referências

CÓDIGO DE NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA


DO ES - 09 de Dezembro de 2009.

BRASIL - Lei n° 8.069, de 13 de Julho de 1990 - Estatuto da Criança e


do Adolescente.

OLIVEIRA, C.A.H. S. O estágio supervisionado na formação profissional


do assistente social: desvendando significados. Serviço Social & Sociedade. São
Paulo, ano 25, n. 80, p. 59–81, nov. 2004.

CFESS. Código de Ética Profissional do Assistente Social. 1993.

Vitória, ES, 19 de Novembro 2015.

________________________________
Cleidiane Almeida Nunes Alvarenga
Acadêmica de Serviço Social

________________________________
Sandra Christina de Sousa
Supervisor de Campo

_________________________
Maria das Graças Cunha
Supervisora Acadêmica

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