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UNIDADE III

O Papel de Cada Instituição que


Compõem o Sistema de Garantia
de Direitos

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O Papel de Cada Instituição que Compõem o Sistema de Garantia de Direitos

Car@s estudantes,
Vamos iniciar nossa terceira unidade de maneira a ampliar nossa compreensão
sobre a atuação das instituições no Sistema de Garantia dos Direitos. Para tanto, faz-se
necessário pensar que o planejamento estratégico se refere à organização das atividades
futuras, sendo que o Marco Legal da Primeira Infância prevê princípios e diretrizes para
a elaboração de políticas públicas para a primeira infância, e veio consolidar a Doutrina
da Proteção Integral para a faixa etária de 0 a 6 anos. Esse Marco delineia várias
estratégias para juntura do Sistema de Garantia dos Direitos, almejando uma atuação
integrada que demanda por planejamento conjunto.
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente trata-se da
articulação e integração entre os diversos atores do Estado e da sociedade civil na
promoção, defesa e controle da efetivação dos direitos da infância e da adolescência
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). Assim, ainda que a
sociedade civil, a família, os órgãos públicos e as autoridades federais, estaduais e
municipais tenham atribuições específicas a desempenhar para que crianças e

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adolescentes tenham plenamente garantidos seus direitos, esses atores possuem igual responsabilidade para evitar, apurar
e solucionar os problemas existentes para efetivação dessas garantias. Fazem parte do Sistema de Garantia, os órgãos
públicos do sistema judiciário; as polícias militar, civil e federal; os conselhos tutelares; as entidades de defesa de direitos
humanos; os conselhos dos direitos de crianças e adolescentes e os diversos outros conselhos que atuam na discussão,
formulação e controle de políticas públicas; entre outros.
Neste sentido vale destacar que a instituição do Marco Legal da Primeira Infância foi por meio da Lei nº 13.257, de 8 de
março de 2016 (a qual dispôs sobre as políticas públicas para a primeira infância e alterou a Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal),
a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 11.770, de
9 de setembro de 2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012). Nesta perspectiva, o Marco Legal (Lei nº 13.257, de 8 de
março de 2016) traz contribuições no que tange à instituição de princípios e diretrizes para formulação e implementação de
políticas públicas para a primeira infância (art. 1), estabelecendo aspectos sobre o papel das políticas públicas para a primeira
infância, as quais devem criar condições e meios para que a criança tenha acesso à produção cultural e seja reconhecida
como produtora de cultura, desde a primeira infância (art. 15); além de assegurar os direitos da criança, colocando o papel
do Estado como fundamental na segurança e formação da criança, para que, assim, ela possa ter seu papel na sociedade
de forma branda e consciente (art.3).
No intuito de articular as diversas ações desenvolvidas pelas instituições do Sistema, coloca-se como fundamental a
transparência e a comunicação entre os atores da rede, de forma que possam promover um planejamento que esteja

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condizente com os interesses das crianças. Desta forma, menciona-se a constituição de um plano integrado que seja
desenvolvido de forma intersetorial que busque articulações entre as redes, sendo que para tanto cabe compreender os
seguintes aspectos:
1) conforme disposto pela Lei nº 13.257/2016 em seu
terceiro artigo, para assegurar os direitos das crianças faz-se
necessário o estabelecimento de políticas, planos e serviços para
a primeira infância que levem em consideração as
especificidades dessa faixa etária, de forma a garantir o seu
desenvolvimento integral. Essa disposição seria realizada por
meio do Plano Intersetorial para a Primeira Infância;
2) em relação ao atendimento das crianças e dos
adolescentes, todo o processo de implementação e efetivação
precisa considerar os princípios mencionados no art. 100, caput
e parágrafo único, da Lei nº 8.069/90, desta forma teríamos um Plano Individual e familiar de atendimento; e
3) o Plano estratégico de cada instituição.
Nota-se que os representantes do Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública podem acompanhar as
reuniões do comitê intersetorial de políticas públicas para a primeira infância. Neste sentido, compreende-se que a realização
de reuniões entre os integrantes do Sistema de Garantia dos Direitos constitui uma estratégia positiva e favorável para a

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implementação dos direitos das crianças, por favorecer a comunicação e trocas entre os profissionais. Assim sendo, coloca-
se como fundamental que cada órgão e cada agente tenha claro suas atribuições de seu papel, para que facilite a articulação
diante das variadas situações de atenção às necessidades e aos interesses das crianças.
Na sequência, vamos conhecer um pouco acerca do papel do Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública
na efetivação dos direitos das crianças e adolescentes1.

O papel do Poder Judiciário

No que se refere à garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, pode-se mencionar que o principal órgão do
Poder Judiciário é a Vara da Infância e da Juventude, a qual faz parte do Eixo de Defesa do Sistema de Garantia dos Direitos
da Criança e do Adolescente, na forma da Resolução nº 113 do CONANDA (2016).
Neste aspecto, cabe mencionar que o Juiz da Infância e da Juventude não pode iniciar nada de ofício, ou seja, não
pode por vontade própria iniciar uma ação judicial, fato que é conhecido como princípio da inércia jurisdicional. Deste modo
cabe aos demais órgãos que tenham capacidade jurídica de figurar num dos polos da ação (Ministério Público e Defensoria
Pública) deflagrar uma ação de defesa de direitos. Porém, não é demais relembrar que durante a vigência do Código de
Menores, era o juiz de menores a autoridade reconhecida administrativamente em todas as questões referentes a crianças e

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Informações extraídas de texto elaborado por Murillo Digiácomo, Procurador de Justiça do Ministério Público do Paraná. Luciana Grumbach e Viviane Alves, Promotoras de Justiça
do Ministério Público do Rio Janeiro do Curso do Marco Legal da Primeira Infância, referente as aulas 6 a 8.

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adolescentes. Com o advento do ECA (1990), as diversas situações administrativas passaram para os Conselhos Tutelares,
sem que houvesse a necessidade desta subordinação.
Em outras situações em que não há atuação em rede, mas apenas o funcionamento de forma hierarquizada, por força
do ECA (1990), são a entrega da criança para adoção, medidas de afastamento da criança do lar de origem e colocação em
família substituta. Diante dessas situações, o legislador dispõe da Vara da Infância e da Juventude como órgão para que
esses atos sejam processados, ainda que as partes envolvidas não tenham interesses divergentes. Neste sentido, pode-se
existir controle pelos órgãos do Sistema de Justiça de atos da vida privada, visando à garantia do interesse da criança e não
dos adultos envolvidos.

O papel do Ministério Público

O Ministério Público é a instituição incumbida pela Constituição Federal para a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais, dentre os quais se encontram os interesses das crianças da primeira
infância, protegidos pela regra da prioridade absoluta insculpida no art. 227 da CF (1988).
Dentre os integrantes do Ministério Público dos Estados estão os Promotores de Justiça e os Procuradores de Justiça,
os quais atuam no segundo grau de jurisdição, havendo ainda o Ministério Público Federal e do Trabalho, composto por
Procuradores da República e do Trabalho, respectivamente. Os membros do Ministério Público que terão maior diálogo com
a rede de proteção à criança e ao adolescente serão os Promotores de Justiça que têm atribuição para a tutela da infância e

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da juventude, assim como aqueles que atuam na apuração de crimes contra crianças e adolescentes. Para situações
específicas, como o tráfico internacional de crianças/adolescentes e a exploração do trabalho infanto-juvenil, haverá ainda a
intervenção dos Procuradores da República e do Trabalho.
Os Promotores de Justiça com atribuição em matéria de
infância e juventude atuarão judicial e extrajudicialmente. Perante o
Juízo da Infância e da Juventude, os membros do Ministério atuarão
na defesa e promoção dos direitos violados de crianças e
adolescentes, seja em face de indivíduos (pessoas físicas ou
jurídicas), seja em face do Estado.
Os membros do Ministério Público exercem, também, um papel
fundamental frente à rede de proteção e atendimento. Na sua
atuação, o Promotor de Justiça deve manter frequente contato e
diálogo com os órgãos da rede de proteção, auxiliando em sua
formalização e organização, agilizando a obtenção de informações
sobre os casos atendidos, estimulando a troca de impressões entre
os diversos órgãos de atendimento e facilitando a adoção de
medidas efetivas em favor das crianças e dos adolescentes.

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O Promotor de Justiça pode verificar, ainda, se o Município conta com políticas e programas/serviços específicos para
a primeira infância, incluindo a elaboração e execução do Plano Municipal para a Primeira Infância, se a quantidade de
creches e pré-escolas atende à demanda da população da primeira infância; se existem programas e serviços destinados à
orientação e ao apoio das famílias (na perspectiva de fazer com que estas - a partir de um atendimento individualizado e
dimensionado às suas necessidades - assumam suas responsabilidades e de evitar o afastamento do convívio familiar); se
as instituições de acolhimento estão adequadas para o cuidado das crianças, especialmente as da primeira infância,
respeitando esse período sensível do desenvolvimento, que demandam um atendimento mais individualizado e afetivo; se o
município conta com o serviço de acolhimento familiar, que deve ser preferido ao acolhimento institucional, especialmente
em caso de crianças na primeira infância, entre outros.
Portanto, o Promotor de Justiça pode atuar de forma preventiva, sem a necessidade de judicialização, dialogando de
forma permanente com a rede de proteção, indicando os caminhos legais e protetivos mais adequados para a materialização
da proteção integral e promoção do desenvolvimento na primeira infância.

O papel da Defensoria Pública

A Defensoria Pública, segundo o artigo 134 da CF/1988, é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional
do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica,
a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos,

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de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal. Assim, é um órgão
de representação processual e social, que oportuniza acesso à justiça e promove inclusão democrática, tendo por missão
estar próximo à comunidade.
Crianças e adolescentes também têm direito a assistência jurídica integral e a serem atendidos pela Defensoria Pública.
São sujeitos de direitos e com capacidade de exercício de direitos. Assim, devem ser protegidos integralmente e, em razão
da absoluta prioridade, não se submetem ao critério da condição social e hipossuficiência econômica, nos termos do art. 4º,
XI da Lei Complementar 80/1994.
A Defensoria Pública dentro da justiça da infância e da juventude é uma instituição que perfaz múltiplas funções,
podendo seus órgãos de execução desempenharem diversos papéis em relação à defesa dos direitos das crianças e dos
adolescentes. Cabe mencionar que crianças e adolescentes têm direito à defesa e a um Defensor Público, nos termos da lei.
Os artigos 206 e 207 do ECA (1990) estabelecem que a criança e o adolescente têm o direito e o poder de intervir em
quaisquer procedimentos do ECA (1990), por meio de advogado constituído ou defensor público e que nenhum adolescente
será processado sem defensor. O art. 141 da Lei nº 8.069/90, por sua vez, dispõe: “É garantido o acesso de toda criança ou
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos”.

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O defensor da criança também tem escopo no
Princípio da Participação, face ao protagonismo e à
participação da própria criança estabelecidos no Marco
Legal da Primeira Infância tanto na formulação das
políticas públicas quanto nas relações processuais, na
condição de sujeitos de direito, não devendo ser
tratados como objeto processual.
A resolução nº 299/2019 do CNJ, que dispõe
sobre o sistema de garantia dos direitos da criança e do
adolescente vítima ou testemunha de violência, de que
trata a Lei nº 13.431/2017, estabelece que “O
magistrado deverá velar pela assistência jurídica por
Defensor Público ou advogado conveniado ou nomeado, se assim desejar a criança e/ou o adolescente” conforme art. 18, §
1º da Res. nº 299/2019 (Brasil, 2019).
Em suma, o defensor da criança e do adolescente funciona como o instrumento que garante a toda criança e
adolescente o real exercício dos seus direitos reconhecidos na Constituição Federal (1988) e nas normas nacionais e
internacionais, pois defendem apenas os interesses particulares da criança e do adolescente que lhe solicitou a devida

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proteção, ou seja, que luta dentro do processo para efetivar a vontade destes (Rodriguez, 2020), que não pode ser afetada
por critérios pessoais do defensor.
O defensor da criança e do adolescente funciona, ainda, como instrumento para a efetivação dos princípios da
igualdade, da liberdade, da autonomia progressiva a que faz jus toda criança e todo adolescente enquanto sujeitos de direitos
(Assandri, 2015). As crianças e os adolescentes não podem ser vistos apenas como meros destinatários de uma decisão
advinda de um processo, devem também ser sujeitos desse processo, participando ativamente e contribuindo para a tomada
de decisões que os afetam, em decorrência, inclusive, do princípio da dignidade da pessoa humana (Digiácomo; Digiácomo,
2017), já que eles são os maiores interessados no que venha a ser decidido.

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LEITURA COMPLEMENTAR

ARAUJO, Vania Carvalho de. A impermeabilidade das “políticas” destinadas às crianças: por uma necessária
ressemantização do direito. Educação. Porto Alegre, v. 40, n. 3, p. 405-412, dez. 2017. Disponível em
http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-25822017000300405&lng=pt&nrm=iso . Acesso em:
02 ago. 2023.

BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e altera a
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
(Código de Processo Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
de 1943, a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm Acesso em 9 set. 2023.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório justiça
começa na infância: fortalecendo a atuação do sistema de justiça na promoção de direitos para o desenvolvimento humano
integral / Conselho Nacional de Justiça; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. – Brasília: CNJ, 2022
Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/11/pacto-primeira-infancia-relatorio-pnud-cnj-11-nov.pdf
Acesso em 9 set. 2023.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSANDRI, M. Principios y Reglas Generales del proceso ante el fuero familia. En Tratado de Derecho de Niños, Niñas
y Adolescentes. Tomo III (pp. 2447-2463). Buenos Aires: Abeledo Perrot, 2015.

BRASIL. Cadernos de artigos: ECA 30 anos, Brasília: CFP, 2020. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-
content/uploads/2020/07/Acesse-aqui.pdf

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8069/90. Disponível em:


https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/91764/estatuto-da-crianca-e-do-adolescentelei-8069-90. Acesso em: 1 ago.
2023.

BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Resolução nº 299, de 05 de novembro de 2019. Dispõe sobre o sistema de
garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, de que trata a Lei nº 13.431, de 4 de abril
de 2017. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/original000346201912045de6f7e29dcd6.pdf. Acesso em: 13 set. 2023.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 2016. 496 p. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 01 ago. 2023.

BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Marco Legal da Primeira Infância. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm. Acesso em: 31 jul. 2023.

BRASIL. Lei da Escuta Especializada. Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos
da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da

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Criança e do Adolescente). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13431.htm Acesso
em 09 set. 2023.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório justiça
começa na infância: fortalecendo a atuação do sistema de justiça na promoção de direitos para o desenvolvimento humano
integral / Conselho Nacional de Justiça; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. – Brasília: CNJ, 2022
Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2022/11/pacto-primeira-infancia-relatorio-pnud-cnj-11-nov.pdf
Acesso em 9 set. 2023.

DIGIÁCOMO, Illdeara Amorino; DIGIÁCOMO, Murillo José. Estatuto da criança e do adolescente anotado e
interpretado. 7º. Curitiba: MPPR - CAOPCAE, p. 43, 2017.

RODRIGUEZ, Laura. El derecho a ser oído y la defensa técnica a la luz de la ley 26.061 de Protección Integral de
Derechos de Niñas, Niños y Adolescentes. 2020. Disponível em:
http://www.apadeshi.com/el_derecho_a_ser_oido_y_la_defen.htm . Acesso em: 02 ago. 2023.

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