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CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNORTE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

EDSON FAUSTINO SOARES


WILLIAM MARTINS GOMES DA CONCEIÇÃO

O SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


(SGDCA): EIXOS DO SGD, OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES E ÓRGÃOS
PARTICIPANTES E SUAS COMPETÊNCIAS.

MONTES CLAROS – MG
ANO 2023
EDSON FAUSTINO SOARES
WILLIAM MARTINS GOMES DA CONCEIÇÃO

O SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


(SGDCA): EIXOS DO SGD, OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES E ÓRGÃOS
PARTICIPANTES E SUAS COMPETÊNCIAS.

Trabalho apresentado como requisito parcial


para obtenção de grau de Bacharel em Direito,
da disciplina de Direito da Criança, do
Adolescente e do Idoso do Centro Universitário
Funorte.

Professora: Maria Fernanda Soares Fonseca

MONTES CLAROS – MG
ANO 2023
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA)
surgiu em 2006, para assegurar e fortalecer a implementação do Estatuto da Criança
e do Adolescente (ECA), marco legal que ratifica os direitos fundamentais da infância
e da adolescência.
Com vistas a sanar as dificuldades ainda existentes para certificar a proteção
integral e criar novos órgãos de defesa que o SGDCA se consolidou, por meio da
Resolução 113 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente).
O sistema é formado pela integração e a articulação entre o Estado, as
famílias e a sociedade civil, para garantir e operacionalizar os direitos das crianças e
adolescentes no Brasil. Os atores são muitos:
• conselheiro tutelar,
• auditor fiscal do trabalho,
• promotor de justiça
• juíz do Trabalho e das Varas da Infância e Juventude,
• procurador do trabalho
• defensor público,
• psicólogo,
• conselheiro de direitos da criança e adolescente,
• educador social,
• agente comunitário de saúde,
• terapeuta ocupacional,
• assistente social,
• profissional que trabalha em entidades sociais e nos Centros de
Referência da Assistência Social (CRAS),
• policial de delegacias especializadas,
• orientador socioeducativo,
• integrante de entidades de defesa dos direitos humanos da criança e
adolescente, entre outros.
O Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente - SGD é composto
de três eixos estratégicos: Defesa, Promoção de Direitos e Controle Social. As
informações abaixo estão disponíveis na Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Eixo da Defesa: Consiste no acesso à Justiça à proteção legal dos direitos de
crianças e adolescentes, assegurando a exigibilidade, impositividade,
responsabilização de direitos violados e responsabilização de possíveis violadores.
Fazem parte deste eixo:
• Varas da Infância e Juventude;
• Varas Criminais, as Comissões de Adoção,
• Corregedorias dos Tribunais,
• Coordenadorias da Infância e Juventude,
• Defensorias Públicas
• Serviços de Assistência Jurídica Gratuita
• Promotorias do Ministério Público,
• Polícia Militar e Civil,
• Conselhos Tutelares,
• Ouvidorias,
• Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedecas), além de
outras entidades e instituições que atuam na proteção jurídico-social.

Eixo de Promoção: De forma transversal e intersetorial, este eixo é responsável por


transformar o que está previsto na lei em ações práticas. Por exemplo, quem realiza
o direito à educação são os professores, coordenadores pedagógicos e todos os
atores da comunidade escolar. Isso vale para os direitos do campo da saúde,
saneamento básico e todos os outros que ocupam o leque das necessidades básicas
das crianças e adolescentes. Na Promoção, entram todos os atores, em especial o
governo, que irão criar os canais e as políticas para que os direitos sejam
salvaguardados (escolas, creches, medidas socioeducativas, políticas de geração de
renda etc.). A política de promoção, como explicado em texto do CEDECA do
Ceará, “deve se dar de modo transversal, articulando todas as políticas públicas. Nele
estão os serviços e programas de políticas públicas de atendimento dos direitos
humanos de crianças e adolescentes, de execução de medidas de proteção de
direitos e de execução de medidas socioeducativas.

Eixo de Controle e Efetivação de Direitos: Os Conselhos de Direitos da Criança e


do Adolescente e os Conselhos Setoriais nas áreas afins, como Conselhos de Saúde,
Educação, Assistência Social, contribuem na formação de políticas públicas,
deliberando e veiculando normas técnicas, resoluções, orientações, planos e projetos.
Neste eixo, é realizado o monitoramento e a fiscalização das ações de promoção e
defesa. O controle também é exercido por organizações da sociedade civil, Ministério
Público, Poder Legislativo, Defensorias Públicas, Conselhos Tutelares, sociedade
civil, cidadãos e pelos Fóruns de discussão e controle social. No campo do Controle,
aparece principalmente a sociedade civil que deverá cobrar tanto a execução das
políticas, quanto a efetivação e a qualidade das que já existem e também por
instâncias públicas colegiadas próprias. O eixo é responsável pelo acompanhamento,
avaliação e monitoramento das ações de promoção e defesa dos direitos humanos de
crianças e adolescentes, bem como dos demais eixos do sistema de garantia dos
direitos. O controle se dá primordialmente pela sociedade civil organizada e por meio
de instâncias públicas colegiadas, a exemplo dos conselhos dos direitos de crianças
e adolescentes, CONANDA, CEDECA e CMDCA e dos conselhos setoriais de
formulação e controle de políticas públicas.
O Sistema de Garantia de Direitos (SGD) da criança e do adolescente é
composto por um conjunto de órgãos públicos judiciais, de instâncias públicas
colegiadas e de programas, serviços e ações públicas, que devem atuar de forma
articulada e integrada para fazer valer normas e fluxos de atendimento na promoção,
defesa e a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, assim como o devido
controle dos mecanismos e instrumentos de proteção, em nível federal, estadual,
distrital e municipal, e atua em três grandes eixos estratégicos.

Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)


Criado em 1991 pela Lei nº 8.242, o Conselho Nacional dos Direitos da
Criança e do Adolescente - CONANDA é um órgão colegiado permanente, de caráter
deliberativo e composição paritária, previsto no artigo 88 da lei no 8.069/90 – Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA). Integrante da estrutura básica do Ministério dos
Direitos Humanos, o Conanda é o principal órgão do sistema de garantia de direitos.
Por meio da gestão compartilhada, governo e sociedade civil definem, no âmbito do
Conselho, as diretrizes para a Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos
Direitos de Crianças e Adolescentes. Além de contribuir para a definição das políticas
para a infância e a adolescência, o Conanda também fiscaliza as ações executadas
pelo poder público no que diz respeito ao atendimento da população infanto-juvenil.
A gestão do Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA) também
é uma importante atribuição do Conselho. É ele o responsável pela regulamentação
sobre a criação e a utilização desses recursos, garantindo que sejam destinados às
ações de promoção, proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes,
conforme estabelece o ECA.
Conheça outras atribuições do Conanda:

• Fiscalizar as ações de promoção dos direitos da infância e


adolescência executadas por organismos governamentais e não-
governamentais;
• Definir as diretrizes para a criação e o funcionamento dos Conselhos
Estaduais, Distrital e Municipais dos Direitos da Criança e do
Adolescente e dos Conselhos Tutelares;
• Estimular, apoiar e promover a manutenção de bancos de dados com
informações sobre a infância e a adolescência;
• Acompanhar a elaboração e a execução do orçamento da União,
verificando se estão assegurados os recursos necessários para a
execução das políticas de promoção e defesa dos direitos da população
infanto-juvenil;
• Convocar, a cada três anos conforme a Resolução nº 144, a
Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
• Gerir o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente (FNCA).

O Conanda é um órgão colegiado de composição paritária integrado por 28


conselheiros titulares e 28 suplentes, sendo 14 representantes do Poder Executivo e
14 representantes de entidades não-governamentais que possuem atuação em
âmbito nacional e atuação na promoção e defesa dos direitos de crianças e
adolescentes. Confira a lista com os nomes das entidades e seus representantes que
compõem a gestão para o biênio 2017-2018 do Conanda (link para página estática
com a lista como hoje é possível visualizar no Portal dos Direitos da Criança e do
Adolescente).
A CF de 1988 e a promulgação do ECA traz um novo olhar sobre a infância e
a adolescência, ao incluir diretrizes da Convenção Internacional dos Direitos da
Criança, aprovada por unanimidade na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 20
de novembro de 1989, e assinada pelo Brasil em 26 de janeiro de 1990.
O Brasil é um dos poucos países que prevê legalmente a constituição de conselhos
paritários e deliberativos na área das políticas para crianças e adolescentes, assim
como a estruturação de conselhos tutelares eleitos pelas próprias comunidades.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro
de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
___. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre Estatuto da Criança e do
Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF:DOU, 1990.
GUARÁ, Isa Maria F. R. Educação e desenvolvimento integral: articulando saberes na
escola e além da escola, Brasília: Em aberto 2009.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA. Educação integral e intersetorialidade. In: Salto para o Futuro, Brasília:
Ano XIX, n. 13, Outubro, 2009.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Política Nacional de Assistência
Social, Norma de Operação Básica (NOB – SUAS). Brasília: novembro, 2005.
ARCÍA, Margarita Bosch et al. Sistema de Garantia de Direitos: um caminho para a
proteção integral. Recife: Cendhec, 1999.
TEIXEIRA, Edna Maria. CRIANÇA E ADOLESCENTE E O SISTEMA DE GARANTIA
DE DIREITOS.

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