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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Curso de licenciatura em direito

Abordagem dos Direitos das Crianças deveres e obrigações das Instituições do Estado

Nome do aluno: Código do estudante


Localidade, mês e ano

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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Curso de licenciatura em direito

Abordagem dos Direitos das Crianças deveres e obrigações das Instituições do Estado

Trabalho de Carácter avaliativo, desenvolvido no Campo


a ser submetido na Coordenação do Curso de
Licenciatura em direito da UnISCED.

Tutor

Nome do aluno: Código do estudante

Localidade, mês e ano

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Índice
Introdução................................................................................................................................4

Objectivos................................................................................................................................4

Metodologia............................................................................................................................5

Os Direitos da Criança............................................................................................................6

Sistemas integrados de protecção social e da criança.............................................................8

O estado e a protecção da criança e do adolescente................................................................9

A actuação da escola, seu papel e suas perspectivas.............................................................10

Conclusão..............................................................................................................................12

Referencias Bibliográficas....................................................................................................13

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Introdução
Em relação especificamente à criança, segundo o UNICEF (2011), os sistemas de
protecção social contribuem simultaneamente para a componente de prevenção e a
componente de protecção na medida em que, por um lado, podem responder a alguns dos
factores de risco subjacentes ao abuso, violência e exploração, e por outro, aumentam a
resiliência e a capacidade de famílias e comunidades de responderem a factores de stress
(UNICEF, 2012). As escolas devem se constituir espaços onde a cultura e as experiências dos
alunos e dos professores (seus modo de sentir e ver o mundo, seus sonhos, desejos, valores e
necessidades) sejam os pontos basilares para a efectivação de uma educação que concretize
um projecto de emancipação dos indivíduos. Sob o prisma constitucional, a educação,
enquanto direito basilar de crianças e adolescentes, objectiva propiciar a formação necessária
ao desenvolvimento das aptidões, das potencialidades e da personalidade do educando,
visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. a concepção de cidadania aí formulada, a educação como um
dos direitos fundamentais para o exercício desta cidadania e o papel da escola como um dos
agentes importantes no esclarecimento e na promoção destes direitos na actual conjuntura se
faz extremamente necessário.

Objectivos
Geral:

 Conhecer os Direitos das Crianças deveres e obrigações das Instituições


do Estado.

Específicos:

 Descrever os Direitos das Crianças deveres e obrigações das


Instituições do Estado e;
 Reflectir sobre os aspectos de Direitos das Crianças deveres e
obrigações das Instituições do Estado.

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Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho, recorreu-se a pesquisa bibliográfica, em que
consultou-se alguns manuais científicos como monografias, dissertações, artigos científicos
etc. outro sim, também consultou-se algumas legislações, leis.

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Os Direitos da Criança
Ao nível da protecção da infância, é imprescindível destacar a Convenção sobre os
Direitos da Criança (CDC), adoptada em 1989 para reconhecer que os cidadãos menores de
18 anos devem gozar de protecção e cuidados particulares. A CDC estabeleceu o padrão
internacional mais aceite de direitos da criança, e é o instrumento juridicamente vinculativo,
com outros tratados internacionais do âmbito do direito humanitário, incorporando toda a
gama de DH citada acima. Ainda que seja fundada sobre os direitos inerentes a todos os
indivíduos, baseia-se igualmente nas questões relativas às necessidades e vulnerabilidades
específicas das crianças.

A Convenção procura consolidar a noção do estatuto de criança como seres humanos


detentores de direitos e responsabilidades próprias (de acordo com a sua idade e estágio de
desenvolvimento) e exercer, de certa maneira, uma pressão no sentido de uma melhor
satisfação das necessidades conhecidas da criança. As partes signatárias da Convenção estão,
no fundo, a assumir o papel de implementadores dos direitos da criança no sentido de
assegurar que todas as crianças, e não apenas algumas, se beneficiem de uma qualidade de
vida básica e digna.

Os direitos da criança assentam em quatro princípios gerais, que se assumem como os


requisitos subjacentes a todos os direitos: o princípio da não - discriminação (art.2); o da
aderência ao melhor interesse da criança (art.3); o direito à vida, à sobrevivência e ao
desenvolvimento (art.6); e o direito de participação (art.12).

No escopo dos chamados “direitos de provisão”sublinha-se a importância de garantir


que todas as crianças tenham acesso a recursos e serviços básicos, bem como igualdade de
oportunidades no sentido de assegurar a sua sobrevivência e pleno desenvolvimento.
Destacam-se os direitos à alimentação adequada, abrigo, água potável, educação formal,
cuidados primários de saúde, lazer e recreação, actividades culturais e de informações sobre
os seus direitos. É importante destacar também os direitos de protecção, que dizem respeito
aos direitos da criança de serem protegidas contra toda e qualquer forma de abuso,
negligência, exploração e crueldade que ameace a sua dignidade, a sua sobrevivência e
desenvolvimento. A Convenção inclui igualmente disposições especificas à protecção da
criança em contextos de guerra e em situações de contacto e conflito com o sistema de justiça
criminal.

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Não obstante a quais - universal ratificação da CDC, a concretização dos direitos da
criança está ainda longe de ser plenamente atingida, quer nos países desenvolvidos, quer nos
países em desenvolvimento. Globalmente, as crianças continuam a viver em situação de
vulnerabilidade:

“Muitas crianças permanecem excluídas do progresso que teve lugar


nos passados 25 anos. O custo dessas desigualdades é pago, de forma mais
imediata - e mais trágica - pelas próprias crianças. Mas o impacto a longo
prazo afecta as gerações vindouras, minando a força de suas sociedades.
Portanto, lidar com essas desigualdades e reduzir as disparidades não é apenas
a coisa certa a fazer - honrando o espírito da Convenção sobre os Direitos da
Criança - é igualmente a coisa estratégica a fazer, proporcionando ganhos
práticos. ”.

O compromisso global por parte dos governos para com a concretização dos direitos
da criança, tal como se deu com a DUDH, exige a criação e adaptação de quadros normativos
e políticos para colocar esses direitos em prática.

A Convenção dos Direitos da Criança (CDC) estabelece um vasto leque de direitos


civis, culturais, económicos, sociais e políticos para todas as crianças (Flowers, 2002), até aos
18 anos [artigo 1º] e assenta em quatro pilares fundamentais relacionados com todos os outros
direitos, tais como os seguintes, indicados pela UNICEF (s.d.): • A não discriminação, que
significa que todas as crianças têm o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as
crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte do mundo.

 O interesse superior da criança deve ser uma consideração prioritária


em todas as acções e decisões que lhe digam respeito.
 A sobrevivência e desenvolvimento sublinham a importância vital da
garantia de acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que as
crianças possam desenvolver-se plenamente.
 A opinião da criança que significa que a voz das crianças deve ser
ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus direitos.

É ainda, relevante para o estudo referir um dos reconhecimentos da criança pela CDC:
“para o desenvolvimento harmonioso da sua personalidade, deve crescer num ambiente
familiar em clima de felicidade, amor e compreensão” (UNICEF, 1989, p.3). Deste modo, os
artigos dos DC estão divididos em categorias principais, tais como, os direitos de
sobrevivência, os direitos de proteção, os direitos de desenvolvimento e os direitos de
participação

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Sistemas integrados de protecção social e da criança
A ideia de pensar em sistemas para endereçar a protecção social parte do pressuposto
de que programas e políticas de desenvolvimento devem ser pensados como uma resposta
coordenada e harmonizada aos factores de vulnerabilidades multidimensionais a fim de criar
resiliência, igualdade e cobertura às diversas necessidades, bem como capital humano,
habilidades e produtividade. Uma abordagem sistémica, portanto, inclui um portfólio de
arranjos institucionais e intervenções a curto prazo para choques temporários, e abordagens de
longo prazo para combater vulnerabilidades sociais e pobreza crónica (UNICEF, Banco
Mundial, 2013).

Em relação especificamente à criança, segundo o UNICEF (2011), os sistemas de


protecção social contribuem simultaneamente para a componente de prevenção e a
componente de protecção na medida em que, por um lado, podem responder a alguns dos
factores de risco subjacentes ao abuso, violência e exploração, e por outro, aumentam a
resiliência e a capacidade de famílias e comunidades de responderem a factores de stress
(UNICEF, 2012). Paralelamente, a Estratégia de Protecção da Criança do UNICEF (2008)
entende que os sistemas de protecção da criança constituem parte integrante da protecção
social e vão para além disso: na medida em que têm objectivos complementares, a
implementação de sistemas de protecção social e intervenções de protecção da criança
conjuntamente reforçam impactos e resultados.

Gradualmente, a abordagem em relação à protecção da criança tem abandonado uma


perspectiva tradicional de protecção social, centrada em questões ou grupos específicos (por
exemplo, casamentos prematuros, exploração sexual, cuidados alternativos ou trabalho
infantil), para uma abordagem mais abrangente, centrada no sistema, tendo levado à
construção progressiva de um quadro conceptual do sistema de protecção da criança. Neste
âmbito, a protecção social pode desempenhar um papel fundamental, nomeadamente ao nível
da promoção e garantia do acesso aos serviços sociais básicos (ao eliminar barreiras
financeiras e sociais), reforço da capacidade dos cuidadores (através do aumento da sua renda,
flexibilidade laboral e legislação protectora) e da promoção de legislação e politicas anti
discriminatórias relacionadas com o acesso aos serviços.

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Em termos programáticos, a protecção social e a protecção à criança estão ligadas por
programas de transferências sociais, os seguros sociais de saúde, os serviços de acção social e
a legislação (UNICEF, 2009). Autores como Jones e Holmes (2010) defendem que as
potenciais sinergias entre protecção social e protecção da criança estão no estabelecimento de
critérios de elegibilidade dos programas de protecção social relacionados com resultados ao
nível da protecção da criança; de ligações entre os beneficiários dos programas de protecção
social e serviços de apoio complementares; e de ligações abrangentes a outros sectores
(educação, saúde, justiça etc).

O estado e a protecção da criança e do adolescente


A Constituição Federal de 1988 reflecte o novo estado das coisas, estatuindo como
dever da família, do Estado e da sociedade assegurar à criança e ao adolescente direitos
fundamentais, que se alinha da seguinte forma: direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

Conforme anuncia o art. 227 da Carta, o Estado assume o papel de ser o maior
responsável pela promoção de meios que garantam às crianças e aos adolescentes seus direitos
de cidadania, respeitando sua condição de pessoa em desenvolvimento resguardado pelo
princípio constitucional de dignidade da pessoa humana. O Estado deverá, ainda, promover
programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação
de entidades não governamentais, dentro dos preceitos enunciados.

Ainda assim, deparamo-nos com enormes dificuldades quando tratamos da


aplicabilidade destes direitos e garantias conquistados em favor da criança e do adolescente.
Afirma, José Luiz Vianna da Cruz:

“A efectivação do ECA, bem como dos direitos assegurados por ele,


exige uma verdadeira revolução no tratamento historicamente dedicado à
infância e a juventude brasileira”.

Surge, então, a imprescindibilidade de uma actuação mais eficiente e eficaz do Estado,


a quem compete à missão maior de realizar o bem comum, ativando de maneira positiva seus
instrumentos para dar consequências práticas ao seu dever, efectivando com absoluta
prioridade os direitos e os interesses assegurados à criança e ao adolescente no texto
constitucional.

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Caminhando em direcção a protecção especial à criança e à adolescente garantida
constitucionalmente, cria-se a Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente. O ECA,
então, acolheu a Teoria da protecção integral, que se baseia na total protecção dos direitos de
seus destinatários. O art. 1º do referido estatuto, corrobora esse entendimento, quando diz que
dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente. E o art. 3º enfatiza que eles são
titulares de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, prevalecendo, sempre,
o caminho que leve ao desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade.

A actuação da escola, seu papel e suas perspectivas.


Neste aspecto, aponta relevante princípio a ser obedecido, posto que, repetindo a
norma constante do artigo 205 da Constituição Federal, também consagrada no artigo 2º da
Lei 9394/96 – Lei de Directrizes e Bases da Educação, estabeleceu o Estatuto da Criança e do
Adolescente20 que a educação visa o preparo para o exercício da cidadania. Antes mesmo
destas leis, o Decreto n° 10.623 de 26 de Outubro de 1977 do Estado de São Paulo21, que
aprova o regimento comum das Escolas Estaduais de 1º Grau, já estabelecia como objectivo
da escola “o preparo para o exercício consciente da cidadania”.

Actualmente, cidadania requer uma pessoa que conheça e lute por seus direitos, mas
que também tenha ciência de suas obrigações e de seus deveres. Conforme expresso no
Estatuto da Criança e do Adolescente, este é um, se não o principal, dos objectivos da escola
actual.

Nesse sentido, a escola assume papel relevante, que centra-se na contribuição para que
o aluno - cidadão tenha ciência desses direitos e obrigações, reconhecendo sua sujeição às
normas legais e regimentais, como parte de sua formação.

As escolas devem se constituir espaços onde a cultura e as experiências dos alunos e


dos professores (seus modo de sentir e ver o mundo, seus sonhos, desejos, valores e
necessidades) sejam os pontos basilares para a efectivação de uma educação que concretize
um projecto de emancipação dos indivíduos. Sob o prisma constitucional, a educação,
enquanto direito basilar de crianças e adolescentes, objectiva propiciar a formação necessária
ao desenvolvimento das aptidões, das potencialidades e da personalidade do educando,
visando o pleno desenvolvimento de sua pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.

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Reflectir sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, seus fundamentos, seus
princípios, a concepção de cidadania aí formulada, a educação como um dos direitos
fundamentais para o exercício desta cidadania e o papel da escola como um dos agentes
importantes no esclarecimento e na promoção destes direitos na actual conjuntura se faz
extremamente necessário.

Nesse contexto, a escola e seus atores se constituem efectivos agentes de protecção.


Nesse sentido, expõe Afonso Armando Konzen:

“Tem ela, a Escola, por quaisquer de seus operadores, oportunidade


invulgar para a percepção de qualquer anomalia no desenvolvimento do
educando, tanto em relação ao seu núcleo familiar, como em relação às suas
relações sociais já concretizadas ou em relação ao processo de aprendizagem.
A intervenção positiva nesse momento tem conotação altamente preventiva e,
não raras vezes, apresenta-se como a última oportunidade para a reacção
proveitosa em favor do desenvolvimento da criança ou do adolescente. Por
isso, a Escola passou a ser inserida no contexto dos responsáveis pela tomada
de providências em relação à educação de crianças e adolescentes,
responsabilidade que ultrapassa o exercício do processo ensino -
aprendizagem.”

Além do que foi dito, insta mencionar que o diploma estatutário, no art. 56, prevê
expressamente que diante de suposta ou constatada situação de risco para a criança ou
adolescente, a instituição escolar tem o dever legal de comunicar o fato ao Conselho Tutelar
e/ou Ministério Público, caso em que sua omissão poderá inclusive.

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Conclusão
Os direitos da criança assentam em quatro princípios gerais, que se assumem como os
requisitos subjacentes a todos os direitos: o princípio da não - discriminação (art.2); o da
aderência ao melhor interesse da criança (art.3); o direito à vida, à sobrevivência e ao
desenvolvimento (art.6); e o direito de participação (art.12). A Convenção dos Direitos da
Criança (CDC) estabelece um vasto leque de direitos civis, culturais, económicos, sociais e
políticos para todas as crianças (Flowers, 2002), até aos 18 anos [artigo 1º] e assenta em
quatro pilares fundamentais relacionados com todos os outros direitos, tais como os seguintes,
indicados pela UNICEF (s.d.): • A não discriminação, que significa que todas as crianças têm
o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias,
em qualquer momento, em qualquer parte do mundo. a escola assume papel relevante, que
centra-se na contribuição para que o aluno - cidadão tenha ciência desses direitos e
obrigações, reconhecendo sua sujeição às normas legais e regimentais, como parte de sua
formação. As escolas devem se constituir espaços onde a cultura e as experiências dos alunos
e dos professores (seus modo de sentir e ver o mundo, seus sonhos, desejos, valores e
necessidades) sejam os pontos basilares para a efectivação de uma educação que concretize
um projecto de emancipação dos indivíduos.

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Referencias Bibliográficas
AUDET Carolyn M., BURLISON Janeen, MOON Troy D., SIDAT Mohsin et al.,
“Sociocultural and epidemiological aspects of HIV/AIDS in Mozambique”, BMC
International Health and Human Rights, 2010, Vol. 10, No. 1, Junho 2010.

BARRETT Stephen e KIDD Stephen, “The design and management of cash transfer
programmes: an overview”, KfW Development Bank , No. 3, Março 2015

FRANCISCO António e SUGAHARA Gustavo, “Porque Moçambique ainda não


possui uma pensão universal para idosos?”, in DE BRITO Luis, NUNO CASTEL-BRANCO
Carlos et al (org), “Desafios para Moçambique, 2015”, IESE, Maputo, 2015.

SAMSON Michael, VAN NIEKERK Ingrid, e MAC QUENE Kenneth, “Designing


and Implementing Social Transfer Programmes”, EPRI Press, Le Cap, 2006.

DEVEREUX, Stephen, “Social Protection for the Poor: Lessons Learnt from Recent
International Experience”. IDS Working Paper 142, Institute of Development Studies (IDS),
Sussex, Reino Unido, 2002.

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