Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que dá ênfase na
sustentabilidade. Desta forma, a gestão ambiental visa o uso de práticas e métodos administrativos que reduzir ao máximo o impacto ambiental das atividades econômicas nos recursos da natureza. Tornando-se um dos grandes temas das discussões mundiais envolvendo muitos países. Esse fato e as tecnologias atuais disponíveis, a globalização, as normas regulamentadoras e técnicas administrativas contribuem com o desenvolvimento sustentável. A questão ambiental nas organizações ocupa hoje um papel de grande importância, pois a inserção da variável ecológica em uma política de atuação é capaz de conduzir todos os níveis organizacionais rumo ao desenvolvimento sustentável. Promovendo mudanças positivas ás suas partes interessadas - não só no ambiente interno da empresa como no meio externo.
História da Gestão Ambiental
Um dos fatores mais interessantes no contexto da gestão ambiental é observar a evolução do pensamento empresarial no que diz respeito ao assunto ao longo dos últimos anos. A evolução das questões ambientais não tem ficado apenas nas esferas ambientalistas, acadêmicas ou governamentais, eles têm encontrado cada vez mais espaço na sociedade de uma maneira geral e mesmo que alguns assuntos por vezes sejam interpretados de maneira equivocada por alguns, está cada vez mais sendo pauta da sociedade e essa é uma crescente que pode ser observada na história. Barbieri (2011), diz que as primeiras manifestações de gestão ambiental foram estimuladas pelo esgotamento de recursos, como a escassez de madeira para a construção de moradias, fortificações, móveis, instrumentos e combustível, cuja exploração havia se tornada intensa desde a era medieval. Nos anos de 1950 e 1960 a gestão ambiental nas indústrias era abordada de maneira muito tímida, limitando-se a atender a legislação vigente, que já era pouca, mas um acontecimento trouxe certa mudança de pensamento, pode-se dizer que a divulgação do livro, a primavera silenciosa, de Rachel Carson, que foi publicado em 1962 nos Estados unidos e alertava sobre o uso de agrotóxicos no ambiente natural, fez com que as preocupações com o meio ambiente começassem a ter certo destaque. A preocupação crescente com a contaminação ambiental resultou no início da década de 1970 em dois eventos de grande relevância, a divulgação do relatório do clube de Roma e a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em 1972. A conferencia ajudou para que os países industrializados e aqueles que ainda estavam em processo de industrialização, adotassem, por exemplo, padrões de controle e de qualidade nas suas indústrias com o apoio de relatórios de avaliação de impacto ambiental e o controle final do processo (“end of the pipe"), porém é importante destacar que existia uma atitude reativa e com isso as indústrias se limitavam apenas ao cumprimento das normas e mesmo assim, muitas vezes quando eram obrigados a isso. Nos anos de 1980 as indústrias começaram a ter uma mudança de pensamento e com isso entendeu que era preciso uma mudança nos seus processos de produção, um dos pontos principais estavam na minimização de resíduos e na reciclagem, pode-se dizer que nessa década o empresariado começava a ver o tema Meio Ambiente com outros olhos, não só pelo simples fato, do “pelo bem da natureza” mais também como uma necessidade da legislação, da sociedade e como melhoria dos processos para fins financeiros. Nos anos de 1990 uma nova onda veio para mudar o cenário ambiental no mundo, os códigos voluntários de conduta da família ISO 14000 tornava-se um diferencial para as empresas não só no cenário nacional, mas também no internacional, além da responsabilidade com uma produção mais limpa, a eco eficiência começava a ser falada com mais intensidade, sistemas de gestão ambiental ajudavam nos processos da empresa para minimizar os impactos, identificar as falhas e trabalhar através da melhoria contínua, diferente das décadas anteriores, as organizações já trabalhavam com uma atitude mais pró ativa no tocante do cumprimento das normas ambientais, com isso, o meio ambiente tornava-se parte da estrutura da empresa. A partir dos anos 2000 novas práticas e novos conceitos surgiram em uma geração mais atenta para as causas ambientais, não tanto como deveria, mas apresentando uma grande evolução se comparada às gerações anteriores. O termo SGI surgia nas organizações, a responsabilidade pela cadeia produtiva, que antes era um assunto quase que inexistente, começava a ser uma prática em algumas indústrias, a avaliação do ciclo de vida era um novo aliado para a indústria e para a sociedade, com essa crescente ambiental nas indústrias e na sociedade, surge o eco design, a atitude pró ativa antes voltada para o cumprimento das normas, puxava para o lado social também e com isso a estrutura o ambiental, o social tornavam-se parte da estrutura organizacional.
Sistema de Gestão Ambiental
A definição mais simplificada de SGA é que ele representa um ciclo contínuo de planejamento, implementação, revisão e melhoria das ações da organização para que possam ser cumpridas as obrigações ambientais. O SGA não acontece por acaso, ele necessita de ações que suportem o mesmo. Para melhorar o desempenho ambiental, a organização tem que avaliar não apenas quais são as ocorrências, mas também porque elas ocorrem. A maioria dos modelos de gerenciamento se baseiam no princípio de melhoria contínua, no conhecido ciclo da qualidade ou PDCA (Plan, Do, Check, Action): planejar, fazer, checar e agir, como apresentado na Figura .
Fonte: NBR ISO 14001: 2004
Muitas organizações gerenciam suas operações através da aplicação de um sistema de
processos e suas interações, que podem ser referenciados como “abordagem de processo”. A ABNT NBR ISO 9001 promove a utilização da abordagem de processo. Como o PDCA pode ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis. Nas empresas criam-se áreas para tratar de funções em uma estrutura vertical (organograma). Esta tendência natural, muitas vezes necessária, distorce nossa visão em relação ao real processo existente para atender a uma necessidade do cliente. Muitas vezes o processo percorre várias áreas formais para conseguir atender à necessidade que se propõe. Figura: visão Geral
Metodologia para a Implantação do SGA
A construção de um SGA pode soar como uma grande dificuldade. O tempo e os recursos geralmente são escassos, porém podem ser muito bem aproveitados se utilizados de forma adequada. Uma das formas de fazer isso é através de um plano de ação simples e eficaz. Os principais passos para construir o Plano de Ação são apresentados de diferentes formas por diferentes autores. Uma das formas de implementação de SGA foi desenvolvida pela US EPA, 2001, apresentam o Plano de Ação dividido em duas fases :
Figura 10 – Fase preparatória – Planejamento inicial do SGA
Outra metodologia de implementação de SGA foi desenvolvida pela BRI Inc., 1999 para as indústrias do Canadá. A metodologia é denominada “20 Passos para a Implementação do SGA”. O sistema dos 20 passos tem sido aplicado em empresas individuais e também em grupo. Importância da Sustentabilidade na Gestão Ambiental Podemos concordar que “sustentabilidade” é uma das palavras mais faladas do mundo, mas a menos compreendida. Seu significado é muitas vezes obscurecido por diferentes interpretações e por uma tendência para o assunto ser tratado superficialmente. Dentro de uma organização, a sustentabilidade geralmente é destacada como uma política armazenada, em algum lugar, com atitudes que ajudam o meio ambiente. No entanto, muitas empresas ainda não sabem que o investimento em gestão ambiental pode aumentar, muito, as chances de sucesso da empresa. Pode parecer algo distante, principalmente quando o objetivo das empresas é o de manter a marca reconhecida no mercado. Elementos do sistema de gestão ambiental Os cinco principais estágios do SGA definidos pela NBR ISO 14001:2004 são: Política Ambiental – a administração se compromete com a melhoria ambiental e estabelece a política ambiental da empresa. Planejamento - a empresa conduz a revisão de suas operações, identifica o aspectos e impactos e os requisitos legais e ambientais, estabelece os objetivos, avalia alternativas, define as metas e elabora o plano para alcançar as metas propostas. Implementação e Operação – a empresa inicia o desenvolvimento do plano de ação estabelecendo responsabilidades, desenvolvendo treinamentos, comunicação, procedimentos operacionais e o plano de emergência, verificando se as metas ambientais propostas estão sendo alcançadas. Verificação – a empresa avalia através do monitoramento das operações e de medições, se as metas estão sendo alcançadas. Se não estiverem sendo alcançadas, são realizadas as ações corretivas.Análise pela administração - através da análise o SGA é modificado objetivando otimizar a sua efetividade. O estágio de análise do SGA cria um ciclo de melhoria contínua. Requisitos Gerais Como explicado anteriormente, o SGA pode ser construído com base no ciclo da qualidade (PDCA): Planejar, Fazer, Checar e Agir, de forma a garantir que os fluxos do mesmo estejam sendo identificados, controlados e monitorados. Usando esta sistemática há como verificar se o desempenho do SGA está sempre melhorando.
A NBR ISO 14001:2004 define que a organização deve estabelecer, documentar,
implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta Norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos. A organização deve definir e documentar o escopo de seu sistema da gestão ambiental. Esta norma especifica os requisitos para que um SGA capacite uma organização a desenvolver e implementar política e objetivos que levem em consideração requisitos legais e informações sobre os aspectos ambientais significativos. Esta norma não estabelece requisitos absolutos para o desempenho ambiental, dos comprometimentos, expressos na política ambiental, de estar em conformidade com os requisitos legais e outros requisitos aos quais a organização tenha subscrito, com a prevenção da poluição e com a melhoria contínua. O nível de detalhe e complexidade do SGA, a extensão de sua documentação e dos recursos dedicados a ele irá depender de fatores como: escopo do sistema, o porte da organização e a natureza de suas atividades, produtos e serviços. (NBR ISO 14001:2004 Introdução) A utilização da ISO 14001:2004 deve-se aos seguintes fatos: A ISO 14001 é aceita internacionalmente; As organizações podem ser questionadas no que diz respeito a demonstrar conformidade com a ISO 14001, como condição de negócio em alguns mercados; A Norma é consistente com os elementos-chave encontrados em muitos modelos de SGA. As principais características da ISO 14001:2004 são: Baseado na metodologia PDCA Visa a prevenção da poluição Requer a Identificação e avaliação dos aspectos e impactos Introduz a necessidade de comunicação com partes externas Abordagem de processos (9001:2000) Melhoria contínua Conclusão A questão ambiental nas organizações ocupa hoje um papel de grande importância, pois a inserção da variável ecológica em uma política de atuação é capaz de conduzir todos os níveis organizacionais rumo ao desenvolvimento sustentável. Nos anos de 1950 e 1960 a gestão ambiental nas indústrias era abordada de maneira muito tímida, limitando-se a atender a legislação vigente, que já era pouca, mas um acontecimento trouxe certa mudança de pensamento, pode-se dizer que a divulgação do livro, a primavera silenciosa, de Rachel Carson, que foi publicado em 1962 nos Estados unidos e alertava sobre o uso de agrotóxicos no ambiente natural, fez com que as preocupações com o meio ambiente começassem a ter certo destaque. Referências ABNT -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR ISO 14001 – Sistemas de gestão ambiental - especificação e diretrizes para uso. Rio de Janeiro, 1996 ABNT -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR ISO 14001 – Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com a orientação para uso. Rio de Janeiro, 2004 ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - NBR ISO 14004 – Sistemas de gestão ambiental - diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro, 1996