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O DIREITO DE PROTEÇÃO DA IMAGEM DA CRIANÇA NA ERA DIGITAL

THE CHILD'S RIGHT TO IMAGE PROTECTION IN THE DIGITAL AGE

Daniela Boni1

RESUMO: Com a chegada da era digital, novas possibilidades de interação,


conexão e compartilhamento de informações surgiram. No entanto, esse progresso
também trouxe desafios e preocupações relacionados à privacidade e segurança
das pessoas, em especial das crianças e da proteção de sua imagem. A exposição
excessiva de crianças nas redes sociais tem sido uma prática comum, mas
controversa, gerando debates sobre as responsabilidades parentais e os direitos de
personalidade e imagem das crianças. Os pais têm o dever de proteger os filhos e
garantir que seus direitos sejam respeitados, inclusive em relação ao direito de
imagem, detendo o dever de analisar cuidadosamente as propostas que envolvam a
exposição da imagem de seus filhos. De acordo com a pesquisa realizada, pode-se
concluir que a responsabilidade dos pais em relação ao direito de imagem da
criança ou do adolescente é um assunto muito relevante e deve ser tratado com
cautela e atenção. Os pais devem estar atentos aos limites da exposição na mídia,
bem como às possíveis violações dos direitos de imagem dos filhos. A proteção
desses direitos é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança ou do
adolescente e deve ser uma prioridade dos responsáveis legais e dos órgãos
públicos.

PALAVRAS-CHAVE: Criança; Direito de Imagem; Era digital; Pais e Responsáveis.

ABSTRACT: With the arrival of the digital age, new possibilities for interaction,
connection and sharing of information have emerged. However, this progress has
also brought challenges and concerns about the privacy and safety of individuals,
especially children and the protection of their image. Over-exposure of children on
social networks has been a common but controversial practice, generating debates
about parental responsibilities and children's personality and image rights. Parents
have a duty to protect their children and ensure that their rights are respected,
including their right to their image, and have the duty to carefully analyze proposals
that involve the exposure of their children's image. According to the research carried
out, one can conclude that the parents' responsibility regarding the right of image of
the child or adolescent is a very relevant issue and should be treated with caution
and attention. Parents should be aware of the limits of media exposure, as well as
possible violations of their children's image rights. The protection of these rights is
fundamental for the healthy development of the child or adolescent and should be a
priority for legal guardians and public agencies.

KEYWORDS: Child; Digital Age; Image Rights; Parents and Guardians.

1 Especialista em Direito do Trabalho para Gestão de Pessoas pelo Instituto Nacional de Pós
Graduação, Graduada em Processos Gerenciais pela Faculdade Senac Blumenau e Graduanda em
Direito na Faculdade UNISOCIESC de Blumenau. E-mail: dany_boni@hotmail.com
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INTRODUÇÃO

A era digital trouxe consigo inúmeras possibilidades de interação, conexão e


compartilhamento de informações. No entanto, junto a esse progresso, surgiram
também novos desafios e preocupações relacionados à privacidade e segurança
das pessoas, especialmente no que diz respeito às crianças e à proteção de sua
imagem. A exposição excessiva das crianças nas redes sociais tem sido uma prática
comum, mas também polêmica, suscitando debates acerca das responsabilidades
parentais e dos direitos de personalidade e de imagem das crianças.
Diante desse contexto, o presente estudo tem como objetivo geral analisar a
legislação relacionada à proteção da imagem das crianças na era digital, a fim de
compreender quais as responsabilidades parentais decorrentes da exposição
dessas imagens nas redes sociais. Para tanto, serão definidos objetivos específicos,
a saber: identificar os direitos de personalidade e de imagem da criança constantes
no ordenamento jurídico brasileiro; analisar a responsabilidade dos responsáveis em
relação à exposição da imagem das crianças nas redes sociais e; compreender o
impacto da preservação da imagem da criança e a responsabilidade dos pais em
relação a essa exposição.
A abordagem de tal tema, nos termos propostos justifica-se pela grande
exposição das crianças nas redes sociais, sendo hoje, corriqueiro a exposição de
tudo e todos de forma online e simultânea. Assim, a pesquisa levanta como
problemática a seguinte questão: quais os direitos das crianças e as
responsabilidades parentais em relação ao direito de imagens das crianças?
Outrossim, a importância desta pesquisa se dá pelo fato de que a exposição
excessiva das crianças nas redes sociais pode trazer consequências negativas,
como exposição a riscos, exploração e abuso, além de questões relacionadas à
privacidade e segurança. O método que será adotado para esta pesquisa será o
indutivo2. As técnicas de pesquisa utilizada será a pesquisa bibliográfica3 e
documental.

2“[ ..] base lógica da dinâmica da Pesquisa Científica que consiste em pesquisar e identificar as
partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral” (PASOLD,
Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 12. ed. São Paulo: Conceito
Editorial, 2011, p. 205)
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1. CAPÍTULO 1: CONTEXTO HISTÓRICO DA PROTEÇÃO DOS DIREITOS


DAS CRIANÇAS

Ressalta-se, inicialmente, que existem diferenças entre os termos existentes,


isto é, entre os termos jovens e adolescentes, a fim de proporcionar uma
compreensão mais abrangente sobre o assunto. Embora sejam frequentemente
usados como sinônimos, adolescência e juventude são condições sociais
delimitadas por uma faixa etária específica. No Brasil, o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) define o adolescente como indivíduo entre 12 e 18 anos
incompletos, enquanto o termo jovem geralmente se refere a pessoas com idade
entre 15 e 29 anos, seguindo a tendência internacional. Dessa forma, a Agência
Nacional dos Direitos da Infância (2016) estabelece que os adolescentes-jovens
(entre 15 e 17 anos), os jovens-jovens (com idade entre 18 e 24 anos) e os jovens
adultos (com idade entre 25 e 29 anos) podem ser considerados jovens.
Em meados do século XIX, na França, surge a ideia de que as crianças
mereciam proteção especial, primeiro no mundo do trabalho e, mais além, com leis
sobre o direito à educação. Nos países industrializados do início do século XX, não
havia padrões de proteção para crianças, onde era comum elas trabalharem ao lado
de adultos em condições insalubres e inseguras.
No Brasil, em meados de 1854, houve a regulamentação do ensino primário
obrigatório, bem como foram implementados políticas de vacinação para crianças
que possuíam doenças contagiosas. Já no ano de 1871, com a publicação da Lei do
Ventre Livre, houve a determinação de que os filhos de mulheres escravizadas não
fossem igualmente escravizados.
As primeiras leis sobre direito das crianças à educação foram criadas na
França, a partir do ano de 1880. Em 1923, é criado o Juizado de Menores no Rio de
Janeiro, com abrigos para crianças abandonadas e para crianças e adolescentes em
conflito com a lei. Já no ano de 1924, a Liga das Nações adota a Declaração de
Genebra sobre os Direitos da Criança, elaborada por Eglantyne Jebb, fundadora do
fundo Save the Children. Esta declaração enuncia que todas as pessoas devem às
crianças: meios para seu desenvolvimento; ajuda especial em momentos de

3“[...]Técnica de investigação em livros, repertórios jurisprudenciais e coletâneas legais” (PASOLD,


Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 12. ed. São Paulo: Conceito
Editorial, 2011, p. 207)
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necessidade; prioridade no socorro e assistência; liberdade econômica e proteção


contra exploração; e uma educação que instile consciência e dever social.
Em 1937, a Constituição dos Estados Unidos do Brasil definiu a assistência à
infância e à juventude como obrigação do Estado, abrangendo a garantia em seu
art. 127, in verbis: “a infância e a juventude devem ser objeto de cuidados e
garantias especiais por parte do Estado, que tomará todas as medidas destinadas a
assegurar-lhes condições físicas e morais de vida sã e de harmonioso
desenvolvimento das suas faculdades” (BRASIL, 1937).
Quase 10 anos de vigência da Constituição Brasileira, (1946), é criado o
Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, por decisão unânime da
Assembleia Geral da ONU, para fornecer assistência emergencial a milhões de
crianças no período pós-guerra na Europa, no Oriente Médio e na China. Em 1953,
tornou-se órgão permanente do sistema das Nações Unidas e teve seu mandato
ampliado para chegar a crianças e adolescentes em todo o mundo. No ano de 1959,
a Assembleia Geral da ONU adotou a Declaração dos Direitos da Criança, que
estabeleceu como direitos desse grupo a educação, os cuidados de saúde e a
proteção especial, entre outros.
No ano de 2016, há o Marco Legal da Primeira Infância o qual ampliou os
direitos das crianças e especificou ações para atender à primeira infância, ou seja,
crianças de 0 até 6 anos. Observa-se que as garantias de direitos para as crianças e
adolescentes é relativamente recente, porém, as necessidades sempre existiram, de
modo que institutos que garantam a tutela necessária para crianças e adolescentes
em situação de risco se mostra com caráter de urgência face a vulnerabilidade
existentes; não atoa uns dos princípios existentes aborda a necessidade de cuidado
prioritário.
A implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90)
no ordenamento jurídico brasileiro representou uma significativa mudança social,
alterando conceitos, denominações e valores e dando prioridade àqueles que antes
estavam em situação de vulnerabilidade e falta de proteção legal. Para garantir a
efetividade dessa mudança, o Estatuto foi fundamentado no Princípio da Proteção
Integral ou Doutrina Jurídica da Proteção Integral, o que exigiu mudanças
significativas no ordenamento jurídico e uma transformação na sociedade, impondo
o enfrentamento de novos desafios e conceitos trazidos pelo Estatuto.
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Assim, o ECA é uma forma de reconhecer e proteger a vulnerabilidade


desses indivíduos em especial estágio de desenvolvimento. Além disso, a proteção
integral prevê não apenas a proteção da criança e do adolescente em si, mas
também a promoção de seu pleno desenvolvimento, garantindo o acesso à
educação, cultura, lazer e esporte, entre outros direitos fundamentais. Dessa forma,
pode-se afirmar que “nas relações entre desiguais, posiciona-se em favor dos mais
necessitados de proteção. Não busca obter um equilíbrio abstrato entre as partes,
mas remediar os efeitos do desequilíbrio e das disparidades” (TRINDADE, 1991, p.
01).

1.1. DIREITOS DE PERSONALIDADE E DA IMAGEM CONSTANTES NO


ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Concomitante aos breves históricos já abordados, frisa-se que o ECA foi


criado para assegurar o cumprimento dos princípios estabelecidos na Constituição
Federal de 1988, que reconhece crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e
determina que a família, a sociedade e o Estado têm a obrigação de garantir-lhes
proteção, saúde, educação, cultura, lazer, dignidade, respeito e liberdade. Dessa
maneira, o ECA foi criado para garantir a proteção integral dos direitos das crianças
e dos adolescentes, visando o seu desenvolvimento saudável e a construção de
uma sociedade mais justa e igualitária.
A proteção integral envolve a promoção, a garantia e a defesa de todos os
direitos das crianças, abrangendo diferentes aspectos de sua vida, como saúde,
educação, proteção contra a violência, participação social, lazer e cultura. Além
disso, busca assegurar a igualdade de oportunidades para todas as crianças,
independentemente de sua origem étnica, social, econômica ou qualquer outra
condição. Pereira, (1996, p.91) discorrendo sobre a teoria da proteção integral,
esclarece que:

De fato, a concepção sustentadora do Estatuto é a chamada Doutrina da


Proteção Integral defendida pela ONU com base na Declaração Universal
dos Direitos da Criança. Esta doutrina afirma o valor intrínseco da criança
como ser humano; a necessidade de especial respeito à sua condição de
pessoa em desenvolvimento; o valor prospectivo da infância e da juventude,
como portadora da continuidade do seu povo e da espécie e o
reconhecimento da sua vulnerabilidade o que torna as crianças e
adolescentes merecedores de proteção integral por parte da família, da
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sociedade e do Estado, o qual deverá atuar através de políticas específicas


para promoção e defesa de seus direitos.

Extrai-se que a proteção integral está fundamentada na ideia de que as


crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, tendo direitos tanto frente à família,
quanto à sociedade e ao Estado, de modo que essa abordagem rompe com a visão
de que eles são meros objetos de intervenção no mundo adulto, reconhecendo-os
como titulares de direitos comuns a qualquer pessoa e de direitos especiais
decorrentes da sua condição peculiar de pessoas em processo de desenvolvimento.
Dito isso, evidente da necessidade da efetividade de proteção de todos os
direitos relacionados, aqui em específico, às crianças, observa-se alguns direitos
diretamente ligados ao tema principal proposto ao capítulo, isto é, direitos de
personalidade e da imagem da criança constantes no ordenamento jurídico
brasileiro.
O direito à imagem tem adquirido uma relevância significativamente maior do
que há uma década. Com os avanços tecnológicos, o surgimento das redes sociais,
a globalização e a facilidade de compartilhar informações, é natural que ocorram
mudanças comportamentais e sociais significativas na sociedade. Fotografias,
vídeos e outros meios audiovisuais desempenham um papel fundamental nessa
nova realidade. Logo, a disseminação rápida e ampla de imagens através das redes
sociais e outras plataformas online levanta questões sobre privacidade,
consentimento e manipulação da imagem. Sob essa perspectiva, importante
enxergar a proteção de dados não como um meio de atalho da privacidade, mas
como um direito pleno, separado.

Seria contraproducente e até mesmo incoerente pensar a proteção de


dados pessoais somente sob as lentes do direito à privacidade. O eixo da
privacidade está ligado ao controle de informações pessoais do que seja
algo íntimo ou privado do sujeito. A proteção dos dados pessoais não se
satisfaz com tal técnica normativa, uma vez que a informação pode estar
sob a esfera pública, discutindo-se, apenas, a sua exatidão, por exemplo
(BIONI, 2019, p. 100).

No contexto jurídico, a proteção legal à imagem está devidamente


preservada. Qualquer forma de reprodução não autorizada da imagem de um
indivíduo, seja para fins comerciais ou não, é considerada uma violação à sua
imagem. De acordo com Franciulli Netto (2004, p. 24), o conceito de lesão à imagem
pode ser definido como:
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A imagem é a própria individualização figurativa de uma pessoa. O retrato


da pessoa faz as vezes de verdadeira senha a identificar de pronto o
indivíduo, distinguindo-o dos demais. Daí por que confere a seu titular todos
os meios de defesa e composição contra-ataques ou divulgações não
autorizadas, injustas ou distorcidas.

No mesmo sentido, uma das principais finalidades da proteção conferida aos


direitos da personalidade é salvaguardar os elementos que dizem respeito à
singularidade de cada indivíduo, incluindo a sua autopercepção. Trata-se de um
direito intimamente ligado à preservação da esfera íntima do indivíduo, à sua
privacidade e à maneira como ele se expressa e se enxerga no mundo, sendo
estritamente vinculado à natureza humana.
Os direitos da personalidade são universais e aplicáveis a todos os cidadãos,
iniciando-se com o nascimento vivo e encerrando-se com o falecimento, ou seja, são
válidos durante toda a vida de uma pessoa, sendo considerados vitalícios. Ao longo
de sua existência, esses direitos protegem o indivíduo em seus aspectos físicos,
psíquicos e morais.
Quando ocorre uma violação dos direitos da personalidade de uma pessoa,
independentemente da situação, ela tem o direito de buscar reparação pelos danos
morais sofridos. Nesse sentido, a mera lesão a um direito da personalidade cria uma
presunção automática de dano, conforme expressa o princípio jurídico de que o
dano será in re ipsa, ou seja, o dano está evidente por si só. Assim, caso ocorra uma
violação desses direitos, a vítima tem o direito de ser compensada pelos danos
morais causados, considerando que a lesão a um direito da personalidade é
suficiente para fundamentar a existência do dano.
Dito isso, evidente que os direitos inerentes ao cidadão englobam às crianças
e adolescentes, porém, importa mencionar que direitos do ordenamento jurídico são
relacionados à aspectos necessários, isto é, devem ser pautados de acordo com a
vulnerabilidade de quem os necessita.
Assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma legislação especial
criada com o propósito de proteger os direitos desse grupo vulnerável de forma
específica. A promulgação da Lei nº 8.069/1990 teve como objetivo fortalecer e
garantir de maneira mais efetiva os direitos das crianças e dos adolescentes, uma
vez que a legislação anterior não conseguia desempenhar adequadamente seu
papel. Nessa perspectiva, Rettore e Silva (2016, p.198) asseveram que:
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Se a proteção conferida ao sujeito pelo ordenamento jurídico leva em conta


seu grau de vulnerabilidade, soa intuitivo que a tutela da personalidade
infanto-juvenil deva ser diferenciada, inclusive no que tange ao direito à
imagem, o que mereceu menção expressa pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente, em seu art. 17.

Ainda segundo as autoras (2016, p. 198) o direito de imagem, foco principal


deste estudo, encontra-se devidamente regulamentado nos artigos 17, 100, V e 247,
§1º, do Estatuto da Criança e do Adolescente mencionado. O artigo inicial destaca a
proteção da imagem como um dos elementos essenciais para garantir o devido
respeito às crianças e aos adolescentes.
Nos demais artigos mencionados, o legislador demonstrou preocupação com
a proteção da privacidade das crianças e dos adolescentes. No artigo 100, inciso V,
o Estatuto estabelece os princípios que devem ser respeitados, e caso haja violação
desses princípios, medidas devem ser tomadas para reparar os danos causados.
Um desses princípios é o da privacidade, sendo que o referido inciso V aborda três
aspectos de suma importância que devem ser respeitados: intimidade, direito à
imagem e reserva da vida privada.
No que se refere ao artigo 247, §1º, do Estatuto, são estabelecidas medidas
penais a serem aplicadas quando ocorre a violação do princípio da privacidade. No
contexto em questão, essa violação ocorre por meio da divulgação pública de dados
e imagens de crianças e adolescentes. Diante dessa situação, torna-se necessário
aplicar sanções ao infrator por essa conduta, situações que serão mais bem
abordadas no capítulo principal, com jurisprudências para estudo de caso e
abordagem prática da pesquisa.
Concluindo o capítulo, observa-se que a implementação do Estatuto da
Criança e do Adolescente, a proteção da imagem de crianças e adolescentes foi
adequadamente contemplada, levando em consideração a natureza e as
peculiaridades desse grupo específico, de modo que o legislador reconhece
implicitamente que não é apropriado aplicar as mesmas medidas de proteção à
imagem para crianças e adultos, uma vez que existem diferenças significativas tanto
no aspecto social quanto no psicológico.
A proteção da imagem estabelecida nos artigos 17 a 20 do Código Civil, no
que se refere aos direitos da personalidade, deve ter um caráter suplementar. Isso
significa que ela deve ser aplicada apenas nos casos em que as normas do Estatuto
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da Criança e do Adolescente se mostrarem insuficientes para garantir essa proteção


adequada. David Cury (2016, p.127), frisa que:

A participação do Poder Judiciário ocorre em razão da necessidade de


dirimir entre dois direitos igualmente reconhecidos pela Constituição
Federal, como são o da liberdade de imprensa e do respeito à dignidade da
pessoa humana, ínsito nos direitos da personalidade – entre os quais figura
o da proteção da criança e do adolescente – de modo que a mesma não
pode ser vista como intervenção indevida nas atividades do Poder
Executivo, a quem compete regular a matéria referente à programação das
redes de televisão, adotando medidas administrativas próprias do seu
âmbito.

Com base no exposto, pode-se afirmar que os direitos da criança e do


adolescente passaram a ser mais respeitados desde então, uma vez que receberam
uma atenção maior por parte do sistema judicial. Vale ressaltar que o legislador
estabeleceu de maneira clara quem tem a responsabilidade de preservar a imagem
– assunto do próximo capítulo, privacidade e dignidade da criança, levando em
consideração sua presumível falta de maturidade para se proteger por conta própria
nesse novo mundo digital.

2. CAPÍTULO 2: AS RESPONSABILIDADES PARENTAIS FRENTE AO DIREITO


DE IMAGEM DA CRIANÇA

Rubens Limongi França (1997, p. 8) apresenta uma classificação detalhada


dos direitos da personalidade, na qual inclui a proteção do menor, também
conhecida como proteção da criança e do adolescente, em conformidade com a Lei
n. 8.069/90. Tal proteção é considerada um direito à integridade física,
caracterizando-se como um dos aspectos do direito à vida, sendo diferenciado das
outras pessoas de acordo com o critério do estado, que leva em conta a faixa etária
(nascituro, menor, idoso, moribundo, falecido) ou a validade (adulto com
personalidade plena, menor, idoso, deficiente, doente, viciado, sentenciado,
egresso).
Embora muito se discuta sobre a conexão entre os direitos fundamentais e os
direitos de personalidade, fato é que estes são inerentes ao ser humano,
irrenunciáveis, intransmissíveis e intimamente ligados ao exercício da vida digna
cabendo ao Estado reconhecê-los e sancioná-los no plano do direito positivo.
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O direito à integridade física é um dos direitos fundamentais da personalidade


que visa garantir a inviolabilidade do corpo humano, protegendo-o contra violações
físicas, tortura, tratamentos cruéis ou degradantes, mutilações, entre outros. Esse
direito é ainda mais relevante quando se trata de crianças e adolescentes, que são
considerados pessoas em desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis a danos
físicos e psicológicos.
Ainda que em formação física, moral e psíquica, as crianças e os
adolescentes são seres humanos que merecem respeito e proteção por parte da
família, sociedade e Estado, especialmente em áreas específicas, tais como saúde e
educação. A legislação brasileira, tanto a constitucional quanto a ordinária,
reconhece a importância da proteção integral dos menores de idade, visando ao
desenvolvimento pleno de sua personalidade em todos os aspectos, considerando a
totalidade de sua existência.
Por isso é que, ao incluírem os bens relativos à infância e à juventude entre
os fundamentos da restrição à liberdade de expressão, de radiodifusão e de
programação. Nesse sentido, Canotilho e Machado (2003, p.24) elucidam que o
objetivo é evitar danos permanentes ao desenvolvimento da personalidade de
crianças e adolescentes, bem como garantir sua socialização adequada e
capacidade de autodeterminação em diversos aspectos, incluindo físico, intelectual,
moral, emocional e relacional. Isso se deve à vulnerabilidade desses indivíduos, que
são mais sugestionáveis e impressionáveis, o que pode resultar em prejuízos
significativos para o seu bem-estar.
Considerando as premissas anteriormente expostas, é evidente que a
proteção dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes, no que tange à sua
personalidade, deve ser reforçada e diferenciada. Essa proteção abrange tanto a
esfera social, em que esses indivíduos são titulares prioritários do direito à saúde, à
educação e demais direitos fundamentais, quanto a esfera dos interesses privados,
em que possuem o direito ao respeito à preservação da imagem, identidade,
autonomia de valores, ideias e crenças, espaços e objetos pessoais - direitos estes
assegurados pelo artigo 17 da Lei n. 8.069/90.
É importante destacar que a vulnerabilidade das crianças e adolescentes,
devido à sua maior sugestionabilidade e impressionabilidade, torna-se uma das
razões pelas quais esses direitos devem ser protegidos de forma diferenciada,
evitando assim que haja lesões irreversíveis no desenvolvimento da personalidade
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dos menores. A proteção desses direitos torna-se essencial para garantir sua
adequada socialização e capacidade de autodeterminação, nos planos físico,
intelectual, moral, emocional e relacional.
A proteção dos direitos da personalidade dos menores é uma questão de
suma importância e, por isso, o legislador brasileiro teve a iniciativa de dispor
especificamente sobre o assunto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Embora alguns desses direitos já estejam previstos na Constituição Federal, como é
o caso do direito à imagem, intimidade e vida privada (artigo 5º, V e X), é louvável a
preocupação do legislador em reforçar a proteção aos direitos fundamentais das
crianças e adolescentes, tanto no âmbito social quanto no privado.
O reconhecimento de um direito especial da personalidade, exclusivo às
pessoas em desenvolvimento, respaldado nos princípios da proteção integral e da
maior vulnerabilidade, estabelece que, em casos de conflitos com outros direitos de
igual importância, o interesse superior da criança e do adolescente deve prevalecer.
Isso pode ser visto em situações como a priorização do exercício dos direitos sociais
ou na restrição de direitos, como a liberdade de informação, que deve ser exercida
com respeito à dignidade dos menores.
Essa proteção especial tem como objetivo prevenir possíveis danos
irreversíveis à formação da personalidade dos menores, garantindo uma adequada
socialização e desenvolvimento físico, intelectual, moral, emocional e relacional, aos
quais são particularmente vulneráveis devido à sua maior sugestionabilidade e
impressionabilidade. A tutela da personalidade infanto-juvenil deve ser reforçada,
tanto sob o aspecto social, em que eles têm direito à prioridade no acesso à saúde e
educação, como sob o aspecto dos interesses privados, como o direito à
preservação da imagem, identidade, autonomia dos valores, ideias e crenças,
espaços e objetos pessoais (como o direito à privacidade e intimidade).
O direito da personalidade da criança e do adolescente é um tema de grande
importância no âmbito jurídico, visto que esses indivíduos são considerados sujeitos
em desenvolvimento e, portanto, merecem uma proteção especial por parte da
sociedade e do Estado. Segundo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227,
cabe à família, à sociedade e ao Estado assegurar, com absoluta prioridade, os
direitos fundamentais desses indivíduos, dentre os quais se incluem os direitos da
personalidade.
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Essa limitação do direito da personalidade da criança e do adolescente pode


ser vista em diversas situações, como no caso do direito de imagem. Embora esses
indivíduos tenham o direito de preservar sua imagem e sua privacidade, é preciso
considerar também o direito à informação e à livre manifestação de pensamento. Por
outro lado, é importante lembrar que o dever de respeito não é absoluto, e que em
algumas situações a divulgação de informações pode ser necessária para garantir a
proteção desses indivíduos. Em casos de abuso ou negligência, por exemplo, a
divulgação de informações pode ser fundamental para garantir a proteção desses
indivíduos.
Nesse sentido, o direito da personalidade da criança e do adolescente é
protegido por um dever de respeito, que impõe limitações ao seu exercício em
situações específicas. No entanto, é importante que essa limitação seja feita de
forma equilibrada, levando-se em consideração não apenas o direito desses
indivíduos, mas também outros valores igualmente relevantes para a sociedade
como um todo.
A proteção dos direitos da personalidade da criança e do adolescente não é
uma responsabilidade exclusiva do Estado e do sistema jurídico. A sociedade como
um todo também deve se comprometer em garantir a proteção e o respeito aos
direitos desses indivíduos, principalmente no que diz respeito à sua integridade
física, moral e psíquica.
Em síntese, os direitos de personalidade são compostos por características
humanas fundamentais às relações interpessoais, como a honra e a imagem, assim
como aqueles relacionados a aspectos fisiológicos, psicológicos e emocionais
essenciais para o bem-estar do indivíduo. Por essa razão, frequentemente são
identificados e regulados novos direitos para contemplar suas "novas virtualidades".

2.1. LEI DA PROTEÇÃO DE DADOS – LGPD nº 13.709/2018

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi sancionada em agosto de 2018


e entrou em vigor em setembro de 2020, estabelecendo regras sobre a coleta, o
uso, o armazenamento e o compartilhamento de dados pessoais no Brasil. A
legislação foi criada com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de
privacidade e proteção de dados pessoais, além de estabelecer regras claras para o
tratamento desses dados por empresas e órgãos públicos.
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No contexto do tema de pesquisa proposto, a LGPD é de extrema relevância,


uma vez que a proteção de dados pessoais de crianças e adolescentes é um tema
que merece especial atenção. O artigo 14 da LGPD estabelece que o tratamento de
dados pessoais de crianças e adolescentes deve ser feito com o consentimento
específico e em destaque dado por pelo menos um dos pais ou responsável legal.
Além disso, o artigo 16 prevê que os dados pessoais de crianças e adolescentes
devem ser tratados de forma a garantir a sua proteção e privacidade.
A LGPD também estabelece sanções para empresas e órgãos públicos que
descumprirem as normas de proteção de dados pessoais. As penalidades variam de
advertências a multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50
milhões por infração.
É importante destacar que a LGPD não se aplica apenas a empresas e
órgãos públicos, mas também a indivíduos que realizam o tratamento de dados
pessoais, como os pesquisadores. Nesse sentido, é fundamental que os
pesquisadores tenham conhecimento das normas estabelecidas pela LGPD e que
sejam tomadas medidas para garantir a proteção dos dados pessoais coletados
durante a pesquisa.
Em suma, a LGPD representa um marco na proteção de dados pessoais no
Brasil e é fundamental para garantir a privacidade e a proteção dos direitos
fundamentais de crianças e adolescentes. No contexto da pesquisa, é importante
que os pesquisadores estejam cientes das normas estabelecidas pela legislação e
tomem medidas para garantir a proteção dos dados pessoais coletados durante a
pesquisa.

2.2. A VULNERABILIDADE NO ESPAÇO VIRTUAL

O ambiente virtual proporcionado pela internet, independente da finalidade do


compartilhamento de conteúdo, apresenta uma falta de controle prévio
(SCHREIBER, 2014, p.32), tornando vulneráveis os direitos que, diferentemente
daqueles de natureza exclusivamente patrimonial, podem não ser recuperados em
sua totalidade, principalmente no meio digital, onde o que é postado permanece de
forma quase perpétua.
Com a expansão da internet e a consequente ampliação do contexto virtual,
tornou-se necessário que o Estado adotasse medidas para proteger as pessoas das
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ameaças de outros particulares que se escondem por trás de telas e do anonimato,


bem como de empresas, aplicativos e softwares que exigem acesso a dados e
informações pessoais dos usuários para cadastro.
As leis já citadas, tais como a de proteção de dados, são fundamentais para
garantir a proteção dos direitos e da privacidade dos usuários da internet,
considerando que muitas empresas e organizações coletam e utilizam informações
pessoais sem a devida autorização ou consentimento dos titulares dos dados.
Portanto, é importante que as pessoas estejam cientes de seus direitos e das
medidas de proteção existentes para evitar violações e garantir a segurança de suas
informações pessoais.
Outrossim, a negligência por parte dos pais no uso da internet pode levar a
consequências sérias para a segurança e o bem-estar das crianças. Em alguns
casos, a conduta negligente dos pais em monitorar as atividades online dos filhos e
fornecer orientações adequadas pode resultar em situações prejudiciais, e em casos
extremos, pode ocorrer a responsabilização legal.
Há registros de julgados em que ocorreu a condenação por negligência por
parte dos pais, especialmente em situações em que ficou comprovado que eles
falharam em supervisionar adequadamente as atividades online de seus filhos,
permitindo que eles fossem expostos a perigos ou envolvidos em situações de risco.
Essas condenações têm o intuito de responsabilizar os pais pela falta de diligência
na proteção e cuidado com seus filhos no ambiente virtual.
Dessa maneira, quando se trata do tratamento de crianças e adolescentes, a
vulnerabilidade que eles enfrentam exige um cuidado ainda maior, devido ao risco
de abuso dessa condição (AMIN, 2018, p.82). O uso de seus dados pessoais,
definidos como "informação relacionada a uma pessoa natural identificada ou
identificável" pelo artigo 5º, inciso I da Lei nº 13.709/2018 (LGPD), deve ser feito
com o consentimento dos pais ou responsáveis, de maneira que seja do melhor
interesse da criança e de acordo com sua capacidade de compreensão, conforme
previsto no artigo 14 da mesma lei.

3. CAPÍTULO 3: COMPREENDER O IMPACTO DA PRESERVAÇÃO E NÃO


PRESERVAÇÃO DA IMAGEM DA CRIANÇA À LUZ DA RESPONSABILIDADE
PARENTAL
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Da pesquisa realizada até o momento, extrai-se que a proteção integral


envolve a promoção, a garantia, bem como a defesa de todos os direitos das
crianças, abrangendo diferentes aspectos de sua vida, como saúde, educação,
proteção contra a violência, participação social, lazer e cultura. Além disso, busca
assegurar a igualdade de oportunidades para todas as crianças, independentemente
de sua origem étnica, social, econômica ou qualquer outra condição.
Nesse contexto, os direitos estudados, aqui em específico, o direito de
imagem, está presente essencialmente nos incisos componentes dos direitos
fundamentais do art. 5º da Constituição Federal, sendo considerados de suma
importância. Igualmente, a privacidade constitui-se outro direito garantido pela
Constituição Federal, conforme ressalta Rettore e Silva (2016, p.198) a privacidade,
nesse conceito pode ser compreendida como:

conjunto de informação acerca do indivíduo que ele pode decidir manter sob
seu exclusivo controle, ou comunicar, decidindo a quem, quando, onde e
em que condições, sem a isso pode ser legalmente sujeito. A esfera de
inviolabilidade, assim, é ampla, “abrange o modo de vista doméstico, nas
relações familiares e afetivas em geral, fatos, hábitos, local, nome, imagem,
pensamentos, segredos, e, bem assim, as origens e planos futuros do
indivíduo.

É evidente que um dos princípios fundamentais consagrados na Constituição


Federal é a preservação da imagem das pessoas, independentemente de ser por
meio de reprodução ou qualquer outra forma. Esses direitos são estendidos a todas
as pessoas, incluindo crianças e adolescentes, como uma proteção inerente a todo
ser humano, de modo que essa perspectiva é reafirmada no Estatuto da Criança e
do Adolescente, que busca garantir essa salvaguarda aos indivíduos mais jovens.
Igualmente, Bittencourt (2019, p. 7), a respeito do tema, é bem didático e
preciso ao abordar que “não há menção específica na regra em comento sobre a
imagem da criança ou adolescente, mas como atributo de sua pessoa, pode se
relacionar a ‘dignidade’ e o ‘respeito’ como elementos que podem, em tese, serem
atingidos por má utilização da imagem”.
A responsabilidade parental nesse contexto se torna fundamental, pois é um
papel que deve ser exercido com muita cautela e responsabilidade. Compreender o
impacto da preservação e não preservação da imagem da criança é essencial para
que os pais ou responsáveis possam agir de forma adequada e garantir o bem-estar
da criança.
16

Para entender melhor essa questão, é preciso analisar alguns conceitos


importantes. A imagem da criança se refere à forma como ela é vista pelos outros,
incluindo sua aparência física, comportamento, atitudes e habilidades. A imagem
pode ser positiva ou negativa, dependendo das circunstâncias em que a criança é
vista. A preservação da imagem da criança se refere à proteção dessa imagem para
que ela não seja exposta de forma inadequada ou prejudicial à criança. Já a não
preservação da imagem se refere à exposição da criança a situações que podem
prejudicar sua imagem ou seu bem-estar.
A responsabilidade parental, por sua vez, se refere ao conjunto de deveres e
obrigações que os pais ou responsáveis têm em relação à criança, incluindo a
proteção de seus direitos, cuidados com sua saúde, educação e bem-estar
emocional. A responsabilidade parental também se estende à preservação da
imagem da criança, pois os pais ou responsáveis devem garantir que a criança não
seja exposta a situações que possam prejudicar sua imagem ou seu
desenvolvimento.
A exposição da imagem da criança também pode afetar a sua autoestima e
confiança. A construção da percepção da imagem da criança, vista por seus próprios
olhos é construída através da forma como ela é enxergada pelos seus iguais. Se a
criança é constantemente exposta a uma imagem negativa, isso pode afetar sua
autoestima e seu desenvolvimento emocional. Além disso, a exposição excessiva da
imagem da criança pode gerar uma pressão social sobre ela, fazendo com que ela
se sinta obrigada a corresponder a certos padrões ou expectativas impostas pelos
outros.
Por outro lado, a preservação da imagem da criança pode trazer inúmeros
benefícios para o seu desenvolvimento. Uma imagem positiva e protegida pode
aumentar a autoestima e a confiança da criança, fazendo com que ela se sinta mais
segura e amada. Além disso, a preservação da imagem pode contribuir para uma
convivência mais saudável entre a criança e os outros membros da família, pois
evita situações que possam gerar conflitos ou constrangimentos.
A preservação da imagem da criança é de responsabilidade de seus pais e
responsáveis, tais como a autorização para captura e de divulgação de fotos em
redes sociais, por terceiros se seu convívio. Tendo em vista que a percepção de sua
própria imagem é construída através da forma em que ela é vista por seus
semelhantes. E a divulgação de situações consideradas constrangedoras afetam
17

diretamente o seu desenvolvimento podendo auxiliar nos quadros de insegurança e


falta de autoestima.
Diante disso, é importante que os pais ou responsáveis compreendam a
importância da preservação da imagem da criança e sejam responsáveis por
garantir a sua proteção. Para isso, é fundamental que eles se informem sobre os
riscos da exposição da imagem da criança e adotem medidas de proteção, como
limitar o compartilhamento de fotos e informações pessoais nas redes sociais, evitar
expor a criança a situações constrangedoras ou perigosas e respeitar a sua
privacidade.
Em resumo, a preservação da imagem da criança é um assunto de grande
importância na sociedade contemporânea, que deve ser tratado com muita
responsabilidade e cuidado pelos pais ou responsáveis. Compreender o impacto da
preservação e não preservação da imagem da criança à luz da responsabilidade
parental é fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável da
criança.

3.1. O FENÔMENO SHARENTING

"Sharenting" é um neologismo que combina as palavras "sharing"


(compartilhando) e "parenting" (paternidade). O termo refere-se ao ato de pais
compartilharem excessivamente informações, fotos e vídeos de seus filhos nas
redes sociais e em outras plataformas online. O fenômeno do sharenting levanta
questões relacionadas à privacidade, segurança e consentimento dos filhos. Alguns
casos podem envolver debates sobre a exposição excessiva das crianças e o
impacto potencial em sua privacidade e reputação no futuro.
Fernando Eberlin (2017, p. 258) descreve outra situação em que existe a
manifestação deste tipo de compartilhamento:

A ideia de sharenting, também, abarca as situações em que os pais fazem a


gestão da vida digital de seus filhos na internet, criando perfis em nome das
crianças em redes sociais e postando, constantemente, informações sobre
sua rotina. É o caso da mãe que, ainda grávida, cria uma conta em uma
rede social para o bebê que irá nascer.

No contexto mencionado, os próprios pais ou responsáveis pela criança ou


adolescente apoiaram, principalmente por meio de fotos e vídeos, detalhes da vida
18

pessoal de seus filhos, muitas vezes sem considerar as provisões do art. 14 da Lei
Geral de Proteção de Dados , que se posiciona em relação aos dados da criança e
do adolescente assim afirmando, em seu artigo 14: “O tratamento de dados pessoais
de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos
termos deste artigo e da legislação pertinente” (BRASIL, 2018).
Essa norma estabelece duas obrigações distintas: uma de caráter preventivo
e outra corretivo. A primeira tem como objetivo melhorar a conscientização sobre os
riscos associados ao compartilhamento de mídias envolvendo menores e aos
serviços disponíveis na internet para esse público. Isso visa promover maior cautela
ao compartilhar imagens e vídeos dessas pessoas. Já a segunda obrigação diz
respeito ao desenvolvimento de controle eficaz para remover qualquer conteúdo
prejudicial aos menores, incluindo aqueles publicados por terceiros. Essa medida se
torna necessária porque os menores estão sob os cuidados de adultos que acabam
expondo sua privacidade ao compartilhar informações com desconhecidos no
ambiente virtual.
Pode-se observar que o fenômeno do "sharenting" é uma prática comum não
apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Esse cenário é preocupante, uma vez que
os dados divulgados na internet podem ser acessados por qualquer pessoa a
qualquer momento. Além disso, tais informações podem causar emoções
emocionais desde a infância até a vida adulta da criança, como destacado:

O problema jurídico decorrente do sharenting diz respeito aos dados


pessoais das crianças que são inseridos na rede mundial de computadores
ao longo dos anos e que permanecem na internet e podem ser acessados
muito tempo posteriormente à publicação, tanto pelo titular dos dados
(criança à época da divulgação) quanto por terceiros. Essas informações
podem causar impactos desde a infância até a vida adulta. (EBERLIN,
Fernando, 2017, p. 258):

Dito isso, importa abordar a prática acerca do assunto, onde pais e


responsáveis foram punidos pela exposição de crianças e menores; é necessário
mencionar que como em diversos, senão, todos os casos jurídicos, as sentenças e
decisões são pautadas em cada caso, isto é, de acordo com as características e
peculiaridades de cada acontecimento. Neste sentido as jurisprudências:

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS POR USO INDEVIDO DE
IMAGEM. REPORTAGEM JORNALÍSTICA. VIOLAÇÃO AO DIREITO À
19

IMAGEM DA CRIANÇA. AUTOR IDENTIFICADO. VIOLAÇÃO AOS


ARTIGOS 15 E 17 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
DANO IN RE IPSA. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. DANO
MORAL CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR. “QUANTUM”
INDENIZATÓRIO. MANUTENÇÃO. VERBA HONORÁRIA. FIXAÇÃO
SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE SENTENÇA
REFORMADA, EM PARTE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1.
No presente caso restou devidamente configurado o uso indevido da
imagem da criança, ao ser exposta, acompanhada de sua genitora em
praça de alimentação de shopping center, em reportagem veiculada sem
autorização da genitora. 2. Em se tratando de criança, as empresas
jornalísticas deveriam ter maior cautela em suas reportagens, de modo a
evitar a indevida violação ao seu direito à imagem. 3. ECA. Art. 17. O
direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças,
dos espaços e objetos pessoais.” 4. Ante o princípio da proteção integral e
do melhor interesse da criança e do adolescente (art. 227 da CF)é assente
o entendimento do STJ no sentido de que a violação ao direito à imagem
da criança e do adolescente configura dano extrapatrimonial presumido (in
re ipsa), situação que dispensa prova da existência de prejuízo ou de
abalo psicológico. 5. O quantum indenizatório fixado em primeiro grau
deve ser mantido, eis que pautado no caráter pedagógico e compensatório
da condenação, observados a conduta do ofensor, o grau da lesão, a
situação econômico-financeira e social das partes litigantes, além dos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade.6. De acordo com o artigo
85, § 2º. do Código de Processo Civil, sendo certo o valor da condenação,
é sobre este que deve ser fixada a verba honorária. (TJPR - 8ª C.Cível -
XXXXX-30.2018.8.16.0088 - Guaratuba - Rel.: Desembargador Hélio
Henrique Lopes Fernandes Lima - J. 22.06.2020)
(TJ-PR - APL: XXXXX20188160088 PR XXXXX-30.2018.8.16.0088
(Acórdão), Relator: Desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes
Lima, Data de Julgamento: 22/06/2020, 8ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 24/06/2020)4

A divulgação da imagem da criança, sem a devida autorização de seu


responsável configura o Dano Moral, sem a necessidade que se comprove o dano,
ainda que exista no ordenamento o direito de liberdade de impressa exista, fica
limitado frente a proteção da imagem da criança. Ainda nessa linha de interpretação:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS


MORAIS. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL.
DESCABIMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÕES.
INEXISTENTES. DIVULGAÇÃO DE IMAGEM DE ADOLESCENTE EM
REPORTAGEM JORNALÍSTICA. PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL.
DANO MORAL. CONFIGURADO. ECA E CONVENÇÃO SOBRE
DIREITOS DA CRIANÇA. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL DOS
MENORES. PRIORIDADE ABSOLUTA. OBSERVÂNCIA NECESSÁRIA. 1.
Ação ajuizada em 30/09/2010. Recurso especial interposto em 08/07/2013

4
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. Apelação XXXXX20188160088 PR XXXXX-
30.2018.8.16.0088 (Acórdão). Relator: Desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima. 8ª
Câmara Cível. Diário da Justiça Eletrônico, 22 jun. 2020. Disponível em:
<https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-pr/919198784>. Acesso em 30 mai. 2023
20

e atribuído ao gabinete em 26/08/2016. Julgamento: CPC/73. 2. O


propósito recursal consiste em decidir se: i) há violação de dispositivos
constitucionais; ii) há negativa de prestação jurisdicional pelo Tribunal de
origem; iii) há dano moral compensável, em razão de reportagem
jornalística que identifica menor envolvido em briga em hospital público. 3.
A interposição de recurso especial não é cabível quando ocorre violação
de dispositivo constitucional ou de qualquer ato normativo que não se
enquadre no conceito de lei federal, conforme disposto no art. 105, III, "a"
da CF/88. 4. A preservação da imagem e da intimidade dos menores, em
tenra idade ou prestes a alcançar a maturidade, é reflexo do comando
constitucional da sua proteção integral, com absoluta prioridade em
assegurar seus direitos fundamentais (arts. 227, da CF/88, 4º do ECA). 5.
Independente do grau da reprovabilidade da conduta do menor, o
Ordenamento Jurídico veda a divulgação de imagem de adolescentes a
quem se atribua a autoria de ato infracional, de modo a preservar a
sensível e peculiar condição de pessoa em desenvolvimento. 6. Recurso
especial provido. (REsp 1442083/ES, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 21/09/2017, DJe 02/10/2017)5

Nos casos em análise, observa-se que foi constatado o uso indevido da


imagem, tendo como embasamento, todo o estudado durante a pesquisa. Ficou
devidamente garantido o uso indevido da imagem da criança, que foi exposta,
configurando a violação de seu direito à imagem. Conforme estabelecido no Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo 17, o direito ao respeito consiste
na proteção da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
incluindo a preservação de sua imagem, identidade, autonomia, valores, ideias,
crenças, espaços e objetos pessoais.

CONCLUSÃO

A doutrina da proteção integral evoluiu para garantir que os direitos de


crianças e adolescentes sejam sempre protegidos em seu melhor interesse e de
forma absoluta. Essa abordagem se baseia na concepção de que eles são sujeitos
em desenvolvimento, vulneráveis e, muitas vezes, não conhecem seus próprios
direitos. É preocupante o excessivo compartilhamento de informações ao qual país
têm submetido seus filhos, e isso não pode ser ignorado.
Diante do exposto, fica evidente que a preservação da imagem da criança é
um tema de extrema importância, principalmente na era digital. A disseminação das

5SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. Recurso Especial. 1442083/ES. Relatora: Ministra Nancy


Andrighi, Terceira Turma. Diário de Justiça Eletrônico, 02 out. 2017. Disponível em:
<https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/stj/505973694>. Acesso em 30 mai. 2023.
21

redes sociais e o fácil acesso à internet aumentaram as possibilidades de exposição


indevida e violação da privacidade da criança, o que pode ter consequências graves
em seu desenvolvimento. Por isso, a responsabilidade parental deve ser exercida de
forma consciente e ética, com o objetivo de proteger a imagem da criança e garantir
sua privacidade e segurança. Os pais e responsáveis legais devem estar cientes das
leis que protegem a imagem da criança em seu país e tomar medidas para garantir
sua proteção.
É fundamental que as instituições responsáveis pela educação e formação
desses indivíduos, como as escolas e a família, também assumam um papel ativo
na promoção e proteção dos seus direitos da personalidade. Essas instituições
devem orientar e conscientizar os jovens sobre seus direitos e deveres, bem como
sobre a importância de respeitar os direitos dos outros.
Destarte, o direito da personalidade da criança e do adolescente é um tema
de grande importância e complexidade, que requer uma abordagem equilibrada e
responsável por parte da sociedade e do Estado. É fundamental garantir a proteção
desses indivíduos, respeitando-se os seus direitos fundamentais, mas também
considerando outros valores importantes para a sociedade como um todo, como a
liberdade de expressão e o direito à informação.
Ante a problemática de pesquisa apresentada, observou-se que a exibição de
imagens pode ter várias disposições específicas nas responsabilidades parentais,
dependendo do contexto específico. No geral, as responsabilidades parentais
decorrentes da exposição de imagens incluem a proteção do bem-estar da criança,
sendo os que os pais ou responsáveis têm a responsabilidade de proteger o bem-
estar físico, emocional e psicológico de seus filhos. Isso inclui garantir que as
imagens exibidas sejam adequadas à idade da criança e não causem danos.
A privacidade e segurança onde os pais ou responsáveis devem tomar
medidas para proteger a privacidade e a segurança de seus filhos. Isso envolve não
compartilhar imagens que possam expor a criança a riscos, como informações
pessoais, localização ou situações perigosas. Assim como o consentimento e a
autorização, que ao depender da legislação do país e das circunstâncias
específicas, os pais podem precisar obter consentimento ou autorização para exibir
imagens de seus filhos. Isso é especialmente relevante em situações como
fotografias profissionais, uso de imagens em publicidade ou em mídias sociais.
22

Diante disso é indispensável a supervisão online, visto que com a presença


preferencial das mídias sociais e da tecnologia digital, os pais devem ter a
responsabilidade de supervisionar a presença online de seus filhos, a fim de
assegurar que as imagens compartilhadas sejam protegidas e não sejam proibidas.
Nessa mesma linha fica evidente a responsabilidade sobre a educação dos filhos
sobre o uso seguro e responsável da internet, incluindo o compartilhamento de
imagens. Isso pode incluir orientar sobre os perigos potenciais, como o cyberbullying
ou o compartilhamento não autorizado de imagens.
Ressalta-se que, conforme exposto nas jurisprudências abordadas, as
responsabilidades parentais podem variar de acordo com a legislação do país e a
idade da criança. Também é essencial considerar o consentimento da criança,
conforme apropriado, especialmente em casos envolvendo adolescentes.
Portanto, conclui-se que a preservação da imagem da criança é um direito
fundamental que deve ser protegido e garantido pelos pais e responsáveis legais,
em conformidade com as leis e em respeito aos valores éticos e morais. Somente
assim poderemos garantir um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento
das futuras gerações.
23

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