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Daniela Boni1
ABSTRACT: With the arrival of the digital age, new possibilities for interaction,
connection and sharing of information have emerged. However, this progress has
also brought challenges and concerns about the privacy and safety of individuals,
especially children and the protection of their image. Over-exposure of children on
social networks has been a common but controversial practice, generating debates
about parental responsibilities and children's personality and image rights. Parents
have a duty to protect their children and ensure that their rights are respected,
including their right to their image, and have the duty to carefully analyze proposals
that involve the exposure of their children's image. According to the research carried
out, one can conclude that the parents' responsibility regarding the right of image of
the child or adolescent is a very relevant issue and should be treated with caution
and attention. Parents should be aware of the limits of media exposure, as well as
possible violations of their children's image rights. The protection of these rights is
fundamental for the healthy development of the child or adolescent and should be a
priority for legal guardians and public agencies.
1 Especialista em Direito do Trabalho para Gestão de Pessoas pelo Instituto Nacional de Pós
Graduação, Graduada em Processos Gerenciais pela Faculdade Senac Blumenau e Graduanda em
Direito na Faculdade UNISOCIESC de Blumenau. E-mail: dany_boni@hotmail.com
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INTRODUÇÃO
2“[ ..] base lógica da dinâmica da Pesquisa Científica que consiste em pesquisar e identificar as
partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral” (PASOLD,
Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 12. ed. São Paulo: Conceito
Editorial, 2011, p. 205)
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dos menores. A proteção desses direitos torna-se essencial para garantir sua
adequada socialização e capacidade de autodeterminação, nos planos físico,
intelectual, moral, emocional e relacional.
A proteção dos direitos da personalidade dos menores é uma questão de
suma importância e, por isso, o legislador brasileiro teve a iniciativa de dispor
especificamente sobre o assunto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Embora alguns desses direitos já estejam previstos na Constituição Federal, como é
o caso do direito à imagem, intimidade e vida privada (artigo 5º, V e X), é louvável a
preocupação do legislador em reforçar a proteção aos direitos fundamentais das
crianças e adolescentes, tanto no âmbito social quanto no privado.
O reconhecimento de um direito especial da personalidade, exclusivo às
pessoas em desenvolvimento, respaldado nos princípios da proteção integral e da
maior vulnerabilidade, estabelece que, em casos de conflitos com outros direitos de
igual importância, o interesse superior da criança e do adolescente deve prevalecer.
Isso pode ser visto em situações como a priorização do exercício dos direitos sociais
ou na restrição de direitos, como a liberdade de informação, que deve ser exercida
com respeito à dignidade dos menores.
Essa proteção especial tem como objetivo prevenir possíveis danos
irreversíveis à formação da personalidade dos menores, garantindo uma adequada
socialização e desenvolvimento físico, intelectual, moral, emocional e relacional, aos
quais são particularmente vulneráveis devido à sua maior sugestionabilidade e
impressionabilidade. A tutela da personalidade infanto-juvenil deve ser reforçada,
tanto sob o aspecto social, em que eles têm direito à prioridade no acesso à saúde e
educação, como sob o aspecto dos interesses privados, como o direito à
preservação da imagem, identidade, autonomia dos valores, ideias e crenças,
espaços e objetos pessoais (como o direito à privacidade e intimidade).
O direito da personalidade da criança e do adolescente é um tema de grande
importância no âmbito jurídico, visto que esses indivíduos são considerados sujeitos
em desenvolvimento e, portanto, merecem uma proteção especial por parte da
sociedade e do Estado. Segundo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 227,
cabe à família, à sociedade e ao Estado assegurar, com absoluta prioridade, os
direitos fundamentais desses indivíduos, dentre os quais se incluem os direitos da
personalidade.
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conjunto de informação acerca do indivíduo que ele pode decidir manter sob
seu exclusivo controle, ou comunicar, decidindo a quem, quando, onde e
em que condições, sem a isso pode ser legalmente sujeito. A esfera de
inviolabilidade, assim, é ampla, “abrange o modo de vista doméstico, nas
relações familiares e afetivas em geral, fatos, hábitos, local, nome, imagem,
pensamentos, segredos, e, bem assim, as origens e planos futuros do
indivíduo.
pessoal de seus filhos, muitas vezes sem considerar as provisões do art. 14 da Lei
Geral de Proteção de Dados , que se posiciona em relação aos dados da criança e
do adolescente assim afirmando, em seu artigo 14: “O tratamento de dados pessoais
de crianças e de adolescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos
termos deste artigo e da legislação pertinente” (BRASIL, 2018).
Essa norma estabelece duas obrigações distintas: uma de caráter preventivo
e outra corretivo. A primeira tem como objetivo melhorar a conscientização sobre os
riscos associados ao compartilhamento de mídias envolvendo menores e aos
serviços disponíveis na internet para esse público. Isso visa promover maior cautela
ao compartilhar imagens e vídeos dessas pessoas. Já a segunda obrigação diz
respeito ao desenvolvimento de controle eficaz para remover qualquer conteúdo
prejudicial aos menores, incluindo aqueles publicados por terceiros. Essa medida se
torna necessária porque os menores estão sob os cuidados de adultos que acabam
expondo sua privacidade ao compartilhar informações com desconhecidos no
ambiente virtual.
Pode-se observar que o fenômeno do "sharenting" é uma prática comum não
apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Esse cenário é preocupante, uma vez que
os dados divulgados na internet podem ser acessados por qualquer pessoa a
qualquer momento. Além disso, tais informações podem causar emoções
emocionais desde a infância até a vida adulta da criança, como destacado:
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ. Apelação XXXXX20188160088 PR XXXXX-
30.2018.8.16.0088 (Acórdão). Relator: Desembargador Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima. 8ª
Câmara Cível. Diário da Justiça Eletrônico, 22 jun. 2020. Disponível em:
<https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-pr/919198784>. Acesso em 30 mai. 2023
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GODOY, Claudio Luiz B. de. Desafios atuais dos direitos da personalidade. In:
Direitos da Personalidade: a contribuição de Silmara J.A. Chinellato. Barueri:
Manoele, 2019. Disponível em: <https://repositorio.usp.br/item/002951740> Acesso
em 20 mai. 2023
MELLO, Cláudio Ari. Contribuição para uma teoria híbrida dos direitos de
personalidade. In: SARLET, Ingo Wolfgang (Org.). O novo código civil e a
constituição. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2006. Disponível em:
<https://www.indexlaw.org/index.php/garantiasfundamentais/article/view/4417>
Acesso em 14 de mai. 2023
PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 12. ed.
São Paulo: Conceito Editorial, 2011, p. 207.
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PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 12. ed.
São Paulo: Conceito Editorial, 2011, p. 205)