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EXPOSIÇÃO EXCESSIVA DE CRIANÇAS NAS REDES SOCIAIS E O IMPACTO

NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Camila Tereza Amorim e Silva1


Helena Maria da Silva Jales2
Marina Clara Soares Costa3
Karidja Kallianny C. F. Moura4

RESUMO
Com a propagação do uso das redes sociais, no compartilhamento de informações, resultado de
um novo modelo de relação sociocultural advinda da sociedade contemporânea que vivemos,
na qual valores foram alterados, assim progenitores se veem no direito de publicação de
imagens e vídeos da criança em sua rotina, até os seus momentos mais íntimos e reservados.
As novas definições de sucesso foram incorporadas ao consumismo exagerado, reflexo do apelo
da mídia nesse espaço de exibicionismo, no qual logo foi notado por empresas e pais no intuito
de retorno financeiro que optaram por profissionalizarem seus filhos, colocando-os no centro
desta engrenagem capitalista. Assim, por meio deste estudo procuramos identificar os possíveis
danos ao desenvolvimento infantil que de fato ocorrem em virtude a exposição excessiva da
imagem da criança nas redes sociais. Foi utilizada a pesquisa bibliográfica a artigos científicos,
livros e textos disponíveis online para a elaboração do presente documento. Visualizamos a
estreita relação entre a visibilidade infantil no Instagram e as práticas relacionadas ao consumo,
onde os que deveriam oferecer proteção, acabam por expor a criança aos perigos que vão desde
a adultização infantil, o que pode ocasionar danos ao delicado processo de construção da
personalidade, podendo representar ameaça a intimidade, à vida privada, direito a imagem,
prejuízos em outras esferas do desenvolvimento infantil e até estarem sujeitos a ação de
pedófilos. Por fim, cabe aos progenitores mais responsabilidade na hora de expor seus filhos, a
fim de garantir seu direito ao desenvolvimento saudável, com muita brincadeira, imaginação e
criatividade.
Palavras-chave: redes sociais; desenvolvimento infantil; adultização infantil; pais;
consumismo.

ABSTRACT
With the spread of the use of social networks, in the sharing of information, the result of a new
model of sociocultural relationship arising from the contemporary society we live in, in which
values have been changed, thus parents see themselves in the right to publish images and videos
of the child in his routine, even his most intimate and private moments. The new definitions of
success have been incorporated into the exaggerated consumerism, a reflection of the media's
appeal in this space of exhibitionism, which was soon noticed by companies and parents who
opted to professionalize their children for financial return, putting them at the center of this

1
Graduanda do curso de Psicologia da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. E-mail:
camilla.tereza@hotmail.com
2
Graduanda do curso de Psicologia da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. E-mail:
lenajales2013@hotmail.com
3
Graduanda do curso de Psicologia da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. E-mail:
marina.clarah@gmail.com
4
Doutora em Ciências/Professora da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte. E-mail:
extensão@catolicadorn.com.br
capitalist gear. Thus, through this study we sought to identify the possible damage to child
development that actually occurs due to excessive exposure of children's image on social
networks. We used bibliographic research to scientific articles, books and texts available online
for the elaboration of this document. We visualize the close relationship between the visibility
of children on Instagram and practices related to consumption, where those who should offer
protection, end up exposing the child to dangers ranging from child adulthood, which can cause
damage to the delicate process of building personality, and may represent a threat to intimacy,
privacy, image rights, damage in other spheres of child development and even be subject to the
action of pedophiles. Finally, it is up to the parents to be more responsible when exposing their
children, in order to guarantee their right to a healthy development, with lots of play,
imagination, and creativity.
Key words: social networks; child development; child adulthood; parents; consumerism.

1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento humano se atém aos processos de mudanças e estabilidade por todos
os períodos do ciclo da vida, ou seja, o ser humano está em um processo contínuo de
desenvolvimento, em constante evolução (PAPALIA; FELDMAN, 2013). Os domínios do
desenvolvimento se encontram no campo físico, cognitivo e psicossocial. Neste distinto estudo,
vamos utilizar de base teórica-metodológica o amadurecimento típico do período de
desenvolvimento na primeira infância (0 aos 3 anos) e segunda infância (3 aos 6 anos) ainda de
acordo com os autores já citados.
Com o crescimento do uso das redes sociais pela população, onde há o
compartilhamento de sua vida íntima por meio de fotos, vídeos e mensagens e assim, acabam
por compartilhar a vida de seus filhos. Para Monaquezi (2021) em muitas ocasiões os pais
passam a ver os seus filhos como propriedades, confundindo autoridade de pais, como direito
de posse. Sem o consentimento dos filhos, que ainda não tem cognição para compreender o
nível de exposição, e que, todo este material compartilhado estará à disposição dos usuários por
toda a sua vida. A sociedade brasileira de pediatria (SBP, 2021) faz um alerta: “Pais que optam
por não compartilhar conteúdos de seus filhos na internet preservam a saúde mental futura dos
menores”. A publicação de fotos e vídeos nas redes online, podem até ser realizadas na
inocência, mas nunca se sabe o que os indivíduos que estão tendo acesso a este conteúdo irão
fazer. A malícia existe no mundo, então cabe aos responsáveis pelos pequenos resguardar e
assegurar a sua proteção.
A violência é um problema social de dimensão global. A internet como uma rede de
fácil acesso a todos, é utilizada como veículo de comunicação e informação aberta e pública.
Muitos profissionais da saúde aconselham que crianças e adolescentes não devem ter vida
pública nas redes sociais (SBP, 2021). Pelo simples fato de que não sabemos quem está a
visualizar o material compartilhado, e por uma falta de critérios de segurança e privacidade que
as redes sociais ainda sofrem, estes conteúdos podem estar sendo distorcidos e adulterados por
indivíduos mal-intencionados, que acabam fornecendo este material a grupos de pedófilos e de
pornografia por todo o globo (CRESCER, 2021).
Dessa forma, o presente estudo busca responder a seguinte questão de pesquisa: Como
o desenvolvimento infantil pode ser afetado com a exposição excessiva da imagem da criança
nas redes sociais?
Assim, o estudo tem como objetivo, através da revisão da literatura, identificar os
possíveis danos ao desenvolvimento infantil perante a exposição excessiva da imagem da
criança nas redes sociais.
A relevância dessa pesquisa está pautada na importância em reconhecer e alertar aos
pais, responsáveis e a sociedade em geral, que o compartilhamento da imagem de seus filhos
e/ou crianças de forma exacerbada nas mídias sociais, pode acarretar possíveis danos ao
desenvolvimento infantil. O que pode permitir melhor compreensão do atual contexto na área,
o uso das mídias sociais e os perigos no qual ficamos à mercê com tal exposição, bem como
proporcionar discussões acerca do desenvolvimento infantil, atrelado às redes sociais. Esta
pesquisa também visa complementar a literatura precedente, como os estudos realizados por
Martins (2019) que revelam como os pais compartilham suas experiências parentais e a vida de
seus filhos de forma mais íntima, a rotina da criança é exposta através de fotos, vídeos e textos,
nos quais constam informações acerca do ato de brincar e ir à escola, o que comem, o que
vestem, os lugares que frequentam, dentre outras, informações estas, que são colocadas na rede
de internet onde milhões podem ter acesso.
O presente estudo encontra-se estruturado em seções. Está primeira aborda a temática
explorada, de forma contextualizada, e define seus objetivos, relevância e contribuições: a
segunda discute os trabalhos científicos já realizados, utilizados como base teórica,
evidenciando os resultados obtidos a partir da base de dados coletados: a terceira demonstra a
metodologia aplicada: e por último, a quarta apresenta as considerações finais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 REDES SOCIAIS
Vivemos em uma sociedade conectada. As redes sociais são uma realidade para as
diferentes camadas sociais, a facilidade em compartilhar informações, imagens, conteúdos e o
dia a dia é algo que se tornou rotina para boa parte das pessoas.
Todas as gerações estão conectadas a internet e sua grande maioria está presente nas
redes sociais. Atualmente já temos a geração denominada de Nativos Digitais, expressão criada
pelo educador Prensky (2001), que são os jovens que já nasceram em um ambiente digital e
estão cercados por aparelhos tecnológicos como celulares e tablets. Para Prensky essa geração
são “falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, videogames e internet.
Costumamos ver como é comum as crianças com pouca idade já saberem usar dispositivos
eletrônicos de forma tão eficaz e resolutiva. Isso é o resultado de uma geração que nasceu em
uma era que o mundo já se encontrava totalmente digital.
Já para a geração que vivenciou a mudança para a era digital, o autor chama de
“imigrantes digitais”, que são as pessoas que precisaram se adaptar ao ambiente digital e
aprender como se usa as tecnologias. Geralmente é a geração de quando a internet e os
dispositivos digitais começaram a surgir tiveram que se adaptar para conseguir sobreviver a um
mundo digital.
Os pais atuais estão encaixados na ideia dos imigrantes digitais. Com o acesso às redes
sociais, compartilham o dia a dia e o que é muito comum de acontecer também é o registro dos
primeiros anos dos filhos através de perfis. Já era comum aos pais registrar o desenvolvimento
de seus filhos e organizar essas informações em álbuns de família, e mostrar para todas as visitas
a intimidade de seu filho com certo orgulho das conquistas e crescimento da criança, deste
modo, ainda que não tivesse a autorização da criança para tal exposição, mas se tratava de um
ambiente controlado. No ambiente digital, o alcance dessas imagens é bem mais amplo, em
que podemos observar alguns pais que criam perfis para recém-nascidos e passam a filmar a
rotina da criança. Tal prática chega a ser polemizada, pois a criança não tem a escolha de
resguardar a sua imagem e muitas vezes não é medido quais consequências essa ação de
compartilhamento pode trazer. Costumamos ver na mídia e principalmente na internet a
espetacularização que alguns pais fazem de seus filhos. Alguns passam a ser forçados a tomar
certas atitudes para que o vídeo ou foto saiam bons, e assim cometendo atitudes abusivas com
a criança.
Diante de tais atitudes cabe lembrar a sociedade que desde 1990, ano de criação do
Estatuto da criança e do adolescente (ECA), onde se é reconhecidos e resguardados por lei no
qual estabelece como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à dignidade, o respeito, estar a salvo de
qualquer tipo de negligência, exploração, violência, crueldade e opressão. Onde cabe a seus
responsáveis a sua proteção, por se tratar de sujeitos que estão vivendo um intenso processo de
desenvolvimento físico, psicológico, moral e social (BRASIL, 1990)
Essa prática dos pais fazerem compartilhamento de imagens dos filhos nas redes sociais
ganhou o nome de “shareting” que é a junção das palavras “share” que significa “compartilhar”
e “pareting” que significa “parentalidade”. O termo foi criado por um jornalista do veículo
americano The Wall Street Journal em 2012 (ORESTEIN, 2017).
O termo surgiu com as redes sociais e coloca a ideia do compartilhamento que os pais
fazem com o desejo de exibir o que os filhos representam no ambiente familiar. As postagens
realizadas são diversas, do momento do nascimento, introdução alimentar, primeiros passos,
aniversários, viagens, relação com os animais de estimação, entre outros. Esse formato ajuda
os amigos e familiares que estão distantes a participarem através do meio digital do crescimento
da criança.
De acordo com reportagem publicada pela Revista Crescer, uma pesquisa realizada pela
AVG, empresa fabricante de softwares de segurança, diz que 81% dos bebês com menos de 2
anos já têm algum tipo de perfil na rede com imagens disponíveis.
O estudo foi feito com 2200 mães que vivem nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra,
França, Alemanha, Itália, Espanha, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Entre os dados
da pesquisa, destaca-se o alto índice de presença online dos menores de dois anos nos
Estados Unidos: 93%. Já na União Europeia, esse percentual cai para 73%. Outros
dados que também chamaram a atenção: 7% dos bebês e crianças pequenas têm um
endereço de e-mail criado pelos pais e 5% tem perfil em rede social (CRESCER, 2015,
n. p.).

2.2 A EXPOSIÇÃO DA IMAGEM INFANTIL EM UM AMBIENTE CONTROLADO


A maioria dessas exposições acontecem na rede social “Instagram”, uma ferramenta
que permite compartilhamento de fotos e vídeos. A própria rede social determinou em suas
diretrizes um controle de idade para o uso, e os perfis infantis precisam ser monitorados pelos
pais. Com essa política de acesso muitos perfis de milhões de seguidores foram extintos. Apesar
da atitude da rede social, na qual demonstra sua posição diante de resguardar a imagem do
público infantil, o mesmo, não acontece por parte dos pais e/ou responsáveis, já que eles criam
perfis com os seus dados, mas as publicações ainda são de conteúdo que expõe a intimidade de
seus filhos, dando continuidade ao problema.
Em muitos casos a exposição começa mesmo na fase intrauterina, no qual a criança
começa a ser exposta mesmo antes de ter nascido. Esse compartilhamento a partir do conteúdo
dos pais geralmente atinge a um público adulto que tem interesse em acompanhar todos os
passos da maternidade. A rotina, o dia a dia da criança e até mesmo momentos restritos a família
é compartilhada nesse espaço. Os pais detêm do poder de escolha de como a criança irá
aparecer. Tornando a sua rotina planejada para ser exibida nas redes sociais.
A imagem e o tipo de conteúdo são moldados a partir do que o público deseja consumir,
buscando sempre bons resultados em números e até lucros a partir do que postam em suas
páginas. A exposição acaba se tornando profissionalizada, pois essa exibição e conteúdo
produzido começa a trazer benefícios e atrair marcas que desejam fazer publicidades com a
imagem da criança, que acaba se inserindo num ambiente adulto e tendo responsabilidades
incompatíveis com a sua idade.
A profissionalização do trabalho nas redes sociais é mais conhecida como “influencer
digital”, no qual o influenciador tem seu conteúdo voltado para um público determinado e a
partir disso, empresas fecham trabalhos para divulgação em seus perfis. As crianças não podem
ser consideradas influenciadores digitais, pois não são elas que manipulam as suas imagens e a
sua presença neste mundo digital, na verdade, elas têm a suas imagens utilizadas por seus pais
para angariação e visibilidade pelos meios publicitários:
O menor torna-se uma “ferramenta comercial” para o progenitor que deseja monetizar
a exposição do dia a dia dos filhos na Internet. Nesse sentido, a exposição de crianças
em tenra idade é ainda mais preocupante, pois elas não possuem discernimento
suficiente para identificar possíveis arbitrariedades cometidas por seus pais, os quais,
podem chegar a submeter os filhos a incidentes humilhantes e vexatórios (MARUM,
2020, p. 96).

O discernimento do conteúdo é totalmente controlado pelos pais, mas vale salientar que
o exercício das responsabilidades parentais não constitui um direito subjetivo dos pais, mas
antes um dever funcional a eles incumbido, através do qual os progenitores têm a obrigação de
garantir o desenvolvimento integral dos filhos menores. Porém, a criança não tem poder de
decisão em muitos casos sobre aparecer ou não, e algumas acabam se levando pelo mundo
adultizado e glamourizado que a influência digital proporciona.

2.3 ADULTIZAÇÃO INFANTIL


A adultização é a aceleração das fases da vida, como o próprio nome diz, adultizar é o
ato de dar ou tomar caráter de adulto, não dando a criança a oportunidade de vivenciar de forma
adequada todas as etapas do desenvolvimento infantil. Faz a criança atravessar as etapas de seu
desenvolvimento de forma a antecipar seus aprendizados, dando-lhe uma estimulação
inadequada, levando-a a entrar no mundo adulto, antes de estar com o desenvolvimento físico
e psicológico completo. Uma criança é submetida à adultização em muitos contextos e de
muitas formas distintas, tanto de forma planejada e intencional quanto de forma não proposital.
O desenvolvimento humano ocorre a partir do nascimento e percorre toda a vida do
indivíduo até a sua morte (PAPALIA; FELDMAN, 2013). É necessário entender a importância
de viver cada fase, a infância é a primeira etapa do desenvolvimento de uma pessoa. Em sua
obra O Desaparecimento da Infância, Postmam (1999, p. 18) alega que “Para onde quer que a
gente olhe, é visível que o comportamento, a linguagem, as atitudes e os desejos - mesmo a
aparência física - de adultos e crianças se tornam cada vez mais indistinguíveis”. Em que as
fronteiras entre o mundo adulto e o mundo infantil estão desmoronando.
Sendo um fenômeno social, a adultização infantil é reforçada por várias tendências que
rouba das crianças uma etapa da vida que não volta mais (POSTMAM, 1999). Essa exposição,
ainda na infância, a ambientes, experiências e conteúdo que pertencem a um universo que não
corresponde a idade da criança (CHILDHOOD BRASIL, 2016), faz com que ela pule fases da
vida, mesmo que não esteja preparada para tais experiências. A infância que já é um período
curto de desenvolvimento, com esses novos comportamentos adotados, pode se passar
despercebida, uma vez que se antecipe a fase adulta (KALAMAR; CASTILHOS, 2020). Talvez
as razões não estejam sendo percebidas pela sociedade e nessa ausência de percepção, a
adultização é alimentada e a infância roubada (POSTMAM, 1999). Esses acontecimentos são
preocupantes, e essa problemática está intrinsecamente ligada ao modelo de sociedade em que
vivemos hoje.
Todas as etapas em que uma pessoa vive, desde o seu nascimento, irá lhe promover
experiência e preparação para uma vida adulta. Não vivenciar a experiência de uma infância
verdadeira traz consequências negativas ao desenvolvimento emocional infantil. A criança que
não vivenciou a experiência de conquistas e derrotas, de uma vida social comum a este período
de sua vida, pode vir a acarretar na fase adulta sentimentos de angústia, estresse, depressão,
ansiedade, sentimentos de inadequação e crise de identidade (CHILDHOOD BRASIL, 2016).
Além de que, uma criança que não aproveita a infância de forma adequada ao seu
desenvolvimento, pode se tornar um adulto infantilizado. Por não ter experimentado alguns
processos necessários na infância, quando adulto sente a falta desta vivência a qual não teve
acesso e acaba a ter comportamentos infantis e uma baixa inteligência emocional.
Amadurecer no tempo certo é essencial para uma vida adulta com a saúde mental
preservada. Mas as crianças são expostas a experiências as quais não estão prontas
emocionalmente para lidar com elas. São apressadamente forçadas a lidar com artifícios de
questões físicas, psicológicas e sociais da vida adulta, mesmo não estando prontas para
enfrentar essas situações (BUCKINGHAM, 2006).
A exposição ao consumismo exacerbado, encabeçados por atores sociais como
publicidade infantil, sociedade do consumo, e até mesmo por seus próprios responsáveis que
expõe a criança a reproduzir padrões inapropriados para sua idade (LUNETAS, 2018). Muitas
crianças vivem com a agenda lotada, como mini adultos, as vezes com mais compromissos que
os próprios adultos. Essa adultização precoce faz as crianças crescerem com valores morais
distorcidos, vemos crianças com muitos compromissos e responsabilidades, assim como
crianças preocupadas com cuidados com o corpo e aparência (WEBER, 2016), frequentando
salão de beleza, usando salto alto, se vestem com fantasias de adultos em miniatura, roupas
sensuais, muitas vezes de marcas famosas e caras, são um reflexo destes estímulos. Tomando
espaço na sociedade a nova ditadura da moda e dos padrões adultos sobre a infância. De acordo
com a Childhood Brasil:
A mídia e a publicidade são grandes responsáveis por essa erotização precoce ao
reforçar a cultura machista que objetifica a mulher desde a infância e expõe a diversos
tipos de violência. É cada vez mais comum o surgimento de casos de assédio sexual
contra meninas ou meninos, principalmente nas redes sociais (2016, n. p.).

O modo que a sociedade atual vive, está atrelada a uma quantidade enorme de
informação, marcado pela tecnologia cada vez mais avançada. É notável quando uma criança
tem a fase adulta introduzida precocemente, tem o mesmo acesso às informações que os adultos,
apresentam interesses pelos mesmos gostos e frequenta os mesmos círculos sociais. Já dizia
Postmam (1999), quando a criança é adultizada, não há mais distinção entre elas e os adultos
na orientação social, na linguagem e nos interesses. E os meios de comunicação com suas
propagandas encantadoras despertam um grande interesse do público infantil em relação ao
consumismo (KALAMAR; CASTILHOS, 2020). Esse marketing voltado para as crianças, faz
com que elas se imaginem naquele mundo de fantasia a que foi apresentada, e como não tem
maturidade para distinguir que o que está sendo vinculado, não é real, se instaura a falsa
necessidade por possuir tais produtos, ocorrendo a hipervalorização do consumismo.
As crianças são estimuladas a comportamentos que não condizem com sua idade e que
se ocupam de uma rotina de responsabilidades antecipadas e que desconsidera marcos
importantes para o seu crescimento e desenvolvimento, como o brincar. Os pequenos não têm
tempo para fantasiar e experimentar o mundo e perdem a noção do que é ser criança, é preciso
satisfazer também a sede de brincar:
A brincadeira é um elemento indispensável para uma infância feliz e um importante
instrumento de socialização. Entre os benefícios das atividades lúdicas, especialmente
durante a primeira infância, estão o desenvolvimento da autoestima, o
estabelecimento de vínculos com os pais e o aumento da capacidade de sentir empatia
pelos outros. Pelo brincar, as crianças também aprendem a lidar com problemas,
resistir à pressão de situações adversas e a viver em sociedade. (AGÊNCIA SENADO,
2016, n.p.).

O brinquedo tem uma função importante no desenvolvimento da criança, sendo portador


de elementos reais e imaginários que permeiam o mundo infantil, Lira e Ferreira nos faz lembrar
que “o quanto a criança faz uso do imaginário na compreensão de si mesma e do mundo como
um todo” (2015, p. 5). Por ter uma versatilidade, o brinquedo pode aparecer em diferentes
locais no ato de brincar, é um objeto aberto que a criança se lhe for permitido, a uma brincadeira
não condicionada ou pré-determinada, a ação infantil junto ao brinquedo transpassa o
imaginário. Ele possibilita que a criança crie novas formas e em seu desenrolar, produza efeitos
imprevisíveis. (PADILHA, 2015).
Sem brinquedos, sem espaços lúdicos, interrompe-se o desenvolvimento. É nessa
atividade que se descobre a convivência com outras pessoas, entende-se a autonomia e
estimula-se a imaginação. Desde 1959, a ONU por meio da Declaração Universal dos Direitos
da Criança reconhece que brincar é um direito fundamental para o desenvolvimento infantil.
Esse direito também foi fortalecido pela Convenção dos Direitos da Criança de 1989 e também
está presente no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990).
Ainda para Padilha (2015) o cinema, os vídeos e os jogos de computadores desenham
novos ídolos infantis, que passaram a representar a criança e consequentemente passa a ter uma
grande influência na construção de sua identidade. Esses personagens juntamente com
indústrias especializadas em produtos infantis, como os de brinquedos, exploram essa forte
representação na vida da criança, induzindo ao consumismo, e que estão sempre se
reformulando para permanecer presente no cotidiano infantil.
Por meio da mídia as crianças têm acesso mais fácil às informações, ela é atrativa por
ser colorida, interessante e convidativa. Como a mídia faz parte do dia a dia das crianças, elas
acabam sendo influenciadas por ela, imitando o que veem (HENSEL, 2015, p. 16). “Esse
deslumbramento com a tela e a máquina faz com que a criança se adapte a uma nova
configuração de brincar”.
Na atualidade, os problemas contemporâneos, desencadeou uma ansiedade nos pais em
relação à violência e ao alto tráfego de veículos nas ruas, o que fez a liberdade infantil diminuir
drasticamente. A educação, por sua vez, passou a ser o “trabalho” da infância. Um ofício e
obrigação a serem cumpridos. (BUCKINGHAM, 2006) Assim, as crianças encontram-se mais
confinadas em casa, com mais compromissos e obrigações, com atividades extracurriculares
que preenchem todo o seu dia. Segundo o mesmo autor, nas classes mais favorecidas é comum
que as crianças tenham rotinas rígidas com aulas de inglês, esportes e música. A educação
parece ser, portanto, o trabalho da infância, e não se pode permitir que este se interrompa
quando as crianças saem da sala de aula. Postmam (1999, p. 167) nos lembra “Não é concebível
que nossa cultura esqueça que precisa de crianças. Mas está a caminho de esquecer que as
crianças precisam de infância”.
Seja qual for o modelo que funciona em cada família, cabe avaliar que essas decisões
são sempre tomadas pelos adultos que cercam a criança, afinal, enquanto ser em
desenvolvimento, os pequenos têm pouco ou nenhum poder de escolha, Ou seja, todo o
processo de adultização que prejudica as etapas do desenvolvimento infantil, principalmente
por ocorrer o afastamento de exercícios essenciais para a evolução das relações afetivas,
processos cognitivos, habilidades motoras e de linguagem, são ações que partem das escolhas
do responsável pela criança. Portanto, é preciso considerar os impactos desses processos em
seu desenvolvimento, já que as crianças estão o tempo todo sujeitas ao que os outros decidem
por ela.

2.4 PERIGO DAS REDES


Há diversos perigos nas redes sociais, no uso da internet em si, configura-se em
cibercrimes (Crimes Cibernéticos), são de certa forma mais fáceis de serem cometidos porque
muitas vezes os próprios usuários das redes fornecem as informações necessárias para que este
tipo de ato criminoso seja cometido. Em se tratando de publicações de fotografias, vídeos, e
informações de caráter íntimo, realizadas no mundo online, estamos sujeitos a sermos de
pessoas mal-intencionadas.
As crianças são consideradas alvos fáceis, e devido ao advento da internet facilitou
muito para que crimes como a pedofilia fosse cometido, pois transmite uma sensação de
impunidade mediante a possibilidade de anonimato, dificultando a sua localização (MORAIS,
2018), o que é muito preocupante. Essa violação contra a criança tem nome, é ciberpedofilia.
A internet facilitou a vida de muitos pedófilos, tendo em vista que se ampliaram os meios de
abordagem utilizados por esses para o cometimento do crime de pedofilia.
Vale salientar que a pedofilia é considerada uma doença, se enquadra dentre os
transtornos mental sexual, que segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) da
Organização Mundial da Saúde (OMS), no item F65.4, a define como “pessoas adultas (homens
ou mulheres) que tem preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de
crianças de um ou do outro sexo, realmente pré-púberes ou não” (OMS). Por tanto fica claro
que a pedofilia já se caracteriza pelo simples desejo sexual, e assim, não há necessidade de
haver relações sexuais para que o sujeito seja considerado pedófilo.
Diante do que estar previsto no ordenamento jurídico brasileiro, o sujeito só se
enquadrará como pedófilo a partir do momento que exteriorizar, a sua patologia, ou seja, ato
que é caracterizado como prática criminosa (CARAMIGO, 2017).
É neste espaço virtual, em que a pedofilia e a pornografia infantil, dominam as práticas
criminosas dos crimes virtuais e constituem as principais violações de direitos na internet, sendo
a pornografia uma grande engrenagem da pedofilia, cujo o mercado movimenta anualmente
cerca de U$ 9 bilhões em todo o mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU),
(ANDRADE, 2020). Porém, entre os “crimes cibernéticos, os que mais recebeu denúncias no
último, em sua forma única recebeu 34.411 denúncias, o que representa a maior incidência de
crime praticado na interne (MORAIS, 2018, p. 19).
A internet ainda é um espaço de comunicação que infelizmente é utilizada de forma
negativa, para violação dos direitos humanos. A Ong SaferNet (associação civil de direito
privado) (2005) é uma instituição de referência de âmbito nacional e internacional que atua no
enfrentamento das violações dos direitos humanos na internet. Como já mencionado
anteriormente, o mundo online é gigante e as práticas criminosas realizadas neste ciberespaço
só crescem ano após ano, não só no Brasil como no mundo. O Ministério Público Federal se
uniu a SaferNet, por sua capacidade de mobilização e articulação, na produção de conteúdos e
tecnologias de enfrentamento a crimes cibernéticos. A internet não é maléfica, mas o uso
inadequado pode trazer prejuízos.

3 MÉTODO
O estudo foi desenvolvido da análise e interpretação de dados obtidos em pesquisa do
tipo bibliográfica, o qual consiste no exame da bibliografia, para o levantamento e análise do
que já foi produzido sobre o assunto que escolhemos como tema para esta pesquisa científica.
Desta forma a base desta pesquisa foi realizada em livros, artigos eletrônicos, artigos científicos
especializados. Inicialmente foi realizada uma leitura exploratória, em busca de informações
que fossem pertinentes ao tema, a fim de nos assessorar na problemática proposta, apresentada
a partir do objetivo deste estudo. De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 155): “A pesquisa,
portanto, é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um
tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir
verdades parciais”. Em uma busca mais abrangente, foram selecionados artigos, revista
eletrônicas e livros. Logo após, foi realizada uma leitura mais seletiva, no qual foram
selecionadas as informações mais pertinentes.
O levantamento bibliográfico estruturou-se em publicações encontradas nas bases de
dados Scielo, Google Acadêmico e Google. Com palavras-chave como: “desenvolvimento
infantil”, “redes sociais, “narcisismo parental”, “adultização infantil” “exposição infantil”,
“ambiente digital’ e “abuso infantil”.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acreditamos que o presente estudo observou a presença da imagem das crianças


expostas por seus familiares nas redes sociais, e os perigos que se ocorre nesse ambiente digital.
Neste novo construto da sociedade contemporânea, se fez necessário o estudo do
desenvolvimento infantil com essas novas formas de se relacionar, apresentando os possíveis
danos a esse período de crescimento, onde ela está mais vulnerável a escolhas de seus
progenitores. A vulnerabilidade das informações, o comprometimento da privacidade, os
problemas de segurança, o fortalecimento do consumo como estilo de vida e, no caso das
crianças, o enaltecimento da adultização infantil, que coloca a criança como um pequeno adulto.
Esses são aspectos que caracterizam o empobrecimento deste novo ambiente denominado de
mundo virtual.
Os pais são os responsáveis pela inserção dos filhos nesse ambiente online. São eles que
criam o conteúdo, exploram a imagem muitas vezes de forma inadequada sem prever os danos.
O dia a dia da família, a rotina da criança, marcos importantes como aniversários, primeiros
passos, alimentação e passeios. Com isso pode-se dar margem as um dos principais riscos
citados que é a pedofilia, um dos aspectos negativos do sharenting, porém foi desmistificado
que a pedofilia não é em si um crime, se caracteriza por uma doença mental de ordem sexual.
E, diante da possível impunidade, o anonimato, o fácil acesso à internet, faz esse tipo de crime
aumentar a cada ano. Na ciberpedofília o grande problema enfrentado não se trata da falta de
legislação, mas a identificação dos criminosos. Com esta pesquisa queremos propagar essa
questão para a sociedade e familiares de crianças que realizam o sharenting, que desconhecem
esse fator de risco, e ainda veem com inocência a publicação de material de suas crianças nas
redes sociais.
Além das questões que põe em risco a integridade da criança, outro ponto que podemos
observar é o consumismo por trás de toda essa problemática da exposição. O consumo é a nova
ordem mundial, no qual se transformou na parte central na formação da nova identidade das
pessoas. Consumir se tornou um status social, uma forma de identificação, onde ter é mais
importante que ser. O ambiente digital dispõe de muitos tipos de mídias que pode persuadir
cada vez mais o consumo, com isso é gerado uma demanda de divulgação de produtos e
empresas enxergam uma grande oportunidade nesses perfis familiares que tem como
personagem principal a criança. Então o estudo entra na questão da profissionalização do
trabalho nas redes sociais, que de acordo com MARUM (2020), essa ferramenta social acaba
se tornando monetizada a partir da exposição do dia a dia dos filhos. O que seria uma prática
abusiva, pois o discernimento do conteúdo é totalmente controlado pelos pais que acaba
inserindo a criança em um ambiente adulto com obrigações incompatíveis com a sua idade.
Essas atividades que as crianças acabam sendo inseridas, podem coloca-las em um
processo de adultização. Nesse presente estudo, foi esclarecido sobre o que se configura a
adultização infantil, que seria a aceleração de fases e a criança vivenciaria de forma inadequada
as suas etapas de desenvolvimento infantil. Com isso, podemos concluir que diante de toda a
problemática apresentada, a criança que passa por todo o risco de integridade com os perigos
da exposição, os danos que o consumo é capaz de trazer, pode tirar o seu direito de brincar que
é uma etapa importante para socialização, e reflete diretamente também em sua criatividade,
habilidades cognitivas e motoras.
A família deve reconhecer o seu papel no desenvolvimento da criança, como o indivíduo
responsável pela compreensão do mundo e da significação das situações. Assim, apresentamos
a nossa preocupação com a exposição infantil nas redes sociais, nos questionamos a respeito da
influência que esta prática pode acarretar nas relações familiares, entre pais e filhos. E quando
esta, tem o intuito do retorno financeiro, as relações são construídas de forma forjada, visando
as publicações e os likes.
Com o presente estudo não temos a intenção de vetar o uso das redes sociais ou proibir
que os pais utilizem esses meios, para publicarem imagens de seus filhos, infligindo os seus
direitos de expressão e informação, pois compreendemos a importância do uso da internet no
meio de vida atual. Mas queremos ressaltar que essas atitudes são uma via de mão dupla, ou
seja, há uma colisão nos direitos de personalidade e não temos o intuito de violar os direitos de
nenhuma das partes, nem da criança e nem dos pais. A intenção é de propor e direcionar
caminhos para uso das redes sociais de forma mais consciente por parte dos familiares, o uso
responsável da internet por parte destes é crucial, podendo-se dizer que o anonimato é uma
alternativa eficaz aos problemas suscitados pelo sharenting. Como já pontuado os impactos
desse tipo de exposição da imagem da criança em seu desenvolvimento, vale salientar que o
universo pesquisado foi significativamente pequeno e limitado, mas o suficiente para
propormos a adoção de políticas públicas centradas na proteção da criança e na educação dos
progenitores acerca do significado e das implicações legais, morais e sociais decorrentes desta
exposição, uma vez que a literatura indica que poucos pais têm consciência dos danos que as
suas ações podem causa na vida de seus filhos.
Destacamos a necessidade de se fazer o acompanhamento dessas crianças por um
período de tempo suficiente para o desenvolvimento de inferências e conhecimentos ainda mais
aprofundados e embasados, podendo ter uma abordagem mais qualitativa a respeito da
superexposição da imagem da criança na internet em seu viés comercial diretamente impactado
na vida das crianças. E quando o problema atinge os direitos de crianças e adolescentes, seres
humanos vulneráveis que necessitam da tutela especial da sociedade, da família e do Estado.
Por fim, é necessário que os pais fiquem mais atentos as questões apresentadas que
podem colocar os seus filhos em riscos. É fundamental compreender a necessidade da criança
respeitar suas fases de desenvolvimento, estimulando as atividades compatíveis com a sua
idade, fugindo da exposição e da profissionalização da sua imagem através das redes sociais.

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