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CARREGOSA STEIL, Ailana
RESUMO
Neste artigo, crianças cada vez menores estão sendo imersas nesse mundo digital,
no qual as telas são protagonistas de grande parte do dia- a- dia dos pequenos.
Dentre as tantas gerações que já faziam uso de telas, as crianças do século XXI têm
sido denominadas “nativas digitais”. A partir do momento em que nascem, já estão
indiretamente expostas a uma cultura encharcada pelas tecnologias e durante o
desenvolvimento da criança, desde os primeiros meses de vida, as telas se fazem
cada vez mais presentes, sendo inseridas pelos pais e tornando-se indispensáveis
na constituição do “novo brincar”.
ABSTRACT
In this article, increasingly younger children are being immersed in this digital world,
in which screens are the protagonists of most of the daily lives of little ones. Among
the many that have already been used on screens, the children of the 21st century
have been called “digital natives”. From the moment the contracted companies
present themselves, they are already published on screens by the technologies and
during the development of life the first life of the culture, being incorporated by the
parents and months more, being incorporated by the parents and becoming
increasingly more, being incorporated by the parents and becoming a child like each
child presented in the “new play”.
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Graduando do Curso de Pós-Graduação em Neuropsicologia, ailana.carregosa@gmail.com;
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1 INTRODUÇÃO
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a criança é o centro das atenções, se expressa a partir das emoções e do afeto e
necessita da ajuda do adulto em seu processo de aprendizagem e desenvolvimento
físico e psíquico (WALLON, 1968).
Sendo assim, o estudo surge com objetivo de analisar as implicações do uso
de tecnologias por crianças. Os resultados podem auxiliar no desenvolvimento de
estratégias assertivas junto aos pais, que diminuam a frequência de uso dos
recursos tecnológico pelas crianças, como também, proporcionar à comunidade
acadêmica um olhar para um fator decisivo nesse fenômeno tão relevante que é o
uso de tecnologia por crianças menores de dois anos. E para a comunidade em
geral serve como um alerta para chamar a atenção aos prejuízos do uso precoce de
tecnologias, levando o conhecimento a essas pessoas que fazem o manejo e a
intermediação das crianças com a tela.
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de lazer com seus filhos e que destes, apenas 30% planejam, passeios e
brincadeiras. De acordo com Souza (2019), é importante optar por momentos de
lazer em família, mesmo que ainda haja grande interesse da criança pelos
eletrônicos. Preservar os primeiros anos de vida e proporcionar experiências com
estímulos adequados é fundamental, para que assim a tecnologia possa ser inserida
no tempo certo e adequado à criança.
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idade e escolaridade materna e status socioeconômico (renda/necessidade) e risco
cumulativo, e os classificou entre alto e baixo risco. Os resultados evidenciaram que
a falta de acompanhamento dos pais em relação às mídias foi associada à pior FE
de todos os pré-escolares avaliados como de baixo risco. O mesmo não ocorre com
o aumento do acompanhamento afetivo e a responsividade dos pais, que foram
associados a uma melhor FE para crianças em idade pré-escolar e idade escolar. O
estilo parental foi associado ao funcionamento executivo, mas diferiu em função do
perfil de risco. Para crianças de lares de baixo risco, a responsividade dos pais foi
associada ao aumento no desenvolvimento das FEs e inconsistência à diminuição.
Por outro lado, para crianças que vivem em famílias de alto risco, apenas a
inconsistência foi fortemente associada às FEs. No geral, níveis crescentes de riscos
demográficos também foram associados a FEs inferiores para crianças em idade
escolar de alto risco, modelos separados por idade e perfil de risco revelaram uma
visão mais diferenciada das inúmeras relações entre conteúdo, plataforma de mídia,
estilos parentais e risco demográfico, além de diferentes padrões de utilização de
recursos (CRUZ, 2018).
Quando se trata dos adolescentes, o uso de eletrônicos que utilizam a
Internet como recurso é crescente (CRUZ, 2018). A utilização de jogos online se
tornou acessível e popular nos últimos 25 anos (TOMÁS; CARVALHO, 2019).
Estudos tem demonstrado que esse tipo de jogo causa, além de dependência, uma
série de consequências negativas em termos funcionais e comportamentais. Um
estudo com o objetivo de desenvolver critérios de diagnóstico para transtorno de
dependência de Internet e avaliar a validade de nossos critérios de diagnóstico
propostos para discriminar o uso não dependente do uso dependente de Internet na
população em geral, avaliou pessoas de 12 a 30 anos. A pesquisa constatou e
propôs como critério de comprometimento clinicamente significativo, as deficiências
funcionais. Esse critério inclui a redução da capacidade social, acadêmica, de
trabalho, perda de um relacionamento significativo, emprego, educação ou
oportunidades de carreira (POSTOLACHE, 2018).
Outros estudos observaram como característica na dependência de Internet e
jogos, incremento de traços de hostilidade, impulsividade (TOMÁS; CARVALHO,
2019) e agressividade (POSTOLACHE, 2018). Ainda, o número de horas
despendidas, aparece novamente no uso de jogos online, como elemento
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determinante para dependência, apesar dos demais traços.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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precoce e em excesso; papel dos pais na mediação entre a tecnologia e a criança;
relevância do brincar para a infância.
Conclui-se, assim, que o uso de telas de maneira precoce e em excesso é
prejudicial às crianças, sendo que esses prejuízos podem acompanhar o
desenvolvimento e é fundamental o papel dos pais, não só em estabelecer limites,
mas também ser um modelo adequado em relação ao uso de tecnologias. Vale
destacar, que o estudo apresentou limitações, em relação ao baixo número de
pesquisas brasileiras com relação ao tema. Sugere-se estudos em que os pais
sejam ouvidos a partir de entrevistas ou questionários, buscando as principais
motivações para que ofereçam tecnologia para as crianças, de modo a sustentar
orientações e intervenções mais assertivas.
REFERÊNCIAS
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KIM, Samuel S. The War System: na interdisciplinar approach. New Work:
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https://www.gazetamedica.pt/index.php/gazeta/article/view/214 Acesso em: 02 jan.
2022.
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https://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo_licenciatura.php?a-presenca-das-
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em: 02 jan. 2022
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