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FORTALEZA
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FORTALEZA-CE
2022
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Sumário
1. Introdução
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
2.2 Objetivos Específicos
3. Referencial Teórico
4. Metodologia
5. Cronograma
6. Referências
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1. INTRODUÇÃO
No final do ano de 2019, o mundo enfrentava um desafio jamais vivenciado pelas
últimas gerações. A princípio, não sabíamos o que estava por vir, porém, logo nos
deparamos com o fato de estarmos enfrentando uma pandemia mundial, causada pelo
vírus SARS-CoV-2, que afetou, e ainda afetará por tempo indeterminado, os mais
diferentes âmbitos da nossa vida e a forma como ela se organiza. Deste modo, não houve
um campo sequer, em esfera geral e coletiva, que não tenha sido afetado negativamente
pela pandemia de Covid- 19, doença causada pelo novo Coronavírus. Inicialmente
tínhamos algumas recomendações para proteção, nas quais o uso de máscaras e o
isolamento eram as mais efetivas para o combate a esse vírus intitulado de Sars-cov-2.
O isolamento nos deixou dentro de nossas casas ansiosos e em muitos momentos
ociosos, e foi assim que pessoas de todas as idades recorrem cada vez mais ao uso de
tecnologias digitais, desde o trabalho, estudo, diversão, comunicação e tudo mais que
conseguimos fazer conectados.
Com os avanços tecnológicos a partir dos anos 2000 tivemos uma transformação
digital que impulsionou o uso de telas por pessoas de todas as idades, e esse uso foi
intensificado após vivenciarmos esse período pandêmico mundial, onde tínhamos como
forma recomendada de proteção, o isolamento. Nesse período, além de usarmos a
tecnologia e telas para distração e comunicação, passamos a usar para estudos e
trabalho, ou seja, o tempo em frente às telas foi dobrado ou triplicado. Consequentemente,
começamos a nos debruçar sobre pesquisas e informações que debatem a respeito do uso
de telas, onde temos de um lado benefícios, e do outro prejuízos que podem ser
observados com essa utilização sem controle.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular - BNCC as crianças precisam de uma
interação social com crianças da mesma faixa etária e de outras idades para garantir seu
desenvolvimento pleno, mas dessa afirmação fica o questionamento: É possível garantir
interação social através das telas? Se a resposta para essa pergunta for afirmativa, como
isso é possível? Por este motivo, analisar o uso de telas e seus possíveis impactos,
sobretudo na primeira infância, é de extrema importância. Nesse sentido precisamos
também conhecer de perto a realidade pela qual as crianças da primeira infância estão
inseridas e qual momento histórico estão passando.
Para Vygotsky, a primeira infância inicia-se no nascimento até aproximadamente os
3 anos, e é um período onde a criança tem como atividade dominante a comunicação
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emocional direta e a atividade objetal manipulatória. (MELLO, 2004) Esse período é
marcado por um desenvolvimento intenso e de muitas descobertas guiadas pelos adultos
responsáveis, que devem direcionar de forma adequada a manipulação e inserção no
mundo tecnológico e as brincadeiras que serão vividas por esse público, de forma a não
prejudicarem o crescimento e vivências dessa fase.
Compreender os efeitos nocivos causados pelo uso de telas em crianças que
consomem diariamente vídeos infantis1 por plataformas digitais mostra-se relevante em um
contexto que nos vemos cada vez mais presos às tecnologias e temos um crescimento e
um adoecimento mental cada vez maior em crianças.
2.OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral:
3.REFERENCIAL TEÓRICO
A infância surge para nós como uma delimitação de idade cronológica, que vai dos
0 aos 6 anos, e que tem recomendações próprias para o desenvolvimento pleno da
criança, sempre respaldadas por leis. Mas nem sempre foi assim, temos uma evolução
desde a Idade Média, onde as crianças conforme, Rousseau (2004) eram vistas como
adultos em miniatura, e que podiam exercer as mesmas funções de adultos onde sua
educação era tida apenas como aprendizado para o trabalho, as crianças aprendiam
marcenaria, costura e outras funções das quais eram importantes na época.
1 A pesquisa “Entretempos, relatos e aprendizados sobre as crianças nessa pandemia”, do Gloob em parceria com
Quantas e Tsuru, realizada em 2020.
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A evolução e as mudanças políticas e sociais impõem uma nova forma de enxergar
a infância, passando as crianças a serem vistas como sujeito de direitos e deveres, e
também como ser que necessita de proteção. O conceito de infância evolui e passa a ser
ligado à educação, onde temos uma criança como um ser singular, potente, dependente e
independente, que para ter seus direitos garantidos precisa de uma educação que garanta
o desenvolvimento de suas potencialidades.
Temos nas Diretrizes Curriculares nacionais da Educação Infantil (DCNEI,
Resolução CNE/CEB n° 5/2009), no artigo 4° a definição de criança como:
sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas
cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca,
imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona
e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade produzindo cultura
(BRASIL,2009).
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mental”. (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019-2021) “O uso de celulares, tablets,
computadores, entre outros, torna-se prioridade na hora de brincar, se comparado às
brincadeiras tradicionais [...]” (SILVA; BORTOLOZZI; MILANI, 2019), e assim perdemos a
essência das brincadeiras que estimulam o desenvolvimento cognitivo e as interações
sociais das crianças na primeira infância.
Porém não podemos pensar que a tecnologia só traz malefícios para nossas
crianças, pois segundo pesquisas o uso de tecnologias digitais na Educação Infantil
“reforça a convicção de que as mídias digitais auxiliam no desenvolvimento e na
aprendizagem das crianças. Para tanto, é fundamental que haja um acompanhamento das
atividades que elas realizam dentro do ambiente escolar e fora dele, quando utilizam esses
recursos, a fim de se beneficiarem de seus aspectos positivos.” (FERREIRA, DA SILVA,
GARCIA, 2019)
Dentre os Principais Problemas Médicos e Alertas de Saúde de Crianças e
Adolescentes na Era Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria, SED@SBP estão os
Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão. Podemos relacionar as
causas com o uso excessivo e precoce das Tecnologias de Informação e Comunicação.
(Sociedade Brasileira de Pediatria, 2019-2021)
No campo da educação podemos destacar,
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4. METODOLOGIA
Para Ander-Egg (1978:28), a pesquisa é um procedimento reflexivo
sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou
leis, em qualquer campo do conhecimento. A pesquisa, portanto, é um procedimento
formal com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se
constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais.
(LAKATOS, 2003)
A presente pesquisa será realizada através de revisão bibliográfica e
exploratória, onde irei utilizar o método de abordagem dialético. Para as leituras seleciono
os autores que dialogam com a temática, como Rousseau e Áries que nos falam sobre a
história da infância, para o desenvolvimento e interações sociais selecionei estudos com
referências de Vygotsky e como documentos norteadores a Base Nacional Comum
Curricular, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e recomendações
da Sociedade Brasileira de Pediatria
Para o sucesso da pesquisa irei entrevistar psicopedagogas atuantes em
ambiente escolar, com um roteiro estruturado seguindo a mesma linha de perguntas para
todas.
Os procedimentos éticos que assegurem a integridade dos participantes
serão adotados. Antes da entrevista será apresentado o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), onde será explicado o objetivo dessa pesquisa, a segurança do
anonimato e a confidencialidade dos dados obtidos através das entrevistas. Além disso,
serão explicadas todas as questões éticas envolvidas e a garantia da retirada da
participação na pesquisa a qualquer momento.
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5. CRONOGRAMA
MESES
Escolha e X
pesquisa do
tema
Levantamento X X
Bibliográfico
Elaboração do X x
trabalho
(Escrita)
Revisão do X X
Trabalho
Entrega do X
trabalho
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6. REFERÊNCIAS
ÁRIES, Philippe. História Social da Criança e da família.2. ed. Rio de Janeiro:LTC,1981.
ARCE, Alessandra (org.) Ensinando Ciências na Educação Infantil. Campinas, SP:
Editora Alínea, 2011.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC/SEB, 2017.
CÂMARA, Veloso Hortência et al. Principais prejuízos biopsicossociais no uso abusivo da
tecnologia na infância: percepções dos pais. Revista multidisciplinar e de psicologia,
Tocantins, v. 14, n. 51, p. 366-379, 2020. Disponível em:
https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/2588. Acesso em: 20 set. 2021.
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