Você está na página 1de 15

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA

Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018


Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

FORMULÁRIO DE RELATÓRIO
PBL

1. IDENTIFICAÇÃO
1.1 - Componentes do Grupo
Lidia Freitas Lizzi
Marina Nery Neves
Sandra Santos de Oliveira
Tadeuza Lima da Silva
Juliana Bezerra da Silva Melo
Ana Luiza Alves Cardoso
Thaís Araújo dos Santos
Raiana Delgado
Maysa
Lorena
1.2 - Curso e Semestre
Psicologia
3º Semestre
1.3 – Disciplina(s)
Teorias e Sistemas Psicológicos I
Psicologia do Desenvolvimento I
Psicologia Educacional
1.4 – Professor(es)
Ana Paula da Costa Fernandes
Nadia Andrade
Denise Nery
Jhordana Araujo
2. INTRODUÇÃO
O cenário da pandemia de COVID-19 vivenciado entre os anos de 2019 a 2022, trouxe
modificações para o dia a dia dos indivíduos, considerando a necessidade de medidas
sanitárias, como isolamento social e suspensão de várias atividades presenciais. Dentre tais
atividades, o ensino presencial nas escolas também teve que ser adaptado para aulas remotas,
acarretando em desafios tanto para os alunos quanto para os professores.
Nesse sentido, as adaptações feitas ocorreram de forma bruta e imediata, o que
ocasionou muitas dúvidas e preocupações, a partir do momento em que o ensino foi adaptado
para a forma remota. Junto a isso, adquiriu - se o desafio de fazer a aula remota ficar o mais
próximo possível da aula ministrada dentro do ambiente escolar, fazendo com que as crianças
interajam e tenham estímulo para a aprendizagem (ANTONIASSI; LACERDA, 2020).
Na Educação Infantil, é imprescindível o contato com demais indivíduos, pois é um
novo ambiente que a criança começa frequentar, a partir da saída da exclusividade do
contexto familiar para então descobrir novas possibilidades e experiências. A convivência e
interações que são proporcionadas no ambiente escolar são fundamentais para o
desenvolvimento da criança, de modo que tal contato incentiva potenciais e habilidades da
criança (SANTOS; MORAES, 2020). A imediata mudança nos meios de ensino-
aprendizagem fez com que muitos se sentissem desnorteados, devido à falta de habilidade
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

para o manuseio de novas ferramentas digitais ou até mesmo a falta de recursos para tal.
Depois de um longo período de atividades remotas, o processo de reabertura das escolas
exigiu mais envolvimento e mudanças de rotina por parte de todos os envoltos no processo
de ensino - aprendizagem, principalmente no que diz respeito as consequências educacionais
e para amenizar o cenário deixado pela pandemia que desequilibrou o mundo, o sistema de
saúde, a economia e a educação, todos os agentes desse processo precisarão estar preparados
para lidar com os desafios que estarão presentes por muito tempo em nosso cotidiano e isso
só será possível através da união e do conhecimento.
3. METODOLOGIA
A realização deste trabalho se deu através de pesquisas bibliográficas, tendo como
procedimento a pesquisa qualitativa descritiva, com o uso de um questionário com perguntas
relacionadas as consequências notadas nos alunos e profissionais, após o retorno às
atividades presenciais, depois da pandemia.
A pesquisa utilizou – se de uma abordagem qualitativa, pois de acordo com Teixeira
(2006, p. 137):
Na pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os
dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da análise fenomenológica, isto é,
da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e interpretação. As experiências
pessoais do pesquisador são elementos importantes na análise e compreensão dos
fenômenos estudados (TEIXEIRA, 2006, p. 137).

Com esse propósito, a pesquisa investigou quais são os desafios encontrados pelos
gestores e professores, após o período pandêmico. Para o desenvolvimento deste trabalho,
foram feitas entrevistas com 11 perguntas abertas e fechadas, realizadas através da
ferramenta Google Forms, entre os dias 16 a 20 de Março no ano de 2023, afim de agregar
conteúdos e informações para que os autores pudessem verificar o quão real é o cenário
descrito no problema do projeto, além de traçar estratégias de intervenção para a situação –
problema e até mesmo para as instituições investigadas.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1. Resumo do Problema
Na Creche Municipal Rubens Alves, as professoras estão encontrando muitas
dificuldades com o comportamento das crianças após o período pandêmico. A diretora da
creche, então, resolveu solicitar ajuda à coordenação pedagógica do município. No relatório
disponibilizado pela diretora da creche à equipe multidisciplinar, a principal queixa é a de
muita agressividade entre as crianças, intolerância às frustrações e dificuldade em seguir as
regras e horários das atividades desenvolvidas ao longo do dia. Relata ainda um cansaço
muito grande da equipe de professoras, que ainda não recuperaram o ritmo anterior à
pandemia, apresentando transtornos preocupantes que, segundo a diretora, parecem ser
depressão e muita ansiedade. Diante desse quadro apresentado pela diretora da creche,
apresente um projeto de intervenção como proposta para enfrentamento do problema
apresentado.
4.2. Fundamentação Teórica e Discussão
Compreende-se que, para que ocorra uma aprendizagem adequada, a criança necessita
atravessar diferentes experiências que lhe proporcionem a descoberta de novas habilidades,
por meio de um ambiente que ofereça tal fato, associado de segurança e alto potencial de
desenvolvimento do cognitivo, psicomotor e socioemocional. Para isso, identifica-se a
necessidade da associação de brincadeiras e interações sociais que impulsionem a criança
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

para a aprendizagem, a partir das vivências da mesma (ARAÚJO, 2020).

Aprendizagem infantil

Vygotsky desenvolveu uma reflexão sobre a mediação social no desenvolvimento das


funções psicológicas superiores, onde se fundamenta na ideia de que o funcionamento
psicológico surge nas interações e relações do indivíduo com o mundo ao seu redor e a
aprendizagem acontece com base em suas experiências intermediadas por sistemas
simbólicos, além de acreditar que o homem também é formado por funções psicológicas que
se constituem por atividades cerebrais. Desta forma, a aprendizagem seria, portanto, produto
da adaptação e interação entre natureza social, histórico e cultural.
A principal colaboração desta teoria para a educação é se oferecer a discutir sobre o
ser humano, como se desenvolve, aprende, se humaniza e quem é (MELLO, 2015). Na
educação infantil esta ideia se materializa em buscar como a criança aprende, organiza seu
pensamento, desenvolve a fala, controla desejos e impulsos, estrutura seu psiquismo,
desenvolve aptidões e capacidade memória, aprende regras e costumes.

O cenário desafiador

Em Março de 2020, a OMS decretou pandemia devido a grande contaminação


populacional com o vírus do Covid 19, sua alta taxa de mortalidade e rápida capacidade de
transmissão. Devido a isto, muitos espaços tiveram que paralisar suas atividades presenciais,
afim de diminuir a propagação do vírus, entretanto, essas medidas causaram grandes
impactos sociais, econômicos e ambientais.
Com a educação não seria diferente. À frente de toda esta situação, as unidades
escolares tiveram que suspender suas aulas presenciais, tendo que aderir ao modelo de ensino
remoto. Diante desse cenário, além de sofrerem todos os impactos de uma pandemia (o medo
da contaminação, luto por alguns familiares que não resistiram ao vírus, medo do
desemprego, etc), os profissionais da educação precisaram se readaptar a novos modelos de
ensino, o que exigiu de todo o corpo de profissionais (gestores, professores, técnicos
administrativos, entre outros) o desenvolvimento de novos planos de trabalho, onde os
professores pudessem ministrar as aulas de modo a minimizar os déficits que o ensino remoto
proporcionaria para a aprendizagem e desenvolvimento infantil.

Consequências causadas pela contaminação com o vírus

Segundo dados do ministério da saúde, até 21 de Março de 2023, 37.204.677 pessoas


foram contaminadas pelo vírus no país, o que gera uma incidência de 17.404,1
contaminações a cada 100 mil habitantes, uma taxa de aproximadamente 17,4%.
Um estudo desenvolvido com a participação do Laboratório de
Neuroproteômica (LNP) da Unicamp indica que a forma de atuação do Covid 19 pode
abranger danos físicos em estruturas importantes do cérebro, como a região
responsável pela memória e pelo aprendizado.
Processos infecciosos podem causar alterações do sistema imune e estas podem levar
a alterações psicopatológicas tanto agudas como duradouras. Considera-se que o coronavirus
poderiam induzir sequelas psicopatológicas através de infecção viral diretamente no sistema
nervoso central ou indiretamente através da resposta imunológica.
Os autores observaram que uma proporção considerável dos pacientes atingiu níveis
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

patológicos nos sintomas das auto-avaliações: 55,7% estava na faixa clínica em ao menos
uma dimensão de psicopatologia; 36% em duas dimensões, 26% em 3, e 10% em 4. A
gravidade de sintomas depressivos incluiu também pacientes com ideação e planejamento
suicida.
Mulheres e pacientes com história psiquiátrica prévia apresentaram maiores índices
de psicopatologia em todas as dimensões, confirmando estudos anteriores e sugerindo que
sexo feminino e história psiquiátrica prévia possam ser considerados fatores de risco para
psicopatologia pós COVID-19.
Desta forma, é possível dizer que grande parte da população que foi acometida pelo
vírus, mesmo depois de encerrar o período de transmissão, sofrem com as sequelas deixadas
pela doença, sejam elas físicas ou psicológicas.

Comorbidades potencializadas pelo Covid

Pesquisadores e cientistas do mundo inteiro se dedicam a compreender a variedade de


sintomas decorrentes da COVID-19. O Coronavírus causou, além da síndrome respiratória
aguda grave e pneumonia, outras demonstrações clínicas bastante complexas.
Um estudo elaborado pela UFMG expôs que a covid-19 pode deixar sequelas no
déficit cognitivo, especialmente relacionados à capacidade visuoconstrutiva (orientação no
espaço e habilidade para desenhar), em pessoas que tiveram a forma leve da doença.
No estudo realizado pelo Laboratório de Neuroproteômica (LNP) da Unicamp,
foram encontradas altas taxas de TEPT (Transtorno de Estresse Pós Traumático), depressão,
ansiedade, insônia e sintomatologia obsessivo - compulsiva, em concordância com achados
de estudos realizados em surtos anteriores de coronavírus.
Ambos os autores destacaram que as consequências psiquiátricas do Covid 19 podem
ser provocadas tanto pela resposta imune ao próprio vírus, como pelos agentes estressores
psicológicos como: isolamento social, impacto psicológico de uma doença grave pouco
conhecida e potencialmente fatal e receio de contaminar os outros.
De acordo com o psiquiatra Carlos Celso Serra Azul, diretor técnico do Hospital de
Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), também estão sendo observados em alguns
pacientes, mesmo nos que apresentaram sintomas leves de Covid-19, alterações neurológicas,
como dificuldade no processamento de informações, falta de atenção, raciocínio mais lento e
perda de memória. Os transtornos psiquiátricos podem tanto agravar quanto desencadear os
transtornos neurológicos e vice-versa. Apesar disso, os dois problemas não estão conectados,
necessariamente.
Em relação aos pacientes que já apresentavam algum transtorno mental antes de ser
acometido pelo coronavírus, o especialista observa que pode acontecer um agravamento do
quadro de saúde mental ou o surgimento de um novo transtorno.
Além disso, pode – se citar como fator desencadeante destes sintomas, a grande
quantidade de medicamentos ministrados em pacientes contaminados. Como nos primeiros
momentos da pandemia não havia um protocolo de medicações estabelecido, pois era uma
doença desconhecida até mesmo para os profissionais da saúde, os sintomas da doença foram
tratados conforme iam se apresentando, ocasionando assim, uma forte interação
medicamentosa no organismo do indivíduo. que a longo prazo, pode ter impulsionado o
aparecimento de reações emocionais como efeitos colaterais.
Dentre os principais medicamentos e seus respectivos efeitos colaterais, utilizados
para tratamento do vírus, podemos citar: Imunoglobulinas (dor moderada no peito, náusea,
mal-estar, fadiga, sensação de fraqueza ou leve tontura); Corticosteroides (ganho de peso e
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

alterações de humor); Anticoagulantes (Fraqueza, cansaço, diminuição generalizada da


força e energia, tontura e dor de cabeça); Esteroides (alterações de humor, comportamento
agressivo, irritabilidade).
Desta forma, podemos concluir que a própria contaminação pelo vírus se tornou um
agente estressor, que impulsionou em grande parte o surgimento de problemas
psicológicos, mesmo após o controle da pandemia.

Impactos do ensino remoto para a educação infantil

Se tratando de aprendizagem infantil, a vivência de todo este caos trouxe ainda mais
desafios aos agentes do processo de ensino. Segundo Antoniassi e Lacerda (2020), o
ambiente em que a criança está inserida para desenvolver suas atividades educacionais é de
extrema importância para garantir um bom desempenho e compreensão do que está sendo
repassado. Com o ensino remoto, os pais e responsáveis ficaram responsáveis em construir a
ponte entre os alunos e professores, a fim de repassar o conteúdo e auxiliá-los na execução.
Entretanto, foi perceptível o quanto a mudança de modelo presencial para online
trouxe impactos na aprendizagem de muitas crianças, devido ao fato da necessidade de
recursos tecnológicos para que o ensino fosse acompanhado de forma rápida, onde muitas
famílias não apresentavam condições de investir em instrumentos tecnológicos para, de
repente, adaptar-se ao modelo remoto, com a utilização de computadores, smartphones,
internet. Além disso, pôde – se perceber também a dificuldade de manuseio destes
equipamentos, pois muitas vezes as crianças tiveram que passar boa parte do dia com avós,
babás ou responsáveis que não possuíam muita instrução tecnológica, para que os pais
pudessem exercer suas atividades profissionais, o que também trouxe muitas dificuldades na
execução de qualidade deste processo.
A pandemia trouxe danos para vários setores, acarretando altos índices de
desemprego e, consequentemente, a falta de recursos para custear alimentação e moradia,
fazendo com que muitas famílias passassem a viver em condições precárias. Logo, não se
obteve êxito na aplicação do ensino remoto para as crianças, principalmente as com menos
condições, causando uma divergência no contexto educacional para muitos, que ficaram sem
um encaminhamento escolar e por consequência, com atraso no processo de aprendizagem.

Desafios pós – pandemia

Após o início da campanha de vacinação para a população, pôde – se perceber o


controle da disseminação do vírus, a redução das taxas de internação hospitalar e
mortalidade, o que favoreceu a retomada das atividades de modo presencial.
Entretanto, para a educação, os desafios continuaram mesmo após a reabertura dos
portões das escolas. Além das dificuldades cognitivas apresentadas pelas crianças ao
retornarem, foi possível perceber mudanças em seus comportamentos, apresentando – se com
mais agressividade, menor intolerância às frustrações, dificuldade em seguir regras e
horários, mais emotivos, com dificuldade de interação com os colegas, sem estímulos para
brincadeiras simples, mais ansiosos, entre outros. Além disso, foi possível perceber
alterações no comportamento dos profissionais também, que retornaram com sintomas de
depressão, ansiedade, com dificuldade em retomar o ritmo anterior a pandemia, cansados e
desmotivados.
Essa realidade é enfrentada por diversas instituições escolares do país e do mundo.
Números do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil)
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

apontam que o total de óbitos por lesões autoprovocadas (suicídio) dobrou nos últimos 20
anos, passando de 7 mil para 14 mil. Segundo a professora e coordenadora da Comissão
Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conasem/Cofen), Dorisdaia Humerez, “O
aumento nos transtornos ansiosos e depressivos é uma tendência dos últimos anos, mas
atingiu patamares muito mais alarmantes após a crise sanitária”. Conclui – se então, que
agora o país enfrenta uma nova pandemia, a da saúde mental.
Após dois anos de convivência e enfrentamento a COVID-19, pesquisadores e
cientistas começam a chamar a atenção para a necessidade de pensarmos os cuidados pós-
COVID. Neurologistas, neuropsicólogos e fisioterapeutas voltam seus olhares aos novos
desafios apresentados, pois a doença atinge não somente o paciente, mas a família, o círculo
de amizades e o desenvolvimento de suas atividades cotidianas.
No contexto educacional, todo esse cenário traz à tona uma urgência de intervenção,
seja exclusivamente psicológica ou multidisciplinar, afim de amenizar os desafios
encontrados na retomada das atividades como eram antes da pandemia e nos prejuízos
causados por ela. A fim de elucidar as melhores maneiras de enfrentamento a essa situação, a
entrevista realizada com as responsáveis das instituições trouxe os seguintes resultados nas
perguntas abertas:
Tabela 1 – Faixa etária

1 – Qual a faixa etária atendida pela instituição?

R1: 1 ano e 6 meses a 3 anos

R2: Não houve resposta

R3: 1 ano e meio a 6 anos

R4: 3 a 17 anos

R5: 18 meses a 5 anos e 11 meses

R6: 2 a 5 anos
Fonte: próprios autores

Percebe – se que a faixa de atendimento das instituições abrangem as primeiras fases


do desenvolvimento infantil, que segundo a Teoria do Desenvolvimento de Piaget,
acontecem de 4 formas: Fase 1 – sensório motor (nascimento até 2 anos); Fase 2 – pré-
operatório (2 a 7 anos); Fase 3 – operatório concreto (7 a 11 anos) e Fase 4 – operatório
formal (a partir de 11 anos).
De acordo com a faixa etária atendida pelas instituições entrevistadas, as crianças
passam pela fase 1 e 2 do desenvolvimento. Na fase 1, a criança começa criar consciência
sobre o próprio corpo, seus sentidos e movimentos, onde acontece a descoberta dos sabores,
sorriso, primeiras palavras e primeiros passos. Na fase 2, acontece a significação da realidade
dos próprios pensamentos. É nesta fase que surge o “faz de conta” e a exploração da
imaginação, além dos famosos “porquês”.
Por abrangerem essas 2 fases tão importantes para o desenvolvimento humano, as
instituições precisam trabalhar de maneira lúdica, participativa e realista, para que consigam
desenvolver os aspectos motores, sociais, cognitivos e emocionais das crianças.
Entretanto, no período pandêmico, isso se tornou extremamente difícil devido as
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

restrições de contato, além da suspensão das aulas presenciais, o que consequentemente, fez
com que ao retornar as atividades presenciais, as crianças apresentassem grande dificuldade
de interação, intolerância as frustrações e agressividade.

Tabela 2 – Atendimento a crianças com necessidades especiais

2 – A instituição possui alunos especiais


(com transtorno de aprendizagem,
deficiência física, autistas, TDAH, entre
outros)?

R1: Não

R2: Sim

R3: Sim

R4: Sim

R5: Sim

R6: Sim
Fonte: próprios autores

Em relação ao atendimento a crianças especiais, foi possível perceber que das 6


instituições entrevistadas, apenas 1 não possui alunos com essas características, enquanto as
demais, precisam elaborar estratégias diferenciadas para lidar com esse público, o que exige
ainda mais criatividade, paciência e conhecimento dos profissionais, para que consigam
proporcionar aprendizado e interação a todas essas crianças, sem fazê-las se sentirem
descriminadas das demais.

Essas crianças, em um contexto normal, já exigem uma atenção maior por parte dos
profissionais e com o cenário pandêmico, sem a interação, o convívio e o estímulo que
acontece nas creches, a aprendizagem dessas crianças ficou comprometida, dificultando o
retorno ao contato social e gerando ainda mais obstáculos na evolução da aprendizagem.

Tabela 3 – Presença de equipe multidisciplinar

3 – A instituição possui equipe multidisciplinar


(psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, entre
outros) a disposição para necessárias intervenções?

R1: Na rede sim, na instituição não

R2: Possui, mas algumas vezes falta funcionário para


atender todas as crianças que precisam

R3: Não
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

R4: Os alunos são encaminhados para os profissionais

R5: Não

R6: Somos atendidos pelo CAEE


Fonte: próprios autores

No que diz respeito a rede de apoio para essas crianças e aos professores, percebe –
se um déficit onde faltam profissionais para atender todas as demandas ou que exigem que os
alunos e professores vão de encontro a esses especialistas disponibilizados pela rede, o que
muitas vezes dificulta o acesso por falta de tempo ou condições e acabam não sendo
atendidos, dificultando a evolução para ambas as partes.

Tabela 4 – Espaços para recreação

4 – A instituição conta com espaços e momentos


para recreação livre dos alunos? (Parquinho,
quadra, brinquedoteca). Se sim, quais?

R1: Somente parquinho

R2: Sim, temos parquinho e quadra

R3: Sim

R4: Sim, quadras, parquinho e outros

R5: Parquinho

R6: Sim, parquinho e sala de psicomotricidade


Fonte: próprios autores

Como observado anteriormente, a faixa etária de atendimento das instituições


abrangem as primeiras fases do desenvolvimento infantil, onde acontecem as principais
descobertas, desta forma, espaços de recreação e estímulos de interação e convívio social são
essenciais para o desenvolvimento motor, da imaginação e coletividade, o que mais uma vez,
foi prejudicado devido o período pandêmico, por exigir a suspensão das atividades e que ao
retornar, trouxe crianças desacostumadas com o senso de coletividade, intolerante as
frustrações, emotivas e agressivas.

Tabela 5 – Estratégias da instituição para amenizar as dificuldades pós


pandemia

5 - A instituição tem traçado estratégias para


amenizar os estragos no ensino aprendizagem pós
pandemia? Se sim, quais?
R1: Em relação ao emocional da criança, estamos
trabalhando com atividades relacionadas ao tema de
forma lúdica.
R2: Sim juntamente com a Secretaria Municipal de
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

Educação é feito o acompanhamento individual da


criança através de pontos principais para o
desenvolvimento.
R3: Não

R4: Sim

R5: Sim. Projetos envolvendo família e escola


R6: Sim. Dentro do possível acompanhamento
individual de acordo com a necessidade
Fonte: próprios autores

Para o enfrentamento de toda essa dificuldade pós – pandemia, foi possível perceber
que algumas instituições já apresentam estratégias voltadas ao controle emocional das
crianças, com parcerias família – escola, o que favorece a própria evolução do aluno e
colabora com o papel desempenhado pelo professor, trazendo melhores resultados.

Tabela 6 – Participação dos pais e responsáveis

6 - É possível perceber uma participação ativa dos


pais em busca de melhorias no processo de ensino
aprendizagem pós pandemia?
R1: Não vejo problema com isso em relação aos nossos
pais.
R2: Sim algumas vezes.

R3: Não

R4: Mais ou menos

R5: Não

R6: Não
Fonte: próprios autores

Por outro lado, é possível perceber a ausência da participação dos pais dentro do
contexto escolar, muitas vezes por motivos profissionais, que comprometem o
desenvolvimento da criança, além de incumbir atribuições aos professores que precisam ser
aplicadas no contexto familiar, gerando uma maior sobrecarga ao profissional e fazendo com
que esta criança gere um vínculo afetivo com o professor que muitas vezes não cabe a ele
suprir.

Nas perguntas fechadas, foram questionados os seguintes aspectos: renda familiar;


diferença no comportamento das crianças e profissionais antes pandemia versus pós
pandemia, onde foi obtido os seguintes resultados:

Tabela 7 – Renda familiar

Em sua grande maioria, os alunos da instituição são


integrantes de família pertencentes a qual tipo de
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

renda?

Opções Resultados

Menos que um salário mínimo 0


(extremamente carente)

1 a 2 salários mínimos (classe 3 respostas


C)

2 a 4 salários mínimos (classe 3 respostas


B)

Acima de 4 salários (classe A) 0


Fonte: próprios autores

A importância de falar sobre a renda familiar dos alunos diz respeito a entender os
fatores externos ao ambiente escolar, que podem prejudicar ou favorecer o desempenho da
criança, conforme as condições de investimento dos pais. Das 6 instituições entrevistadas, 3
atendem crianças incluídas em famílias com até 2 salários mínimos e 3 atendem crianças
pertencentes a uma faixa de renda maior, de até 4 salários mínimos, o que comprova a
discrepância de condições entre as crianças.

Diante do contexto pandêmico que exigiu a utilização de equipamentos eletrônicos


para acompanhamento das aulas remotas, é provável que as crianças pertencentes as famílias
de até 2 salários mínimos não tenham conseguido as melhores condições de aprendizagem,
por muitas vezes não possuir um celular, um notebook ou internet de qualidade em casa que
pudesse auxiliar na aprendizagem da criança, enquanto os alunos pertencentes a classe B
pressupõe – se que tenham conseguido acompanhar as aulas com um bom rendimento devido
as melhores condições financeiras que favorece a utilização de melhores equipamentos
tecnológicos. No entanto, após o retorno das atividades presenciais, é perceptível a diferença
de aprendizagem entre essas crianças, o que faz com que os professores precisem retomar
alguns conteúdos para auxiliar aqueles que não conseguiram se desenvolver bem, enquanto
aqueles que tiveram um bom desempenho durante as aulas remotas, fiquem avulsos ou
entediados, podendo favorecer o mau comportamento em sala.

Tabela 8 – Diferença no comportamento das crianças pós pandemia

Foi possível perceber diferença no comportamento dos alunos


em comparação ao período antes da pandemia e pós pandemia?
Opções Resultados

Sim 6 respostas

Não 0 respostas
Fonte: próprios autores

Novamente comprova – se através da tabela 8 que a pandemia foi um divisor de


águas na aprendizagem das crianças, onde 100% das instituições entrevistadas relataram ter
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

percebido diferença no comportamento das crianças em comparação ao período pré –


pandemia e pós – pandemia.

Tabela 9 – Sintomas das crianças pós pandemia

Dos sintomas abaixo, foi possível perceber o surgimento de


algum na volta as aulas pós pandemia? (Marque quantas
alternativas achar pertinente)
Opções Resultados

Dificuldade em seguir regras 3 respostas

Dificuldade em cumprir 3 respostas


horários das atividades
desenvolvidas ao longo do dia

Intolerância as frustrações 3 repostas

Agressividade entre as 3 respostas


crianças

Dificuldade de interação com 2 respostas


os colegas e professores

Alunos mais emotivos 1 resposta

Outros Foi possível perceber que as


crianças retornaram mais sem
limites, ansiosas, com déficit na
aprendizagem, sem estímulos
para brincadeiras simples, pois
só ficavam no celular jogando.
Fonte: próprios autores

A tabela 9 reforça os prejuízos para o desenvolvimento infantil trazidos pela


pandemia, onde foi possível notar diversos sintomas diferentes no comportamento das
crianças, que antes do período não eram explanados e devido o afastamento do ambiente
escolar, voltou potencializado.

Tabela 10 – Diferença no comportamento das crianças pós pandemia

Foi possível perceber diferença no comportamento dos


profissionais em comparação ao período antes da pandemia e pós
pandemia?
Opções Resultados

Sim 5 respostas

Não 1 resposta
Fonte: próprios autores
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

Diante de todo esse cenário complicado que a educação vem enfrentando após a
pandemia, também foi perceptível a diferença no comportamento dos profissionais, onde
90% das instituições entrevistadas, disseram notar mudanças nos profissionais.

Tabela 11 – Sintomas dos profissionais pós pandemia

Dos sintomas abaixo, foi possível perceber o surgimento de


algum na volta as aulas pós pandemia? (Marque quantas
alternativas achar pertinente)
Opções Resultados

Cansaço 3 respostas

Estresse 4 respostas

Dificuldade para retomar o 2 repostas


ritmo anterior a pandemia

Maior índice de atestados ou 3 respostas


solicitação de afastamento
(substituições, férias, licenças)

Outros
Fonte: próprios autores

Através da tabela 11, percebe – se que o problema enfrentado após o volta as aulas
não se diz respeito somente a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, mas também,
aos profissionais das instituições.
Diversos fatores podem ter contribuição para o surgimento destes sintomas após o
período pandêmico, entre eles podemos citar: dificuldade com o uso da tecnologia exigida
para adaptação as aulas remotas; falta de recursos (as vezes o profissional não tinha bons
equipamentos em casa para ministrar as aulas, precisou investir, gerando gastos financeiros);
falta de comprometimento dos pais para realizar a ponte entre o aluno e a escola e auxiliar na
realização e entrega das atividades, o que gerou sobrecarga para os profissionais; processo de
luto vivenciado por esses indivíduos (muitas pessoas vieram a óbito com o vírus);
dificuldades físicas e cognitivas que o próprio covid trouxe; condicionamento ao medo
(medo de se contaminar, contaminar alguém, morrer, etc); mudança no planejamento escolar;
pressão para conseguir oferecer aprendizagem aos alunos mesmo a distância; aumento da
carga horária de trabalho (além de preparar as aulas em casa, precisava ministrar as aulas
com um pouco mais de paciência devido a todas as dificuldades de conexão, compreensão,
etc); vontade dos profissionais de mudar a realidade dos alunos através da educação (e
naquele momento não estava sendo possível desempenhar com total qualidade); medo da
escassez de alimentos; isolamento social; atos discriminatórios (desconforto para espirrar ou
tossir em público); medo do desemprego; uso excessivo de redes sociais, equipamentos
eletrônicos (celular, notebook) como um dos fatores de estresse; o próprio comportamento
alterado das crianças após retornar as atividades presenciais que contribui, mesmo que
indiretamente, para a alteração no comportamento dos profissionais, entre outros.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

5. CONCLUSÃO
Diante de todos os relatos expostos, é possível perceber a semelhança das situações
vivenciadas pelas instituições de ensino que foram entrevistadas com a situação enfrentada
pela Creche Municipal Rubens Alves, apresentada na situação – problema deste projeto.
Reconhecendo a forte necessidade de ações de intervenção conjuntas, que envolvam
tanto os profissionais, quanto as crianças e toda comunidade escolar, apresentamos a seguir
algumas sugestões como forma de amenizar esses déficits e impulsionar os envolvidos para
uma nova forma de aprender e ensinar.

Aos alunos e comunidade:

1. Dia da família: o dia da família consiste em realizar 1 vez ao mês gincanas,


oficinas que atraiam a presença dos pais até a unidade escolar, para que
aconteça uma interação entre eles, além de oferecer palestras com a equipe
multidisciplinar (psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, etc), afim de
orientá-los sobre diversos aspectos, como: importância do dialogo com a
criança, importância do reforço positivo para realização das atividades
escolares, formas de identificar atrasos no desenvolvimento da criança e
mudanças repentinas no comportamento que podem soar como um sinal de
alerta.

2. Painel dos super heróis: a ideia consiste em elaborar um painel dentro da


escola, onde as crianças possam colocar fotos de pessoas importantes para ela,
sejam pais, avós, cuidadores, professores, etc., afim de fazer com que a
criança se sinta representada e acolhida mesmo na ausência dessas pessoas.

3. Aniversariantes do mês: pensando em crianças que não possuem condições


de ter uma festa de aniversário grandiosa, com direito a tudo que a criança
gosta (doces, bolos, pipoca, etc), a proposta traz a ideia de igualdade,
interação e inclusão, onde todo final de mês seria feito uma única festa com
contribuições dos responsáveis e dos profissionais para comemorar o
aniversário de todos os aniversariantes do mês, sendo as crianças ou
professores.

4. Inclusão do objeto transicional: nas primeiras fases do desenvolvimento


infantil (especialmente entre os 4 e 6 meses aos 8 e 12 meses) é comum que a
criança possua algum objeto ao qual é extremamente apegado e que para ele,
apresenta um grande significado de experiências fantasiosas, sensação de
posse e companheirismo, ou simplesmente a substituição da ausência da mãe,
ao qual Winnicott denomina como objeto transicional, em seu livro O brincar
& a realidade. É comum que ao adentrar na creche, os pais retirem esses
objetos das crianças, acreditando estar impulsionando o desenvolvimento dos
filhos, entretanto, para que este objeto perca verdadeiramente seu significado,
deve ser retirado somente quando a criança por si substitui-lo, desta forma, a
proposta sugere que as instituições permitam e sugiram o uso deste objeto,
como forma de fazer a criança se sentir mais confortável em um ambiente
desconhecido e mais próxima da mãe ou da pessoa que ela atribuiu esse
significado.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

Aos profissionais:

Se tratando dos adultos, que conseguem se expressar de maneira mais objetiva e


coesa, é importante primeiramente fazer uma distinção dos problemas apresentados, para que
seja possível identificar o que é demanda do contexto profissional e o que é demanda pessoal,
que está interferindo em seu desempenho.

Desta forma, as propostas de intervenção para os profissionais foram divididas em


âmbito pessoal e profissional. No âmbito pessoal deste profissional:

1. Avaliação psicológica: de forma individualizada e em contextos fora do


ambiente organizacional, pode ser oferecido atendimentos psicológicos e da
equipe multidisciplinar, afim de realizar uma avaliação psicológica deste
profissional e conseguir identificar quais dos sintomas que são apresentados
hoje, após a pandemia, que já se manifestavam antes deste período e que
foram somente impulsionados; quais sintomas podem ser exclusivamente
sequelas da contaminação com o vírus ou reações medicamentosas; se
existem sinais de patologias, como: Burnout, pânico, TEP, etc., e se há
necessidade de afastamento ou intervenção medicamentosa;

Já no âmbito profissional, podemos citar como estratégias de intervenção:

1. Programas de bem estar e saúde emocional: a proposta consiste em elaborar


projetos adaptados para cada realidade escolar que estimulem a percepção da
grande importância do papel que o professor desempenha na vida do aluno e
na sociedade, reforçando que mesmo com a facilidade da internet o seu
trabalho não pode ser substituído; incentivar a prática de exercícios físicos
como método de diminuição do estresse e ansiedade, onde pode ser realizado
momentos de ginástica laboral, meditação, entre outros;

2. Treinamentos de protocolos para gerenciamento do estresse, trauma,


depressão e comportamentos de risco: com a participação de um psicólogo,
pode ser elaborado palestras mensais com temas sobre: a importância do
cuidado com a saúde mental; estímulo da resiliência profissional; técnicas de
enfrentamento a situações de estresse ou crises de ansiedade, etc.

3. Mudanças no contexto de ensino – aprendizagem: de todas as incertezas


trazidas pelo covid, única certeza que foi possível obter é que ninguém saiu
desta pandemia da mesma forma que entrou. Desta forma, a proposta consiste
em incentivar que os profissionais utilizem essas modificações a seu favor.
Por exemplo: se é notório uma maior dependência das crianças com
equipamentos eletrônicos, que seja elaborado (dentro das permissões
cabíveis) atividades que envolvam esses equipamentos, como: assistir filmes,
gravar danças em grupos, utilizar de músicas para realizar a aprendizagem e
até mesmo incentivar a conscientização a respeito de assuntos importantes,
como: abuso, preconceitos, discriminação racial, entre outros.

4. Novas formas de brincar e ensinar através do lúdico: Rodas de conversa


(é uma boa maneira das crianças expressarem desejos, sentimentos,
necessidades e opiniões); Rodas de leitura (o professor pode realizar a leitura
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA
Portaria MEC/GM nº 1.328 de 12/12/2018 publicada no D.O.U. em 13/12/2018
Rua Moreira Cabral, nº 1.000, Domingos Mariano
CEP: 78.603-209 - Barra do Garças, Mato Grosso
Tel: (66) 3402 4900 - Site: www.univar.edu.br

apresentando imagens do livro para os pequenos e fazendo intervenções para


que participem de maneira ativa, tanto com reações e comentários como no
reconto da história); Criações coletivas de histórias (em roda, o professor
inicia uma história e cada criança dá a sua contribuição. Caso alguém tenha
dificuldade em elaborar sua parte, os demais podem ajudá-lo); Crianças
como protagonistas (considerar a criança o centro do processo. Isso envolve
escutar com atenção o que dizem e buscar as melhores práticas de acordo com
os interesses da turma. Para aqueles com dificuldades na fala, o professor
pode se abaixar na altura da criança e a olhar nos olhos quando for falar com
ela, o que transmitirá uma sensação de igualdade e segurança para a criança,
ressaltando que ela fale sempre o que quer, mesmo com dificuldade, e não
apenas entregar algo quando ela somente apontar; incentivá-las a expressar
seus sentimentos, ideias, sonhos, desejos e medos e escutar atentamente o que
elas têm a nos dizer, com calma e paciência); Brincadeiras diferentes
(podem ser realizadas brincadeiras que proporcionem interação social e
incentive o foco no futuro, como as brincadeiras “conheça-me”, “cápsula do
tempo”, entre outras).

Por fim, muito se percebe o medo e a incerteza, seja dos profissionais ou das crianças
após o retorno as atividades presenciais. Situações que antes não provocavam nenhuma
insegurança, hoje já soam como ameaça, por exemplo, ao ver uma pessoa utilizando uma
máscara já pode se criar o pensamento de que a pessoa está com covid ou com alguma outra
doença, o que consequentemente gera um sentimento de aversão, mesmo que se trate de um
profissional da saúde como médico, dentista, etc, que utilizam a máscara como ferramenta de
trabalho, o medo do abraço, do aperto de mão, tudo isso precisa ser descontruído, a passos
lentos, para que a rotina possa voltar ao normal e aos poucos, amenizar o efeito deste terrível
momento vivenciado pelo mundo. Essa evolução acontecerá a longo prazo, vai depender
muito da parceria entre escola, família e profissionais especializados. Por meio do diálogo e
da troca de conhecimentos, é possível traçar estratégias para a evolução dessas crianças e
ações de intervenção precoce, evitando maiores transtornos.

6. REFERÊNCIAS

6. MAPA MENTAL
Pandemia. Saúde Mental. Educação infantil. Intervenções.

Você também pode gostar