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Introdução
O Brasil é um país com quadros sociais complexos e diversos que nos apresenta
desafios em praticamente todas as questões que podemos abordar em relação à educação. A
desigualdade é um quesito crucial ao pensarmos uma unidade para esses problemas, que
remontam séculos e persistem e se adaptam aos dias de hoje.
Há uma grande diferença na estrutura de uma grande capital como São Paulo, seus
pontos de acesso e geografia humana, em comparação a um pequeno povoado no interior da
Bahia. O Brasil é um país continental com uma desigualdade tão grande quanto sua magnitude
geográfica. A pandemia nos explicitou essa realidade que pudemos coletar com dados e
números para posterior análise de impacto. Sabemos que os resultados preocupam e também
nos aguçam a pensar as formas de educar com mais afinco e dedicação, em um país que
carece de investimento em educação, possui milhares de pessoas em condições precárias de
sobrevivência, constitui-se como profundamente racista e cotidianamente violento.
Texto apresentando os impactos atuais e futuros da Pandemia da Covid 19 na Educação
Brasileira
O ensino agrega diversos fatores concomitantes para que o estudante se envolva com o
conhecimento e desenvolva aguçamento crítico e embasamento para questionar e discernir. O
ambiente social que a escola proporciona engloba todos esses quesitos, em uma troca de
diálogos seja com o professor ou com os outros atores da sala de aula. O aprendizado é ativo,
dialógico e complexo. Flui através do dia a dia do ensino, das formas criativas de ensinar e das
diversas fontes de informação que temos disponíveis, inclusive a internet e seu conteúdo
multimídia.
Nesse contexto, a pandemia trouxe uma defasagem (JUSTINO, 2020) ainda não
captada completamente pelas pesquisas recentes. Teremos que nos acostumar com uma nova
realidade de ensino e também com as consequências deixadas por esses dois anos de impacto
profundo no histórico escolar.
Em relação aos professores, muitos usavam recursos materiais práticos nas aulas,
como por exemplo, aulas de artes com cartazes, papéis, etc. Adaptar ao remoto exclui esses
recursos e força uma adaptação pedagógica. Uma solução foi trabalhar o espaço da própria
casa como cenografia. As aulas de artes tomaram outro rumo, ao ponto que os alunos não
deixavam mais suas câmeras desligadas pois o ambiente da casa agora fazia parte do
aprendizado, e consequentemente envolvia os alunos em uma forma inovadora de aprender.
Os pais e mães, por sua vez, reconhecem o esforço dos docentes em proporcionar o
melhor cenário possível para as aulas remotas. Depois de um ano de pandemia, com a
questão das vacinas e entre outras instabilidades políticas, os pais compreenderam
conjuntamente com a escola que as metas ali pensadas não necessariamente precisavam ser
atingidas. A crise era geral e o acolhimento foi importante para seguir e buscar forças para uma
adaptação saudável sem grandes perdas de aprendizado.
A proximidade dos pais com seus filhos, mesmo que de forma compulsória, trouxe
outros benefícios. Um acompanhamento mais conjunto, atenção dobrada sobre o que o filho ou
filha está aprendendo. O preço dessa dedicação era o tempo, a energia, porém, um novo olhar
se deu para com a situação escolar dos filhos. A resiliência de professores, gestores, alunos e
pais foi importante para que todos se ajudassem para que esse momento fosse não somente
uma crise que prejudica todos os envolvidos, mas como também uma forma de mostrar que
podemos nos adaptar e reduzir os danos desta adaptação.
Conclusões e Recomendações para a minimização dos impactos da Pandemia no
processo de Ensino-Aprendizagem
Ouvir professores, alunos e pais é uma pequena amostra do que a pesquisa tem o
poder de nos mostrar. O retrato mosaico do Brasil da desigualdade é complexo de se sintetizar,
de se resumir. Vivemos em uma sociedade tão ampla e diversa quanto às dimensões físicas do
continente, e os desafios que enfrentamos não são simples, assim como não podem ser vistos
e refletidos de forma superficial. A pesquisa, o trabalho do pedagogo e dos gestores escolares
em conjunto com professores, alunos e pais foram a comunidade escolar, que em diálogo com
a sociedade e o Estado, podem proporcionar melhorias e avanços em relação ao ensino no
Brasil. Por isso é essencial a ação social para cobrarmos do poder público investimento e
atenção à educação para a formação de pessoas que irão lidar com as adversidades do
presente e do futuro.
Anexo (roteiro de entrevistas e outros materiais utilizados)
Referências Bibliográficas
CHAGAS, Elisa. Data Senado: quase 20 milhões de alunos deixaram de ter aulas durante
pandemia. Disponível em
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/08/12/datasenado-quase-20-milhoes-de-al
unos-deixaram-de-ter-aulas-durante-pandemia# Acesso em: 10/08/2022.
IBGE. PNAD Contínua - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Disponível em
https://bit.ly/3SS3DHM Acesso em 10.08.2022.
JUSTINO, Cenira Ferreira Marques; COELHO, Maria Batista; SANTOS, Márcia Carvalho: Os
reflexos na Educação durante a Pandemia: Um artigo original. Anais do 3° Simpósio de TCC,
das faculdades FINOM e Tecsoma. 2020; 1264-1282. Acesso em 10/08/2022.