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Texto base:

DESAFIOS DA EDUCAÇÃO E INTERVENÇÕES


DE ENFRENTAMENTO PÓS-PANDEMIA
Daniela Karine Ramos

Como citar: RAMOS, Daniela K. Desafios da educação e intervenções de


enfrentamento pós-pandemia. In: RAMOS, Daniela K. (org.). Psicopedagogia
Institucional Pós-Pandemia: formação e práticas. São Paulo: Artesanato
Educacional, 2023. (no prelo).

A tentativa de traçar uma breve contextualização do que foi a pandemia do COVID 19,
que assolou nosso mundo global em 2020, remete-nos a uma narrativa com
características de ficção. A realidade se aproximou de cenas de um filme que abordam
a possibilidade de finitude da vida como a reconhecemos. Para além das questões
econômicas, sociais e de saúde pública, a pandemia questionou o imaginário que
permeia o senso comum sobre a infinitude da terra. Como seria possível imaginar
grandes metrópoles sem circulação de carros, pessoas, comércio e aeroportos
fechados? Como lidar com a rápida transmissão do vírus que se espalhou pelos
continentes tornando uma ameaça eminente a vida? Como lidar com o distanciamento
físico de pessoas do convívio social, seja colegas de escola ou do trabalho e mesmo
familiares?

Diante disso, neste capítulo vamos contextualizar a pandemia focando os impactos


sobre as emoções e o bem-estar e sobre a educação e a aprendizagem. O objetivo é
descrever os efeitos da pandemia sobre as emoções e a aprendizagem, focando a
educação, para discutir as estratégias de enfrentamento e a educação pós-pandemia.
Já temos um maior distanciamento temporal das experiências na pandemia e estamos
vivendo uma relativa “normalidade” no funcionamento das escolas. Estamos
novamente nas salas de aulas e presencialmente com nossos alunos. Entretanto, o que
mudou nesses alunos? Quais impactos ainda repercutem sobre as práticas educativas
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e os processos de aprendizagem? Quais desafios exigem novas estratégias e respostas


para garantir a retomada aos processos de ensino e aprendizagem?

O vivido nesse período hoje é memória que ressignifica a realidade a partir das nossas
experiências e conhecimentos. As pessoas podem atribuir diferentes sentidos e ter até
mesmo visões opostas, para alguns a pandemia pode ter sido momento para valorizar
as relações entre as pessoas, a vida e o tempo (o aqui e o agora), para outros um período
difícil atrelado a perdas materiais e mesmo de pessoas. Todos precisaram lidar com
uma nova realidade que se impôs e mudou profundamente o cotidiano e as atividades
das pessoas por um período de tempo. Adultos, jovens e crianças lidam com esses
sentidos, com os ganhos ou perdas desse período. Entretanto, é preciso um olhar
sensível e uma escuta acolhedora para lidar com crianças e jovens que tiveram o
convívio com os colegas, a possibilidade de brincar com os pares, a participação no
espaço coletivo da escola “roubadas”. Certamente essas perdas ressoam sobre os
modos de existir atuais, sobre cada aluno e professor que hoje habitam as salas de aula
de forma presencial.

REPRODUÇÃO E REINVENÇÃO PÓS-PANDEMIA

A educação cumpre a função de socialização e humanização, fortemente vinculada a


cultura e ao contexto social (GÓMEZ, 1998; CHARLOT, 2005; LIBÂNEO, 2009).
Assim, faz-se fundamental a ampla e diversificada interação social para contato com a
cultura, os grupos sociais e os saberes e patrimônio acumulados pela humanidade.

Nesse sentido, a educação é prática social permeada pelo objetivo de desenvolvimento


do ser humano, também entendida como um direito fundamental associada à escola,
à família e à sociedade (DIAS; RAMOS, 2022). A educação visa a apropriação de
conhecimento e valores, bem como o desenvolvimento de competências, habilidades e
atitudes (ZABALA, 1998; LIBÂNEO, 2009).

As funções da educação foram profundamente afetadas pela pandemia e,


atualmente, lidamos como os efeitos e desafios decorrentes. De forma acelerada, a
pandemia transformou diversos aspectos da vida com ampla abrangência de contágio
no mundo, impactando a realidade humana em suas diferentes dimensões e
complexidades (SENHORAS, 2020). Dentre as medidas preventivas para o controle

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da doença destacou-se isolamento físico, o que ocasionou pausa e adaptações nas


atividades de diversos setores da sociedade como forma de prevenir a disseminação
do vírus. Uma das áreas afetadas, foi a educação com o fechamento das escolas e
adoção do ensino remoto.

A função social da escola não está desconectada da aprendizagem. Parte-se do


entendimento dos processos educativos e de aprendizagem sob um enfoque
globalizador (ZABALA, 1998) que preza pela formação integral e holística dos alunos,
tendo em vista a formação para a cidadania e a intervenção na vida pública (GÓMEZ,
1998). A aprendizagem norteia as práticas educativas e foi impactada pelas medidas
tomadas no período da pandemia.

As desigualdades tornaram-se, ainda, mais evidentes nesse período da pandemia,


especialmente no Brasil (GATTI, 2020, ORTEGA; ROCHA, 2020, DIAS; RAMOS,
2022). Reforçando que a educação sem cumprir sua função emancipatória acaba por
reproduzir as desigualdades sociais (GÓMEZ, 1998).

A desigualdade é histórica no sistema escolar brasileiro. Mesmo garantido o direito de


todos à educação, não há garantia de igualdade e acesso a uma educação de qualidade
a todos. Na pandemia essas desigualdades foram traduzidas na falta de acesso a
variedade de recursos, tecnologias e estratégias de ensino, na disponibilidade de
espaços para estudar e apoio de pais ou terceiros (MATOS et al., 2023).

Essa combinação de diferentes condições para estudo no ensino remoto relacionadas


aos suportes tecnológicos somada às distintas possibilidades de envolvimento e apoio
dos pais para acompanhamento dos estudos realizados no âmbito domiciliar,
juntamente com as ações de formação e apoio aos professores para atuar no modo
remoto, reforçam as desigualdades (GATTI, 2020).

Nesse contexto de desigualdades sociais e educacionais tem-se como consequência


diferentes efeitos da pandemia na aprendizagem dos alunos. Isso porque a pandemia
não atingiu igualmente todos os alunos, ou seja, grupos distintos foram mais ou menos
afetados (BOF; MORAES, 2022). O distanciamento social e o fechamento das escolas
como estratégia adotada de enfretamento à pandemia trazem consequências que são
vividas mesmo no retorno as atividades presenciais. Como bem alerta Santos (2021, p.

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15) “qualquer quarentena é sempre discriminatória, mais difícil para uns grupos
sociais do que para outros”.

As ações de enfretamento no nível da Educação Básica foram orientadas por


documentos oficiais, medidas e orientações do Ministério da Educação e do Conselho
Nacional de Educação para o funcionamento das instituições escolares durante o
período do isolamento social, os quais nortearam decisões e ações dos estados e
municípios (GATTI, 2020). Dada a extensão e diversidade do Brasil as respostas de
enfrentamento se diferenciaram, procurando observar os aspectos econômicos, sociais
e culturais, bem como atender as necessidades e adequar-se as condições objetivas,
como por exemplo acesso à equipamentos e suporte de pessoas para assessoramento
às implementações.

As metodologias e recursos que foram utilizados no ensino remoto foram diversos,


incluindo materiais e atividades impressas, quando possível, combinadas com
restritas opções de interação e mediação pedagógica. Quando dispondo de acesso à
internet e suportes tecnológicos, atividades síncronas de interações, diversificação de
recursos e materiais, bem como formas mais sofisticadas de acompanhamento e
feedbacks foram implementadas.

O uso das tecnologias digitais, especialmente, a ampla difusão e uso de recursos de


videoconferência (RAMOS et al., 2023) buscaram compensar os efeitos do fechamento
das escolas e o isolamento físico. Apesar disso, essa condição afetou a aprendizagem e
a saúde mental de crianças e jovens, recorrendo em consequências negativas para
desenvolvimento saudável (ORTEGA; ROCHA, 2020). Isso porque é reconhecido que
a rotina escolar contribui com a manutenção da saúde mental das crianças,
principalmente porque tem uma organização intencional e garante a interação entre
pares.

Outras dificuldades são identificadas durante o período de isolamento e ensino


remoto, incluindo as dificuldades de atenção e concentração, o estresse dos alunos, o
excesso de conteúdos, o tempo diante das telas e a falta das interações sociais
presenciais (GATTI, 2020).

As crianças que estavam na pré-escola e hoje frequentam os anos iniciais ficaram


privadas do convívio social mais amplo proporcionada pela pré-escola impactando

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sobre o seu processo de socialização que é um aspecto importante nesse período do


desenvolvimento. Assim, a transição da educação infantil para o ensino fundamental
foi prejudicada, pois as crianças não puderam usufruir das experiências que visam um
desenvolvimento integral de forma complementar à família (FMCSV, 2022).
Atualmente, muitos desses alunos estão nos anos iniciais da Educação Básica
enfrentando desafios de retomar seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional.

Considerando que cada criança tem preferências e experiências diferentes, a


intensidade e os sentimentos das crianças não podem ser generalizados, especialmente
durante o período de transição do aprendizado online para o presencial
(FATIHUL'ALWAN; AZIZAH; RIMUNA, 2022). Na educação presencial é preciso um
olhar apurado e sensível para lidar com as consequências que ainda ressoam sobre as
salas de aula, especialmente, na educação básica. Diante dos desafios que incluem a
falta de engajamento, as ausências frequentes dos alunos, as dificuldades no processo
de aprendizagem, a defasagem em relação aos conteúdos e os aspectos emocionais
recorrentes tem-se um forte apelo a reinvenção das práticas educativas. Segundo
Pereira e Nocrato (2022, p. 255) “a escola precisa refletir sobre sua capacidade de se
reinventar e reafirmar-se como um dos pilares da sociedade”.

EFEITOS SOBRE A APRENDIZAGEM

A aprendizagem pode ser explicada por diferentes perspectivas e teorias, podendo


incorrer em divergências e contradições. Entretanto, há certo consenso de que a
aprendizagem depende de características genuínas de cada aluno vinculadas às
experiências e vivências desde o nascimento; a forma e o ritmo de aprendizagem
podem variar de acordo com as capacidades, motivações e interesses e o modo como
as aprendizagens se produzem são singulares e pessoais (ZABALA, 2002). Vários
aspectos relacionados à aprendizagem foram alterados no ensino remoto.

Estudos realizados em diferentes estados brasileiros evidenciam o aumento das


desigualdades e suas relações com os efeitos da pandemia na aprendizagem
(BARTHOLO et al., 2022, BOF; MORAES, 2022).

Os impactos sobre os processos de ensino aprendizagem foram influenciados pela falta


de motivação dos alunos para estudar no ensino remoto (PEREIRA; NOCRATO,

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2022). Assim como a interação educativa mediada, seja pelo uso de materiais
impressos ou pela adoção de tecnologias digitais, dificultaram atender o ritmo e as
capacidades dos alunos para garantir as condições para a aprendizagem e seu
desenvolvimento.

O ambiente para aprendizagem modificou-se drasticamente, minimizando ou


tornando quase inexistente as interações sociais fundamentais ao processo de
socialização e que cumprem importante papel na mediação didática, exigindo maior
autonomia dos alunos para continuarem seus estudos reorganizando os espaços e
tempos de estudo; modificando as estratégias e práticas pedagógica até então
experimentadas de forma presencial. Essas mudanças no ambiente influenciaram a
aprendizagem que é entendida como um processo de mudança de comportamento
pela experiência que envolve a interação entre estruturas mentais e o ambiente (DIAS;
RAMOS, 2022).

No processo de apropriação do conhecimento a mediação ganha status de condição


fundamental, enquanto busca pela garantia das condições para apropriação do saber.
Essa mediação se dá principalmente na interação social e nas trocas. Diante do caráter
social o ensino remoto, em grande parte do modelo adotado nas escolas de educação
básica recorreu em comprometimento ao processo de ensino e aprendizagem. A
mediação didática pode ser realizada de forma mediada, como ocorre na educação a
distância, entretanto no contexto emergencial da pandemia em muitas situações
perdeu a essência vinculada à relação com o outro que envolve a afetividade, a
percepção e observação do outro. Segundo Charlot (2005, p. 38), “o sujeito se constrói
pela apropriação de um patrimônio humano, pela mediação do outro, e a história do
sujeito também a das formas de atividade e de tipos de objetos suscetíveis de
satisfazerem o desejo, de produzirem prazer, de fazerem sentido”.

O caráter social e afetivo da mediação pedagógica reforça a escola como lugar não só
para estudos, “mas um lugar para encontros, um lugar para socializar, cultivar
amizades, confrontar-se [...]. A escola, como um coletivo, é o ambiente que permite às
crianças a entrada em um primeiro ensaio de vida pública, de certo tipo de cidadania,
fora do círculo familiar” (GATTI, 2020, p. 34).

Na pandemia o ensino remoto fragilizou a interação social e, por consequências, a


mediação didática fundamental à aprendizagem e apropriação do conhecimento. Para

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muitas crianças a mediação se resumiu a um conjunto de atividades impressas que


precisavam ser feitas, sem a participação social ou envolvimento com colegas que
muitas vezes assumem a função de mediadores ou incentivadores no processo de
aprendizagem.

Os efeitos da pandemia ainda sentidos na escola evidenciam que a mediação didática


não se efetivou. Isso quanto compreende-se essa mediação como a busca por assegurar
as melhores condições para o processo de aprendizagem e transformação das relações
do aprendiz com o saber (LIBÂNEO, 2009). Na pandemia a condição foi muito aquém
do que poderia garantir o encontro formativo do aluno. Diante disso, muitos foram os
impactos sobre a aprendizagem. Especialmente para crianças menores, com pouca
autonomia e mesmo domínio dos recursos tecnológicos e a linguagem escrita.

Os impactos sobre a aprendizagem durante o período da pandemia são agravados


pelos desafios durante o ensino remoto como os diferentes níveis de suporte familiar
no processo de ensino-aprendizagem, a falta de acesso a equipamentos e internet,
menor autonomia das crianças para participarem das atividades propostas e preparo
dos professores para atuarem no ensino remoto e condições das redes de ensino
(RAMOS et al., 2023, GATTI, 2020, DIAS; RAMOS, 2022).

Esses fatores contribuem para um cenário de desigualdade educacional, que já era


muito grande, mas foi ampliada com a pandemia. As desigualdades foram
evidenciadas, especialmente, porque os mais afetados foram sobretudo os alunos em
situação de pobreza e vulnerabilidade (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2021). Em
consequência tem-se também o maior impacto na rede pública (BOF; MORAES,
2022).

O 2º Relatório anual de acompanhamento do Educação Já sistematizado pela


organização não governamental Todos pela Educação (2021) ao analisar os impactos
da pandemia sobre a Educação Básica aponta menor desempenho nas avaliações do
Saeb, estimando uma perda equivalendo a até quatro anos de aprendizagem, devido a
fatores como a redução do tempo dedicado aos estudos (1,96 a 2,48 horas em média
dependendo do nível de ensino e classe social).

A pandemia ampliou ainda mais as desigualdades educacionais existentes no Brasil.


Os alunos de classes mais baixas que frequentam em sua maioria escolas públicas,

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dedicaram menos tempo aos estudos, receberam menos atividades escolares durante
o ensino remoto, tiveram menos acesso a recursos pedagógicos diversificados, um
maior índice de evasão e abandono escolar (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2021).

Esses fatores influenciaram sobre a aprendizagem e rendimento escolar. Bof e Moraes


(2022) ao analisarem de forma comparativa os resultados do Saeb nos períodos pré-
pandêmico (até 2019) e pós-pandêmico (avaliação do Saeb de 2021), nas áreas de
Língua Portuguesa e de Matemática do 5º e o 9º anos do ensino fundamental e a 3ª
série do ensino médio, evidenciam um decréscimo da proficiência média dos
estudantes brasileiros, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática,
regredindo ao nível apresentado em 2015 e 2017.

Outro relatório de pesquisa publicado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal -
FMCSV (2022), em parceria com o Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância – UNICEF, analisou dados secundário e primários em escala nacional,
apontam que o fechamento das escolas se estendeu por demasiado tempo. As
atividades em creches e pré-escola retornaram efetivamente ao presencial cerca de 2
anos após o início da pandemia. No período da pandemia observou-se uma redução
no número de matrículas na creche e na pré-escola, mais fortemente observada na rede
privada.

Os impactos da pandemia estão correlacionados ao tempo de fechamento das escolas.


No Brasil o período de fechamento médio das escolas foi de 279,4 dias, enquanto a
média internacional foi de 44 dias para a pré-escola e 58 para o ensino fundamental
(FMCSV, 2022). Esse tempo de fechamento ampliou a adoção do ensino remoto em
diferentes condições, influenciando sobre as condições para efetivação da mediação
pedagógica e do tempo de convívio entre pares no ambiente escolar. Essas condições
influenciam sobre as condições de aprendizagem e os fatores que influenciam sobre
ela no retorno ao presencial.

Segundo a pesquisa realizada com professores pelo Instituto Península (2022) sobre o
pós-pandemia indica que na percepção deles os alunos têm menos condições para
aprender (75%), acrescenta-se ainda que os alunos se mostram menos interessados,
motivados, disciplinados e autônomos.

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Os impactos sobre a aprendizagem não se restringem à apropriação dos conteúdos


conceituais, mas há vários fatores importantes envolvidos, como a disposição para
aprender, a motivação, a autoconfiança e a autoestima (ZABALA, ARNAU, 2010).
Nesse sentido, as estratégias de enfrentamento pós-pandemia precisam considerar
uma abordagem globalizadora e integral do aluno, incluindo o olhar atento sobre
aspectos cognitivos e emocionais.

EFEITOS SOBRE AS EMOÇÕES

É incontestável a importância do meio social para o pleno desenvolvimento e


aprendizagem na infância. Entretanto, com o isolamento físico esse foi um aspecto
fortemente modificado durante a pandemia. Muitas crianças deixaram de conviver
com seus pares e perderam a oportunidade de ampliar suas interações sociais.

Soma-se a esse fato de que a infância e a adolescência são períodos do desenvolvimento


fundamentais à aquisição de competências emocionais, pois as crianças e os jovens
estão aprendendo a expressar, regular, compreender as emoções de si e dos outros
(DENHAM, 2019). As competências emocionais estão fortemente vinculadas ao meio
social, pois manifestam-se principalmente na interação com o outro.

A competência emocional é um termo genérico que abarca um amplo conjunto de


habilidades relacionadas à emoção (GARDER, 2010). Essa competência inclui
conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes relacionadas às emoções,
envolvendo o modo como são expressas, reguladas, identificadas, discriminadas
(ALZINA; ESCODA, 2007, LAU; WU, 2012).

Diante disso, é fato que a pandemia provocou efeitos emocionais para todos (GATTI,
2020). Na educação, figuram as consequências para as crianças como motivo de
grande preocupação pelas implicações futuras e prejuízos ao desenvolvimento.
Durante a pandemia “as crianças foram expostas a incertezas, vivenciaram emoções
desafiadoras, afastaram-se de seu meio social e ingressaram em um processo
educacional ao qual não estavam acostumadas.” (PARLATAN; GÜRLER, 2021).

Entretanto, não só os alunos, mas também os professores foram impactados


emocionalmente pela pandemia. As emoções dos professores, agora convidados a
acolher os alunos no momento de enfretamento pós-pandêmico, precisam ser

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consideradas no ambiente escolar. Muitos estudos analisaram os níveis de estresse e


sofrimento psíquico em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil (ALDOSSARI;
CHAUDHRY, 2021, FLACK et al., 2020, CIPRIANO; ALMEIDA, 2020; PRADO-
GASCÓ et al., 2020, RAMOS et al., 2022). Evidencia-se que esses níveis de sofrimento
também foram desiguais, como aponta Ramos et al. (2022) os professores dos anos
iniciais e finais do ensino fundamental sofreram mais que os professores da educação
infantil e ensino superior.

Ao perceber as mudanças nas crianças os professores ajustaram seu próprio


comportamento para se adaptar, procurando diversificar os métodos e técnicas que
eles usaram durante as atividades e tiveram que ter esforços extras para gerenciar a
sala de aula, como dramatização e exercícios de atenção às crianças, a criação de novas
regras, uso de novos materiais, introdução de novas restrições para garantir um
gerenciamento mais eficaz da sala de aula. (PARLATAN; GÜRLER, 2021).

Durante a pandemia as crianças interagiram e brincaram menos com outras crianças


(FMCSV, 2022) e lidaram com outras implicações da pandemia, como a alteração das
rotinas (VAN LANCKER; PAROLIN, 2020). E no convívio familiar não ficaram imunes
às informações e às conversas sobre a pandemia, assim muitas partilharam ao seu
modo do sentimento de frustração, de medo e da falta de informações concisa e clara
sobre o que estava sendo vivenciado (VAN LANCKER; PAROLIN, 2020).

A pandemia foi tempo de falta de controle e de incertezas com poucas garantias de que
os planos para o futuro seriam possíveis, o que foi fonte de ansiedade, tristeza e
depressão (RAMÍREZ et al., 2020). Campo e López-Pérez (2023) acrescentam que a
ansiedade pós-pandemia também está associado a percepção sobre a morte.

De acordo com o The Children’s Society (2020), há relatos de ansiedade relacionados


com a COVID-19, sendo está mais notória nas crianças que viviam em áreas mais
afetadas pelo vírus, a par do sentimento de medo (JIAO et al., 2020). As crianças
também tiveram medo do contágio, de perder familiar ou amigo, sentiram solidão e
tédio, o que pode potenciar o desenvolvimento de sofrimento psíquico e transtornos
(RIBEIRO et al., 2020).

O retorno ao presencial exigiu nova adaptação às rotinas, a ampliação do contato com


outras pessoas e crianças e reorganização dos espaços das escolas. Nesse sentido,

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Wang et al. (2021) reforçam que não se tem clareza em relação ao impacto adverso
vinculados aos estressores psicossociais causados pela reabertura da escola, os quais
envolveram novas transições nas atividades diárias e interações sociais na saúde
mental das crianças. O retorno envolveu outro processo de transição e adaptação que
foi propulsor de medo, insegurança e ansiedade pela maior exposição ao risco de
contágio, a inadaptação aos estudos e a mudança de comportamento com os colegas
(WANG et al., 2021, RAMOS, 2023).

A volta às atividades presenciais retoma importantes aspectos vinculados a


sociabilidade humana e as condições de aprendizagem, os quais ligam-se a fatores da
natureza psicológica, cognitiva e emocional das pessoas importantes ao
desenvolvimento humano (GATTI, 2020).

Vários fatores podem influenciar sobre os aspectos emocionais e as consequências da


pandemia, desde as condições de acesso as tecnologias digitais que permitiram as
interações sociais mediadas até as organizações familiares. Robson (2020) observou
que as crianças com irmãos aparentam adquirir competências sociais mais
rapidamente, assim é expectável que as crianças sem irmãos foram mais afetadas
social e emocionalmente durante a pandemia.

Dentre os impactos da pandemia no retorno ao presencial, professores indicam


mudanças comportamentais negativas, dificuldades das crianças em perceber o que é
ensinado e seguir instruções e dificuldades de autocontrole (PARLATAN; GÜRLER,
2021).

No Brasil, a pesquisa realizada com professores pelo Instituto Península (2022),


identifica no retorno às aula pós-pandemia que os alunos estão com mais dificuldades
de concentração, no relacionamento com os professores e colegas, estão menos
otimistas com o futuro e interessados pelos estudos.

Diante disso, destaca-se que pesquisas longitudinais sobre a saúde mental infantil são
necessárias para entender melhor o efeito de longo prazo da pandemia de COVID-19
(WANG et al., 2021). Isso porque os efeitos do vivido ainda podem ser sentidos por
muitos anos após a pandemia e acompanhar isso oferece melhores condições para
enfrentamento das suas consequências.

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No contexto educacional, o foco da escola precisa ir além do aprendizado, abarcando


atenção aos aspectos emocionais e sociais, que incluem a autoestima e a desmotivação.
Alternativas podem estar relacionadas ao desenvolvimento de um ambiente mais
alegre, agradável e lúdico (PEREIRA; NOCRATO, 2022), bem como acolhedor
emocionalmente (RAMOS, 2023) para amenizar em parte esses efeitos pós-pandemia.

ENFRETAMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS

Santos (2021) ao analisar a pandemia diferencia os tipos de crises. Segundo ele as


crises graves e agudas, com letalidade significativa e rápida, têm repercussão nas
mídias e nos poderes políticos, repercute em medidas para resolver as consequências
da crise. De outro modo, crises graves com progressão lenta passam mais
desapercebidas mesmo que a letalidade cumulativa seja maior. A pandemia do
COVID-19 é um exemplo do primeiro tipo de crise, enquanto a crise ecológica que
inclui a poluição atmosférica é exemplo do segundo tipo.

Essa análise dos dois tipos de crise é passível de ser feita na educação. Sabe-se que a
qualidade da educação, os baixos índices de aproveitamento e as desigualdades de
condições e oportunidades no sistema educacional brasileiro configuram-se como uma
crise do segundo tipo, ou seja, apesar de profunda é lenta, não tão evidente e pouco
debatida e vinculada às mídias. A pandemia incrementou essa crise e tornou evidente
as desigualdades no sistema educacional, seja em relação às condições objetivas de
acesso às tecnologias e conexão à internet, como da falta de apoio pessoa e políticas de
formação de professores que repercutam na qualidade da educação e garantia do
direito ao acesso ao conhecimento e domínio de habilidades básicas para inserção na
sociedade.

Assim, nesse momento pós-pandemia é preciso fazer ecoar as necessidades de


investimento no campo de educação para responder aos desafios emergenciais, com
consequências políticas e sociais profundas. A situação pós-pandêmica exige ações
para superação das atuais condições da educação de modo a garantir que a sala de aula
possa ser um lugar de sonhos e oportunidades (MATOS et al., 2023).

Um dos efeitos sentidos no pós-pandemia foi a redução do número de matrículas na


educação formal (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2021, FMCSV, 2022). Diante disso, uma

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das estratégias utilizadas para o seu enfretamento é a busca ativa. Quando os meios de
comunicação não conseguem alcançar os alunos, uma estratégia de enfretamento é a
busca ativa que procura localizar os alunos na comunidade e no contato com as
pessoas, dificultada quando os alunos residem em lugares isolados de difícil acesso,
soma-se o fato de que muitos mudaram-se para outros munícipios sem formalizar um
pedido de transferência escolar (PEREIRA; NOCRATO, 2022).

Aqueles que permanecem nas escolas lidam com os prejuízos à aprendizagem,


evidenciado pelo baixo desempenho nas avaliações em larga escala (BOF; MORAES,
2022) e nas dificuldades de aprendizagem (INSTITUTO PENINSÚLA, 2022).

As desigualdades sociais e de oportunidades tornaram-se mais evidentes com a


pandemia, reforçando a importância da função educativa da escola que precisa ir além
da reprodução e manutenção das consequências e impactos resultantes da pandemia.
Diante disso, defende-se o desenvolvimento radical da função compensatória partindo
da compreensão de que a escola não pode anular as diferenças sociais e de
oportunidade, “mas sim atenuar seus efeitos e desmascarar o convencimento de seu
caráter inevitável, se propõe uma política radical de compensar as consequências
individuais da desigualdade social” (GÓMEZ, 1998, p. 23).

A pandemia evidenciou vários aspectos na educação que contribuem para manutenção


das desigualdades como a fragilidade na formação inicial de professores para
integração das tecnologias no ensino e no uso para apropriação de conhecimentos e
apoio a sua prática pedagógica; a falta de infraestrutura material e pessoal de várias
redes de ensino, especialmente as públicas; a dificuldade para mudança de paradigma
e flexibilização didática para melhor adaptação e organização das condições para o
desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem.

O enfrentamento das consequências da pandemia na educação pode ser abordado em


quatro eixos: condições adequadas de infraestrutura, materiais e recursos, ações de
formação de professores; flexibilização e diversificação didática e oferta de
atendimentos extraclasse para garantir condições para aprendizagem.

As condições e infraestrutura precisam ser adequadas para não influenciarem


negativamente sobre as práticas educativas. As escolas carecem de ter condições para
cumprir o compromisso de oferecer suporte aos professores, fornecendo recursos e

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apoio para o desenvolvimento de suas atividades e para lidar com as dificuldades, para
que não se sintam sozinhos ou sem auxílio (PEREIRA; NOCRATO, 2022).

As condições de desenvolvimento incluem a oferta de ações de formação de


professores que precisam se atualizar sobre novas teorias e práticas que possam
sustentar o planejamento e o desenvolvimento de práticas para responder aos desafios
contemporâneos da educação.

No atual contexto torna-se fundamental a flexibilização e a diversificação didática,


valorizando a mediação e reconhecimento de que os alunos podem ter diferentes
experiências, conhecimentos prévios, competências e habilidades, bem como
condições que incluem acesso a materiais, atendimentos e serviços que contribuem
com o processo de aprendizagem. A didática precisa caracterizar-se, conforme Gómez
(1998, p. 23), pela “flexibilidade, diversidade e pluralidade metodológica e
organizativa”.

Ao analisar algumas estratégias de enfretamento adotadas nas escolas para mitigar os


efeitos da pandemia sobre a aprendizagem, o Instituto Península (2022), descrevem
estratégias utilizadas para recuperar a aprendizagem como a realização de avaliações
para conhecer as dificuldades dos alunos, o oferecimento de aulas de reforço, a
proposição de formação aos professores, a contratação de mais professores. Para lidar
com as questões emocionais destacou-se estratégias como a realização de rodas de
conversas, a escuta individual dos alunos, a oferta de apoio psicológico aqueles que
precisavam, a flexibilização da rotina escolar quando necessário e criação de redes
externas de apoio, como programa de saúde da família, conselho tutelar e assistência
social.

As intervenções e os auxílios necessários a retomada mais qualificada das atividades


de ensino e aprendizagem na escola, incluindo um olhar atento para o social e o
psicológico, precisam ter apoio de órgãos externos, como assistência social e serviços
de saúde (PEREIRA; NOCRATO, 2022).

No contexto pós-pandemia é preciso reconhecer a importância do acolhimento


emocional, que envolve a escuta acolhedora como forma de compartilhamento das
emoções, de valorização das experiências vividas e de reconhecimento por pares
(RAMOS, 2023). Para lidar com as consequências emocionais é preciso apoio e a

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escuta acolhedora, em algumas situações atendimento especializado (PEREIRA;


NOCRATO, 2022). Isso porque as emoções precisam ser consideradas no processo de
ensino e aprendizagem por impactarem sobre a disposição para aprender.

No âmbito da sala de aula pode-se favorecer o acolhimento por parte dos professores
e colegas, procurando criar um ambiente de segurança e confiança para se lidar com
os sentimentos (PEREIRA; NOCRATO, 2022). Mais exercícios físicos e interações
sociais também podem ser considerados nas rotinas escolares como alternativa para
aliviar esses problemas de saúde mental (WANG et al., 2021).

Torna-se fundamental para o enfrentamento das efeitos pós-pandemia no contexto


escolar a valorização dos professores por meio da oferta de condições adequadas de
trabalho, ações para formação continuada e apoio de outros profissionais que possam
contribuir com a melhoria das condições necessárias ao processo de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças. Nas práticas educativas salienta-se a necessidade de
avaliações diagnóstica e formativas para orientar o planejamento e o
acompanhamento das crianças. Além disso, sobressai uma abordagem mais holísticas
e uma didática flexível para atender as diferentes condições de aprendizagem. Por fim,
um ambiente acolhedor, respeitoso e humanizado precisa ser construído, de modo a
favorecer as interações sociais e a comunicação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitos são os desafios na educação brasileira, fortemente influenciados pela sociedade


marcada pelas desigualdades sociais e de oportunidade. A pandemia reforçou a
importância da educação formal para a sociedade contemporânea, tanto para a
formação do cidadão e atuação no mercado de trabalho, como também para formação
globalizadora.

Evidenciam-se prejuízos substanciais à aprendizagem e ao desenvolvimento


emocional dos alunos, os quais refletem sobre os índices e medidas feitas nas avalições
em larga escala e na sala de aula. Diante disso, cabe prever ações de enfretamento que
iniciam pela garantia de condições materiais e pessoais para o desenvolvimento pleno
das práticas pedagógicas nas escolas que são combinadas a ações de formação de
professores para lidar com a nova realidade ainda mais desafiadora que se apresenta.

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A formação necessita oferecer suporte para efetivação de uma didática flexível e


desenvolvimento da função compensatória de modo a contornar os efeitos e retomar
os processos de ensino e aprendizagem para o pleno desenvolvimento dos alunos.

Diante dos desafios do contexto escolar sobressai-se a necessidade de envolvimento


de outros profissionais, instituições e serviços que possam exercer a função
compensatória. Nesse interim o psicopedagogo cumpre função essencial de
compreender as questões relacionadas à aprendizagem, por meio da avaliação e
diagnóstico das crianças para orientações intervenções que possam melhorar as
condições de aprendizagem.

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