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Desafios e Tendências no Ensino Remoto Emergencial (ERE) na Educação

Básica (1º ao 5º ano) da Rede pública.

Franciely Aparecida Rodrigues Batista1


Karen Elaine da Silva Carvalho Ferreira2
Patrícia Santos Franco3

Resumo
Texto, com uma quantidade predeterminada de palavras, onde se expõe o objetivo
do artigo, a metodologia utilizada para solucionar o problema e os resultados
alcançados. não deve ultrapassar 250 palavras, constituído de uma sequência de
frases concisas e objetivas.

Palavras-chave: São palavras características do tema que servem para indexar o


artigo, até 5 palavras separadas por ponto final.

Abstract
Uma tradução ao Inglês do resumo feito acima.
Keywords: Tradução das palavras-chave.

Introdução

Sabemos que a pandemia de Coronavírus, denominada “Covid 19”, teve


grande impacto em diversos setores, principalmente na educação, uma vez que em
muitos países ela foi responsável pelo fechamento de escolas, universidades,
faculdades e diversas outras instituições de ensino, tanto públicas como privadas,
por tempo indeterminado. Isso fez com que alunos e responsáveis, educadores e
gestores escolares, precisassem se adaptar as mudanças que as escolas passaram
a ter que lidar diariamente.
O momento histórico vivenciado com a pandemia, forçou a reinvenção da
educação, onde as escolas foram obrigadas a adotarem novas formas de ensino

1
Graduando em Pedagogia pela UNIVESP. E-mail: 1702410@aluno.univesp.br
2
Graduando em Pedagogia pela UNIVESP. E-mail: 1707930@aluno.univesp.br.
3
Graduando em Pedagogia pela UNIVESP. E-mail: 1702168@aluno.univesp.br
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não presencial, a fim de tentar garantir a continuidade do ensino, alterando suas


rotinas e utilizando de forma mais efetiva os recursos tecnológicos. Diante disso, as
escolas também se viram frente a novos e diferentes desafios, principalmente na
comunicação, que em tempos de distanciamento social é considerada uma das
principais ferramentas utilizada para fortalecer os vínculos entre escola, famílias e
alunos.
Este novo cenário, evidenciou a necessidade imediata da utilização das
TDICs (Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação), como possibilidade de
manutenção das aulas, ainda que de forma remota. Dentro deste contexto, foi
fundamental pensar em diferentes formas de promover o atendimento aos alunos de
maneira não presencial, aproveitando-se de momentos síncronos e assíncronos
para o desenvolvimento dos conteúdos e para a interação entre professores e
alunos (BRANCO; ADRIANO; ZANATTA, 2020).
Cabe ressaltar que a utilização das TDICs, ressaltam ainda mais as
desigualdades sociais e econômicas, pois, para que ela se concretize, tanto
professores quanto alunos precisam ter acesso a tais recursos, como computadores,
tablets, notebook e smartphones e, principalmente internet com boa conexão. E este
cenário está longe da maioria dos estudantes da rede pública no Brasil.
No que diz respeito ao “Ensino Remoto Emergencial”, ele é um termo
alternativo utilizado atualmente por pesquisadores da área de educação online e
também por profissionais da gestão para destacar um contraste em relação ao que
se conhece como Educação a Distância e Ensino Hibrido, que são distintos e
possuem em comum apenas o uso das tecnologias para aprendizagem.
Dentro deste contexto, a relevância do tema está relacionada à necessidade
de se refletir e analisar como a comunidade escolar (professores, alunos,
responsáveis e gestores) que atua na educação básica (1º ao 5º ano) da rede
pública se adequaram ao Ensino Remoto Emergencial, considerando a urgência
para que o todo o planejamento pedagógico elaborado para as aulas presenciais,
fosse adaptado e continuasse sendo realizado por meio de recursos online,
procurando também apresentar os principais desafios e oportunidades dentro desse
contexto educacional.
Para isso foi realizada uma pesquisa teórica sobre o tema e algumas
entrevistas a fim de relacionar as dificuldades encontradas pelos professores,
responsáveis e gestores. Diante disso, alguns questionamentos foram feitos, como
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por exemplo: como propor um sistema de ensino remoto que considere os aspectos
econômicos e sociais, que seja capaz de minimizar as desigualdades? Quais as
dificuldades encontradas por professores e alunos/responsáveis neste atual
cenário? Como os atuais acontecimentos têm afetado o ensino de alunos do 1º ao 5º
ano? Após a pandemia, quais possibilidades resultarão do ERE?

REFERENCIAL TEÓRICO
Assim como diversas outras áreas, a educação também tem sido influenciada
pela evolução das tecnologias da informação de forma cada vez mais rápida e mais
profunda, provocando transformações, não apenas a nível técnico, social e cultural,
mas exigindo também transformações na forma de atuação do docente. Vivemos
atualmente no “mundo” da era digital, que, desde a ampliação da internet a partir
dos anos 90, possibilitaram o compartilhamento mais rápido das informações o que
resultou em “capacidades cognitivas expandidas aliadas a um poder de expressão
sem precedentes, tanto em escala individual como em coletividade” (PRETTO;
PINTO, 2006, p.25)
Nos dias atuais, no campo da educação, o educando é considerado o
protagonista do seu processo de aprendizagem, que aliado às tecnologias digitais e
à globalização, exigem grandes mudanças nas estratégias educacionais. Mas é
preciso deixar claro que este tipo de ensino não têm o mesmo significado de um
ensino EaD ou Ensino Hibrido.
Na Educação a Distância, “professores e alunos estão separados fisicamente
no espaço e/ou no tempo. Esta modalidade de educação é efetivada através do
intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não
apresentar momentos presenciais” (MORAN, 2009 apud ALVES, 2011, p.84).
Conforme Aretio (2001 apud ALFARO; CLESAR; GIRAFFA, 2020, p. 9) ela
“possui legislação específica e uma estrutura já estabelecida para desenvolver as
práticas de ensino e de aprendizagem de forma síncrona e assíncrona, de acordo
com o nível de ensino.”
Quanto ao Ensino Hibrido, ele é considerado uma abordagem pedagógica
que abrange momentos e atividades presenciais e a distância. As atividades devem
ser complementares, objetivando favorecer o desenvolvimento do aluno, a
personalização da aprendizagem e a promoção de sua autonomia.
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Para Horn e Staker (2015 apud SILVA; SOUSA; MENEZES, 2020, p.299) ele
“é caracterizado pela dupla jornada de aprendizagem, parte realizada de forma on-
line, e parte presencial, em um espaço físico, no qual o discente tenha autonomia
para decidir seu modo e tempo de aprendizagem”.
Para Nascimento (2020), o Ensino Remoto Emergencial (ERE) é considerado
como um modelo de educação criado e/ou adaptado com a finalidade de se reduzir
as consequências da defasagem do ensino/aprendizagem durante a pandemia.
Além disso, é preciso considerar ainda a necessidade de reestruturar os modelos
pedagógicos antes utilizados e adequá-los a realidade de cada comunidade escolar
(NASCIMENTO, 2020).
Neste caso, professores e alunos se encontram impedidos através da
publicação de decretos, de comparecerem presencialmente nas instituições
educacionais a fim de evitar a propagação do vírus. É emergencial pois todo
planejamento pedagógico para 2020 e até o momento de 2021, precisou ser
reformulado, visto que o currículo da maioria das instituições não era direcionado ao
ensino remoto.
Moreira e Schlemmer complementam afirmando que:
Na situação atual que vivemos, com as restrições impostas pelo vírus, o
Ensino Remoto de Emergência é, na realidade, um modelo de ensino
temporário devido às circunstâncias desta crise. Envolve o uso de soluções
de ensino totalmente remotas idênticas às práticas dos ambientes físicos,
sendo que o objetivo principal nestas circunstâncias não é recriar um
ecossistema educacional online robusto, mas sim fornecer acesso
temporário e de maneira rápida durante o período de emergência ou crise.
(MOREIRA; SCHLEMMER, 2020, p. 9).

Conforme Joye et al (2020 apud ALFARO; CLESAR; GIRAFFA, 2020, p. 9) o


“ERE não tem nem mesmo uma legislação própria, uma vez que não é considerado
como modalidade de ensino”.
Para Holges et al. (2020 apud ALFARO; CLESAR; GIRAFFA, 2020, p. 9) o
Ensino Remoto Emergencial compreende “o uso de soluções de ensino totalmente
remotas para instrução ou educação que, de outra forma, seriam ministradas
presencialmente ou como cursos combinados ou híbridos, e que retornarão a esse
formato assim que o isolamento social deixe de ser necessário”.

Assim, dentro do contexto do ERE, as Tecnologias Digitais de Informação e


Comunicação (TDICs) se tornaram ferramentas de orientação para o
desenvolvimento das atividades escolares. Estudos recentes, demonstram cada vez
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mais a aceitação e a necessidade do uso das tecnologias na educação. Entretanto,


é fundamental compreender, refletir e analisar os pontos fortes e fracos das
modalidades de ensino que utilizam essas tecnologias, uma vez que conforme Joye
et al. (2020 apud ALFARO; CLESAR; GIRAFFA, 2020, p.10):
Considerando a diversidade social do Brasil, a vulnerabilidade financeira de
muitas famílias e, consequentemente, a exclusão digital, é possível afirmar
que o momento pelo qual estamos passando é oportuno para uma reflexão
e avaliação de uma nova educação, visto que a própria Constituição Federal
garante educação de qualidade a todos, contudo essa garantia à educação
não está sendo atendida nesse período de ERE.

Pode-se dizer que a característica principal que define o ERE é o seu caráter
temporário, pois este permanecerá enquanto durar a pandemia. Mas para que estas
sejam efetivas, é necessário considerar alguns pontos principais para o
planejamento estratégico da mesma, como o seu alcance, sua qualidade, e se
haverá apoio e/ou estrutura tecnológica tanto na escola, como fora dela, tanto para
alunos como para os docentes. Alves (2020), ressalta que é de extrema importância
que cada um se empenhe em realizar suas “tarefas” com responsabilidade, e cabe a
escola oferecer meios para isso.

Porém, é importante lembrar que, além da pandemia, que por si só, afeta
tanto a parte econômica quanto a emocional das famílias, e os professores (assim
como os alunos), estão passando por uma faz de adaptação a essa nova realidade,
acarretando uma espécie de “sufocamento” deste profissional devido a grande
quantidade de tarefas acumuladas, associadas muitas vezes a falta de
familiarização com as novas tecnologias. Nesse sentido, Traversini, Saraiva, e
Lockmann (2020) ressaltam que os muitas vezes os professores trabalham além da carga
horária a que foram contratados, uma vez que os meios de comunicação por aplicativos
como o WhatsApp®, permitem que alunos tirem duvidas na hora em que estão estudando
( de manhã, á tarde, a noite, de madrugada e finais de semana). Aliado a isso, os
professores precisam planejar, elaborar, enviar, receber e corrigir as tarefas de seus alunos,
por diversos meios (o que varia de acordo com cada escola).

Metodologia
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Para a realização deste artigo, foram realizadas 6 entrevistas


semiestruturadas via WhatsApp, com o objetivo de compreender melhor quais as
principais dificuldades a respeito do Ensino Remoto Emergencial de diferentes
pontos de vista. Para isso, escolhemos 2 professores, 2 membros da gestão e 2
responsáveis, todos relacionados a escolas e alunos da educação básica (1º ao 5º
ano) da rede pública.
Esse modelo de entrevista semiestruturado combina “perguntas abertas e
fechadas, onde o informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto.
O pesquisador deve seguir um conjunto de questões previamente definidas, mas ele
o faz em um contexto muito semelhante ao de uma conversa informal” (BONI e
QUARESMA, 2005, p.75).
As perguntas foram divididas em 2 categorias, gerais e específicas. Cada
entrevistado responderá 4 perguntas de caráter geral e 2 perguntas de caráter
específico, de acordo com o grupo do qual pertence. As questões utilizadas
encontram-se no apêndice deste artigo.
Cabe ressaltar que, dado o cenário pandêmico, as entrevistas semiestruturadas citadas no
Quadro 01 foram realizadas utilizando chamadas de vídeo pelo aplicativo Google meet. Além disso, o
material resultante da coleta de dados realizada de acordo com o quadro acima, foi devidamente
transcrito e realizada a análise do seu referido conteúdo à luz do aporte teórico que rege esta
pesquisa. Esta pesquisa foi realizada entre os meses de maio e julho de 2020 . ( copia integral do
texto)

Resultados e Discussão

Considerações Finais

Com relação ao ensino remoto emergencial, a proposta é de que o aluno


aprenda de forma mais autônoma, reflexiva, crítica, desenvolvendo uma postura
investigativa e colaborativa, na qual o professor atua mais como um orientador,
instigador, mediador, facilitador do processo de ensino/aprendizagem. Trata-se, no
entanto, mais de um ideal a ser alcançado, do que uma realidade, pois esbarra na
falta de recursos tecnológicos dos alunos, ou as dificuldades decorrentes da
pandemia (psicológicas, financeiras e sociais)
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É importante refletir sobre o papel do professor neste processo de mediação


e/ou interação, utilizando os recursos tecnológicos disponíveis de maneira criativa,
na construção do saber. A educação precisa ser repensada; é preciso buscar formas
alternativas para aumentar o entusiasmo do professor e o interesse do aluno, pois
nenhum recurso tecnológico é, por si só “motivador”; depende de como é realizado e
da proposta dentro de um contexto, dos alunos, dos objetivos e do projeto
pedagógico da instituição.

Referências

ALVES, Lucineia. Educação a distância: conceitos e história no Brasil e no mundo.


Associação Brasileira de Educação a Distância, v. 10, p. 83-92, 2011. Disponível
em: seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/235/113. Acesso em: 31 mar.
2021.

BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia J. Aprendendo a entrevistar: como fazer


entrevistas em Ciências Sociais, Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em
Sociologia Política da UFSC, v. 2, n. 1(3), p. 68-80, jan./jul., 2005. Disponível em
https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/18027/16976. Acesso em 11
de abr. 2021.

BRANCO, Emerson P.; ADRIANO, Gisele; ZANATTA, Shalimar C. Educação e


TDIC: contextos e desafios das aulas remotas durante a pandemia da COVID-19.
Debates em Educação, Maceió, v. 12, p. 328-350, dez. 2020. ISSN 2175-6600.
Disponível em:
https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/10712. Acesso em:
31 mar. 2021.

MOREIRA, José António; SCHLEMMER, Eliane. Por um novo conceito e


paradigma de educação digital onlife. Revista UFG , v. 20, n. 26, p. 02-35, 13
maio 2020. Disponível em:
https://www.revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/63438/36079. Acesso em 31 mar.
2021.

PRETTO, Nelson. PINTO, Cláudio da Costa. Tecnologias e novas educações.


Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v. 11, n. 31, p. 19-30, jan./ abr.,
2006. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbedu/v11n31/a03v11n31. Acesso em
31 mar. 2021.
APÊNDICE 1 – QUESTÕES ELABORADAS PARA A ENTREVISTA
Geral
1 – No que se refere ao Ensino Remoto Emergencial, qual foi a maior dificuldade
encontrada por você?
( ) Falta de equipamento (computador, celular, tablet, etc.);
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( ) Falta de acesso à internet;


( ) Falta de infraestrutura básica;
( ) Baixa participação nas aulas;
( ) Falta de comunicação Escola/Família;

2 – Você acredita que o Ensino Remoto Emergencial trouxe algum benefício para a
educação? Se sim, quais? Se não, por que?

3 – Levando-se em consideração a forma como o aprendizado e o ensino ocorreu e


ainda ocorre durante a pandemia, você acredita que a educação pública brasileira
tem condições de proporcionar uma educação cada vez mais mediada pela
tecnologia?
a) Sim
b) Não
c) Talvez

4 – Pensando em um mundo pós pandemia, no que se refere a um maior uso de


tecnologias dentro da sala de aula, através da implementação da modalidade de
ensino hibrido, quais os principais aspectos você acredita que precisa mudar na
educação pública brasileira?

Gestores
1 – Levando-se em consideração a realidade da comunidade na qual a sua escola
está inserida e tendo como objetivo a continuidade do ensino, quais foram as ações
adotadas por você e sua equipe durante a pandemia? Você acredita que elas foram
suficientes?

2 – Para a gestão escolar, quais lições o Ensino Remoto Emergencial pode


promover? São aprendizados que podem ser usados em um mundo sem pandemia?
Se sim, como?

Professores
1 – Como foi ter que, de uma hora para a outra, alterar sua rotina, de forma que
conseguisse dar conta da sua vida pessoal (casa e família) e ainda ter que fazer
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planejamento pedagógico, dar aulas remotas, atender os alunos, corrigir atividades,


entre outros? Em que sentindo o ERE mais afetou sua rotina?

2 – Como foi, para você professor, a implementação do Ensino Remoto


Emergencial? Qual foi o maior desafio? Conseguiu se adaptar a ele?

Responsáveis
1 – Você acha que o Ensino Remoto Emergencial conseguiu diminuir o impacto
negativo da ausência das aulas presenciais? Seu filho conseguiu reter algum
conhecimento, evitando a total defasagem de ensino?

2 - Como foi a participação do seu filho nas aulas e atividades remotas? Conseguiu
ajudá-lo? Se sim, o que achou? Se não, porque?

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