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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE

HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CURSO DE HISTÓRIA

NOVOS METODOS DE APRENDIZAGEM: USO DAS TECNOLOGIAS DA


INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE HISTÓRIA DURANTE A
PANDEMIA EM MILAGRES-CEARÁ

CRATO-CE
2022

RESUMO

Na esteira da pandemia COVID-19, todos os integrantes do sistema


educacional do mundo: alunos, pais e professores, tiveram que fazer um
esforço extra para se adaptar, em um intervalo de tempo recorde, a uma nova
forma de ensino / aprendizagem. para o qual ninguém estava preparado. Cada
um com uma situação e contexto diferentes (horários, falta de meios
tecnológicos, teletrabalho de alunos e professores etc.) procuraram dar o seu
melhor para atingir os objetivos educacionais traçados. Nestes tempos
turbulentos que vivemos, todos os integrantes do sistema educacional,
independentemente de onde se encontrem no mundo, devem estar preparados
para poder enfrentar a educação a distância com garantias de
sucesso. Existem muitas maneiras de realizar essa educação a distância de
forma otimizada. Com estas linhas, conto a minha experiência, visto que a
considero um ponto de partida para aquele tão necessário sucesso na
formação online, visto que o futuro de todos depende de uma boa e completa
educação no presente. Existem muitos jogos no campo educacional utilizados
por professores em sala de aula para a otimização do processo de ensino-
aprendizagem; mas estes ainda devem se estender ao universo digital que
abrolha na educação atual – principalmente em tempos de Educação a
Distância por conta da pandemia de COVID-19. O objetivo geral deste trabalho
é desenvolver novos métodos de se abordar o ensino-aprendizagem de
História, explorando a interatividade do educando com um material que alude
às tecnologias digitais e aos jogos educacionais. Analisar a estrutura das
escolas, ser flexível, motivar os alunos a verem a História como uma disciplina
útil e interessante e planear como continuar a enfrentar os desafios que a
pandemia vai trazer, são algumas ações que vão ajudar a ter um ensino de
História mais equitativo.

Palavras-chave: Ensino da história. Dificuldades. Pandemia. Otimização.

INTRODUÇÃO
No atual cenário pandêmico de covid-19, a utilização de tecnologias se
fez ainda mais necessários, uma vez que muitos estudantes e educadores
tiveram que modificar os meios de aprendizagem e comunicação. As
Tecnologias de Informação e comunicação (TIC), revolucionou a forma ensino-
aprendizagem e hoje tem um papel fundamental no desenvolvimento
educacional, OLIVEIRA et al. (2020) descreve as tecnologias como fator
primordial para a qualidade de ensino, segundo a autora: “As relações de
informação e comunicação por meio da tecnologia adentraram as escolas
modificando a qualidade e a circularidade do tempo/espaço; na atualidade, isso
é visto como primordial.” (OLIVEIRA et al.2020, p. 2)
Diante de tal cenário, inúmeras escolas tiveram que redefinir os sistemas
de ensino, trocar o presencial pelo remoto e adaptar-se ao uso das TICs.
Adaptação essa que foi para alguns um tanto fácil e para outros, bastante
complicado. Os professores tiveram grandes complicações na utilização dos
meios tecnológicos, nenhuma área estava preparada para enfrentar uma
pandemia, muito menos a educação, segundo REIS (2021), as tecnologias se
fazem mais presentes no nosso cotidiano, por outro lado possuem muitas
limitações “[...] e uma delas é a falta de habilidade de alguns professores diante
das ferramentas tecnológicas.” (REIS, 2021, p. 2).
Há ainda preocupação sobre a estrutura escolar, sobre as práticas
pedagógicas utilizadas e se elas estão sendo realmente eficazes no que
concerne ao ensino de história quanto disciplina. É indispensável mencionar,
portanto, que houveram intensas dificuldades relativas, sobretudo à
necessidade de adaptação brusca a um novo mecanismo e a intensificação de
desigualdades (COSTA e NASCIMENTO, 2020). Dessa maneira, com o
advento da pandemia do COVID-19, o levante de discussões acerca da
educação desenvolvida por meio de ferramentas tecnológicas e virtuais como é
o caso da Educação à Distância e o Ensino Remoto Emergencial (ERE) vêm
assumindo grande relevância (VALENTE et al., 2020).
Seguindo tal viés, o ensino de História, não somente no contexto
mencionado, mas em todo o decorrer do século XXI tem sido desafiador pois,
para muitos, a disciplina trata apenas do passado, não sendo objeto de grande
interesse. Tal fator, associado a outros elementos como a defasagem do
ensino, torna ainda mais difícil a atuação do professor de História (NICOLINI e
MEDEIROS, 2021).
Assim, o ensino de tal disciplina sofre com os reflexos do cenário atual
carregando fatores que se intensificaram e inegavelmente geram
consequências negativas. Em outros termos, o ensino-aprendizagem da
História encontra-se intensamente prejudicado (SEVERO, 2021).
Diante das diferentes práticas docentes, questiona-se se o aluno está
tendo uma educação de qualidade, essa é uma questão a ser pensada diante
da metodologia utilizada para passar o conteúdo; nesse sentido, cabe verificar
se foi adequada para a aprendizagem do educando. Cabe refletir ainda se
houve aprendizagem ou se houve apenas um acúmulo de métodos e de
maneiras, de receitas de resolução que, após algum tempo, o aluno acaba
esquecendo.
Nesse sentido, pode-se refletir sobre a diferença entre a aula de História
e a educação histórica; visto que, na aula de história, o professor licenciado em
história, com toda sua bagagem acadêmica, faz a transposição do conteúdo
histórico para os alunos, transposição esta que, muitas vezes, é apenas
sistemática e meramente através de períodos específicos de nossa história.
Essa reflexão recai na educação histórica, para que o aluno seja inserido em
nossa cultura; até para que conheça um pouco de sua própria história e
sociedade eles possuem técnicas de resolução de alguns conceitos e,
infelizmente, temos alunos que chegam no final do ensino médio ou no final da
Educação Básica nesse patamar (HOFFMANN, BARBOSA & MARTINS, 2016).
Muitas vezes, os acadêmicos de história não conseguem em sala de
aula ter a preparação pedagógica correta para fazer a transposição didática do
conhecimento puro para um conhecimento a ser ensinado, para a linguagem do
aluno, posto a grande reflexão está ,neste processo, diante quais metodologias
que são usadas ou melhor ainda são ensinadas neste curso; para que o
professor licenciado em história possa estar em sala de aula no ensino
fundamental séries finais e conseguir, através das metodologias, passar o
conteúdo de história em que o aluno se identifique.
De acordo com Silva (2016), pode-se dizer que, em sala de aula, existem
três elementos fundamentais: o professor, o aluno e o conhecimento, existe
uma relação muito estreita entre esses três elementos, principalmente a
relação entre professor e conhecimento por ser valer daquilo que se denomina
transposição didática. Cabe dizer que o professor sai das faculdades da
academia com conhecimento puro, lapidado preocupado com a linguagem
técnica.
Nas escolas do ensino fundamental, pode-se verificar e refletir se os
professores estão alfabetizando alunos historicamente; nesse caso, parte-se do
princípio que ensinar história é diferente de educação histórica; visto que
ensinar é ensinar conceitos, através de regras e procedimentos; já a educação
histórica permeia a aprendizagem como um todo. Desse modo, trata-se da
transmissão do conhecimento histórico para um conhecimento a ser alcançado
e atendido pelo aluno, no qual o estudante pode ter a noção do conhecimento.
Existem muitos meios de comunicações no campo tecnológico
educacional utilizados por professores em sala de aula para a otimização do
processo de ensino-aprendizagem; principalmente em tempos de Educação a
Distância por conta da pandemia de COVID-19. Dito isto, leva-se à seguintes
ponderações: em que grau se pode colocar a importância do uso das TICs para
o desenvolvimento de conhecimento histórico e cultural dos alunos do Ensino
Fundamental?
Para responder esta e outras questões o objetivo geral deste trabalho é
analisar os novos métodos de se abordar o ensino-aprendizagem de história,
explorando a interatividade do educando com um material que alude às
tecnologias digitais e analisar as metodologias inovadoras e as tendências
atuais no ensino da História ; investigar se a formação acadêmica do aluno
contempla a aprendizagem por meio das novas tecnologias e inovar nas
metodologias de ensino de História com estudantes do Ensino Fundamental –
8° e 9° ano.
Infere-se, pois, que despontou uma grande quantidade de modos para
se usar as tecnologias como recurso para o ensino; contudo, para que a escola
se desenvolva com esse processo, urge que se promovam mudanças na
metodologia educacional de forma que se cause uma mudança na educação
para se obter um melhor proveito dos recursos. De modo que, como foi
resumido anteriormente, este estudo visa a conhecer como é possível aplicar
os recursos oferecidos pela ludicidade e pela tecnologia na área pedagógica,
no ensino de história, indicando seu uso como uma ferramenta capaz de apoiar
amplamente o processo de ensino-aprendizagem, bem como ilustrar os
aspectos favoráveis à sua implantação como instrumento pedagógico.
Enfatizaram-se as ideias desta pesquisa a fim de marcar a justificativa da
necessidade de se conhecer as diferentes tecnologias e seu uso como
ferramenta para o ensino da história; além de identificar as políticas de inclusão
e disseminação das tecnologias no ensino de história, evidenciando as
mudanças na postura docente ocorridas na prática pedagógica e apoiando-se
em subsídios históricos e atuais, no atual contexto escolar, na importância e na
necessidade da formação continuada no contexto das tecnologias interativas
de ensino-aprendizagem da história.

METODOLOGIA:

A metodologia que sustentará o presente estudo está dentro da


abordagem qualitativa da pesquisa para fins de revisão da literatura pertinente,
de natureza descritiva e exploratória de acordo com Gil (2017). Classifica-se
assim visto que, em conjunto, haverá o desenvolvimento de um estudo de
caso, no qual será empreendida um questionario digital – um e-book interativo
– que será disponibilizada aos educandos do ensino fundamental de duas
escolas de Milagres, e que objetivará o ensino-aprendizagem da história por
meio da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
O estudo terá como elementos o conhecimento que tange à importância
do uso das TICs e de atividades lúdicas como recurso pedagógico facilitador da
aprendizagem para alunos dos anos finais do Ensino Fundamental (8º e 9º
anos); bem como analisar as estratégias de ensino-aprendizagem, expondo as
facilidades e os obstáculos neste cenário.

2. A HISTÓRIA

Documentos oficiais tais como Parâmetros Curriculares Nacionais


(BRASIL, 1997) e Base Nacional Curricular Comum curricular (BRASIL, 2019)
e eles sugerem que o estudo da história favorece o desenvolvimento de
habilidades importantes tais como pensamento crítico, solução de problemas,
pensamento analítico, raciocínio quantitativo, capacidade manipular ideias
precisas, construir argumentos lógicos entre outros.

2.1. A ESTRUTURA PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E


INTERATIVA
 A escola cresce constantemente há um século, esse crescimento ocorre
principalmente pela adição de mais e mais aulas, causando o
comprometimento de novos professores. Este não é o caso na maioria das
outras organizações sociais e especialmente econômicas, onde mudanças
tecnológicas e novas formas de gerenciar o trabalho levaram a um crescimento
da produção, mas também a uma redução no número de funcionários, bem
como a uma reorganização regular das unidades de trabalho. 
Embora algumas outras formas de organização tenham sido e ainda
estejam sendo tentadas (escola aberta, tutoria), elas nunca ameaçaram de
forma alguma a hegemonia da sala de aula tradicional. Além disso, é esse
mesmo sistema de classes que é totalmente usado em sociedades não
ocidentais quando a escola começa a se espalhar.
Sem entrar em uma análise detalhada desta questão, basta recordar
aqui que a pedagogia escolar vem em estreita, nas sociedades europeias dos
séculos XVII  e XVIII século, com o surgimento de novas formas de poder do
Estado com a ética um capitalista que fornece à educação novos modos de
organização e novos valores (velocidade, eficiência, ordem, controle, esforço,
mérito) e com a construção de uma nova ordem de conhecimento secular que
visa acima de tudo controlar indivíduos e grupos sociais (GAUTHIER E
TARDIF, 2014). 
Investidos nesses poderes, os do Estado, Trabalho e Conhecimento; a
pedagogia escolar está gradualmente emergindo como uma nova prática social
institucionalizada que substituirá gradualmente outros modos de socialização e
educação mais velha (tradicional, familiar, local, comunitário, informal). Em
suma, a pedagogia escolar torna-se hegemônica em relação a outras formas
de educação e ainda permanece assim hoje (RIBEIRO E COSCARELLI, 2017).
De uma forma empírica, com as TICs, é realmente a primeira vez em
quase quatro séculos que a hegemonia da classe, como estrutura sócio-física
do trabalho pedagógico, está seriamente ameaçada, enquanto pode abrir e
dispor de novas formas de educação e instrução com base em novas formas
de interação entre professores e alunos. Uma classe é um dispositivo de
controle temporal e espacial que envolve o professor e os alunos em um local e
horário apropriados da escola. Desse ponto de vista, as TIC levantam hoje a
questão de uma possível dissociação entre escolaridade (instrução e
socialização) e esse dispositivo de controle historicamente muito estável, em
outras palavras entre a forma da escola instituída como escola e classes e a
escolaridade como um processo de formação dos membros socializados de
nossas sociedades modernas avançadas ou pós-modernas (Ibidem, 2017).
De fato, à luz das tecnologias anteriores, do livro ao audiovisual, a
originalidade e a força das TIC nos parecem residir, em relação à pedagogia
escolar, em sua capacidade de substituir interações na sala de aula por
interações à distância e fora da sala de aula; isto é, interações que escapam
aos limites espaços-temporais da classe. Não se trata apenas de educação à
distância, mas mais seriamente sobre educação a distância, como ela existe
desde a institucionalização da escola (TARDIF E LESSARD, 2008). 
 No momento, é difícil discernir exatamente as formas e a escala que
essas experiências terão no futuro próximo; mas já é possível fazer a hipótese
plausível de que eles continuarão aumentando e se multiplicando. Essa
hipótese, é claro, levanta várias dificuldades técnicas e financeiras (que
acreditamos que serão resolvidas nas próximas décadas). Mas além dessas
dificuldades, o verdadeiro desafio em ação aqui parece sociopolítico. De fato,
como dissemos antes, o dispositivo celular no qual repousa o trabalho
pedagógico dentro da escola é uma forma institucionalizada (formal e
codificada) de controle da educação que permite uma ação direta, profunda e
regular dos professores sobre os alunos, para exercer sobre eles, através do
sistema de regras e práticas pedagógicas, uma influência profunda e duradoura
que se chama socialização e instrução escolar (Ibidem, 2008). 
Por exemplo, como as TICs, como ferramentas tecnológicas
aparentemente neutras, se encaixam em muitas divisões e exclusões (de raça,
sexo, classe, etnia, riqueza, cultura, idioma, geografia) que ainda estruturam o
espaço escolar a montante e a jusante, interna e externamente ao processo de
escolarização? Elas transcendem essas divisões e exclusões ou as renovam
em novas formas, ainda mais intrigantes e eficazes que serão novas e
aparentemente distantes das formas tradicionais de pedagogia escolar?  Além
disso, além de sua dimensão instrumental, o significado social e cultural das
TIC permanece largamente problemático e dá origem a várias interpretações
de acordo com indivíduos, grupos e órgãos que se esforçam para impor,
através deles, sua visão da escola, aprendizagem, pedagogia. (Ibidem,2008) 
Atualmente, as TIC são usadas como símbolo para todos os tipos de
projetos, muitos dos quais são totalmente contraditórios. Por exemplo, eles
servem como um instrumento para promover a democratização escolar, uma
vez que possibilitam alcançar setores da população menos afetados pela
escolarização; mas, ao mesmo tempo, permitem que pais, indivíduos, grupos
saiam da escola e promovam novas formas de treinamento e socialização que
foram retiradas da escola (TARDIF, 2014).
No entanto, não devemos acreditar que a escola é uma instituição
puramente passiva e reativa e que apenas se adaptará às TIC. Pelo contrário,
como mostra sua estabilidade e sua duração histórica, a escola é uma
instituição forte, uma instituição capaz de reproduzir no tempo e no espaço
seus modos de operação e seus dispositivos organizacionais, e impor a outros
setores sociais. De fato, a própria evolução das TICs mostra que o discurso e
as práticas escolares também invadem a comunicação por computador e pela
Internet. Por exemplo, muitos projetos e sites dedicados ao treinamento,
educação e aprendizado adotam os modos e conteúdos da pedagogia escolar:
abordagens por objetivos (TARDIF, 2014). 

2.2. A PANDEMIA E O RECESSO EMERGENCIAL

Diante de qualquer mudança social estrutural, há um momento de


desequilíbrio, no qual as instituições construídas para administrar as condições
anteriores, com seus processos administrativos e diretrizes estabelecidas, e
papéis predeterminados de controle e poder, colidem (por assim dizer) com um
novo uma realidade que impõe outras regras de gestão e mecanismos de
poder nos quais o novo quadro deve ser adaptado e aplicado (LIZOTE et al,
2020).
O COVID-19 mostrou que o modelo atual de países desenvolvidos com
economia baseada no conhecimento é fraco quando, sem uma reação
oportuna com base nas informações recebidas da doença, se via competição
por produtos básicos com os quais se é  capaz de equipar banheiros (STASIAK
e CASAROLI,2020).
Territórios em risco de privação de suprimentos contrastam com uma
sociedade cujos avanços tecnológicos permitem uma comunicação ágil. Ter
ampla informação sobre eventos que vinham ocorrendo ao redor do mundo e
atrasar a aplicação de medidas mostra o quão fragmentado é um potencial
quando não há um modelo de governança adequado para a gestão da
informação e adoção das medidas mais adequadas ao nível global, não
regional (STASIAK e CASAROLI,2020).
A pandemia foi enfrentada a partir de um contexto com maior número de
pessoas com acesso a treinamento, mas o acesso à educação e à internet não
tem sido suficiente para organizar uma resposta a uma doença. O problema,
como se verá, não tem sido o COVID-19, mas sim a estrutura de gestão global
diante de um modelo baseado na competição (TOSTES e MELO FILHO, 2020).
A formação universitária para cargos de responsabilidade e o mundo do
trabalho, em pouco menos de 20 anos, aceleraram um rápido
distanciamento. A obtenção de bolsas e recursos para pesquisa tem se
pautado pela competição por recursos, e não pela garantia do chamado bem
comum. Quando em um contexto global, o compartilhamento permite
maximizar valor, a resposta dispersa entre países e regiões ao COVID-19
resulta em altas taxas de mortalidade (SERRANO e BRAGA, 2020).
O acesso e a abrangência dos recursos tecnológicos e de pesquisa não
têm permitido que a resposta à pandemia varie muito, diferente daquela de
tempos antigos. A quarentena de milhões de cidadãos não se deve tanto ao
COVID-19, mas à falta de visão de um modelo de saúde que garanta
capacidade de prevenção, atendimento, exames e uma competição
fragmentada pela obtenção de uma vacina e os benefícios da sua
comercialização, ou a venda de material sanitário básico que deixou de ser
produzido em alguns países para depender, por razões de baixo custo, de
outros que zelem por seus interesses quando o vírus não é detido por
interesses e fronteiras (LOLE, STAMPA e GOMES, 2020).
O conhecimento de acesso aberto, a facilidade de compartilhá-lo, deve
ser reformado desde o início na forma como nos organizamos. O
compartilhamento não pode ser interpretado como uma desvantagem
competitiva. O atual desenvolvimento tecnológico, a conectividade e o acesso a
redes têm facilitado a migração de um modelo controlado no plano físico para
uma articulação organizacional dispersa (QUEIROGA, 2020) .
Diante da progressiva reorganização da definição do espaço nacional, as
fronteiras para o comércio digital e até as diferentes formas de pactuação
econômica, como as criptomoedas, exigem a formação da sociedade para o
uso proativo da internet: habilidades para acessar serviços e dar saber seu
valor diferencial a oferecer. Como característica marcante, a economia desse
modelo não exige tanto do que se tem chamado de “recursos humanos”, mas
sim capital em conhecimento aplicado para sua progressão. A mudança da
economia e as possibilidades do contexto digital levam a repensar o atual
sistema de governança, o tecido empresarial e as necessidades de formação e
sua avaliação (STASIAK e CASAROLI,2020).
O gerenciamento, conforme discutido repetidamente, é a chave para
liderar um processo de mudança. Diante de um momento de incertezas, este
artigo tem como objetivo apresentar uma série de pontos de análise a partir dos
quais orientar a reorganização do modelo de estruturação social.
É necessária uma reflexão sobre as rupturas provocadas pela pandemia
e três aspectos que consideramos ter em mente para gerir o que se
convencionou chamar de novo normal: governação, autonomia no quadro do
bem comum e processos de acompanhamento ativo.

Resultados e Discussões

Nesta divisão os dados obtidos serão exibidos através de um


questionário feito com quatro alunos, durante o ensino remoto, de forma online
e opcional.

Neste cenário de pandemia, o questionamento é sobre o uso das TIC


mediante ao cenário de aprendizagem no ensino de História.

Lembrando que, quando falamos no ensino remoto, estamos


mencionando a fase a qual o ensino era totalmente de forma remota,
ressaltando que ambos - docente e discente não iam até a instituição. A
instrução era por meio de recursos tecnológicos digitais, tais como: celular,
computador, tablet, notebook, entre outros. Ou então, por recursos não digitais,
exemplo: tarefas impressas que eram buscadas nas escolas pelos pais dos
estudantes.

Com as questões 1,2,3 e 4 do questionário, foi analisado as questões


básicas de cada aluno, como série, idade, escola e o acesso à internet.

Na questão 3, procuramos compreender e analisar o grau de


dificuldade de cada discente em relação a ter acesso à internet. Com isso,
pudemos observar que a aluna A não possuía internet em sua casa, o que
ocasionou mais dificuldade para o seu aprendizado, pois a mesma não tinha
como acompanhar os colegas de forma precisa ( já que não tinha, mesmo de
forma virtual, o contato entre professor-aluno, colega-colega), como também
não tinha como acompanhar as atividades passadas pelo professor. Assim,
outro método de aprendizagem para a aluna foi passada pela escola.

Na questão 06, teve o intuito de conhecer alguns empecilhos


encontrados no ensino remoto e o que cada aluno achou do novo método de
aprendizagem.

Diante de tal contexto, a mesma aluna teve sua resposta diferente dos
demais alunos. A aluna A afirma que teve dificuldade e achou difícil. Entretanto,
pelo cenário que ela se encontrava, realmente a adaptação e a falta de acesso
à internet iria ocasionar esse impasse no tocar a sua aprendizagem.

No atual cenário que se encontrava o mundo em si pelas alterações


ocorridas por causa da COVID-19, distanciamento social, novos métodos de
ensino, mudanças diárias, a aluna A, pelo seu caso, teve que recorrer à
instituição a qual estudava para solucionar o seu problema - buscando por
atividades impressas e tendo conteúdos impressos para melhor compreensão
e aprendizado.

○ “Nas escolas públicas, a presença de tecnologias ainda é uma


realidade pouco presente, visto que o investimento em educação, nos seus
vários setores, ainda é muito aquém do que deveria para que pudéssemos ter
um verdadeiro avanço na educação brasileira. Além da falta de infraestrutura
das próprias escolas, ainda é necessário destacar que grande parte dos alunos
do nosso país não possuem acesso à internet e computador em casa, em
muitos casos, nem mesmo celulares que lhes permita o acesso.”

Já a aluna B afirma que não achou difícil e que o aprendizado foi de


forma regular, ou seja, conseguiu adquirir o conteúdo e teve boa adaptação na
forma de ensino. Diante disso, podemos analisar que alguns alunos tiveram até
mais facilidade em se comunicar através das tecnologias digitais.

Foram vistos pontos positivos e negativos no ensino remoto, alguns


alunos não tinham acesso à internet e outros, no entanto, se desenvolveram
mais.

○ “A educação através do ensino remoto e a distância têm


demonstrado cada vez mais no contexto social e contemporâneo, como a
comunidade escolar tem adequado para ofertar um ensino que atenda as
novas demandas educacionais decorrentes diante desse período pandêmico e
de isolamento social.”

Na questão 07, quando questionamos sobre as aulas de história


durante a pandemia, a aluna C falou que eram boas, mas que, às vezes, não
tinha muita informação, então ela procurava mais informações sobre o
conteúdo para facilitar.

○ “Segundo Moran, Masetto e Behrens (2001), por muito tempo a


tecnologia não foi valorizada adequadamente como ferramenta para tornar o
processo de ensino-aprendizagem mais eficaz. O motivo dessa não valorização
é a convicção de que o papel da escola é transmitir conhecimento aos alunos
por meio dos livros e quadro negro e ainda os avaliar através de provas e
testes, que requerem memorização e que, muitas vezes, podem gerar
contraprodução.”

Diante disso, mostra-se claramente que ainda temos dificuldades em


relação ao ensino e em moldá-las de acordo com cada contexto. É evidente
que a persistência ao velho ensino é resistente. No entanto, faz-se necessário
ter compromisso e dedicação para melhor desenvolvimento e adaptação.

Esses meios tecnológicos buscam garantir o direito à educação, mesmo


que de forma remota, assim como era presencialmente.

● “ A educação está passando por inúmeras modificações e


evoluções, mas com o mesmo objetivo que consiste em continuar dando aos
alunos um sistema capaz de promover um ensino pelo menos similar à
qualidade do ensino presencial para todos. É preciso salientar que a Educação
remota não substitui a educação comum a qual fomos acostumados, mas é,
antes de tudo, um novo ingrediente oferecido em todos os níveis e em todas as
modalidades educacionais rumo a uma educação de excelência em qualidade.”

Esse novo ensino tem mostrados desafios, os alunos mandavam


fotos das atividades, assistiam vídeos aulas, pesquisavam coisas no google,
entre outros.

Assim, pode-se constatar que a resposta de quatro alunos na


questão 9, são proporcionalmente equivalentes. A mesma perguntava sobre a
nota que eles dariam para o ensino remoto. Dois alunos responderam que
dariam nota 2, um aluno respondeu nota 3 e outro aluno respondeu nota 4.

A pandemia COVID-19 trouxe uma obrigatoriedade ao uso de


tecnologias. Quando se trata do processo de ensino, tivemos de buscar por
alternativas para substituir as aulas presenciais.

“A experiência atual de ensino remoto mostra que a política


educacional precisa contemplar o ensino híbrido como modalidade oferecida
por todas as escolas. ‘Agora foi a pandemia, mas podem haver eventos
climáticos e outros motivos para ter que fechar a escola. Além disso, o ensino
híbrido amplia as experiências de aprendizagem dos jovens e aproxima a
educação da maneira como vivem hoje, permeada pela tecnologia. A escola
precisa ser um ambiente mais contemporâneo’. [...] Os estudantes precisam se
conectar também para ter direito à aprendizagem. Agora vamos precisar
reforçar e fortalecer essa mensagem no Brasil.” (NOGUEIRA, 2020).

Outro ponto bastante chamativo foi nas respostas dos alunos, 10º
questão, que perguntava se na escola possuía um laboratório de informática.
Todos responderam que não. Isso mostra que mesmo antes da pandemia, os
alunos não tinham acesso a computadores nas escolas, por isso o grau de
dificuldade acaba aumentando.

● “A informação sempre foi a ingrediente principal na educação. O


uso de redes de alta velocidade, com fibras óticas ou conexões via satélite para
acessar rapidamente as grandes bibliotecas eletrônicas expansíveis e bases de
dados fornece a base para uma potencial revolução no aprendizado. A
combinação destes recursos com um computador pessoal dá aos estudantes
acesso a grandes quantidades de informações, e moverá o locus do poder do
professor para o aprendiz.(Coombs,1992)

A importância de laboratórios de informática nas escolas garante aos


alunos uma segurança maior com a forma de pesquisas digitais e alunas
digitais.

Henriques (2001), descreve que os computadores se apresentam como


ferramentas privilegiadas para a avaliação somativa, formativa e diagnóstica no
processo ensino-aprendizagem. Entretanto, a abordagem pedagógica de como
isso acontece é bastante variada, oscilando entre dois grandes polos
caracterizados pelos mesmos ingredientes e direções opostas, como mostra o
esquema sugerido por Valente (1997).

Por isso, a importância de trabalhar com as TIC no ensino de História.


De fato, a pandemia acelerou o processo. Assim, as mudanças ocorreram de
forma rápida e sem muita espera. No entanto, as instituições tentaram fazer de
tudo para que tanto os docentes quanto os discentes, principalmente,
pudessem ter a educação garantida.

Diante disso, foi de suma importância introduzir as TIC na forma de


ensino a distância, a qual permitiu a interação entre alunos e professores.

○ Pois, Avrella e Cerutti (2018, p. 41) indicam que essa


modalidade ”visa unir o melhor da aula tradicional com algum tipo de
tecnologia, ressaltando de que forma ele pode ser inserido no contexto escolar
gradativamente, respeitando o tempo das pessoas envolvidas neste processo”,
ou seja, prevê um período de adaptação.

Assim, uma metodologia não esperada foi implementada e causou


grandes benefícios também. A tecnologia nos ajudou em tempos tão difíceis.
Tomemos como exemplo para Guarezi e Matos (2012, p. 92):

[...] o processo interativo mediatizado propiciado pelas tecnologias


interativas síncronas (chat, teleconferência, videoconferência) e assíncronas
(e-mail, listas de discussões, fórum, comunidades de práticas), e as
possibilidades de ações pautadas na interatividade (jogos interativos,
simuladores) e advindas das quartas e quintas gerações tecnológicas da EaD
estão revolucionando o conceito de distância e de possibilidades de
comunicação. Tanto a possibilidade de interação como de interatividade,
pautadas em uma proposta pedagógica adequada, estão revolucionando o
processo de ensino-aprendizagem [...]

Com isso, a tecnologia expandiu conhecimentos, atividades diversas,


novas plataformas, novos métodos de aprendizagem (por vídeo, por vídeo
aula, por chat, por livros digitais, entre outros).
(BRITO; PURIFICAÇÃO, 2012). A BNCC (Base Nacional Comum
Curricular) na sua quinta competência geral da educação básica nos apresenta
que é fundamental:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e


comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p. 9).

Dessa forma, o ensino-aprendizagem segue outro caminho.

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