Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UFRJ
Assistente em Administração
NV-008MR-22
Cód.: 7908428801717
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Rebecca Soares, Isabella Ramiro, Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e
Giselli Neves
LEGISLAÇÃO • Jonatas Albino, Kamila Gomes, Marília Cunha, Samantha Rodrigues, Nelson Sartori e
Fernando Paternostro Zantedeschi
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 • Ana Philippini, Samara Kich, Giovana Marques e Jonatas Albino
ISBN: 978-65-87525-45-7
Edição:
Março/2022
Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Língua Portuguesa: Gêneros e Tipologia Textuais
à Legislação: Lei Federal nº 9.784/1999
à Constituição Federal: Dos Princípios Fundamentais
à Raciocínio Lógico: Argumentação - Tabela Verdade
à Conhecimento de Informática: Conceitos de Internet, Intranet e Extranet
Se você comprou esse livro em nosso site, o bônus já está liberado na sua área
do cliente. Basta fazer login com seus dados e aproveitar.
Mas, caso você não tenha comprado no nosso site, siga os passos abaixo para ter
acesso ao conteúdo on-line.
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS................................ 9
LINGUAGEM......................................................................................................................................... 12
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO...................................................................................................... 15
VARIEDADES LINGUÍSTICAS............................................................................................................. 15
SINTAXE............................................................................................................................................... 48
PRONOME............................................................................................................................................ 52
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................................52
ORTOGRAFIA....................................................................................................................................... 54
ACENTUAÇÃO GRÁFICA...................................................................................................................................54
PONTUAÇÃO......................................................................................................................................................55
LEGISLAÇÃO.........................................................................................................................65
LEI FEDERAL 8.112, DE 1990............................................................................................................. 65
LEI FEDERAL Nº 12.527, DE 2011...................................................................................................... 74
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO......................................................................................................167
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA........................................................................................167
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................................................168
Disposições Gerais.......................................................................................................................................168
Dos Servidores Públicos..............................................................................................................................177
DA ORDEM SOCIAL...........................................................................................................................180
Da Educação.................................................................................................................................................180
DIAGRAMAS LÓGICOS....................................................................................................................................194
PROBABILIDADE...............................................................................................................................199
RAZÃO E PROPORÇÃO.....................................................................................................................209
REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA.......................................................................................213
Dica
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
espécie de animal. O que observei neles, no tempo em assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
que estive na redação do O Globo, foi o bastante para Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
não os amar, nem os imitar. São em geral de uma
lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de Conhecimento Linguístico
receitas, só capazes de colher fatos detalhados
e impotentes para generalizar, curvados aos for- Esse é o conhecimento basilar para compreensão
tes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
infantil fetichismo do estilo e guiados por conceitos das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
(BARRETO, 2010, p. 21) nhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconheci-
O trecho em destaque na citação do escritor Lima mento sobre o funcionamento da língua não são, neces-
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías sariamente, as regras gramaticais, mas as regras que
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento estabelecem, por exemplo, no caso da língua portuguesa,
indutivo compõe a interpretação e decodificação de que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem
um texto. Para deixar ainda mais evidente as estraté- de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza-
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
ção cronológica de um texto.
sobre como pronunciar português, passando pelo conhe-
cimento de vocabulário e regras da língua, chegando até
A propriedade vocabular leva o cérebro o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
PROCURE
a aproximar as palavras que têm maior Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
SINÔNIMOS
associação com o tema do texto dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
Os conectivos (conjunções, prepo-
ATENÇÃO AOS sições, pronomes) são marcadores
CONECTIVOS claros de opiniões, espaços físicos e
localizadores textuais
A DEDUÇÃO
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- z Enunciador: É que fala e, assim, desempenha um
mento linguístico e se desenvolve pela experiência papel na sociedade;
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de z Interlocutor(es): Para quem se fala; é importante
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- saber o grau de intimidade que se tem com quem
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque está falando;
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que z Discurso: O que é dito (o enunciado). Tem marca-
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê ções ideológicas;
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma z Situação imediata: O que se apresenta quando a
reportagem como se lê um poema. fala é enunciada; pode ser material (lugar, fato) ou
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- imaterial (tempo, espaço);
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de z Contexto mais amplo: Reúne configurações sociais,
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. ideológicas e históricas que permeiam a fala.
Suas principais características são: Exemplos: Alô!/ Bom dia!/ Tchau!/ Oi!/ Até logo!
Verbos no imperativo;
z Metalinguística: A função metalinguística é carac-
Linguagem clara e objetiva;
terizada por usar determinada forma de código
Pode mesclar linguagem verbal e não verbal.
para explicar o próprio código, como as músicas
Seus gêneros mais comuns são: anúncios publici- que falam de canções, um vídeo do youtube que
tários escritos ou em vídeo, cartas argumentativas, apresenta um tutorial de como postar vídeos nessa
discursos políticos, sermões religiosos, dentre outros. plataforma, dentre outros.
Impessoalidade;
Escrito na terceira pessoa;
Linguagem objetiva;
Linguagem denotativa.
z Poética: A função poética não está restrita aos
poemas. Ela é caracterizada pela construção de
uma mensagem, valorizando a estilística com a Seus principais gêneros são: artigos científicos,
presença de figuras de linguagem, rimas e escolha notícias, textos jornalísticos e materiais didáticos.
vocabular. Costuma estar presente em textos em
poesia ou em prosa, sendo mais comum em textos Exemplo:
poéticos.
Operação da PF combate fraudes ao auxílio
Suas principais características são: emergencial em oito estados
Função Referencial
(Contexto/Referente) Efeito da linguagem que pertence a uma
Estilo pessoa, marcando suas idiossincrasias
na fala.
Função Poética
(Mensagem)
Função Função
Emotiva Conotativa
(Emissor) (Receptor)
Função Fática VARIEDADES LINGUÍSTICAS
(Canal)
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela
pode ser considerada um conjunto de dialetos. Alguém
Função Metalinguística já disse que em país algum se fala uma língua só, há
(Código) várias línguas dentro da língua oficial. E no Brasil não
é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem
a sua. A essa característica da língua damos o nome
de variação linguística. De forma sintética, podemos
dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão for-
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO mal e padrão informal; cada um desses tipos apresenta
suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
A linguagem é um processo que relaciona cinco
fatores. Acompanhe a seguir: PADRÃO FORMAL
equilíbrio
As coisas lindas da América
Narrador personagem: Verbos flexionados em 1ª pes-
Não era belo, mas mesmo assim soa. O narrador participa dos fatos
Havia uma garota afim
Cantava Help and Ticket to Ride Narrador observador: Verbos flexionados em 3ª pes-
Oh Lady Jane, Yesterday soa. O narrador tem propriedade dos fatos contados,
2. Complicação:
Cantava viva à liberdade
Mas uma carta sem esperar
início da tensão porém não participa das ações
Da sua guitarra, o separou
Narrador onisciente: Os fatos podem ser contados em
Fora chamado na América
Stop! Com Rolling Stones
3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
não participa das ações, porém o fluxo de consciência
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã 3. Clímax
do narrador pode ser exposto, levando o texto para a
Lutar com vietcongs 1ª pessoa
17
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas, são eles: notícia, diário, con-
to, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem essencialmente narrativos não
significa que não possam apresentar outras sequências em sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial prestar atenção nas
marcas que predominam no texto.
Após demarcarmos as principais características do tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as marcas
mais importantes da sequência textual classificada como descritiva.
Descritivo
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêneros que utilizam esse
tipo textual, geralmente, utilizam a sequência descritiva como suporte para um propósito maior. São exemplos
de textos cujo tipo textual predominante é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista
de compras etc. Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha que relata suas impressões a respeito de alguns
aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil no ano de 1500.
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo,
assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam
mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta;
e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha
Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da descrição do cenário e dos
personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, descobertas etc). A
carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato descritivo para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa
e os navegadores. Todavia, considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se
um gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêneros, como podemos
ver no cardápio abaixo:
Fonte:https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-
18 vender-na-web.ghtml
Note que há presença de muitos adjetivos, locuções e substantivos que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero acima apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc) com uso de
adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc). Ele está organizado de forma
esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira que facilita a leitura (o pedido, no
caso) do cliente.
Organização do texto descritivo:
Expositivo
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo tex-
tual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, citações diretas e indiretas, que servem para
embasar o assunto do qual o texto trata. Para lustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua
O infográfico acima apresenta as informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água no
ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema tratado, e
para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e objetiva, de recursos visuais para atingir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também apresentam uma
estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais, tendo em vista que, para apresentar
fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos e, por vezes, injuntivos. 19
É importante destacar que os textos expositivos Como faço para criar uma conta do Instagram?
podem, muitas vezes, serem confundidos com textos Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
argumentativos, uma vez que existem textos argu- 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
mentativos que são classificados como expositivos, ou Google Play Store (Android).
pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
para abri-lo.
argumentação.
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
Outra importante diferença entre a sequência
telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
para a argumentação, uma vez que o fato exposto bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento cadastrar com sua conta do Facebook.
sobre uma questão não é posto em debate. 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte- lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões. as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
Marcas linguísticas do texto expositivo: se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
conta do Facebook, caso tenha saído dela.
z Apresenta informações sobre algo ou alguém, pre- Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em:
sença de verbos de estado; 07/09/2020.
z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que
organizam a informação; No exemplo acima, podemos destacar a presença de
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos; verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
z Presença de figuras de linguagem como metáfora toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como:
e comparação; instalar, cadastrar, avançar. Outra característica dos
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
final do texto. cumpridos para a realização correta da tarefa ensina-
da e também a fim de tornar a leitura mais didática.
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- É importante lembrar que a principal marca
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- linguística dessa tipologia é a presença de verbos
dade nos leitores, como o exemplo a seguir: conjugados no modo imperativo e em sua forma infi-
nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
NARAM O MUNDO nadas pelo gênero.
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43
Argumentativo
Hedy Lamarr - conexão wireless
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy complexo e, por vezes, pode apresentar um maior
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia grau de dificuldade na identificação, bem como em
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- sua análise. O texto argumentativo tem por objetivo
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- a defesa de um ponto de vista, portanto, envolve a
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini- defesa de uma tese e a apresentação de argumen-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, tos que visam sustentar essa tese.
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
Um exemplo típico desse tipo de texto argumen-
Wi-Fi e o Bluetooth.
tativo são as redações do ENEM. Nesse tipo de texto,
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acessado em: 07/09/2020. Adaptado.
a introdução apresenta o ponto de vista (tese) a ser
defendido pelo autor de maneira contextualizada. No
Instrucional ou Injuntivo
segundo e terceiro parágrafos, o autor pode utilizar
estratégias argumentativas para sustentar o seu ponto
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri-
de vista, como dados estatísticos, definições, exempli-
zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL-
ficações, alusões históricas e filosóficas, referências
CANTE, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante a outras áreas do conhecimento etc. Na conclusão, o
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet, autor conclui, ratificando seu ponto de vista, e apre-
horóscopos e também nos manuais de instrução. senta possíveis soluções para o problema em questão.
A principal marca linguística dessa tipologia é a Outro aspecto importante dos textos argumentati-
presença de verbos conjugados no modo imperati- vos é que eles são compostos por estruturas linguísti-
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve cas conhecidas como operadores argumentativos, que
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e organizam as orações subordinadas, estruturas mais
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. comuns nesse tipo textual.
Para que possamos identificar corretamente essa A seguir, apresentamos um quadro sintético com
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- algumas estruturas linguísticas que funcionam como
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
20 exemplo a seguir: a leitura de textos argumentativos:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as prin-
cipais formas de marcação, em um texto, de processos
É incontestável que...
que buscam organizar as ideias em um texto, princi-
Tal atitude é louvável, repudiável, notável...
palmente, os processos de coesão que, como dissemos,
É mister, é fundamental, é essencial...
apresentam um apelo mais forte às formas linguísti-
cas que os processos envolvendo a coerência.
Essas estruturas, se utilizadas adequadamente no Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas
texto argumentativo, expõem a opinião do autor, aju- características da coerência em um texto e como esse
dando na defesa de seu ponto de vista e construindo a processo liga-se não apenas às formas gramaticais,
estrutura argumentativa desse tipo textual. mas, sobretudo, ao forte teor cognitivo. Tendo em
vista que a coerência é construída, tal qual o sentido,
coletivamente, não por acaso, o grande linguista e
Importante! estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcus-
chi (2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico
O tipo textual argumentativo não pode ser
que se encontra mais na mente que no texto”.
confundido com o gênero textual dissertativo- Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013)
-argumentativo. Esse gênero é composto por para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e
sequências argumentativas, mas também há passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe-
a apresentação, dissertação de ideias, a fim de são. A autora afirma que a coerência:
alcançar a persuasão do ouvinte/leitor. O Exame
Nacional do Ensino Médio – ENEM é um certame [...] Não está no texto em si; não nos é possível
que cobra esse gênero em sua prova de redação. apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se constrói
[...] numa dada situação comunicativa, na qual o
leitor, com base em seus conhecimentos sociocogni-
tivos e interacionais e na materialidade linguística,
confere sentido ao que lê (2013, p.31).
COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS
A seguir iremos nos deter aos processos de coesão
Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organi- importantes para uma boa compreensão e elaboração
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso e textual. É importante destacar que esses processos
coerente. Porém, como fazer para que essa organiza- de coesão não podem ser dissociados da construção
ção mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro de sentidos implícita no processo de organização da
é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência coerência. No entanto, como nossa finalidade é tornar
e por que buscar esse padrão é importante. seu aprendizado mais fácil, separamos esses conceitos
Os textos não são somente um aglomerado de pala- com fins estritamente didáticos.
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articula-
das e organizadas harmoniosamente de maneira que COESÃO REFERENCIAL
o texto faça sentido como um todo. A ligação, a rela-
ção, os nexos entre essas partes estabelecem o que se A coesão é marcada por processos referenciais
chama de coesão textual. Os articuladores responsá- relaciona termos e ideias a partir de mecanismos que
veis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto inserem ou retomam uma porção textual. Os pro-
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser cessos marcados pela referenciação caracterizam-se
articulados de forma que garanta uma relação lógica pela construção de referentes em um texto, os quais
entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteli-
se relacionam com as ideias defendidas no texto. Esse
gível e faça sentido em determinado contexto. A res-
processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
peito disso, temos a coerência textual, que está ligada
diretamente à significação do texto, aos sentidos que ser reconhecido pelo uso de algumas classes de pala-
ele produz para o leitor. vras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os proces-
sos referenciais que envolvem o uso de expressões
COESÃO COERÊNCIA
anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
Utiliza-se de elementos su- Subjacente ao texto, enfa- “as expressões que retomam referentes já apresenta-
perficiais, dando-se ênfase tiza-se o conteúdo e a pro- dos no texto por outras expressões são chamadas de
na forma e na articulação dução de sentido/relação anáforas”. Vejamos o exemplo a seguir:
entre as ideias lógica
LÍNGUA PORTUGUESA
Após a leitura do texto, é possível notar que a recu- As expressões que retomam ideias e nomes, já
peração da informação apresentada é feita a partir de apresentados no texto, mediante outras formas de
muitos processos de coesão, porém, o uso dos prono- expressão, podem ser analisadas como processos
mes destacados recupera o assunto informado e ajuda nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
o leitor a construir seu posicionamento. É importante outras classes nominais.
buscar sempre o elemento a que o pronome faz refe- Essas expressões recuperam informações median-
rência; por exemplo, o primeiro pronome pessoal te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
destacado no texto refere-se ao termo “republicanos”, uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
22 já o segundo, faz referência aos presidenciáveis que Vejamos um exemplo:
Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel- “O Brasil evoluiu bastante desde o iní-
chior foi um cantor, compositor, músico, produtor, cio do século XXI. O país proporcionou
artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem- a inclusão social de muitas pessoas. A
SEM ELIPSE
bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner, nação obteve notoriedade internacional
Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros por causa disso. A pátria, porém, ainda
cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso enfrenta certas adversidades...”
internacional, em meados da década de 1970. “O Brasil evoluiu bastante desde o início do
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em:
século XXI e proporcionou a inclusão social
30/09/2020. Adaptado. de muitas pessoas, por causa disso obteve COM ELIPSE
notoriedade internacional, porém ainda en-
Todas as marcações em negrito fazem referência ao frenta certas adversidades...”
nome inicial Antônio Carlos Belchior; os termos que se
referem a esse nome inicial são expressões nominaliza- COESÃO SEQUENCIAL
dores que servem para ligar ideias e construir o texto.
A coesão sequencial é responsável por organi-
USO DE ADJETIVOS
zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a
Os adjetivos também são considerados expressões manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a
nominalizadoras que fazem referência a uma porção promover a evolução do debate assumido pelo autor.
textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a par-
acima, a oração “Belchior foi um cantor, compositor, tir de locuções que marcam tempo, conjunções, desi-
músico, produtor, artista plástico e professor” apre- nências e modos verbais. Neste material, iremos nos
senta seis nomes que funcionam como adjetivos de deter, sobretudo, aos processos de conjunções que são
Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações utilizadas para garantir a progressão textual.
sobre essa personalidade, referida anteriormente.
É importante recordar que não podemos identifi- Conjunções Coordenativas
car uma classe de palavra sem avaliar o contexto em
que ela está inserida. No exemplo mencionado, as As conjunções coordenativas são aquelas que
palavras cantor, compositor, músico, produtor, artis- ligam orações coordenadas, ou seja, orações de valor
ta, professor são substantivos que funcionam como semântico independente. Na construção textual, elas
adjetivos e colaboram na construção textual. são importantes, pois, com seus valores, adicionam
informações relevantes ao texto.
USO DE VERBOS VICÁRIOS
Exemplos de conjunções coordenativas atuando
na coesão:
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e
significa “fazer as vezes”; assim, os verbos vicários
são verbos usados em substituição de outros que já Não apenas conversava com os de-
foram muito utilizados no texto. ADITIVA mais alunos como também atrapa-
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós lhava o professor.
esperávamos.
Eram ideias interessantes, porém
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda ADVERSATIVA
ninguém concordou com elas.
oração pelo verbo “foi”.
Superou o estigma que pregava “ou
ALTERNATIVAS estuda, ou trabalha” e conseguiu ser
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
aprovada.
Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim”
Ao final, faça os exercícios, pois
Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não o
EXPLICATIVA é uma forma de praticar o que
fizemos”
aprendeu.
Aceitar - “Se ele não acatar a promoção não aceita por
falta de interesse” O candidato não cumpriu sua pro-
Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais” CONCLUSIVA messa. Ficamos, portanto, desapon-
tados com ele.
USO DE ELIPSE
Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções
A elipse é uma forma de omissão de uma informação precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
já mencionada no texto. Geralmente, estudamos a da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
elipse mais detalhadamente na seção de figuras de orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
LÍNGUA PORTUGUESA
linguagem de uma gramática; neste material, iremos rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
seção. Aqui é importante salientar as propriedades sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
pósito de manter a coesão textual. Conjunções Subordinativas
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequên- nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
cia maior (uma frase inteira, por exemplo) já introdu- sentadas num texto, porém, diferentemente daquelas,
zidos anteriormente em outro segmento do texto, mas estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
recuperável por marcas do próprio contexto verbal”. nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo: terem o sentido apreendido. 23
Exemplos de conjunções subordinativas atuando No entanto, a repetição é um recurso coesivo
na coesão: essencial para manter a progressão temática do texto,
isto é, para que o tema debatido no texto não seja per-
Como não havia estudado dido, levando o escritor a fugir da temática.
CAUSAL suficiente, resolvi não fazer Embora também não recomendemos as repetições
essa prova. exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-
quado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir,
Falaram tão mal do filme que alguns usos comuns dessa estratégia coesiva.
CONSECUTIVA
ele nem entrou em cartaz.
As recorrências de repetições em textos são comu- ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS
mente recusadas pelos mestres da língua portugue- JUNTAS
sa. Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos
professores recomendam em uníssono: evite repetir Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não
tanto...quanto; ora...ora; seja...seja, etc.
24 palavras e expressões!
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintáti- Verbo por Substantivo e Vice-versa
ca a qual a frase está inserida; vejamos um exemplo
em que houve quebra de paralelismo: Pode-se usar um substantivo correspondente no
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” lugar de um verbo ou vice-versa, desde que isso faça
– Errado. sentido dentro do contexto.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” Exs.:
– Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois z Caminhar: caminho;
não podemos coordenar orações reduzidas com ora- z Resolver: resolução;
ções desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo z Trabalhar: trabalho;
e deixá-las ou somente desenvolvida ou somente z Necessitar: necessidade;
reduzidas. z Estudar: estudos;
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é z Beijar: beijo;
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar eno-
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Veja- brece o homem.
mos o seguinte exemplo:
“Por um lado, os manifestantes agiram corretamen- Voz Verbal
te, por outro podem não ter agido errado” – Incorreto.
“Por um lado, os manifestantes agiram correta- É possível mudar a voz verbal sem mudar a men-
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- sagem do enunciado.
lação” – Correto. Exs.:
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto. z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma por mim.
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto.
Palavra por Locução Correspondente
A substituição pode ser realizada por meio de Conectivos com Mesmo Valor Semântico
recursos como sinônimos, antônimos, locução ver-
bal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal,
Os conectivos são palavras ou expressões que têm
conectivos, dentre outros.
a função de ligar os períodos e parágrafos do texto.
Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou
Sinônimos advérbios/locuções adverbiais e sempre promovem
uma relação entre os termos conectados.
Palavras ou expressões que possuem significados Por meio da substituição de conectivos, é possí-
iguais ou semelhantes. vel modificar e reescrever um trecho sem que haja
Ex.: mudança de sentido.
z O carro está com algum problema / O automóvel
apresentou defeitos. Importante!
Antônimos Identifique a relação que cada conector indica,
pois, ao substituir um conector por outro que não
Palavras que possuem significados diferentes, ou possui relação semântica, pode ocorrer mudan-
seja, significados opostos que podem ser usados para ça no sentido do texto.
substituir a palavra anterior. Ao usar um conectivo para substituir outro, é
Ex.: necessário que ambos estabeleçam o mesmo
tipo de relação.
LÍNGUA PORTUGUESA
Ao invés de usar a forma única do verbo, é pos- z Adição: E, também, além disso, mas também;
sível substituir o verbo por uma locução verbal e z Oposição: Mas, porém, contudo, entretanto, no
vice-versa. entanto;
Exs.: z Causa: Por isso, portanto, certamente;
z Tempo: Atualmente, nos dias de hoje, na socieda-
z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até
os documentos amanhã. que; 25
z Consequência: Logo, consequentemente, por con- Pronome Indefinido
sequência;
z Confirmação / Reafirmação: Ou seja, nesse sen- Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz;
tido, nessa perspectiva, em suma, em outras pala- Não quero que situação alguma tire nossa paz.
vras, dessa forma;
z Hipótese / Probabilidade: A menos que, mesmo Neste caso, não há mudança de sentido e a correção
gramatical foi mantida, pois essa mudança não implica
que, supondo que;
necessidade de vírgula nem provoca erro gramatical.
z Semelhança: Do mesmo modo, assim como, bem
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas
como; sobre as diferenças entre os recursos:
z Finalidade: Afim de, para, para que, com a finali-
dade de, com o objetivo de; DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
z Exemplificação: Por exemplo, a exemplo de, isto
Deslocamento Substituição
é;
z Ênfase: Na verdade, efetivamente, certamente, Muda um termo de lugar Substitui determinado termo do tre-
com efeito; dentro do próprio enunciado cho, mantendo o mesmo sentido
z Dúvida: Talvez, por ventura, provavelmente, Antes
Antes
possivelmente; Ex.: Dessa forma, todos po-
Ex.: Dessa forma, todos podere-
deremos ir juntos ao local
z Conclusão: Portanto, logo, enfim, em suma. mos ir juntos ao local do evento
do evento
Dentro de cada um dos grupos de conjunções aci- Depois
Depois
ma citados é possível haver substituição entre as con- Ex.: Todos poderemos, des-
Ex.: Assim, todos poderemos ir
junções sem que haja prejuízo no entendimento final sa forma, ir juntos ao local
juntos ao local do evento
do evento
do trecho reescrito.
Parônimos
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação) Todos os cavaleiros que integravam a cava-
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) laria do rei participaram na batalha. (homem
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) que anda de cavalo)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre
sempre as portas para eu passar. (homem edu-
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cado e cortês)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
sela (forma do verbo selar;
cela (pequeno quarto) z Cumprimento/comprimento
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
O comprimento do tecido que eu comprei é de
céptico (descrente) séptico (que causa infecção) 3,50 metros. (tamanho, grandeza)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) Dê meus cumprimentos a seu avô. (saudação)
27
z Delatar/dilatar ARTIGOS
A Morfologia estuda a estrutura das palavras, sua Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
formação e classificação. Neste tópico, estudaremos de isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
maneira aprofundada como as palavras são classificadas. quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Dúzia: conjunto de doze unidades;
As classes gramaticais (ou classes de palavras) são os
Novena: período de nove dias;
grupos em que as palavras estão classificadas; isso pode Década: período de dez anos;
ser de grande ajuda para utilizarmos cada uma delas de Século: período de cem anos;
28 maneira correta. Veremos agora cada uma delas. Bimestre: período de dois meses.
SUBSTANTIVOS Cavalos: cavalaria, cavalhada, tropa, manada;
Cebola: réstia, cebolal;
São palavras que dão nome aos seres em geral, Chaves: molho, penca, chavaria;
vivos ou não vivos e a conceitos.
Discos: discoteca, fonoteca;
Elefantes: manada;
Tipos de Substantivos
Estrelas: constelação;
Existem diferentes tipos de substantivos. São eles: Filhotes: ninhada, redada;
Flores: ramalhete, ramo, buquê, braçada;
z Concreto: dá nome a seres existentes, independentes Formigas: colônia, formigueiro, formigame,
ou que são pensados dessa forma. Veja os exemplos carreiro, correição;
dados pelo autor do livro Gramática pela Prática: Gafanhoto: nuvem, gafanhotada, onda, praga;
Galinhas: galinhada, galinhame;
Pessoas: José, Júlia; Gatos: gataria, bichanada;
Ocupantes de cargos: tesoureiro, professor; Ilhas: arquipélago;
Animais: tigre, lesma; Índios: tribo, aldeia, indiada;
Vegetais: árvore, bambu; Insetos: nuvem, colônia, praga, onda.
Minerais: água, ouro;
Fenômenos: chuva, relâmpago;
z Compostos
Lugares: continente, Piauí;
Objetos: caneta livro;
Os substantivos compostos são substantivos for-
Imaginados: saci, fada, Deus.
mados por mais de uma palavra ou radical, sendo
z Abstrato: nomeia seres/conceitos que não existem constituídos pelo processo de composição (formados
por si só. Observe os exemplos: pela junção de duas palavras).
Ex.: notícia-bomba; bate boca; quinta-feira.
Ações: o chute, a entrega;
Sentimentos: amor, compreensão; Plural de Substantivos Compostos
Qualidades: dureza, feiura;
Estado: desonra, glória. Se o substantivo composto é escrito sem hífen,
para utilizá-lo no plural, basta acrescentar a letra
Os substantivos abstratos existem apenas em fun- “s”. Agora, se ele for escrito com hífen, deve-se
ção de outros seres. A feiura, por exemplo, depende de seguir algumas regrinhas. São elas:
uma pessoa, um substantivo concreto a quem esteja
associada. Substantivo + substantivo que especifica o
primeiro.
z Próprio: dá nome a um ser específico (pessoa, país etc.)
Ex.: notícia-bomba, notícias-bomba.
Ex.: José, Brasil, Carolina, Nova Concursos, São
Paulo, Varsóvia;
Palavras unidas por preposição.
z Comum: é o que nomeia um ser como pertencente Ex.: água-de-colônia, águas-de-colônia.
a uma classe.
Ex.: homem, país, editora; Verbo ou advérbio + substantivo ou adjetivo.
Ex.: bate-boca, bate-bocas, alto-falante, alto-falantes.
z Coletivo: dá nome comum para um conjunto de
seres. Palavras repetidas ou onomatopaicas.
Abelhas: enxame, colmeia, abelhal;
Ex.: tico-tico, tico-ticos;
Alho: réstia, alhada, alhal;
Alunos: turma, classe, alunato;
Animais: fauna, bando, bicharada, animalada, Palavra variável + palavra variável.
pandilha, piara; Ex.: quinta-feira, quintas-feiras.
Anjos: legião, falange, coro;
Artistas: companhia, elenco, trupe, plêiade, Referência:
academia; Exemplos retirados da internet. Disponível em:
Árvores: arvoredo, renque, mata, floresta, <https://www.todamateria.com.br/substantivo-com-
LÍNGUA PORTUGUESA
Nomes dos meses e dos pontos cardeais: � Sintética: acrescenta-se um sufixo à palavra:
Ex.: O mês de janeiro, o mês de maio, o Leste, o Cachorrinho/cachorrão; livrinho/livrão.
Norte.
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
Nomes de lagos, montes, oceanos e rios, em que
se subentende o gênero masculino: De acordo com o novo acordo ortográfico, vigente
Ex.: O Amazonas (o rio Amazonas), o Atlântico (o no país desde o início de 2009, utiliza-se maiúsculas
30 oceano Atlântico).Flexão de Número. em:
� Nome de pessoas reais ou imaginárias (nome, Locuções Adjetivas
sobrenome, apelido, seres mitológicos etc).
Trata-se de uma expressão formada por mais de
� Gabriela; uma palavra com o valor/significado de um adjetivo.
� Tiago; Em geral, costuma ser formada por uma preposição +
� Ferreira; substantivo. Veja:
� Magalhães; Lucas tem atitude de criança: “atitude de crian-
� Silva; ça” = locução adjetiva com valor de “atitude infantil”.
� Xuxa; Veja algumas locuções adjetivas e seus correspon-
� Cinderela; dentes na tabela a seguir:
� Poseidon.
LOCUÇÃO CORRESPON- LOCUÇÃO CORRES-
� Nomes de cidades, países, continentes (reais ou ADJETIVA DENTE ADJETIVA PONDENTE
imaginários).
de abdômen abdominal de campo rural
� Cuba;
de abelha apícola de criança infantil
� Londres;
� Minas Gerais; de abutre vulturino de lua lunar
� França; de aluno discente de mestre magistral
� América;
níveo
� Nárnia. de baço esplênico de neve
ou nival
de boca bucal, oral de ovelha ovino
z Nomes de festas e festividades.
� Carnaval; de bode hircino de pai paternal
� Dia das Crianças; de cabra caprino de rio fluvial
� Natal;
� Ano Novo; Adjetivos de Relação
� Páscoa.
Os adjetivos de relação possuem algumas caracte-
� Nomes de instituições e entidades. rísticas, e são assim classificados por:
� Organização das Nações Unidas;
� Cruz Vermelha; z T
er valor semântico objetivo (não expressa nenhu-
� Sistema Único de Saúde. ma subjetividade).
Ex.: Problema mundial = problema relativo ao mundo.
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes.
z N
ão possui variação de grau (veja no próximo
� Norte / Sul / Leste / Oeste;
assunto).
� Nordeste / Sudoeste;
Ex.: Vinho chileno = não pode ser: chileníssimo,
� Oriente / Ocidente.
pouco chileno.
Tipos de adjetivos:
32
ADVÉRBIOS Advérbios Interrogativos
São palavras que se referem a um adjetivo ou a um Os advérbios interrogativos introduzem uma per-
verbo, modificando-o ou intensificando-o em diferen- gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo,
tes circunstâncias (tempo, modo e intensidade). lugar ou causa (como, quando, onde e por que). Veja a
seguir alguns exemplos:
� Tempo: advérbios que fornecem informações
temporais, isto é, indicam o momento em que a � Modo: Como se locomoveu até lá?;
ação ocorreu, ocorre ou ocorrerá � Tempo: Quando ele foi embora?;
São eles: Hoje, logo, já, afinal, amanhã, ontem, � Lugar: Onde é que se escondeu?;
tarde, breve, depois, cedo, antes, enfim, jamais,
� Causa: Por que não veio ontem?
nunca, sempre, doravante, outrora, imediatamen-
te, antigamente, primeiramente, constantemente,
sucessivamente, posteriormente; Grau do Advérbio
� Modo: advérbios que fornecem informações a respei-
to da maneira com que a ação se dá, deu-se ou se dará. Os advérbios podem se flexionar em dois graus:
Em sua maioria, possuem a terminação –mente. comparativo e superlativo.
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silencio-
samente, vagarosamente, apressadamente, insis- � Comparativo: no grau comparativo, pode ser
tentemente, tristemente, alegremente etc; dividido em: de igualdade, de superioridade e de
� Intensidade: advérbios que ajudam na percepção inferioridade:
da intensidade do verbo, comumente utilizados com
adjetivos e até mesmo com outros advérbios. D
e igualdade: formado pela palavra “tão” antes
Alguns deles: meio, menos, mais, muito, pouco, do advérbio e “quanto” ou “como” depois dele,
demais. colocando dois elementos em mesmo nível.
Locuções Adverbiais Ex.: Ele chegou tão tarde quanto o pai.
Cantava tão bem como a irmã.
A locução adverbial é o conjunto de duas ou mais
palavras que pode desempenhar a função de advérbio, � De superioridade: formado pelo “mais” anteposto
alterando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. ao advérbio, acrescentado de “que” ou “de que”.
A maioria das locuções adverbiais são formadas Ex.: Ele chegou mais tarde que [de que] o pai.
por uma preposição e um substantivo. Há ainda os Cantava melhor que [de que] a irmã.
que são formados por adjetivos ou por advérbios. Veja
alguns exemplos:
Importante!
z Preposição + substantivo: de novo;
z Preposição + adjetivo: em breve; Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau
z Preposição + advérbio: por ali. comparativo de superioridade irregular, sendo
“melhor” e “pior”, respectivamente.
Agora, veja a aplicação nas frases: � No exame, você se saiu melhor que eu.
Professora, você pode me explicar a matéria de � No exame, você se saiu pior que eu.
novo? (de novo = novamente);
Em breve o filme estará em cartaz nos cinemas.
(em breve = brevemente); D
e inferioridade: formado pelo “antes” antepos-
Acho que eles foram por ali. to ao advérbio, seguido de “que” ou “de que”.
As locuções adverbiais podem se classificar em:
Ex.: Ela andava menos firmemente que [de que]
� Locuções adverbiais de tempo: em breve, à tar- André.
de, à noite, logo mais, pela manhã, de tempos em
tempos, por vezes... Advérbios e Adjetivos
Ex.: À tarde passearemos com as crianças no
parque; Existem ainda os adjetivos adverbializados. Tra-
� Locuções adverbiais de lugar: em cima, por perto, ta-se de um fato linguístico em que os adjetivos pas-
ao lado, à direita, à esquerda, para dentro, para fora... sam a pertencer à classe dos advérbios, conforme sua
Ex.: Os pais querem sempre os filhos por perto; utilização dentro da oração. Veja os exemplos:
� Locuções adverbiais de modo: às pressas, ao con- Os alunos chegaram apressados. = Os alunos che-
trário, em silêncio, de cor, às claras, à toa, em geral... garam apressadamente.
Ex.: O suspeito permaneceu em silêncio durante
LÍNGUA PORTUGUESA
São os tempos básicos em que o verbo pode ser conjugado. São eles: presente, pretérito imperfeito, pretérito
perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
Na tabela a seguir você verá alguns verbos conjugados nos diferentes tempos, modos e pessoas verbais até
então vistos aqui.
São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto,
futuro do pretérito composto.
Observe os exemplos da tabela a seguir:
As formas nominais do verbo são: Infinitivo, gerúndio e particípio. Elas possuem tanto função de verbo como
de nome.
� Infinitivo: representa o nome do verbo, livre de conjugação (flexões de tempo, pessoa, número etc.). Corres-
ponde aos verbos terminados em ar, er e ir.
Ex.: Amar, brincar, correr, beber, sorrir, divertir etc.
O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: Aqui há um sujeito envolvido na ação.
LÍNGUA PORTUGUESA
� Particípio: dá ideia de ação terminada, concluída, e para a maioria dos casos, possui a terminação -do(a).
Exs.: Ele já havia finalizado o trabalho;
Quando cheguei, ela já havia partido;
Encerrada a discussão, finalizou a reunião. 37
Locuções Verbais
Locução verbal é o nome dado à junção de dois verbos, um auxiliar e um principal, que quando aparecem
juntos numa oração, desempenham o papel de apenas um verbo. Veja alguns exemplos de locuções verbais:
z Estive pensando;
z Quero sair;
z Pode ocorrer;
z Tem investigado;
z Tinha decidido;
z Estou esperando;
z Vou correndo;
z Estou lendo.
Tipos de Verbos
z Intransitivos
Os verbos intransitivos são aqueles que não dependem/necessitam de um complemento, pois possuem sentido
completo por si mesmos, então, podem compor um predicado sozinhos.
Exs.:
Célia morreu;
Ana chegou.
Muitas vezes, os verbos intransitivos podem vir acompanhados de um predicativo e de um adjunto adverbial.
É importante relembrar a diferença entre eles, uma vez que estes termos costumam trazer bastante confusão
para as pessoas:
O predicativo, em geral, caracteriza o substantivo, em grande maioria, por meio do uso de adjetivos, exprimin-
do uma qualidade ao sujeito.
Ex.: Laura é bonita.
O adjunto adverbial, por usa vez, remete à ideia de circunstância, e modifica um verbo (Mudou imediatamen-
te), um adjetivo (Fiquei muito emocionado) ou o advérbio (Estava muito bem).
Agora, vamos voltar a tratar dos verbos intransitivos e seu acompanhamento. Veja:
Célia: sujeito;
Morreu: verbo intransitivo (possui sentido por si mesmo, sem necessidade de complemento);
Serenamente: adjunto adverbial (qualifica o verbo, indicando o modo como Célia morreu).
Ana: sujeito;
Chegou: verbo intransitivo;
Satisfeita: predicativo (pois caracteriza o substantivo próprio “Ana”, indicando o modo como ela chegou).
VERBOS INTRANSITIVOS
Andar João lê e anda ao mesmo tempo
Brincar Elena brincou com Lucas durante a tarde
Casar Josi casa amanhã.
Chegar Ainda não cheguei
Dormir Vou dormir às 22 horas
Errar Nós erramos
Nascer A filha de Júlia nasceu!
Morrer Sua avó morreu?
Sofrer Chega de sofrer
Viver Minha avó ainda vive
z Verbos Transitivos
Os verbos transitivos, ao contrário dos intransitivos, são verbos que necessitam de complemento para adqui-
38 rirem sentido completo.
Podem ser classificados em verbos transitivos diretos, verbos transitivos indiretos e verbos transitivos diretos
ou indiretos.
T
ransitivo Direto: pede, como complemento, um objeto direto, indicando quem ou o quê. Veja:
Verbo: ler [o quê?]:
Eu leio notícias;
Eu leio livros de romance;
Eu leio revistas.
“Notícias”, “romance” e ‘‘revistas’’ são objetos diretos.
Verbo: visitar [quem?]:
Visitar a avó.
Visitar uns amigos.
Visitar o doente.
“Avó”, “uns amigos” e “o doente” são objetos diretos.
Transitivo indireto: pede, como complemento, um objeto indireto (que necessita de preposição). Veja:
Verbo: precisar [de quê?]
Precisar de ajuda;
Precisar de dinheiro;
Precisar de um casaco.
“Ajuda”, “dinheiro” e “um casaco” são objetos indiretos.
� Transitivo direto e indireto: pede, como complemento, tanto um objeto direto quanto um objeto indireto.
Veja:
Verbo: agradecer [o quê? A quem?]
Agradecer o presente ao namorado.
Agradecer o convite à diretora.
Agradecer a atenção à professora.
“O presente”, “o convite” e “a atenção” são objetos diretos;
“Ao namorado”, “à diretora” e “à professora” são objetos indiretos.
Além disso, os verbos podem ser classificados em:
Os verbos regulares são aqueles que, ao serem conjugados, não sofrem alterações em seu radical ou em suas
terminações:
Verbo Beber
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do
Presente Futuro do Pretérito
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberei Eu beberia
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberás Tu beberias
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberá Ele beberia
Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberemos Nós beberíamos
LÍNGUA PORTUGUESA
Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós bebereis Vós beberíeis
Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberão Eles beberiam
SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu beba se eu bebesse quando eu beber
que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes
que ele beba se ele bebesse quando ele beber
que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos
que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes
que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem 39
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
- -
Bebe tu Não bebas tu
Beba você Não beba você
Bebamos nós Não bebamos nós
Bebei vós Não bebais vós
Bebam vocês Não bebam vocês
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
Verbo Gostar
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
Eu gosto Eu gostei Eu gostara Eu gostarei Eu gostaria
Eu gostava
Tu gostas Tu gostaste Tu gostaras Tu gostarás Tu gostarias
Tu gostavas
Ele gosta Ele gostou Ele gostara Ele gostará Ele gostaria
Ele gostava
Nós gostamos Nós gostamos Nós gostáramos Nós gostaremos Nós gostaríamos
Nós gostávamos
Vós gostais Vós gostastes Vós gostáreis Vós gostareis Vós gostaríeis
Eles gostavam
Eles gostam Eles gostaram Eles gostaram Eles gostarão Eles gostariam
SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu goste se eu gostasse quando eu gostar
que tu gostes se tu gostasses quando tu gostares
que ele goste se ele gostasse quando ele gostar
que nós gostemos se nós gostássemos quando nós gostarmos
que vós gosteis se vós gostásseis quando vós gostardes
que eles gostem se eles gostassem quando eles gostarem
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
- -
Gosta tu Não gostes tu
Goste você Não goste você
Gostemos nós Não gostemos nós
Gostai vós Não gosteis vós
Gostem vocês Não gostem vocês
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há aqueles nos quais as alterações ocorrem em ambos os casos.
Dentro dos verbos irregulares, podemos classificá-los em padrões de irregularidade:
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo, apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela a seguir, que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.
VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER TRAZER
Presente do In-
eles eles eles eles eles eles eles eles
dicativo (3ª pes- eles hão
cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
soa do plural)
Pretérito Perfei-
to do Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles eles
(3ª pessoa do couberam disseram estiveram fizeram houveram puderam quiseram souberam trouxeram
plural)
Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja a seguir alguns
exemplos nas tabelas apresentadas:
F
ormas irregulares na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
subjuntivo.
VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER
Presente do in-
eu eu eu eu eu eu eu eu
dicativo (1ª pes- eu requeiro
anseio incendeio meço medeio odeio peço remedeio valho
soa do singular)
Presente do
que
subjuntivo que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
eu
(3ª pessoa do anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
peça
singular)
Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.
Q
uando não apresentam alteração de “ele” para “tu” em algumas formas conjugadas do presente do indi-
LÍNGUA PORTUGUESA
41
z Verbos anômalos PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Os verbos anômalos correspondem aos “verbos
Inserir Inserido Inserto
irregulares que apresentam radicais primários dife-
rentes quando conjugados.” Isentar Isentado Isento
Os verbos “ser” e “ir” são os principais verbos anô- Juntar Juntado Junto
malos. Observe a tabela a seguir:
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
PRINCIPAIS VERBOS ANÔMALOS
Omitir Omitido Omisso
Ser Ir
Pagar Pagado Pago
Eu sou feliz contigo. Eu vou embora agora.
Prender Prendido Preso
Eu fui feliz contigo. Eu fui embora ontem.
Romper Rompido Roto
Eu era feliz contigo. Eu irei embora amanhã.
Salvar Salvado Salvo
Existem, apesar disso, alguns outros verbos anô- Secar Secado Seco
malos. São eles:
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso
OUTROS VERBOS ANÔMALOS
Tingir Tingido Tinto
Caber Por
Torcer Torcido Torto
Dar Saber
Estar Ter
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Haver Ver INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Dizer Vir
Eu já tinha aceita- O convite foi
Poder Aceitar
do o convite aceito
Aviso quando
z Verbos abundantes
Entregar tiver entregado a Está entregue!
encomenda
Os verbos abundantes são aqueles que, no particí-
pio, apresentam mais de uma forma aceita pela norma Quando chegou
Havia morrido há
culta, sendo uma regular e outra irregular. Observe: Morrer encontrou o ani-
dias
mal morto
PARTICÍPIO PARTICÍPIO A bala foi expelida Esta é a bala
INFINITIVO Expelir
REGULAR IRREGULAR por aquela arma expulsa
Absolver Absolvido Absolto Tinha enxugado
a louça quan- A roupa está
Abstrair Abstraído Abstrato Enxugar
do o programa enxuta
Aceitar Aceitado Aceito começou
Benzer Benzido Bento Depois de ter fin-
Cobrir Cobrido Coberto Findar dado o trabalho, Trabalho findo!
descansou
Completar Completado Completo
Se tivesse imprimi-
Confundir Confundido Confuso Onde está o docu-
Imprimir do tínhamos como
Demitir Demitido Demisso mento impresso?
provar
Despertar Despertado Desperto Eu tinha limpado Que casa tão
Limpar
Dispersar Dispersado Disperso a casa limpa!
Eleger Elegido Eleito Dados importantes
Informações es-
Omitir tinham sido omiti-
Encher Enchido Cheio tavam omissas
dos por ela
Entregar Entregado Entregue
Após ter submer- Deixe os legumes
Morrer Morrido Morto Submergir gido os legumes, submersos por
Expelir Expelido Expulso reparou no amigo alguns minutos
Enxugar Enxugado Enxuto Nunca tinha suspen- Você está
Suspender
dido ninguém suspenso!
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
42
Vamos agora a alguns exemplos de verbos regula- Lembrando que a voz passiva pode ser classificada
res, ou seja, aqueles que não apresentam “exceções” / em analítica e sintética.
irregularidades:
A voz passiva analítica é formada por:
VERBOS REGULARES
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar etc.) +
Amar Entender verbo principal no particípio + agente da passiva.
Abrir Falar Para facilitar, veja como funciona na prática:
Acabar Fingir O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
A casa toda foi aspirada por nós.
Agradecer Gostar O trabalho foi feito por mim.
Almoçar Julgar
A voz passiva sintética (ou voz passiva prono-
Aprender Lavar
minal) é formada por:
Assistir Lembrar
Beber Levar Verbo na 3ª pessoa (singular ou plural) + pronome
“se” + sujeito paciente.
Chorar Mandar
Veja nos exemplos:
Chover Mexer Tomou-se o café da manhã logo cedo.
Colorir Mudar Aspirou-se a casa toda.
Já se fez o trabalho.
Comer Participar
Comprar Partir z Voz reflexiva: é formada por:
Compreender Permitir Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se,
nos, vos), que serve de objeto direto ou, por vezes,
Convidar Pular de objeto indireto, e representa a mesma pessoa
Cumprir Receber que o sujeito.
Decidir Viajar Veja alguns exemplos:
minar se o sujeito pratica ou sofre a ação. � Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
� Ver: antever, rever, prever;
z Voz ativa: o sujeito é o agente, ele pratica a ação. � Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
Veja os exemplos:
Eu fiz o trabalho; Outro problema é quando se precisa conjugá-los
Bia tomou o café da manhã; em determinados tempos, como no futuro do subjun-
João comprou um carro. tivo. Veja como ficam:
z Voz passiva: na voz passiva, o sujeito sofre, recebe � Pôr: quando eu puser;
a ação. Veja: � Ter: quando eu tiver;
O assassino foi preso ontem; � Ver: quando eu vir;
Aumentou-se a vigilância. � Vir: quando eu vier. 43
PREPOSIÇÕES z Medida ou finalidade: Régua de 30 cm;
z Modo: Olhar alguém de frente;
São as palavras que têm a função de ligar dois ter-
z Preço: Caderno de 10 reais;
mos, tornando o segundo subordinado ao primeiro.
Algumas preposições essenciais: a, ante, até, z Qualidade: Vender artigo de primeira;
após, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, z Semelhança ou comparação: Atitudes de imbecil.
perante, sem, sob, sobre, trás.
Exs.: Dei um presente a ele; “Desde”
O evento começará após o jantar.
Veja essa relação de preposições e o seu valor den- z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
tro das orações: z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
“A” “Em”
z C
ausa ou motivo: acordar aos gritos das crianças; z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
z Conformidade: escrever ao modo clássico;
dólares;
z Destino (em correlação com a preposição de):
z Meio: Pagou a dívida em cheque;
De Santos à Bahia;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi bom.;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Preço: Vendemos o filhote de nosso cachorro a R$
mãos em concha;
300,00;
z Direção: Levantar as mãos aos céus; z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Distância: Cair a poucos metros da namorada; res em reais;
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Lugar: Ir a Santa Catarina; z Fim: Pedir em casamento;
z Modo: Falar aos gritos; z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Sucessão: Dia a dia. z Modo: Escrever em francês;
z Tempo: Nasci a três de maio; z Sucessão: De grão em grão;
z Proximidade: Estar à janela. z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Após”
“Entre”
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
“Com” z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Causa: Ficar pobre com a inflação; discórdia.
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- “Para”
nos para o futuro;
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; z Consequência: Você deve ser muito esperto para
z Matéria: Vinho se faz com uva; não cair em armadilhas;
z Modo: Andar com elegância; z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente; z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
comigo sempre é assim. z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
como nós estamos para as galinhas;
“Contra”
z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Oposição: Jogar contra à seleção brasileira; z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Direção: Olhar contra o sol; z Destino ou direção : Olhe para frente!
z Proximidade ou Contiguidade: Apertou o filho
contra o peito. “Perante”
Apesar de terem sumido, voltaram logo; � com artigo definido masculino e feminino:
de + o/os = do/dos
� A respeito de: de + a/as = da/das;
� com artigo indefinido:
de + um= dum
Nossa reunião foi a respeito de finanças; de + uns = duns
de + uma = duma
� Graças a: de + umas = dumas;
� com pronome demonstrativo:
G
raças ao bom Deus, não aconteceu nada de + este(s)= deste, destes
de + esta(s)= desta, destas
grave;
de + isto= disto
de + esse(s) = desse, desses
� De acordo: de + essa(s)= dessa, dessas
de + isso = disso
De acordo com W. Hamboldt, a língua é indis- de + aquele(s) = daquele, daqueles
pensável para que possamos pensar, mesmo de + aquela(s) = daquela, daquelas
de + aquilo= daquilo;
que estivéssemos sempre sozinhos;
� com o pronome pessoal:
de + ele(s) = dele, deles
� Por causa de: de + ela(s) = dela, delas;
� com o pronome indefinido:
P
or causa de poucos pontos, não passei no de + outro(s)= doutro, doutros
exame; de + outra(s) = doutra, doutras;
� com advérbio:
de + aqui= daqui
� Para com: de + aí= daí
LÍNGUA PORTUGUESA
de + ali= dali.
M
inha mãe me ensinou ter respeito para com
os mais velhos; z Preposição em:
As conjunções integrantes apresentam uma ora- São palavras que expressam emotividade.
ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto, Exs.:
predicativo, aposto ou complemento nominal de uma
outra oração (que, se). z Psiu! A criança está dormindo;
Ex.: Tive medo, percebi que cometi um erro. z Oi! Que bom que você veio hoje;
Veja se compreende. z Bravo! Nosso time foi campeão pela 3ª vez
consecutiva!;
Observe os diferentes tipos de orações com con-
junções integrantes:
Há também as locuções interjetivas, que são duas
ou mais palavras que possuem valor de interjeição.
� Oração subordinada substantiva subjetiva: aquela
Exs.:
que exerce função de sujeito da oração principal.
� É obrigatório que você esteja presente: z Poxa vida!;
É obrigatório: oração principal; z Nossa senhora!
Que você esteja presente: sujeito;
Perceba: a conjunção “que” atua como inte-
Veja algumas classificações de locução interjetiva
grante sujeito.
e seus exemplos:
� Oração subordinada substantiva objetiva direta:
aquela que exerce função de objeto direto da ora- z De advertência: Olha lá!; Vê bem!; Presta aten-
LÍNGUA PORTUGUESA
Frase é todo enunciado com sentido completo. z O elemento sobre o qual se declarou algo (implo-
Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
rou pela compra da vacina);
conjunto de palavras.
Ex.: Fogo! z O elemento que pratica a ação de implorar;
Silêncio! z O termo com o qual o verbo concorda (o verbo
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular);
Ramos)
z O termo que pode ser substituído por um pronome
Oração do caso reto.
(Ele implorou pela compra da vacina da COVID-19.)
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- Núcleo do sujeito
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen-
tá-lo completo ou incompleto. O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
poluição.
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque) núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
do determinada função sintática, que atua ou sofre
Período a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan-
tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
Período é o enunciado constituído de uma ou mais pronome.
orações.
Classifica-se em: z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
� Simples: possui apenas uma oração. Sujeito: O povo
Ex.: O sol surgiu radiante. Núcleo do sujeito: povo
Ninguém viu o acidente.
� Composto: possui duas ou mais orações. z Já o sujeito composto, o núcleo será constituído
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” de dois ou mais termos.
(Chico Buarque) As luzes e as cores são bem visíveis.
Chegou Em Casa E Tomou Banho. Sujeito: As luzes e as cores
Núcleo do sujeito: luzes/cores
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO
� Orações subordinadas adverbiais conformati- Os verbos são os termos regentes, e os objetos (dire-
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun- to e indireto) e adjuntos adverbiais, os termos regidos.
do, consoante. Ex.: Ele mora em outra cidade.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos. Mora – termo regente / verbo transitivo indireto;
Em outra cidade – termo regido.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
são introduzidas por: que (precedido na oração Ex.: Eles irão ao passeio.
anterior de termos intensivos como tão, tanto, Irão – termo regente / verbo transitivo indireto;
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma Ao passeio – termo regido.
que, sem que.
Ex.: A garota rio tanto, que se engasgou. Ex.: Chegamos ao local indicado no mapa.
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- Chegamos – Termo regente;
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles) Ao local indicado no mapa – termo regido. 51
Dica
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
“Os pronomes eu e tu são retos.
Nós, vós, ele(s) serão retos ou oblíquos, depen-
CONCORDÂNCIA NOMINAL
dendo de seu emprego na frase.” (PIMENTEL,
2015, p. 137)Pronomes de Tratamento
Diz respeito à concordância do sujeito com adjeti-
vos, por exemplo, ou com outras classes de palavras. Os pronomes de tratamento são utilizados para se
Veja o exemplo: dirigir à pessoa com quem se fala. Existem pronomes
de tratamento bastante específicos. Veja na tabela a
Amanhã compraremos roupas bonitas e baratas seguir, da esquerda para a direita, pronome de trata-
naquela loja. mento, sua abreviação e seu uso, respectivamente.
Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam
em gênero e número com o substantivo “roupas”.
PRONOMES DE TRATAMENTO
CONCORDÂNCIA VERBAL príncipes,
Vossa Alteza V. A.
duques
Diz respeito à concordância entre sujeito e verbo Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais
em gênero, pessoa e número. Por exemplo, se o sujeito Vossa sacerdotes e
é a 3ª pessoa do plural masculino (eles), o verbo preci- V. Revma.(s)
Reverendíssima bispos
sa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja: altas autoridades
Eles viajarão juntos na próxima semana. Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
eoficiais-generais
Sujeito “eles”, verbo “viajarão”.
Vossa reitores de
V. Mag.ª (s)
Eu irei embora pela manhã. Magnificência universidades
“Eu” – 1ª pessoa do singular; Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
“irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular. Vossa Majestade
Nós buscamos compreender a todos. V. M. I. Imperadores
Imperial
“Nós” – 1ª pessoa do plural; Vossa Santidade V. S. Papa
“buscamos” – verbo conjugado na 3ª pessoa do plural.
tratamento
Vossa Senhoria V. S.ª (s)
cerimonioso
Vossa
V. O. Deus
Onipotência
PRONOME
Existem ainda os mais frequentes:
COLOCAÇÃO PRONOMIAL
z Senhor (Sr.) e Senhora (Sr.ª): tratamento cerimo-
Palavras que substituem ou acompanham os subs- nioso, formal ou mais distante;
tantivos. Os pronomes são denominados de distintas z Você: tratamento mais familiar, corriqueiro ou
maneiras, de acordo com o papel que desempenham na íntimo.
oração.
Pronomes Indefinidos
Pronomes Pessoais
Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
Referem-se às pessoas que participam do discurso. impreciso. Veja:
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à 2ª; e o Todos foram à festa ontem.
assunto, à 3ª. Eles podem se classificar como retos ou Muitos pais não se interessam verdadeiramente
oblíquos, de acordo com sua utilidade na frase. pela educação dos seus filhos.
Os pronomes indefinidos podem ser variáveis,
Confira a tabela a seguir: isto é, sofrem flexão em gênero e número, e também
invariáveis, que não sofrem essa flexão. Observe na
tabela a seguir os:
PRONOMES PESSOAIS
Pronome Reto Pronome Oblíquo PRONOMES INDEFINIDOS
Tônico Átono Tônico
Variáveis Invariáveis
1ª pessoa sing.
Eu Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Me Mim, comigo Nenhum, nenhuma,
2ª pessoa sing. Ninguém
Te Te, contigo nenhuns, nenhumas
Tu
Se, lhe,o, a Si, consigo, ele, ela
3ª pessoa sing. Todo, toda, todos, todas Quem
Ele, ela Outro, outra, outros, outras Outrem
1ª pessoa pl. Nós Nós, conosco Muito, muita, muitos, muitas Algo
Nos
2ª pessoa pl. Vós Vós, convosco Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Vos
3ª pessoa pl. Si, consigo,
lhes, os, as Certo, certa, certos, certas Nada
Eles, elas eles, elas
Vários, várias Cada
Para Sujeito Para Outras Funções
Quanto, quanta, quantos,
Que
52 quantas
Pronomes Interrogativos
PRONOMES INDEFINIDOS
Tanto, tanta, tantos, tantas São os pronomes utilizados para formular perguntas
Qualquer, quaisquer diretas ou indiretas. São eles: quem, quanto, que, qual.
Ex.: Quem entregará o trabalho hoje?;
Qual, quais
Quantos alunos chegaram atrasados hoje?;
Um, uma, uns, umas Que é isso?;
Qual é o resultado desse problema?
Pronomes Demonstrativos
Pronomes Possessivos
Os pronomes demonstrativos são palavras que
situam algo no tempo, espaço e no discurso em rela- De acordo com o escritor de um blog de língua por-
ção à pessoa que fala (1ª pessoa), com quem se fala (2ª tuguesa, os pronomes possessivos são “palavras que,
pessoa) e de quem se fala (3ª pessoa). ao indicarem a pessoa gramatical (possuidor), acres-
Os principais pronomes demonstrativos são: este, centam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
esse e aquele. Ex.: Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pes-
Exs.: soa do singular).
Este é o meu livro;
Esse é o seu livro; Observe na tabela a seguir a distribuição dos pro-
Aquele é o livro deles. nomes possessivos:
Existem algumas observações/exceções a serem Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
feitas a respeito da acentuação das paroxítonas: � Entre o sujeito e o verbo
Os prefixos terminados em “i” e “r” não são Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
acentuados. Ex.: Semi, super, hiper; ram a explicação. (errado)
Paroxítonas terminadas em ditongos crescentes Muitas coisas que quebraram meu coração, con-
(ea, oa, eo, ua, ia, eu, ie, uo, io) recebem acento. sertaram minha visão. (errado)
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
Ex.: Mágoas, tênue, férias, ingênuo. dicativo do sujeito:
z Oxítonas : São acentuadas as oxítonas terminadas Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
em: ção. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os aju-
a(s): sofá, sofás; dem. (errado)
e(s): jacaré, vocês; Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
o(s): paletó, avôs; (errado)
em, ens: armazém, armazéns.
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
PONTUAÇÃO ou adjunto adnominal.
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Veremos a seguir as regras sobre seus usos.Uso de pelos alunos. (errado)
Vírgula � Entre locução verbal de voz passiva e agente da
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três passiva:
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e professor para a feira. (errado)
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
qualquer ambiguidade. � Entre o objeto e o predicativo do objeto:
Quando se trata de separar termos de uma mesma Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos: Considero interessantes, as suas aulas. (errado)
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que � No lugar das conjunções coordenativas deslocadas
já apareceu na frase) do verbo Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan-
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate. to, exausto.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, � No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma)
filmes de terror. Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
� Para separar palavras ou locuções explicativas, ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
LÍNGUA PORTUGUESA
retificativas
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 sorvete.
anos. � Em enumerações, portarias, sequências
� Para separar datas e nomes de lugar Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985. o Procurador-Geral da República;
o Colégio de Procuradores da República;
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto o Conselho Superior do Ministério Público Federal.
e, nem, ou.
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem. Dois-pontos
A vírgula também é facultativa quando a expres- Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
são de tempo, modo e lugar não for uma expressão, não foi concluída.
mas uma palavra só. Exemplos: Servem para: 55
� Introduzir uma citação (discurso direto): Dica
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
mais pelas suas perguntas que pelas suas respostas”.
tos químicos não vêm com ponto final:
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, Exemplos: km, m, cm, He, K, C
distributivo ou uma oração subordinada substan-
tiva apositiva Ponto de Interrogação
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
sores, jornalistas, médicos. Marca uma entonação ascendente (elevação da
� Introduzir uma explicação ou enumeração após voz) em tom questionador.
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a Usa-se:
saber, como.
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, � Em frase interrogativa direta:
Filosofia, Ciências... Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas
� Entre parênteses para indicar incerteza:
(relação semântica de oposição, explicação/causa
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
ou consequência)
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um que havia palavra melhor no contexto.
homem culto. � Junto com o ponto de exclamação, para denotar
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com surpresa:
cautela. Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?)
� Marcar invocação em correspondências � E interrogações retóricas:
Ex.: Prezados senhores: Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Comunico, por meio deste, que... que não jogaremos comida fora à toa”).
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � É empregado para marcar o fim de uma frase com
discurso de interlocutor: Ex.:
entonação exclamativa:
– Bom dia, Maria!
Ex.: Que linda mulher!
– Bom dia, Pedro!
Coitada dessa criança!
� Serve também para colocar em relevo certas � Aparece após uma interjeição:
expressões, orações ou termos. Pode ser substituído Ex.: Nossa! Isso é fantástico.
por vírgula, dois-pontos, parênteses ou colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada) � É repetido duas ou mais vezes quando se quer
marcar uma ênfase:
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui- Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”. metros em 20 segundos!!!
Parênteses Reticências
� Nos endereços:
� É colocado à direita e no canto superior de uma Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
� Na indicação de dois anos consecutivos:
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso.
de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo � Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
triste acrescido do sufixo -eza*. Ex.: /s/
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
vo, o que origina um novo substantivo. Embora não existam regras muito definidas sobre
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
ou lacuna em um texto, principalmente em substi- qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu-
tuição a um substantivo próprio: lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. 57
Assim, dezenas de pequenos rios vêm desaparecen-
HORA DE PRATICAR! do, enquanto as nascentes dos grandes rios estão
secando ou migrando para áreas mais baixas, à medi-
1. (UFRJ — 2014) O texto a seguir é um fragmento do da que o lençol que as abastece vai sendo também
conto Passeio noturno – parte II, de Rubem Fonseca. rebaixado. O esvaziamento a olhos nus das represas
Depois de lê-lo com atenção, responda à questão que abastecem São Paulo teria seu correspondente
proposta. literalmente mais profundo no esgotamento invisível
“Eu ia para casa quando um carro encostou no meu, dos reservatórios subterrâneos, que deu seu sinal
buzinando insistentemente. Uma mulher dirigia, abai- emblemático, faz poucos dias, com o estancamento
xei os vidros do carro para entender o que ela dizia. da nascente do São Francisco. As chuvas que sobre-
Uma lufada de ar quente entrou com o som da voz vierem, quando vierem, não têm a mesma capacidade
dela: Não está mais conhecendo os outros? de nutrir, na falta da vegetação mediadora, os enfra-
Eu nunca tinha visto aquela mulher. Sorri polidamente. quecidos reservatórios ocultos. O Brasil não pode
Outros carros buzinaram atrás dos nossos. A Avenida mais ser visto, senão irresponsavelmente, como o
Atlântica, às sete horas da noite, é muito movimentada (...).” paraíso dos mananciais inesgotáveis.
Marque a alternativa que justifica corretamente a gra-
O Globo, 25, out. 2014
fia das palavras sublinhadas, destacadas no texto.
Assinale a alternativa em que todas as palavras são
a) Escrevem-se rr e ss quando, entre vogais, representam
acentuadas segundo a mesma regra:
os sons simples do r e s iniciais.
b) Duplicam-se o r e o s todas as vezes que a um ele- a) lençóis / império.
mento de composição terminado em vogal se segue b) silêncios / também.
palavra começada por uma daquelas letras. c) Paraná / paraíso.
c) Duplicam-se o r e o s sempre quando vierem entre vogais. d) invisível / fácil.
d) Escrevem-se rr e ss exclusivamente quando figurarem e) Matusalém / Amazônia.
entre vogais em substantivos e verbos.
e) Escrevem-se rr e ss exclusivamente quando figurarem 3. (UFRJ — 2018)
entre vogais em substantivos, verbos e pronomes.
Vou Te Encontrar
2. (UFRJ — 2015)
Paulo Miklos
RECADOS Compositor: Nando Reis
a) Músico
b) Peregrino
c) Artista
d) Disco “(...) — O doutor é formado em Direito? indaguei por
e) Fato minha vez — Não. Formei-me em Línguas Orientais e
Exegese Bíblica, na Universidade de Sófia, tendo come-
4. (UFRJ — 2018) Em “Sofro, como qualquer um” pode- çado o curso no Cairo. Disfarcei a vontade que me deu
-se afirmar que o termo em destaque é uma oração de rir, ouvindo tão extravagante título escolar. Havia
subordinada adverbial: alguma coisa de opereta, mas o homem era tão simpá-
tico, tinha sido tão amável e parecia tão ilustrado que
a) comparativa me esforcei por sujeitar o meu ímpeto de rir, soltando
b) causal uma frase à-toa: — Na Europa o homem de estudo tem
campo, sabe onde deve chegar; aqui... — Qual, doutor!
c) conformativa
Não há como a sua terra! A questão é pendurar, quando
d) final
se entra, a sobrecasaca de cavalheiro no Pão de Açú-
e) consecutiva
car; e no mais — tudo vai às mil maravilhas! O padeiro
ficou atônito com a cínica franqueza do julgamento
5. (UFRJ — 2018) No texto, o compositor reflete acerca do jornalista. Teve um assomo de virtude e objetou
da perda e da ausência de um ente querido. Tais senti- pudicamente: — Nem tanto, doutor! Nem tanto! olhe
mentos estão presentes respectivamente em: que ainda há homens honestos nesta terra e em altas
posições — o que é mais raro! O doutor Gregoróvitch
a) Na luz da visão / No meu coração. dardejou-lhe um breve olhar sarcástico e expelindo
b) Livre, livre para amar / Rio, porque sou feliz. uma longa fumaça cheia de dúvida e de troça, disse
c) Vou te encontrar / Perto, nunca te esqueci. devagar: — Pode ser, Laje! Quem sabe?”
d) Vou te encontrar / Na luz da visão.
Fragmento de “O triste fim de Policarpo Quaresma” Lima Barreto.
e) Vivo, como você quer / Nas noites de frio. p. 19.
6. (UFRJ — 2018) Em “Vou te encontrar… vou te encon- Na frase “O doutor Gregoróvitch dardejou-lhe um bre-
trar”, o emprego das reticências indica: ve olhar sarcástico (...)”, o termo em destaque apre-
senta um pronome:
a) pausa
b) segurança a) oblíquo em posição de mesóclise que se refere ao
c) hesitação jornalista.
d) certeza b) reto em posição de próclise que se refere ao narrador.
e) reflexão c) oblíquo em posição de ênclise que se refere ao jornalista.
d) oblíquo em posição de ênclise que se refere ao padeiro.
7. (UFRJ — 2014) Observe atentamente o trecho literário e) reto em posição de ênclise que se refere ao padeiro.
e responda a questão a seguir:
“(...) 9. (UFRJ — 2018) TEXTO
E à tarde, quando o sol — condor sangrento —,
No ocidente se aninha sonolento,
Como a abelha na flor...
E a luz da estrela trêmula se irmana
Co’a fogueira noturna da cabana,
Que acendera o pastor,
(...)”
LÍNGUA PORTUGUESA
dos primeiros romances abolicionistas da literatura na madrugada dos meus olhos pardos.
brasileira – Úrsula. A obra foi classificada como um E derrotas de fome
dos primeiros escritos de uma mulher negra brasileira, nas minhas mãos de bronze
com forte imersão em elementos da tradição africana, florescem languidamente na velha
que trata a tragédia da escravidão a partir da perspec- e nervosa cadência marinheira
tiva dos negros escravizados. do cais donde os meus avós negros
embarcaram para hemisférios da escravidão
Trecho adaptado de Antigo – A cor da Cultura Mas se as madrugadas
das minhas órbitas violentadas despertam as raízes
No trecho “Em 1847, concorreu à cadeira de Instrução do tempo antigo...
primária no município de Viamão e foi aprovada.”, há mulher de olhos fadados de amor verde-claro
um período: ventre sedoso de veludo 61
lábios de mampsincha(*) madura Antes de morrer, todas as experiências por que pas-
e soluções de espasmo latejando no quarto sara durante esse tempo convergem para uma per-
enche de beijos as sirenas do meu sangue que meni- gunta que, até essa altura, ainda não formulara. Faz
nos das mesmas raízes um sinal ao porteiro para que se aproxime, pois não
e das mesmas dolorosas madrugadas esperam a sua podia mover o seu corpo já arrefecido. O porteiro tem
vez. de curvar-se profundamente, visto que a diferença
das estaturas se modificara bastante. “Que queres
* fruto comestível de planta rasteira.
tu ainda saber?”, pergunta o porteiro. “És insaciá-
vel.” “Se todos aspiram à Lei”, diz o homem, “como é
José Craveirinha, in Obra Poética Maputo: Direcção de Cultura,
Universidade Eduardo Mondlane, 2002.
que, durante todos esses anos, ninguém mais, além
de mim, pediu para entrar?” O porteiro percebe que
o homem já está às portas da morte, de modo que
A forma verbal florescem, na segunda estrofe do poe-
para alcançar o seu ouvido moribundo, berra: “Aqui,
ma dado, concorda com a seguinte expressão: ninguém, a não ser tu, podia entrar, pois esta entrada
era apenas destinada a ti. Agora, vou-me embora e a
a) minhas mãos fecho.”
b) os meus avós negros.
c) derrotas de fome KAFKA, F. O Processo. Biblioteca Visão. p. 152-153. Tradução
Gervásio Álvaro. (Fragmento adaptado)
d) hemisférios da escravidão
e) embarcaram
“Torna-se acriançado e, como durante anos a fio estu-
dou o porteiro, acaba também por conhecer as pulgas
16. (UFRJ — 2015)
da gola do seu capote; assim, pede-lhes que o ajudem
Diante da Lei está um porteiro. Um homem que vem
a demover o porteiro.”
do campo acerca-se dele e pede para entrar na Lei. O
O pronome oblíquo em destaque estabelece a coesão
porteiro, porém, responde que naquele momento não
textual, pois substitui o termo:
pode deixá-lo entrar. O homem medita e pergunta se
mais tarde terá autorização para entrar. “É possível”,
a) pulgas
responde o porteiro, “mas agora não pode ser”. Como o
b) anos
portão que dá acesso à Lei se encontra, como sempre,
c) porteiro
aberto, e o porteiro se afasta um pouco para o lado, o
d) torna-se
homem inclina-se a fim de olhar para o interior. Assim
e) acriançado
que o porteiro percebe isso, desata a rir e diz: “se te
sentes tão atraído, experimenta entrar, apesar da minha
17. (UFRJ — 2015) “Aqui, ninguém, a não ser tu, podia
proibição. Contudo, repara: sou forte. E ainda assim
entrar, pois esta entrada era apenas destinada a ti.
sou o mais ínfimo dos porteiros. De sala para sala, há
Agora, vou-me embora e a fecho.” As frases que encer-
outros sentinelas, cada um mais forte que o outro. Eu
ram a parábola evidenciam que:
não posso sequer suportar o olhar do terceiro.”
O camponês não esperava encontrar tais dificuldades, “a
a) o porteiro nunca abriria a porta para um jovem desco-
Lei devia ser sempre acessível a toda a gente”, pensa ele.
nhecido entrar na lei
Porém, ao observar melhor o porteiro envolto no seu capo-
b) o jovem poderia entrar na lei se não tivesse se curva-
te de peles, o seu grande nariz afilado, a longa barba rala e
do diante da primeira dificuldade
negra à tártaros, acha que é melhor esperar até lhe darem
c) a passividade submissa do jovem não foi nociva a ele
autorização para entrar. O porteiro dá aojovem um banqui-
próprio
nho e o faz sentar-se a um lado, frente à porta. Durante
d) a ação do porteiro é ilimitada e localizada
anos ele permanece sentado. Faz diversas diligências
e) o porteiro tinha que ir embora e, por isso gritou ao
para entrar e fatiga o porteiro com os seus pedidos. Às
ouvido do jovem do campo e fechou a porta
vezes, o sentinela o submetia a pequenos interrogatórios
sobre a sua terra e muitas outras coisas, mas de uma
maneira indiferente, como fazem os grandes senhores, e 18. (UFRJ — 2018)
no fim, diz-lhe sempre que ainda não pode deixá-lo entrar.
O homem, que se provera bem para a viagem, emprega DISCRETA PRIMAVERA
tudo, por mais valioso que fosse, para subornar o porteiro.
Fernanda Torres
Este aceita tudo, mas diz: “só aceito o que me dás para que
te convenças de que nada omitiste.”
As petições pululam na tela do computador. Assino,
Durante todos aqueles longos anos, o homem olha
assino todas elas. Peço a demarcação das terras indí-
quase ininterruptamente para o porteiro. Esquece-se
genas, a liberação do aborto e a descriminalização das
dos outros porteiros; parece-lhe que o porteiro é o
drogas. Grito contra o trabalho escravo, o preconceito
único obstáculo que se opõe à sua entrada na Lei. racial e de gênero; tento melar o emprego indiscrimina-
Amaldiçoa em voz alta o infeliz acaso dos primeiros do de agrotóxicos, frear o degelo das calotas polares, o
anos; mais tarde, à medida que envelhece, já não faz desmatamento e a destruição dos corais da Amazônia.
outra coisa senão resmungar. Torna-se acriançado Clamo pelo fim da guerra na Síria, da corrupção e do
e, como durante anos a fio estudou o porteiro, aca- foro privilegiado; exijo a reforma política; voto pela pro-
ba também por conhecer as pulgas da gola do seu teção dos micos-leões e falho com os ursos-polares.
capote; assim, pede-lhes que o ajudem a demover o E, em meio ao acúmulo de urgências, ao imenso ruído
porteiro. Por fim, a sua vista torna-se tão fraca que do planeta, vacilo entre a paralisia e a ação. Entre o
já nem sabe se escurece realmente à sua volta ou se engajamento e a reflexão no silêncio. Entre ser e não
é apenas ilusão dos seus olhos. Agora, em meio às ser. Quem É Primavera das Neves?, documentário de
trevas, percebe um raio de luz inextinguível através da Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo, toca em cheio na
62 porta da Lei. Mas ele já não tem muito tempo de vida. histeria do agora, sem falar diretamente dela.
Primavera Ácrata Saiz das Neves é uma mulher que Locutor 1 – e eu terei tempo disponível não que eu
enfrentou o açoite e os insultos do mundo, a afronta deseje: liberdade deseje eh eh estar assim sem obri-
do opressor, o desdém do orgulhoso, as pontadas do gações para com as crianças... mas é que eu terei
amor humilhado, as delongas da lei, a prepotência do tempo disponível para fazer as coisas extras não é?
mando e o achincalhe do século XX.
Filha de pai anarquista e mãe sufragista, fugidos das (NURC-SP D2 360: 1230-1233, p. 167 apud FÁVERO; ANDRADE;
ditaduras de Franco e Salazar, ela cresceu no Catete do AQUINO. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua
pós-guerra, estudou no Licée e dominou seis línguas. materna. 2. ed. Cortez, 2000. p. 59-60)
Casou-se com um tenente português e retornou para
o Brasil em 1964, sozinha, com uma filha pequena. O Entre os enunciados “deseje:liberdade” e “deseje estar
marido permaneceu em Lisboa, condenado à prisão assim sem obrigações para com as crianças”, obser-
por ter participado da mal-sucedida Revolta da Beja. va-se uma relação de:
Em meio à insensatez e às injustiças de seu tempo,
Primavera dedicou a vida à amizade, à maternidade, a) paráfrase, já que se explica e retifica o significado da
ao amor e à arte. Foi íntima e discreta, e nem por isso palavra liberdade
mesquinha, pequena ou indiferente. b) sinonímia, uma vez que há retomada do termo ante-
Traduziu Lewis Carroll, Vladimir Nabokov, Arthur C. riormente mencionado
Clarke e Emily Dickinson, Simenon e Julio Verne. Foi c) antonímia, tendo em vista a retificação da ideia antes
poeta, mãe, mulher, amiga e adoradora de Wagner; exposta
influenciou de forma profunda os que a conheceram, d) catáfora, já que introduz uma informação nova para o
mas teve uma vida invisível. Morreu aos 47 anos. interlocutor
Teria permanecido anônima, não fosse a obstinação
e) intertextualidade, tendo em vista que há citação de
de arqueólogo de Furtado e Azevedo, que, intrigados
uma parte do texto em outro
com o nome da tradutora de Alice no País das Maravi-
lhas, desencavaram sua preciosa história.
Eulalie, a amiga saudosa, que sempre admirou a 9 GABARITO
personalidade livre e contemporânea de Primavera,
jamais percebeu nela a vontade de se promover — é o
verbo que usa: promover. 1 A
Hoje, estamos todos em promoção, gritando a esmo, 2 D
como numa liquidação de Natal.
O século XXI promove revoluções movidas a likes. 3 E
Não diminuo a importância das petições que, reitero,
assino convicta. Mas o milênio que se inicia também 4 A
produziu uma perturbadora pornografia do ego, do exi-
bicionismo das selfies; o bestialógico da multiplicação 5 C
de blogueiros e a brutalidade travestida de diversão 6 C
dos realities. Um confessionário a céu aberto, onde
todos, e cada um, têm o quinhão de narcisismo preen- 7 E
chido pela publicação de seu diário de bordo.
Primavera era em tudo o contrário. Apesar das perse- 8 D
guições que testemunhou e sofreu, da inteligência e
sensibilidade que possuiu, nunca se impôs ao mundo, 9 D
ou impôs o seu mundo aos demais. 10 E
A ela, bastava ser — qualidade cada vez mais rara de
ver, ter e encontrar. 11 C
Fonte: http://vejario.abril.com.br/blog/fernanda-torres/discreta- 12 A
primavera/
13 B
É correto afirmar que o estrangeirismo empregado no
texto se refere a: 14 B
15 C
a) promover
b) criticar 16 A
c) ser
d) impor 17 B
e) testemunhar
18 A
LÍNGUA PORTUGUESA
64
Suas competências constam diretamente na CF/88
e possuem prerrogativas específicas. Como exemplo,
temos Deputado Federal, Ministro de Estado etc.
Em seguida, no artigo 8º, temos as formas de “ocu- A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados
par” o cargo público. A lei chama-as de formas de da publicação do ato de provimento que, no caso do
provimento. São elas: concurso, é a nomeação e poderá ocorrer mediante
procuração específica.
Nomeação
Exercício: é o efetivo desempenho das atri-
buições do cargo público ou da função de con-
Promoção fiança, sendo de quinze dias o prazo para o
servidor empossado em cargo público entrar
FORMAS DE PROVIMENTO
tiva, transparente, clara e em linguagem de fácil devendo o pedido conter a identificação do requeren-
compreensão; te e a especificação da informação requerida.
II - possibilitar a gravação de relatórios em
diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos Art. 10 Qualquer interessado poderá apresentar
e não proprietários, tais como planilhas e texto, de pedido de acesso a informações aos órgãos e enti-
modo a facilitar a análise das informações; dades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer
III - possibilitar o acesso automatizado por siste- meio legítimo, devendo o pedido conter a identifica-
mas externos em formatos abertos, estruturados e ção do requerente e a especificação da informação
legíveis por máquina; requerida. 77
A identificação do solicitante não poderá repri- Caso ocorra a manipulação de documento que pos-
mir as exigências que inviabilizem a solicitação sa prejudicar sua integridade, a informação contida
para o acesso a informações de interesse público (§ deverá ser oferecida à consulta de cópia, com certi-
1º). Assim sendo, os órgãos e entidades devem viabi- ficação de que esta confere com o original, conforme
lizar o encaminhamento de pedidos por meio de seus dispõe o art. 13.
sites oficiais na internet. Havendo, ainda, a impossibilidade de obtenção de
O § 3º, por fim, veda qualquer exigência quanto cópias, o interessado poderá solicitar que, as suas expen-
aos motivos determinantes da solicitação de infor- sas, sob supervisão de servidor público, e a reprodução
mações de interesse público. seja feita por outro meio que não ponha em risco a con-
O art. 11 impõe ao órgão ou entidade a obrigação servação do documento original (parágrafo único).
de autorizar ou conceder o acesso imediato à infor- E, finalmente, para fechar o tópico, o art. 14 estabelece
mação disponível. ser direito do requerente a obtenção de inteiro teor de
Não sendo possível conceder o acesso imediato, o decisão de negativa de acesso por certidão ou cópia.
órgão ou entidade que receber o pedido deverá em
RECURSOS
prazo não superior a 20 (vinte) dias. Vejamos o § 1º:
O artigo supracitado veda expressamente a negati- É de suma importância que você tenha em mente
LEGISLAÇÃO
va de acesso a informações que inviabilizem a busca todos os prazos, pois as bancas adoram cobrar esse
pela satisfação de violação a direitos fundamentais e ponto:
a direitos humanos.
De acordo com o art. 22, a previsão prevista no arti- CATEGORIA PRAZO
go anterior não exclui as demais hipóteses legais de
sigilo e de segredo de justiça, nem as hipóteses de Ultrassecreta 25 anos
segredo industrial que decorrem da exploração dire- Secreta 15 anos
ta de atividade econômica pelo Estado ou por qual-
Reservada 05 anos
quer que tenha vínculo com o poder público. 79
Além disso, se for transcorrido o prazo de classifi- Com base no art. 26, as autoridades públicas deve-
cação ou consumado o evento que defina o seu termo rão adotar as providências necessárias para que
final, a informação tornar-se-á, automaticamente, de seus subordinados hierarquicamente conheçam
acesso público. as normas e observem as medidas e procedimen-
tos de segurança correspondentes às informações
Art. 24 [...] sigilosas.
§ 2º As informações que puderem colocar em
risco a segurança do Presidente e Vice-Presiden- Art. 26 As autoridades públicas adotarão as pro-
te da República e respectivos cônjuges e filhos(as) vidências necessárias para que o pessoal a elas
serão classificadas como reservadas e ficarão sob subordinado hierarquicamente conheça as normas
sigilo até o término do mandato em exercício ou do e observe as medidas e procedimentos de seguran-
último mandato, em caso de reeleição. ça para tratamento de informações sigilosas.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no Parágrafo único. A pessoa física ou entidade pri-
§ 1º, poderá ser estabelecida como termo final de vada que, em razão de qualquer vínculo com o
restrição de acesso a ocorrência de determinado poder público, executar atividades de tratamento
evento, desde que este ocorra antes do transcurso de informações sigilosas adotará as providências
do prazo máximo de classificação. necessárias para que seus empregados, prepostos
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou representantes observem as medidas e procedi-
ou consumado o evento que defina o seu mentos de segurança das informações resultantes
termo final, a informação tornar-se-á, da aplicação desta Lei.
automaticamente, de acesso público.
§ 5º Para a classificação da informação em Procedimentos de Classificação, Reclassificação e
determinado grau de sigilo, deverá ser observado Desclassificação
o interesse público da informação e utilizado o
critério menos restritivo possível, considerados:
Para adentrarmos nesse assunto, torna-se necessá-
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da
sociedade e do Estado; e ria a apresentação do art. 27:
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o
evento que defina seu termo final. Art. 27 A classificação do sigilo de informações
no âmbito da administração pública federal é de
competência:
A fim de classificar o sigilo da informação, deverá
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes
ser observado o interesse público da informação e utili-
autoridades:
zado o critério menos restritivo possível, considerados a) Presidente da República;
a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade b) Vice-Presidente da República;
e do Estado (I) e o prazo máximo de restrição de acesso c) Ministros de Estado e autoridades com as mes-
ou o evento que defina seu termo final (II). mas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas náutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
A lei estabelece, ainda, algumas regras quanto à permanentes no exterior;
proteção e controle de informações sob sigilo. Neste II - no grau de secreto, das autoridades referidas no
sentido, o art. 25 impõe ao Estado o dever de contro- inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou
lar o acesso e a divulgação de informações sigilosas empresas públicas e sociedades de economia mista;
produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando e
a sua proteção. III - no grau de reservado, das autoridades refe-
ridas nos incisos I e II e das que exerçam funções
de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5,
Art. 25 É dever do Estado controlar o acesso e a
ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
divulgação de informações sigilosas produzidas por Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo
seus órgãos e entidades, assegurando a sua proteção. com regulamentação específica de cada órgão ou
entidade, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de infor-
mação classificada como sigilosa ficarão restritos Com relação ao Grau ultrassecreto e secreto, pode-
a pessoas que tenham necessidade de conhecê-la
rá ser delegada pela autoridade responsável para
e que sejam devidamente credenciadas na forma
um agente público, vedada a subdelegação. Ou seja,
do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos
agentes públicos autorizados por lei.
uma vez delegada a competência, não poderá ser dele-
§ 2º O acesso à informação classificada como sigi- gada novamente.
losa cria a obrigação para aquele que a obteve de Exemplo: O Presidente da República realiza a dele-
resguardar o sigilo. gação de seu poder para um agente público, tornando
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e esse agente público responsável, não podendo, por-
medidas a serem adotados para o tratamento de tanto, transferir tal poder para outro agente público,
informação sigilosa, de modo a protegê-la contra pois é vedada a subdelegação.
perda, alteração indevida, acesso, transmissão e Ademais, é importante que você saiba que, quan-
divulgação não autorizados. do se tratar de Comandantes da Marinha, do Exército
e da Aeronáutica e Chefes de Missões Diplomáticas
Observe que o § 1º reserva o acesso às informações e Consulares permanentes no exterior, responsáveis
sigilosas aqueles que necessitem do acesso a elas, pela classificação de informação no grau ultrasse-
bem como aos agentes públicos devidamente cre- creto, esta deverá ser ratificada pelos respectivos
denciados, devendo, essas pessoas, resguardar sigilo Ministros de Estado em prazo devidamente regula-
80 acerca dessas informações. mentado (§ 2º).
Art. 27 [...] [...]
§ 3°A autoridade ou outro agente público que clas- § 2° Os órgãos e entidades manterão extrato com a
sificar informação como ultrassecreta deverá enca- lista de informações classificadas, acompanhadas
minhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da
Mista de Reavaliação de Informações, a que se refe- classificação.
re o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
Das Informações Pessoais
Conforme dispõe o art. 28, para ocorrer a classifi-
De acordo com o art. 31, o tratamento das informa-
cação de informações, seja qual o for o grau de sigi-
ções pessoais deve ser feito de forma transparente e
lo, deverá ser formalizada em decisão, contendo os com respeito à intimidade, à vida privada, à honra
seguintes elementos: e à imagem das pessoas, bem como às liberdades e
garantias individuais, direitos estes resguardados pela
z Assunto sobre o qual versa a informação; Constituição Federal de 1988, conforme dispõe o art. 5°:
z Fundamento da Classificação;
z Indicação do prazo de sigilo, contado em anos, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
meses ou dias ou do evento que defina o seu termo de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
final; ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
z Identificação da autoridade que a classificou. bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
Dica X - são invioláveis a intimidade, a vida privada,
Vale ressaltar que a decisão será abarcada a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral
pelo mesmo nível que a informação tiver sido
decorrente de sua violação;
entabulada. Exemplo: se a decisão considerou
a informação secreta, a decisão também será As informações pessoais relativas à intimidade,
secreta e não ultrassecreta. vida privada, honra e imagem observarão o seguinte:
regulamento:
I - rol das informações que tenham sido desclassifi-
cadas nos últimos 12 (doze) meses; Contudo, com base no § 4º, do art. 31, a restrição
II - rol de documentos classificados em cada grau de acesso à informação relativa à vida privada, honra
de sigilo, com identificação para referência futura; e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o
III - relatório estatístico contendo a quantidade de intuito de prejudicar processo de apuração de irre-
pedidos de informação recebidos, atendidos e inde- gularidades em que o titular das informações estiver
feridos, bem como informações genéricas sobre os envolvido, bem como em ações voltadas para a recu-
solicitantes. peração de fatos históricos de maior relevância. 81
RESPONSABILIDADES As sanções de advertência, rescisão do vínculo
com o poder público e a suspensão temporária de
As responsabilidades são um ponto importante da participar da licitação e impedimento de contratar
nossa matéria. A seguir, analisaremos quais condutas com a administração pública poderão ser cumuladas
são consideras ilícitas. com a imposição de multa (§ 1º).
O art. 32 estabelece, em seus incisos, as condutas ilí- Nos casos de cumulação das sanções descritas com
citas no âmbito da Lei de Acesso à Informação. Vejamos: a imposição de multa, será assegurado o direito de
defesa do interessado pelo prazo de 10 dias (§ 1º).
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos A reabilitação será autorizada somente quando o
termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo
forma incorreta, incompleta ou imprecisa; da sanção aplicada (2 anos) com base no inciso IV (§ 2º).
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des- A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total com a administração pública é de competência exclusi-
ou parcialmente, informação que se encontre sob va da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimen- facultada a defesa do interessado, no respectivo processo,
to em razão do exercício das atribuições de cargo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista (§ 3º).
emprego ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita- Art. 33 [...]
ções de acesso à informação; § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso
II, assegurado o direito de defesa do interessado, no
ou permitir acesso indevido à informação sigilosa
respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
ou informação pessoal;
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será
V - impor sigilo à informação para obter proveito
autorizada somente quando o interessado efetivar
pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de
o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos
ato ilegal cometido por si ou por outrem;
resultantes e após decorrido o prazo da sanção
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
aplicada com base no inciso IV.
petente informação sigilosa para beneficiar a si ou
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é
a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e
de competência exclusiva da autoridade máxima
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do
mentos concernentes a possíveis violações de direi-
interessado, no respectivo processo, no prazo de 10
tos humanos por parte de agentes do Estado. (dez) dias da abertura de vista.
Pelas condutas descritas anteriormente, poderá Por fim, estabelece o art. 34:
o militar ou agente público responder, também, por
improbidade administrativa, englobando apenas a Art. 34 Os órgãos e entidades públicas respondem
esfera administrativa (§ 2º). diretamente pelos danos causados em decorrên-
Ademais, é necessária a visualização do art. 32, cia da divulgação não autorizada ou utilização
parágrafo 1º: indevida de informações sigilosas ou informações
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade
Art. 32 [...] funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla respectivo direito de regresso.
defesa e do devido processo legal, as condutas Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se
descritas no caput serão consideradas: à pessoa física ou entidade privada que, em virtu-
I - para fins dos regulamentos disciplinares das de de vínculo de qualquer natureza com órgãos ou
Forças Armadas, transgressões militares médias entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou
ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos, pessoal e a submeta a tratamento indevido.
desde que não tipificadas em lei como crime ou con-
O artigo supramencionado impõe a responsabilida-
travenção penal; ou
de aos órgãos e entidades públicas (responsabilidade
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de
objetiva) quando a divulgação de informações sigilosas,
dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
de forma indevida ou não autorizada, causa danos.
administrativas, que deverão ser apenadas, no
Nesse caso, por tratar-se de responsabilidade obje-
mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
tiva do Poder Público, esse responde diretamente
estabelecidos.
pelas ocorrências supracitadas, cabendo a apuração
de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou
Uma vez esclarecido o entendimento quanto às culpa, assegurando-lhe o direito de regresso.
condutas ilícitas, podemos avançar as sanções que a Tal previsão é estendida à pessoa física ou entida-
Lei 12.527, de 2011, estabelece no art. 33, são elas: de privada que, em virtude de vínculo com órgãos ou
entidades públicas, tenha acesso à informação sigi-
I - advertência; losa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público; DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
IV - suspensão temporária de participar em licita-
ção e impedimento de contratar com a administra- Conforme o decorrer dos tópicos, vimos um pou-
ção pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; co sobre a Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
e mações. Vale destacar que ela foi instituída, visando
V - declaração de inidoneidade para licitar ou con- decidir, no âmbito da Administração Pública Federal,
tratar com a administração pública, até que seja sobre o tratamento e a classificação de informações
promovida a reabilitação perante a própria autori- sigilosas, tendo, como competência e atribuição, as
82 dade que aplicou a penalidade. seguintes condutas, possuindo como base o art. 35:
z Requisitar da autoridade que classificar informa- E, por fim, temos os artigos 40 e 41, dispondo sobre:
ção como ultrassecreta e secreta esclarecimento
ou conteúdo parcial ou integral da informação; Art. 40 No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
z Rever a classificação de informações ultrassecre- vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão
tas ou secretas, de ofício ou mediante provocação ou entidade da administração pública federal direta
de pessoa interessada. Com isso, a revisão deverá e indireta designará autoridade que lhe seja direta-
ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a mente subordinada para, no âmbito do respectivo
reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
documentos ultrassecretos ou secretos;
I - assegurar o cumprimento das normas relativas
Portanto, a não deliberação sobre a revisão pela ao acesso a informação, de forma eficiente e adequa-
Comissão Mista de Reavaliação de Informações, gera- da aos objetivos desta Lei;
rá a desclassificação automática das informações; II - monitorar a implementação do disposto nesta
Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu
z Prorrogar o prazo de sigilo de informação clas- cumprimento;
sificada como ultrassecreta sempre por prazo III - recomendar as medidas indispensáveis à imple-
determinado, enquanto o seu acesso ou divulga- mentação e ao aperfeiçoamento das normas e pro-
ção puder ocasionar ameaça externa à soberania cedimentos necessários ao correto cumprimento do
nacional ou à integridade do território nacional disposto nesta Lei; e
ou grave risco às relações internacionais do país, IV - orientar as respectivas unidades no que se refe-
sendo esse prazo limitado à uma única renovação. re ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus
regulamentos.
Art. 36 O tratamento de informação sigilosa resul-
tante de tratados, acordos ou atos internacionais Art. 41 O Poder Executivo Federal designará órgão
atenderá às normas e recomendações constantes da administração pública federal responsável:
desses instrumentos. I - pela promoção de campanha de abrangência
nacional de fomento à cultura da transparência na
Avançando no conteúdo, devemos analisar o dis- administração pública e conscientização do direito
posto no art. 37: fundamental de acesso à informação;
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se
Art. 37 É instituído, no âmbito do Gabinete de Segu-
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas
rança Institucional da Presidência da República, o
à transparência na administração pública;
Núcleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbi-
tem por objetivos:
I - promover e propor a regulamentação do cre- to da administração pública federal, concentrando e
denciamento de segurança de pessoas físicas, consolidando a publicação de informações estatísti-
empresas, órgãos e entidades para tratamento de cas relacionadas no art. 30;
informações sigilosas; e IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de
II - garantir a segurança de informações sigilosas, relatório anual com informações atinentes à imple-
inclusive aquelas provenientes de países ou orga- mentação desta Lei.
nizações internacionais com os quais a República
Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo,
contrato ou qualquer outro ato internacional, sem
prejuízo das atribuições do Ministério das Relações
Exteriores e dos demais órgãos competentes. LEI FEDERAL Nº 13.709, DE 2018
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a
composição, organização e funcionamento do NSC. CAPÍTULO II — DO TRATAMENTO DE DADOS
PESSOAIS
Já com relação ao artigo 38, a informação de pes-
soa, física ou jurídica, constante de registro ou banco
Com a modernização e o fácil acesso às informa-
de dados de entidades governamentais ou de caráter
público, deverá ser analisada e aplicada a Lei que ções que a constante evolução do mundo vem trazen-
regula o direito de acesso a informações e disciplina do, as principais empresas do mundo têm nos dados
o rito processual do habeas data (Lei nº 9.507/1997). pessoais o seu principal negócio. Por isso, os dados
De acordo com a previsão do artigo 39, os órgãos pessoais são conhecidos como o “novo petróleo” dian-
e entidades públicas deverão proceder à reavaliação te de sua importância. Dessa forma, é necessário que
das informações classificadas como ultrassecretas e o tratamento de dados seja feito com as devidas regu-
secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado lamentações e proteção à privacidade.
do termo inicial de vigência desta Lei.
pela Comissão Mista de Reavaliação de Informa- Os requisitos apresentados no art. 7º, da LGPD, são
ções, observados os termos desta Lei. indispensáveis para a compreensão a respeito do tra-
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavalia- tamento de dados pessoais.
ção previsto no caput, será mantida a classificação
Podemos observar as dez hipóteses, também
da informação nos termos da legislação precedente.
§ 4º As informações classificadas como secretas e conhecidas como bases legais, que legitimam o trata-
ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto mento dos dados pessoais. É importante ressaltar que
no caput serão consideradas, automaticamente, de se trata de um rol taxativo, não existindo nenhuma
acesso público. outra hipótese possível além das descritas no art. 7º. 83
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente VI - para o exercício regular de direitos em pro-
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse
I - mediante o fornecimento de consentimento último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setem-
pelo titular; bro de 1996 (Lei de Arbitragem);
A primeira e mais conhecida das hipóteses é o con- Na sexta base legal da LGPD, é apresentada a pos-
sentimento, que consiste na manifestação livre, infor-
sibilidade para o tratamento de dados pessoais em
mada e inequívoca do titular para que seja realizado
razão dos direitos exercidos em contratos ou proces-
o tratamento dos seus dados pessoais.
A hipótese de consentimento não é aplicável a sos, sejam eles judiciais, administrativos ou arbitrais.
todos os casos; as demais bases legais permitem o Deste modo, os dados pessoais poderão ser armaze-
tratamento de dados pessoais independentemente do nados, desde que para essa única e exclusiva finalida-
consentimento do titular. de, enquanto persistir a necessidade de discussão da
O consentimento não é obrigatório em todos os demanda.
casos: a LGPD busca um equilíbrio entre os interesses
do titular e as necessidades dos controladores ao exer- VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
cerem suas atividades1. É importante ressaltar, ainda, de física do titular ou de terceiro;
que não há hierarquia entre tais bases legais.
Essa base legal visa à proteção da vida e da inte-
II - para o cumprimento de obrigação legal ou
gridade do titular de dados que possa estar exposto a
regulatória pelo controlador;
questões graves que coloquem em risco a sua vida. Por
A segunda base legal da LGPD encontra-se no cum- isso, trata-se de um critério restritivo utilizado quan-
primento de obrigação legal ou regulatória pelo con- do constatada a situação de fato, como, por exemplo,
trolador, que ocorre quando há determinação legal, no caso de usar os dados do celular de alguém que
disposta em lei federal, estadual ou municipal ou em tenha sido sequestrado a fim de localizar o titular e
demais normas, decretos, resoluções, regulamentan- salvar sua vida.
do que o controlador poderá realizar o tratamento de
dados pessoais com fundamento nessa base legal. VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente,
em procedimento realizado por profissionais
III - pela administração pública, para o trata- de saúde, serviços de saúde ou autoridade
mento e uso compartilhado de dados necessá- sanitária;
rios à execução de políticas públicas previstas
em leis e regulamentos ou respaldadas em contra-
Nessa base legal, fica determinado que profissio-
tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser-
vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei; nais da saúde, além de outras entidades e estabele-
cimentos, inclusive estaduais e municipais, poderão
Na terceira base legal da LGPD, a administração fazer uso da base legal para o tratamento de dados,
pública poderá fazer o uso compartilhado de dados, desde que com o objetivo específico de tutela da saú-
desde que isso ocorra com o objetivo de executar de, sendo vedado o desvio dessa finalidade.
políticas públicas, como exemplo, podemos citar os
programas Bolsa Família e Auxílio Emergencial, que IX - quando necessário para atender aos interes-
fizeram uso da presente base legal. ses legítimos do controlador ou de terceiro,
exceto no caso de prevalecerem direitos e liber-
IV - para a realização de estudos por órgão de dades fundamentais do titular que exijam a
pesquisa, garantida, sempre que possível, a
proteção dos dados pessoais; ou
anonimização dos dados pessoais;
Execução de Contrato/Diligências
Proteção da vida Bases Legais da LGPD Pré-contratuais
Interesses legítimos do
Tutela da saúde
controlador/terceiros
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público deve considerar a finalidade, a boa-fé e o inte-
resse público que justificaram sua disponibilização
Mesmo que os dados se encontrem disponíveis de forma pública, eles somente poderão ser tratados se segui-
rem os princípios da finalidade, da boa-fé e do interesse público.
O princípio da finalidade afirma que deverá ser respeitada a finalidade pela qual os dados foram tornados
públicos, em eventual uso consecutivo por terceiros.
Já princípio da boa-fé afirma que não deverá haver utilização desvirtuando as legítimas expectativas dos seus
titulares dos dados.
O princípio do interesse público legitima que deverá ser identificado o interesse público que baseou disponi-
bilização dos dados. É evidente que o amplo acesso aos dados não retira a proteção que a eles deve ser concedida.
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no caput deste artigo para os dados tornados manifesta-
mente públicos pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios previstos nesta Lei.
Quando o titular dos dados pessoais tornar públicos seus próprios dados, não será necessário obter o seu
consentimento para o tratamento de dados; porém, mesmo diante dessa situação, não será totalmente livre a sua
utilização, a qual somente poderá ocorrer desde que sejam resguardados os direitos do titular.
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no inciso I do caput deste artigo que necessitar comu-
nicar ou compartilhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consentimento específico
do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses de dispensa do consentimento previstas nesta Lei.
Quando a base legal para tratamento dos dados pessoais for o consentimento e o controlador desejar comuni-
car ou compartilhar os dados com outro controlador, ele deverá ter o consentimento específico para isso. Deste
modo, caso o controlador queira utilizar os dados que já possui para tipo diverso de tratamento, é necessário
pedir o consentimento novamente.2
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não desobriga os agentes de tratamento das demais obri-
gações previstas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e da garantia dos direitos do titular.
Quando for realizado o tratamento dos dados pessoais, deverão ser respeitados os princípios e direitos dos
titulares dos dados, previstos na LGPD, independentemente da base legal que venha a ser escolhida para o trata-
mento dos dados.
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se referem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para
novas finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e específicos para o novo tratamento e a preserva-
ção dos direitos do titular, assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.
Para flexibilizar o uso de dados pessoais cujo acessos são públicos ou que foram tornados públicos pelo
titular, inclusive para novas finalidades, devem ser respeitadas os demais pontos relevantes da LGPD, incluindo
os fundamentos e os princípios.
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito ou por outro
LEGISLAÇÃO
Esse artigo trata da forma com que o controlador deve solicitar o consentimento do titular. Esse consentimento
deve ser realizado por escrito ou por outro meio que demonstre a manifestação de vontade do titular.
O fato consolidado que temos diante do consentimento é que ele jamais será considerado válido se for feito de
forma genérica, não atendendo à boa-fé e à transparência, podendo ser obtido por qualquer meio que evidencie
a manifestação do titular.
2 GONZÁLEZ, Mariana. LGPD Comentada. Guia LGPD. Disponível em: <https://guialgpd.com.br/lgpd-comentada/>. Acesso em: 3 jan. 2021. 85
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri- Art. 9º O titular tem direito ao acesso facili-
to, esse deverá constar de cláusula destacada tado às informações sobre o tratamento de
das demais cláusulas contratuais. seus dados, que deverão ser disponibilizadas de
forma clara, adequada e ostensiva acerca de,
Quando o consentimento for obtido por escrito, a lei
entre outras características previstas em regula-
determina que a cláusula seja inserida de forma desta-
mentação para o atendimento do princípio do livre
cada, para que seja facilmente identificada pelo titular.
acesso:
Isso se dá pois usualmente o usuário não lê as cláusulas
I - finalidade específica do tratamento;
dos termos de uso; deste modo, é necessário que o titular
II - forma e duração do tratamento, observados os
tenha total clareza sobre o que está consentindo, devendo
segredos comercial e industrial;
a cláusula de consentimento ficar separada das demais.
III - identificação do controlador;
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de IV - informações de contato do controlador;
que o consentimento foi obtido em conformi- V - informações acerca do uso compartilhado de
dade com o disposto nesta Lei. dados pelo controlador e a finalidade;
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
Cabe ao controlador, utilizar os mecanismos devi- tratamento; e
dos para a coleta de consentimento que permitam a VII - direitos do titular, com menção explícita aos
geração de evidências acerca da sua obtenção, vez direitos contidos no art. 18 desta Lei.
que tais evidências devem ficar armazenadas durante § 1º Na hipótese em que o consentimento é requeri-
todo o período em que os dados estiverem armazena- do, esse será considerado nulo caso as informações
dos, independentemente da finalidade. fornecidas ao titular tenham conteúdo engano-
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais so ou abusivo ou não tenham sido apresentadas
mediante vício de consentimento. previamente com transparência, de forma clara e
inequívoca.
Caso não houver nenhuma outra base legal que § 2º Na hipótese em que o consentimento é reque-
legitime o tratamento dos dados pessoais e o consen- rido, se houver mudanças da finalidade para o tra-
timento tiver algum vício o tratamento dos dados não tamento de dados pessoais não compatíveis com
poderá prosseguir. o consentimento original, o controlador deverá
informar previamente o titular sobre as mudanças
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades
de finalidade, podendo o titular revogar o consenti-
determinadas, e as autorizações genéricas para
mento, caso discorde das alterações.
o tratamento de dados pessoais serão nulas.
§ 3º Quando o tratamento de dados pessoais for
O consentimento somente será permitido conforme condição para o fornecimento de produto ou de
os propósitos legítimos, específicos, explícitos e informa- serviço ou para o exercício de direito, o titular será
dos ao titular, sendo vedadas autorizações universais informado com destaque sobre esse fato e sobre os
para o tratamento dos dados, bem como tratamento meios pelos quais poderá exercer os direitos do titu-
posterior que seja incompatível com essas finalidades. lar elencados no art. 18 desta Lei.
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qual- O titular dos dados deve ter acesso às informações
quer momento mediante manifestação expressa
atualizadas, claras e adequadas sobre o tratamento
do titular, por procedimento gratuito e facilitado,
ratificados os tratamentos realizados sob amparo do dos seus dados pessoais, de modo a atender o princí-
consentimento anteriormente manifestado enquanto pio do livre acesso.
não houver requerimento de eliminação, nos termos A LGPD apresenta um rol exemplificativo das
do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei. informações que devem ser prestadas pelos agentes
de tratamentos de dados aos titulares. Acompanhe o
O consentimento poderá ser revogado a qualquer
fluxograma a seguir:
momento e com muita facilidade, devendo ser gratui-
to e ser exercido a qualquer momento. Porém, a revo-
gação do consentimento não significará a automática Finalidade específica do tratamento
eliminação dos dados pessoais, pois a mesma somen-
te será feita, quando também for realizado pedido
Forma e duração do tratamento
expresso do titular.
artigo em jogos, aplicações de internet ou outras ati- Hipóteses do Término do O titular comunicou, exercendo
vidades ao fornecimento de informações pessoais Tratamento de Dados o seu direito de revogação do
além das estritamente necessárias à atividade. consentimento conforme disposto
§ 5º O controlador deve realizar todos os esforços no § 5º do art. 8º desta Lei,
razoáveis para verificar que o consentimento a que resguardado o interesse público
se refere o § 1º deste artigo foi dado pelo responsável
Por determinação da autoridade
pela criança, consideradas as tecnologias disponíveis.
nacional, quando houver violação
§ 6º As informações sobre o tratamento de dados
ao disposto na LGPD
referidas neste artigo deverão ser fornecidas de 89
Art. 16 Os dados pessoais serão eliminados após O referido dispositivo de lei não faz menção ao
o término de seu tratamento, no âmbito e nos limi- compartilhamento de dados, tampouco alude a dados
tes técnicos das atividades, autorizada a conserva- sensíveis (dados que informem raça, etnia, dados gené-
ção para as seguintes finalidades: ticos ou biométricos etc.). O art. 23, da LGPD, aborda o
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória tratamento dos dados pessoais dos cidadãos pelo Poder
pelo controlador; Público, considerando que isso pode ser realizado
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre quando existir finalidade de interesse público.
que possível, a anonimização dos dados pessoais;
Para a maior compreensão do artigo acima, acom-
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os
panhe a seguir o mencionado parágrafo único, do art.
requisitos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou
1º, da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011:
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu aces-
so por terceiro, e desde que anonimizados os dados.
Art. 1º (Lei nº 12.527/2011) [...]
O cuidado com a proteção dos dados pessoais deve Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta
seguir desde a coleta até o seu encerramento, por isso, Lei:
a eliminação dos dados deve ser realizada com muita cau- I - os órgãos públicos integrantes da administração
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as
tela, tanto com dados físicos quanto com os digitais, sendo
Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;
permitida a conservação nas hipóteses elencadas no flu-
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas
xograma a seguir, trazido para auxiliar nos seus estudos: públicas, as sociedades de economia mista e demais
entidades controladas direta ou indiretamente pela
Cumprimento de obrigação legal
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
ou regulatória pelo controlador
ser armazenados de forma interoperável, ou seja, normas complementares para as atividades de comu-
em formato aberto, que permita o seu consumo por nicação e de uso compartilhado de dados pessoais.
outros órgãos ou entes públicos, inclusive mediante
a integração de sistemas, devendo ser observadas as Para ocorrer a transferência de dados de um ente
premissas técnicas viabilizando as finalidades especí- público para um particular, basta estabelecer que nas
ficas, previstas no rol taxativo: a execução de políticas hipóteses de uso compartilhado de dados entre o ente
públicas, a prestação de serviços públicos, a descen- público e o privado na transferência, a LGPD exige,
tralização da atividade pública, a disseminação e o como regra, a obtenção do consentimento do titular
acesso das informações pelo público em geral. dos dados pessoais. 91
O consentimento para compartilhamento de dados de forma transparente, clara e em linguagem de fácil
pessoais deve ser específico para essa finalidade, não compreensão, observados os princípios da adminis-
bastando ao controlador tê-lo colhido para outras tração pública e as diretrizes previstas na Lei nº
modalidades de tratamento. 12.527, de 2011.
A comunicação, ou o uso compartilhado de dados
pessoais de pessoa jurídica de direito público a pes- O acesso às informações é direito de pessoas natu-
soa de direito privado, será informada à autoridade rais e jurídicas!
nacional e dependerá de consentimento do titular. As
exceções estão previstas no art. 27, sendo também os Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
arts. 29 e 30 autoexplicativos acerca das atuações da I - informação - dados, processados ou não, que
ANPD nesses aspectos. podem ser utilizados para produção e transmis-
são de conhecimento, contidos em qualquer meio,
suporte ou formato;
Seção II — Da Responsabilidade
II - dados processados - dados submetidos a qual-
quer operação ou tratamento por meio de proces-
Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em samento eletrônico ou por meio automatizado com
decorrência do tratamento de dados pessoais por o emprego de tecnologia da informação;
órgãos públicos, a autoridade nacional poderá III - documento - unidade de registro de informa-
enviar informe com medidas cabíveis para fazer ções, qualquer que seja o suporte ou formato;
cessar a violação. IV - informação sigilosa - informação submetida
temporariamente à restrição de acesso público em
Destaca-se que a ANPD possui poder normativo, razão de sua imprescindibilidade para a seguran-
o que implica que o órgão pode emitir regulamentos ça da sociedade e do Estado, e aquelas abrangidas
complementares — informes, contendo as medidas pelas demais hipóteses legais de sigilo;
cabíveis, para fazer cessar a violação. V - informação pessoal - informação relacionada à
pessoa natural identificada ou identificável, relati-
Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a va à intimidade, vida privada, honra e imagem;
agentes do Poder Público a publicação de relatórios VI - tratamento da informação - conjunto de ações
de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a referentes à produção, recepção, classificação, uti-
adoção de padrões e de boas práticas para os trata- lização, acesso, reprodução, transporte, transmis-
mentos de dados pessoais pelo Poder Público. são, distribuição, arquivamento, armazenamento,
eliminação, avaliação, destinação ou controle da
Diante da constatação da ocorrência de infração informação;
VII - disponibilidade - qualidade da informação que
por órgão ou ente do Poder Público, a ANPD pode
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi-
enviar um documento chamado relatório de impac-
pamentos ou sistemas autorizados;
to, com medidas cabíveis para fazer cessar a violação.
VIII - autenticidade - qualidade da informação que
Porém, é importante destacar que não há previsão em tenha sido produzida, expedida, recebida ou modi-
qualquer dispositivo da LGPD sobre possibilidade de ficada por determinado indivíduo, equipamento ou
a ANPD enviar semelhante relatório para as pessoas sistema;
jurídicas de direito privado. IX - integridade - qualidade da informação não
modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e
destino;
X - primariedade - qualidade da informação coleta-
da na fonte, com o máximo de detalhamento possí-
DECRETO FEDERAL Nº 7.724, DE 2012 vel, sem modificações;
XI - informação atualizada - informação que reúne
Vamos ver as partes do Decreto nº 7.724/12 que os dados mais recentes sobre o tema, de acordo com
complementam as informações da Lei de Acesso à sua natureza, com os prazos previstos em normas
Informação (LAI)! específicas ou conforme a periodicidade estabeleci-
da nos sistemas informatizados que a organizam; e
CAPÍTULO I XII - documento preparatório - documento formal
Disposições Gerais utilizado como fundamento da tomada de decisão
ou de ato administrativo, a exemplo de pareceres e
Art. 1º Este Decreto regulamenta, no âmbito do notas técnicas.
Poder Executivo federal, os procedimentos para a
garantia do acesso à informação e para a classifica- Observe esses dois conceitos novos do Decreto em
ção de informações sob restrição de acesso, obser- relação à Lei de Acesso à Informação:
vados grau e prazo de sigilo, conforme o disposto
na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que Informação atualizada e Documento Preparatório.
dispõe sobre o acesso a informações previsto no
inciso XXXIII do caput do art. 5º, no inciso II do § Art. 4º A busca e o fornecimento da informação são
3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição. gratuitos, ressalvada a cobrança do valor referente
ao custo dos serviços e dos materiais utilizados, tais
O Decreto regulamenta SOMENTE no Executivo como reprodução de documentos, mídias digitais e
Federal! postagem.
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos
Art. 2º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo dos serviços e dos materiais utilizados aquele cuja
federal assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, situação econômica não lhe permita fazê-lo sem pre-
o direito de acesso à informação, que será propor- juízo do sustento próprio ou da família, declarada
92 cionado mediante procedimentos objetivos e ágeis, nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
Quem não tiver condições financeiras de pagar o Vamos relembrar os artigos 7 e 8 da LAI?
custo, não precisa!
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei
CAPÍTULO II compreende, entre outros, os direitos de obter:
Da Abrangência I - orientação sobre os procedimentos para a con-
secução de acesso, bem como sobre o local onde
Art. 5º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os poderá ser encontrada ou obtida a informação
órgãos da administração direta, as autarquias, as almejada;
fundações públicas, as empresas públicas, as socie- II - informação contida em registros ou documen-
dades de economia mista e as demais entidades tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou
controladas direta ou indiretamente pela União. entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;
III - informação produzida ou custodiada por pes-
O Decreto abrange: soa física ou entidade privada decorrente de qual-
quer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo
z Órgãos da administração direta (Ex.: Ministérios);
que esse vínculo já tenha cessado;
z Autarquias (Ex.: ANTAQ, ANCINE); IV - informação primária, íntegra, autêntica e
z Fundações públicas (Ex.: FUB); atualizada;
z Empresas Públicas (Ex.: Correios); V - informação sobre atividades exercidas pelos
z Sociedades de Economia Mista (Ex.: Banco do Bra- órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua polí-
sil, Petrobras); tica, organização e serviços;
z Entidades controladas direta ou indiretamente VI - informação pertinente à administração do
pela União. patrimônio público, utilização de recursos públi-
cos, licitação, contratos administrativos; e
§ 1º A divulgação de informações de empresas VII - informação relativa:
públicas, sociedade de economia mista e demais a) à implementação, acompanhamento e resulta-
entidades controladas pela União que atuem em dos dos programas, projetos e ações dos órgãos e
regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. entidades públicas, bem como metas e indicadores
173 da Constituição, estará submetida às normas propostos;
pertinentes da Comissão de Valores Mobiliários, a b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações
fim de assegurar sua competitividade, governança e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de
corporativa e, quando houver, os interesses de acio- controle interno e externo, incluindo prestações de
nistas minoritários. contas relativas a exercícios anteriores.
§ 2º Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas
informações relativas à atividade empresarial de promover, independentemente de requerimentos,
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado obti- a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito
das pelo Banco Central do Brasil, pelas agências de suas competências, de informações de inte-
reguladoras ou por outros órgãos ou entidades resse coletivo ou geral por eles produzidas ou
no exercício de atividade de controle, regulação e custodiadas.
supervisão da atividade econômica cuja divulgação § 1º Na divulgação das informações a que se refere
possa representar vantagem competitiva a outros o caput, deverão constar, no mínimo:
agentes econômicos. I - registro das competências e estrutura organiza-
cional, endereços e telefones das respectivas unida-
Isso significa que o Banco do Brasil não pode divul- des e horários de atendimento ao público;
gar as informações dos seus clientes, por exemplo. II - registros de quaisquer repasses ou transferên-
cias de recursos financeiros;
Art. 6º O acesso à informação disciplinado neste III - registros das despesas;
Decreto NÃO se aplica: IV - informações concernentes a procedimentos
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, licitatórios, inclusive os respectivos editais e resul-
como fiscal, bancário, de operações e serviços no tados, bem como a todos os contratos celebrados;
mercado de capitais, comercial, profissional, indus- V - dados gerais para o acompanhamento de pro-
trial e segredo de justiça; e gramas, ações, projetos e obras de órgãos e enti-
II - às informações referentes a projetos de pesquisa dades; e
e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo VI - respostas a perguntas mais frequentes da
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade sociedade
e do Estado, na forma do § 1º do art. 7º da Lei nº § 1º Os órgãos e entidades deverão implementar em
12.527, de 2011. seus sítios na Internet seção específica para a divul-
gação das informações de que trata o caput.
Faz todo sentido, já pensou a Coca-Cola ter que § 2º Serão disponibilizados nos sítios na Internet
divulgar a sua fórmula por causa da Lei de Acesso à dos órgãos e entidades, conforme padrão estabele-
Informação? Ou todo mundo poder saber quanto você cido pela Secretaria de Comunicação Social da Pre-
tem no banco? sidência da República:
I - banner na página inicial, que dará acesso à seção
LEGISLAÇÃO
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput,
possível, o fornecimento imediato da informação; o órgão ou entidade deverá, caso tenha conheci-
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrô- mento, indicar o local onde se encontram as infor-
nico específico e a entrega de número do protocolo, mações a partir das quais o requerente poderá
que conterá a data de apresentação do pedido; e realizar a interpretação, consolidação ou trata-
III - o encaminhamento do pedido recebido e regis- mento de dados.
trado à unidade responsável pelo fornecimento da Art. 14 São vedadas exigências relativas aos moti-
informação, quando couber. vos do pedido de acesso à informação.
familiares; ou
IX - comprometer atividades de inteligência, de dirigentes máximos de autarquias, de fundações,
investigação ou de fiscalização em andamen- de EPs e de SEMs (art. 30, § 1º);
to, relacionadas com prevenção ou repressão de z É possível delegar a competência para classifica-
infrações. ção no grau secreto para: ocupantes de cargos em
Art. 26 A informação em poder dos órgãos e enti-
dades, observado o seu teor e em razão de sua
comissão do Grupo-DAS de nível 101.5 ou superior,
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou ou de hierarquia equivalente (art. 30, § 2º);
do Estado, poderá ser classificada no grau ultrasse- z É possível delegar a classificação de informações
creto, secreto ou reservado. em grau reservado. 97
A autoridade que classificar informação em grau II - assessorar a autoridade classificadora ou a
reservado, mediante delegação, dará ciência do ato autoridade hierarquicamente superior quanto à
de classificação à autoridade delegante. desclassificação, reclassificação ou reavaliação de
Lembre-se que vai de 10 em 10 anos e todos termi- informação classificada em qualquer grau de sigilo;
nam com 5! III - propor o destino final das informações desclas-
sificadas, indicando os documentos para guarda
permanente, observado o disposto na Lei nº 8.159,
Reservada: 5 anos
de 8 de janeiro de 1991; e
Secreta: 15 anos (5 anos +10 anos)
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de infor-
Ultrassecreta: 25 anos (15 anos + 10 anos) mações desclassificadas e documentos classifica-
dos em cada grau de sigilo, a ser disponibilizado
Seção II na Internet.
Dos Procedimentos para Classificação de
Informação Seção III
Da Desclassificação e Reavaliação da Informa-
Art. 31 A decisão que classificar a informação em ção Classificada em Grau de Sigilo
qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada no
Termo de Classificação de Informação - TCI, confor- Art. 35 A classificação das informações será rea-
me modelo contido no Anexo, e conterá o seguinte: valiada pela autoridade classificadora ou por
I - código de indexação de documento; autoridade hierarquicamente superior, mediante
II - grau de sigilo; provocação ou de ofício, para desclassificação ou
III - categoria na qual se enquadra a informação; redução do prazo de sigilo.
IV - tipo de documento; Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto
V - data da produção do documento; no caput, além do disposto no art. 27, deverá ser
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta observado:
a classificação; I - o prazo máximo de restrição de acesso à infor-
VII - razões da classificação, observados os crité- mação, previsto no art. 28;
rios estabelecidos no art. 27;
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
O prazo máximo é de 25 anos (ultrassecreta)!
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo
final, observados os limites previstos no art. 28;
II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de
IX - data da classificação; e
ofício das informações classificadas no grau ultras-
X - identificação da autoridade que classificou a
secreto ou secreto, previsto no inciso I do caput do
informação.
art. 47;
§ 1º O TCI seguirá anexo à informação.
§ 2º As informações previstas no inciso VII do caput
deverão ser mantidas no mesmo grau de sigilo que Prazo máximo de reavaliação de documentos
a informação classificada. ultrassecretos e secretos pela Comissão Mista de
Art. 32. A autoridade ou outro agente público que Reavaliação de Informações.
classificar informação no grau ultrassecreto ou
secreto deverá encaminhar cópia do TCI à Comis- III - a permanência das razões da classificação;
são Mista de Reavaliação de Informações no prazo IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes
de trinta dias, contado da decisão de classificação da divulgação ou acesso irrestrito da informação; e
ou de ratificação. V - a peculiaridade das informações produzidas no
exterior por autoridades ou agentes públicos.
Por exemplo, o (a) Presidente da República clas- Art. 36 O pedido de desclassificação ou de reava-
sificou um documento como ultrassecreto. No prazo liação da classificação poderá ser apresentado aos
órgãos e entidades independente de existir prévio
máximo de 30 dias, ele deve encaminhar uma cópia
pedido de acesso à informação.
do Termo de Classificação de Informação – TCI para
a Comissão Mista de Reavaliação de Informações.
Não é necessário ter solicitado o acesso ao documen-
to para pedir que seja reavaliado seu grau de sigilo!
Art. 33 Na hipótese de documento que contenha
informações classificadas em diferentes graus de
sigilo, será atribuído ao documento tratamento do Parágrafo único. O pedido de que trata o caput será
grau de sigilo mais elevado, ficando assegurado o endereçado à autoridade classificadora, que decidi-
acesso às partes não classificadas por meio de cer- rá no prazo de trinta dias.
tidão, extrato ou cópia, com ocultação da parte sob Art. 37 Negado o pedido de desclassificação ou
sigilo. de reavaliação pela autoridade classificadora, o
requerente poderá apresentar recurso no prazo de
dez dias, contado da ciência da negativa, ao Minis-
Por exemplo, um documento possui quatro pági- tro de Estado ou à autoridade com as mesmas prer-
nas, duas delas classificadas como secretas e duas rogativas, que decidirá no prazo de trinta dias.
delas classificadas como reservadas. Logo, será atri- § 1º Nos casos em que a autoridade classificadora
buído o grau de sigilo mais elevado, ou seja, o docu- esteja vinculada a autarquia, fundação, empresa
mento será classificado como ultrassecreto. pública ou sociedade de economia mista, o recurso
será apresentado ao dirigente máximo da entidade.
Art. 34 Os órgãos e entidades poderão constituir § 2º No caso das Forças Armadas, o recurso será
Comissão Permanente de Avaliação de Documentos apresentado primeiramente perante o respectivo
Sigilosos - CPADS, com as seguintes atribuições: Comandante, e, em caso de negativa, ao Ministro
I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de Estado da Defesa.
de sua atuação para fins de classificação em qual- § 3º No caso de informações produzidas por
98 quer grau de sigilo; autoridades ou agentes públicos no exterior, o
requerimento de desclassificação e reavaliação as normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Cre-
será apreciado pela autoridade hierarquicamente denciamento, instituído no âmbito do Gabinete de
superior que estiver em território brasileiro. Segurança Institucional da Presidência da Repúbli-
§ 4º Desprovido o recurso de que tratam o caput e ca, sem prejuízo das atribuições de agentes públi-
os §§ 1º a 3º, poderá o requerente apresentar recur- cos autorizados por lei.
so à Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
ções, no prazo de dez dias, contado da ciência da Só poderá acessar, divulgar e tratar informação clas-
decisão.
sificada em qualquer grau de sigilo quem for creden-
ciado pelo Núcleo de Segurança e Credenciamento!
Se a autarquia, fundação, empresa pública, socie-
dade de economia mista ou as informações produzi-
Art. 44 As autoridades do Poder Executivo federal
das por autoridades ou agentes públicos no exterior adotarão as providências necessárias para que o
não se manifestarem sobre um recurso pedido, a pes- pessoal a elas subordinado conheça as normas e
soa poderá dirigi-lo à Comissão Mista de Reavaliação observe as medidas e procedimentos de segurança
de Informações, no prazo de 10 DIAS! para tratamento de informações classificadas em
qualquer grau de sigilo.
Art. 38 A decisão da desclassificação, reclassifica- Parágrafo único. A pessoa natural ou entidade
ção ou redução do prazo de sigilo de informações privada que, em razão de qualquer vínculo com o
classificadas deverá constar das capas dos proces- Poder Público, executar atividades de tratamento
sos, se houver, e de campo apropriado no TCI.
de informações classificadas, adotará as providên-
cias necessárias para que seus empregados, pre-
Seção IV postos ou representantes observem as medidas e
Disposições Gerais
procedimentos de segurança das informações.
Ou seja, qualquer documento classificado como ultras- Art. 45 A autoridade máxima de cada órgão ou
secreto ou secreto será um documento PERMANENTE! entidade publicará anualmente, até o dia 1º de
junho, em sítio na Internet:
Art. 40 As informações classificadas como docu- I - rol das informações desclassificadas nos últimos
mentos de guarda permanente que forem objeto de doze meses;
desclassificação serão encaminhadas ao Arquivo II - rol das informações classificadas em cada grau
Nacional, ao arquivo permanente do órgão públi- de sigilo, que deverá conter:
co, da entidade pública ou da instituição de caráter a) código de indexação de documento;
público, para fins de organização, preservação e b) categoria na qual se enquadra a informação;
acesso. c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a
classificação; e
Lembre-se que serão encaminhados para o Arqui- d) data da produção, data da classificação e prazo
vo Nacional os documentos desclassificados (perma- da classificação;
nentes) do Executivo Federal! III - relatório estatístico com a quantidade de pedi-
dos de acesso à informação recebidos, atendidos e
Art. 41 As informações sobre condutas que impli- indeferidos; e
quem violação dos direitos humanos praticada por IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes.
agentes públicos ou a mando de autoridades públi-
cas NÃO poderão ser objeto de classificação em A veiculação desses dados deve ser feita anualmente!
qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado.
Art. 42 Não poderá ser negado acesso às informa- Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão
ções necessárias à tutela judicial ou administrativa manter em meio físico as informações previstas no
de direitos fundamentais. caput, para consulta pública em suas sedes.
Parágrafo único. O requerente deverá apresentar
razões que demonstrem a existência de nexo entre CAPÍTULO VI
as informações requeridas e o direito que se preten- Da Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
de proteger. ções Classificadas
NÃO pode ser negado o acesso a documentos: Art. 46 A Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
mações, instituída nos termos do § 1º do art. 35 da
z Que impliquem violação dos direitos humanos Lei nº 12.527, de 2011, será integrada pelos titula-
LEGISLAÇÃO
soa estiver física ou legalmente incapaz, e para uti- autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou
lização exclusivamente para o tratamento médico; entidade pública que os receber, decidir, após seu
II - à realização de estatísticas e pesquisas científi- recolhimento, sobre o reconhecimento, observado o
cas de evidente interesse público ou geral, previs- procedimento previsto neste artigo.
tos em lei, vedada a identificação da pessoa a que a
informação se referir; Quando um documento pessoal for considera-
III - ao cumprimento de decisão judicial; do necessário à recuperação de fatos históricos de
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou maior relevância, para ele se tornar ostensivo, deverá
V - à proteção do interesse público geral e preponderante. seguir o seguinte processo: 101
z Órgão ou entidade poderá solicitar a universida- IV - demonstração da necessidade do acesso à
des, instituições de pesquisa ou outras entidades informação requerida para a defesa dos direitos
com notória experiência em pesquisa historiográ- humanos ou para a proteção do interesse público e
fica a emissão de parecer sobre a questão; geral preponderante.
z Publicação de extrato da informação, com descrição Art. 61 O acesso à informação pessoal por tercei-
resumida do assunto, origem e período do conjunto ros será condicionado à assinatura de um termo de
de documentos a serem considerados de acesso irres- responsabilidade, que disporá sobre a finalidade e
trito, com antecedência de no mínimo trinta dias; a destinação que fundamentaram sua autorização,
z Na hipótese de documentos de elevado valor his- sobre as obrigações a que se submeterá o requerente.
tórico destinados à guarda permanente, caberá § 1º A utilização de informação pessoal por tercei-
ao dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à ros vincula-se à finalidade e à destinação que fun-
autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou damentaram a autorização do acesso, vedada sua
utilização de maneira diversa.
entidade pública que os receber, decidir, após seu
recolhimento, sobre o reconhecimento, observado
o procedimento previsto neste artigo. Se um requerente solicitar uma informação pes-
soal dizendo que ele será usada para uma pesquisa,
Art. 60 O pedido de acesso a informações pessoais ele só deverá usá-la para isso, sendo proibida a utili-
observará os procedimentos previstos no Capítulo zação para fim diferente do afirmado.
IV e estará condicionado à comprovação da identi-
dade do requerente. § 2º Aquele que obtiver acesso às informações pes-
Parágrafo único. O pedido de acesso a informações soais de terceiros será responsabilizado por seu
pessoais por terceiros deverá ainda estar acompa- uso indevido, na forma da lei.
nhado de:
I - comprovação do consentimento expresso de que CAPÍTULO VIII
trata o inciso II do caput do art. 55, por meio de Das Entidades Privadas sem Fins Lucrativos
procuração;
II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58;
Art. 63 As entidades privadas sem fins lucrativos
Para acessar informação pessoal, deverá ser com- que receberem recursos públicos para realização
provada que a informação: de ações de interesse público deverão dar publici-
dade às seguintes informações:
z Está sendo utilizada com o intuito de prejudicar I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
processo de apuração de irregularidades, conduzi- II - relação nominal atualizada dos dirigentes da
do pelo Poder Público, em que o titular das infor- entidade; e
mações for parte ou interessado; ou III - cópia integral dos convênios, contratos, termos
z Que as informações pessoais não classificadas de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos con-
estiverem contidas em conjuntos de documentos gêneres realizados com o Poder Executivo federal,
necessários à recuperação de fatos históricos de respectivos aditivos, e relatórios finais de prestação
maior relevância. de contas, na forma da legislação aplicável.
§ 1º As informações de que trata o caput serão
III - demonstração do interesse pela recuperação de divulgadas em sítio na Internet da entidade priva-
fatos históricos de maior relevância, observados os da e em quadro de avisos de amplo acesso público
procedimentos previstos no art. 59; ou em sua sede.
§ 2º A divulgação em sítio na Internet referida no
A demonstração de interesse é feita da forma que §1º poderá ser dispensada, por decisão do órgão ou
acabamos de ver: entidade pública, e mediante expressa justificação
da entidade, nos casos de entidades privadas sem
z Órgão ou entidade poderá solicitar a universida- fins lucrativos que não disponham de meios para
des, instituições de pesquisa ou outras entidades realizá-la.
com notória experiência em pesquisa historiográ- § 3º As informações de que trata o caput deverão
fica a emissão de parecer sobre a questão. ser publicadas a partir da celebração do convênio,
z Publicação de extrato da informação, com descrição contrato, termo de parceria, acordo, ajuste ou ins-
resumida do assunto, origem e período do conjunto trumento congênere, serão atualizadas periodica-
de documentos a serem considerados de acesso irres- mente e ficarão disponíveis até cento e oitenta dias
trito, com antecedência de no mínimo trinta dias. após a entrega da prestação de contas final.
Na hipótese de documentos de elevado valor As entidades privadas sem fins lucrativos deve-
histórico destinados à guarda permanente, caberá rão disponibilizar em sítio eletrônico:
ao dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à
autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
entidade pública que os receber, decidir, após seu II - relação nominal atualizada dos dirigentes da
recolhimento, sobre o reconhecimento, observado o entidade; e
procedimento previsto neste artigo. III - cópia integral dos convênios, contratos, termos
Na hipótese de documentos de elevado valor de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos con-
histórico destinados à guarda permanente, caberá gêneres realizados com o Poder Executivo federal,
ao dirigente máximo do Arquivo Nacional, ou à respectivos aditivos, e relatórios finais de prestação
autoridade responsável pelo arquivo do órgão ou de contas, na forma da legislação aplicável (serão
entidade pública que os receber, decidir, após seu atualizadas periodicamente e ficarão disponíveis
recolhimento, sobre o reconhecimento, observado o até cento e oitenta dias após a entrega da prestação
102 procedimento previsto neste artigo. de contas final.)
As entidades privadas sem fins lucrativos que não As entidades com personalidade jurídica de direi-
tiverem meios para disponibilizar essas informações, to privado constituídas sob a forma de serviço social
ficam dispensadas. autônomo PODERÃO SER PUNIDAS com:
de direito privado constituídas sob a forma de servi- forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
ço social autônomo, destinatárias de contribuições, II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des-
estarão sujeitas às sanções e aos procedimentos de truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total
que trata o art. 66, hipótese em que a aplicação da ou parcialmente, informação que se encontre sob
sanção de declaração de inidoneidade é de competên- sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimen-
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou da to em razão do exercício das atribuições de cargo,
entidade da administração pública responsável por emprego ou função pública;
sua supervisão. (Incluído pelo Decreto nº 9.781, de III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita-
2019) (Vigência) ções de acesso à informação; 103
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar § 4º A aplicação da sanção prevista no inciso V do
ou permitir acesso indevido à informação sigilosa caput é de competência exclusiva da autoridade
ou informação pessoal; máxima do órgão ou entidade pública.
V - impor sigilo à informação para obter proveito § 5º O prazo para apresentação de defesa nas hipó-
pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de teses previstas neste artigo é de dez dias, contado
ato ilegal cometido por si ou por outrem; da ciência do ato.
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
petente informação sigilosa para beneficiar a si ou CAPÍTULO X
a outrem, ou em prejuízo de terceiros; e Do Monitoramento da Aplicação da Lei
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
mentos concernentes a possíveis violações de direi- SEÇÃO I
tos humanos por parte de agentes do Estado. Da Autoridade de Monitoramento
Deverá ser punido como: Art. 67 O dirigente máximo de cada órgão ou enti-
dade designará autoridade que lhe seja diretamente
z Transgressões militares médias ou graves, se das subordinada para exercer as seguintes atribuições:
Forças Armadas; I - assegurar o cumprimento das normas relativas
z Com suspensão, no mínimo, pela infração admi- ao acesso à informação, de forma eficiente e adequa-
nistrativa, se agente público. da aos objetivos da Lei nº 12.527, de 2011;
II - avaliar e monitorar a implementação do dispos-
to neste Decreto e apresentar ao dirigente máximo
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o
de cada órgão ou entidade relatório anual sobre o
militar ou agente público responder, também, por
seu cumprimento, encaminhando-o à Controlado-
improbidade administrativa, conforme o disposto
ria-Geral da União;
nas Leis nº 1.079, de 10 de abril de 1950 , e nº
III - recomendar medidas para aperfeiçoar as nor-
8.429, de 2 de junho de 1992.
mas e procedimentos necessários à implementação
Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que
deste Decreto;
detiver informações em virtude de vínculo de qual-
IV - orientar as unidades no que se refere ao cumpri-
quer natureza com o Poder Público e praticar con-
mento deste Decreto; e
duta prevista no art. 65, estará sujeita às seguintes
V - manifestar-se sobre reclamação apresentada
sanções:
contra omissão de autoridade competente, observa-
I - advertência;
do o disposto no art. 22.
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;
IV - suspensão temporária de participar em licita- No caso de omissão de resposta ao pedido de aces-
ção e impedimento de contratar com a administra- so à informação, o requerente poderá apresentar
ção pública por prazo não superior a dois anos; e reclamação. No prazo de dez dias à autoridade de
V - declaração de inidoneidade para licitar ou con- monitoramento deverá se manifestar no prazo de
tratar com a administração pública, até que seja cinco dias, contado do recebimento da reclamação.
promovida a reabilitação perante a autoridade que
aplicou a penalidade. Seção II
§ 1º A sanção de multa poderá ser aplicada junta- Das Competências Relativas ao
mente com as sanções previstas nos incisos I, III e Monitoramento
IV do caput.
Art. 68 Compete à Controladoria-Geral da União,
A advertência, rescisão do contrato com o poder observadas as competências dos demais órgãos e
público e suspensão temporária de participar em entidades e as previsões específicas neste Decreto:
licitação e impedimento de contratar com a adminis- I - definir o formulário padrão, disponibilizado em
tração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos meio físico e eletrônico, que estará à disposição no
PODEM ser aplicadas junto com a multa. sítio na Internet e no SIC dos órgãos e entidades, de
acordo com o § 1º do art. 11;
II - promover campanha de abrangência nacional de
§ 2º A multa prevista no inciso II do caput será apli-
fomento à cultura da transparência na administra-
cada sem prejuízo da reparação pelos danos e não
ção pública e conscientização sobre o direito funda-
poderá ser:
mental de acesso à informação;
I - inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem superior a
III - promover o treinamento dos agentes públicos e,
R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), no caso de pes-
no que couber, a capacitação das entidades privadas
soa natural; ou
sem fins lucrativos, no que se refere ao desenvolvi-
II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem supe-
mento de práticas relacionadas à transparência na
rior a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso
administração pública;
de entidade privada. IV - monitorar a implementação da Lei nº 12.527,
§ 3º A reabilitação referida no inciso V do caput de 2011, concentrando e consolidando a publicação
será autorizada somente quando a pessoa natu- de informações estatísticas relacionadas no art. 45;
ral ou entidade privada efetivar o ressarcimento V - preparar relatório anual com informações refe-
ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e rentes à implementação da Lei nº 12.527, de 2011, a
depois de decorrido o prazo da sanção aplicada ser encaminhado ao Congresso Nacional;
com base no inciso IV do caput. VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especial-
mente o cumprimento dos prazos e procedimentos; e
Só poderá se relacionar novamente com a admi- VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Pre-
nistração pública, a pessoa física ou entidade privada sidência da República, diretrizes e procedimentos
que ressarcir o poder público dos danos causados complementares necessários à implementação da
104 pela infração. Lei nº 12.527, de 2011.
Art. 69 Compete à Controladoria-Geral da União e ao
Ministério da Economia, observadas as competências DECRETO Nº 1.171, DE 1994
dos demais órgãos e entidades e as previsões específi-
cas deste Decreto, por meio de ato conjunto: (Redação Ética no Serviço Público é uma matéria que possui
dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019) duas partes, quais sejam: teoria e jurídica.
I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de A parte teórica não será o enfoque de nossos estu-
divulgação de informações ao público, fixando pra- dos, pois ela não foi expressamente cobrada nos edi-
zo máximo para atualização; e tais do referido concurso. O estudo da origem da ética,
II - detalhar os procedimentos necessários à busca, da moral, seus aspectos filosóficos, esses pontos não
estruturação e prestação de informações no âmbito são importantes no presente momento.
do SIC. Vamos nos aprofundar mais na parte jurídica da
matéria. De início, cumpre apontar alguns pontos
A Controladoria-Geral da União e o Ministério da importantes do Código de Ética Profissional do Ser-
Economia são as entidades responsáveis pela fiscali- vidor Público Federal, disposto na parte anexa do
zação e implementação da LAI! Decreto nº 1.171, de 1994.
restrição de acesso)! regras de conduta que todo servidor público deve ter,
no exercício de suas atribuições.
Art. 73 A publicação anual de que trata o art. 45 São ao todo treze regras deontológicas, e, por sua
terá início em junho de 2013. importância, é necessário vê-las e fazer alguns comen-
tários, uma a uma.
Art. 74 O tratamento de informação classificada
resultante de tratados, acordos ou atos internacio- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
nais atenderá às normas e recomendações desses ciência dos princípios morais são primados maio-
instrumentos. res que devem nortear o servidor público, seja no 105
exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que IV- A remuneração do servidor público é custeada
refletirá o exercício da vocação do próprio poder pelos tributos pagos direta ou indiretamente por
estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como
serão direcionados para a preservação da honra e contrapartida, que a moralidade administrativa se
da tradição dos serviços públicos. integre no Direito, como elemento indissociável de
sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como
z Dignidade e decoro possuem definições muito consequência, em fator de legalidade.
similares. Significa agir com respeito às institui- A moralidade se integra com o Direito no sentido
ções. É se comportar de acordo com a função que o de que para que o ato seja considerado legítimo e cor-
profissional ocupa; reto, precisa obedecer ao princípio da moralidade.
z Zelo é a dedicação do servidor ao serviço; A moralidade é exigida justamente pelo fato de
z Eficácia é a capacidade que o servidor tem de que todos custeiam a remuneração do servidor públi-
resolver os problemas concernentes ao seu servi- co. Por isso, qualquer pessoa pode “cobrar” a morali-
ço, gerando resultados positivos; dade do servidor.
z Consciência dos princípios morais é ter conhecimen-
to da ordem moral, da ética, do respeito mútuo etc. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público
perante a comunidade deve ser entendido como acrés-
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
Ao dizer que a dignidade, decoro, zelo, eficácia e
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
consciência dos princípios morais são primados maio- ser considerado como seu maior patrimônio.
res, significa que tais características devem servir de
base para a atuação do servidor tanto no exercício do Assim, ao servidor público que trabalha com moral
serviço público quanto fora dele. Conforme aludido e dignidade também se destina as benesses resultan-
pelo inciso I, os atos, comportamentos e atitudes de tes do seu próprio trabalho, ou seja, do êxito dos atos
todos os servidores serão direcionados a fim de preser- públicos praticados, visto que ele também é cidadão
var a honra e a tradição dos serviços públicos, pois o dentro do Estado Democrático.
servidor representa o Estado perante toda a sociedade.
VI - A função pública deve ser tida como exercício
profissional e, portanto, se integra na vida particu-
II - O servidor público não poderá jamais desprezar
lar de cada servidor público. Assim, os fatos e atos
o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
conceito na vida funcional.
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
e o desonesto, consoante as regras contidas no art. Significa que o servidor público pode ter o seu
37, caput, e § 4°, da Constituição Federal. conceito na vida funcional afetado pelo seu compor-
tamento na vida particular. O que ele faz na vida pri-
Um exemplo de hipótese em que o servidor des- vada é importante para a Administração Pública. Por
preza o elemento ético de sua conduta é aquela em isso, não pode o servidor, por exemplo, apresentar-se
que o ele age com base no pensamento “se a lei não embriagado para o trabalho, ainda que ele tenha inge-
me proíbe, então eu posso fazer isso”. O servidor rido bebida alcoólica fora do horário de serviço.
público precisa conhecer as necessidades do seu ser-
viço, sobretudo aquelas de natureza ética, ele não VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
pode apenas se submeter à vontade da lei (se apegar tigações policiais ou interesse superior do Estado
e da Administração Pública, a serem preservados
demais ao princípio da legalidade). Deve decidir prin-
em processo previamente declarado sigiloso, nos
cipalmente entre o honesto e o desonesto.
termos da lei, a publicidade de qualquer ato admi-
nistrativo constitui requisito de eficácia e moralida-
III - A moralidade da Administração Pública não de, ensejando sua omissão comprometimento ético
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo contra o bem comum, imputável a quem a negar.
ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem
comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalida- A publicidade é um fator de legalidade. Para que o
de, na conduta do servidor público, é que poderá ato possa ser considerado eficaz, ele deve ser público,
consolidar a moralidade do ato administrativo. de conhecimento de todos. Além disso, ainda que tais
informações não tenham sido abertas para o público,
Ressalta-se que a moralidade está prevista no ela deve ser concedida para todos aqueles que a soli-
caput do art. 37 da CF, de 1988, como um princípio citarem. Esse é o mandamento geral da Lei de Acesso
norteador da Administração Pública. à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de
Perceba que nem todo o ato que é legal é moral. 2011). A publicidade está intimamente ligada à noção
Por exemplo, quando um servidor é removido de sua de transparência, pois um ato público é muito mais
função pelo seu superior sob o fundamento de que a fácil de sofrer controle fiscalizatório por parte da
sua nova unidade de trabalho está com carência de população do que um ato sigiloso.
servidor. Contudo, a remoção ocorreu unicamente
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
com a finalidade de punir o servidor.
não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
Ainda que exista o instituto da remoção do servi-
aos interesses da própria pessoa interessada ou
dor público, o motivo que a ensejou não é moral. Desta da Administração Pública. Nenhum Estado pode
maneira, o equilíbrio entre a legalidade e a moralida- crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo
de diz respeito ao fato de que o servidor público deve do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que
primar pelo bem comum de todas as pessoas alcança- sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
106 das pelos seus atos administrativos executados. quanto mais a de uma Nação.
Essa regra dispõe sobre o dever do servidor público XIII - O servidor que trabalha em harmonia com
de falar a verdade, ele não pode dela se omitir, ou falsifi- a estrutura organizacional, respeitando seus cole-
ca-la, ainda que tal verdade seja contrária aos seus inte- gas e cada concidadão, colabora e de todos pode
resses, da Administração, ou até mesmo do interessado. receber colaboração, pois sua atividade pública
O erro e a mentira não podem ser considerados é a grande oportunidade para o crescimento e o
bases de uma Nação, tampouco da conduta do servi- engrandecimento da Nação.
dor público.
O referido inciso refere-se a postura que deve ser
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo adotada pelos servidores públicos no exercício de
dedicados ao serviço público caracterizam o esfor- suas funções para que seja mantido o bom funciona-
ço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga mento da administração pública.
seus tributos direta ou indiretamente significa cau-
sar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano Principais Deveres do Servidor Público
a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,
deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não Os deveres e proibições presentes no Código de Éti-
constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às ca muito se assemelham com os deveres e proibições
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens dispostos no seu Estatuto (Lei nº 8.112, de 1990). Toda-
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, via, ganham um contorno especial quando analisados
seu tempo, suas esperanças e seus esforços para sob o enfoque da ética no serviço público.
construí-los.
Vejamos, primeiro, os deveres fundamentais do
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à
servidor público, dispostos no inciso XIV:
espera de solução que compete ao setor em que
exerça suas funções, permitindo a formação de
XIV - São deveres fundamentais do servidor público:
longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na
prestação do serviço, não caracteriza apenas ati- a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
tude contra a ética ou ato de desumanidade, mas função ou emprego público de que seja titular;
principalmente grave dano moral aos usuários dos b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição
serviços públicos. e rendimento, pondo fim ou procurando priori-
tariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra
A noção de disciplina apresentada no inciso IX é inter-
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
pretada por meio dos parâmetros: cortesia, boa vontade,
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de
cuidado e o tempo dedicados ao serviço público. evitar dano moral ao usuário;
A regra mencionada traz as noções de dano moral c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda
e dano material que podem ser causados pelo servi- a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
dor. Quem trata mal particular que busca atendimen- quando estiver diante de duas opções, a melhor e a
to do servidor está lhe causando dano moral, e deverá mais vantajosa para o bem comum;
ressarcir o particular. Ao mesmo tempo, caracteriza
também como dano moral a espera demasiada em O bem comum aparece múltiplas vezes no Código
longas filas de atendimento. de Ética. Deve ser o objetivo principal, a finalidade
O dano material configura-se quando o servidor primordial do servidor.
causar dano a qualquer bem e/ou equipamento per-
tencente ao patrimônio público, seja por descuido ou d) jamais retardar qualquer prestação de contas,
de propósito (dolo e culpa). condição essencial da gestão dos bens, direitos e
serviços da coletividade a seu cargo;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
ordens legais de seus superiores, velando atenta- A prestação de contas das autoridades públicas é
mente por seu cumprimento, e, assim, evitando a uma forma de oferecer maior transparência sobre os
conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e gastos anuais feitos pelos mesmos.
o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis
de corrigir e caracterizam até mesmo imprudência e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
no desempenho da função pública. aperfeiçoando o processo de comunicação e conta-
to com o público;
Aqui estabelece-se um dever de obediência às f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
ordens legais do superior do servidor público. Assim, princípios éticos que se materializam na adequada
toda ordem de seu superior que for considerada ile- prestação dos serviços públicos;
gal, ele tem o dever de, além de não obedecer, de g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-
representar contra o referido ato. Os repetidos erros, ção, respeitando a capacidade e as limitações indi-
o descaso e o acúmulo de desvios, somados, resultam viduais de todos os usuários do serviço público, sem
na imprudência administrativa. qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,
LEGISLAÇÃO
h) alterar ou deturpar o teor de documentos que As atribuições das Comissões de Ética são as seguintes:
deva encaminhar para providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- z Orientar e aconselhar sobre a ética profissional do
site do atendimento em serviços públicos; servidor, do tratamento com as pessoas e com o
patrimônio público;
É a hipótese em que servidor mente para o parti- z Conhecer concretamente, de imputação ou de pro-
cular apenas porque não quer realizar o seu devido cedimento susceptível de censura (inciso XXII);
serviço com diligência e rapidez. z Fornecer aos órgãos de pessoal registros sobre a
conduta ética dos servidores (inciso XVIII).
j) desviar servidor público para atendimento a inte-
resse particular;
As demais regras a respeito da Comissão de Ética
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen-
Pública serão vistas em momento posterior. Seu Regi-
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
mento Interno está disposto na Resolução nº 4, de
pertencente ao patrimônio público;
2001, da própria CEP.
Isso não significa que o servidor não pode retirar Por fim, o inciso XXIV dispõe sobre quais pessoas
documentos ou livros ou bens, nunca. Deve, entretan- podem ter o seu comprometimento ético apurado, isso
to, pedir autorização para fazê-lo. é, quem é considerado “servidor público”, aos olhos do
Código de Ética.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas Para fins de apuração do comprometimento ético,
LEGISLAÇÃO
no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró- entende-se por servidor público todo aquele que,
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros; por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora preste serviços de natureza permanente, temporária
dele habitualmente; ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira,
desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer
Tal aspecto foi apresentado em uma regra deontoló- órgão do poder estatal, como as autarquias, as funda-
gica. A vedação faz uma menção ao termo “habitualmen- ções públicas, as entidades paraestatais, as empresas
te”, o que significa que não pode o servidor apresentar-se públicas e as sociedades de economia mista, ou em
embriagado todos os dias, ou com muita frequência. qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado. 109
Essa definição de servidor público não se encaixa Pronome de tratamento adequado
completamente com a definição utilizada em Direito
Art. 2º O único pronome de tratamento utiliza-
Administrativo, pois a sua finalidade é distinta: ser-
do na comunicação com agentes públicos federais é
ve para apurar o comprometimento ético do profis- “senhor”, independentemente do nível hierárquico,
sional. O elemento que mais chama atenção é que o da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
servidor público, nesse caso, é aquele que presta ser- Parágrafo único. O pronome de tratamento é fle-
viços de natureza permanente, temporária ou excep- xionado para o feminino e para o plural.
cional, ainda que sem retribuição financeira. Assim,
os empregados regidos pelo regime celetista, o ter- Formas de tratamento vedadas
ceirizado que presta apoio processual, o consultor, o
estagiário, os particulares que atuam em serviços de Art. 3º É vedado na comunicação com agentes
públicos federais o uso das formas de tratamento,
notas e registros, todas essas pessoas podem não ser
ainda que abreviadas:
servidores públicos em sentido estrito, mas terão seu 1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
comprometimento ético apurado. 2. Vossa Senhoria;
3. Vossa Magnificência;
4. doutor;
5. ilustre ou ilustríssimo;
6. digno ou digníssimo; e
DECRETO Nº 9.758, DE 2019 7. respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endere- pronomes de tratamento de que trata o caput,
çamento nas comunicações com agentes públicos da mediante invocação de normas especiais referentes
administração pública federal. ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribui- do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo
ção que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea
ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente
“a”, da Constituição, DECRETA: caso haja erro na forma de tratamento empregada.
Objeto e âmbito de aplicação
Endereçamento de comunicações
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de trata-
mento empregada na comunicação, oral ou escri- Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigi-
ta, com agentes públicos da administração pública das a agentes públicos federais não conterá prono-
federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder me de tratamento ou o nome do agente público.
Executivo Federal), e sobre a forma de endereça- Parágrafo único. Poderão constar o pronome de
mento de comunicações escritas a eles dirigidas. tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimô- destinatário nas hipóteses de:
nias das quais o agente público federal participe. 1. a mera indicação do cargo ou da função e do
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto: setor da administração ser insuficiente para a iden-
tificação do destinatário; ou
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo
2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente
efetivo;
público específico.
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças
auxiliares;
Vigência
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário; Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e de 2019.
aos presidentes de empresas públicas e sociedades Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência
de economia mista; e 131º da República.
6. aos empregados terceirizados que exercem ativi- JAIR MESSIAS BOLSONARO
dades diretamente para os entes da administração
pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de fun-
ções de confiança; LEI FEDERAL Nº 8.666, DE 1993
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierár-
quico, incluídos os Ministros de Estado; e NOÇÕES GERAIS DE LICITAÇÃO
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica: A Administração tem a faculdade de realizar con-
1. às comunicações entre agentes públicos federais tratos com particulares. Porém, ao contrário do que
e autoridades estrangeiras ou de organismos inter- ocorre na esfera privada, o Poder Público não pode
nacionais; e escolher livremente quem deve contratar, seja para a
2. às comunicações entre agentes públicos da admi- compra e fornecimento de materiais ou para a pres-
nistração pública federal e agentes públicos do tação de um serviço com relevante interesse públi-
Poder Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal co. Por ser uma pessoa jurídica de direito público,
de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério os imperativos da isonomia, da impessoalidade e
Público ou de outros entes federativos, na hipótese da indisponibilidade do interesse público obrigam
de exigência de tratamento especial pela outra par- a Administração à realização de um processo públi-
te, com base em norma aplicável ao órgão, à entida- co para a seleção mais imparcial possível da melhor
110 de ou aos ocupantes dos cargos. proposta, garantindo igualdade de condições a todos
que queiram concorrer para a eventual celebração do Por ser um tema bastante técnico e preciso, o
contrato. Esse é o processo denominado licitação, pre- conhecimento da lei seca é essencial para qualquer
visto no art. 37, XXI, da Constituição Federal. concursando. A matéria legislativa sobre o procedi-
Assim, podemos conceituar a licitação como o procedi- mento licitatório, na realidade, é bastante vasta. Pro-
mento administrativo em que ocorre a seleção da melhor curamos dar maior destaque à Lei n° 8.666, de 1993,
proposta, de modo imparcial a todos os interessados. que dispõe sobre as normas gerais de licitação, e à Lei
As finalidades das licitações são diversas, algumas n° 10.520, de 2002, que introduziu o pregão como uma
dispostas no art. 3° da Lei n° 8.666, de 1993. Segundo o nova modalidade de licitação a todos os entes federati-
referido dispositivo legal, a licitação tem por finalidade: vos. Todavia, também gostaríamos de destacar outros
instrumentos legais, como a Lei n° 8.883, de 1994, a Lei
z Buscar a melhor proposta, promovendo maior com- n° 11.079, de 2004, que institui as Parcerias Público-
petitividade entre os potenciais contratados, com a -Privadas ou PPPs, a Lei n° 9.472, de 1997 que institui
finalidade de almejar o negócio mais vantajoso; duas modalidades de licitação exclusivas da ANATEL, o
z Oferecer uma igualdade de condições aos interes- pregão e a consulta; e o Decreto n° 9.412, de 2018, que
sados em contratar com o Poder Público, em aten- atribui novos valores quanto ao preço de algumas for-
dimento à isonomia e à impessoalidade, desde que mas licitatórias.
atendam as condições previamente fixadas no ins-
trumento convocatório; e LEI GERAL DE LICITAÇÕES – LEI N° 8.666, DE 1993
z A promoção do desenvolvimento nacional sustentá-
vel, introduzido posteriormente pela Lei n° 12.349, Como forma de regulamentar o inciso XXI do art. 37
de 2010, envolvendo aspectos econômicos, sociais e da CF, de 1988, a Lei de Licitações (Lei n° 8.666, de 1993)
ambientais. Infere-se, com isso, que as licitações atual- é uma lei de âmbito nacional que institui normas gerais
mente podem apresentar outros objetivos, como o sobre licitações e contratações feitas pela Administração
cumprimento de uma função social, o impedimento Pública, sendo aplicável a todos os entes da Federação.
do desmatamento desnecessário, entre outros. Importante, por isso, conhecer os seus principais dispo-
sitivos, bastante exigidos em concursos públicos.
A finalidade do desenvolvimento nacional sus-
Pressupostos da Licitação
tentável foi primeiramente denotada pela doutrina,
porém, podemos perceber várias medidas novas na
Ressalvadas as hipóteses de contratação direta defini-
legislação adotadas no procedimento licitatório que
das na legislação, a celebração de contratos administrati-
evidenciam essa nova faceta do mesmo. Dentre essas
vos exige a prévia realização de procedimento licitatório.
medidas, destaca-se a referência para os produtos
Considerando ser uma disputa que visa a obtenção da
manufaturados, pela indústria nacional (art. 6°, XVII,
melhor proposta à luz do interesse público, a licitação só
Lei n° 8.666, de 1993) e a produção interna, bem como
pode ser instaurada mediante o preenchimento de certos
os produtos manufaturados e serviços nacionais (art.
pressupostos, que podem ser definidos como:
6°, XVIII, Lei n° 8.666, de 1993) resultantes de desen-
volvimento e realizações tecnológicas no País. Pode
z Pressuposto lógico: para ocorrer um procedimen-
haver, inclusive, uma equiparação entre os produtos
to licitatório, faz parte da sua lógica a existência
e serviços nacionais com aqueles prestados pelo Mer-
de pluralidade de objetos e de ofertantes, sem os
cado Comum do Sul (Mercosul).
quais torna inviável a competitividade inerente
Sobre a natureza jurídica, a doutrina classifica, da licitação. Ausente o pressuposto lógico, a licita-
de forma quase unânime, a licitação como um pro- ção torna-se inexigível. É o caso, por exemplo, da
cedimento administrativo. É um procedimento, uma compra de equipamentos fornecidos por produtor
vez que se manifesta por uma sequência ordenada de exclusivo (art. 25, I, Lei n° 8.666, de 1993);
atos. Não pode ser considerado um processo, pela ine- z Pressuposto Jurídico: caracteriza-se pela conve-
xistência de partes litigantes. A ênfase em dizer que niência e oportunidade do procedimento licitató-
a licitação é um procedimento administrativo advém rio. A licitação deve ser útil e trazer vantagem para
do fato de que, por muito tempo, houve quem susten- a Administração, bem como atender ao interesse
tasse ser a licitação um instituto de Direito Financei- público. Caso contrário, é preferível uma contra-
ro, e não de Direito Administrativo. Essa diferença no tação direta. A ausência desse pressuposto torna
enquadramento do instituto implicava em uma alte- a licitação inexigível ou dispensável. É o caso, por
ração dos princípios aplicáveis e a mudança da com- exemplo, da compra de bens de valor inferior a R$
petência para editar leis sobre a matéria. 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
Sobre a competência legislativa do instituto, o z Pressuposto Fático: por razões óbvias, é também
art. 22, XXVII, da CF, de 1988 atribui como competên- imprescindível o comparecimento dos interessa-
cia privativa da União legislar sobre normas gerais dos em participar da licitação. Se ninguém com-
de licitação e contratações, em todas as modalidades, parecer, ou se ninguém apresenta uma proposta
para as administrações públicas diretas, indiretas, válida (que atenda aos requisitos exigidos no edi-
LEGISLAÇÃO
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito tal), a licitação é considerada deserta ou fracassa-
Federal e Municípios. Todavia, a doutrina denota que, da, respectivamente. A ausência do pressuposto
em se tratando de competência da União para editar fático implica em dispensa da licitação, na forma
“normas gerais”, cabe aos Estados, aos Municípios e do art. 24, V, da Lei n° 8.666, de 1993;
ao Distrito Federal a edição de regras específicas para z Pressuposto Orçamentário: alguns autores tam-
suplementar essas normas gerais. Por isso, a doutrina bém elencam a obediência ao orçamento público
crê que a competência para legislar sobre licitações, como um pressuposto essencial do procedimento
na verdade, é concorrente, e o referido dispositivo licitatório. Nos termos do art. 7°, § 2°, III e IV, da
deveria estar expresso no art. 24 da CF, de 1988. Lei de Licitações, as obras e os serviços somente 111
poderão ser licitados quando houver previsão de
recursos orçamentários que assegurem o pagamen- Importante!
to das obrigações decorrentes de obras ou serviços a As autarquias profissionais possuem o dever de
serem executadas no exercício financeiro em curso, licitar. Contudo, isso não se aplica à OAB. O STF
de acordo com o respectivo cronograma; bem como pacificou entendimento de que a OAB não é uma
quando o produto dela esperado estiver contempla- autarquia, mas uma entidade sui generis. Por
do nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de isso a OAB não é obrigada a licitar.
que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando
for o caso. Vale destacar, também, o texto do art. 14
da mesma Lei, que dispõe que nenhuma compra Outro ponto que merece destaque é a questão
será feita sem a adequada caracterização de seu das empresas públicas e sociedades de economia
objeto e indicação dos recursos orçamentários para mista. Pelo texto constitucional (art. 173, § 1°, CF, de
seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e res- 1988), as empresas estatais possuem o dever de lici-
ponsabilidade de quem lhe tiver dado causa. tar. Porém, uma corrente na doutrina, defendida por
Celso Antônio Bandeira de Mello, surge com a ques-
O Dever de Licitar tão das empresas estatais que realizam uma atividade
econômica. A obrigatoriedade de licitar, nesses casos,
A quem incumbe a obrigatoriedade de licitar? Essa traria uma grande desvantagem dessas empresas
é uma questão que apresenta diversos desdobramen- estatais, comparado com as demais empresas priva-
das. Por isso, tal corrente defende que as empresas
tos na doutrina, e por isso, precisa ser melhor deta-
estatais que exercem atividade econômica não devem
lhada. Segundo o parágrafo único do art. 1° da Lei
licitar. O próprio art. 173, inclusive, faz menção ape-
n° 8.666, de 1993, que apresenta um rol muito mais
nas as empresas prestadoras de serviço público.
extenso do que o disposto no art. 37, XXI, da Consti- Para efeitos didáticos, as empresas estatais não
tuição Federal, subordinam-se ao regime desta Lei, precisam licitar durante o exercício de sua ativi-
além dos órgãos da Administração Direta, os fundos dade-fim, envolvendo a exploração de atividades
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as econômicas. Contudo, para as suas atividades-meio
empresas públicas, as sociedades de economia mista e (contratação de funcionários de limpeza, vigilância
demais entidades controladas direta ou indiretamen- etc.), é preciso licitar.
te pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Sobre o objeto da licitação, o art. 2° da Lei n° 8.666,
Assim, de modo geral, pode-se dizer que de 1993, determina que a licitação será utilizada para
todos os entes públicos tem um dever de licitar, a compra de bens móveis e imóveis; a contratação de
compreendendo: serviços, incluindo serviços de publicidade e seguro; a
realização de obras de engenharia; locação e alienação
z Os entes da Administração Pública Direta, União, de bens públicos; a outorga de concessão de serviços
Estados, Municípios, Distrito Federal; públicos; e a outorga de permissão de serviços públicos.
z As autarquias, fundações, e agências reguladoras,
enfim, as pessoas jurídicas de direito público da O art. 3°, por sua vez, dispõe sobre a finalidade da
Administração Indireta; licitação:
z As empresas públicas e as sociedades de economia
mista; Art. 3° A licitação destina-se a garantir a obser-
z O Poder Legislativo; vância do princípio constitucional da isonomia, a
z O Poder Judiciário; seleção da proposta mais vantajosa para a adminis-
tração e a promoção do desenvolvimento nacional
z O Ministério Público;
sustentável e será processada e julgada em estrita
z O Tribunal de Contas;
conformidade com os princípios básicos da legali-
z As fundações de apoio; dade, da impessoalidade, da moralidade, da igual-
z As organizações do sistema S etc. dade, da publicidade, da probidade administrativa,
da vinculação ao instrumento convocatório, do
Todos esses entes, de certa forma, fazem parte da julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos”.
Administração Pública, seja porque integram o seu
quadro de pessoas, seja porque prestam serviços de O o referido dispositivo faz uma menção dessa for-
relevante interesse público. ma à obediência de alguns princípios da licitação.
Todavia, alguns desses entes públicos apresentam Por ser a licitação um instituto de Direito Admi-
certas particularidades que os dispensam do dever de nistrativo, deve, obrigatoriamente, obedecer aos
licitar. No caso das Organizações Sociais (OS), o art. princípios inerentes daquele ramo de direito público,
24, XXIV da Lei n° 8.666, de 1993, prevê expressamente dispostos no caput do art. 37 da CF, de 1988. Contudo,
a dispensa de licitação para a celebração de contratos a licitação por si apresenta alguns princípios específi-
de gestão com as OS, pois, apesar de serem entidades cos, que fundamentam a sua forma de ser. Esses prin-
privadas, o tipo de atividade que exercem entende-se cípios são:
não ser exigível à licitação. No caso das Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), z Princípio da isonomia: é o princípio que defen-
apesar de não haver previsão expressa, por ser ins- de a igualdade entre todos os competidores, pois
tituto similar à OS, entende-se também que não há o se encontram na mesma situação. Em decorrência
dever de licitar, exceto para obras, compras, serviços disso, o art. 3°, § 1°, da Lei n° 8.666, de 1993 proí-
e alienações contratados por entidades com recursos be preferências ou distinções dos competidores em
ou bens repassados voluntariamente pela União (art. razão da naturalidade, domicílio ou qualquer outra
112 1°, Decreto n° 5.504, de 2006). circunstância irrelevante para o objeto do contrato;
z P
rincípio da competitividade: como a licitação d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para
serve para buscar a melhor proposta dentre várias pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem
apresentadas, a adoção de medidas que ferem com fornecimento de materiais;
o caráter competitivo do certame é vedada. Assim, e) empreitada integral - quando se contrata um
empreendimento em sua integralidade, compreen-
as exigências de qualificação técnica e econômica
dendo todas as etapas das obras, serviços e insta-
devem se restringir ao que for considerado indis-
lações necessárias, sob inteira responsabilidade
pensável para a garantia do cumprimento das da contratada até a sua entrega ao contratante em
obrigações advindas da licitação; condições de entrada em operação, atendidos os
z Princípio da vinculação ao instrumento convo- requisitos técnicos e legais para sua utilização em
catório: a Administração não pode descumprir as condições de segurança estrutural e operacional
normas e condições do edital, ao qual se acha estri- e com as características adequadas às finalidades
tamente vinculada. Edital mal elaborado causa para que foi contratada;
diversos problemas (art. 41, Lei n° 8.666, de 1993); IX - Projeto Básico - conjunto de elementos neces-
z Princípio do julgamento objetivo: deve-se evitar sários e suficientes, com nível de precisão adequado,
a subjetividade o máximo possível. Apesar de ine- para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo
de obras ou serviços objeto da licitação, elabora-
xistir a possibilidade de um julgamento totalmente
do com base nas indicações dos estudos técnicos
objetivo, os aspectos subjetivos e pessoais devem preliminares, que assegurem a viabilidade técnica
ser mínimos, a fim de pouco interferir no resulta- e o adequado tratamento do impacto ambiental
do do instrumento licitatório; do empreendimento, e que possibilite a avaliação
z Princípio da vedação de oferta de vantagens: é do custo da obra e a definição dos métodos e do
absolutamente vedado ao Estado fazer subsídios prazo de execução, devendo conter os seguintes
ou vantagens baseadas nas ofertas dos demais lici- elementos:
tantes (art. 44, § 2°, Lei n° 8.666, de 1993); a) desenvolvimento da solução escolhida de forma
z Princípio do sigilo das propostas: nos termos do a fornecer visão global da obra e identificar todos
art. 43, § 1°, da Lei n° 8.666, de 1993, os envelopes os seus elementos constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficien-
contendo as propostas dos licitantes não podem
temente detalhadas, de forma a minimizar a neces-
ser abertos, e seu conteúdo não pode ser divulgado
sidade de reformulação ou de variantes durante as
antes do momento adequado. fases de elaboração do projeto executivo e de reali-
zação das obras e montagem;
O art. 6°, por sua vez, trata de algumas definições c) identificação dos tipos de serviços a executar e
iniciais que ajudam a ter uma melhor compreensão da de materiais e equipamentos a incorporar à obra,
matéria. Para todos os efeitos dessa Lei, considera-se: bem como suas especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento, sem
Art. 6° [...] frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, d) informações que possibilitem o estudo e a dedu-
recuperação ou ampliação, realizada por execução ção de métodos construtivos, instalações provisó-
direta ou indireta; rias e condições organizacionais para a obra, sem
II - Serviço - toda atividade destinada a obter frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
determinada utilidade de interesse para a Admi- e) subsídios para montagem do plano de licitação
nistração, tais como: demolição, conserto, ins- e gestão da obra, compreendendo a sua programa-
talação, montagem, operação, conservação, ção, a estratégia de suprimentos, as normas de fis-
calização e outros dados necessários em cada caso;
reparação, adaptação, manutenção, transporte,
f) orçamento detalhado do custo global da obra,
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos
fundamentado em quantitativos de serviços e for-
técnico-profissionais;
necimentos propriamente avaliados;
III - Compra - toda aquisição remunerada
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elemen-
de bens para fornecimento de uma só vez ou
tos necessários e suficientes à execução completa
parceladamente; da obra, de acordo com as normas pertinentes da
IV - Alienação - toda transferência de domínio de Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
bens a terceiros; XI - Administração Pública - a administração dire-
V - Obras, serviços e compras de grande vul- ta e indireta da União, dos Estados, do Distrito
to - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as
(vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea entidades com personalidade jurídica de direito pri-
«c» do inciso I do art. 23 desta Lei; vado sob controle do poder público e das fundações
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o por ele instituídas ou mantidas;
fiel cumprimento das obrigações assumidas por XII - Administração - órgão, entidade ou unidade
empresas em licitações e contratos; administrativa pela qual a Administração Pública
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e opera e atua concretamente;
entidades da Administração, pelos próprios meios; XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulga-
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade ção da Administração Pública, sendo para a União
LEGISLAÇÃO
contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Dis-
regimes: trito Federal e os Municípios, o que for definido nas
a) empreitada por preço global - quando se contra- respectivas leis;
ta a execução da obra ou do serviço por preço certo XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatá-
e total; ria do instrumento contratual;
b) empreitada por preço unitário - quando se con- XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica sig-
trata a execução da obra ou do serviço por preço natária de contrato com a Administração Pública;
certo de unidades determinadas; XVI - Comissão - comissão, permanente ou espe-
c) (VETADO); cial, criada pela Administração com a função de 113
receber, examinar e julgar todos os documentos e O interessante dessas formas de julgamento de
procedimentos relativos às licitações e ao cadastra- propostas é que elas podem ser combinadas umas com
mento de licitantes. as outras, para melhor atender a finalidades distintas.
XVII - produtos manufaturados nacionais - produ- O art. 15 da Lei n° 8.987, de 1995, que dispõe sobre
tos manufaturados, produzidos no território nacio- o regime de concessão e permissão de serviços públi-
nal de acordo com o processo produtivo básico ou cos, apresenta também como modalidades de julga-
com as regras de origem estabelecidas pelo Poder mento de propostas:
Executivo federal;
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no
Art. 15 [...]
País, nas condições estabelecidas pelo Poder Exe-
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser
cutivo federal;
prestado;
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comu-
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao
nicação estratégicos - bens e serviços de tecnologia
poder concedente pela outorga da concessão;
da informação e comunicação cuja descontinui-
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referi-
dade provoque dano significativo à administração
dos nos incisos I, II e VII;
pública e que envolvam pelo menos um dos seguin-
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no
tes requisitos relacionados às informações críti-
edital;
cas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e
V - melhor proposta em razão da combinação dos
confidencialidade.
critérios de menor valor da tarifa do serviço
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento -
público a ser prestado com o de melhor técnica;
bens, insumos, serviços e obras necessários para
VI - melhor proposta em razão da combinação
atividade de pesquisa científica e tecnológica,
dos critérios de maior oferta pela outorga da
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecno-
concessão com o de melhor técnica; ou
lógica, discriminados em projeto de pesquisa apro-
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após
vado pela instituição contratante.
qualificação de propostas técnicas.
Mas a concorrência também deve ser utilizada, O intervalo mínimo entre a expedição da carta-
obrigatoriamente, independentemente de valores -convite e a entrega dos envelopes é de 5 dias úteis.
econômicos, para a compra e venda de bens imóveis, Esquematicamente, temos:
para concessão de direito real de uso, para as licita-
ções feitas em âmbito internacional, nos contratos de VALORES
empreitada e para as concessões de serviços públicos. LIMITE Para obras e
Por envolver diversos objetos licitatórios, a con- (SEGUNDO serviços de Para os demais
corrência apresenta um prazo bem grande, entre a DECRETO engenharia serviços
publicação do edital e a entrega dos envelopes com N°9.412/2018)
as propostas, em comparação com as outras modali- Acima de
CONCORRÊNCIA Acima de
dades. Há um prazo mínimo de 45 dias para a maioria 3.300.000,00 1.430.000,00
das técnicas, sendo de 30 dias apenas para a técnica
de menor preço, pois entende-se que a proposta é TOMADA DE
Até 3.300.000,00 Até 1.430.000,00
PREÇOS
mais simples de se elaborar.
CONVITE Até 330.000,00 Até 176.000,00
Tomada de Preços
Concurso
Com fundamento no art. 22, § 2°, da Lei n° 8.666,
de 1993, a tomada de preços é a modalidade realiza-
Concurso é a modalidade de licitação realizada
da entre interessados já devidamente cadastrados,
entre quaisquer interessados para a escolha de tra-
ou que atendem as condições específicas do edital e balho técnico, científico ou artístico, mediante a ins-
requeiram seu cadastramento em até três dias úteis tituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
antes do recebimento das propostas. Percebe-se, com conforme os critérios dispostos no edital. Tem seu fun-
isso, que o número de competidores é menor, se com- damento disposto no art. 22, § 4°, da Lei de Licitações.
parado com o da concorrência.
A tomada de preços, geralmente, envolve projetos
de vulto médio. Os valores limites para a tomada de Importante!
preços são:
Não confundir com o concurso público, instru-
z Para obras e serviços de engenharia; os valores mento utilizado para o provimento de cargos
das propostas serão de até R$ 3.300.000,00 (três públicos na Administração.
LEGISLAÇÃO
As hipóteses de dispensa de licitação estão pre- patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administra-
vistas primordialmente no art. 24 da Lei n° 8.666, de tivas; o treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; e a
1998. Dos incisos, destaca-se: restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
da Imprevisão serve para equilibrar outra máxima alguém contratado pelo próprio particular.
do Direito dos Contratos, que estabelece que todos os
contratos devem ser cumpridos não importa o que Aplicação de Sanções
aconteça (ou pacta sunt servanda).
A razão para estabelecer valores limites para os Em vez de rescindir o contrato de uma vez, pode
acréscimos e supressões que vierem a ocorrer com o a Administração impor sanções caso o particular não
contrato advém justamente do fato de que a situação cumpra com todos os termos avençados. Mas o parti-
dos negócios pode mudar (“rebus sic stantibus”). O cular pode sempre insurgir contra todas as penalida-
legislador entende que esses limites são o máximo que des, mediante recurso administrativo. 121
Sobre as sanções em espécie, são elas: cláusulas. Diz-se que os contratos que admitem revi-
são regem-se pelo vernáculo do rebus sic stantibus
z Advertência: (“enquanto as coisas se mantiverem nesse estado”),
em oposição ao pacta sunt servanda (“os pactos devem
Multa, podendo ser cumulada com as demais; ser cumpridos”). Nos contratos administrativos apli-
Suspensão para nova licitação ou contrato por ca-se com maior frequência a rebus sic stantibus.
até dois anos; e Possui previsão constitucional (art. 37, XXI, da CF,
Declaração de inidoneidade para participar de
de 1988), que estabelece, no procedimento licitatório,
licitação ou contrato, enquanto perdurarem os
a manutenção das condições efetivas da proposta. O
motivos ou ocorra a reabilitação, após o mesmo
art. 65, II, d, da Lei n° 8.666, de 1993, seguindo essa
prazo da pena anterior.
linha de raciocínio, dispõe que:
A diferença da suspensão para a declaração de ido-
neidade é que, no primeiro caso, terminado o prazo Art. 65 Os contratos regidos por esta Lei poderão
da suspensão, o particular adquire capacitação para ser alterados, com as devidas justificativas, nos
contratar automaticamente. Mas no caso da declara- seguintes casos:
ção de idoneidade, o particular precisa de uma rea- II - por acordo das partes: [...]
bilitação para poder contratar com o Poder Público. d) para restabelecer a relação que as partes pac-
tuaram inicialmente entre os encargos do contra-
Retomada do Objeto tado e a retribuição da administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento,
Alguns serviços públicos não podem parar, dada a objetivando a manutenção do equilíbrio econô-
sua grande importância para a população. Mas o que mico-financeiro inicial do contrato, na hipótese
ocorre quando o particular não pode mais continuar de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis
com a execução do contrato? porém de consequências incalculáveis, retardado-
Para essas hipóteses, a Administração pode assumir res ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
a atividade, por conta própria, para que a população ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato
não seja afetada. Para isso, a retomada do objeto exige do príncipe, configurando álea econômica extraor-
a assunção imediata do objeto do contrato; a ocupação dinária e extracontratual”.
das instalações e pessoal; a execução da garantia con-
tratual; bem como a retenção dos créditos contratuais A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
até o limite dos prejuízos causados. Aquilo que a Admi- poderá ser obtida mediante reajuste ou revisão. Rea-
nistração deveria pagar mensalmente ao particular juste é a terminologia que designa a atualização dos
deixa de fazer até o limite dos prejuízos. valores remuneratórios ante as perdas econômicas ou
majoração de insumos. As regras de reajuste, como já
Restrições à Exceção do Contrato não Cumprido vimos, devem estar previstas no próprio instrumento
contratual.
A exceptio non adimpleti contractus é uma outra A revisão, por sua vez, corresponde às altera-
forma de corrigir o mesmo problema apresentado ções no valor efetivo da tarifa, geralmente sem pre-
anteriormente. Aqui, o contratado deve continuar
visão contratual, utilizado em circunstâncias em que
com a execução do pacto, não importa o que aconteça,
a recomposição por reajuste se torna impossível. Há,
cabendo apenas a suspensão da execução do contrato
se houver paralisação superior a 120 dias ou atraso nesse caso, um aumento real do valor pago ao contra-
nos pagamentos superior a 90 dias. tado, ao contrário do reajuste, que apenas atualiza o
aspecto pecuniário da remuneração.
Equilíbrio Econômico-Financeiro As hipóteses mais comuns para a autorização da
recomposição econômico-financeira do contrato são:
Um aspecto de natureza orçamentária e finan-
ceira muito importante dos contratos administrativos. Alteração Unilateral do Objeto
Também denominada equação econômico-financeira,
consiste em uma garantia estabelecida, no momen- Qualquer modificação, pela Administração Públi-
to da celebração do contrato, para a manutenção do ca, seja quantitativa ou qualitativa, do objeto princi-
equilíbrio dos encargos assumidos e da remuneração pal do contrato, enseja a recomposição do equilíbrio
percebida pelo particular, garantindo a este uma cer- econômico-financeiro. Trata-se de uma circunstância
ta margem de lucro pela execução do negócio. interna do contrato. Exemplo: aumento do número de
Para compreender a manutenção do equilíbrio estações de linha ferroviária a serem construídas.
econômico-financeiro nos contratos administrativos,
é importante salientar a Teoria da Imprevisão. Trata-
Fato do Príncipe
-se de uma corrente, com aplicação também nos ramos
de Direito Privado, que admite que as condições das
É evento externo ao contrato, de natureza geral,
partes podem sofrer alterações desde o início da sua
celebração. Pela ocorrência de algum evento impre- provocado pelo Poder Público. Ocorre quando o pró-
visto pelas partes, pode ocorrer um grande desequi- prio Estado, mediante ato legal, modifica as condições
líbrio na relação contratual, fazendo com que uma do contrato, provocando prejuízo ao contratado. Tal
das partes tenha lucros excessivos, e a outra se pre- interferência gera indenização para o particular pre-
judique ainda mais com a execução do contrato. Por judicado com a alteração unilateral do Estado. Exem-
122 isso, admite-se a possibilidade de revisão de algumas plo: aumento da carga tributária.
Fato da Administração O artigo prevê, também, quais são as causas que justi-
ficam a prorrogação do contrato administrativo. São elas:
Traduz-se em uma conduta irregular praticada
pelo Poder Público, que não necessariamente impede, z Alteração do projeto ou especificações pela
mas pode retardar a execução do contrato. Trata-se de Administração;
ato com caráter específico, relacionado com o próprio
contrato, o que distingue do fato do príncipe. Exem- A grande maioria dos motivos de prorrogação do
plo: a construção de estrada em local residencial em contrato consiste justamente na alteração de seu obje-
que a Administração não providencia mecanismos to. Pode ser que, no início, o particular foi contratado
essenciais à desapropriação daqueles imóveis. para realizar uma construção em uma praça pública,
mas que, eventualmente, a Administração tenha inte-
Álea Econômica Extraordinária resse em realizar uma outra construção, exatamente
igual, mas em outra área do Município.
É o evento externo ao contrato e estranho à vonta-
de das partes. O que difere a álea extraordinária para z Superveniência de fato excepcional ou imprevisí-
o fato do príncipe é que, no último, a alteração con- vel, estranho à vontade das partes, que altere funda-
tratual é gerada por um ato feito pelo próprio contra- mentalmente as condições de execução do contrato.
tante. Já na álea extraordinária, temos um fato gerado
por um membro do Estado que não é o contratante, É aqui que temos a ocorrência de Fato do Príncipe,
mas que mesmo assim acaba ensejando em uma alte- ou de Fato da Administração, ou ainda algum outro
ração contratual. Por ser fato imprevisível e inevitá- fato advindo de caso fortuito ou força maior.
vel capaz de causar desequilíbrio contratual, a álea
extraordinária enseja a revisão tarifária, desde que z Interrupção da execução do contrato ou diminui-
comprovada a imprevisibilidade e estranheza do fato, ção do ritmo de trabalho por ordem e no interesse
bem como o desequilíbrio anormal na equação econô- da Administração;
mico-financeira. Exemplo: em um contrato de trans- z Aumento das quantidades inicialmente previstas
porte de materiais de construção elaborado entre um no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
Município e um particular, houve aumento da carga z Impedimento de execução do contrato por fato ou
tributária sobre o ICMS, um imposto de competência ato de terceiro reconhecido pela Administração
do Estado onde se situa o Município e o contratado. em documento contemporâneo a sua ocorrência.
se público: são os princípios únicos e basilares de nistrativos em que tenha a condição de interessa-
Direito Administrativo, que fundamentam o fato do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos
desse ramo jurídico ser de Direito Público. O inte- neles contidos e conhecer as decisões proferidas;
resse público deve, sempre, se sobrepor aos inte- III - formular alegações e apresentar documentos
resses particulares, o que garante à Administração antes da decisão, os quais serão objeto de conside-
Pública uma série de prerrogativas para perseguir ração pelo órgão competente;
esse fim. Por outro lado, o interesse público é indis- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga-
ponível, não pode o agente público praticar atos do, salvo quando obrigatória a representação, por
com desvios de finalidade força de lei. 125
Como se depreende da leitura do dispositivo, esse Art. 18 É impedido de atuar em processo adminis-
não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo trativo o servidor ou autoridade que:
administrativo não precisa prever todos os direitos do I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
administrado para garantir sua proteção. II - tenha participado ou venha a participar como
perito, testemunha ou representante, ou se tais
Por outro lado, o art. 4º aponta os deveres do
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei-
administrado perante o processo administrativo.
ro ou parente e afins até o terceiro grau;
Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato nor- III - esteja litigando judicial ou administrativamente com
mativo, o artigo apresenta cinco deveres: o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
A Administração Pública apresenta uma dinamici- Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de autoridade
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade
dade muito maior do que o Judiciário, uma vez que
notória com algum dos interessados ou com os res-
pode agir de ofício, isso é, sem a provocação do inte-
pectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins
ressado (art. 5º). até o terceiro grau.
É possível, evidentemente, que o processo admi-
nistrativo possa ser instaurado a requerimento, hipó- Interessante observar que o próprio servidor ou
tese em que deve ser formulado por escrito e conter autoridade julgadora do processo pode se autodecla-
os seguintes dados: rar suspeita.
Art. 6º [...]
I - órgão ou autoridade administrativa a que se Importante!
dirige; Qual seria a diferença de julgamento de impe-
II - identificação do interessado ou de quem o
dimento e uma suspeição? A resposta é bem
represente;
simples: o impedimento são ordens legais, o que
III - domicílio do requerente ou local para recebi-
mento de comunicações;
significa que o seu julgamento está vinculado
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos à palavra da lei. Já o julgamento da suspeição,
e de seus fundamentos; como não há um mandamento para se declarar a
V - data e assinatura do requerente ou de seu suspeição (é recomendado que tais pessoas não
representante. participem do processo), há uma certa margem
de liberdade no julgamento da suspeição, o que
Quando os pedidos de uma pluralidade de inte- evidencia uma maior discricionariedade.
ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
poderão ser formulados em um único requerimento
Da Competência, da Forma, do Tempo e do Lugar
ou reunidos por decisão motivada da autoridade com-
petente, salvo preceito legal em contrário (art. 8º).
Nos termos do art. 20, a competência é irrenun-
Quanto à legitimidade para a instauração do pro-
ciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que
cesso, o art. 9º elenca um rol taxativo de interessados:
foi atribuída como própria, salvo os casos de delega-
ção e avocação legalmente admitidos.
Art. 9º [...]
A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori-
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
dade distribui suas competências para uma entidade
titulares de direitos ou interesses individuais ou no
ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha
exercício do direito de representação;
hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com-
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
direitos ou interesses que possam ser afetados pela
petência poderá ser parcialmente delegada a outros
decisão a ser adotada; órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár-
III - as organizações e associações representativas, quica, em razão de fatores técnicos, sociais, econômi-
no tocante a direitos e interesses coletivos; cos, jurídicos ou territoriais.
IV - as pessoas ou as associações legalmente consti- O art. 22 apresenta, contudo, algumas matérias que
tuídas quanto a direitos ou interesses difusos. não podem ser objeto de delegação, sendo indelegáveis:
Art. 22 [...]
Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi-
I - a edição de atos de caráter normativo;
nistrativo, a referida Lei estabelece algumas hipóteses
II - a decisão de recursos administrativos;
de suspeição e de impedimento. III - as matérias de competência exclusiva do órgão,
Impedimento é uma qualidade que uma pessoa entidade ou autoridade;
tem que, como o próprio nome diz, impede essa pes- IV - as atribuições recebidas por delegação, sal-
soa de participar do processo administrativo. As cau- vo autorização expressa e na forma por ela
126 sas de impedimento estão dispostas no art. 18, in vebis: determinada.
A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção de Quando a matéria do processo envolver assunto de
competências, hipótese em que o órgão ou o titular interesse geral, o órgão competente poderá, mediante
chama para si atribuições de competência de órgão despacho motivado, abrir período de consulta pública
hierarquicamente inferior. É uma hipótese excepcio- para manifestação de terceiros, antes da decisão final,
nal e temporária no processo administrativo, confor- se não houver prejuízo para a parte interessada e ao
me dispõe o art. 24. eficaz andamento do processo (art. 31).
Em relação à forma, a lei citada não atribui A consulta pública é um instrumento de comu-
nenhum requisito solene para o processo adminis- nicação entre a administração e a sociedade, pois
trativo, apenas exige que os atos processuais deverão os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas
ser produzidos por escrito, em vernáculo, com data e e comentários acerca do objeto do processo, ainda
local de sua realização e assinatura da autoridade res- que não sejam a parte diretamente interessada. Não
ponsável (§ 1º, art. 22). Os atos são realizados em dias é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen-
úteis, no horário de funcionamento da repartição na te será utilizada quando for conveniente e oportuno
qual tramita o processo. para a Administração e para o processo em questão.
Sobre o tempo, dispõe o art. 24 que, inexistindo Quando for necessária a prestação de informações
disposição legal específica, os atos do órgão ou auto- ou a apresentação de provas pelos interessados ou
ridade responsável pelo processo e dos administrados terceiros, serão expedidas intimações para esse fim,
que dele participem devem ser praticados no prazo de mencionando-se data, prazo, forma e condições de
cinco dias úteis, salvo motivo de força maior. atendimento (art. 39). Essas intimações são indispen-
Sobre o lugar, os atos do processo devem reali- sáveis para que os interessados e terceiros tenham
conhecimento do processo que está correndo.
zar-se por meio eletrônico ou físico, neste último caso
O art. 42 dispõe sobre os pareceres, que podem
preferencialmente na sede do órgão (art. 25). Os atos
ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou
praticados em processos eletrônicos não dispensam o
não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são
comparecimento do interessado quando necessário,
vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclu-
devendo observar as regras procedimentais do órgão
sões devam ou não ser necessariamente observadas
ou entidade aos quais se destina.
nas decisões proferidas por autoridade competente.
Sobre a comunicação dos atos, é importante des-
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão
tacar o conteúdo do art. 27, in verbis:
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máxi-
mo de quinze dias úteis, salvo norma especial ou com-
Art. 27 O desatendimento da intimação não impor-
provada necessidade de maior prazo. Se um parecer
ta o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a
obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo
renúncia a direito pelo administrado.
fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva
Parágrafo único. No prosseguimento do proces-
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao
so, será garantido direito de ampla defesa ao
atraso. Se um parecer obrigatório e não vinculante dei-
interessado.
xar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá
ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
O parágrafo único desse dispositivo trata de um
sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no
assunto bem simples: é assegurado no processo admi-
atendimento (§ § 1º e 2º, do art. 42).
nistrativo o contraditório e a ampla defesa, igual a o
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito
que acontece no processo judicial.
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo
Porém, o caput do referido artigo traz uma novi-
se outro prazo for legalmente fixado (art. 44).
dade: a falta de defesa técnica, pelo desatendimento
da intimação, não torna o réu revel. Isso porque a
Do Dever de Decidir: Motivação e Desistência
revelia não existe no processo administrativo. Os
efeitos da revelia (no processo judicial) importam no
Segundo o caput do art. 48, a Administração tem
reconhecimento da verdade de todos os fatos alegados o dever de expressamente se pronunciar e emitir
e que não foram contestados pela outra parte. decisão sobre todos os assuntos da sua competência
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis-
Da Instrução: Produção de Provas, Testemunhas, trativos e sobre solicitações, petições, representações
Depoimento, Citação ou reclamações. Lembre-se que o dever de decidir
da Administração tem por fundamento justamente o
A fase de instrução é a etapa do processo admi- direito de petição do administrado.
nistrativo em que temos a produção de provas. As
atividades de instrução destinadas a averiguar e com- Da Decisão Coordenada
provar os dados necessários à tomada de decisão se
realizam de ofício, sem prejuízo do direito dos interes- A decisão coordenada, dentro do processo admi-
sados de propor atuações probatórias. A atuação do nistrativo, é uma novidade que foi introduzida recen-
interessado, quando exigida ou necessária na fase de temente pela Lei nº 14.210, de 30 de setembro de 2021.
LEGISLAÇÃO
instrução, deve ser realizada de modo menos oneroso Sendo assim, sugerimos que redobre sua atenção,
para ele (art. 29). uma vez que o assunto pode ser alvo de questiona-
Os atos de instrução podem ocorrer de forma física mento em prova.
ou por meio eletrônico. Nessa última hipótese, tais atos Antes de adentrar às especificidades do capítu-
serão documentados nos autos do respectivo processo. lo relativo à decisão coordenada, faz-se importante
É absolutamente vedada a obtenção de provas por esclarecer o que se entende por instância coordena-
meios ilícitos. Exemplo: a confissão de um servidor da. Conforme o § 1º, do art. 49-A, essa consiste em
policial sobre apuração de uma transgressão discipli- uma instância colegiada, ou seja, formada por mais
nar, mediante tortura. de um setor ou instituição, podendo ser utilizada com 127
a finalidade de conferir maior celeridade e simplificar Art. 49-A [...]
os processos administrativos por meio da reunião de § 4º A decisão coordenada não exclui a responsa-
todas as autoridades e agentes que possuem a atribui- bilidade originária de cada órgão ou autoridade
ção de instruir técnica e juridicamente o processo e, envolvida.
por fim, decidi-lo.
Além disso, a decisão coordenada ainda está vin-
Vejamos o que o aludido parágrafo dispõe:
culada aos princípios que regem o processo.
Art. 49-A [...]
Art. 49-A [...]
§ 1º Para os fins desta Lei, considera-se decisão
§ 5º A decisão coordenada obedecerá aos princípios
coordenada a instância de natureza interinstitu-
da legalidade, da eficiência e da transparência, com
cional ou intersetorial que atua de forma compar- utilização, sempre que necessário, da simplificação
tilhada com a finalidade de simplificar o processo do procedimento e da concentração das instâncias
administrativo mediante participação concomitan- decisórias.
te de todas as autoridades e agentes decisórios e
dos responsáveis pela instrução técnico-jurídica, No procedimento de decisão coordenada, deverá
observada a natureza do objeto e a compatibilida- ocorrer a observância de alguns princípios administra-
de do procedimento e de sua formalização com a tivos. Ademais, a concentração das instâncias decisórias
legislação pertinente. no processo administrativo visa conferir racionalidade
e buscar o consenso na busca de soluções complexas.
Agora que já conhece o conceito de instância coor-
denada, faz-se possível avançar nos estudos, para Art. 49-B Poderão habilitar-se a participar da deci-
entender o porquê e os requisitos mínimos que possi- são coordenada, na qualidade de ouvintes, os inte-
bilitam o uso do presente instituto jurídico, que, con- ressados de que trata o art. 9º desta Lei.
forme se observa do art. 49-A e seus incisos, são: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
titulares de direitos ou interesses individuais ou no
z A decisão administrativa deve, obrigatoriamen- exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
te, exigir a participação de três ou mais setores,
direitos ou interesses que possam ser afetados pela
órgãos ou entidades; decisão a ser adotada;
z A matéria deve ser relevante — a discussão deve III - as organizações e associações representativas,
girar em torno de algum conteúdo muito impor- no tocante a direitos e interesses coletivos;
tante no âmbito da Administração Pública Federal; IV - as pessoas ou as associações legalmente consti-
z Deve haver discordância entre os atores do pro- tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
cesso, isto é, entre aqueles que devem participar Parágrafo único. A participação na reunião, que
do processo decisório. Tal impasse deve possuir o poderá incluir direito a voz, será deferida por deci-
condão de retardar ou prejudicar o andamento do são irrecorrível da autoridade responsável pela
convocação da decisão coordenada.
processo.
Art. 49-C (VETADO).
Art. 49-D Os participantes da decisão coordenada
Considerando que, muitas vezes, os concursos deverão ser intimados na forma do art. 26 desta Lei.
públicos optam por cobrar a literalidade da lei, veja- Art. 49-E Cada órgão ou entidade participante é
mos o que dispõem o caput e os incisos do art. 49-A: responsável pela elaboração de documento específi-
co sobre o tema atinente à respectiva competência,
Art. 49-A No âmbito da Administração Pública a fim de subsidiar os trabalhos e integrar o proces-
federal, as decisões administrativas que exi- so da decisão coordenada.
jam a participação de 3 (três) ou mais seto- Parágrafo único. O documento previsto no caput
res, órgãos ou entidades poderão ser tomadas deste artigo abordará a questão objeto da decisão
mediante decisão coordenada, sempre que: coordenada e eventuais precedentes.
I - for justificável pela relevância da matéria; e Art. 49-F Eventual dissenso na solução do objeto da
II - houver discordância que prejudique a cele- decisão coordenada deverá ser manifestado duran-
te as reuniões, de forma fundamentada, acompa-
ridade do processo administrativo decisório.
nhado das propostas de solução e de alteração
necessárias para a resolução da questão.
É preciso ter bastante cautela na leitura do enun-
ciado, sobretudo porque o § 6º estabelece algumas Caso ocorra falta de concordância sobre a solução
exceções. Vejamos: do problema que estiver sendo objeto de debate no
processo administrativo quanto à decisão coorde-
Art. 49-A [...] nada, deverão ser manifestados e fundamentados o
§ 6º Não se aplica a decisão coordenada aos proces- motivo do dissenso e propostas alternativas para a
sos administrativos: solução do problema.
I - de licitação;
II - relacionados ao poder sancionador; ou Art. 49-F [...]
III - em que estejam envolvidas autoridades de Parágrafo único. Não poderá ser arguida matéria
Poderes distintos. estranha ao objeto da convocação.
É importante reforçar que a opção pela decisão Todas as conclusões dos trabalhos relativas às
coordenada não acarreta a exclusão da responsabili- decisões coordenadas deverão ser registradas em ata
dade oriunda do órgão ou da autoridade envolvida, com informações específicas, conforme se nota pela
128 conforme prevê o § 4º, do art. 49-A: leitura dos incisos do art. 49-G.
Art. 49-G A conclusão dos trabalhos da decisão O art. 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipóte-
coordenada será consolidada em ata, que conterá se de extinção do processo administrativo: quando
as seguintes informações: exaurida a sua finalidade ou o objeto da decisão se
I - relato sobre os itens da pauta; tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
II - síntese dos fundamentos aduzidos;
superveniente.
III - síntese das teses pertinentes ao objeto da
convocação;
IV - registro das orientações, das diretrizes, das Da Anulação, Revogação e Convalidação
soluções ou das propostas de atos governamentais
relativos ao objeto da convocação; O art. 53 prevê o que a doutrina denomina de auto-
V - posicionamento dos participantes para subsi- tutela administrativa. A Administração deve anular
diar futura atuação governamental em matéria seus próprios atos, quando eivados de vício de legali-
idêntica ou similar; e dade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência
VI - decisão de cada órgão ou entidade relativa à ou oportunidade, em qualquer caso respeitados os
matéria sujeita à sua competência. direitos adquiridos, sem precisar de auxílio ou inter-
§ 1º Até a assinatura da ata, poderá ser complemen-
venção do processo judiciário.
tada a fundamentação da decisão da autoridade ou
do agente a respeito de matéria de competência do Quando um ato é considerado ilegal, significa que
órgão ou da entidade representada. houve um julgamento quanto à legalidade do ato. A
§ 2º (VETADO). palavra da lei é o que importa: se o ato foi praticado
§ 3º A ata será publicada por extrato no Diário fora dos limites legais, deve ser anulado. É esse o ins-
Oficial da União, do qual deverão constar, além do tituto da vinculação. Porém, quando um ato é consi-
registro referido no inciso IV do caput deste artigo, derado inconveniente e inoportuno (mas ainda assim
os dados identificadores da decisão coordenada e legal e legítimo), aqui o administrador tem a escolha de
o órgão e o local em que se encontra a ata em seu manter o ato, ou de extingui-lo mediante a revogação.
inteiro teor, para conhecimento dos interessados. Há um julgamento com base na discricionariedade.
Da Motivação O direito da Administração de anular os atos admi-
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
O art. 50, por sua vez, dispõe sobre a motivação destinatários decai em cinco anos, contados da data
das decisões do processo administrativo. Os atos em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
administrativos deverão ser motivados, com indica- No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
ção dos fatos, dos fundamentos jurídicos e atos proba- de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
tórios, especialmente quando: pagamento (§ 1º, do art. 54).
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem
Art. 50 [...]
lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
sanções; convalidados pela própria Administração (art. 56).
III - decidam processos administrativos de concur-
so ou seleção pública; Dica
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de
processo licitatório; Para saber quais atos podem ser sanáveis, é
V - decidam recursos administrativos; importante relembrar quais são os elementos
VI - decorram de reexame de ofício; dos atos administrativos: competência, obje-
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada to, forma, motivo e finalidade. Os atos podem
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
ser convalidados, se o seu vício recair sobre a
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou competência ou a forma do ato administrati-
convalidação de ato administrativo. vo. Contudo, se o vício recair no motivo, objeto
e a finalidade, por serem vícios insanáveis, não
A motivação deve ser explícita, clara e congruen- podem ser convalidados.
te, podendo consistir em declaração de concordância
com fundamentos de anteriores pareceres, informa- Dos Recursos Administrativos
ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão
parte integrante do ato. Na solução de vários assuntos
Todas as decisões adotadas em processo adminis-
da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecâni-
trativo são passíveis de recurso, caso em que haverá
co que reproduza os fundamentos das decisões, desde
um reexame quanto às questões de legalidade (vincu-
que não prejudique direito ou garantia dos interessa-
lação) e de mérito (discricionariedade) dos atos admi-
dos (§ § 1º e 2º, do art. 50).
nistrativos objeto do litígio.
O art. 51 apresenta a desistência, que é uma das
formas de extinção do processo administrativo. O O recurso será dirigido à autoridade superior por
intermédio da autoridade que proferiu o ato recorri-
LEGISLAÇÃO
1 C
2 E
3 D
4 C
5 B
6 E
7 B
8 B
9 A
10 E
11 E
12 C
13 D
14 E
15 E
16 E
17 C
18 D
19 E
20 D
ANOTAÇÕES
134
Note que é nesses artigos que se proclama o regime
político democrático com fundamento na soberania
popular e garantia da separação de função entre os
governos. Bem como, também se determina os valores
CONSTITUIÇÃO FEDERAL e diretrizes para o ordenamento constitucional.
DE 1988 Fundamentos
O art. 3° da Constituição Federal apresenta os objetivos fundamentais do Estado brasileiro, ou seja, dita os compro-
missos que o Estado tem em relação aos cidadãos, em especial na garantia plena de igualdade entre todos os brasileiros.
José Afonso da Silva observa que (2017), é a primeira vez que uma Constituição relaciona especificamente
os objetivos do Estado brasileiro, que valem como base para as prestações positivas que venham a concretizar a
democracia econômica, social e cultural4.
Dica
Para auxiliar na memorização disponibiliza-se a seguir duas dicas:
� Regra do verbo: observe que todas as primeiras palavras do rol são verbos no infinitivo.
� Mnemônico: CON-GA ER PRO
O rol dos objetivos fundamentais relacionados no art. 3º da CF é um rol meramente exemplificativo, pois se
refere a metas, ou seja, objetivos que o Estado busca alcançar.
O art. 4º da Constituição enumera os princípios fundamentais orientadores das relações internacionais; consa-
gra, ainda, a não subordinação no plano internacional e a igualdade estre os Estados. Vejamos:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Dica
É possível a elaboração de um mnemônico para o referido rol, contudo, nota-se que, por ser extenso o rol, o
mnemônico fica consequentemente também extenso. Assim, fica a seu critério adotar o que for passado
aqui.
Mnemônico: A-IN-Da NÃO COm-PRE-I RE-CO-S
A – autodeterminação dos povos
In – independência nacional
D – defesa da paz
Não – não intervenção
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
z Direitos de Primeira Geração: os quais se traduzem na liberdade quanto à atuação do Estado nas ações de
índivíduo. Aqui estão compreendidos os direitos civis e políticos;
z Direitos de Segunda Geração: aqui compreendidos os direitos decorrente das obrigações do Estado em prol
dos indivíduos (direito à saúde, educação e o direito ao trabalho), tendo como primazia o valor “igualdade”;
z Direitos de Terceira Geração: são os direitos relacionado ao valor “fraternidade”. São direitos que vão além
do indívidual; busca-se o bem coletivo (ex.: direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito
do consumidor e direito ao desenvolvimento).
Dica
Leve em conta os valores compreendidos em cada geração (lema da Revolução Francesa), pois isso também
já foi cobrado em muitas questões de prova.
� 1ª geração — liberdade
� 2ª geração — igualdade
� 3ª geração — fraternidade/solidariedade
Os direitos e garantias fundamentais estão disciplinados no Título II, da CF, de 1988. Em síntese, a norma cons-
titucional divide tais elementos em cinco grupos, a saber:
quentemente, eles são indivisíveis na medida em que, soas com deficiência nos transportes coletivos.
para a garantia de um, pressupõe-se a observância
dos demais. Sendo assim, quando um deles é violado, Art. 5º [...]
os outros também o são. I - homens e mulheres são iguais em direitos e
Por fim, outra característica importante é a limi- obrigações, nos termos desta Constituição;
tabilidade, isto é, os direitos fundamentais não são
O inciso I decorre do direito à igualdade. Trata-se
absolutos, de modo que podem ser limitados sempre
da igualdade entre homens e mulheres. Inicialmen-
que houver uma hipótese de colisão de direitos fun- te, há de se esclarecer que os direitos das mulheres são
damentais. É da limitabilidade que advém a regra de relativamente recentes, de modo que grande parte da
que nenhum direito é absoluto. Por exemplo, mes- legislação anterior à CF, de 1988, estabelecia situações
mo possuindo o direito de locomoção, não é possível diferenciadas entre homens e mulheres, como, por
ingressar em uma propriedade alheia fora das hipó- exemplo, a necessidade de autorização marital para
teses previstas na CF, de 1988 (quais sejam: convite, que a esposa ocupasse cargo público ou exercesse a
desastre, flagrante delito, prestar socorro ou ordem profissão fora do lar e o fato de o marido ser tido como
judicial durante o dia), podendo, inclusive, caracteri- o chefe da sociedade conjugal, competindo a ele, entre
zar o crime de invasão de domicílio. outros deveres, a administração dos bens do casal. 139
Assim sendo, esse inciso foi direcionado tanto Art. 5º [...]
ao legislador, para que corrigisse tais desigualdades IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
legais, como aos operadores do direito, para que não vedado o anonimato;
fossem mais estabelecidos critérios discriminatórios.
Todas as pessoas possuem direito atinentes à liberda-
Atenção! Existem dois tipos de igualdade: a for-
de de foro íntimo, ou seja, de ter convicções religiosas,
mal e a material. A igualdade formal consiste em tra- filosóficas, políticas, entre outras, possuindo, portanto, o
tar a todos de maneira igual, independentemente de direito de pensar. Além disso, possuem direito de expres-
qualquer condição. Já a igualdade material busca a sar livremente esses pensamentos. Assim, o direito à
igualdade de fato, para que todos tenham os mesmos expressão do pensamento, que decorre do direito à liber-
direitos e obrigações. Trata-se, portanto, da igualdade dade de expressão (sendo este fundamento do Estado
efetiva, real, concreta ou situada. Assim, a igualdade Democrático de Direito), está disciplinado no inciso IV.
nada mais é que tratar igualmente os iguais, com os O pensamento em si é absolutamente livre, por ser
mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode pen-
desiguais, na medida de sua desigualdade. sar em que quiser, sem que o Estado possa interferir.
No entanto, quando este pensamento é exteriorizado,
Art. 5º [...] passa a ser possível a tutela e proteção do Estado.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de Cumpre mencionar que é da liberdade de expres-
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; são que decorrem a proibição de censura e a vedação
do anonimato, por exemplo. Portanto, ao mesmo tem-
po que a Constituição assegura a liberdade de mani-
O inciso II decorre do direito à segurança. Trata-se,
festação de pensamento, ela obriga que as pessoas
portanto, da segurança em matéria pessoal estampa-
assumam a responsabilidade pelo que exteriorizam.
da pelo princípio da legalidade. Em síntese, todas as Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada,
pessoas estão submetidas ao império da lei, de modo também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o
que somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou recebimento de denúncias anônimas, contudo, isso
deixar de fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode não impede que o Estado apure de forma sumária a
limitar a vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou verossimilhança das alegações.
não fazer algo, como, por exemplo, o uso obrigatório
de máscaras faciais de proteção. Art. 5º [...]
Ressalta-se que o princípio da legalidade possui V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-
duas facetas, sendo uma delas destinada aos parti- nal ao agravo, além da indenização por dano mate-
rial, moral ou à imagem;
culares e a outra destinada à Administração. A lega-
lidade aplicada ao particular difere-se da legalidade A expressão do pensamento é livre, porém, não é
aplicada à Administração, tendo em vista que ao par- absoluta. Assim, a pessoa é livre para expor sua opinião,
ticular tudo pode se não proibido por lei. Já em rela- porém, atingindo-se a honra de alguém, por exemplo, ela
ção à Administração, seus atos são engessados, sendo poderá ser responsabilizada civil e penalmente. Além
assim, somente pode praticar atos dispostos em lei. disso, a CF, de 1988, estabelece o direito de resposta, ou
seja, o exercício do direito de defesa da pessoa que foi
Art. 5º [...] ofendida em razão da manifestação do pensamento de
III - ninguém será submetido a tortura nem a tra- outra, como, por exemplo, no caso de notícia inverídica
tamento desumano ou degradante; ou errônea. Salienta-se por fim que o direito de resposta
é aplicado tanto à pessoa física quanto à jurídica.
O inciso III decorre do direito à vida, por decor-
rer da violação à integridade humana, tanto física
como psicológica. Torturar5 é causar ao indivíduo Importante!
sofrimento físico ou mental como forma de intimida- O inciso V prevê a indenização por dano material,
ção ou castigo. É, também, utilizar-se de métodos como
moral ou à imagem. De acordo com a Súmula nº
forma de anular a personalidade ou diminuir a capa-
37, do Superior Tribunal de Justiça6, esses danos
cidade física ou metal, mesmo que sem dor. Assim, a
são acumuláveis.
CF, de 1988, veda tanto a tortura como qualquer tipo
de tratamento desumano ou degradante. Temos como
exemplo prático de tal inciso a Súmula Vinculante nº Art. 5º [...]
11, a qual dispõe sobre o uso de algemas, que, se for de VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
forma arbitrária, pode acarretar em tratamento desu- crença, sendo assegurado o livre exercício dos
mano ou degradante. cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de alge-
mas em casos de resistência e de fundado receio de A liberdade de consciência abrange a liberdade
fuga ou de perigo à integridade física própria ou de consciência em sentido estrito, ou seja, a liber-
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifi- dade de pensamento de foro íntimo em questões não
cada a excepcionalidade por escrito, sob pena de religiosas, tais como convicções de ordem ideológica
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou filosófica. Abrange, ainda, a liberdade de crença,
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato isto é, a liberdade de pensamento de foro íntimo em
processual a que se refere, sem prejuízo da respon- questões de natureza religiosa. Com relação à religião,
sabilidade civil do Estado. o inciso VI assegura tanto a liberdade de crença (foro
5 Conceito em conformidade com o art. 2º, da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura.
140 6 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
íntimo), ou seja, de ter uma religião, como a liberdade refere-se ao relacionamento de um indivíduo com
de expressão, isto é, de culto. Além disso, estabelece seus familiares e amigos, quer em seu lar quer em
a liberdade religiosa, ou seja, de mudar de crença ou locais fechados; honra é o atributo pessoal que com-
religião e de manifestação. preende tanto a autoestima (honra subjetiva) quan-
to a reputação de que goza a pessoa no meio social
Art. 5º [...] (honra objetiva); imagem é a expressão exterior da
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação pessoa, ou seja, seus aspectos físicos (imagem-retrato),
de assistência religiosa nas entidades civis e bem como a exteriorização de sua personalidade no
militares de internação coletiva; meio social (imagem-atributo).
O direito de exercício de qualquer atividade O inciso XVI traz outro desdobramento do direito
profissional decorre do direito à liberdade. Trata-se à liberdade: o direito de reunião. Por reunião, enten-
da faculdade de escolher o trabalho que se pretende de-se o agrupamento organizado de pessoas de cará-
exercer. No entanto, é necessário atender às qualifica- ter transitório e voltado para determinada finalidade.
ções profissionais exigidas pela lei, como, por exem- Portanto, é preciso que o evento seja organizado e
preencha os seguintes requisitos: reunião pacífica e
plo, para ser médico, um dos requisitos é ter feito
sem armas; fins lícitos; aviso prévio à autoridade com-
faculdade de Medicina em território nacional ou ter
petente e local aberto ao público.
sido aprovado em exame de revalidação no caso de O STF, quanto à “Marcha da Maconha”, entendeu
faculdade estrangeira. que a passeata é constitucional, assim, compatível
Essa é uma norma constitucional de eficácia con- com o direito de reunião. Contudo, é inadmissível a
tida, ou seja, uma norma que produz todos os efeitos. incitação ao uso de entorpecentes.
No entanto, cabe destacar que uma norma infracons- Atenção! Aviso prévio não se confunde com auto-
titucional (lei) pode conter o seu alcance ao fixar rização. Para se reunir, é preciso, apenas, comunicar
condições ou requisitos para o pleno exercício da pro- à autoridade local, a fim de evitar, por exemplo, que,
fissão, como, por exemplo, a regra de que, para advo- no mesmo local, dia e hora, coincidam agrupamentos
gar, é necessária a aprovação no exame da Ordem dos de pessoas com posicionamentos distintos (exemplo:
Advogados do Brasil. manifestações pró-aborto e contrária ao aborto).
Art. 5º [...]
Art. 5º [...] XVII - é plena a liberdade de associação para fins
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá-
rio ao exercício profissional; A liberdade de associação encontra-se disciplina-
da no inciso XVII. Diferentemente da reunião, a asso-
O inciso XIV disciplina o direito de informação, que ciação não possui caráter transitório. Portanto, se o
é um dos desdobramentos do direito à liberdade. O direi- caráter do agrupamento for permanente, tem-se uma
to à informação possui tríplice alcance, por englobar o associação. É importante mencionar que tanto a reu-
142 direito de informar, de se informar e de ser informado. nião como a associação devem possuir fins pacíficos.
No Brasil, é proibida a associação para fins ilícitos, dos filiados, não bastando que exista autorização em
como, por exemplo, a associação para fins contrários estatuto. Assim sendo, só poderão atuar se devida-
à lei penal. Também é vedada a associação de caráter mente autorizadas pelos associados.
paramilitar, ou seja, a associação civil e desvinculada Além disso, ao contrário da representação, a subs-
do Estado, que se encontra armada e com estrutura tituição judicial ou extrajudicial da associação inde-
similar às instituições militares, de modo a se utilizar pende de autorização, uma vez que, na substituição, a
de táticas e técnicas policiais ou militares para alcan- associação atua em nome próprio, defendendo direito
çar os seus objetivos. alheio (dos associados).
11 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após,
pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com ins-
150 trumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
O inciso LXVII trata da prisão civil por dívida. No entanto, é cabível o HC se a sanção militar tiver
Considera-se prisão civil a medida privativa da liber- sido aplicada de forma ilegal por autoridade incompe-
dade que não possui caráter de pena e que tem como tente ou em desacordo com as formalidades legais ou
finalidade compelir o devedor a satisfazer uma obri- além dos limites fixados em lei.
gação. Atualmente, a única hipótese de prisão por
dívidas é a de caráter alimentar, ou seja, o indivíduo Art. 5º [...]
deixou de pagar a pensão alimentícia devida. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
Por se tratar de uma norma constitucional de efi- proteger direito líquido e certo, não amparado
cácia contida, a prisão do depositário infiel, prevista por habeas-corpus ou habeas-data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
autoridade pública ou agente de pessoa jurídi-
ta em razão das seguintes Súmulas:
ca no exercício de atribuições do Poder Público;
Súmula Vinculante nº 25 (STF) É ilícita a prisão
O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o
civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-
mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liberdade
lidade do depósito.
de locomoção e o habeas data, o acesso e a retificação de
dados, o MS é cabível para os demais direitos, sendo que
Súmula nº 419 (STJ) Descabe a prisão civil do depo-
seu objetivo e alcance é feito por exclusão. Cabe destacar
sitário judicial infiel.
que a lei que disciplina o MS é a Lei nº 12.016, de 2009.
O MS é cabível quando houver direito líquido e
Art. 5º [...] certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste
LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer que os documentos comprobatórios do direito devem
violência ou coação em sua liberdade de loco- acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes
moção, por ilegalidade ou abuso de poder; estiverem em repartição ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen-
O inciso LXVIII traz um dos remédios constitucio- temente, no MS, não há fase instrutória
nais: o habeas corpus (HC). Remédios constitucio- O MS pode ser de duas espécies:
nais são as ações constitucionais previstas na própria
Constituição com a finalidade de reclamar o restabele- z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem
cimento de direitos fundamentais violados. de segurança objetiva cessar constrangimento ile-
O HC é uma dessas ações constitucionais, sendo gal já existente;
utilizado para a tutela da liberdade de locomoção z Mandado de segurança preventivo, cuja ordem
sempre que alguém estiver sofrendo ou na iminência de segurança busca pôr fim à iminência de cons-
de sofrer constrangimento ilegal do seu direito de ir trangimento ilegal a direito líquido e certo.
e vir. Tal ação pode ser utilizada tanto em questões
penais como em questões civis, desde que haja cons- Não cabe MS contra:
trangimento ilegal efetivo ou potencial ao direito de ir
e vir. Exemplo: prisão por débitos alimentares. z Ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo,
Existem três modalidades de HC, quais sejam: independentemente de caução;
z Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
z Habeas Corpus liberatório ou repressivo, em que suspensivo;
a ordem é concedida para fazer cessar o constrangi- z Decisão judicial transitada em julgado.
mento à liberdade de locomoção quando já existente;
z Habeas Corpus preventivo, em que a ordem é Por fim, seu prazo (decadencial) de impetração
concedida quando houver ameaça ao direito de ir é de 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência do
e vir, de modo a impedir que uma pessoa venha a interessado do ato impugnado.
ter restringido seu direito;
z Habeas Corpus de ofício, em que a ordem é con- Art. 5º [...]
cedida pela autoridade judicial sem pedido, quando LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
esta verificar, no curso de um processo, que alguém impetrado por:
está sofrendo ou na iminência de sofrer constrangi- a) partido político com representação no Con-
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 5º [...]
LXXII - conceder-se-á habeas-data:
a) para assegurar o conhecimento de informa-
Importante!
ções relativas à pessoa do impetrante, constan- A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a
tes de registros ou bancos de dados de entidades
boa-fé é sempre presumida.
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Art. 5º [...]
administrativo;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
O habeas data (HD) é o remédio constitucional ciência de recursos;
para a tutela do direito de informação e de intimida-
de do indivíduo, de modo a garantir ao impetrante
O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas
o conhecimento de informações pessoais constantes
as pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deve-
de banco de dados de entidades governamentais ou
rá prestar a assistência jurídica de forma integral e
abertas ao público, bem como o direito de retificação
gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de
dessas informações quando errôneas.
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é recursos financeiros. Esse direito instrumentaliza-se
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é por meio da Defensoria Pública ou por meio do convê-
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: nio com a Defensoria Pública/Ordem dos Advogados
do Brasil através da nomeação de advogado dativo.
Art. 7° (Lei nº 9.507, de 1997) [...]
III - para a anotação nos assentamentos do interes- Art. 5º [...]
sado, de contestação ou explicação sobre dado ver- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro
dadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judiciário, assim como o que ficar preso além do
152 judicial ou amigável. tempo fixado na sentença;
O inciso LXXV visa evitar abusos por parte do Art. 5º [...]
Poder Público ao prever a responsabilidade civil do § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Consti-
Estado nos casos de erro do Poder Judiciário e prisão tuição não excluem outros decorrentes do regime
por tempo além do fixado em sentença. e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do
A responsabilidade civil do Estado será estudada
Brasil seja parte.
posteriormente.
O § 2º estabelece que o rol de direitos e deveres
Art. 5º [...] disposto no art. 5º é exemplificativo e não taxativo.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente Portanto, podem existir outros direitos em outros dis-
pobres, na forma da lei: positivos da CF, de 1988, em outros diplomas legais,
a) o registro civil de nascimento; em tratados internacionais, entre outros.
b) a certidão de óbito;
Art. 5º [...]
Ao garantir a gratuidade das certidões de nasci- § 3º Os tratados e convenções internacionais
mento e óbito, a CF, de 1988, assegura que as pessoas sobre direitos humanos que forem aprovados,
possam ser registradas e possam usufruir dos direitos em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
personalíssimos decorrentes, como, por exemplo, os turnos, por três quintos dos votos dos respec-
direitos de possuir um nome, de poder ser matricula- tivos membros, serão equivalentes às emendas
do em uma escola, entre outros. Assim, a CF, de 1988, constitucionais.
garante que a falta de recursos financeiros não seja
O § 3º estabelece as regras para a incorporação
considerada um obstáculo para o exercício de tais
do tratado internacional que verse sobre direitos
direitos.
humanos. Via de regra, o tratado internacional, após
a sua celebração e assinatura pelo Presidente da Repú-
Art. 5º [...] blica, passa por referendo parlamentar para sua incor-
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-cor- poração. Assim, o Poder Legislativo o aprova, por meio
pus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos de um Decreto Legislativo, e o remete ao Presidente da
necessários ao exercício da cidadania. República para sua ratificação, por meio de Decreto. O
Decreto do Executivo é, por sua vez, promulgado e publi-
O inciso LXXVII trata da gratuidade dos remédios cado em Diário Oficial da União e passa a ter força de lei.
constitucionais de habeas corpus e habeas data. A No caso de tratado sobre direitos humanos, a CF, de
finalidade do dispositivo é garantir o acesso de todas 1988, disciplinou a possibilidade de sua incorporação,
as pessoas a esses remédios constitucionais. seguindo os mesmos procedimentos cabíveis para as
Emendas Constitucionais, ou seja, dois turnos em cada
Art. 5º [...] Casa do Congresso Nacional e aprovação por 3/5 dos votos.
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrati- Deste modo, o tratado passa a ser incorporado, no orde-
vo, são assegurados a razoável duração do pro- namento jurídico, com força de norma constitucional.
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua O § 3º, do art. 5º, da CF, de 1988, foi incluído pela
tramitação. Emenda Constitucional nº 45, de 2004. Portanto, apenas
os tratados incorporados após essa Emenda e seguindo
os parâmetros do dispositivo possuem força de norma
Este inciso trata o princípio da celeridade pro-
constitucional. Para os incorporados anteriormente,
cessual. Desta forma, a CF, de 1988, assegura a todos, caso se refiram aos direitos humanos, são considerados
quer no âmbito judicial, quer no âmbito administra- supralegais. Para todos os demais tratados, força legal.
tivo, a duração razoável do processo, bem como dos
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Art. 5º [...]
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
Art. 5º [...] Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias festado adesão.
fundamentais têm aplicação imediata.
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à pro- Esse parágrafo também foi incluído pela Emenda
teção dos dados pessoais, inclusive nos meios digitais. Constitucional nº 45, de 2004. O Tribunal Penal Inter-
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
z obrigatórios Em regra:
Art. 14 [...]
Condições de Elegibilidade § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
Conforme § 3°, do art. 14, da CF, são condições de afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
elegibilidade, isto é, condições para se eleger a deter- sidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
minado cargo político:
quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato
z Nacionalidade brasileira; eletivo e candidato à reeleição.
z O pleno exercício de direitos
políticos; Acerca do assunto, importante trazer à baila a Súmu-
Elegibilidade z Alistamento eleitoral; la nº 6 do TSE
z Domicilio eleitoral na circuns-
Súmula 6, TSE: São inelegíveis para o cargo de
crição correspondente;
chefe do Executivo o cônjuge e os parentes, indica-
z Filiação partidária.
dos no § 7º do art. 14 da Constituição Federal, do
titular do mandato, salvo se este, reelegível, tenha
A constituição também define a idade mínima que falecido, renunciado ou se afastado definitivamente
cada candidato deve ter, a depender do cargo que do cargo até seis meses antes do pleito.:
deseja se eleger: Na mesma temática, veja a redação da Súmula Vin-
culante nº 18 do STF (de observância obrigatória):
z Presidente e Vice-Presidente da República e Sena-
dor: 35 anos; Súmula vinculante 18-STF: A dissolução da socie-
dade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato,
z Governador e Vice-Governador dos Estados-mem-
não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do arti-
bros e do Distrito Federal : 30 anos; go 14 da ConstituiçãoFederal
z Deputado Federal, Deputador Estadual ou Distri-
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
tal, Prefeito e Vice-Prefeito e Juiz de Paz: 21 anos; Todo inalistável é inelegível, mas nem todo inelegível
z Vereador: 18 anos. é inalistável. Assim, quem não pode votar, como os estran-
geiros e os conscritos durante serviço militar obrigatório,
não pode ser votado, assim como os analfabetos. No entan-
A condição de nacional é um pressuposto para a to, isso não significa que os que não podem ser votados,
de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status necessariamente, não possam votar. Ex.: o analfabeto é
de nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o inelegível, mas não é inalistável, logo, pode votar, embora
poder participar do processo governamental, sobre- seu voto não seja obrigatório, mas não pode ser votado.
tudo pelo voto. Assim, a nacionalidade é condição
Quanto à reeleição e desincompatibilização, a
necessária, mas não suficiente para o exercício da Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade
cidadania. de reeleição para o chefe dos Poderes Executivos fede-
ral, estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sis-
Dica tema americano de reeleição, que permite apenas a
recondução por um período somente, no Brasil, após
Nacional é diferente de cidadão, logo cidadania é o período de um mandato, o governante pode voltar a
diferente de nacionalidade! se candidatar para o posto. 163
Art. 14 [...] Ainda, acerca da suspensão de direitos políticos, o
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Esta- Supremo Tribunal Federal manifesta:
do e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos pode- A suspensão de direitos políticos prevista no art.
rão ser reeleitos para um único período subsequente. 15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
de substituição da pena privativa de liberdade pela
da República, os Governadores de Estado e do Distri-
restritiva de direitos. STF. Plenário. RE 601182/MG,
to Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexan-
tivos mandatos até seis meses antes do pleito.
dre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns geral) (Info 939).
requisitos:
Por fim, concluindo o assunto de direitos políticos,
Art. 14 [...] veja o que dispõe o art. 16, da CF:
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições: Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral entra-
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
afastar-se da atividade; cando à eleição que ocorra até um ano da data de
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
sua vigência.
pela autoridade superior e, se eleito, passará automa-
ticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
PARTIDOS POLÍTICOS
O Mandato eletivo pode ser impugnado:
Os partidos políticos encontram-se disciplinados
Art. 14 [...] no Título II da Constituição Federal, de 1988, que trata
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante sobre os direitos e garantias fundamentais.
a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias conta- Depreende-se por partidos políticos a pessoa jurí-
dos da diplomação, instruída a ação com provas de dica de direito privado que tem por objetivo assegurar
abuso do poder econômico, corrupção ou fraude; e defender os direitos de uma determinada parcela da
§ 11 A ação de impugnação de mandato tramitará população. Em síntese, partido político é aquele for-
em segredo de justiça, respondendo o autor, na for-
mado por diversas pessoas unidas em prol de ideali-
ma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
zações políticas e sociais comuns.
Vejamos o que estabelece a CF, de 1988:
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos
Art. 17 É livre a criação, fusão, incorporação
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem se
dar, respectivamente, de forma definitiva ou temporária. e extinção de partidos políticos, resguardados a
Ocorrerá a perda quando: houver cancelamento da soberania nacional, o regime democrático, o
naturalização por sentença transitada em julgado e no caso pluripartidarismo, os direitos fundamentais
de recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou presta- da pessoa humana e observados os seguintes
ção alternativa (é o caso do serviço militar obrigatório). preceitos:
Já a suspensão ocorre enquanto persistirem os I - caráter nacional;
motivos desta, ou seja, enquanto o indivíduo não o II - proibição de recebimento de recursos finan-
retomar a capacidade civil ele terá seus direitos políti- ceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de
cos suspensos. Readquirindo-a, alcançará, novamente subordinação a estes;
o status de cidadão. Também são passíveis de suspen- III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
são os condenados criminalmente (com sentença tran- IV - funcionamento parlamentar de acordo com
sitado em julgado). Cumprida a pena, readquirem os a lei.
direitos políticos; no caso de improbidade administra-
tiva, a suspensão será, da mesma forma, temporária. O art. 17 correlaciona a importância dos partidos
políticos à soberania nacional, ou seja, ao poder do
Art. 15 É vedada a cassação de direitos políticos, Estado de, como uma unidade de decisão em um terri-
cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: tório, estabelecer o que é de sua competência e o que
I - cancelamento da naturalização por sentença
não lhe cabe decidir.
transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, Dica
enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta A soberania pode ser concebida sob duas óti-
ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; cas: a soberania interna representa o poder do
V - improbidade administrativa, nos termos do art. Estado em relação às pessoas e coisas em seu
37, § 4º. interior (pode-se dizer o direito de impor suas
regras dentro do seu território). Já a soberania
Acerca da suspensão de direitos políticos importa externa representa a igualdade jurídica conferida
destacar o seguinte:
aos Estados (todos os países são juridicamente
Súmula 9, do TSE: A suspensão de direitos políti-
iguais e possuem direitos e obrigações).
cos decorrente de condenação criminal transitada
em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção O art. 17 também diz respeito ao regime democrá-
da pena, independendo de reabilitação ou de prova tico, que tem como o povo a única fonte de legitimi-
164 de reparação dos danos. dade do poder, ou seja, de onde emana todo poder.
O regime democrático pode ser exercido de três Art. 17 [...]
formas: § 1º É assegurada aos partidos políticos auto-
nomia para definir sua estrutura interna e
z De forma direta – pelo próprio povo; estabelecer regras sobre escolha, formação
z De forma indireta – pelos representantes do povo; e duração de seus órgãos permanentes e pro-
visórios e sobre sua organização e funciona-
z De forma semidireta ou participativa – pela combi-
mento e para adotar os critérios de escolha e o
nação os dois critérios.
regime de suas coligações nas eleições majori-
tárias, vedada a sua celebração nas eleições
O regime democrático brasileiro possui caracte- proporcionais, sem obrigatoriedade de vincu-
rísticas da forma indireta e da forma direta. A demo- lação entre as candidaturas em âmbito nacio-
cracia indireta é exercida pelo voto, haja vista que o nal, estadual, distrital ou municipal, devendo
povo é o titular do poder de sufrágio. O voto possui seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
caráter universal, ou seja, todos podem votar, além fidelidade partidária.
de ser direto e secreto, com igual valor, na localida-
de do domicílio eleitoral. O povo participa da esco- Se o caput do art. 17 assegura a liberdade para
lha dos representantes políticos federais, estaduais e criação dos partidos políticos, o parágrafo 1° traz a
municipais (Poder Executivo e Legislativo). cláusula de barreira, também chamada de cláusu-
A democracia direta é exercida por plebiscito, la de desempenho, que se refere à necessidade de
referendo e iniciativa popular (art. 14, I, II e III da desempenho mínimo do partido para que ele conti-
CF, de 1988), bem como por iniciativa compartilhada nue existindo.
(arts. 5º, XXXVIII e LXXIII; 29, XII e XIII; 37, § 3º; 74, § Neste ponto, faz-se necessário algumas observa-
2º; 187; 194, parágrafo único, VII; 204, II; 206, VI e 224 ções. A princípio, o art. 13 da Lei n° 9.096, de 1995, dis-
da CF, de 1988). ciplinava a cláusula de barreira nos seguintes termos:
A diferença entre o plebiscito e o referendo é que
Lei nº 9.096, de 1995
no plebiscito a população é chamada para se mani-
Art. 13 Tem direito a funcionamento parlamentar,
festar antes de o Estado elaborar a lei. Exemplo: o em todas as Casas Legislativas para as quais tenha
plebiscito de 1993 em que a população escolheu entre elegido representante, o partido que, em cada elei-
monarquia e república e entre parlamentarismo e ção para a Câmara dos Deputados obtenha o apoio
presidencialismo. Por outro lado, no referendo o de, no mínimo, cinco por cento dos votos apurados,
Estado faz a legislação e depois a submete à popula- não computados os brancos e os nulos, distribuí-
ção. Exemplo: Estatuto do Desarmamento. dos em, pelo menos, um terço dos Estados, com um
Outro ponto importante refere-se ao pluriparti- mínimo de dois por cento do total de cada um deles.
darismo, que é um dos fundamentos da República
Federativa do Brasil (art. 1°, V, CF, de 1988). Assim, No entanto, em dezembro de 2006, o Supremo Tri-
para assegurar o regime democrático e a representa- bunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucio-
tividade na defesa dos direitos fundamentais, devem nalidade (ADI) n° 1.351, considerou que o art. 13 da
Lei n° 9.096, de 1995, era inconstitucional por violar
coexistir diversas entidades formadas pela livre asso-
o fundamento do pluralismo político, uma vez que
ciação de pessoas e com ideologias comuns.
o artigo 17 assegurava a liberdade para criação dos
Como consequência, a defesa dos direitos fun-
partidos políticos de forma igualitária, ou seja, todos
damentais pode ser efetivada por poderem coexistir
os partidos eram iguais, independentemente do tama-
diversos pensamentos e posicionamentos.
nho e ideologia, de modo a não existir partidos de 1ª
Importante mencionar que o caput do art. 17 trata
e 2ª categoria.
da liberdade na criação, fusão, incorporação e extin-
Ainda no ano de 2006, foi acrescentado pela EC n°
ção, ou seja, o partido é livre para definir sua criação,
52, de 2006, o parágrafo 1° ao art. 17, trazendo o fim
fusão, incorporação e extinção. No entanto, existem
da verticalização, ou seja, de que nas candidaturas
preceitos a serem observados como o caráter nacional federais, estaduais e municipais, os partidos sejam
do partido político (não é possível a existências de par- obrigados a se unirem ou se enfrentarem. Portanto, se
tidos regionais ou locais), a proibição de recebimento dois partidos decidiram se enfrentar no plano federal,
de recursos financeiros de entidade ou governo estran- nada impede que no âmbito estadual, eles possam se
geiros ou de subordinação a estes (o partido político unir. Trata-se da necessidade de maior liberdade das
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
trata de interesse nacional, de modo que não pode pos- agremiações políticas.
suir qualquer vínculo com outro Estado), prestação de Pouco mais de dez anos após a inclusão do pará-
contas à Justiça Eleitoral (que traça suas regras) e fun- grafo 1°, a Emenda Constitucional (EC) n° 97, de 2017,
cionamento parlamentar de acordo com a lei. alterou o dispositivo e acrescentou a ele a cláusula de
Lembre-se: a Lei que disciplina os Partidos Políti- barreira, que era apenas uma previsão legal (decla-
cos é a Lei nº 9.096, de 1995. rada como inconstitucional), para a Constituição
Observa-se, entretanto, que embora a CF, de 1988 Federal, trazendo, assim, a possibilidade de sua imple-
tenha assegurado a livre criação, fusão e incorpora- mentação. Trata-se do denominado ativismo congres-
ção de partidos políticos, esta não é absoluta, visto que sual ou efeito backlash.
se encontra condicionada aos princípios do sistema A cláusula de barreira estabeleceu, por exemplo,
democrático-representativo e do pluripartidarismo. novas normas de acesso dos partidos políticos aos
Como consequência são consideradas constitucionais recursos do Fundo Partidário, bem como ao tempo de
as normas que fortalecem o controle quantitativo propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. Tal
e qualitativo dos partidos, se não houver afronta ao desempenho eleitoral exigido às legendas partidárias,
princípio da igualdade ou cause qualquer ingerência será aplicado de forma gradual até ser concretizado
em seu funcionamento interno. nas eleições de 2030, nos termos da EC nº 97, de 2017. 165
Há de se mencionar, ainda, a vedação à celebração de O parágrafo 3° do art. 17 disciplina a forma de dis-
coligações nas eleições proporcionais prevista no pará- tribuição dos recursos do fundo partidário e direito
grafo 1° ao art. 17 e que esta, nos termos da EC n° 97, de de antena. De acordo com o dispositivo, a distribui-
2017, começou a ser aplicada a partir das eleições de 2020. ção do dinheiro proveniente do fundo partidário e a
A EC nº 97, de 2017 gerou, ainda, o fim das coliga- divisão de tempo de rádio e TV leva em consideração
ções nas eleições proporcionais a partir das eleições a representação do partido na Câmara dos Deputados.
de 2020. Consequentemente, somente é possível haver O Fundo Partidário é um Fundo Especial de Assis-
coligações nas eleições majoritárias, ou seja, para os tência Financeira aos Partidos Políticos que tenham
cargos de Presidente, Governador, Prefeito e Senador. seu estatuto registrado no TSE, bem como a prestação
Art. 17 [...]
de contas regular perante a Justiça Eleitoral. Ele, que é
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem persona- a principal fonte de verbas dos partidos, é constituído
lidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão por dotações orçamentárias da União, multas, penali-
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. dades, doações e outros recursos financeiros estabele-
cidos no art. 38 da Lei n° 9.096, de 1995. Estes valores
Por ser uma pessoa jurídica de direito privado, os são repassados aos partidos políticos por meio do art.
partidos políticos adquirem sua personalidade jurí- 41-A da Lei n° 9.096, de 1995, que assim estabelece:
dica com seu registro em cartório de registros civis,
nos termos do parágrafo 2° do art. 17. Lei nº 9.096, de 1995
A natureza de pessoa jurídica de direito privado Art. 41-A Do total do Fundo Partidário:
também consta do art. 1° da Lei n° 9.096, de 1995. I - 5% (cinco por cento) serão destacados para
Assim, o partido político será criado de acordo com entrega, em partes iguais, a todos os partidos que
a lei civil, ou seja, Código Civil e Lei n° 6.015, de 1973 atendam aos requisitos constitucionais de acesso
(Lei de Registros Públicos) aos recursos do Fundo Partidário; e
Verifica-se, ainda, a necessidade de registro do II - 95% (noventa e cinco por cento) serão distribuí-
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas dos aos partidos na proporção dos votos obtidos na
atenção: o registro no TSE não constitui o partido, última eleição geral para a Câmara dos Deputados.
pois sua natureza é apenas administrativa. Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso
Os requisitos para fundação de partidos políticos II, serão desconsideradas as mudanças de filiação
encontram-se disciplinados na Lei nº 9.096, de 1995 e partidária em quaisquer hipóteses.
na Resolução do TSE nº 23.465, de 2015.
Outro ponto importante é a vedação de doação a
campanhas por pessoas jurídicas. Assim, passou a
Importante! ser proibida que empresas doassem quantidades de
dinheiro ou bens para patrocinar a campanha política
O art. 7°da Lei n° 9.096, de 1995 repetiu o pará- dos pretensos candidatos.
grafo 2° no que se refere à aquisição da perso- Se a doação de pessoas jurídicas a campanha é
nalidade jurídica. No entanto, o parágrafo 1° do proibida, o STF entendeu que esta vedação não se
artigo 7° foi alterado pela Lei n° 13.107, de 2015, estende as pessoas físicas, desde que identificadas.
de modo a trazer regra de limitações quanto às Ressalta-se, todavia, que o Congresso Nacional criou,
assinaturas e tempo mínimo para fusão partidá- então, a figura do doador oculto, que, por sua vez,
ria. Como consequência, foi ajuizada no STF a também foi proibida pelo STF.
ADI n° 5311. O STF considerou que a norma era Importante mencionar, ainda, as regras nos deba-
constitucional e que fortalecia o controle quanti- tes eleitorais e a possibilidade de convite por emis-
tativo e qualitativo dos partidos. Posteriormen- soras. Antes, prevalecia a regra de que os partidos
te a Lei n° 13.165, de 2015, alterou o parágrafo, que não possuíam o número mínimo de representan-
de modo a incluir a necessidade para a criação tes na Câmara dos Deputados, mas possuíam um can-
didato forte e que estivesse bem colocado na disputa
de partidos políticos de assinaturas diferentes,
eleitoral, este somente poderia participar dos debates
como mecanismo de evitar que se conseguis-
se todos os outros candidatos concordassem. Ocorre,
se a quantidade necessária para criação de um
porém, que o STF relativizou a regra e permitiu que o
partido político e, posteriormente, as mesmas convite de participação nos debates poderia partir das
pessoas criassem outros partidos decorrentes próprias emissoras.
deste primeiro. No que se refere à representação, o STF entende
que o tempo a ser considerado é o da representação
do partido na Câmara dos Deputados as vésperas da
Art. 17 [...]
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo eleição e não o resultado da última eleição. Exemplo: o
partidário e acesso gratuito ao rádio e à tele- DEM elegeu muitos deputados federais em 2014, mas
visão, na forma da lei, os partidos políticos que muitos deles migraram para o PSD, que não existia
alternativamente: nesta eleição. Assim, se prevalecesse a tese da eleição
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos anterior, o DEM teria muito tempo de rádio, enquanto
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos o PSD não teria nenhum.
votos válidos, distribuídos em pelo menos um É importante lembrar que as sátiras e crônicas
terço das unidades da Federação, com um míni- envolvendo os políticos, de acordo com o STF, são pos-
mo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em síveis por decorrer do direito à liberdade de expressão.
cada uma delas; ou
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputa- Art. 17 [...]
dos Federais distribuídos em pelo menos um ter- § 4º É vedada a utilização pelos partidos políti-
166 ço das unidades da Federação. cos de organização paramilitar.
O parágrafo 4° do art. 17, veda a utilização pelos senador), uma vez que os eleitores votam no político
partidos políticos de organização paramilitar. O e não no partido. Como consequência, a fidelidade
objetivo do dispositivo é impedir que o poder políti- partidária passou a ser aplicada somente nas eleições
co seja adquirido pela força e não pelas ideologias e proporcionais (deputados federais, estaduais, distri-
posicionamentos, de modo a garantir que as regras
tais e vereadores).
democráticas sejam respeitadas.
Complementando o dispositivo, o art. 26 da Lei n°
Complementando este parágrafo, o art. 6° da Lei n°
9.096, de 1995 assim estabelece: 9.096, de 1995 estabelece:
Art. 6º É vedado ao partido político ministrar ins- Art. 26 Perde automaticamente a função ou cargo
trução militar ou paramilitar, utilizar-se de organi- que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude
zação da mesma natureza e adotar uniforme para da proporção partidária, o parlamentar que deixar o
seus membros. partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
Portanto, ao regulamentar esse dispositivo consti- Importante é trazer alguns exemplos de exceções
tucional, Lei n° 9.096, de 1995, também proibiu que à perda do mandato. O ex-Deputado Clodovil Her-
partido político ministrasse instrução militar ou para- nandes foi eleito por um partido. No entanto, durante
militar, bem como utilizasse de organização da mesma seu mandato, sofreu situação de grave perseguição
natureza ou adotasse uniforme para seus membros. pessoal devido à sua orientação sexual. Por esta razão,
Art. 17 [...] Clodovil migrou de partido. Analisando o caso, o STF
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os entendeu que, quando Clodovil trocou de partido, ele
requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegura- não perdeu o mandato, uma vez que foi reconhecida a
do o mandato e facultada a filiação, sem perda grave perseguição. No entanto, após o seu falecimen-
do mandato, a outro partido que os tenha atin- to, o STF fixou o posicionamento de que a vaga não
gido, não sendo essa filiação considerada para fins seria do partido que o recebeu, mas sim, do partido
de distribuição dos recursos do fundo partidário e
que o elegeu. Já o deputado Alexandre Frota foi expul-
de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.
so do partido pelo qual foi eleito, porém a expulsão
não acarretou a perda do mandato e o deputado man-
Neste ponto, importante tratar da fidelidade par-
tidária. A parte final do § 1°, art. 17, da CF, de 1988 dá teve-se no cargo em outro partido.
autonomia aos partidos políticos para estabelecerem
normas a respeito da fidelidade e disciplina partidá-
rias. Em síntese, considera-se infidelidade partidária
quando alguém muda de partido sem motivo justifica- DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
do. Tal transferência de legenda pode ou não ensejar
na perda o cargo eletivo. DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Estaduais, os Deputados Distritais e os Verea- dente que o Estado detém consistente na capacidade
dores que se desligarem do partido pelo qual para editar e reger suas próprias normas e seu orde-
tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo namento jurídico.
nos casos de anuência do partido ou de outras A finalidade consiste no objetivo maior do Estado
hipóteses de justa causa estabelecidas em lei,
que é o bem comum, conjunto de condições para o
não computada, em qualquer caso, a migração de
partido para fins de distribuição de recursos do desenvolvimento integral da pessoa humana.
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um
acesso gratuito ao rádio e à televisão. objetivo comum, ligados a um determinado território
pelo vínculo da nacionalidade.
Por fim, o parágrafo 6° trata das hipóteses de perda Território é o espaço físico dentro do qual o Esta-
de mandato. A princípio, o STF adotava o posiciona- do exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se
mento de que o mandato pertencia ao partido políti- estabelece e se organiza com ânimo de permanência.
co, ou seja, se o político saísse do partido pelo qual foi A Constituição de 1988 adotou a forma republica-
eleito, o seu mandato seria perdido. Posteriormente, o na de governo, o sistema presidencialista de gover-
STF mudou de entendimento no que se refere às elei- no e a forma federativa de Estado. Note tratar-se de
ções majoritárias (presidente, governador, prefeito e três definições distintas. 167
FEDERAÇÃO Art. 37 A administração pública direta e indi-
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
O federalismo é a forma de Estado marcado essen- dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
cialmente pela união indissolúvel dos entes federativos, aos princípios de legalidade, impessoalidade,
ou seja, pela impossibilidade de secessão, separação. moralidade, publicidade e eficiência e, também,
São entes da federação brasileira: a União; os Estados- ao seguinte:
-Membros; o Distrito Federal e os Municípios.
Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro é Conforme se observa do caput, do art. 37, a Admi-
considerado laico, mantendo uma posição de neutrali- nistração Pública divide-se em Administração
dade em matéria religiosa, admitindo o culto de todas Pública Direta, que é composta pelos quatro entes
as religiões, sem qualquer intervenção. federativos (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal), e Administração Pública Indireta, compos-
FORMA DE ESTADO Federação ta pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de
economia mista e empresas públicas.
FORMA DE GOVERNO República
Via de regra, a Administração Pública submete-se
REGIME DE GOVERNO Democrático a um regime jurídico de direito público, ou seja, a sua
SISTEMA DE GOVERNO Presidencialismo atuação independe da concordância dos administra-
dos, pois se funda na própria soberania estatal.
O regime jurídico de direito público faz com que a
A forma de Estado compreende a organização dos Administração se sujeite a limites, que, por vezes, são
ordenamentos estatais. Exemplos: unitária, federa- mais estritos do que aqueles a que estão submetidos
ção e confederação. Por sua vez, a forma de governo os particulares. Como exemplo, pode-se citar o dever
compreende o conjunto de instituições políticas para de observância da finalidade pública.
a organização e o funcionamento do poder estatal.
Esse regime de prerrogativas e sujeições para a
Exemplos: República e Monarquia.
Administração Pública encontra-se expresso em for-
O regime de governo estabelece as formas de exer-
ma de princípios. De acordo com o dispositivo, são
cício do poder. Exemplo: Democracia e autocracia. E,
princípios que regem a Administração Pública direta
o sistema de governo consiste no modo pelo qual os
e indireta: legalidade, impessoalidade, moralidade,
poderes se relacionam entre si dentro de um Estado.
publicidade e eficiência.
Exemplos: presidencialismo e parlamentarismo.
O Princípio da Legalidade estabelece a sujeição
Art. 18. A organização político-administrativa da da Administração Pública aos mandamentos da lei.
República Federativa do Brasil compreende a União, A legalidade traduz o sentido de que a Administra-
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos ção Pública somente pode fazer o que a lei manda ou
autônomos, nos termos desta Constituição. permite, bem como somente pode proibir o que a lei
§ 1º Brasília é a Capital Federal. expressamente proíbe.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua O Princípio da Impessoalidade traz a neutrali-
criação, transformação em Estado ou reintegração ao dade necessária para o exercício da atividade admi-
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. nistrativa. Destinado tanto ao administrador como ao
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, sub- administrado, esse princípio impõe a objetividade e a
dividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a isonomia da conduta administrativa.
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios O Princípio da Moralidade diz respeito à moral
Federais, mediante aprovação da população direta- administrativa. Segundo ele, os atos da administra-
mente interessada, através de plebiscito, e do Con- ção pública devem ser balizados nas matrizes éticas
gresso Nacional, por lei complementar.
dominantes. A finalidade do princípio é fixar limites
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmem-
à atuação da Administração, evitando, por exemplo, o
bramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,
excesso de poder ou desvio de finalidade.
dentro do período determinado por Lei Comple-
O Princípio da Publicidade exige a divulgação
mentar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios dos atos da Administração Pública com o objetivo
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Via- de permitir o conhecimento e o controle por toda a
bilidade Municipal, apresentados e publicados na sociedade, pois ao administrador compete agir com
forma da lei. Redação dada pela Emenda Constitu- transparência.
cional nº 15, de 1996) Vide art. 96 - ADCT Por fim, o Princípio da Eficiência impõe à Admi-
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito nistração a obrigação de realizar suas atribuições com
Federal e aos Municípios: rapidez, perfeição e rendimento, pois quem adminis-
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, sub- tra gere algo que pertence à sociedade. Assim, cabe
vencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou ao administrador zelar pelos interesses públicos com
manter com eles ou seus representantes relações de plena satisfação do administrado e com o menor custo
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da para a sociedade.
lei, a colaboração de interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
Dica
III - criar distinções entre brasileiros ou preferên-
cias entre si. Para memorizar os princípios, utilize o mnemô-
nico LIMPE:
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Legalidade
Disposições Gerais Impessoalidade
Moralidade
A Administração Pública tem suas regras discipli- Publicidade
168 nadas nos arts. 37 a 41, da CF, de 1988. Eficiência
Art. 37 [...] Art. 37 [...]
I - os cargos, empregos e funções públicas são III - o prazo de validade do concurso público será
acessíveis aos brasileiros que preencham os de até dois anos, prorrogável uma vez, por
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos igual período;
estrangeiros, na forma da lei;
O inciso III traz o prazo de validade do concurso
No que se refere à forma de acesso por brasileiro natura- público, que é de até 2 (dois) anos. Assim sendo, cabe
lizado, há de se esclarecer, inicialmente, que se trata dos car- ao edital definir qual o prazo do concurso, não poden-
gos não privativos de brasileiros natos, uma vez que os do, no entanto, ser superior a 2 (dois) anos.
cargos privativos de brasileiro nato constam expressamente Além disso, é possível a prorrogação do prazo de vali-
no § 3º, art. 12, da CF, de 1988. dade por uma única vez e por igual período, ou seja, se o
Observa-se que os cargos não privativos de brasileiros prazo de validade do edital é de 1 (um) ano, ele somente
natos podem ser preenchidos por brasileiros (natos ou natu- poderá ser prorrogado por 1 (um) ano. Aqui, cabe uma
ralizados) de forma ampla. Vale frisar que pode a lei esta- observação importante: a prorrogação só é possível ser
belecer requisitos limitadores, tais como formação escolar, feita enquanto não expirado o prazo inicial.
idade, entre outros. Em contrapartida, para que o estran- O candidato que for aprovado em concurso público
geiro possa ter acesso a tais cargos, a lei deve especificar as dentro do número de vagas previstas no edital, estando
hipóteses de admissibilidade. tal concurso dentro do prazo de validade, possui o direi-
Há que se fazer, aqui, duas observações quanto à apli- to subjetivo de ser nomeado, assim como a prioridade
cabilidade da norma. Com relação aos brasileiros, a norma na nomeação. Em contrapartida, o candidato aprovado
constitucional é de eficácia contida, ou seja, todos os brasi- fora do número de vagas possui mera expectativa de
leiros têm acesso aos cargos, empregos e funções públicas. A direito à nomeação, devendo submeter-se ao juízo de
norma infraconstitucional pode conter tais efeitos, estabele- conveniência e oportunidade da Administração.
cendo critérios diferenciados. Portanto, todos os brasileiros
têm acesso a todos os cargos, empregos e funções desde que Art. 37 [...]
a norma não restrinja. IV - durante o prazo improrrogável previsto no edi-
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é de efi- tal de convocação, aquele aprovado em concurso
cácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro tenha acesso, público de provas ou de provas e títulos será con-
faz-se necessária norma infraconstitucional regulando a vocado com prioridade sobre novos concursa-
hipótese. Deste modo, os estrangeiros têm acesso somente dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
aos cargos, empregos e funções públicos que a lei autorizar.
O inciso IV regula a hipótese de novo concurso
Art. 37 [...] para o mesmo cargo enquanto os candidatos aprova-
II - a investidura em cargo ou emprego públi-
dos em certame anterior e com prazo de validade não
co depende de aprovação prévia em concurso
expirado ainda não foram convocados. Assim, estabe-
público de provas ou de provas e títulos, de
lece a prioridade de convocação destes em face dos
acordo com a natureza e a complexidade do cargo
novos aprovados.
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;
Importante!
O inciso II estabelece a necessidade de procedi- Segundo entendimento do STF, para gozar da prio-
mento administrativo destinado à seleção das pessoas ridade na nomeação, não basta ao candidato a
que irão ocupar empregos públicos ou cargos públicos
mera aprovação, sendo necessário que ele tenha
de provimento efetivo ou vitalício. Trata-se, portanto,
sido classificado dentro do número de vagas dis-
de uma forma de escolha para atender aos princípios
ponibilizadas no concurso, ou seja, se o edital pre-
da igualdade e da moralidade administrativa, evitan-
viu uma vaga e foram aprovados dois candidatos,
do-se, com isso, que o ingresso no serviço público se dê
somente o primeiro tem prioridade de nomeação.
por critérios de favorecimento pessoal ou nepotismo.
Os concursos públicos devem ser abertos a todos
os interessados. Portanto, não se admite que a seleção Art. 37 [...]
ocorra de forma interna (concursos internos). V - as funções de confiança, exercidas exclusivamen-
Cabe consignar que os concursos públicos podem te por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
ser de provas ou de provas e títulos. Deste modo, cargos em comissão, a serem preenchidos por servi-
não se admite concurso apenas de títulos nem admis- dores de carreira nos casos, condições e percentuais
são sem concurso público. Observa-se, no entanto, mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri-
que existem exceções à regra relativa aos concur- buições de direção, chefia e assessoramento;
sos públicos para os seguintes casos:
O inciso V trata de duas situações distintas: a fun-
z Cargos de mandato eletivo; ção de confiança e o cargo de confiança (em comissão).
z Cargo comissionado; Cargo público é a unidade estrutural e funcional em
z Contratação temporária por excepcional interesse que o servidor exerce suas atribuições e responsabili-
público; dades, ou seja, é o local dentro da estrutura organiza-
z Ex-combatente que tenha efetivamente participa- cional que deve ser atribuído a um servidor. Já função
do de operações bélicas durante a Segunda Guerra pública é a própria atribuição e responsabilidade.
Mundial (inciso I, art. 53, ADCT); Em regra, os cargos públicos somente podem ser
z Outras hipóteses: Ministros ou Conselheiros dos criados, transformados ou extintos por lei. Assim,
Tribunais de Contas; Ministros do STF, do STJ, TSE, cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do
TST e STM; integrantes do quinto Constitucional Poder Executivo, dispor sobre a criação, transforma-
dos Tribunais Judiciários. ção e extinção de cargos, empregos e funções públicas. 169
A iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma função gratificada na administração pública dire-
cargos, varia conforme o caso. Por exemplo, no caso ta e indireta, em qualquer dos Poderes da União,
dos cargos do Poder Judiciário, dos Tribunais de Con- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
tas e do Ministério Público, a lei será de iniciativa dos compreendido o ajuste mediante designações recí-
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais. procas, viola a CF.
Excepciona a regra quando os cargos ou funções
se encontrarem vagos, uma vez que a Emenda Cons- A Súmula Vinculante nº 13 aplica-se apenas aos
titucional nº 32, de 2001, possibilitou a extinção por cargos de natureza administrativa, estando de fora do
meio de decreto do Presidente da República. Com rela- seu âmbito as nomeações para cargos políticos. Exem-
ção aos Governadores e Prefeitos, a extinção do cargo plo: o STF considerou válida a nomeação para o cargo de
vago é possível se houver semelhante previsão nas Secretário Estadual de Transportes de irmão de Gover-
respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas nador de Estado sob a alegação de que o cargo em ques-
(princípio da simetria). tão possuía natureza política (Rcl 6.650-MC-AgR).
No que se refere às garantias e características Por fim, para o exercício da função de confiança,
especiais, os cargos podem ser classificados em vitalí- o pressuposto é que o nomeado já exerça cargo na
cios, efetivos e comissionados:
Administração. Exemplo: um escrevente técnico é
nomeado para a função de assessor do juiz.
z Cargo vitalício é aquele com a maior garantia em
relação à permanência. Trata-se daquele destina-
do a receber o ocupante em caráter permanente,
Importante!
como no caso dos magistrados (inciso I, art. 95, CF,
de 1988), os de membros do Ministério Público (alí- � Função de confiança: deve ser agente público;
nea “a”, inciso I, § 5º, art. 128, da CF, de 1988) e os � Cargo em confiança: pode ou não ser agente
de ministros do Tribunal de Contas (§ 3º, art. 73, CF, público.
de 1988). A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois)
anos de efetivo exercício no cargo e tais servido-
res só poderão ser demitidos por sentença judicial Art. 37 [...]
transitada em julgado; VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
z Cargo efetivo é aquele provido por concurso públi- livre associação sindical;
co, cujos integrantes possuem a estabilidade, ou
seja, após 3 (três) anos de efetivo exercício, só pode- O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º,
rão ser demitidos por decisão judicial transitada em da CF, de 1988. Lembrem-se: ninguém é obrigado a se
julgado, processo administrativo disciplinar ou pro- associar ou a se manter associado.
cesso de avaliação periódica de desempenho;
z Cargo em comissão é aquele preenchido de acordo Art. 37 [...]
com a confiança. Como regra, ele deve ser preenchi- VII - o direito de greve será exercido nos termos e
do preferencialmente por servidores de carreira. nos limites definidos em lei específica;
Portanto, para os demais casos (pessoal de fora da
Administração), a nomeação deve ser exceção. O direito de greve dos servidores públicos é dife-
rente do direito dos demais trabalhadores da inicia-
Além disso, é importante frisar que a nomeação aos tiva privada. Enquanto estes podem interromper
cargos em comissão somente é possível para os cargos completamente suas atividades, o servidor público
de chefia, direção ou assessoramento. Portanto, para precisa garantir que os serviços sejam mantidos e em
as atribuições de execução e, não, para as atribuições percentual que possa atender à população. Trata-se
da aplicação do princípio da continuidade, uma vez
técnicas e operacionais. Exemplo: cabe a nomeação
que não é possível a interrupção total das atividades
para cargo em comissão de Secretário de Transportes,
prestadas pela Administração à população por serem
por demandar conhecimento específico e confiança.
estas essenciais e necessárias à coletividade. Para tan-
Já para o motorista, isso não é cabível, pois, diferente-
to, a Norma Constitucional prevê que os termos e limi-
mente do Secretário, sua atribuição é meramente ope-
tes devem ser estabelecidos em lei.
racional e não demanda a relação de confiança. Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade
Como regra, os cargos em comissão são de livre ao inciso VII. Por essa razão, o STF proferiu a seguinte
nomeação e exoneração (ad nutum). A exceção a essa decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES:
regra é o que se intitula nepotismo (favorecimento
de parentes em detrimento de pessoas mais qualifi- STF, MI 670-ES: Mandado de injunção. Garantia
cadas). Importante salientar que essa prática também fundamental (CF, Art. 5º, inciso LXXI). Direito de
pode ocorrer de forma cruzada. Por exemplo: quando greve dos servidores públicos civis (CF, Art. 37,
autoridades, a fim de omitir o nepotismo, nomeiam inciso VII). Evolução do tema na jurisprudência
para determinado cargo parentes um do outro de do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos
maneira recíproca. parâmetros de competência constitucional para
Vejamos, a seguir, o texto da Súmula Vinculante nº apreciação no âmbito da justiça federal e da jus-
13, do STF, relativa ao tema: tiça estadual até a edição da legislação específica
pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em
Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônju- observância aos ditames da segurança jurídica e à
ge, companheiro, ou parente, em linha reta, cola- evolução jurisprudencial na interpretação da omis-
teral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da são legislativa sobre o direito de greve dos servido-
autoridade nomeante ou de servidor da mesma res públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta)
pessoa jurídica, investido em cargo de direção, dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a
chefia ou assessoramento, para o exercício de matéria. Mandado de injunção deferido para deter-
170 cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de minar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989.
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988: z Integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia
Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Art. 37 [...] Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Dis-
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empre- trito Federal e às Defensorias Públicas da União,
gos públicos para as pessoas portadoras de defi- DF e Territórios e Defensorias Públicas Estaduais
ciência e definirá os critérios de sua admissão; (art. 135, CF);
z Servidores policiais integrantes da Polícia Fede-
O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para ral, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
pessoas com deficiência. Trata-se de uma norma Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos
constitucional de eficácia limitada, ou seja, que depen- de Bombeiros Militares.
de da edição de lei infraconstitucional para poder
gerar os efeitos. Vejamos, a seguir, o texto da Súmula nº 679, do STF:
Com relação à reserva, cumpre salientar que as
atribuições do cargo devem ser compatíveis com a Súmula 679 (STF) A fixação de vencimentos dos
deficiência. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por servidores públicos não pode ser objeto de conven-
cento) das vagas oferecidas no concurso, isto é, a CF, ção coletiva.
de 1988, fixou apenas o limite máximo (teto) do núme-
ro a ser reservado. No que se refere à revisão, o dispositivo trata apenas
O § 1º, art. 37, do Decreto nº 3.298, de 1999, esta- da revisão geral, ou seja, do reajuste anual genérico, que
belece o percentual mínimo de 5% das vagas e, no tem por objetivo repor as perdas inflacionárias do perío-
caso de o número obtido ser fracionado, o número de do, sendo aplicável a todos os servidores. Portanto, não a
vagas será elevado até o primeiro número inteiro sub- confunda com reajuste específico, que é aquele aplicado
sequente, ou seja, arredondado para cima. apenas a alguns cargos ou carreiras funcionais, com a
finalidade de evitar a defasagem remuneratória.
Art. 37 [...]
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por Art. 37 [...]
tempo determinado para atender a necessidade XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
temporária de excepcional interesse público; cargos, funções e empregos públicos da administra-
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
O servidor temporário encontra-se disciplinado de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
no inciso IX. Trata-se de uma categoria à parte, uma Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
vez que não titulariza cargo público nem possui de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, sendo e os proventos, pensões ou outra espécie remu-
regida por regime especial veiculado por meio de lei neratória, percebidos cumulativamente ou não,
específica de cada ente da federação. incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
outra natureza, não poderão exceder o subsídio
O servidor público exerce funções públicas sem
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
ocupar cargos ou empregos públicos e sua contra-
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
tação é por tempo determinado e para atender Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
necessidade temporária de excepcional interesse dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
público. Por exemplo: agente sanitário em caso de Governador no âmbito do Poder Executivo, o
surto de dengue. subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
Art. 37 [...] dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
X - a remuneração dos servidores públicos e limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
poderão ser fixados ou alterados por lei especí- Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
data e sem distinção de índices; Defensores Públicos;
O inciso X trata da remuneração dos servidores Com relação ao teto do funcionalismo público, a
públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, que remu- CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
neração é o gênero, do qual salário, vencimentos e do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune-
subsídios são espécies. Salário é a contraprestação ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do
pecuniária paga aos empregados públicos, regidos Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata
pela CLT. Vencimento é a modalidade remunerató- do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta-
ria da maioria dos servidores submetidos a regime dos, Municípios e Distrito Federal.
jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte-
as vantagens pecuniárias. Já subsídio é uma parcela ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto
única, sem qualquer acréscimo, obrigatória para as único tem, como base, a fixação de um valor máximo
seguintes categorias: estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por
Poderes faz com que cada ente político adote um sub-
z Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos, teto próprio para a fixação dos subsídios.
senadores, deputados, vereadores, magistrados), O Executivo tem, como subteto, os subsídios do
detentores de mandato eletivo, Ministros de Esta- Governador. O Legislativo tem, como subteto, os sub-
do e Secretários Estaduais e Municipais; sídios dos deputados estaduais, que, por sua vez, não
z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas; poderão exceder 75% dos subsídios dos deputados
z Membros do Ministério Público; federais. Por fim, o Judiciário adota, como subteto, o 171
valor de 90,25% dos subsídios do Supremo Tribunal A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
Federal, ressaltando que esse subteto se aplica tão mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
somente aos seus servidores e, não, aos membros da públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
Magistratura, pois a estes é aplicado o teto do Supre- -se da impossibilidade de redução do valor nominal,
mo Tribunal Federal. ou seja, se a remuneração é de R$ 5.000,00, não pode-
rá reduzi-lo para valor inferior. No entanto, é possível
Art. 37 [...] que ocorra a redução real, ou seja, que o poder aquisi-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis- tivo desse valor seja atingido pela inflação.
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; Art. 37 [...]
XVI - é vedada a acumulação remunerada de
A isonomia dos vencimentos dos servidores dos cargos públicos, exceto, quando houver compa-
três Poderes está disciplinada no inciso XII. Sua finali- tibilidade de horários, observado em qualquer
dade é manter a paridade. caso o disposto no inciso XI:
É importante o texto da Súmula Vinculante nº 37, a) a de dois cargos de professor;
do STF: b) a de um cargo de professor com outro técni-
co ou científico;
Súmula Vinculante nº 37 Não cabe ao Poder Judi- c) a de dois cargos ou empregos privativos
ciário, que não tem função legislativa, aumentar de profissionais de saúde, com profissões
vencimentos de servidores públicos sob fundamen- regulamentadas;
to de isonomia.
O inciso XVI trata da vedação de acumulação de
Art. 37 [...] cargos. Como regra, é vedada a acumulação remu-
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de nerada de cargos públicos. No entanto, é possível a
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito acumulação se houver compatibilidade de horários
de remuneração de pessoal do serviço público; entre os cargos e somente em três hipóteses.
A primeira refere-se ao magistério e traz a pos-
A vedação à vinculação e à equiparação de sibilidade de acumular dois cargos de professor
remunerações encontra-se prevista no inciso XIII. (ex.: cargo de professor da rede municipal no perío-
Sobre isso, vejamos o texto da Súmula nº 681: do matutino e cargo de professor da rede estadual no
período noturno).
Súmula nº 681 (STF) É inconstitucional a vincula- A segunda hipótese é a acumulação de um cargo
ção do reajuste de vencimentos de servidores esta- de professor com outro técnico ou científico (ex.:
duais ou municipais a índices federais de correção cargo técnico em enfermagem em hospital estadual
monetária. com carga horária compatível com cargo de professor
de ensino médio estadual).
Atenção! Há duas exceções à regra de não vincu- Por fim, é possível a acumulação de dois cargos
lação, quais sejam: privativos de profissionais da saúde, com profissões
regulamentadas (ex.: cargo de dentista, em um muni-
z A equiparação de vencimentos e vantagens entre cípio, durante o período matutino, com outro cargo de
os Ministros do TCU e do STJ (§ 3º, art. 73, CF, de dentista, em outro município, no período vespertino).
1988);
z A vinculação entre o subsídio dos Ministros dos
Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado Importante!
para os Ministros do STF (inciso V, art. 93, da CF).
Cargos burocráticos não são considerados como
técnicos. Para ser enquadrado como cargo téc-
Art. 37 [...]
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por nico passível de acumulação, é necessária for-
servidor público não serão computados nem mação específica na área de atuação. Portanto,
acumulados para fins de concessão de acréscimos cargo técnico é aquele que requer conhecimento
ulteriores; específico na área de atuação do profissional,
com habilitação específica de grau universitário
O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou ou profissionalizante (ensino médio).
efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
gem seja repetidamente computada para o cálculo das
demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar Em síntese:
que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se z Regra: Não acumulação de cargos públicos
o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo remunerados;
de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu- z Exceção: Acumulação de cargos públicos remune-
lo para a concessão de outra gratificação, como, por rados, quando há compatibilidade de horários e
exemplo, uma gratificação de produtividade. nas seguintes hipóteses:
Para que uma autarquia seja criada, faz-se neces- O inciso XXII traz mais uma regra de prioridade da
sária a autorização legislativa (lei específica), de modo parte fiscal e de arrecadação. Assim, a Administração
a adquirir a personalidade jurídica com a própria lei. tributária de qualquer dos entes da federação possui
Em contrapartida, é preciso lei que autorize a criação recurso prioritário para a realização de suas atividades.
das empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações, devendo, posteriormente, ser registra- Art. 37 [...]
das, a fim de adquirirem a personalidade jurídica. § 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
Ressalta-se, por fim, que, para as fundações, uma lei serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
complementar deve definir as áreas de sua atuação. ter caráter educativo, informativo ou de orien-
tação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção
LEI ESPECÍFICA LEI COMPLEMENTAR
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
� Cria as autarquias e as � Especifica a área de atua-
fundações públicas de di- ção das fundações O § 1º trata das regras de publicidade dos atos,
reito público (já que estas
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
últimas são equiparadas a
autarquias) públicos. Esse dispositivo é consequência direta do
� Autoriza a criação das de- princípio da impessoalidade, pois tal publicidade deve
mais entidades (empresa ser de caráter informativo, educativo ou de orienta-
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
pública, sociedade de eco- ção social, ou seja, a propaganda pública não pode ser
nomia mista e fundações um meio para promoção pessoal.
públicas de direito privado) É por esse motivo que não é permitido ao Governa-
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar
Art. 37 [...] o slogan de campanha após ser eleito, uma vez que
XX - depende de autorização legislativa, em cada vincularia aquela atividade pública a sua pessoa.
caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a Art. 37 [...]
participação de qualquer delas em empresa privada; § 2º A não observância do disposto nos incisos II
e III implicará a nulidade do ato e a punição da
Veja que em relação às subsidiárias e à participa- autoridade responsável, nos termos da lei.
ção em empresa privada há a necessidade de autori-
zação legislativa, independente da vinculação, ou seja, O § 2º traz a responsabilidade do agente público
não importa se é vinculada à entidade que é criada pela não observância da regra de que, para contratação
por lei. Para exemplificar, imaginemos uma subsidiá- de pessoal, o concurso público é indispensável. Conse-
ria XY da autarquia X. A autarquia foi criada por lei, e quentemente, se houver ingresso de pessoal sem o devi-
sua subsidiária foi criada por autorização legislativa. do processo de seleção, haverá nulidade da nomeação, 173
devendo a autoridade sofrer as punições em conformi- Art. 37 [...]
dade com a norma infraconstitucional. Além disso, o § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
prazo de validade do concurso também implica em nuli- as de direito privado prestadoras de serviços
dade da nomeação e responsabilidade do agente. públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
Art. 37 [...] assegurado o direito de regresso contra o respon-
sável nos casos de dolo ou culpa.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação
do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente: O § 6º trata da responsabilidade civil objetiva
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços do Estado, o que significa que o Estado é responsável
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser- civilmente pelos atos praticados por seus agentes ou
viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió- pelos prestadores de serviço público de forma obje-
dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; tiva, isto é, independentemente de culpa. Trata-se da
II - o acesso dos usuários a registros administrati- chamada Teoria do Risco Administrativo.
vos e a informações sobre atos de governo, obser- Portanto, o Estado é responsável quando um de seus
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; agentes, no desempenho da função, gera dano a um ter-
III - a disciplina da representação contra o exercí- ceiro, independentemente da comprovação de dolo
cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun- ou culpa, sendo necessário, apenas, demonstrar o nexo
ção na administração pública. causal da atividade do agente e o dano de terceiro.
Cumpre mencionar, por necessário, que é pos-
O § 3º remete à preocupação do legislador para que sível ao Estado ingressar com ação regressiva para
haja um controle social, de modo a estabelecer meios cobrar do agente o valor que pagou a esse terceiro.
para que qualquer pessoa comunique as irregularida- No entanto, ao contrário do que ocorre com o Esta-
des ou ilegalidades praticadas pelos agentes públicos. do, a responsabilidade do agente é subjetiva, ou seja,
Trata-se, portanto, da possibilidade de controle para para que ele seja responsabilizado civilmente, é pre-
evitar os atos de improbidade administrativa, ou seja, ciso demonstrar que houve dolo ou culpa. Em relação
de condutas ilegais, desonestas, abusivas e incorretas. a isso, vejamos, de forma simples o exposto no fluxo-
grama a seguir:
Art. 37 [...]
§ 4º Os atos de improbidade administrativa
importarão a suspensão dos direitos políticos, Agente causa dano a
a perda da função pública, a indisponibilidade um terceiro por dolo ou
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma culpa
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
penal cabível.
Estado pleiteia o
De acordo com o § 4º, as penalidades para os atos ressarcimento em Terceiro entra com ação
de improbidade são as seguintes: suspensão dos decorrência do fato contra o Estado
direitos políticos; perda de função pública; indispo- praticado pelo terceiro
nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível, ou seja, aplica-se a
penalidade administrativa cumulativamente com a Estado indeniza o
sanção penal (se o fato constituir crime). terceiro lesado
Dica
Para decorar os atos de improbidade administra- Entende-se por pessoa jurídica de direito privado
tiva, memorize o mnemônico PARIS: prestadora de serviços públicos as empresas públicas,
sociedades de economia mista e as concessionárias e
Perda de função pública
permissionárias, isto é, aquelas empresas seleciona-
Ação penal cabível (se for o caso)
das por procedimento licitatório para desempenhar
Ressarcimento ao erário serviço público. Por exemplo: serviço de transporte
Indisponibilidade de bens público urbano.
Suspensão dos direitos políticos
Art. 37 [...]
Art. 37 [...] § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restri-
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis-
para ilícitos praticados por qualquer agente, tração direta e indireta que possibilite o acesso a
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, informações privilegiadas.
ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
O § 7º pressupõe a existência de regras éticas de
Nos termos do § 5º, os prazos prescricionais e as conduta das autoridades da Administração Pública,
ações de ressarcimento serão disciplinadas em lei. de modo a tentar minimizar a possibilidade de con-
Vale lembrar que a lei que disciplina as regras apli- flito entre o interesse privado e o dever funcional.
cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade Ainda, objetiva-se a criação de mecanismos, a fim de
174 administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992. regulamentar o acesso às informações.
Art. 37 [...]
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e Importante!
financeira dos órgãos e entidades da admi- A proibição aplica-se aos servidores públicos
nistração direta e indireta poderá ser amplia- efetivos e aos militares, tanto das Forças Arma-
da mediante contrato, a ser firmado entre seus
das como das Polícias Militares e Corpos de
administradores e o poder público, que tenha por
Bombeiros Militares.
objeto a fixação de metas de desempenho para o
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato; Vejamos a repercussão geral reconhecida com
II - os controles e critérios de avaliação de desem- mérito julgado pelo STF:
penho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes; Há remansosa jurisprudência desta Corte nesse
III - a remuneração do pessoal. sentido, afirmando a impossibilidade da acumula-
ção tríplice de cargos públicos, ainda que os provi-
O § 8º busca alcançar melhores resultados na mentos nestes tenham ocorrido antes da vigência
Administração Pública por meio da criação de novos da EC 20/1998. [...] o art. 11 da EC 20/1998 possi-
instrumentos no âmbito do Direito Público, de modo bilita a acumulação, apenas, de um provento de
aposentadoria com a remuneração de um cargo
a conferir maior autonomia ou estabelecer parcerias
na ativa, no qual se tenha ingressado por concurso
com entidades privadas sem fins lucrativos. Dessas público antes da edição da referida emenda, ainda
medidas, atente-se para o contrato de gestão. que inacumuláveis os cargos. Em qualquer hipóte-
Entende-se por contrato de gestão o contrato admi- se, é vedada a acumulação tríplice de remunera-
nistrativo firmado pelo Poder Público na condição de ções, sejam proventos, sejam vencimentos. (ARE
contratante e entidade privada ou da Administração 848.993 RG)
Indireta, no qual é instrumentalizada parceria.
Art. 37 [...]
Art. 37 [...] § 11 Não serão computadas, para efeito dos limi-
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre- tes remuneratórios de que trata o inciso XI do
sas públicas e às sociedades de economia mis- caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
nizatório previstas em lei.
ta, e suas subsidiárias, que receberem recursos
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pes- O § 11 traz uma regra com relação ao teto e subte-
soal ou de custeio em geral. to do funcionalismo público. Trata-se do não cômputo
das verbas indenizatórias, tais como diárias, ajuda de
custo, entre outras, no limite remuneratório.
As regras com relação ao teto e subteto da remu-
neração são estendidas aos empregados das empresas
Art. 37 [...]
públicas e sociedades de economia mista, bem como § 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput
às suas subsidiárias. No entanto, conforme o dispos- deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distri-
to no § 9º, incidirá sobre as remunerações de direto- to Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda
res de empresas estatais que receberem recursos dos às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
entes da federação para pagamento de despesas de limite único, o subsídio mensal dos Desembarga-
pessoal ou de custeio em geral, como, por exemplo, dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
nos casos da EMBRAPA e da Radiobras. a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre-
O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de
mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
empresas públicas e sociedades de economia mis- Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”,
expressão disposta no § 9º. O dispositivo regulamenta a possibilidade de fixa-
ção do subteto de forma única. Nesse caso, o valor
Art. 37 [...] máximo da remuneração para todo e qualquer servi-
§ 10 É vedada a percepção simultânea de pro- dor corresponderá ao subsídio dos desembargadores
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 do Tribunal de Justiça, ficando de fora desse subteto
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de car- apenas o subsídio dos deputados e dos vereadores.
go, emprego ou função pública, ressalvados os Vejamos a decisão do STF no julgamento da ADI
cargos acumuláveis na forma desta Constitui- 6.221 MC:
ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. A faculdade conferida aos Estados para a regulação
do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da
O § 10 veda a percepção simultânea de proventos CF) não permite que a regulamentação editada com
de aposentadoria com remuneração de cargo, empre- fundamento nesse permissivo inove no tratamento
go ou função pública, ressalvada a hipótese de cargos do teto dos servidores municipais, para quem o art.
37, XI, da CF, já estabelece um teto único.
acumuláveis, na forma da Constituição, cargos eleti-
vos e cargos em comissão. Esse dispositivo foi acres-
Art. 37 [...]
centado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, § 13 O servidor público titular de cargo efetivo
que também resguardou o direito daqueles servidores poderá ser readaptado para exercício de cargo
aposentados que, até a data da promulgação da Emen- cujas atribuições e responsabilidades sejam com-
da, retornaram à atividade antes da proibição. patíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 175
capacidade física ou mental, enquanto permanecer II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
nesta condição, desde que possua a habilitação e do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
o nível de escolaridade exigidos para o cargo de optar pela sua remuneração;
destino, mantida a remuneração do cargo de origem. III - investido no mandato de Vereador, havendo
compatibilidade de horários, perceberá as vanta-
O § 13 trata da possibilidade de readaptação do gens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
servidor público. A readaptação é o provimento deri- da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
vado que consiste na investidura do servidor em cargo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
de atribuições e responsabilidades compatíveis com
anterior;
a limitação que tenha sofrido em sua capacida-
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
de física ou mental verificada em inspeção médica.
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de servi-
Deste modo, o servidor será efetivado em cargo com
ço será contado para todos os efeitos legais, exceto
atribuições semelhantes, respeitando-se a habilitação
exigida, assim como o nível de escolaridade e a equi- para promoção por merecimento;
valência de vencimentos. V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
No caso de inexistir cargo vago, o servidor exercerá de previdência social, permanecerá filiado a esse
suas atribuições como excedente, permanecendo nessa regime, no ente federativo de origem.
situação até a ocorrência de vaga no cargo compatível.
O art. 38 estabelece regras relativas ao servidor
Art. 37 [...] público da Administração direta, autárquica e funda-
§ 14 A aposentadoria concedida com a utiliza- cional que passar a desempenhar cargo eletivo, ou
ção de tempo de contribuição decorrente de seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
cargo, emprego ou função pública, inclusive do
Ao servidor público estadual, quando eleito para
Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o referido cargo eletivo federal, estadual e distrital, aplica-se
tempo de contribuição. a seguinte regra: afastamento do cargo público esta-
dual para se dedicar exclusivamente ao mandato,
O § 14 disciplina o rompimento do vínculo quan- recebendo obrigatoriamente a remuneração do
do o agente público solicita aposentadoria e utiliza-se cargo para o qual foi eleito. Em contrapartida, quan-
do tempo de contribuição decorrente daquele cargo, do o servidor público estadual é eleito para cargo eleti-
emprego ou função pública. Assim, o servidor será vo municipal, podem ocorrer duas situações distintas.
desligado da Administração Pública. Se o cargo é de prefeito, ele será afastado para dedi-
Neste sentido, o agente público que pretende se apo-
cação exclusiva do cargo e pode escolher entre a
sentar não poderá mais continuar a trabalhar no local em
remuneração do cargo público ou do cargo eletivo.
que utilizou o tempo para comprovação de contribuição.
Já se o cargo é de vereador, é necessário saber
Art. 37 [...] se há ou não compatibilidade de horário. Se houver
§ 15 É vedada a complementação de aposenta- compatibilidade de horários, ele não precisa se
dorias de servidores públicos e de pensões por afastar, podendo exercer as duas atividades ao mes-
morte a seus dependentes que não seja decorrente mo tempo, recebendo pelos dois. Se não houver com-
do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
patibilidade, aplica-se a mesma regra do prefeito,
seja prevista em lei que extinga regime próprio de
previdência social.
ou seja, será afastado para dedicação exclusiva do
cargo, podendo escolher entre a remuneração do
O § 15 proíbe toda espécie de complementação que cargo público ou do cargo eletivo.
não seja aquela decorrente de Regime de Previdência
Complementar, como, por exemplo, as complementa- SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL
ções com base na Lei Estadual (São Paulo) nº 200, de
Eleito para cargo federal,
1974, pagas a ex-empregados e a seus dependentes da Eleito para cargo municipal
estadual ou distrital
Nossa Caixa, BANESPA, SABESP, VASP e FEPASA.
Prefeito Vereador
Conforme art. 34, VII, e da CF, constitui princípio z Especialidade: prevalecerá a lei mais específica
sensível à aplicação do mínimo exigido da receita sobre o tema.
resultante de impostos estaduais, compreendida a pro-
veniente de transferências, na manutenção e desenvol- REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
vimento do ensino e nas ações e serviços públicos de
saúde. Nesse sentido, determina o art. 212 da CF que a
O regime jurídico pode ser definido como conjunto
União anualmente deve aplicar, não menos de dezoito,
e os Estados, o DF e os Municípios no mínimo vinte e de normas que irá orientar uma determinada relação
cinco por cento, da receita resultante de impostos, com- jurídica. Vejamos dois exemplos para, desde já, seja
preendida a proveniente de transferências, na manu- possível ter em mente que esse conjunto de normas
tenção e desenvolvimento do ensino. poderá variar de acordo com a situação.
Determina o texto constitucional que a lei estabe- O primeiro deles seria um desentendimento seu com
lecerá o plano nacional de educação com o objetivo de seu vizinho em uma eventual construção irregular, que
articular o sistema nacional de educação em regime extrapola o direito de um e invade o direito do outro.
de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e Num segundo momento, imagine que você foi fla-
estratégias para assegurar a manutenção e o desen- grado por uma viatura policial ao avançar um sinal
volvimento do ensino. vermelho em alta velocidade. 181
Veja que, em que pese caber discussões de defesa Em um Estado de Direito, a vida das pessoas, assim
de direitos em ambos os exemplos, as normas apli- como também do Estado, será pautada no que cons-
cáveis aos casos não são as mesmas. No primeiro tar da lei. No entanto, a interpretação do princípio da
exemplo há uma clara igualdade, o que não ocorre no legalidade terá abordagens diferentes quando olhar-
segundo momento. mos para o particular ou para o agente público.
Para começar a entender o regime jurídico-admi- Vejamos a legalidade aplicável ao particular, cons-
nistrativo, ou seja, o regime jurídico ao qual se submete tante do art. 5º da Carta Magna.
a Administração Pública quando da sua atuação, deve-
remos entender dois princípios, chamados pela doutri- Art. 5º [...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
na em Direito Administrativo de supra princípios:
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
z Supremacia do interesse público;
Veja que o mandamento para o particular é permis-
z Indisponibilidade do interesse público.
sivo. Ele poderá fazer tudo que não estiver proibido em
lei. Será obrigado a algo apenas quando da lei constar.
Com base na supremacia do interesse público serão Essa não é a interpretação do princípio da legalidade
criadas prerrogativas para proteger o interesse públi- para o agente público. Aqui já cabe falar em legalidade
co diante do interesse particular. Exemplo: presunção administrativa. Ao agente público será permitido tudo
de veracidade e legitimidade dos atos administrativos. que a lei autorizar ou mandar. Ou seja, a relação é opos-
Já a indisponibilidade do interesse público irá im- ta. Não é um mandamento permissivo, mas restritivo.
por restrições ao uso da coisa pública, também com in-
tuito de proteção: inalienabilidade condicionada dos Impessoalidade
bens públicos.
Importante ressaltar que a Administração Pública O princípio da impessoalidade, também conhecido
nem sempre estará atuando sob este regime jurídi- como princípio da finalidade, tem como objetivo maxi-
co-administrativo, apesar de esta ser a regra. Have- mizar os resultados da Administração Pública para a
rá situações em que a Administração Pública estará sociedade como um todo. Ele irá impedir, por meio de
atuando de igual para igual com o particular, sujeita cada uma de suas facetas, o direcionamento da atuação
a um regime de direito privado. Portanto, dito isso, do Estado tanto para o interesse de um particular ou
vamos organizar essa parte do raciocínio. um grupo específico de particulares, como para o pró-
prio interesse do agente público tomador de decisão.
z Regime jurídico de direito público: conceito restri- A partir disso temos algumas leituras possíveis
to (regime jurídico-administrativo); para o princípio. Uma delas é a aplicação do princípio
z Regime jurídico de direito privado. da impessoalidade por meio da ausência de qualquer
tipo de promoção pessoal do agente público cometen-
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS te, buscando apenas o interesse público.
Outra leitura possível passará pelo tratamento iso-
Vamos, agora, desenvolver de maneira mais aprofun- nômico dos administrados. A isonomia permite o tra-
tamento diferenciado de acordo com diferenças entre
dada os princípios que já trabalhamos quando do estu-
os administrados. É o que você na reserva de vagas
do do art. 37 da CF. É importante que você saiba que há
para idosos, por exemplo.
princípios expressos em várias outras normas que não
Portanto, temos dois tipos de isonomia, a saber:
são a CF, de 1988. Conheceremos aqui apenas os cons-
tantes do caput do art. 37. Vejamos a sua literalidade.
z Isonomia horizontal: pessoas em situações seme-
lhantes devem ser tratadas da mesma forma;
Art. 37 A administração pública direta e indireta
z Isonomia vertical: pessoas em situações diferentes
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
podem ter tratamentos distintos.
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
Moralidade
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
A moralidade administrativa estará intimamente
ligada ao conceito de certo e errado, honesto e deso-
Veja que a aplicabilidade do caput é bastante am-
nesto, extrapolando a letra fria da lei. No entanto, não
pla: todos os poderes, todas as esferas, administração
para desobedecê-la, mas para complementar com um
direta e indireta.
conteúdo moral que muitas vezes não consta expres-
Você deve decorar esses princípios, fazendo uso do
sa e claramente do texto legal, mas deve ser aplicado
famoso LIMPE, que traz a inicial de cada um dos prin- pelo agente público quando da sua atuação.
cípios constantes do caput. Importante citar que a moralidade se aplica tanto
ao agente público, quanto ao particular que defende
Legalidade seu interesse diante da Administração Pública.
Há na Constituição outro mandamento que expõe
O princípio da legalidade tem sua origem no pró- a importância do princípio da moralidade, constante
prio estado de Direito. Vejamos o art. 1º da Constituição. do art. 5º. Vejamos.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
182 crático de Direito e tem como fundamentos: bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS
[...]
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para O princípio implícito ao ordenamento jurídico é
propor ação popular que vise a anular ato lesi- aquele que não está escrito em norma alguma, mas
vo ao patrimônio público ou de entidade de que o se pode depreender do conjunto das normas deste
Estado participe, à moralidade administrativa, ao ordenamento. Em Direito Administrativo, a doutrina
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, nos trará inúmeros princípios. Uns são, naturalmente,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de mais citados e importantes. Nos ateremos a eles.
custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Princípio da Autotutela
Publicidade
Segundo o princípio da autotutela, a Administra-
A importância do princípio da publicidade está na ção Pública poderá rever seus atos, podendo revogá-
própria existência e exercício da democracia. Como -los ou anulá-los conforme o caso.
poderiam os cidadãos fiscalizar a atuação do Estado e Esse direito não é irrestrito, encontrando limite no art.
seus governantes sem saber o que está acontecendo? 54 da Lei nº 9.784, de 1999, Processo Administrativo Federal.
A publicidade trará a transparência necessária para
que os administrados possam exercer a democracia. Art. 54 O direito da Administração de anular os
No entanto, devemos saber que tal princípio não atos administrativos de que decorram efeitos favo-
tem aplicação absoluta. Há situações em que o sigilo, ráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo
a título de exceção, deverá prevalecer.
comprovada má-fé.
É o caso, por exemplo, de operações sigilosas de inves-
tigações de ilícitos ou mesmo inquéritos cuja publicidade
Os efeitos causados por essa revisão podem variar.
possa ofender a privacidade de uma eventual vítima.
Caso seja uma anulação, pois era viciado o ato admi-
Há, por outro lado, atos que devem ser publicados
nistrativo, os efeitos serão, em regra, retroativos.
para que gerem efeitos, pois como poderiam ser os
No caso de se tratar de revogação, que é quando
particulares cobrados a respeito de determinado ato o ato não é viciado, mas se tornou inconveniente, os
ou norma do qual não tiveram a devida ciência? efeitos não serão retroativos.
Nesse raciocínio, temos três tipos de atos conforme Por fim, a revisão pode resultar em manutenção
a necessidade ou não da sua publicidade. do ato anteriormente praticado, sendo mero exercício
da autotutela e poder hierárquico da estrutura admi-
z Atos sigilosos: não podem ser publicados; nistrativa em questão.
z Atos internos: não precisam ser publicados, pois
não causam impacto nos administrados; Princípio da Veracidade e da Legitimidade
z Atos externos: precisam ser publicados para ciên-
cia dos interessados. Visto também em atos administrativos, o princípio
da veracidade e da legitimidade informam que a atua-
Há ainda a possibilidade de obtenção de informa- ção da Administração Pública estará conforme a lei e
ções por parte dos administrados, trazida no art. 5º da conforme a verdade dos fatos.
CF, de 1988. Trata-se de presunções relativas, ou seja, o par-
ticular que se julgar prejudicado poderá se insurgir
Art. 5º [...]
contra os atos da Administração Pública. No entanto,
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos tais presunções têm como consequência a inversão
públicos informações de seu interesse particular, do ônus da prova, devendo o particular provar que a
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- Administração Pública está errada, seja em processo
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, administrativo ou judicial.
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
Princípios da Proporcionalidade e Razoabilidade
à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independente- Não há unanimidade na doutrina na forma como
mente do pagamento de taxas: se correlacionam esses dois princípios. No entanto,
CONSTUIÇÃO FEDERAL DE 1988
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, passaremos aqui a leitura que nos parece mais fre-
para defesa de direitos e esclarecimento de situa- quente em provas.
ções de interesse pessoal; Entenderemos a proporcionalidade como um sub-
princípio da razoabilidade. A proporcionalidade é
Eficiência fácil de ser entendida quando falamos da duração de
um processo judicial ou administrativo. Aliás, direito
O princípio da eficiência foi introduzido no caput constante do art. 5º da CF, de 1988.
do art. 37 da CF, de 1988, por meio da Emenda Cons-
titucional de 1998, tendo como objetivo, juntamente Art. 5º [...]
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo,
com a mudança de outros dispositivos, aumentar a
são assegurados a razoável duração do processo e os
eficiência do Estado brasileiro.
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
A atuação da Administração Pública dentro desse
contexto, tentando se aproximar do conceito de admi- Já para entender a proporcionalidade eu vou pedir
nistração gerencial, deverá buscar a maximização das que você imagine um outro cenário. Imagine uma mul-
receitas do Estado, economicidade do gasto público, tidão de manifestantes que possuem alguns objetos
corte de gastos desnecessários etc. que podem causar danos ou ferimentos, mas sabe-se 183
que não possuem arma de fogo. Caso haja necessidade
de conter os manifestantes, seria razoável por parte do ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E
policiamento o uso de armamentos não letais. INDIRETA
No entanto, dentro dessa escolha correta o agente
Para atingir seus objetivos, a Administração Públi-
público deverá medir o correto uso desse meio. Não
ca atuará, em termos simples, por meio de seus agen-
poderá usar indiscriminadamente o material, uma
tes públicos e de sua estrutura. No presente tópico nós
vez que ele é adequado. O uso desproporcional de entenderemos uma divisão bastante básica da estru-
um material adequado àquela situação poderá trazer tura administrativa. Vejamos os conceitos básicos
problemas aos administrados. para administração direta e administração indireta.
Também conforme o Código Civil, o Ministério É importante saber que as empresas públicas e
Público terá a função de fiscalizar seu funcionamento. sociedades de economia mista não poderão gozar de
CC, 2002. privilégios não extensivos ao setor privado (CF, de
1988, 173, § 2º).
Art. 66 Velará pelas fundações o Ministério Público Vejamos a definição de empresa pública constante
do Estado onde situadas. do Decreto-Lei nº 200, de 1967.
Decreto-Lei nº 200.
A fundação pública poderá ser de direito privado ou
de direito público, conforme a forma pela qual for criada. Art. 5º [...]
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali-
z Fundação pública de direito público: por lei dade jurídica de direito privado, com patrimônio pró-
específica – conhecidas também por fundações prio e capital exclusivo da União, criado por lei para
autárquicas, terão, além da atividade voltada a
a exploração de atividade econômica que o Governo
interesse social, as características associadas no
seja levado a exercer por força de contingência ou de
tópico anterior às autarquias;
conveniência administrativa, podendo revestir-se de
z Fundação pública de direito privado: autorizada
qualquer das formas admitidas em direito.
por lei e criada pelo registro dos atos constitutivos no
Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Nesse
caso, sua personalidade será de direito privado. Como dito anteriormente, cabe aqui também a inter-
pretação do conceito para os demais entes federados,
Vejamos a definição do Decreto-Lei nº 200, de 1967. em que pese a citação do dispositivo apenas da União.
Você perceberá que ela se limita à hipótese da perso- Dentre as características das empresas públicas,
nalidade jurídica de direito privado. ressaltamos aqui as seguintes:
aos sucessores, tampouco contra eles executada. em nosso país. Marque a alternativa com a garantia
e) a lei não poderá restringir a publicidade dos atos pro- fundamental que expressa uma ruptura com as restri-
cessuais, ainda que a defesa da intimidade ou o inte- ções do citado Art. 4º do AI-5.
resse social o exijam.
a) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
5. (UFRJ—2016) Mário, estudante de Direito, dedica-se imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
à realização de vários concursos públicos, pois seu pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
objetivo é tornar-se servidor público federal. Um dos b) É livre a locomoção no território nacional em tempo de
itens que constam no conteúdo programático dos edi- paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
tais dos concursos a que Mário concorre como candi-
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
dato é relativo aos direitos e garantias fundamentais
consagrados na Constituição Federal de 1988. Acerca c) Ninguém será privado de direitos por motivo de crença
desse assunto, assinale a alternativa correta. religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
a) É livre a manifestação do pensamento, e permitido o imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
anonimato, em qualquer caso. fixada em lei. 189
d) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, d) a alimentação.
em locais abertos ao público, independentemente de e) a proteção ao idoso.
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 11. (UFRJ—2014) O texto a seguir é um fragmento do arti-
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. go Está esquisito, do professor e cientista político Luiz
e) É livre a expressão da atividade intelectual, artística, Werneck Vianna, publicado em abril de 2014. Leia-o,
científica e de comunicação, independentemente de atentamente, e responda à questão proposta:
censura ou licença. “Está esquisito: a que se devem essa difusa sensação
de mal-estar e esses pequenos abalos que vêm sur-
8. (UFRJ—2018) “Os direitos sociais encontram-se cata- preendendo a rotina do cotidiano não só nos grandes
logados nos arts. 6º a 11º da Constituição Federal e centros metropolitanos? Por que uma parte da juven-
estão disciplinados ao longo do texto constitucional. tude escolarizada se empenha, nos espaços da inter-
Tais direitos constituem as liberdades positivas, de net, na procura por um herói sem rosto e anônimo - a
observância obrigatória em um Estado Social de Direi- multidão, construção cerebrina da fabulação de pro-
to, tendo por objetivo a melhoria das condições de fissionais de utopias, de quem se espera a recriação
vida dos hipossuficientes, visando à concretização da do nosso mundo?
igualdade social.” Também está esquisita essa descrença generalizada
nas pessoas e nas instituições diante da Constituição
(Paulo e Alexandrino, 2008, p. 215) mais democrática da nossa história republicana e das
políticas bem-sucedidas de inclusão social levadas
Assinale a alternativa em que constam, nos termos da a efeito nos últimos governos. Esquisitice que beira
Constituição Federal de 1988, direitos sociais dos tra- a ironia quando se constata que as Forças Armadas,
balhadores urbanos e rurais. em meio a um processo de revisão da Lei da Anistia
que as contraria, são mobilizadas para tudo, até para
a) Repouso semanal não remunerado, preferencialmente intervenção direta na questão social, como na chama-
aos domingos. da pacificação das favelas cariocas. E, como se sabe,
b) Distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual não haverá Copa do Mundo sem elas. (...)”
ou entre os profissionais respectivos. A inquietação do pesquisador está na esfera dos fun-
c) Remuneração do serviço extraordinário superior, no damentos do Estado Democrático de Direito instituído
mínimo, em 10 (dez) por cento à do normal. pela Constituição da República Federativa do Brasil.
d) Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Neste caso, ele se refere:
e) Diferença de salários por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil. a) à soberania.
b) à dignidade da pessoa humana.
9. (UFRJ—2016) “Ao batizar a Constituição cidadã a c) aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
carta promulgada em 5 de outubro de 1988, o presi- d) ao pluralismo político.
dente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado e) à cidadania.
Ulysses Guimarães, resumiu o espírito do texto cons-
titucional: assegurar aos brasileiros direitos sociais 12. (UFRJ—2016) Lúcio, servidor público federal da UFRJ,
essenciais ao exercício da cidadania e estabelecer praticou ato de improbidade administrativa. Nos ter-
mecanismos para garantir o cumprimento de tais mos da Constituição Federal de 1988, os atos de
direitos. Anos depois, são diversos os reflexos desse improbidade administrativa importarão:
esforço dos constituintes na sociedade brasileira, em
especial no mundo do trabalho, que passou a contar a) a perda dos direitos políticos, a perda da função pública e
com direitos trabalhistas essenciais inéditos no texto o ressarcimento ao erário, apenas, na forma e gradação
constitucional e hoje incorporados ao cotidiano das previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
relações formais de trabalho”. Assinale a alternativa b) a perda dos direitos civis, a perda da função pública, a
correta quanto aos direitos dos trabalhadores urbanos indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-
e rurais, de acordo com o art. 7º da Constituição Fede- rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
ral de 1988. da ação penal cabível.
c) a perda dos direitos políticos, a suspensão da função
a) A garantia de salário, que pode ser inferior ao mínimo, pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen-
para os que percebem remuneração variável. to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
b) O décimo terceiro salário com base em um terço da prejuízo da ação penal cabível.
remuneração integral. d) a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
c) O seguro-desemprego, em caso de desemprego pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen-
voluntário. to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
d) A remuneração do serviço extraordinário superior, no prejuízo da ação penal cabível.
mínimo, em trinta por cento à do normal. e) a perda dos direitos políticos e a perda da função
e) O gozo de férias anuais remuneradas com, pelo pública, apenas, sem prejuízo da ação penal cabível.
menos, um terço a mais do que o salário normal.
13. (UFRJ—2015) Quanto ao regime constitucional da
10. (UFRJ—2015) Não consiste em direito social previsto remuneração dos servidores públicos, selecione a
no Art. 6º, caput da Constituição da República: alternativa correta.
192
Condicional (Conectivo Se e então)
Representação simbólica: →
Exemplo:
z Na linguagem simbólica:
p → q.
ESTRUTURAS LÓGICAS E LÓGICA DE
ARGUMENTAÇÃO Bicondicional (Conectivo “Se e somente se”)
DIAGRAMAS LÓGICOS A B
Exemplos: Exemplo 2:
pelo menos um elemento que não pertence ao con- Termo médio: homem.
junto B. Logo, podemos fazer três representações com
diagramas: REGRAS DO SILOGISMO CATEGÓRICO
z 2ª Regra: Se um termo está distribuído na conclusão, tem de estar distribuído nas premissas.Exemplos:
z 4ª Regra: O termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez. Exemplos:
Não se pode concluir se existe ou não alguma relação entre os termos “holandês” e “palhaço”, uma vez que não
existe nenhuma relação entre estes e o termo médio (que é o único que nos permite relacioná-los);
z 6ª Regra: De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa. Exemplos:
z 7ª Regra: A conclusão segue sempre a parte mais fraca (particular e/ou negativa). Se uma premissa for negativa,
a conclusão tem de ser negativa, se uma premissa for particular, a conclusão tem de ser particular. Exemplos:
Pelo menos, uma premissa tem de ser universal, para que possa existir ligação entre o termo médio e os outros
termos e ser possível extrair uma conclusão.
Esquematizando!
REGRAS
PREMISSAS TERMOS
z De duas premissas negativas, nada se conclui z Todo silogismo contém somente três termos: maior,
z De duas premissas afirmativas não pode haver conclu- médio e menor
são negativa z Os termos da conclusão não podem ter extensão maior
z A conclusão segue sempre a premissa mais fraca que os termos das premissas
z De duas premissas particulares, nada se conclui z O termo médio não pode entrar na conclusão
196 z O termo médio deve ser universal ao menos uma vez
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- 4. (VUNESP – 2019) A alternativa que corresponde à nega-
ria com exercícios comentados de diversas bancas. ção lógica da proposição composta: “todos os cantores
Vamos lá! são músicos e existe advogado que é cantor”, é:
1. (FGV – 2019) Considerando que a afirmação “Nenhum a) Nenhum cantor é músico e não existe advogado que
pescador sabe nadar” não é verdadeira, é correto con- seja cantor.
cluir que b) Pelo menos um cantor não é músico ou não existe
advogado que seja cantor.
a) “Há, pelo menos, um pescador que sabe nadar”. c) Há cantores que são músicos e existe advogado que
b) “Quem não é pescador não sabe nadar”
não é cantor.
c) “Todos os pescadores sabem nadar”.
d) Nenhum cantor é músico ou não existe advogado que
d) “Todas as pessoas que sabem nadar são pescadores”.
e) “Ninguém que sabe nadar é pescador”. seja cantor.
e) Pelo menos um cantor não é músico ou existe advoga-
Veja que a questão pede a negação do quantificador do que é cantor.
“nenhum”, e como já aprendemos, nunca devemos
negar o “nenhum” usando o quantificado “todo” e Só podemos negar um Quantificador Universal
vice-versa. Sabendo disso, podemos eliminar estra- (“Todo” / “Nenhum”) com um Quantificador Existen-
tegicamente as alternativas C, D e E. Como temos cial (“Existe” / “Algum” / “Pelo menos um”), assim,
um quantificador universal negativo e sabemos que eliminamos as letras A, C e D, ficando, assim, apenas
para negar precisamos de um particular afirmativo, as letras B e E para análise. Segundo a Lei de Mor-
só nos resta a letra A como resposta, pois a letra B gan – devemos trocar o “e” por “ou” e negar tudo.
não está de acordo com a regra. Você também pode- Então, negando a proposição P ^ Q, fica ~ P v ~Q:
ria usar o lembrete “nenhum nega com PEA”. P: todos os cantores são músicose (^)
Resposta: Letra A. Q: existe advogado que é cantor.
2. (FUNDATEC – 2019) A negação da sentença “algum Negando:
assistente social acompanhou o julgamento” está na ~P: alguns cantores não são músicos (pelo menos
alternativa: um não é = algum não é) ou (v)
~Q: não existe advogado que é cantor. (Não existe =
a) Algum assistente social não acompanhou o julgamento. nenhum) “Pelo menos um cantor não é músico ou não
b) Todos os assistentes sociais acompanharam o julgamento. existe advogado que seja cantor”. Resposta: Letra B.
c) Nem todos os assistentes sociais acompanharam o
julgamento. 5. (VUNESP – 2019) Considere como verdadeira a pro-
d) Nenhum assistente social acompanhou o julgamento. posição: “Nenhum matemático é não dialético”. Laura
e) Pelo menos um assistente social não acompanhou o enuncia que tal proposição implica, necessariamente,
julgamento. que
A questão pede a negação do “algum” – quantificador
particular afirmativo. Já aprendemos que, para fazer I. se Carlos é matemático, então ele é dialético.
essa negação, usamos um quantificador universal. Qual, II. se Pedro é dialético, então é matemático.
professor? O quantificador “nenhum”, pois o mesmo é III. se Luiz não é dialético, então não é matemático.
universal negativo. Assim, a nossa sentença ficará: IV. se Renato não é matemático, então não é dialético.
p: “Algum assistente social acompanhou o julgamento”
~p: “Nenhum assistente social acompanhou o julga- Das implicações enunciadas por Laura, estão corretas
mento” Resposta: Letra D. apenas:
3. (FUNDATEC – 2019) Assinale a alternativa que corres- a) I e III.
ponde à negação de “Todos os analistas de tecnologia
b) I e II.
da informação são bons desenvolvedores”.
c) III e IV.
a) Pelo menos um analista de tecnologia da informação d) II e III.
não é bom desenvolvedor. e) II e IV.
b) Nenhum analista de tecnologia da informação é bom
desenvolvedor. Você precisa lembrar das equivalências para res-
c) Todos os analistas de tecnologia da informação não ponder essa questão.
são bons desenvolvedores. � “Nenhum matemático é não dialético” equivale a
d) Alguns analistas de tecnologia da informação são “Todo Matemático é Dialético”;
bons desenvolvedores. � “Todo Matemático é Dialético” equivale a “Se é
e) Todos os desenvolvedores não são analistas de tecno- matemático, então é Dialético”.
logia da informação.
RACIOCÍNIO LÓGICO
CAJU CUJA ACJU AUJC Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes-
CAUJ CJUA ACUJ ... soas nas cadeiras de uma praça, mas tinhamos apenas
3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería-
CUAJ CJAU AUCJ ...
200 mos fazer isso?
Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí- C(n, p) = n!
veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei- (n - p) !p!
ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi Substituindo na fórmula, os valores do exemplo,
utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira temos:
cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas 4!
restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas C(4, 3) =
(4 - 3) !3!
em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de
4·3·2·1
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada C(4, 3) =
pela multiplicação a seguir: 1·3·2·1
Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras = C(4, 3) = 4
5 · 4 · 3 = 60
Dica
O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim- No arranjo a ordem importa.
ples. Sua fórmula é dada a seguir: Na combinação a ordem não importa.
n!
A(n, p) =
(n - p) ! Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas.
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele- Vamos lá!
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade 1. (VUNESP – 2016) Um Grupamento de Operações
da outra. Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para
Observe a resolução do nosso exemplo usando a investigações de campo, 6 pistas diferentes devem
fórmula: ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen-
A(5, 3) =
5!
=
5!
= 5·4·3·2·1 = 60 tes de se fazer essa distribuição é
(5 - 3) ! 2! 2·1
Uma outra informação muito importante é que a) 6.
nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem b) 10.
dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente c) 12.
de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as d) 18.
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme- e) 20.
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
pessoas na praça: Vamos descobrir o número de formas de escolher 3
pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão
outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de
CADEIRA 1ª 2ª 3ª
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
OCUPANTE Ana Bianca Clara escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem
não é relevante, então, vamos usar a combinação:
Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé
nessa disposição. C(6, 3) = 6!
= 6 · 5 · 4 · 3! 6·5·4 6·5·4
(6 - 3) !3! 3!3!
= 3!
= 3·2·1
=5
· 4 = 20.
CADEIRA 1ª 2ª 3ª
OCUPANTE Clara Bianca Ana Resposta: Letra E.
A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a 2. (IDECAN – 2016) Felipe é uma criança muito bagun-
Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa.
foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode
simples mudança na posição da ordem gera uma nova levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho,
possibilidade de posicionamento. 1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes
Combinação Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con-
junto de brinquedos já levados antes?
Para entendermos esse tema, vamos imaginar
RACIOCÍNIO LÓGICO
dois deles (o resultado 1 e 3) atendem o evento A. Por- z P(A ∩ B) = probabilidade do número ser múltiplo
tanto, a probabilidade de A ocorrer, dado que B ocor- de 3 e 5
reu, é simplesmente:
Somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao mesmo
P (A\B) =
2
= 66,6% tempo.
3
Uma outra forma de calculá-la é por meio da 1
P(A ∩ B) =
seguinte divisão: 20
Aplicando na fórmula, temos:
P (A k B)
P (A\B) =
P (B) P (A ∪ B) = P (A) + P (B) - P (A ∩ B) 203
6 4 - 1 6+4-1 9 essa informação, o oficial no comando afirmou que as
P (A ∪ B) = + = =
probabilidades de que a operação seja realizada nesse
20 20 20 20 20
dia são de 20%, caso a chuva ocorra, e de 85%, se não
PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS houver chuva. Nessas condições, a probabilidade de
EVENTOS que a operação ocorra no dia programado é de
y X Y
1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
3. Preencha as informações de dentro para fora (da
interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama; 20 – 10 = 10 10 30 – 10 = 20
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos.
Vamos à resolução: 5
Traduzindo a fórmula:
Total de elementos da união = soma dos conjuntos
– interseções dois a dois + interseção dos três
Bom! Já vimos a teoria e precisamos praticar o que
aprendemos, não é mesmo? Vamos praticar!
Bovina Frango
0 12 0 50 100 X
10
0
9 4
150 100
0 Carol
200 Suína
6
Veja que apenas 200 contêineres foram carregados
Colocamos o número 10 bem no centro, pois sabe- somente com carne suína. Resposta: Errado.
mos que os três gostaram de dez músicas, depois
preenchemos com as demais informações: 2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece-
beu um grande carregamento de frango congelado,
z 12 músicas que somente André e Bernardo gosta- carne suína congelada e carne bovina congelada, para
ram (na interseção entre os 2 apenas); exportação. Esses produtos foram distribuídos em
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
z 9 que somente André e Carol gostaram;
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
z 4 que somente Bernardo e Carol gostaram; foram carregados com carne bovina; 450, com carne
z 6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com carne
conjuntos). suína e carne bovina; 100, com frango e carne suína.
z Os “zeros” representam o fato de que não houve Nessa situação hipotética,
música que somente um deles tenha gostado. 50 contêineres foram carregados somente com carne
bovina.
Logo, vem a última etapa:
( ) CERTO ( ) ERRADO
5. Some todas as regiões e iguale ao total de elemen-
tos envolvidos; Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
diagramas:
Total = X 800 contêineres distribuição;
6+0+12+10+9+0+4+0=X 0 contêineres com os 3 produtos;
208 X = 41 músicas 300 contêineres carne bovina;
450 contêineres carne suína; A B
100 contêineres com frango e carne bovina;
150 contêineres com carne suína e carne bovina;
100 contêineres com frango e carne suína.
X 6 25 – 6 – x =
Bovina Frango
19 – x
50 100 X
150 100
C 5
200 Suína
Dos 30 passageiros, são 25 que estiveram apenas Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:
em A ou B, de modo que os outros 5 passageiros esti-
veram apenas em C. Veja ainda que 6 passageiros 2 4
estiveram A e B, de modo que os outros 19 estiveram 3
=
6
somente em um desses dois países. Logo, 209
ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6 (Lê-se “2 C
= 2.000
está para 3 assim como 4 está para 6”). 3
C = 2000 x 3
Os problemas mais comuns que envolvem razão C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
e proporção é quando se aplica uma “variável” qual- D
quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o = 2.000
2
valor dela. Veja o exemplo: D = 2.000 x 2
D = 4.000 (esse é o valor de Diego)
2 x
= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
3 6 Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece-
Para resolvermos esse tipo de problema devemos ber R$4.000;
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
ção: “produto dos meios pelos extremos”. z Somas Internas:
Meio: 3 e x
Extremos: 2 e 6 a c a+b c+d
= = =
b d b d
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe: É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
minador ao efetuar essa soma interna, desde que
3·X=2.6 o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
3X = 12 proporção.
X = 12/3
X=4 a c a+b c+d
= = =
b d a c
Lembre-se de que a maioria dos problemas en-
Vejamos um exemplo:
volvendo esse tema são resolvidos utilizando essa
propriedade fundamental. Porém, algumas questões x 2
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser =
14 - x 5
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. Va-
mos a elas. x + 14 - x 2+5
=
x 2
Propriedade das Proporções 14 7
=
x 2
� Somas Externas:
7 . x = 2 · 14
a c a+c
= = 14 · 2
b d b+d x= =4
7
Vamos entender um pouco melhor resolvendo
uma questão-exemplo: Portanto, encontramos que x = 4.
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê-
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos Observação: vale lembrar que essa propriedade
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- também serve para subtrações internas;
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan- z Soma com Produto por Escalar:
to cada um vai receber?
a c a + 2b c + 2d
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C = = =
b d b d
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que
Diego vai receber, então temos: Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000
C
=
D proporcionalmente ao número de anos trabalhados.
3 2 São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.
Utilizando a propriedade das somas externas:
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
C D C+D o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa,
= = temos:
3 2 3+2 A B
=
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), 2 3
então podemos substituir na proporção:
Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
funcionários na categoria B, podemos escrever que a
C D C+D 10.000
= = = =2.000 soma total dos prêmios é igual a R$13.000.
3 2 3+2 5
Aqui cabe uma observação importante: esse valor 2A + 3B = 13.000
2.000, que chamamos de “Constante de Proporcionali-
dade”, é que nos mostra o valor real das partes dentro Agora, multiplicando em cima e embaixo de um
210 da proporção. Veja: lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
2A
=
3B A menor dessas partes é aquela que é proporcional
4 9 a 4, logo:
Aplicando a propriedade das somas externas,
X
podemos escrever o seguinte: = 60.000
4
X = 60.000 x 4
2A 3B 2A + 3B X = 240.000
= =
4 9 4+9
Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro- Inversamente Proporcional
porção, temos:
É um tipo de questão menos recorrente, mas, não
2A 3B 2A + 3B 13.000 menos importante. Consiste em distribuir uma quan-
= = = =1.000 tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um
4 9 4+9 13
quinhão inversamente proporcional a três números.
Logo, Vejamos um exemplo:
Suponha que queiramos dividir 740 mil em partes
2A inversamente proporcionais a 4, 5 e 6.
= 1.000
4 Vamos chamar de X as quantias que devem ser dis-
2A = 4 x 1.000 tribuídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, res-
2A = 4.000 pectivamente. Devemos somar as razões e igualar ao
A = 2.000 total que dever ser distribuído para facilitar o nosso
cálculo, veja:
Fazendo a mesma resolução em B:
3B X X X
= 1.000 + + = 740.000
9 4 5 6
3B = 9 x 1.000
Agora vamos precisar tirar o M.M.C (mínimo múl-
3B = 9.000
tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
B = 3.000
mos a fração.
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 4–5–6|2
anos de casa receberão R$3.000 de bônus. 2–5–3|2
O total pago pela empresa será: 1–5–3|3
1–5–1|5
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000
Assim, dividindo o M. M. C. Pelo denominador e
Agora vamos estudar um tipo de problema que multiplicando o resultado pelo numerador temos:
aparece frequentemente em provas de concursos
envolvendo razão e proporção. 15x 12x 10x
+ + = 740.000
60 60 60
REGRA DA SOCIEDADE
37x
= 740.000
Diretamente Proporcional 60
X = 1.200.000
Um dos tópicos mais comuns em questões de pro- Agora basta substituir o valor de X nas razões para
va é dividir uma determinada quantia em partes achar cada parte da divisão inversa.
proporcionais a determinados números. Vejamos um
exemplo para entendermos melhor como esse assun- x 1.200.000
to é cobrado. = = 300.000
4 4
Exemplo:
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em x 1.200.000
= =240.000
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor 5 5
dessas partes corresponde a: x 1.200.000
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro- = = 200.000
6 6
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor- Logo, as partes dividas inversamente proporcio-
nais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente 300K,
RACIOCÍNIO LÓGICO
211
a) 43 homens. 3. (IBADE – 2018) Três agentes penitenciários de um
b) 45 homens. país qualquer, Darlan, Arley e Wanderson, recebem
c) 44 homens. juntos, por dia, R$ 721,00. Arley recebe R$ 36,00 mais
d) 46 homens. que o Darlan, Wanderson recebe R$ 44,00 menos que
e) 47 homens. o Arley. Assinale a alternativa que representa a diária
de cada um, em ordem crescente de valores.
A razão entre o número de mulheres e o número
total de alunos é de 5/8: a) R$ 249,00, R$ 213,00 e R$ 169,00.
b) R$ 169,00, R$ 213,00 e R$ 249,00.
M 5 c) R$ 145,00, R$ 228,00 e R$ 348,00.
=
T 8 d) R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00.
A turma tem 120 alunos, então: T = 120 e) R$ 267,00, R$ 231,00 e R$ 223,00.
Fazendo os cálculos:
M 5 D + A + W = 721
= A = D + 36
T 8
W = A - 44
M 5 Substituímos Arley em Wanderson:
=
120 8 W= A - 44
8 x M = 5 x 120 W= 36+D-44
W= D-8
8M = 600 Substituímos na fórmula principal:
600 D + A + W = 721
M= D + 36 + D + D – 8 = 721
8
3D + 28 = 721
M = 75 3D = 721 - 28
D = 693/3
A quantidade de homens da sala:
D = 231
120 - 75 = 45 homens. Resposta: Letra B.
Substituímos o valor de D nas outras:
A = D + 36
2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
A= 231+36= 267
com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
W = A - 44
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
W= 267-44
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes- W= 223
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma Logo, os valores em ordem crescente que Wander-
pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a son, Darlan, Arley recebem são, respectivamente,
ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é R$ 223,00, R$ 231,00 e R$ 267,00. Resposta: Letra D.
5 (prof.) 12 (dias)
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas 30 (prof.) X (dias)
(sinais iguais)
30 . X = 5 . 12
30X = 60
PROPORCIONAL + / - OU - / + X=2
40 3000 a) 2.666.
X
= 12000 b) 2.160.
RACIOCÍNIO LÓGICO
3X = 40 x 12 c) 1.215.
3X = 480 d) 1.500.
e) 1.161.
X = 160
Primeiro vamos passar para minutos:
As três impressoras produziriam 2000 panfletos
5h = 300min.
em 160 minutos, que correspondem há 2 horas e 40
4h30min= 270min.
minutos.
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
min.-----Dias-----Pag.
vamos analisar mais um exemplo.
300 -------4-------1800
Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas 270 -------3-------X
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha. Resolvendo temos: 215
a) 5 horas e 54 minutos.
300 (Simplifica por 30)
1800 4 b) 6 horas e 06 minutos.
X
=
3
# 270 (Simplifica por 30) c) 6 horas e 20 minutos.
1800 4 10 d) 6 horas e 40 minutos.
= #
X 3 9 e) 7 horas e 06 minutos.
4 · X · 10 = 1800 · 3 · 9
X = 1215 páginas que esse mesmo equipamento é Das 9h às 15h = 6 horas = 360 min
capaz de digitalizar. 360 min ------ 5 maquinas ----- 600 unidades (corta os zeros iguais)
Resposta: Letra C. x ------------- 3 maquinas ---- 400 unidades (corta os zeros iguais)
360 3 6
2. (VUNESP – 2016) Em uma fábrica, 5 máquinas, todas = #
X 5 4
operando com a mesma capacidade de produção,
fabricam um lote de peças em 8 dias, trabalhando 6 x·3·6 = 360·5·4
horas por dia. O número de dias necessários para que x·18 = 7.200
4 dessas máquinas, trabalhando 8 horas por dia, fabri- x = 7200/18
quem dois lotes dessas peças é x = 400
Logo, transformando minutos para horas novamen-
a) 11. te temos:
b) 12. X = 400min
c) 13. X = 6h40min
d) 14. Resposta: Letra D.
e) 15.
5 máquinas -------1 lote --------- 8 dias ------------ 6 horas 5. (VUNESP – 2020) Em uma fábrica de refrigerantes, 3
4 máquinas -------2 lotes --------x dias -------------8 horas máquinas iguais, trabalhando com capacidade máxima,
Quanto mais dias para entrega do lote, menos ligadas ao mesmo tempo, engarrafam 5 mil unidades de
horas trabalhadas por dia (inversa), menos máqui- refrigerante, em 4 horas. Se apenas 2 dessas máquinas
nas para fazer o serviço (inversa) e mais lotes para trabalharem, nas mesmas condições, no engarrafamen-
serem entregues (direta). to de 6 mil unidades do refrigerante, o tempo esperado
Resolvendo: para a realização desse trabalho será de
8/x = 1/2 * 8/6 * 4/5 (simplifique 8/6 por 2)
8/x = 1/2 * 4/3 * 4/5 a) 6 horas e 40 minutos.
8/x = 16/30 (simplifique 16/30 por 2) b) 6 horas e 58 minutos.
8/x = 8/15 c) 7 horas e 12 minutos.
8x = 120 d) 7 horas e 20 minutos.
x = 120/8
e) 7 horas e 35 minutos.
x = 15 dias.
Resposta: Letra E.
3 máquinas ------------ 5 mil garrafas ------------ 4 horas
3. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No item a seguir é apre- 2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x
sentada uma situação hipotética, seguida de uma Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer
assertiva a ser julgada, a respeito de proporcionalida- que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e
de, divisão proporcional, média e porcentagem. se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são
Todos os caixas de uma agência bancária trabalham menos máquinas trabalhando (inversa).
com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12 4
=
5000
#
2
clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai- X 6000 3
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos. 2·X·5 = 4·6·3
10X = 72
( ) CERTO ( ) ERRADO x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 ×
60 min = 7 horas e 12 minutos)
3 caixas - 12 clientes - 10 minutos Obs: Para transformar horas em minutos, basta mul-
5 caixas - 20 clientes - x minutos tiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas =
10 5 12 0,2 x 60 = 120/10 = 12 min.
= #
X 3 20 Resposta: Letra C.
5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
60x = 600
X = 10. CÁLCULOS COM PORCENTAGEM
Os 5 caixas atenderão em exatamente 10 minutos.
Não em menos de 10 como a questão afirma. A porcentagem é uma medida de razão com base
Resposta: Errado. 100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi-
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar
4. (VUNESP – 2020) Das 9 horas às 15 horas, de trabalho como podemos representar um número porcentual.
ininterrupto, 5 máquinas, todas idênticas e trabalhan-
do com a mesma produtividade, fabricam 600 unida-
des de determinado produto. Para a fabricação de 400 30% = 30 (forma de fração)
100
unidades do mesmo produto por 3 dessas máquinas,
trabalhando nas mesmas condições, o tempo estima- 30
30% = = 0,3 (forma decimal)
216 do para a realização do serviço é de 100
30 3 Dica
30% = = (forma de fração simplificada)
100 10 A avaliação do crescimento ou da redução per-
centual deve ser feita sempre em relação ao
valor inicial da grandeza.
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de -
várias maneiras: Variação percentual = Final Inicial
Inicial
30 3
30% = = 0,3 = Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
100 10
Exemplo 2: Juliano percebeu que ainda não assis-
Também é possível fazer a conversão inversa, isto tiu a 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o
é, transformar um número qualquer em porcentual. número de aulas não assistidas a 180. É correto afir-
Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: mar que, se Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o
número terá caído 20%?
25 x 100 = 2500% A variação percentual de uma grandeza corres-
0,35 x 100 = 35% ponde ao índice:
0,586 x 100 = 58,6%
Variação percentual =
Número Relativo Final - Inicial 180 - 200 20
= =– = - 0,10
Inicial 200 200
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres- Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
que estamos especificando. Para descobrir a quanto ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000. errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.
10% de 1000 =
10
x 1000 = 100 Agora, vamos praticar o que aprendemos na teoria
100 com exercícios comentados de diversas bancas.
Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a
1. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Em determinada loja,
parte que corresponde a 10% de 1000.
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em
Quando o todo varia, a porcentagem também
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par-
varia, veja um exemplo:
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao valor
Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
da parcela, a lojista paga para a financeira uma taxa de
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas antecipação correspondente a 5% do valor da parcela.
por Roberto? Com base nessas informações, julgue o item a seguir.
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan-
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
2 1 ( ) CERTO ( ) ERRADO
=
8 4
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, Valor da bicicleta =1720,00
vamos multiplicar a fração por 100: Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
1 (entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00)
x 100 = 25% No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
4
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
Soma e Subtração de Porcentagem (juros) e dividir por 800,00 resultado:
120,00/800,00 = 0,15% ao mês.
As operações de soma e subtração de porcentagem A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz está errada.
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe- Resposta: Errado.
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou 2. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Na assembleia legislati-
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vamos somar todos os valores e igualar ao total que 2° mês = 1050,00 1050,00 + (5% de 1000,00) = 1100,00
é 100%: 45% + 15% + 35% + X = 100% 3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00
95% + X = 100% 4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00
X = 5%.
5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
218 Resposta: Letra E.
Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais a) Menor que 2%.
de juros. b) Maior que 2% e menor que 2,5%.
Fórmulas utilizadas em juros simples: c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
e) Maior que 3%.
J=C·i·t
1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
M=C+J J=C·I·t
498 = 1410 · 12 · i / 100
49800 = 16920i
M = C · (1 + i ·J)
i = 49800/16920
Onde, i = 2,94%. Resposta: Letra D.
z J = juros;
2. (CESPE – 2018) Uma pessoa atrasou em 15 dias o
z C = capital;
pagamento de uma dívida de R$ 20.000, cuja taxa de
z i = taxa em percentual (%);
juros de mora é de 21% ao mês no regime de juros
z t = tempo;
simples.
z M = montante.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente.
Taxas Proporcionais e Equivalentes
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é im- equivalente à taxa de 252% ao ano.
portante saber a unidade de tempo sobre a qual a taxa
de juros é definida. Isto é, não adianta saber apenas ( ) CERTO ( ) ERRADO
que a taxa de juros é de “5%”, é preciso saber se essa
taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que duas No regime simples, sabemos que taxas propor-
taxas de juros são proporcionais quando guardam a cionais são também equivalentes. Como temos 12
mesma proporção em relação ao prazo. Por exemplo, meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am
12% ao ano é proporcional a 6% ao semestre, e tam- é, simplesmente:
bém é proporcional a 1% ao mês. 21% x 12 = 252% ao ano
Basta efetuar uma regra de três simples. Para Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também é
obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está certo.
é proporcional à taxa de 12% ao ano:
Resposta: Certo.
12% ao ano ----------------------- 1 ano
3. (FUNDATEC – 2020) Qual foi a taxa mensal de uma
Taxa bimestral ------------------ 2 meses
aplicação, sob regime de juros simples, de um capital
de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei-
de R$ 240,00?
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade
temporal, temos:
a) 8%.
12% ao ano ---------------------- 12 meses b) 5%.
Taxa bimestral ------------------ 2 meses c) 3%.
d) 2%.
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: e) 1%.
12% x 2 = Taxa bimestral x 12
J = 240
Taxa bimestral = 2% ao bimestre.
C = 3.000
i=?
Duas taxas de juros são equivalentes quando são
capazes de levar o mesmo capital inicial C ao montan- t = 4 bimestres, ou seja, 4 · 2 = 8 meses.
te final M após o mesmo intervalo de tempo. Substituindo:
Uma outra informação importante e que você deve J=C·i·t
memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes 240 = 3000 · i · 8
quando estamos no regime de juros simples pode ser 240 = 24000 · i
entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semestre i = 240 / 24000
ou 12% ao ano e levarão o mesmo capital inicial C ao i = 0,01 ou 1%
Resposta: Letra E.
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) R$ 1.200,00.
Juros Compostos – Cálculo do Prazo
b) R$ 1440,00.
c) R$ 620,00.
Nas questões em que é preciso calcular o prazo,
d) R$ 1820,00.
e) R$ 240,00. você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
está no expoente da fórmula de juros compostos. A
J=C·i·t propriedade mais importante a ser lembrada é que,
J= 5000 · 0,03 · 8 sendo dois números A e B, então:
J= 150 · 8
J = 1200 de lucro log AB = B × log A
Montante do aplicado com lucro M= C + J
M=5000 + 1200
Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente
M = 6200 montante inicial e lucro
Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100 B é igual a multiplicação de B pelo logaritmo de A.
J=C·i·t Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
J = 3100 · 0,05 · 4 mos é a seguinte:
J = 155 · 4
bAl
J = 620 lucro da nova aplicação
Somatório dos lucros: log = 𝑙𝑜𝑔𝐴 − 𝑙𝑜𝑔B
B
M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros
Resposta: Letra D. Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
igual à subtração dos logaritmos de cada número.
Juros Compostos Também, é importante ter em mente que “logA”
Imagine que você pegou um empréstimo de significa “logaritmo do número A na base 10”.
R$10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser rea- Observe um exemplo:
lizado após 4 meses, à taxa de juros de 10% ao mês. No regime de juros compostos com capitalização
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e meses que o capital de R$100.000 deverá ficar investi-
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. do para produzir o montante de R$120.000 é expressa
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- por:
postos. Podemos montar a seguinte tabela:
log2, 1
MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 log1, 01 .
1º MÊS 11.000,00
2º MÊS 12.100,00 Temos a taxa j=1%am, capital C=100.000 e montan-
3º MÊS 13.310,00 te M=120.000. Na fórmula de juros compostos:
3. (UFRJ—2015) Em uma empresa há 200 funcionários. Sabe -se que dos funcionários dessa empresa 120 são
homens e 150 têm menos de 45 anos. Com base nessas informações, o menor número possível de funcionários
homens com menos de 45 anos nessa empresa é:
a) 30
b) 50
c) 70
d) 80
e) 120
4. (UFRJ—2016) Deve-se adquirir, para um dado prédio, três Sistemas Split: A, B e C. O sistema A custa R$1.500,00, o
sistema B custa o triplo do sistema A e o sistema C custa a metade do sistema B. Assinale a alternativa que apresenta
o custo total dos três sistemas.
a) R$ 8.250,00
b) R$ 7.500,00
c) R$ 6.750,00
d) R$ 6.000,00
e) R$ 4.500,00
5. (UFRJ—2014) Um exame será aplicado a 1520 alunos. O exame de cada aluno contém 6 folhas impressas. Saben-
do que numa resma de papel há 500 folhas, o número mínimo de resmas necessárias para a impressão deste exame
é:
a) 20
b) 19
c) 21
d) 22
e) 18
6. (UFRJ—2016) Deseja-se unir três trechos de tubulação de ar. O comprimento do primeiro trecho mede 1/3 m, do
segundo mede 5/6 m e do terceiro mede 3/8 m. O tubo resultante da união desses três trechos, desprezando-se as
juntas, tem o comprimento de:
a) 19/12 m
b) 7/16 m
c) 9/17 m
d) 37/24 m
e) 5/48 m
7. (UFRJ—2015) Uma barra de chocolate de 500g da marca Saborosa é vendida por R$ 5,20 nos mercados. A mesma
marca também está disponível no peso de 250g, porém o preço por grama neste caso é 1,5 vezes mais caro que o
preço por grama na barra de 500g.
O valor da barra de 250g é, em reais (R$):
a) 2,60
b) 2,90
c) 3,70
d) 3,90
222 e) 4,10
8. (UFRJ—2014) Um estacionamento de um centro
comercial cobra R$1,20 pela primeira meia hora e
mais R$0,70 por cada meia hora adicional. Assim,
quem parar até meia hora paga R$1,20, quem parar
entre meia hora e uma hora paga R$1,90. Sabendo-se
que um cliente pagou R$7,50 pode-se concluir que ele
ficou estacionado entre:
a) 4h e 4h30min
b) 5h e 5h30min
c) 5h30min e 6h
Fonte: ABIC: Associação Brasileira da Indústria de Café.
d) 4h30min e 5h
e) 6h e 6h30min Analisando o gráfico, conclui-se que o maior aumento
percentual no consumo interno de café em sacas per-
9. ( UFRJ—2018) Numa prova final composta por 10 -capita foi de:
questões, o aluno deve escolher apenas 7 para resol-
ver. O número de maneiras diferentes que ele poderá a) 2007 para 2008.
escolher as 7 questões é: b) 2008 para 2009.
c) 2009 para 2010.
d) 2010 para 2011.
a) 120
e) 2011 para 2012.
b) 210
c) 70 14. (UFRJ—2018) A administradora, após realizar uma
d) 360 vistoria, verificou que uma divisória de 59 metros qua-
e) 720 drados estava comprometida. Para garantir a seguran-
ça dos usuários, foi providenciada a troca da divisória
10. (UFRJ—2018) O número de anagramas da palavra por uma nova em gesso acartonado ou drywall. Para
SILEPSE é: realizar a pintura da divisória com três demãos de tinta
acrílica, a administradora verificou, no site do fabrican-
te, que um galão de 3,6 litros de tinta apresenta um
a) 5.040
rendimento de 66 metros quadrados por demão.
b) 120 Neste caso, a quantidade de galões de 3,6 litros neces-
c) 2.520 sários para realizar a pintura será de:
d) 3.780
e) 1.260 a) 4 galões.
b) 2 galões.
11. (UFRJ — 2015) O preço de um medicamento na far- c) 1 galão.
mácia SAÚDE é de R$ 160,00. Entretanto, se o com- d) 5 galões.
e) 3 galões.
prador possuir o cartão do fabricante, recebe um
desconto de 35%. Com o desconto, o preço deste 15. ( UFRJ—2018) Pesquisa revela que o Rio de Janeiro é a
medicamento na farmácia SAÚDE será de: capital com a maior prevalência de diagnóstico médi-
co de hipertensão arterial, com 31,7 casos para cada
a) R$ 104,00 100 mil habitantes. Em seguida estão Recife (28,4),
b) R$ 56,00 Porto Alegre (28,2), Belo Horizonte (27,8), Salvador
c) R$ 159,65 (27,4) e Natal (26,9). Já Palmas é a capital brasileira
d) R$ 125,00 com a menor prevalência de diagnósticos da doença,
com 16,9 casos para cada 100 mil habitantes
e) R$ 95,00
(Disponível em: <http://noticias.r7.com/cidades/folha-vitoria/
12. (UFRJ — 2014) A instrução para o preparo de uma pesquisa-revela-que-diabetes-no- brasil-cresceu-618-em-dez-
vitamina de laranja determina que sejam adicionadas anos-17042017?PageSpeed=noscript>. Acesso em: 17 ago. 2017.
Adaptado).
7 partes de suco de laranja para cada 2 partes de lei-
te. Caso sejam seguidas as instruções, o percentual Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
RACIOCÍNIO LÓGICO
aproximado de leite em cada copo da vitamina é de: Estatística (IBGE), a população estimada, em 2016,
das capitais dos Estados do Rio de Janeiro e do
a) 22% Tocantins é de 6.498.837 e 279.856, respectivamen-
b) 28% te. Assim, o número de casos de hipertensão arterial
c) 24% registrados nas duas cidades, nessa ordem, foi de
aproximadamente:
d) 26%
e) 20%
a) 1.949,7 e 47,3
b) 1.980,9 e 47,1
13. (UFRJ—2014) O gráfico a seguir mostra o consumo c) 2.060,1 e 47,3
interno de café em milhões de sacas de 60kg per-capi- d) 2.060,1 e 47,2
ta a cada ano no Brasil. e) 1.949,7 e 47,1 223
16. (UFRJ—2018) Em certa fábrica trabalham 24 ope- a) Toda mulher sabe lavar roupa.
rários por 8 horas de serviço diário, produzindo 320 b) Algum atleta sabe lavar roupa.
peças. Com a alta demanda, decidiu-se pelo redimen- c) Nenhum atleta sabe lavar roupa.
sionamento da produção e da carga horária, estabele- d) Todo homem é atleta.
cendo-se como meta a produção de 700 peças com e) Algum atleta é mulher.
10 horas de trabalho diário. Assim, a quantidade
de operários, de mesma capacidade, necessária para
contemplar a meta, deve ser de:
9 GABARITO
a) 65 1 C
b) 56
c) 38 2 D
d) 48 3 C
e) 42
4 A
17. ( UFRJ — 2018) Um veículo de transporte de carga, tra-
5 B
fegando a 75 km/h, roda 8 horas por dia e leva 10 dias
para chegar ao destino final. Se o motorista aumen- 6 D
tasse a velocidade para 100 km/h e se trafegasse 12
horas por dia, ele faria o mesmo percurso em: 7 D
8 D
a) 6 dias.
b) 5 dias. 9 A
c) 8 dias.
d) 4 dias. 10 E
e) 12 dias. 11 A
CONHECIMENTOS DE
ma Kinect do videogame xBox).
Em concursos públicos, as novas tecnologias e supor-
tes avançados são raramente questionados. As questões
INFORMÁTICA aplicadas nas provas envolvem os conceitos básicos e o
modo de operação do sistema operacional em um dispo-
sitivo computacional padrão (ou tradicional).
O sistema operacional Windows é um software pro-
prietário, ou seja, não tem o núcleo (kernel) disponível e o
CONCEITOS E PRINCIPAIS usuário precisa adquirir uma licença de uso da Microsoft.
COMANDOS E FUNÇÕES DE SISTEMAS
OPERACIONAIS (WINDOWS E LINUX) Importante!
O sistema operacional proporciona a base para
Algumas bancas priorizam o conhecimento bási-
execução de todos os demais softwares no computa- co das configurações do sistema operacional.
dor. Ele é responsável por estabelecer o padrão para Em provas desse tipo de banca o usuário não
comunicação com o hardware (através dos drivers). encontrará muitas questões sobre a “parte prá-
Os computadores podem receber diferentes sistemas, tica”, como ocorrem com outras organizadoras
segundo a sua arquitetura de construção. de concursos. Em outras palavras, as primeiras
É possível termos dois ou mais sistemas operacionais páginas do material sobre Windows são as mais
instalados em um dispositivo. No caso dos computado- importantes para certas provas.
res, o usuário pode criar partições (divisões lógicas) no
disco de armazenamento e instalar cada sistema (Win-
dows e Linux) em uma delas. O usuário também poderá Funcionamento do Sistema Operacional
executar no formato de Máquina Virtual (Virtual Machi- Do momento em que ligamos o computador até o
ne), conforme detalhado no tópico Virtualização. momento em que a interface gráfica está completa-
O que os sistemas operacionais têm em comum? mente disponível para uso, uma série de ações e con-
figurações são realizadas, tanto nos componentes de
z Plataforma para execução de programas: eles hardware como nos aplicativos de software. Acompa-
oferecem recursos que são compartilhados pelos nhe a seguir estas etapas.
programas executados, desenvolvidos para serem
compatíveis com o sistema operacional; HARDWARE SOFTWARE
z Núcleo monolítico: arquitetura monobloco, onde
um único processo centraliza e executa as princi- Energia elétrica - botão ON/OFF POST - Power On Self Test
pais funções. No Windows, é o explorer.exe;
z Interface gráfica: mesmo oferecendo uma inter- Equipamento OK BIOS - Carregado para a
memória RAM
face de linha de comandos, a interface gráfica é a
mais utilizada e questionada em provas, com ícones Disco de Inicialização Gerenciador de Boot
que representam os itens existentes no dispositivo;
z Multiusuário: os sistemas permitem que vários Memória RAM Núcleo do Sistema Speracional
usuários utilizem o dispositivo, cada um com sua
respectiva conta e credenciais de acesso; Periféricos de Entrada Drivers
z Multiprocessamento: os sistemas possibilitam a
execução de vários processos simultaneamente,
Interface Gráfica
gerenciando os recursos oferecidos pelo processador;
z Preemptivo: o sistema operacional poderá inter-
Aplicativos CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
romper processos durante a sua execução;
z Multitarefas: os sistemas operacionais possibilitam
a execução de várias tarefas de forma simultânea Todo dispositivo possui um sistema de inicialização.
e concorrentes entre si, através do gerenciamento Quando colocamos a chave no contato do carro e damos
profundo da memória do dispositivo; a primeira mexida, todas as luzes do painel se acendem
e somente aquelas que estiverem ativadas permane-
z Interface com o hardware: o sistema operacional
cem. Quando ligamos o micro-ondas, ele acende todo o
contém arquivos que atuam como tradutores, possi-
painel e faz um beep. Quando ligamos o nosso smartpho-
bilitando a comunicação do software com o hardware.
ne, ele acende a tela e faz um toque. Estes procedimentos
são úteis para identificar que os recursos do dispositivo
NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS: estão disponíveis corretamente para utilização.
WINDOWS 10
z POST – Power On Self Teste: autoteste da inicia-
O sistema operacional Windows foi desenvolvido lização. Instruções definidas pelo fabricante para
pela Microsoft para computadores pessoais (PC) em verificação dos componentes conectados;
meados dos anos 80, oferecendo uma interface gráfi- z BIOS – Basic Input Output System: sistema básico
ca baseada em janelas, com suporte para apontadores de entrada e saída. Informações gravadas em um
como mouses, touch pad (área de toque nos portáteis), chip CMOS (Complementary Metal Oxidy Semicon-
canetas e mesas digitalizadoras. ductor) que podem ser configuradas pelo usuário 225
usando o programa SETUP (executado quando z Convidado ou Visitante: poderá acessar apenas os
pressionamos DEL ou outra tecla específica no itens liberados previamente pelo administrador. Esta
momento que ligamos o computador, na primeira conta geralmente permanece desativada nas confi-
tela do autoteste – POST Power On Self Test); gurações do Windows, por questões de segurança.
z KERNEL – Núcleo do sistema operacional: O Windo-
ws tem o núcleo fechado e inacessível para o usuário. No Windows, as permissões NTFS podem ser atri-
O Linux tem núcleo aberto e código fonte disponível buídas em Propriedades, guia Segurança. Através de
para ser utilizado, copiado, estudado, modificado e permissões como Controle Total, Modificar, Gravar,
redistribuído sem restrição. O kernel do Linux está entre outras, o usuário poderá definir o que será aces-
em constante desenvolvimento por uma comunidade sado e executado por outros usuários do sistema. As
de programadores, e para garantir sua integridade e permissões do sistema de arquivos NTFS não são compatí-
qualidade, as sugestões de melhorias são analisadas e veis diretamente com o sistema operacional Linux, e caso
aprovadas (ou não) antes de serem disponibilizadas tenhamos dois sistemas operacionais ou dois dispositivos
para download por todos; na rede com sistemas diferentes, um servidor Samba será
z Gerenciador de BOOT : O Linux tem diferentes necessário, para realizar a ‘tradução’ das configurações.
gerenciadores de boot, mas os mais conhecidos são
O Windows oferece a interface gráfica (a mais usa-
o LILO e o Grub;
da e questionada) e pode oferecer uma interface de
z GUI - Graphics User Interface: Interface gráfica,
linha de comandos para digitação. O Prompt de Coman-
porque o sistema operacional oferece também a
dos é a representação do sistema operacional MS-DOS
interface de comandos (Prompt de Comandos ou
(Microsoft Disk Operation System), que era a opção
Linha de Comandos).
padrão de interface para o usuário antes do Windows.
O Windows 10 oferece o Prompt de Comandos ‘bási-
Quando o sistema Windows não consegue ini-
co’ e tradicional, acionado pela digitação de CMD segui-
ciar de forma correta, é possível recuperar o acesso
através de ferramentas de inicialização. Para acesso do de Enter, na caixa de diálogo Executar (aberta pelo
a estes recursos, pode ser necessária uma conta com atalho de teclado Windows+R = Run). Além dele, existe
credenciais de administrador. o Windows Power Shell, que é a interface de comandos
programável, acessível pelo menu do botão Iniciar.
z Restauração do Sistema: a cada vez que o Win- Para conhecer as configurações do dispositivo, o
dows foi iniciado com sucesso, um ponto de res- usuário pode acessar as Propriedades do computa-
tauração foi criado. A cada instalação de software dor no Explorador de Arquivos, ou o item Sistema em
ou alterações significativas das configurações, um Configurações (atalho de teclado Windows+I), ou pela
ponto de restauração é criado. Em caso de insta- Central de Ações (atalho de teclado Windows+A), ou
bilidade, o usuário pode retornar o Windows para acionar o atalho de teclado Windows+Pause.
um ponto de restauração previamente criado. A interface gráfica do Windows é caracterizada
z Reparação do Sistema: se arquivos do sistema foram pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do
seriamente modificados ou se tornaram inacessíveis, Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,
o Windows não iniciará e não conseguirá recuperar atalhos, Barra de Tarefas (com programas que podem
para um ponto de restauração. O Windows permite a ser executados e programas que estão sendo executa-
criação de um disco de recuperação do sistema, que dos) e outros componentes do Windows.
restaura o Windows para as configurações originais.
z Histórico de Arquivos: a cada alteração, o Windo-
ws armazena cópias dos arquivos originais e grava
Microsoft Google Mozilla Kaspersky Firefox
os novos dados no local. Depois, caso necessário, o Lixeira
Edge Chrome Thunderbird secure Co
usuário poderá acessar o Histórico de Arquivos e
retornar para uma cópia anterior do mesmo item.
z Versões anteriores (ou Cópias de Sombra): alte-
W X
O Windows possui 3 níveis de acesso, que são as Navegador padrão Windows 10 Atalhos
credenciais. Itens Excluídos
Administrador local: configurado para o Provas Downloads- Caragua. Lista de Extra Dicas
Anteriores Atalhos docx e-mails p... E-book cesp.txt
dispositivo;
Barra de Tarefas
Administrador domínio: quando o dispositivo
está conectado em uma rede (domínio), o admi- Digite Aqui Para Pesquisar
nistrador de redes também poderá acessar o
Cortana
dispositivo com credenciais globais; Área de Notificação
Botão Iniciar Visão de tarefas
Central de Ações
z Usuário: poderá executar os programas que foram Barra de acesso rápido
instalados pelo administrador, mas não poderá
226 desinstalar ou alterar as configurações; Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
A Área de Trabalho, caracterizada pela imagem do z Bloquear o computador: com o atalho de teclado
papel de parede personalizada pelo usuário, poderá Windows+L (Lock), o usuário pode bloquear o com-
ter uma proteção de tela ativada. Após algum tempo putador. Poderá bloquear pelo menu de controle de
sem utilização dos periféricos de entrada (mouse e sessão, acionado pelo atalho de teclado Ctrl+Alt+Del;
teclado), uma imagem ou tela será exibida no lugar da z Gerenciador de Tarefas: para controlar os aplica-
imagem padrão. tivos, processos e serviços em execução. Atalho de
Na área de trabalho do Windows, o usuário pode- teclado: Ctrl+Shift+Esc;
rá armazenar arquivos e pastas, além de criar atalhos z Minimizar todas as janelas: com o atalho de tecla-
para itens no dispositivo, na rede ou na Internet. do Windows+M (Minimize), o usuário pode minimi-
A tela da área de trabalho poderá ser estendida ou zar todas as janelas abertas, visualizando a área de
duplicada, com os recursos de projeção. Ao acionar o ata- trabalho;
lho de teclado Windows+P (Projector), o usuário poderá: z Criptografia com BitLocker: o Windows oferece o
sistema de proteção BitLocker, que criptografa os
z Tela atual: exibir somente na tela atual. dados de uma unidade de disco, protegendo contra
z Estender: ampliar a área de trabalho, usando dois acessos indevidos. Para uso no computador, uma
ou mais monitores, iniciando em uma tela e ‘conti- chave será gravada em um pendrive, e para aces-
nuando’ na outra tela. sar o Windows, ele deverá estar conectado;
z Duplicar: exibir a mesma imagem nas duas telas. z Windows Hello: sistema de reconhecimento facial
z Somente projetor: desativar a tela atual (no note- ou biometria, para acesso ao computador sem a
book, por exemplo) e exibir somente no projetor necessidade de uso de senha;
ou Datashow. z Windows Defender: aplicação que integra recur-
sos de segurança digital, como o firewall, antivírus
O Windows 10 apresenta algumas novidades em e antispyware.
relação às versões anteriores. Assistente virtual, navega-
dor de Internet, locais que centralizam informações etc.
Atente-se: A banca prioriza o conhecimento de novos
recursos dos softwares constantes do edital publicado.
z Botão Iniciar: permite acesso aos aplicativos instala-
No Windows, algumas definições sobre o que está sen-
dos no computador, com os itens recentes no início da
do executado podem variar, segundo o tipo de execução.
lista e os demais itens classificados em ordem alfabé-
Confira:
tica. Combina os blocos dinâmicos e estáticos do Win-
dows 8 com a lista de programas do Windows 7;
z Aplicativos: são os programas de primeiro plano,
z Pesquisar: com novo atalho de teclado, permite
que o usuário executou.
localizar a partir da digitação de termos, itens no
z Processos: são os programas de segundo plano,
dispositivo, na rede local e na Internet. Atalho de
carregados na inicialização do sistema operacional,
teclado: Windows+S (Search);
componentes de programas instalados pelo usuário.
z Cortana: assistente virtual. Auxilia em pesquisas de
z Serviços : são componentes do sistema operacio-
informações no dispositivo, na rede local e na Internet.
nal carregados durante a inicialização para auxi-
z Visão de Tarefas: permite alternar entre os pro-
gramas em execução e abre novas áreas de traba- liar na execução de vários programas e processos.
lho. Atalho de teclado: Windows+TAB;
z Microsoft Edge: navegador de Internet padrão do Os aplicativos em execução no Windows poderão
Windows 10. Ele está configurado com o buscador ser acessados de várias formas, alternando a exibição
padrão Microsoft Bing, mas pode ser alterado; de janelas, com o uso de atalhos de teclado. Confira:
z Microsoft Loja: loja de app’s para o usuário bai-
xar novos aplicativos para Windows; z Alt + Tab: alterna entre os aplicativos em execução,
z Windows Mail: aplicativo para correio eletrônico, que exibindo uma lista de miniaturas deles para o usuá-
carrega as mensagens da conta Microsoft e pode se tor- rio escolher. A cada toque em Alt+Tab, a seleção
nar um hub de e-mails com adição de outras contas; passa para o próximo item, retornando ao começo
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z Barra de Acesso Rápido: ícones fixados de pro- quando passar por todos;
gramas para acessar rapidamente; z Alt + Esc: alterna diretamente para o próximo
z Fixar itens: em cada ícone, ao clicar com o botão aplicativo em execução, sem exibir nenhuma jane-
direito (secundário) do mouse, será mostrado o la de seleção;
menu rápido, que permite fixar arquivos abertos z Ctrl + Alt + Tab: alterna entre os aplicativos em
recentemente e fixar o ícone do programa na barra execução como o Alt+Tab, mas a tela permanece em
de acesso rápido; exibição, podendo usar as setas de movimentação
z Central de Ações: centraliza as mensagens de segu- para escolha do programa;
rança e manutenção do Windows, como as atuali- z Windows + Tab: mostra a Visão de Tarefas, para
zações do sistema operacional. Atalho de teclado: escolher programas em execução ou outras áreas
Windows+A (Action). A Central de Ações não precisa de trabalho abertas.
ser carregada pelo usuário, ela é carregada automa-
ticamente quando o Windows é inicializado; Vários recursos presentes no sistema operacional
z Mostrar área de trabalho: visualizar rapidamen- Windows podem auxiliar nas tarefas do dia a dia. Pro-
te a área de trabalho, ocultando as janelas que cure praticar as combinações de atalhos de teclado, por
estejam em primeiro plano. Atalho de teclado: dois motivos: elas agilizam o seu trabalho cotidiano e
Windows+D (Desktop); elas caem em provas de concursos. 227
4 - Maximizar Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
2 - Barra ou linha de título
3 - Minimizar 5 Fechar
1 - Barra de Menus
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO
Área de trabalho
Estruturas lógicas que endereçam as par-
Sistema de tes físicas do disco de armazenamento.
Arquivos NTFS, FAT32, FAT são alguns exemplos
de sistemas de arquivos do Windows.
Documentos
Imagens Folhas
Músicas Flores
Vídeos Frutos
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que antes era Windows Explorer) para o gerenciamento de pastas
e arquivos. Ele é usado para as operações de manipulação de informações no computador, desde o básico (formatar
discos de armazenamento) até o avançado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas).
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado para executar o Explorador de Arquivos. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Como o Windows 10 está associado a uma conta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou Outlook), o
usuário tem disponível um espaço de armazenamento de dados na nuvem Microsoft OneDrive. No Explorador
de Arquivos, no painel do lado direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a nuvem. Ao inserir arquivos ou
pastas no OneDrive, eles serão enviados para a nuvem e sincronizados com outros dispositivos que estejam conec-
tados na mesma conta de usuário.
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos somente leitura... os atributos dos itens podem ser definidos
pelo item Propriedades no menu de contexto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que tenham o atributo
oculto, desde que ajuste a configuração correspondente.
Extensões de Arquivos
O Windows 10 apresenta ícones que representam arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão carac-
teriza o tipo de informação que o arquivo armazena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é atribuída para
ele, de acordo com o programa que o criou. É possível alterar esta extensão, porém corremos o risco de perder
o acesso ao arquivo, que não será mais reconhecido diretamente pelas configurações definidas em Programas
Padrão do Windows. 229
Confira na tabela a seguir algumas das extensões e ícones mais comuns em provas de concursos.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e editado pelos aplicativos Office. Formato de do-
PDF cumento portável (Portable Document Format) que poderá ser visualizado em várias
plataformas.
Documento de textos do Microsoft Word. Textos com formatação que podem ser edi-
tados pelo LibreOffice Writer.
DOCX
Pasta de trabalho do Microsoft Excel. Planilhas de cálculos que podem ser editadas
pelo LibreOffice calc.
XLSX
Apresentação de slides do Microsoft PowerPoint, que poderá ser editada pelo LibreOf-
PPTX fice Impress.
Texto sem formatação. Formato padrão do acessório Bloco de Notas. Poderá ser
aberto por vários programas do computador.
TXT
Rich Text Format – formato de texto rico. Padrão do acessório WordPad, este docu-
mento de texto possui alguma formatação, como estilos de fontes.
RTF
Formato de áudio. O Gravador de Som pode gravar o áudio. O Windows Media Player
e o Groove Music, podem reproduzir o som.
MP3
Formato ZIP, padrão do Windows para arquivos compactados. Não necessita de pro-
gramas adicionais, como o formato RAR que exige o WinRAR.
ZIP
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações (atalho de teclado Windows+I) e modificar o programa padrão. Alteran-
do esta configuração, o arquivo será visualizado e editado por outro programa de escolha do usuário.
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. A troca do nome alterou a organização dos itens de ajustes do
Windows, tornando-se mais simples e intuitivo.
Através deste item o usuário poderá instalar e desinstalar programas e dispositivos, configurar o Windows,
230 além de outros recursos administrativos.
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10, Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar),
acessado pela opção Configurações, localizada na lista estamos copiando o item para a memória RAM, para
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu- ser inserido em outro local, mantendo o original e
rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ criando uma cópia.
Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca- Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-
da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy. mos copiando uma ‘foto da tela inteira’ para a Área de
Transferência, para ser inserida em outro local, como
Modo Avião é uma configuração comum em smar-
em um documento do Microsoft Word ou edição pelo
tphones e tablets que permite desativar, de manei-
acessório Microsoft Paint.
ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen,
inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS, estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a
NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio. Área de Transferência, desconsiderando outros ele-
Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos. mentos da tela do Windows.
Como resolver? Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o
O Explorador de Arquivos possui diferentes modos conteúdo que está armazenado na Área de Transfe-
de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con- rência será inserido no local atual.
teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati- As ações realizadas no Windows, em sua quase
var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de
a manipulação dos itens. teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização.
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres-
exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar sionar DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
informações, como, por exemplo, a data de modifica-
sidade de acessar a Lixeira do Windows.
ção e o tamanho de cada arquivo.
E outras ações podem ser repetidas, acionando o
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível.
Modos de Exibição do Windows 10 Para obter uma imagem de alguma janela em
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan-
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office.
Outra forma de realizar esta atividade, é usar a
Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível
no Windows.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem cap-
turada, poderá fazer com o atalho de teclado Windo-
ws+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo na
pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens.
As ações realizadas pelos usuários em relação à manipulação de arquivos e pastas, pode estar condicionada ao
local onde ela é efetuada, ou ao local de origem e destino da ação. Portanto, é importante verificar no enunciado
da questão, geralmente no texto associado, estes detalhes que determinarão o resultado da operação.
As operações podem ser realizadas com atalhos de teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos. A
banca organizadora CESPE/Cebraspe não costuma questionar ações práticas nas provas, e raramente utiliza ima-
gens nas questões.
Não é possível recortar e colar na mesma pasta. Será exibida uma mensagem
Ctrl+X e Ctrl+V na mesma pasta
de erro.
Ctrl+X e Ctrl+V em locais diferentes Recortar (da origem) e colar (no destino). O item será movido
Copiar e colar. O item será duplicado. A cópia receberá um sufixo (Copia) para
Ctrl+C e Ctrl+V na mesma pasta
diferenciar do original.
Copiar (da origem) e colar (no destino). O item será duplicado, mantendo o
Ctrl+C e Ctrl+V em locais diferentes
nome e extensão.
Tecla Delete em um item do disco Deletar, apagar, enviar para a Lixeira do Windows, podendo recuperar depois, se
rígido o item estiver em um disco rígido local interno ou externo conectado na CPU.
Tecla Delete em um item do disco Será excluído definitivamente. A Lixeira do Windows não armazena itens de
removível unidades removíveis (pendrive), ópticas ou unidades remotas.
Lixeira
Um dos itens mais questionados em concursos públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os itens que
foram excluídos de discos rígidos locais, internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla DELETE (DEL), o item é removido do local original e arma-
zenado na Lixeira.
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode escolher a opção ‘Restaurar’, para retornar ele para o local
original. Se o local original não existe mais, pois suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira recupera o
caminho e restaura o item.
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixeira” no
menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Delete, o item será excluído definitivamente. Pelo Windows, itens excluí-
dos definitivamente ou apagados após esvaziar a Lixeira, não poderão ser recuperados. É possível recuperar com progra-
mas de terceiros, mas isto não é considerado no concurso, que segue a configuração padrão.
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados com o mouse para fora dela, restaurando o item para o
local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alterar o
tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá desativar ela excluindo os itens diretamente, e configurar Lixeiras
232 individuais para cada disco conectado.
OPERAÇÕES COM MOUSE
Arrastar com botão secundário do mouse pressionado, e Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
soltar na mesma unidade. onde soltar).
Arrastar com botão secundário do mouse pressionado, e Exibe o menu de contexto, podendo “Copiar aqui” (no local
soltar em outra unidade de disco. onde soltar) ou “Mover aqui”.
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será copiado, quando a tecla CTRL for liberada, in-
a tecla CTRL pressionada. dependente da origem ou do destino da ação.
Arrastar com o botão principal pressionado um item com O item será movido, quando a tecla SHIFT for liberada, in-
a tecla SHIFT pressionada. dependente da origem ou do destino da ação.
Arrastar com o botão principal pressionado um item com Será criado um atalho para o item, independente da ori-
a tecla ALT pressionada (ou CTRL+SHIFT). gem ou do destino da ação.
As ações envolvendo tela touchscreen foram questionadas quando o Windows 8 estava disponível. No Windo-
ws 10, apesar de ter suporte para telas sensíveis ao toque, não temos questões sobre as ações no sistema opera-
cional com esta interface.
O sistema operacional Linux é uma opção ao sistema operacional Windows, com outras características próprias.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O sistema operacional Linux é mais utilizado em sistemas de baixo custo, e possui diferentes distribuições para
diferentes modelos de computadores. Por ser um sistema de código aberto, deu origem a outros sistemas como o
iOs (Apple) e o Android (Google).
Por ser um sistema operacional livre e licenciável, possui a licença GNU GPL para distribuição. O projeto GNU
foi lançado no começo dos anos 80 e atualmente é patrocinado pela FSF (Free Software Foundation). Muitos usuá-
rios descobrem que no contexto de softwares livres, ser livre não significa ser gratuito. Ao contrário do termo
freeware, que identifica uma categoria de softwares gratuitos para utilização, o termo free no Linux está relacio-
nada às liberdades de uso.
A GPL (GNU Public Licence) baseia-se em 4 liberdades ‘essenciais’:
Os diretórios são denominados com algumas letras que indicam o seu conteúdo. Confira na tabela a seguir.
/home home – início Contém os arquivos dos usuários, como as bibliotecas do Windows.
Os comandos são grafados com letras minúsculas, assim como os nomes dos diretórios. Diretórios e comandos
são algumas letras do nome do conteúdo ou ação realizada, que é um termo em inglês.
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os diretórios de uma distribuição padrão Linux.
Existem sites na Internet que oferecem emuladores de Linux, para treinamento. Acesse https://bellard.org/
jslinux/ para conhecer algumas opções.
Comandos Linux
Os comandos são denominados com algumas letras que indicam a tarefa que eles realizam. Confira na tabela
a seguir:
A seguir, uma tabela mais completa, com quase todos os comandos questionados pelas bancas organizadoras,
quando temos o item Linux no conteúdo programático.
init 0 Desligar
init Desligar ou reiniciar o computador.
init 6 Reiniciar
sort Ordena o conteúdo de um arquivo. sort arq1.txt Ordena o conteúdo do arquivo arq1.txt
Todos os sistemas operacionais possuem recursos para a realização das mesmas tarefas. Não é correto afirmar
que um sistema é melhor que outro, sendo que eles são equivalentes em funcionalidades.
237
Prompt de Comandos (Windows) e Console de Comandos (Linux)
A interface que não é gráfica, ou seja, de caracteres, sempre existiu nos computadores. Mas entre o Windows e Linux exis-
tem diferenças, tanto operacionais como de comandos. Confira um comparativo de comandos entre o Linux e o Windows.
LINUX WINDOWS
Ajuda man, help ou info /?
Data e Hora date, cal ou hwclock date e time
Espaço em disco df dir
Processos em execução ps
Finalizar processo kill
Qual o diretório atual? pwd cd
Subir um nível cd .. cd..
Diretório raiz cd / cd \
Voltar ao diretório anterior cd –
Diretório pessoal cd ~
Copiar arquivos cp copy
Mover arquivos mv move
Renomear mv ren
Listar arquivos ls dir
Apagar arquivos rm del
Apagar diretórios rm deltree
Criar diretórios mkdir md
Alterar atributos attrib
Alterar permissões chmod
Alterar proprietário (dono) chown
Alterar grupo chgrp
Comparar arquivos e pastas diff comp
Empacotar arquivos tar
Compactar arquivos gzip compact
Alterar a senha passwd
Concatenar, juntar e mostrar cat
Mostrar, visualizar vi type
Pausa na exibição de páginas more ou less more
Interfaces de rede ifconfig ipconfig
Caminho dos pacotes tracert route
Listar todas as conexões netstat arp -a
Apagar a tela clear Cls
Concatenar comandos | |
Direcionar a entrada para um comando < <
Direcionar a saída de um comando > >
Localizar ocorrências dentro do arquivo grep
Exibir as últimas linhas do arquivo tail
238
Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:
NOÇÕES DE APLICATIVOS DE EDIÇÃO
DE TEXTOS E PLANILHAS (MICROSOFT z Faz a gravação automática dos dados editados
enquanto o arquivo não tem um nome ou local de
OFFICE E LIBREOFFICE) armazenamento definidos. Depois, se necessário, o
usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
MICROSOFT WORD
z Faz a gravação automática de auto recuperação
dos arquivos em edição que tenham nome e local
Estrutura Básica dos Documentos
definidos, permitindo recuperar as alterações que
Os documentos produzidos com o editor de textos não tenham sido salvas;
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
vamento automático”, associado à conta Microsoft,
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha- vamento será realizado.
dos com outros usuários para edição colaborativa;
O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, con-
padrão do acessório do Windows chamado WordPad, e
tém formatações que serão aplicadas aos novos
por ser portável, também poderá ser editado pelo Micro-
documentos criados a partir dele. O modelo é usa-
soft Word.
do para a padronização de documentos;
Em questões sobre pacotes de aplicativos em provas
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM
elaboradas por algumas bancas organizadoras, as exten-
(Document Template Macros – modelo de docu-
sões de arquivos são amplamente questionadas.
mento com macros): As macros são códigos desen-
Ao iniciar a edição de um documento, o modo de exi-
volvidos em Visual Basic for Applications (VBA)
bição selecionado na guia Exibir é “Layout de Impressão”.
para a automatização de tarefas; O documento será mostrado na tela da mesma forma que
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- será impresso no papel.
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As O Modo de Leitura permite visualizar o documento
principais definições estão na guia Layout, mas tam- sem outras distrações como a Faixa de Opções com os
bém encontrará algumas definições na guia Design; ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a barra de
z Seção: divisão de formatação do documento, título continua sendo exibida.
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
que forem usadas configurações diferentes, como visualizar o documento como ele seria exibido se estives-
margens, colunas, tamanho da página, orientação, se publicado na Internet como página web.
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras, as Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Títulos
seções serão usadas; serão mostrados, auxiliando na organização dos blocos
z Parágrafos: formado por palavras e marcas de de conteúdo.
formatação. Finalizado com Enter, contém forma- O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
tação independente do parágrafo anterior e do exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
parágrafo seguinte; tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
z Linhas: sequência de palavras que pode ser um Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que faz
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemento da
finalizado com Quebra de Linha, a configuração interface do Microsoft Office.
atual permanece na próxima linha;
z Palavras: formado por letras, números, símbolos, Acesso Rápido
caracteres de formatação etc. Guia Atual Guias ou Abas Item com Listagem
Recortar
Copiar
Área de Transferência
Colar
Tamanho da fonte
Fonte
Aumentar fonte
Diminuir fonte
Folha de Rosto
Quebra de Página
Inserir
Tabelas Tabela
Imagem
Formas
Importante!
Atenção ao perfil das bancas organizadoras. A banca organizadora de concursos CESPE/Cebraspe, por exemplo, não
costuma utilizar imagens em suas provas; ela prioriza o conhecimento do candidato acerca dos conceitos de softwa-
res. Outras bancas organizadoras, por outro lado, como Fundação VUNESP e Fundação Getúlio Vargas, priorizam o
conhecimento do candidato acerca do uso dos recursos para a produção de arquivos (parte prática dos programas).
As guias possuem uma organização lógica, sequencial, das tarefas que serão realizadas no documento, desde
o início até a visualização do resultado final.
BOTÃO/GUIA DICA
Arquivo Comandos para o documento atual. Salvar, salvar como, imprimir, Salvar e enviar.
Tarefas iniciais. O início do documento, acesso à Área de Transferência, formatação de fontes,
Página Inicial
parágrafos. Formatação do conteúdo da página.
Tarefas secundárias. Adicionar um objeto que ainda não existe no documento. Tabela, Ilustrações,
Inserir
Instantâneos.
Layout da Página Configuração da página. Formatação global do documento, formatação da página.
Design Reúne formatação da página e plano de fundo.
Referências Índices e acessórios. Notas de rodapé, notas de fim, índices, sumários, etc.
Correspondências Mala direta. Cartas, envelopes, etiquetas, e-mails e diretório de contatos.
240
BOTÃO/GUIA DICA
Correção do documento. Ele está ficando pronto... Ortografia e gramática, idioma, controle de alte-
Revisão
rações, comentários, comparar, proteger, etc.
Exibir Visualização. Podemos ver o resultado de nosso trabalho. Será que ficou bom?
A edição e formatação de textos consiste em aplicar estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos pará-
grafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formatações
envolvem as definições de fontes e parágrafos, sendo úteis para a criação dos índices ao final da edição do docu-
mento. Os índices são gerenciados através das opções da guia Referências.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Página Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis no menu
Estilos.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário poderá copiar a formatação de um local e aplicar em outro
local no mesmo documento, ou em outro arquivo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o ‘modelo de formatação
no texto’, clique no ícone da guia Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc ou
iniciar uma digitação.
Seleção
Através do teclado e do mouse, como no sistema operacional, podemos selecionar palavras, linhas, parágrafos
e até o documento inteiro.
Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado
Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia-a-dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto ‘aleatório’ com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F. 241
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e sub-
linhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as palavras),
(como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
subscrito
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli-
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independente,
que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras), etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia-a-dia possuem nomes específicos. Confira alguns
exemplos:
- - Âncoras de objetos
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, tem linhas, colunas, é formada por células,
e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma pla-
nilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma única),
Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elementos
horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes itens
são aqueles questionados em provas de concursos. 243
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo ‘extrapola’ os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
WORD EXCEL
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos. Somente o conteúdo da primeira célula será mantido.
Em inglês, com referências direcio- Em português, com referências posicionais
Tabela, Fórmulas
nais =SUM(ABOVE). =SOMA(A1:A5).
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente. Recalcula automaticamente e manualmente (F9).
Tachado Texto Não tem atalho de teclado. Atalho: Ctrl+5.
Quebra de linha manual Shift+Enter. Alt+Enter.
Copia apenas a primeira formatação
Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes.
da origem.
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte. Duplica a informação da célula acima.
Ctrl+E Centralizar. Preenchimento Relâmpago.
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo). Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando. Duplica a informação da célula à esquerda.
Atualizar os campos de uma mala
F9 Atualizar o resultado das fórmulas.
direta.
F11 - Inserir gráfico.
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na
Ctrl+Enter Quebra de página manual.
célula atual.
Alt+Enter Repetir digitação. Quebra de linha manual.
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na
Shift+Enter Quebra de linha manual.
célula acima da atual, se houver.
Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
244
MICROSOFT EXCEL Mesclar e Centralizar
Mesclar e Centralizar
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas
Mesclar através
nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde
Mesclar Células
a criação de uma agenda de compromissos, passan- G H
do pelo controle de ponto dos funcionários e folha de Desfazer Mesclagem de Células
1 FRAÇÃO: EX.: 4
2
102 CIENTIFICO. EX.: 4,00E + 00
ab TEXTO: EX.: 4
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exemplo,
na verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
é ‘justificado’ e o símbolo de R$ posiciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00
O ícone % é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.
Simbologia Específica
Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.
z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração.
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2
O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o cargo de
Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
248 e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando, não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
Faz a soma de 15 e 3.
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso seja
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação. verdadeiro, mostra 10, caso seja falso,
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
mostra 11.
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &. 249
CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o usuário poderá ver setas na
planilha indicando a relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
Funções Básicas
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e o valor
no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no
meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de
250 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células As funções CONT são usadas para informar a
selecionadas. quantidade de células, que atendem às condições
especificadas.
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape- - CONT.NÚM - para contar quantas células possuem
nas um será mostrado. números.
- CONT.VALORES - quantidade de células que estão
z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de
preenchidas.
uma série, segundo o argumento apresentado.
- CONTAR.VAZIO - quantidade de células que não
estão preenchidas.
Valores iguais ocupam posições diferentes.
- CONT.SE - quantidade de células que atendem a
uma condição específica.
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
- CONT.SES - quantidade de células que atendem a
las A1 até D6.
várias condições simultaneamente.
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu-
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as
las selecionadas.
células em um intervalo, exceto as células vazias.
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
área de A1 até D6. = CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
contagem, informando quantas células estão preen-
z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de chidas com valores, quaisquer valores.
uma série, segundo o argumento apresentado.
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
Valores iguais ocupam posições diferentes. intervalo, exceto células vazias e células com texto.
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu- =CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
las A1 até D6. intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
A função PROCV é um membro das funções de pes- FALSO (Função FALSO) Retorna o valor lógico FALSO
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. VERDADEIRO (Função Retorna o valor lógico
Use a função tirar ou a função arrumar para VERDADEIRO) VERDADEIRO
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.
Retornará um valor que você
especifica se uma fórmula for
z ESQUERDA(texto;quantidade): Extrai de uma SEERRO (Função SEERRO) avaliada para um erro; do con-
sequência de texto, uma quantidade de caracteres trário, retornará o resultado da
especificados, a partir do início (esquerda). fórmula
z Os gráficos de Área representam dados de forma seme- z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-
lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área: Radar, Radar com Marcadores, e Radar Preenchido.
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Área 3D Empilhada, e Área 3D 100% Empilhada.
253
z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.
z O gráfico do tipo Cascata, exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.
z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados. São
exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no Eixo Secun-
dário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação Personalizada.
Classificação de Dados
254
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
Classificar números Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’ ou
‘Classificar do maior para o menor’
Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
deseja classificar, como Alta, Média e Baixa.
Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso
Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
A navegação na Internet é possível através da combinação de protocolos, linguagens e serviços, operando nas
camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5 camadas ou 4 camadas). 255
A Internet conecta diversos países e grandes centros urbanos através de estruturas físicas chamadas de
backbones. São conexões de alta velocidade que permitem a troca de dados entre as redes conectadas. O usuário
não consegue se conectar diretamente no backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou uma operadora
de telefonia através de um modem e a empresa se conecta na “espinha dorsal”.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve utilizar programas específicos para realizar a navegação e o
acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores.
Conexão entre Conhecido como nuvem e também como World Wide Web, ou WWW, a Internet é um ambiente inseguro,
Internet
computadores que utiliza o protocolo TCP para conexão em conjunto a outros para aplicações específicas.
Conexão com Ambiente seguro que exige identificação, podendo estar restrito a um local, que poderá acessar a Inter-
Intranet
autenticação net ou não. A Intranet utiliza o mesmo protocolo da Internet, o TCP, podendo usar o UDP também.
Conexão entre
Conexão remota segura, protegida com criptografia, entre dois dispositivos, ou duas redes. O acesso
Extranet dispositivos
remoto é geralmente suportado por uma VPN.
ou redes
Os editais costumam explicitar Internet e Intranet, mas também questionam Extranet. A conexão remota segu-
ra que conecta Intranet’s através de um ambiente inseguro que é a Internet é naturalmente um resultado das
redes de computadores.
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Internet
Padrão de Criptografia em
Família TCP/IP
comunicação VPN
A Internet é transparente para o usuário. Qualquer usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento técnico dos
equipamentos que existem para possibilitar a conexão.
Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o conteúdo
disponível na Internet.
As informações armazenadas em servidores, sejam páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – camada
mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas por programas instalados em nossos dispositivos. São eles:
Este tópico é muito prático. Nos concursos públicos, são questionados os termos usados nos diferentes softwa-
res, como “Histórico”, para nomear a lista de informações acessadas por um navegador de Internet.
Importante!
Ao navegar na Internet, comece a observar os detalhes do seu navegador e as mensagens que são exibidas.
Esses são os itens questionados em concursos públicos.
256
Ferramentas e Aplicativos Comerciais de Navegação
As informações armazenadas em servidores web são arquivos (recursos) identificados por um endereço
padronizado e único (endereço URL), exibidas em um browser ou navegador de Internet.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Internet.
Confira, a seguir, os principais navegadores de Internet disponíveis no mercado.
Microsoft Navegador padrão do Windows 10, que substituiu o Microsoft Internet Explorer
Internet
Explorer
Navegador padrão do Windows 7, um dos mais questionados em concursos públi-
Microsoft
cos, por ser integrante do sistema operacional
Firefox
Chrome
Um dos mais populares navegadores do mercado, multiplataforma e de fácil
Google
utilização
Safari
Desenvolvido originalmente para aparelhos da Apple, atualmente está disponível
Apple
para outros sistemas operacionais
Opera
Navegador leve com proteções extras contra rastreamento e mineração de moe-
Opera
das virtuais
Na Internet, as informações (dados) são armazenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os servidores
são computadores, que utilizam pastas ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao acessarmos uma
informação na Internet, estamos acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns questionamentos: como é a identi-
ficação desse arquivo? Como acessamos essas informações? Isso ocorre através de um endereço URL. O endereço
URL (Uniform Resource Locator) que define o endereço de um recurso na rede. Na sua tradução literal, é Localiza-
dor Uniforme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
protocolo://máquina/caminho/recurso
“Protocolo” é a especificação do padrão de comunicação que será usado na transferência de dados. Poderá
ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text Transfer
Protocol Secure – protocolo seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocolo – protocolo de
transferência de arquivos), entre outros.
“://” faz parte do endereço URL, para identificar que é um endereço na rede, e não um endereço local como “/”
no Linux ou ‘:\’ no Windows.
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a informação que desejamos acessar.
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arquivo está armazenado.
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos acessar.
257
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas características.
Outra forma de analisar um endereço URL é na sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites na Inter-
net, nos deparamos com aquelas combinações de símbolos que não parecem legíveis. No entanto, como tudo na
Internet está padronizado, vamos ver as partes de um endereço URL “completão”.
Confira:
esquema://domínio:porta/caminho/recurso? querystring#fragmento
Quando o usuário digita um endereço URL no seu navegador, um servidor DNS (Domain Name Server – servi-
dor de nomes de domínios) será contactado para traduzir o endereço URL em número de IP. A informação será
localizada e transferida para o navegador que solicitou o recurso.
Servidor DNS
Internet
Endereço URL
Usuário
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas os dados são armazenados em servidores web com números de IP. O
servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a navegação na Internet.
z Modo normal de navegação: as informações serão registradas e mantidas pelo navegador. Histórico de Nave-
gação, Cookies, Arquivos Temporários, Formulários, Favoritos e Downloads;
258
z Modo de navegação anônima: as informações de z Para fechar uma janela: Alt+F4.
navegação serão apagadas quando a janela for z Para abrir uma nova guia: Ctrl+T.
fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão z Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W.
mantidos; z Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T.
z Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual)
z Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos)
z Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero)
z Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home
z Para visualizar os downloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J.
z Localizar um texto no conteúdo textual da página:
z Dados de formulários: informações preenchidas Ctrl+F.
em campos de formulários nos sites de Internet; z Atualizar a página: F5
z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário z Recarregar a página: Ctrl+F5
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-
rio poderão ser exportados do navegador atual e Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
importados em outro navegador de Internet; abertos de 4 (quatro) formas diferentes.
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor
remoto para o computador local. Os gerenciadores z Clique: abre o link na guia atual
de downloads permitem pausar uma transferência z Clique + CTRL: abre o link em uma nova guia
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja z Clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela
mais disponível; z Clique + ALT: faz download do arquivo indicado pelo
z Uploads: arquivos enviados do computador local link.
para um servidor remoto;
z Histórico de navegação: são os endereços URL
acessados pelo navegador em modo normal de
navegação; NOÇÕES DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos
arquivos acessados durante a navegação;
O que é Segurança da Informação?
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para
Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimentos
funcionalidades adicionais ou propaganda;
diversos, para que possa ser respondida. Neste tópico,
z Atualizar página – acessar as informações armaze-
nadas na cópia local (cache); você encontrará as informações necessárias para isso.
z Recarregar página: acessar novamente as infor- As redes de computadores tornaram-se cada vez
mações no servidor, ignorando as informações mais interligadas e complexas. Elas integram, atualmen-
armazenadas nos arquivos temporários; te, muitos dispositivos, que, talvez, você não conheça,
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet mas que estão ali, promovendo a troca de dados entre
no formato PDF podem ser visualizados direta- o seu equipamento e o servidor remoto o qual está aces-
mente no navegador de Internet, sem a necessida- sando. No entanto, é sabido que os criminosos virtuais
de de programas adicionais; podem acessar redes de qualquer lugar do mundo.
Neste sentido, os profissionais de Segurança da
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
Informação procuram proteger os dados armaze-
de Internet
nados e trafegados entre os dispositivos por meio
z Cookies: arquivos de texto transferidos do servidor de equipamentos, programas e técnicas direciona-
para o navegador com informações sobre as prefe- das. Para isso, o treinamento dos usuários também é
rências do usuário. Eles não são vírus de compu- importante, considerando que eles compreendem o
tador, pois códigos maliciosos não podem infectar elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu-
arquivos de texto sem formatação; rança da Informação.
z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, o
navegador receberá atualizações para a página CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre
sites para troca de conteúdo;
z Certificado digital: os navegadores podem utilizar
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja,
aceitam certificados digitais para validação de cone-
xões e transferências com criptografia e segurança;
z Corretor ortográfico: permite a correção dos tex-
tos digitados em campos de formulários a partir de
dicionários on-line disponibilizados pelos desen-
volvedores dos navegadores. Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada
por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário
final.
Atalhos de Teclado
Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-
z Para acessar a barra de endereços do navegador:
F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6. mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
z Para abrir uma nova janela: Ctrl+N. conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
z Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N. bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P. dispositivo do usuário. 259
Dica
Paradigma cliente-servidor: Nós somos clientes e acessamos informações em servidores remotos. As redes
de computadores, em concursos públicos, são abordadas, seguindo esse paradigma. Usamos cliente web
(browser ou navegador) para acessar um servidor web. Usamos cliente de e-mail para acessar um servidor de
e-mail. Usamos um cliente FTP para acessar um servidor FTP.
Figura 2. O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo interessante para invasores, vírus de computadores e softwares maliciosos.
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar os dados trafegados. Os vírus de computador procuram infectar os
arquivos e causar danos aos sistemas. Esses softwares maliciosos podem infectar dispositivos e sequestrar arquivos.
Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas e
recebidas.
O usuário deverá utilizar um protocolo seguro para acessar os dados, manter o seu dispositivo atualizado
e protegido, utilizar uma senha forte de acordo com as políticas de segurança e práticas recomendadas, entre
outras ações. Além disso, deverá utilizar conexões seguras, como as VPN’s – Virtual Private Network –, para acesso
aos serviços remotos (Computação na Nuvem); proteger-se das ameaças e ataques à Segurança da Informação,
utilizando medidas de proteção em seu dispositivo, como antivírus, firewall e anti-spyware).
Iniciaremos nossos estudos sobre Segurança da Informação com o tópico VPN. Elas são muito importantes para a
comunicação segura e tornaram-se destaque nos últimos anos, por causa do trabalho remoto (home office). Empresas
e usuários que não utilizavam uma conexão remota segura precisaram adaptar-se aos novos tempos. Em concursos, a
tendência é que aumente a frequência de questões sobre esse tema, pois se tornou popular devido à pandemia.
A seguir, conheceremos como é a Computação na Nuvem, suas características, os tipos de nuvem, os serviços
oferecidos e as vantagens e desvantagens. Vale ressaltar que esse tópico já foi bastante abordado em alguns con-
cursos, em provas de diversos cargos.
Vírus de computador e softwares maliciosos: quem nunca foi vítima, não é mesmo? Esse será o terceiro
tópico sobre Segurança da Informação, no qual abordaremos os ataques e ameaças, com destaque para os prin-
cipais e mais comuns em provas de concursos. Assim como Computação na Nuvem, o tópico “Noções de Vírus,
Worms e Pragas Virtuais” também é muito questionado em concursos públicos.
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informação, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa contra
os ataques e ameaças. Existem equipamentos de proteção, no entanto, em concursos públicos, geralmente, são
questionados os aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc).
Apesar de existirem soluções integradas e avançadas para os problemas de Segurança da Informação, que até
usamos em nossos dispositivos, nos concursos públicos, são questionadas as definições oficiais e as configurações
padrão dos programas.
As redes privadas virtuais, popularmente identificadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network), são
criadas pelas empresas e usuários, para estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de com-
putadores, de acordo com as suas características de uso e nível de segurança.
Importante!
Toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.
Figura 5. Usuários mal intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
usuário ou empresa.
As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus
colaboradores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Win-
dows) e soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc).
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão
usados, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles pro-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
curam encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se
impossível, uma vez que os dados se tornam criptografados.
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro. 261
TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA
� Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos
VPN de acesso remoto remotamente
(VPN client to site) � A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
� Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
� Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que
um deles opera como cliente VPN e o outro, como servidor VPN
� É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede
VPN site a site interna de uma filial com a rede interna de uma matriz
� Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias cone-
xões (matriz)
� Também conhecida como VPN LAN to LAN
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:
Dica
Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
262 protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
Programas
Obs.: Novas definições são criadas por empresas com propósitos de marketing. Em concursos públicos, as defi-
nições mais questionadas são SaaS, PaaS e IaaS.
Um sistema de computação legado, ou dedicado, é aquele em que a empresa é responsável por todos os itens
do projeto, desde o fornecimento de energia para a operação dos servidores adquiridos por ela, até a disponibili-
zação de aplicações que foram compradas, por meio de Licenças, para sua utilização.
Na computação em nuvem, é possível contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados,
armazenamento, servidores e sistemas de virtualização. Essa é uma Infraestrutura como um Serviço (IaaS).
Desenvolvedores podem contratar de uma operadora de nuvem, data centers, rede de dados, armazenamento,
servidores, sistemas de virtualização, sistema operacional, banco de dados e segurança digital. Essa é uma Plata-
forma como um Serviço (PaaS).
Usuários podem contratar de uma operadora de nuvem tudo, desde os data centers até as aplicações. Esse é um
Software como um Serviço (SaaS).
Figura 9. Na computação local, tudo precisa ser adquirido e mantido pelo usuário. Na computação na nuvem, o usuário precisará apenas de um
acesso à rede.
Como é possível observar, a Computação nas Nuvens é uma forma de disponibilização de recursos equiva-
lente à Computação Local, mas remotamente. Na tabela a seguir, vamos comparar esses dois formatos e suas
responsabilidades.
Ao contratar Infraestrutura como um Serviço (IaaS), o usuário obtém economia de custo (pois não há neces-
sidade de comprar e manter hardwares), tempo de colocação no mercado (pois poderá iniciar suas operações
imediatamente, sem esperar pela instalação de um data center na empresa), disponibilidade em tempo integral
e escalabilidade sob demanda (pela expansão ou contração da empresa de acordo com o dia a dia da operação).
Plataforma como um Serviço (PaaS) gera para o usuário uma economia de gastos (novamente, relacionada ao
hardware que não precisa ser adquirido), desenvolvimento simplificado de aplicativos (por conta dos ambientes
de desenvolvimento para diferentes plataformas), colaboração (pela comunicação on-line com outros desenvolve-
dores) e ambiente integrado (para teste, implementação e gerenciamento).
Software como um Serviço (SaaS) oferecerá economia de gastos (menor custo das licenças de softwares), com-
partilhamento de arquivos (de forma fácil e rápida), portabilidade (na troca de dispositivos pessoais, o acesso ao
serviço não será impactado com novas instalações e configurações) e independência do sistema operacional (a
troca de dados será realizada pelo protocolo TCP, que tem suporte em todos os sistemas operacionais).
Figura 10. Os provedores, desenvolvedores e usuários finais, fornecem, suportam ou consomem recursos da nuvem.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Vantagens da Computação em Nuvem
O usuário não precisará se preocupar com atualizações de softwares e hardwares, pois serão realizadas pela
empresa contratada. Elas serão automáticas e disponibilizadas em tempo real para todos.
O compartilhamento de informações será facilitado, bastando que outros usuários tenham acesso à Internet,
para que possam acessar os dados compartilhados. Os serviços serão disponibilizados durante 24 horas por dia,
pelos sete dias da semana, com sistemas de redundância e recuperação de falhas sob responsabilidade da empre-
sa contratada.
Assim, a necessidade de manutenção da infraestrutura física da rede local diminui, bastando para o usuário o
fornecimento de energia elétrica e conexão de rede para acesso aos serviços remotos. Além disso, por ter menos
equipamentos na infraestrutura local, o consumo de energia elétrica, refrigeração e espaço físico serão reduzidos,
o que, indiretamente, contribui para a preservação e uso racional dos recursos naturais.
Ainda, a Computação em Nuvem traz flexibilidade para o uso e contratação de serviços. O usuário pode con-
tratar um pacote básico de serviços e, de acordo com a sua necessidade, pode ampliar parâmetros do contrato,
alterando, de forma dinâmica, os limites de utilização.
Por fim, é preciso citar, como uma vantagem, a elasticidade rápida. Os recursos são provisionados dinamica-
mente, atendendo às necessidades pontuais da operação do cliente (uma loja virtual pode aumentar a quantidade
de acessos simultâneos ao site apenas na Black Friday por exemplo). Essa é a sua característica mais marcante. 265
Desvantagens da Computação em Nuvem
Quanto mais aplicações forem acessadas na nuvem, mais velocidade de transferência de dados será necessá-
ria. Portanto, a principal desvantagem da Nuvem é inerente ao propósito dela mesma.
O tempo de inatividade é outra desvantagem. Quando todos os sistemas estão em uma plataforma, se ela ficar
indisponível, a empresa e os usuários não terão acesso a nada. Felizmente, isso tem mudado e, hoje, as empresas
fornecedoras de serviços na nuvem conseguem oferecer up-time (tempo de uso disponível) acima de 99,9999%.
A dificuldade de migração é, sem dúvidas, a principal desvantagem. Quanto mais utilizamos uma determinada
empresa fornecedora, mais nos tornamos dependente dela. Caso exista a necessidade de migração dos dados, ela
poderá ser dificultada ou até impossibilitada.
Para minimizar essa desvantagem, a replicação de servidores é uma alternativa quando os dados são replica-
dos entre um servidor local e um servidor na nuvem.
On Demand Self Service, ou Auto Atendimento sob Demanda, significa que o usuário pode usar os serviços,
aumentar ou diminuir as capacidades computacionais alocadas, como o tempo de servidor e armazenamento de
rede, sem a intervenção humana com o provedor de serviços. O limite de crédito do seu cartão de crédito virtual
é um exemplo dessa característica.
Ubiquitous Network Access, ou Amplo Acesso à Rede, significa que os serviços são acessíveis a partir de qual-
quer plataforma. O usuário pode acessar um sistema desenvolvido para Windows, armazenado em um servidor
Linux, a partir de seu smartphone Apple. Quase todos os serviços disponíveis na nuvem são assim.
Resource Pooling, ou Pool de Recursos, significa que os serviços são armazenados em servidores distribuídos
globalmente e seus recursos virtuais são dinamicamente atribuídos ou retribuídos pelo cliente, conforme a sua
demanda. É o modelo multi-inquilino (multi-tenancy), que possibilita a adesão de novos clientes, em detrimento
da oferta, pelos clientes atuais. Um usuário em São Paulo pode contratar e acessar um serviço ofertado por uma
empresa em Belo Horizonte, que mantém os servidores em uma cidade na Índia.
Rapid Elasticy, ou Elasticidade Rápida, significa que a alocação de mais ou menos recursos da nuvem ocorrerá
com agilidade, provisionando e liberando, elasticamente, as demandas solicitadas pelo usuário. Ao contratar um
armazenamento de dados na nuvem, o espaço disponível para uso será imediatamente ajustado após a confirma-
ção do pagamento.
Measured Service, ou Serviços Mensuráveis, significa que todos os serviços são controlados e monitorados
automaticamente pela nuvem, de maneira transparente para o usuário, sem a necessidade de conhecimento téc-
nico sobre a sua operação. É transparente para o usuário, pois ele não precisa conhecer onde estão alocados os
266 recursos computacionais contratados, acessando apenas a interface para acesso.
Tipos de Nuvem
Conforme mencionado anteriormente, podemos classificar as nuvens, de acordo com a infraestrutura ou seus
usuários, em: privada, pública, híbrida ou comunidade (comunitária).
No modelo de Nuvem Privada, a infraestrutura é proprietária ou alugada por uma única organização, para
ser operada exclusivamente por ela mesma, podendo ser local ou remota. A empresa aplica políticas de acesso aos
serviços para os usuários cadastrados e autorizados.
A definição de Nuvem Pública indica que a infraestrutura pertence a uma organização que vende serviços
para o público em geral, podendo ser acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço, não
sendo admitidas técnicas de restrição de acesso ou autenticação.
No formato de Nuvem Híbrida, a infraestrutura é composta por, pelo menos, duas nuvens que preservam as
características originais do seu modelo, as quais estão interligadas por uma tecnologia que possibilita a portabili-
dade de informações e de aplicações. Esse é o tipo mais comum encontrado no mercado.
Na Nuvem Comunidade (Comunitária), a infraestrutura é compartilhada por diversas organizações que,
normalmente, possuem interesses comuns, como requisitos de segurança, políticas, aspectos de flexibilidade e/
ou compatibilidade.
Organização X Organização Z
Organização Y
Figura 12. De acordo com a natureza do acesso e dos interesses envolvidos, uma nuvem poderá ser do tipo Pública, Privada, Híbrida ou
Comunitária.
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais.
Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:
Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques são os itens mais questionados. 267
Dica
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Disponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte oficial de
informações sobre ameaças, ataques, defesas e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: <https://
cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020).
Ameaças
As ameaças são identificadas como aquelas que possuem potencial para comprometer a oferta ou existência
dos ativos computacionais, tais como: informações, processos e sistemas. Um ransomware – software que seques-
tra dados, utilizando-se de criptografia e solicita o pagamento de resgate para a liberação das informações seques-
tradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua execução
ou se medidas de proteção forem implementadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As ameaças à segu-
rança da informação podem ser classificadas como:
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão ou tecnologia, sem a devida atualização ou upgrade;
z Humanas: intencionais ou acidentais, que exploram vulnerabilidades nos sistemas;
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao ambiente, como as catástrofes naturais.
As empresas precisam fazer uma avaliação das ameaças que possam causar danos ao ambiente computacio-
nal dela mesma (Gerenciamento de Risco), implementar sistemas de autenticação (Controlar o Acesso), definir
os requisitos de senha forte (Política de Segurança), manter um inventário e realizar o rastreamento de todos os
ativos (Gerenciamento de Recursos), além de utilizar sistemas de backup e restauração de dados (Gerenciamento
de Continuidade de Negócios).
Falhas
As falhas de segurança nos sistemas de informação poderão ser propositais ou involuntárias. Se o programa-
dor insere, no código do sistema, uma falha que produza danos ou permita o acesso sem autenticação, temos um
exemplo de falha proposital. Já se uma falha for descoberta após a implantação do sistema, sem que tenha sido
uma falha proposital, e tenha sido explorada por invasores, temos um exemplo de falha involuntária, inerente
ao sistema.
Quando identificadas, as falhas são corrigidas pelas empresas que desenvolveram o sistema por meio da dis-
tribuição de notificações e correções de segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft para atualização do
Windows, distribui, mensalmente, os patches (pacotes) de correções de falhas de segurança.
Ataques
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tanto em concursos como no mundo real, são os ataques. Coor-
denados ou isolados, os ataques procuram romper as barreiras de segurança definidas na Política de Segurança,
com o objetivo de anular o sistema ou capturar dados.
Os ataques podem ser classificados como:
z Baixa complexidade: exploram falhas de segurança de forma isolada e são facilmente identificados e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais ferramentas e técnicas, para obter acesso aos dados, sendo de
média complexidade para a solução, gerando impactos na operação dos sistemas, como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os ataques combinam o acesso às falhas do sistema, novos códi-
gos maliciosos desconhecidos e a distribuição do ataque com redes zumbis, tornando difícil a resolução do
problema.
Dica
� Ameaças existem e podem afetar ou não os sistemas computacionais;
� Falhas existem e podem ser exploradas ou não pelos invasores;
� Ataques são realizados todo o tempo contra todos os tipos de sistemas.
Vírus de Computador
O vírus de computador é a ameaça digital mais popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus orgâ-
nico ou biológico. O vírus biológico é um organismo que possui um código viral que infecta uma célula de outro
organismo. Quando a célula infectada é acionada, o código viral é duplicado e se propaga para outras células
saudáveis do corpo. Quanto mais vírus existirem no organismo, menor será o seu desempenho, fazendo com que
recursos vitais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro à morte.
O vírus de computador é um código malicioso que infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo é
executado, o código do vírus é duplicado, propagando-se para outros arquivos do computador. Quanto mais vírus
existirem no dispositivo, menor será o seu desempenho, fazendo com que recursos computacionais sejam consu-
268 midos, podendo levar o hospedeiro a uma falha catastrófica.
1. E-mail com vírus de computador é enviado para o usuário
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O vírus de computador poderá entrar no dispositivo do usuário por meio de um arquivo anexado em uma
mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos existentes em uma mídia removível, como o pen drive, recebidos
por alguma rede social, baixados de sites na Internet, entre outras formas de contaminação.
269
VÍRUS DE COMPUTADOR CARACTERÍSTICAS
� Infectam o setor de boot do disco de inicialização
Vírus de boot
� Cada vez que o sistema é iniciado, o vírus é executado
Armazenados em sites na Internet, são carregados e executados quando o usuário
Vírus de script
acessa a página, usando um navegador de Internet
� As macros são desenvolvidas em linguagem Visual Basic for Applications (VBA) nos
Vírus de macro arquivos do Office, para a automatização de tarefas
� Quando desenvolvido com propósitos maliciosos, é um vírus de macro
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a cada nova multiplicação, o novo vírus mantém
Vírus do tipo mutante
traços do original, mas é diferente dele
São programados para agir em uma determinada data, causando algum tipo de dano no
Vírus time bomb
dia previamente agendado
� Um vírus stealth é um código malicioso muito complexo, que se esconde depois de
infectar um computador
Vírus stealth � Ele mantém cópias dos arquivos que foram infectados para si e, quando um software
antivírus realiza a detecção, apresenta o arquivo original, enganando o mecanismo de
proteção
� O vírus Nimda explora as falhas de segurança do sistema operacional
Vírus Nimda � Ele se propaga pelo correio eletrônico e, também, pela web, em diretórios comparti-
lhados, pelas falhas de servidor Microsoft IIS e nas trocas de arquivos
Todos os sistemas operacionais são vulneráveis aos vírus de computador. Quando um vírus de computador
é desenvolvido por um hacker, este procura elaborá-lo para um software que tenha uma grande quantidade de
usuários iniciantes, o que aumenta as suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários e a maioria deles não tem preocupações com segurança. Por
isso, grande parte dos vírus de computadores são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se comparado ao Windows, e a maioria deles possui muito conhe-
cimento sobre Informática, tornando a ação de vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartphones populares, é uma variação do sistema Linux original.
Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que, na maioria
das vezes, não têm rotinas de proteção e segurança de seus aparelhos.
Um vírus de computador poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado em
arquivos, através do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas. Vale
lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser executado para que entre em ação, pois ele tem um hospedeiro
definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga, inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou removen-
do arquivos do dispositivo para propagação e autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
Worms
O worm é um verme que explora de forma independente as vulnerabilidades nas redes de dispositivos. Geralmente,
eles deixam a comunicação na rede lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem cópias de seu código malicioso.
Um verme biológico parasita um organismo, consumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado. Um
verme tecnológico parasita um dispositivo, consumindo seus recursos de memória e conexão de rede, deixando o
aparelho e a rede de dados lentos.
Os worms não precisam ser executados pelo usuário como os vírus de computador e a sua propagação será
rápida caso não existam barreiras de proteção que os impeçam.
270
2. Roteador infectado envia o worm para a impressora
Smartphone
Dica
Os worms infectam dispositivos e propagam-se para outros dispositivos de forma autônoma, sem interferên-
cia do usuário. 271
Os worms podem ser recebidos automaticamente pela rede, inseridos por um invasor ou por ação de outro
código malicioso. Assim como os vírus, ele poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na Internet, com-
partilhado em arquivos, por meio do uso de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e por mensagens
instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos para
outros dispositivos e usuários conectados. Por serem autoexecutáveis, costumam consumir grande quantidade de
recursos computacionais, promovendo a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando ataques na Internet
em busca de outras redes remotas.
Pragas Virtuais
As diversas pragas virtuais são, genericamente, chamadas de malwares (softwares maliciosos), por apresen-
tarem características semelhantes: oferecem alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações danosas que
acabarão prejudicando-o.
É um código malicioso que realiza operações mal-intencionadas enquanto realiza uma operação desejada pelo
usuário, como um jogo on-line ou reprodução de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e, ao ser exe-
cutado, desativa as proteções do dispositivo, para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados.
Esse nome está, justamente, relacionado com a história do presente dado pelos gregos aos troianos, consis-
tindo em um cavalo de madeira, com soldados em seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os gregos
desativaram as defesas e permitiram o acesso do seu exército.
Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no enunciado de algumas questões de concursos, como um tipo
de vírus de computador.
272
3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativado as proteções
É um programa malicioso que procura monitorar as atividades do sistema e enviar os dados capturados
durante a espionagem para terceiros. Existem softwares espiões considerados legítimos (instalados com o consen-
timento do usuário) e maliciosos (que executam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
Os softwares espiões podem ser especializados na captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cliques efe-
tuados (screenlogger) ou para apresentação de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário (adware). Eles,
geralmente, são instalados por outros programas maliciosos, para aumentar a quantidade de dados capturados.
z Bot
É um programa malicioso que mantém contato com o invasor, permitindo que comandos sejam executados remo-
tamente. O dispositivo controlado por um bot poderá integrar uma rede de dispositivos zumbis, a chamada botnet.
Quando o invasor deseja atacar sites para provocar Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão distri-
buídos nos dispositivos do usuário, para que façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da identidade do
verdadeiro atacante, os bots poderão continuar sua propagação através do envio de cópias para outros contatos
do usuário afetado. 273
z Backdoor
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, além de executar comandos recebidos do invasor, realiza
ações para desativação de proteções e aberturas de portas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão
disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instalação de outros códigos maliciosos e roubo de informações.
Assim como os spywares, existem backdoors legítimos (adicionados pelo desenvolvedor do software para fun-
cionalidades administrativas) e ilegítimos (para operarem independente do consentimento do usuário).
z Rootkit
É um código malicioso especializado em esconder e assegurar a presença de outros códigos maliciosos para o
invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais podem ser incorporadas em outras pragas, para que o código que
camufla a presença seja executado, escondendo os rastros do software malicioso.
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos.
Dica
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Rootkit são as pragas digitais mais questionadas em concursos
públicos.
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais que ameaçam a Segurança da Informação e a privacidade
dos usuários de sistemas computacionais.
Uma das ações mais comuns que procuram comprometer a segurança da informação é o ataque Phishing. O
usuário recebe uma mensagem (por e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a clicar em um link mali-
cioso. O link acessa uma página que pode ser semelhante ao site original, induzindo o usuário a fornecer dados
pessoais, como login e senha. Em ataques mais elaborados, as páginas capturam dados bancários e de cartões de
274 crédito. O objetivo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.
1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso
Usuário
Usuário
Usuário
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras
no seu cartão de crédito
Usuário
275
Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Pharming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando as
tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuário acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Phishing,
esse ataque procura capturar dados bancários do usuário e roubar o seu dinheiro.
Usuário
Usuário
Usuário
4. Seus dados são enviados para o invasor, que rouba $$$ das contas bancárias ou faz compras
no seu cartão de crédito
Usuário
276
APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)
Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes ameaças e ataques que podem comprometer a segurança da
informação, expondo a privacidade do usuário. Para todas elas, existem mecanismos de proteção – softwares ou
hardwares que detectam e removem os códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.
Independentemente da quantidade de sistemas de proteção, o comportamento do usuário poderá levar a
uma infecção por códigos maliciosos, pois a maioria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo do usuário
mediante autorização dada pelo próprio usuário. A autorização de acesso poderá estar camuflada em um arquivo
válido, como o Cavalo de Troia, ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como o ataque de Phishing. Por-
tanto, a navegação segura começa com a atitude do usuário na rede.
Antivírus
Os vírus de computadores, como conhecemos no tópico anterior, infecta um arquivo e propaga-se para outros
arquivos quando o hospedeiro é executado. O código que infecta o arquivo é chamado de assinatura do vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para detectarem a assinatura do vírus existente nos arquivos do
computador. O antivírus precisa estar atualizado, com as últimas definições da base de assinaturas de vírus, para
que seja eficiente na remoção dos códigos maliciosos.
Usuário Arquivo
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Usuário Arquivo
277
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
Arquivo Arquivo
desinfectado excluído
Usuário
Quarentena
Quando o antivírus encontra um código malicioso em algum arquivo, que tenha correspondência com a base
de assinaturas de vírus, ele poderá:
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo através de três métodos de detecção: assinatura dos vírus
conhecidos, verificação heurística e comportamento do código malicioso quando é executado.
O que fazer quando o código malicioso do vírus não está na base de assinaturas?
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diariamente. Para a detecção desses novos códigos maliciosos, os
programas oferecem a Análise Heurística.
z Análise Heurística
O software antivírus poderá analisar os arquivos do dispositivo através de outros parâmetros, além da base
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos códigos maliciosos que ainda não foram identificados.
Se o código enviado para análise for comprovadamente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na base de vírus
conhecidos. Assim, na próxima atualização do antivírus, todos poderão reconhecer e remover o novo código descoberto.
1. Ele compara o código com sua base de assinaturas, mas não encontra correspondência com vírus conhecidos
Usuário Arquivo
278
2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para análise pelo fabricante do software antivírus
Quarentena
Usuário
Fabricante
Windows Defender
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky raramente
são questionadas. Nós as usamos em nosso dia a dia, mas, em provas de concursos, as bancas trabalham com as
configurações padrões dos programas.
O Windows 10 possui uma solução integrada de proteção, que é o Windows Defender. Na época do Windows 7,
a Microsoft adquiriu e disponibilizou o programa Microsoft Security Essentials como antivírus padrão do sistema
operacional.
A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defender, para detecção e remoção de outros códigos malicio-
sos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de conexões
para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
No Windows 10, o Windows Defender faz a detecção de vírus de computador, códigos maliciosos e opera o
firewall do sistema operacional, impedindo ataques e invasões.
Firewall
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser um software, instalado em cada dispositivo, ou um hardware,
instalado na conexão da rede, protegendo todos os dispositivos da rede interna. O sistema operacional disponibi-
liza um firewall pré-configurado com regras úteis para a maioria dos usuários.
A maioria das portas comuns estão liberadas e a maioria das portas específicas estão bloqueadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Usuário
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, portanto ele permite que códigos maliciosos, como os vírus de
computadores, infectem o computador ao chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail. O usuário deve
executar um antivírus e antispyware nos anexos antes de executá-los. 279
E-mail com vírus E-mail com vírus
Firewall Usuário
Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e chegarão até o
usuário.
O firewall impede um ataque, seja de um hacker, de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga digital
que procure acessar a rede ou o computador por meio de suas portas de conexão. Apenas o conteúdo liberado,
como e-mails e páginas web, não serão bloqueados pelo firewall.
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede os ataques provenientes da rede.
O firewall não é um antivírus e nem um antispyware. Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não dispensa o uso de outras ferramentas de segurança, como o
antivírus e o antispyware.
Importante!
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque e, não, por
ser um vírus.
Antispyware
Da mesma forma que existe a solução antivírus contra vírus de computadores, existe uma solução que procura
detectar, impedir a propagação e remover os códigos maliciosos que não necessitam de um hospedeiro.
Genericamente, malware é um software malicioso. Genericamente, spyware é um software espião. Assim,
quando os softwares maliciosos ganharam destaque e relevância para os usuários dos sistemas operacionais, os
spywares ganharam destaque. Comercialmente, tornou-se interessante nomear a solução como antispyware.
280 Na prática, um antispyware, ou um antimalware, detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Worm Malware
Usuário Antispyware
Trojan Spyware
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no dispositivo do usuário.
Usuário
Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares instaladas e
uso de senha forte.
UTM
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamento Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas conexões, controlam a execução das aplicações, protegem
o dispositivo com um firewall, estabelecem uma conexão VPN segura para navegação e entregam relatórios de
fácil compreensão para o usuário.
Quando o ataque é direcionado ao e-mail e navegador de Internet, os filtros antispam e filtros antiphishing
atendem aos requisitos de proteção. Se o ataque chega disfarçado, medidas de prevenção devem ser adotadas,
como:
[...] a governança eletrônica pode ser entendida Importante destacar que até o fim de 2022, o Bra-
como o desempenho dessa governança por meio sil pretende oferecer digitalmente 100% dos mais de
eletrônico, a fim de facilitar um processo eficiente, 3 mil serviços da União, todos disponíveis no portal
rápido e transparente de disseminar informações gov.br. Com isso, o Brasil estará entre os 15 países
ao público e a outras agências e para executar ati- mais desenvolvidos do mundo em serviços públicos
vidades de administração governamental. (UNES- digitais, o que é medido a cada dois anos pela ONU
CO, 2011) como parte do Índice de Desenvolvimento de Governo
Eletrônico.
A governança eletrônica, então, é um conceito
mais amplo que o governo eletrônico, pois provoca MAPEAMENTO DA ONU — GOVERNO ELETRÔNICO
uma mudança no relacionamento do cidadão com
A Organização das Nações Unidas possui uma pla-
os governos e entre si. A governança eletrônica pode
taforma para aferir o processo de modernização dos
transformar os conceitos de cidadania. Seu objetivo é
países. Veja o que consta em sua literalidade:
envolver, capacitar e emponderar o cidadão.
Portanto, Governança Eletrônica é um elemento- O Banco de Dados foi criado pela Divisão de Institui-
-chave para a existência de um governo eletrônico, ções Públicas e Governo Digital (DPIDG) do Departa- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
pois, sem aquela, o que existe é apenas a informatiza- mento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações
ção de alguns serviços públicos (o que poderia ser con- Unidas (UNDESA) para fornecer aos governos e a
siderado uma “versão restrita” de Governo Eletrônico). todos os membros da sociedade civil acesso fácil a
essas informações valiosas para pesquisa, educação
LEI DO GOVERNO DIGITAL e planejamento propósitos. [...] A Pesquisa de Gover-
no Eletrônico das Nações Unidas apresenta uma
avaliação sistemática do uso e do potencial das tec-
Está disposta na Lei Federal n° 14.129, de 29 de
nologias de informação e comunicação para trans-
março de 2021. Esta lei dispõe acerca dos princípios, formar o setor público, aumentando a eficiência,
regras e instrumentos para o Governo Digital e para o eficácia, transparência, prestação de contas, acesso
aumento da eficiência pública (BRASIL, 2021). a serviços públicos e participação cidadã nos 193
Estados Membros da Nações Unidas e em todos os
Dica níveis de desenvolvimento. (UN, 2022).
Trata-se de uma Lei consideravelmente nova, Em 2020, última data de publicação, o Brasil figu-
por isso, atente-se a ela. rou na 54ª colocação.
4 Ibid. 283
REFERÊNCIAS
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
Usuário
CONCEITOS BÁSICOS E UTILIZAÇÃO
DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE
@
NAVEGAÇÃO, CORREIO ELETRÔNICO
E DE GESTÃO DE PROCESSOS E Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
de Internet
FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE CORREIO
ELETRÔNICO Formas de Acesso ao Correio Eletrônico
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma Podemos usar um programa instalado em nosso
forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo de Internet para acessarmos as mensagens recebi-
disponível até ela ser acessada novamente. das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
O correio eletrônico (popularmente conhecido da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem
como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi
suas características e protocolos. Confira:
um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
mantendo-se usual até os dias de hoje.
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
Protocolo SMTP para enviar mensagens
e POP3 para receber. As mensagens são
O Mozilla Thunderbird é um cliente de e-mail
Cliente de E-mail transferidas do servidor para o cliente e
gratuito com código aberto que poderá ser
são apagadas da caixa de mensagens
usado em diferentes plataformas
remota
Protocolo IMAP4 para enviar e para re-
O eM Client é um cliente de e-mail gratuito ceber mensagens. As mensagens são
para uso pessoal no ambiente Windows e Webmail copiadas do servidor para a janela do
Mac. Facilmente configurável. Tem a versão navegador e são mantidas na caixa de
Pro, para clientes corporativos mensagens remota
284
Dica
RFC é Request for Comments, um documento
Servidor de e-mails de texto colaborativo que descreve os padrões
Servidor de e-mails
de cada protocolo, linguagem e serviço para ser
usado nas redes de computadores.
para um serviço que centraliza as mensagens recebi- Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam
das que foram enviadas pelos membros redistribuin- mensagens através de um hub que centraliza e distribui para os
do-as para os demais participantes. demais participantes.
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den-
tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente A qualquer momento o usuário poderá desistir e
pela facilidade de acesso, associação e participação. sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
ço de e-mail próprio (unsubscribe).
ITEM CARACTERÍSTICAS A principal diferença entre um grupo de discussão
e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
Privacidade O grupo poderá ser público e visível, ou com a exibição do endereço dos participantes. Em um
restrito e visível (qualquer um pode pe- grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
dir para participar), ou secreto e invisível endereço que enviará cópia para todos os participan-
(somente convidados podem ingressar) tes do grupo. Nas mensagens respondidas, aparece o
Proprietário Criador do grupo endereço original do remetente.
Apesar do tópico aparecer em diversos editais
Gerentes ou Participantes convidados pelo proprie-
de concursos, faz vários anos que não são aplicadas
Moderadores tário para auxiliar na moderação das
questões sobre o tema, em todos os concursos, inde-
mensagens e gerenciamento do grupo pendente da banca organizadora.
Administrador Em grupos no Facebook, pode ser o
criador ou gerente/moderador convi- Dica
dado pelo dono do grupo
Os Grupos de Discussão (com as características
Assinatura Como receberá as mensagens. Pode-
e funcionalidades originais) desapareceram ao
rá ser uma por uma, ou resumo das
longo do tempo, sendo substituídos pelos gru-
mensagens por e-mail, ou e-mail de re-
sumos (com os tópicos recebidos no pos nas redes sociais (com novos recursos e
grupo), ou nenhum e-mail (para leitura integração com os perfis delas). Esse é um tópi- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
na página do grupo) co que deverá ser questionado cada vez menos,
assim como Redes Sociais.
z Os participantes podem enviar uma mensagem, Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm,
que será enviada para todos os participantes; como finalidade, apresentar os resultados de endere-
z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses; ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
z Organizar reuniões, eventos e conferências; Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft
z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-
possibilidade de acesso aos conteúdos que foram quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
enviados antes do seu ingresso no grupo. Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a
acessibilidade das informações existentes na Internet,
Os antigos grupos de discussão constituíram o mode- indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
lo a ser seguido para o desenvolvimento dos grupos do Os sites de pesquisas foram incorporados aos
Facebook, WhatsApp e Telegram. Nesses grupos, o par- navegadores de Internet e, na configuração dos bro-
ticipante envia um post, ou anúncio, ou arquivo e todos wsers, temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que
podem consultar na página o que foi compartilhado. permite a busca dos termos digitados diretamente na 287
barra de endereços do cliente web. Essa funcionalidade transforma a nossa barra de endereços em uma omnibox
(caixa de pesquisa inteligente), que preenche com os termos pesquisados anteriormente e oferece sugestões de
termos para completar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como buscador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm o
Google Buscas como buscador padrão. As configurações podem ser personalizadas pelo usuário.
Os sites de pesquisas incorporam recursos para operações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-line, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um idioma
para outro, entre inúmeras funcionalidades, ignoram pontuação, acentuação e não diferenciam letras maiúsculas
de letras minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas.
Além de todas essas características, os sites de pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (símbolos)
para refinar os resultados e comandos para selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos concursos públicos,
esses são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais de concursos públicos, essa parte você consegue praticar até no
seu smartphone. Comece a usar os símbolos e comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize os resultados obtidos.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não possuem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respostas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing oferece
mecanismos similares.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assistentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) permi-
tem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
Os resultados apresentados pelas pesquisas do site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura filtrar os
resultados com conteúdo adulto, evitando a sua exibição. Quando desativado, os resultados de conteúdo adulto
serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.bing.com, acesse o menu no canto superior direito e escolha
o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.google.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
288 direito e escolha o item Configurações de Pesquisa.
Importante!
As bancas costumam questionar funcionalidades do Microsoft Bing que são idênticas às funcionalidades do
Google Buscas, com o intuito de confundir os candidatos acerca do recurso questionado.
Redes Sociais
As redes sociais se tornaram populares entre os usuários ao oferecerem os pilares dos relacionamentos em for-
mato digital: curtir, comentar e compartilhar.
Teoricamente, elas se dividem em duas categorias: sites de relacionamento (redes sociais) e mídias sociais. Na
prática, esses conceitos acabam sendo sobrepostos nas novas redes.
O modelo pode ser centralizado, descentralizado ou distribuído. No modelo centralizado, as informações são exi-
bidas para os usuários a partir de servidores de uma empresa, de acordo com os parâmetros de cada usuário. Locali-
zação, idade, sexo, preferências políticas e todas as demais informações dadas pelos usuários no perfil da rede social
serão usadas para a apresentação dos resultados na linha do tempo dele. O Twitter é um exemplo centralizado, com
distribuição de conteúdo semelhante à topologia Estrela, das redes de computadores, com um nó centralizador.
As redes sociais ou mídias descentralizadas são aquelas que, apesar de existirem nós maiores e principais, os
usuários acessam apenas parte das informações disponíveis. Critérios informados nos perfis dos usuários, posta-
gens que ele curtiu, postagens que ele ocultou para não ver mais nada relacionado, grupos dentro das redes sociais
etc. O Facebook é um exemplo de rede descentralizada, na qual as conexões pessoais são expandidas para o grupo.
As redes sociais distribuídas são aquelas que dependem das conexões de um usuário para terem acesso a outras
conexões. O LinkedIn, por exemplo, prioriza as conexões conhecidas e as conexões relacionadas, independente dos
grupos dos quais o usuário está participando no momento.
Em todas as redes sociais, a super exposição de dados de usuários pode comprometer a segurança da informa-
ção. Técnicas de Engenharia Social podem ser usadas para vasculhar as informações publicadas pelos usuários à
procura de conexões, relacionamentos, senhas, dados de documentos e outras informações que poderão ser usadas
contra o usuário.
REDES
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
MÍDIAS
CARACTERÍSTICAS PÚBLICO ALVO
SOCIAIS
O Wikipedia é um site para publicação de conhecimento Usuários colaboradores e voluntários que contribuem
no formato colaborativo com novos conteúdos e revisões
289
Saiba: Alguns dos principais protocolos de transferência
Redes sociais é um tópico pouco questionado em de arquivos são:
concursos públicos, devido às atualizações que elas
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo de
oferecem quase diariamente em seus recursos e ope-
transferência de hipertextos;
ração de algoritmos. Se comparar o Facebook de hoje
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure: pro-
com as regras e recursos do Facebook do ano passado, tocolo seguro de transferência de hipertextos;
verá que muitas funcionalidades foram alteradas. z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de transfe-
rência de arquivos;
ACESSO A DISTÂNCIA A COMPUTADORES, z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protocolo
TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVOS, simples de transferência de e-mail.
APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter-
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que
Nas redes de computadores, os dados são arquivos
envolvem as redes de computadores. Mensagens de
disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servi- erros, problemas de conexão, instabilidades e proble-
dores web, com páginas web para serem acessadas por mas de segurança da informação tornam-se mais claros
um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de para quem conhece os protocolos e seu funcionamento.
arquivos FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realiza- z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de
do, por meio do paradigma cliente servidor, onde um transferência de hipertextos:
será o servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o
Opera pela porta TCP 80;
outro dispositivo será o cliente que estiver acessando. Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar-
kup Language – linguagem de marcação de
Protocolo seguro
hipertextos);
Protocolo mais utilizado para navegação, tanto
na Internet como na Intranet;
As tags (comandos) HTML são interpreta-
Usuário final Servidor remoto das pelo navegador de Internet, que exibe o
conteúdo;
Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, Arquivos HTML podem ser produzidos em edito-
res de textos sem formatação (como o Bloco de
com uso de VPN (Virtual Private Network), que imple-
Notas) ou em editores de textos completos (como
menta protocolos seguros na conexão, evitando moni- o Microsoft Word).
toramento dos dados por terceiros.
HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertextos
Intranet Porta TCP 80
Protocolo seguro Extranet Intranet
Conexão
segura HTTP – request (requisição)
Conexão
segura Cliente HTTP – response (resposta)
Internet Servidor
Matriz Filial Web Web
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro-
que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segu- tocolo seguro de transferência de hipertextos:
ra entre ambientes seguros, usando uma infraestrutu-
ra pública e insegura. A troca de dados entre o cliente Opera pela porta TCP 443;
Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML,
e o servidor será realizada por protocolos de transfe-
etc.
rência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos,
Protocolo mais utilizado para navegação segu-
linguagens e serviços. ra, tanto na Internet como na Intranet;
As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
Transferência de Informação e Arquivos suem comandos adicionais (scripts) que com-
plementam a exibição de conteúdo específico;
Cada sistema operacional tem o seu sistema de Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
arquivos para endereçamento das informações arma- nais como SSL e TLS na conexão.
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente, HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo Seguro
não é possível a comunicação ou leitura desses dados. de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
Opera com duas portas TCP, uma para dados (20) e outra para comandos (21);
Transfere qualquer tipo de informação;
Pode transferir em modo byte a byte (arquivos de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);
Os navegadores de Internet possuem suporte para acesso aos servidores FTP;
O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma mais
rápida que nos navegadores de Internet;
Pode utilizar criptografia;
O modo anônimo caiu em desuso e poucos servidores FTP ainda aceitam conexão anônima.
FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)
Servidor
Cliente FTP – dados transferidos para a
solicitação GET Web
Web
Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail
Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele. 291
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
formatos
.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime
Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o Win-
.mp3
dows Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por exemplo,
.mpg
o Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows
As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados
para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da quali-
dade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem
ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados
trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.
Internet
z Fluxo contínuo;
z Modo blocado;
z Modo comprimido.
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
Internet
No modo blocado, o arquivo é transferido como uma série de blocos precedidos por um cabeçalho especial.
Esse cabeçalho é constituído por um contador (2 bytes) e um descritor (1 byte).
Internet
00 A 01 C 02 B
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor
292
No modo comprimido, a técnica de compressão Os navegadores de Internet possuem mecanis-
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência mos internos que procuram proteger a navegação do
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os usuário por sites, alertando sobre sites que tenham
dados comprimidos e as informações de controle são conteúdo malicioso, download automático de códigos,
os parâmetros dessa transferência. arquivos que são potencialmente perigosos se executa-
dos, entre outras medidas.
Importante!
Internet Os navegadores possuem mais recursos em
Cliente comum do que diferenças. As bancas costumam
perguntar os itens que são diferentes ou exclusivos.
Dados únicos
Dados repetidos
Microsoft Edge
Informações de
controle
Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o
kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série
de itens semelhantes ao Google Chrome. Integrado com
A transferência de dados e arquivos pelas redes de
o filtro Microsoft Defender SmartScreen, permite o blo-
computadores compreende um dos temas que, comu-
queio de sites que contenham phishing (códigos mali-
mente, são abordados em provas de concursos. ciosos que procuram enganar o usuário, como páginas
que pedem login/senha do cartão de crédito).
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT
Outro recurso de proteção é usado para combater
EDGE, INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E
vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que
GOOGLE CHROME)
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar-
Os navegadores de Internet reconhecem os protoco- tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. Ele
los da família TCP/IP, os quais permitem a comunicação substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o visualiza-
dor padrão de arquivos PDFs no Windows 10. Foram
entre os dispositivos nas redes de computadores. São
adicionados recursos que permitem “Desenhar” sobre
exemplos de protocolos de transferência de dados: HTTP
o conteúdo do PDF.
(hipertextos), HTTPS (hipertextos de forma segura), FTP
Além disso, mantém as características dos outros
(arquivos), SMTP (mensagens de correio eletrônico),
navegadores de Internet, como a possibilidade de insta-
NNTP (grupos de discussão e notícias), entre outros. lação de extensões ou complementos, também chamados
Ao navegar na Internet com um navegador ou bro- de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
wser, o usuário está em uma sessão de navegação. A específicos para a navegação em determinados sites.
sessão de navegação poderá ser em janelas ou em guias As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
dentro das janelas. sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
As guias ou abas podem ser iniciadas com o cli- consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
que em links das páginas visitadas, ou clique no link como PDF no dispositivo do usuário.
enquanto mantém a tecla CTRL pressionada, ou atalho Coleções, no Microsoft Edge, é um recurso exclusi-
de teclado Ctrl+T para nova guia em branco, ou clique vo que permite que a navegação inicie em um disposi-
no link com o botão direito do mouse para acessar o tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma
menu de contexto e escolher a opção “Abrir link em conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas
nova guia”. As guias ou abas podem ser fechadas com o nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar
atalho de teclado Ctrl+W ou Ctrl+F4. sugestões do Pinterest.
A janela de navegação “normal” é aberta com o Outro recurso específico do navegador é a repro-
atalho de teclado Ctrl+N, ou clique no link enquanto dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site
mantém a tecla SHIFT pressionada, ou clique no link Microsoft Bing (buscador da Microsoft). CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
com o botão direito do mouse para acessar o menu de
contexto e escolher a opção “Abrir link em nova jane- Internet Explorer
la”. A janela poderá ser fechada com o atalho de teclado
Alt+F4. Se houver várias guias abertas na janela, com o Foi o navegador padrão dos sistemas Windows
e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o
atalho de teclado Alt+F4 todas serão fechadas.
questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no
Para reabrir uma guia ou janela que foi fechada,
Microsoft Edge, por questões de compatibilidade.
pressione o atalho de teclado Ctrl+Shift+T.
A compatibilidade é um princípio no desenvolvi-
Os navegadores de Internet permitem a continua- mento de substitutos para os programas, que deter-
ção da navegação nas guias que estavam abertas na mina que a nova versão ou novo produto terá os
última sessão. Alterando as configurações do navega- recursos e irá operar como as versões anteriores ou
dor, na próxima vez que ele for executado, exibirá as produtos de origem.
últimas guias que foram acessadas na última sessão. O atalho de teclado para abrir uma nova janela de
Os navegadores de Internet não permitem a edição navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P.
de arquivos PDF de forma nativa. O formato PDF é o As Opções de Internet, disponível no menu Ferra-
mais popular para distribuição de conteúdo na Internet mentas, podem ser acessadas pelo Painel de Controle
e pode ser editado por aplicativos específicos, como o do Windows, devido à alta integração do navegador
Microsoft Word. com o sistema operacional. 293
Mozilla Firefox O navegador Google Chrome, quando conectado em
uma conta Google, permite que a exclusão do histórico
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, como de navegação seja realizada em todos os dispositivos
os demais browsers, possibilita o acesso ao conteúdo conectados. Essa funcionalidade não estará disponível
armazenado em servidores remotos, tanto na Internet caso não esteja conectado na conta Google.
como na Intranet. É um navegador com código aberto, Um dos atalhos de teclado diferente no Google
software livre, que permite download para estudo e modi- Chrome, em comparação aos demais navegadores,
ficações. Possui suporte ao uso de applets (complementos é F6. Para acessar a barra de endereços nos outros
de terceiros), que são instalados por outros programas no navegadores, pressione F4. No Google Chrome, o ata-
computador do usuário, como o Java.
lho de teclado é F6.
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização
Para verificar a versão atualmente instalada do
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e, depois,
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses “Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen-
dados não serão sincronizados. dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram
Assim como nos outros navegadores, é possível instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador.
definir uma página inicial padrão, uma página inicial Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
a navegação das guias abertas na última sessão. com as mesmas credenciais de login.
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela per- O Google Chrome permite a personalização com
mite copiar, para a Área de Transferência do computador, temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-
parte da imagem da janela que está sendo acessada. A das para alterar a visualização da janela do aplicativo.
seguir, em outro aplicativo o usuário poderá colar a ima-
gem capturada ou salvar diretamente pelo navegador.
GESTÃO DE PROCESSOS
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
recem pequenas dicas para que você possa aproveitar
ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novida- Conceitos Iniciais
des sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozil-
la, notícias sobre integridade da internet e muito mais. Para quem não é da área de Administração ou ini-
ciou os estudos há pouco tempo, ao se deparar com
Google Chrome o tópico de gestão de processos, logo vem à cabeça a
gestão de processos judiciais. Vamos desmitificar essa
O navegador mais utilizado pelos usuários da primeira impressão e demonstrar que a gestão de pro-
Internet é oferecido pela Google, que mantém servi- cessos nada se assemelha com os processos judiciais.
ços, como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), Atualmente, todas as organizações, privadas ou
entre muitos outros. Uma das pequenas diferenças públicas, podem ser vistas como um conjunto de pro-
desse navegador em relação aos outros navegadores cessos. A gestão de processos tornou-se uma filoso-
é a tecla de atalho para acesso à Barra de Endereços, fia de gestão organizacional neste novo século. Esse
que, nos demais, é F4 e, nele, é F6. Outra diferença é o
modelo de gestão tem como objetivo descobrir o que é
acesso ao site de pesquisas Google, que oferece a pes-
feito pela organização, de modo a desenvolver formas
quisa por voz se você acessar pelo Google Chrome.
Outro recurso especialmente útil do Chrome é o de otimização das atividades. Os modelos de gestão
Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla- são aplicados diretamente na operação.
do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador A fim de compreender melhor o que é gestão de proces-
não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas sos, primeiramente, vamos entender o que é um processo.
poderá finalizar, sem finalizar todo o programa. De acordo com Hammer e Champy (1993), “proces-
Alguns recursos do navegador são “emprestados” so é um grupo de atividades realizadas numa sequência
do site de buscas, como a tradução automática de lógica com o objetivo de produzir um bem ou um servi-
páginas pelo Google Tradutor. ço que tem valor para um grupo específico de clientes”.
É possível compartilhar o uso do navegador com Nesse sentido, para os mesmos autores, os clientes não
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que estão preocupados e/ou interessados em saber como a
cada uma tenha as próprias configurações e arquivos. organização está estruturada, mas sim nos resultados
O navegador Google Chrome possui níveis diferentes
dos produtos ou serviços oriundos dos processos.
de acessos, que podem ser definidos quando o usuário
conecta ou não em sua conta Google. Na figura abaixo, temos os elementos dos proces-
sos organizacionais e sua sequência:
z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
Processamento
gle, o navegador armazena localmente as informa- (Throughput)
ções da navegação para o perfil atual do sistema
operacional. Todos os usuários do perfil, poderão Atividades e tarefas
consultar as informações armazenadas;
z Modo Normal conectado na conta Google: o nave-
gador armazena localmente as informações da Entrada Saída
navegação e sincroniza com outros dispositivos (Input) (Output)
conectados na mesma conta Google;
✓ Insumos Transformação
z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet, mas Produtos
✓ Informação Agregação de Serviços
não acessa as informações da conta Google registrada; valor
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces- ✓ Energia
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a
294 janela é fechada. Retroação (Feedback)
Entrada Diante do exposto, podemos afirmar que toda vez
que tivermos um conjunto de atividades sendo execu-
É todo e qualquer recurso que alimenta o sistema tadas de forma integrada e organizada com o objetivo
e que provém do meio ambiente. São basicamente os de fornecer um serviço e/ou produto que satisfaça as
insumos que o sistema obtém do meio ambiente para necessidades do cliente, teremos um PROCESSO.
poder funcionar. Para internalizar o conhecimento, vamos para
Ex.: matérias-primas, informação e energia. mais um exemplo prático! Dessa vez, analisaremos o
processo simplificado de produção de vinho:
Processador
Processamento Produto final Satisfação
Insumo
É o próprio funcionamento interno do sistema. No cliente
processamento é onde ocorre a transformação sobre
as entradas para proporcionar as saídas. É no proces-
sador que encontramos os diversos subsistemas tra-
balhando com relações de interdependência. Uva Vinho
Ex.: recursos tecnológicos, equipamentos, métodos Meios de Resultado
de gestão e organização do trabalho. produção pretendido
Saídas
Na figura acima, inicia-se com a entrada (uva -
insumo), perpassa pela transformação (agrega valor),
Representa os produtos e/ou serviços que saem do
saída (vinho – produto final) e alcança o objetivo prin-
sistema para o ambiente, ou seja, tudo que é produzido
cipal (satisfação do cliente).
pela organização como resultado de seu processamento.
Assim, podemos sintetizar o conceito de gestão de
Ex.: produto acabado, serviço prestado, lucro das
processos como sendo a metodologia na qual possibilita
operações, tributos pagos ao governo.
a estruturação da sequência de trabalhos com o intuito
de simplificar as atividades, facilitar a análise e sobre-
Retroação
tudo melhorar os processos, como forma de promover
a permanente busca da melhoria de desempenho.
Também chamado de realimentação, é um meca-
nismo de equilíbrio do sistema, com o objetivo de
TIPOS DE PROCESSOS
regular e ajustar o bom funcionamento. Na prática,
é o pós-venda do produto e/ou serviço, captando as
As empresas, com intuito de refinar sua gestão, clas-
informações (positivas e/ou negativas) e realimentan-
sificam os processos de acordo com seu resultado. Dessa
do as entradas do sistema para correição.
maneira, é possível alocar os recursos necessários e prio-
Dessa maneira as organizações funcionam como
rizar os processos que agregam valor ao produto final.
sistemas abertos, recebendo do ambiente os recursos
Portanto, em termos de capacidade de geração de
necessários, processando-os em seus subsistemas e
valor, os processos podem ser assim classificados:
devolvendo-os ao ambiente em forma de produtos e
serviços para o consumidor final.
Processos Primários
CADEIA DE VALOR
✓ Trabalhos executados nos
Atividade processos.
Desenvolvido por Michael Porter, a cadeia de valor
✓ Menor elemento de um é o conjunto de atividades primárias e secundárias
Tarefa processo: Subdivisão de uma
atividade.
que uma organização utiliza para entregar produtos
296 e serviços para seu consumidor final.
A cadeia de valor permite identificar os principais Esse é o trabalho do mapeamento dos processos,
fluxos de processos, sendo possível um exame das ati- outra coisa não é, do que visualizar e entender os cami-
vidades executadas e de como ocorrem a interação nhos do processo de trabalho e seus pontos críticos.
entre elas. Assim, o mapeamento é responsável pela descri-
De acordo com Porter (1990): ção bem detalhada das atividades e tarefas, contendo
seus inter-relacionamentos de forma a retratar todo o
A cadeia de valores desagrega uma empresa nas ambiente organizacional.
suas atividades de relevância estratégica para que O mapeamento de processo é uma representação
se possa compreender o comportamento dos custos gráfica que provê uma perspectiva ponta a ponta dos
e as fontes existentes e potenciais de diferenciação. processos finalísticos, de suporte ou de gerenciamento.
Uma empresa ganha vantagem competitiva, execu- Para realizar o trabalho de mapeamento do pro-
tando estas atividades estrategicamente importan- cesso, normalmente, é utilizado a ferramenta chama-
te de uma forma mais barata ou melhor do que a da de fluxograma (desenho gráfico do processo que
concorrência. demonstra o fluxo das atividades e tarefas).
Para a compreensão do processo como um todo
Nesse sentido, a atuação na maximização da e a elaboração do fluxograma, o gestor pode utilizar
cadeia de valores é essencial na diferenciação entre diversas técnicas, tais como:
as organizações e seus processos, estabelecendo assim
a tão aguardada vantagem competitiva. z Entrevistas e reuniões;
Desse modo, cada uma dessas atividades deve, ao z Observação das atividades in loco;
final, entregar (agregar) valor aos processos da orga- z Análise da documentação;
nização. Quanto maior o valor agregado entregue, z Coleta de dados e evidências.
maior será a competitividade da empresa.
Na figura abaixo, adaptado de Porter, percebemos O mapeamento por meio do fluxograma deve con-
a interdependência entre as atividades de apoio com ter a essência do processo, demonstrando como os
as atividades primárias, tendo como resultado “as elementos se relacionam, as entradas e saídas, quem
margens” (valor agregado ofertado ao cliente, ou seja, executa as atividades, os pontos de decisão e os atores
o lucro esperado). envolvidos (fornecedores, clientes).
Com o mapeamento em mãos, o próximo passo é
análise do processo!
Atividades de Apoio
Infraestrutura
A análise do processo visa entender o estado atual do
processo e suas atividades (análise AS-IS, ou em portu-
Gestão de Recursos Humanos
guês, “como está”) e mensurar quais pontos estão benefi-
Desenvolvimento Tecnológico
Margens
Evento de
iniciação
Atividade Detalhar
1 Identificar os Propor
atividades e
Ponto de pontos críticos melhorias
handoff tarefas atuais
passagem entre
as atividades
Atividade
GESTÃO DE PROCESSOS E OS CUSTOS
2
handoff A importância do custo como fator de competitivi-
dade coloca a gestão de processos na lista das priori-
Atividade 3 dades da administração da organização.
Essa competitividade, utilizando a gestão de proces-
Saída do sos, pode ser obtida com a eliminação de desperdícios,
processo racionalização do trabalho e reengenharia de processos.
z Uma tarefa é observada e estudada crítica e sis- Fazer MAIS Começar do ZERO
tematicamente, para permitir a identificação de com menos (Folha em branco)
aprimoramentos necessários;
z Com base na análise crítica, entendimento de sua
lógica e eventual comparação com outras formas
mais eficientes de fazê-la, desenvolve-se uma A reengenharia é uma forma de intervenção estra-
alternativa mais racional e eficiente; tégica para adaptar as organizações às mudanças no
z A alternativa mais eficiente é implantada, por meio ambiente em que atuam, provocando fortes altera-
da alteração dos movimentos e eventualmente da ções na sua estrutura.
substituição de máquinas e equipamentos.
SISTEMAS DE GESTÃO
Reengenharia de Processos
O principal modelo para implantar uma gestão de
Enquanto a racionalização do trabalho e a elimi- processos em uma organização é a filosofia BPM (Busi-
nação de desperdícios procuram melhorar continua- ness Process Management).
mente um processo existente, a fim de aumentar sua O BPM (em português: gestão de processos de
eficiência, a reengenharia de processos procura criar negócio) é considerado a maior inovação gerencial
um processo totalmente novo e mais eficiente, com o deste século, possibilitando otimizar a tecnologia em
uso inteligente da tecnologia da informação. benefício de um modelo gerencial amplo e apto para
A ideia é a reinvenção da empresa. preparar as organizações no enfrentamento das inú-
meras mudanças no ambiente atual, de forma inteli-
REENGENHARIA gente e eficaz.
De acordo com Tadeu Cruz (2008), o BPM “é o con-
A reengenharia de processos é um redesenho radi- junto formado por metodologias e tecnologias cujo obje-
cal com o intuito de implantar mudanças drásticas no tivo é possibilitar que processos de negócios integrem.
modo de se fazerem as coisas dentro dos processos Lógica e cronologicamente, clientes, fornecedores, par-
organizacionais. ceiros, influenciadores, funcionários e todo e qualquer
Essa visão de reestruturação radical dos proces- elemento com que possam, queiram ou tenham que
sos foi proposta pelos autores Hammer e Champy na interagir, dando à organização visão completa e essen-
década de 1990, como uma forma de responder às cialmente integrada do ambiente interno e externo das
intensas mudanças ocorridas nos cenários econômi- suas operações e das atuações de cada participante em
cos, tecnológicos e culturais. todos os processos de negócios”.
Partindo do pressuposto de que a maioria das Sintetizando o conceito, de uma maneira mais
organizações criaram seus processos em décadas pas- simples e direta: O BPM é capaz de interligar todos
sadas, e assim seus fluxos de trabalho e normas foram os processos principais e secundários, com todos
baseados em demandas e desafios que já não existem. os participantes da cadeia, em prol dos objetivos
Dessa maneira, a melhor ação para a busca da melho- organizacionais.
ria dos processos é “começar do zero”, ou melhor, não Para a sua prova de concurso, é essencial (e sufi-
aproveitar nada do que está sendo feito, e sim dese- ciente) conhecer as principais aplicações e facilidades
nhar a partir do zero. que o BPM oferece na melhoria da gestão de proces-
sos, são elas: CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Segundo os autores Hammer & Champy (1993), a
reengenharia é “o repensar fundamental e a reestru-
turação radical dos processos empresariais que visam z Possibilidade de representar graficamente todos
alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos os tipos de processos, fluxos e desvios;
e contemporâneos de desempenho, tais como, custos z Facilidade na gestão de pessoas: definição clara
qualidade, atendimento e velocidade”. dos responsáveis de cada atividade e tarefa;
z Maximiza a eficiência e produtividade com a
Dica padronização dos processos;
z Integração entre a tecnologia da informação e
A reengenharia é inerente ao princípio da folha pessoas;
em branco, ou seja, inicia-se do zero como se z Filosofia de gestão horizontal e flexível;
fosse a primeira escrita! z Possibilita alcançar os objetivos organizacionais
estratégicos com maior transparência.
O ponto crucial não é a busca de melhorar o que já
existe, e sim em indagar o que é feito, por que é feito, Então, O BPM é um sistema de tecnologia da infor-
se é necessário, por quem é feito, para quem é feito. mação (software)? A resposta é um sonoro não!
Nesse sentido, a reengenharia não busca consertar O BPM é uma filosofia de gestão de processos com
nada! Busca melhorias radicais nos processos! foco no negócio da empresa! 299
Para auxiliar a implantação dessa filosofia, surgi- CONCEITO PALAVRA(S)-CHAVE
ram os BPMS (Business Process Management Systems)!
O BPMS é o sistema informatizado que dá suporte Análise TO-BE “como vai ser” – momento futuro
para o gerenciamento de processos na organização.
Esse software dá suporte às atividades como mapea- Mudança radical – folha em
Reegenharia
mento, modelagem, análise e aprimoramento dos branco
processos, integrando a gestão de informação aos pro-
cessos de negócios. NOÇÕES DE ESTATÍSTICA APLICADA AO
CONTROLE E À MELHORIA DE PROCESSOS
Total 100 100/100= 100% Dessa maneira, se o rol analisado apontar 9 dados,
a mediana é o quinto elemento (posição central).
Dessa maneira, a frequência relativa permite reali- Exemplo: em uma grande empresa, com 9 filiais,
zar comparações entre tabelas com diferentes quanti- temos respectivamente no rol a seguir a representa-
dades de dados analisados para uma mesma variável. ção dos números de funcionários: (40, 45, 50, 55, 70,
A comparação das frequências absolutas entre 80, 80, 90, 110). Portanto, a mediana que representa o
duas tabelas não faz sentido, pois estaríamos compa- rol acima é de 70 funcionários.
rando 2 números absolutos sem conhecer o quanti- Caso ocorra de o número de variáveis de um rol ser
tativo total. Por outro lado, na frequência relativa, par (não tem um termo que seja do meio), tomemos os
estaríamos comparando 2 percentuais. 2 termos centrais (meio) e fazemos a média entre eles. 301
Medidas de Variabilidade
HORA DE PRATICAR!
As medidas de variabilidade são utilizadas para
apontar quanto que os dados estão dispersos em rela- 1. (UFRJ — 2018) Para se realizar a instalação de uma
ção à média. Neste sentido, quanto mais espalhados, impressora em um computador que utiliza o sistema
maior será a sua variabilidade. operacional Windows 10, o administrador conectou
Essas medidas visam tornar a avaliação do conjunto corretamente o cabo USB da impressora no compu-
tador e, em seguida, conectou o cabo de força e ligou
de dados mais próximas da realidade, facilitando assim
a impressora. Uma vez que o sistema operacional
a observação e entendimento na tomada de decisão.
não reconheceu a impressora, o administrador reali-
As medidas de variabilidade mais utilizadas na
zou uma sequência de ações para instalá-la. Assinale
análise de processos são: a amplitude, variância e o a opção que apresenta a sequência correta efetuada
desvio padrão. por ele:
Melhoria dos Processos Utilizando a Estatística a) Acessou Iniciar > Configurações > Sistema > Impres-
soras e Scanners e clicou em Adicionar uma impresso-
O administrador, utilizando as ferramentas da ra ou scanner, escolheu o modelo correto e em seguida
estatística, tem como objetivo melhorar a média, clicou em Adicionar dispositivo.
aumentar ou diminuir de acordo com o caso concreto b) Acessou Iniciar > Configurações > Personalização >
e sempre reduzir sua variabilidade. Impressoras e Scanners e clicou em Adicionar uma
Vamos entender melhor como essas medidas esta- impressora ou scanner, escolheu o modelo correto e
tísticas podem auxiliar na melhoria de processos ana- em seguida clicou em Adicionar dispositivo.
lisando um caso prático: c) Acessou Iniciar > Configurações > Facilidade de aces-
Ao analisar um processo de fabricação de um auto- so > Impressoras e Scanners e clicou em Adicionar
móvel, o administrador coletou os seguintes dados, em uma impressora ou scanner, escolheu o modelo corre-
horas, para o término da produção: 4 + 3 + 10 + 8 + 6 + 8. to e em seguida clicou em Adicionar dispositivo.
Calculando o tempo médio, temos: d) Acessou Iniciar > Configurações > Dispositivos >
Impressoras e Scanners, clicou em Adicionar uma
impressora ou scanner, escolheu o modelo correto e
39 Total em seguida clicou em Adicionar dispositivo.
Média:
6 N° de Variáveis e) Acessou Iniciar > Configurações > Contas > Impresso-
ras e Scanners e clicou em Adicionar uma impressora
ou scanner, escolheu o modelo correto e em seguida
Média: 6,5 clicou em Adicionar dispositivo.
Assim, é função do administrador adotar medidas 2. (UFRJ — 2018) Em seu computador de mesa local,
para que o valor da média diminua e, consequente- depois de trabalhar em um ofício destinado a outro
mente, o tempo médio de fabricação seja reduzido, órgão federal, Gustavo salvou esse ofício com o nome
maximizando a eficiência. “of24.odt” em um subdiretório chamado “Oficios
Um exemplo prático para alcançar esse resultado é con- 2017”, que está contido no diretório “Documentos”.
tratar mais trabalhadores para a execução dos processos. Este, por sua vez, está acessível por uma unidade
Outro fator a ser analisado é a redução da varia- mapeada ao local do servidor de arquivos gerenciado
pela equipe de dados corporativos da instituição.
bilidade, pois não adianta ter uma boa média se os
Assinale a alternativa que indica o caminho correto do
resultados variam à cada unidade. Neste sentido, a
arquivo salvo.
variabilidade do tempo de produção proporcionará
uma maior previsibilidade, auxiliando assim, no pro-
a) Z:\Documentos\Oficios 2017\of24.ods
cesso de planejamento. b) T:\Documentos\Oficios 2017\of24.odt
Percebemos que a gestão de processos funciona c) C:\\Documentos\Oficios 2017\of24.odt
como uma cadeia, com a melhora de um elemento, os d) C:\Documentos\Oficios 2017\of24.doc
seguintes vão se beneficiando e no final ocorre uma e) E:\\Documentos\Oficios 2017\of24.odt
melhoria geral e contínua.
Sintetizando o exemplo: 3. (UFRJ—2015) O Linux foi baseado em um sistema
operacional desenvolvido por Andrew S. Tanenbaum e
Albert S. Woodhull. Assinale a alternativa que corres-
ponde ao nome desse sistema operacional:
Produção
Melhoria no � Aumenta a qualidade
� Média a) Unix.
planejamento � Diminui o tempo
� Variabilidade de entrega para o b) MS-DOS.
consumidor c) Xinu.
Maior previsibilidade
d) XP.
e) Minix.
Diante do exposto, inferimos que a moderna gestão
de processos tem como foco a busca pela qualidade e 4. (UFRJ — 2015) Assinale a alternativa que correspon-
satisfação do cliente, tendo a aplicação dos ensinamen- de à licença sob a qual o código fonte do núcleo do
302 tos da estatística como parte essencial nesta busca. Linux está disponível.
a) DML
b) GPL
c) GLP
d) Copyright
e) Minix
a) chmod
b) tail
c) vi
d) nmap
e) top
9 GABARITO
1 D
2 B
3 E
4 B
5 A
6 A
7 A
8 A
9 D
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
10 D
11 C
12 E
13 B
14 D
15 D
16 E
17 C
18 E
19 B
20 E
305
ANOTAÇÕES
306