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dinamização de grupos
em formação
Parte A
Comunicação e comportamento relacional
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Índice
Por isso, a comunicação constitui um dos elementos essenciais das relações interpessoais, pelo que
gerir essas relações, melhorando a comunicação, constitui um desafio permanente para todo o ser
humano e, principalmente para quem tem que se relacionar com muitas pessoas no seu dia-a-dia.
O EMISSOR
Sujeito que codifica e envia a mensagem, ou seja, este é o responsável pela mensagem. O
Emissor é quem cria, desenvolve, produz e emite uma determinada mensagem. Este pode
ser um indivíduo, um grupo de pessoas, uma empresa, entre outros.
O RECETOR
Sujeito que recebe e descodifica a mensagem, ou seja, aquele a quem se destina a
mensagem. Este constituiu o elo mais importante do processo de comunicação, uma vez
que, se a mensagem não atingir o Recetor de nada serviu ter procedido ao seu envio.
A MENSAGEM
É o conjunto de informações transmitidas, informação esta que é
transmitida e cuja formulação implica uma “Codificação” e a
compreensão, que supõe uma “Descodificação”. A mensagem pode
usar signos escritos, verbais ou não-verbais. Deste modo, todas as
palavras são signos, tudo o que escrevemos são signos, existindo
ainda os signos não-verbais, como por exemplo, uma mulher com
uma aliança no dedo esquerdo, é signo do seu estado civil.
O CÓDIGO
É o conjunto de sinais e regras que permitem transformar o pensamento em informação,
capaz de ser entendida na sua generalidade pelo recetor, ou seja, é a linguagem escrita ou
falada, gestos, a postura, os sons. É importante que o emissor e o recetor tenham o mesmo
conhecimento do código utilizado. Desta forma, o responsável pela escolha do código é o
emissor, mas a comunicação só acontecerá se o recetor conhecer esse código.
O CANAL
As mensagens são transmitidas por canais ou meios de comunicação. Assim, o canal é o condutor
da mensagem, o meio que permite que a informação circule até chegar ao recetor. Assim, o canal
pode ser um jornal, um encontro face a face, uma carta, um telefone, a televisão, entre outros.
O feedback é um instrumento importante para o emissor, dado que se este for positivo o
emissor mantém o seu comportamento, se pelo contrário este for negativo, o emissor
altera-o de forma a obter êxito.
O CONTEXTO
O contexto diz respeito ao espaço/tempo em que decorre a comunicação, isto é o local, a
data, a hora em que decorre a comunicação. Deste modo, o contexto inclui o ambiente em
que decorre a comunicação, num ambiente formal ou informal, o contexto emocional,
técnico, social e cultural do emissor e do recetor.
O RUÍDO
O ruído consiste nas interferências que podem afetar o processo
de comunicação. Assim, por vezes a mensagem não chega
corretamente ao recetor porque o emissor fala baixo ou existe
barulho no local onde estes se encontram, o facto de um texto
estar ilegível também pode ser considerado um ruído à
comunicação. As crenças e perceções que o recetor tem, assim
como, o cansaço ou a preocupação com um determinado
problema podem também ser um ruído à comunicação. Deste
modo, isto são condições que afetam de formas diferentes e por
diferentes causas a receção da mensagem.
Deste modo, é fundamental que o emissor esteja atento num processo de comunicação e se
certifique que:
• O recetor partilha o mesmo código de forma a codificar e descodificar a mensagem;
• A mensagem seja motivadora de forma a despertar o interesse do recetor;
• O canal de comunicação entre ele e o recetor esteja aberto e partilhem canais
comuns de forma a não existirem distorções;
• Exista um contexto que estimule e permita a comunicação.
Se temos o hábito de falar rápido, devemos ter especial atenção em pronunciar bem as palavras
de forma a não criar dúvidas, e devemos repetir duas ou mais vezes as informações importantes
de forma ao nosso público entender.
Se temos o hábito de falar devagar, devemos então ter em atenção
olhar para o nosso público, dar ênfase às partes mais importantes
de forma a despertar atenção. Quando utilizamos um discurso mais
lento devemos estar atentos para não fazermos pausas muito
longas, ou pausas a cada cinco palavras, pois isto pode levar o
público a pensar que não estamos concentrados, ou não
dominamos o tema.
Segundo Toledo (2002), “todo cidadão deve zelar pelo vernáculo, [...] É a palavra que dá forma
final ao seu trabalho. Se ele não sabe usá-la com perícia, [...] não lhe permitem defender, acusar,
contestar, exigir, exortar, tergiversar, persuadir, convencer e negociar com eficiência. Seu sucesso na
profissão é diretamente proporcional a seu desempenho linguístico, a sua habilidade de
manejar palavras”.
Por último iremos fazer uma pequena abordagem à expressão corporal que também se mostra
importante para o sucesso de uma comunicação. Deste modo, e uma vez que como já dissemos
anteriormente o corpo também “fala”, vamos abordar algumas atitudes corporais desaconselhadas:
• Falar com os braços cruzados;
• Colocar os braços atrás das costas;
• Apoiar os braços sobre a mesa;
• Se falar sentado, evite cruzar as pernas e deitar-se para trás,
ou sentar-se na cadeira e debruçar-se para um dos lados;
• Fazer movimentos desordenados com as pernas;
• Estar com as pernas muito rígidas.
LINGUAGEM NÃO-VERBAL
Quando utilizamos códigos não-verbais, ou seja, sinais sonoros e
visuais através da “linguagem corporal”, estamos a utilizar a
linguagem não-verbal.
Segundo pesquisas neurolinguísticas, a linguagem não-verbal
é responsável por 93% do poder de influência de uma
mensagem transmitida oralmente, sendo 7% da sua influência
devida ao suporte verbal (conteúdo/palavras), 38% ao suporte
vocal (tom de voz) e 55% ao suporte visual (gestos, postura e expressão facial).
Noutro contexto, as pesquisas demonstram que oradores que mantém o contacto visual com
os seus interlocutores, sorriem e utilizam gestos e expressões faciais amigáveis são
considerados mais credíveis.
Exemplos:
As expressões faciais. As expressões do rosto, para além de
exprimirem os nossos sentimentos em relação ao nosso
interlocutor, são importantes para que se estabeleça uma relação
de abertura e de confiança, sobretudo nos primeiros momentos
em que se inicia a relação. Assim, deve apresentar uma expressão
aberta e descontraída que mostre respeito, consideração e
interesse pelo que o outro está a dizer.
As expressões faciais devem reforçar as palavras. Quando contradizem a linguagem
verbal, pode gerar-se um clima de desconfiança e de falsidade que prejudica a relação.
A postura e os gestos são importantes, uma postura rígida pode querer significar resistência
à interação, enquanto uma postura ligeiramente inclinada para o interlocutor favorece a
escuta e a empatia mostrando interesse pela relação.
As mãos nos bolsos ou atrás das costas são gestos que podem
ser interpretados como sendo reveladores de desinteresse.
Exemplos:
É através do modo de falar que o sujeito veicula os seus sentimentos e emoções
enriquecendo, assim, o conteúdo da linguagem verbal. Assim, o tom, o timbre e a
velocidade da voz, devem transmitir energia, entusiasmo e interesse pelo interlocutor e
pela relação estabelecida.
Escutar ativamente é um ato de sentir, interpretar e reagir ao que o interlocutor está a dizer.
Existem diferentes modos de ouvir:
• O ouvir cínico: a pessoa cala-se ou fala pouco porque
receia que as suas palavras constituam um trunfo para o
interlocutor que é mais visto como um adversário;
• O ouvir ofensivo: quando a pessoa ao ouvir tenta
encontrar algum erro ou contradição no seu interlocutor;
• O ouvir cortês: quando se ouve mecanicamente, prestando
pouca atenção ao que é dito. Embora sem ser indelicado,
não está interessado naquilo que o outro está a dizer;
• O ouvir ativo: é uma forma de escuta que implica um envolvimento sincero e uma
empatia com a pessoa que está a falar.
AVALIE A MENSAGEM
• Questione. Assegure-se de que compreendeu a mensagem, perguntando ou reformulando;
• Não deixe que a conversa avance para outro assunto sem o primeiro ter ficado esclarecido;
• Seja objetivo, analise os factos e não as opiniões;
• Confirme se existe alguma lacuna ou anomalia.
Para além de permitir que se estabeleça uma relação nos dois sentidos, permite ao emissor
certificar-se de que a sua mensagem foi corretamente percebida pelo recetor.
Assegurar-se de que o seu interlocutor compreende o que lhe pretende transmitir é
fundamental para a eficácia da comunicação. Mas, para isso, não basta estar atento aos
sinais que ele lhe fornece. É também necessário, depois de o ouvir, que saiba fornecer
feedback construtivo de modo a não prejudicar a relação.
AO NÍVEL DA MENSAGEM
• Complexidade da mensagem;
• Pertinência da mensagem - quando transmitimos ou recebemos mensagens em
“momentos” pouco adequados à situação, a nossa comunicação torna-se ineficaz.
AO NÍVEL DO CANAL
• Ruído - tudo aquilo que interfere na transmissão ou receção das mensagens
provocando a distração dos interlocutores. É uma das principais fontes de erro da
comunicação e pode ocorrer em qualquer ponto do processo comunicacional.
• Falar com duas ou mais pessoas ao mesmo tempo – provoca distorções ao nível do
significado e distrai a atenção dos interlocutores.
AO NÍVEL DO CONTEXTO
• Condições ambientais;
• Condições de iluminação e ruído;
• Desconhecimento do contexto - para que a comunicação
seja eficaz há que adaptar a mensagem ao contexto
sociocultural dos interlocutores;
• Evocação de temas ou sentimentos inadequados à situação -
Por exemplo comunicar uma má notícia, expressando, através do rosto, situações de alegria.
O Estilo Agressivo
A pessoa que, com frequência, utiliza o estilo agressivo para
comunicar:
• Age como se fosse intocável e não cometesse erros;
• Tem uma grande necessidade de se mostrar superior aos
outros e, por isso, é excessivamente crítica e reivindicativa;
• Atribui sempre aos outros o que de mau ou desagradável
acontece;
• Tenta sempre ganhar e dominar ainda que para isso tenha que humilhar ou agredir
(física ou psicologicamente);
• Ignora e desvaloriza sistematicamente o que os outros dizem ou fazem.
O Estilo passivo
A pessoa que adota um estilo passivo:
• Tem dificuldade em defender os seus interesses e em
dizer o que pensa ou sente;
• Tem muita dificuldade em dizer não, quando lhe pedem
alguma coisa;
• Raramente está em desacordo e evita o conflito a todo o custo;
SINAIS DO PASSIVO
• Fala pouco;
• Rói as unhas;
• Exprime um riso nervoso e uma voz trémula;
• Mexe frequentemente os pés;
• Está frequentemente ansioso.
O Estilo MANIPULADOR
A pessoa que adota um estilo manipulador:
• Não enfrenta as situações de forma direta, preferindo
fazer interpretações pessoais;
• Assume-se frequentemente como uma pessoa
indispensável, embora não assuma frontalmente as suas
responsabilidades;
• Prefere atingir os seus objetivos, agindo por interpostas pessoas;
• Os seus propósitos raramente são expostos com clareza e frontalidade. Utiliza a simulação;
SINAIS DO MANIPULADOR
• Emprega frequentemente o “nós” em vez do “eu”
(“falemos francamente”, “confiemos um no outro”);
• Oferece os seus talentos na presença de públicos difíceis;
• Apresenta-se sempre cheio de boas intenções;
• Apresenta-se quase sempre como um útil intermediário.
O Estilo ASSERTIVO
Entende-se por assertividade a capacidade de se afirmar por
palavras e por atos o que se pensa, o que se quer e o que se
sente, com calma e sem agressividade, dando, ao mesmo
tempo, espaço ao outro para afirmar aquilo que pensa, o que
quer e o que sente.
CONSEQUÊNCIAS DA ASSERTIVIDADE
• Ao utilizar uma expressão congruente, direta, transparente, na qual os objetivos
visados surgem com clareza e os sentimentos manifestados são autênticos, esta
atitude tem probabilidades de suscitar nos outros uma atitude semelhante,
favorecendo assim uma boa comunicação;
• O indivíduo que se comporta assertivamente mantém o seu equilíbrio psicológico e
favorece o bom clima em todas as suas relações interpessoais.
Todos nós sabemos que é muito difícil fazer com que, de repente,
uma pessoa agressiva se torne numa pessoa dócil e simpática.
Isso só acontecerá se ela assim o desejar.
Adotar um comportamento assertivo, calmo e firme faz com que a ansiedade seja reduzida
e se consiga chegar a algum acordo ou compromisso.
Por exemplo, perante alguém que está descontente e que reclama, deverá:
• Mostrar ao seu interlocutor que esteve atento ao que ele disse;
• Para que ele saiba que o escutou, parafraseie o que ele afirmou de positivo, sem fazer qualquer
avaliação. Qualquer crítica implícita criaria imediatamente uma rutura na comunicação;
• Mostrar empatia, ou seja, que compreende os seus sentimentos, sem que para isso
tenha que concordar com ele.
Nublar
Esta técnica permite-lhe enfrentar as críticas sem se tornar
defensivo (através da fuga ou da agressividade). Assim, o
primeiro passo consiste em reconhecer alguma verdade na
crítica, depois reagir às palavras que estão a ser ditas com um
tom claro, de forma a contrariar o tom utilizado, é muito mais
difícil atingir o alvo se o recetor não reagir. É como atirar uma
bola para o nevoeiro… é muito improvável que atinga o alvo! Por isso
esta técnica chama-se “Nublar”, ou seja, refugiar-se no nevoeiro. Para isso poderá por
exemplo começar por dizer “compreendo que esteja zangado…” ou “lamento … mas”.
Esta técnica permite mostrar que nada o fará mudar de ideias apesar de todos os argumentos
que ele lhe possa dar. De facto, torna-se muito difícil ignorar alguém que, calmamente se
repete várias vezes.
Empatia
Diz respeito à capacidade de se colocar no lugar do outro. A
comunicação pedagógica deverá ser empática, só assim as
expetativas, os ritmos, as dificuldades, as apetências
individuais que devem ser tidas em conta no processo formativo
podem ser geridas de forma a potenciar a comunicação, o
relacionamento interpessoal e a aprendizagem.
Apenas com uma atitude empática pode ser gerada a motivação
e a mobilização dos indivíduos para os objetivos pedagógicos. Contudo, a atitude empática
não significa a perda de espírito crítico, nem implica que se tenha que pensar, agir e
sentir como o outro.
Escuta Ativa
Escutar ativamente é um ato de sentir, interpretar e reagir ao que o interlocutor está a
dizer. A escuta ativa favorece o conhecimento dos sujeitos envolvidos no processo
Autoestima
Para termos credibilidade perante o interlocutor é necessário termos credibilidade perante
nós mesmos. Assim, podemos afirmar que existe correlação elevada entre estima por si
próprio e o estilo de comunicação. As pessoas que possuem um bom nível de autoestima,
normalmente dão provas de um grande à vontade nas relações, sabendo ter iniciativa, ser
criativas, exprimir-se com clareza, apresentar críticas fundamentadas e procurar relações
produtivas para todos os intervenientes, não se sentindo postas em causa cada vez que
discorde delas.
Feedback Construtivo
Como já vimos anteriormente o feedback é um conjunto de sinais
verbais e não-verbais que podemos usar para manter, eliminar
ou reforçar uma comunicação.
Nos últimos tempos e cada vez mais, esta ciência tem manifestado interesse pela
organização da sala de aula, para que seja criado um ambiente que favoreça e estimule a
aprendizagem de forma cómoda.
Ventilação
A ventilação é um fator importante, uma vez que, a má ventilação da sala de formação
pode originar fadiga, calor, stress, irritação e distração, fatores que intervêm no
desempenho e concentração dos formandos.
Tipo de mobiliário
Como em contexto formativo, por vezes os formandos passam muito tempo sentados, é
necessário a utilização de um mobiliário adequado a este tipo de situação. Deste modo, é
necessário ter em atenção a conforto e a segurança.
O trabalho colaborativo tem vindo a ser desenvolvido desde os anos 80, contudo foi na
década de 90 que este assumiu maior importância, devido aos resultados positivos. Apesar
de esta metodologia não ser a resposta em si para muitos problemas em contexto de
aprendizagem, vários estudos têm apontado a sua eficiência, podendo ser vistas as suas
vantagens para os formandos em várias dimensões, entre elas: o aumento da socialização,
da interação, da comunicação, da autoconfiança e da autoestima. A valorização do
conhecimento que o outro tem sobre determinado tema, o aumento da satisfação e
motivação ao realizar determinado trabalho e o incentivo do pensamento crítico.
Este impulso pode ser gerado por fatores externos e por fatores
internos, originados por processos mentais do indivíduo. Ou
seja, as motivações estão intimamente ligadas com o indivíduo
(motivação intrínseca).
Por seu lado as necessidades de realização consistem no desejo de alcançar algo difícil,
procurando superar as tarefas complexas e obter autonomia e feedback positivo pelos
restantes membros do grupo.
McClelland defendia que todas as pessoas têm algo destas necessidades em graus diferentes.
É através de um questionário padronizado chamado JDS (Job Diagnostic Survey) que pode
ser analisada a presença ou ausência de uma destas cinco características.
Como motivar?
O problema central de toda a educação é fortalecer entre os alunos/formandos a sua
motivação para aprender. Perante alguns estudos, chegou-se à conclusão de que a motivação
aumenta quando:
• Implicamos os formandos na matéria;
• Encorajamos a sua participação;
• Lhes damos a conhecer o que é o quê e o para quê;
• Há uma interligação entre matérias;
• Criamos a necessidade de aprender o tema que queremos transmitir;
• Desenvolvemos uma sensação de responsabilidade;
• Criamos e mantemos o interesse;
• Criamos um ambiente divertido e com humor;
• Motivamos os formandos internamente;
• Possibilitamos a escolha;
• Estamos atentos às críticas;
• Damos espaço para a realização de perguntas.
O apoio do formador no alcance destas três necessidades básicas resulta em ser um bom
impulsionador da motivação escolar e da participação (esforço e persistência) nas
atividades do contexto formativo.
O objetivo deste módulo passa por encontrar formas de aumentar a qualidade, quantidade,
eficácia e eficiência do trabalho a realizar. Para que tal suceda há que recorrer à técnica de
O indivíduo, ao determinar a sua atividade em função dos objetivos a que se propõe, tem
de encontrar estratégias que, associadas aos seus conhecimentos, o conduzem à
concretização desses mesmos objetivos. Mas nem tudo é tão linear como parece, pois na ação
humana, interferem vários fatores como: as capacidades individuais, os conflitos já
vivenciados, a capacidade de aprendizagem; etc.…, que podem favorecer ou bloquear a
relação entre a ação a desenvolver e os objetivos a atingir.
Quando os objetivos são definidos pelo próprio, são específicos e desafiantes. A
especificidade conduz à concentração da atenção do indivíduo, encaminhando-o para
altos níveis de desempenho.
Não queremos deixar de enumerar algumas condições de ordem psicológica que conduzem à
motivação, assim como à desmotivação.
Causas motivadoras:
• Procurar uma situação onde se obteve êxito e revê-la;
• Formular para si próprio palavras estimulantes, motivadoras e calmantes;
• Confiar na sua própria capacidade;
Causas desmotivadoras:
• Desvalorizar as suas próprias capacidades para a resolução de problemas;
• Dizer a si próprio: "não sou capaz";
• Fixar-se numa situação frustrante já passada e convencer-se que se vai repetir;
• Bloquear a respiração, acelerando assim o ritmo cardíaco;
• Desligar-se da realidade;
• Empolar a dificuldade das situações;
• Aumentar o poder e importância dos outros menosprezando o que a si se refere.
Muitos autores têm-se dedicado a estudos sobre liderança. Foram a descoberta da dinâmica de
grupo com Lewim e da não diretividade com Rogers, que estiveram na origem da conceção
atual do LÍDERCENTRADO NO GRUPO, oposta à do grupo centrado no líder.
De forma simples podemos afirmar que liderança é a capacidade de orientar, guiar, um grupo no
sentido da consecução dos seus objetivos. Os líderes podem, nesta perspetiva, ser formalmente
designados – como é o caso do formador, ou emergir dentro de um grupo ou subgrupos.
ESTILO DEMOCRÁTICO
• As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo, sendo
o papel do líder o de assistir e estimular;
• As técnicas e providências necessárias para atingir os
objetivos são esboçadas pelo grupo, solicitando
aconselhamento técnico ao líder, se necessário, cabendo a
este sugerir uma ou mais alternativas para o grupo escolher;
• Assim as tarefas ganham uma nova dimensão à medida que se sucedem os debates;
• Cabe ao grupo decidir sobre a divisão de tarefas, tendo cada elemento a liberdade de
escolher o seu companheiro de trabalho;
• O líder não se encarrega muito das tarefas, procurando ser um igual aos outros. Nas
suas instruções o líder tem de ser objetivo e no que se refere a elogios e críticas
limita-se aos factos.
LIDERANÇA DEMOCRÁTICA
• Entre os vários elementos do grupo manifestam-se sentimentos de amizade;
• Entre o líder e subordinados estabelecem-se comunicações espontâneas, de
cordialidade e franqueza, enquanto o trabalho se desenrola a um ritmo seguro, mas
suave, mesmo que o líder não se encontre presente;
• Respira-se um clima de satisfação.
LIDERANÇA LIBERAL
• A atividade dos elementos do grupo é intensa, no entanto, a produção não
corresponde às necessidades;
• Há grande perda de tempo em discussões e como resultando as tarefas ocorrem ao
acaso e com oscilações;
• Acontece um individualismo agressivo e falta de respeito pelo líder.
EM SUMA:
O grupo que apresenta maior produção é o submetido a uma liderança autocrática, mas no
que se refere à qualidade do trabalho, esta é maior no grupo cuja liderança é democrática.
O formador deve exercer uma liderança efetiva, ou seja, deve adaptar consoante o
formando e o contexto um estilo próprio de atuação – a relação pedagógica que se
estabelece deve visar a individualização da aprendizagem, à custa de:
• Flexibilidade;
• Conhecimento das capacidades de aprendizagem próprias de cada formando.
Esses atributos podem ser: origem social, idade, cultura geral, competência no trabalho,
capacidade de ação, estatuto económico, capacidade de afirmação, maturidade afetiva,
adaptabilidade a diferentes contextos, fluência verbal, “dom da palavra”, etc.…
O termo Programação refere-se aos processos mentais que cada um de nós cria
conscientemente ou inconscientemente e nos levam a agir de determinada forma. Por seu
lado o termo Neuro diz respeito à forma como o nosso cérebro trabalha, de forma a produzir
sentimentos, pensamentos, emoções, isto é, tudo aquilo que nós pensamos, sentimos ou
fazemos é resultado do que acontece no nosso sistema nervoso. O termo Linguística consiste
na linguagem verbal ou não-verbal, no código que usamos para ordenar os nossos
pensamentos e comportamentos e comunicarmos com os outros.
SINESTÉSICOS
Pessoas que utilizam este estímulo sensorial têm maior
influência para a aprendizagem, uma vez que, através deste
estímulo estas pessoas sentem-se incluídas dentro dos grupos e
compreendem melhor o que está a ser abordado. Para estas
pessoas são as palavras que representam emoções e
sentimentos que as fazem estar mais atentas.
Auditivos
Para estas pessoas o importante está na forma como se fala (o
tom de voz, o ritmo, a clareza das palavras). As pessoas com
este estímulo podem por vezes parecer distantes ou
desinteressadas, porque podem estar a falar enquanto olham
para outro sítio, mas para elas o importante é ouvir.
Contudo, torna-se também de grande importância que o formador saiba que a interação com os
formandos passa também pelo modo como o formador fala, pelas suas expressões faciais e
corporais que por vezes podem causar muito mais impacto do que propriamente o tema que
está a explorar.