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Comunicação Interpessoal e
Assertividade
25 Horas
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UFCD 7226
25 Horas
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ANQEP
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Conteúdos
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Conteúdo
Introdução..................................................................................................................................................... 6
Conceito de Comunicação interpessoal ................................................................................................ 7
1.1. Reflexão sobre a importância da comunicação .................................................................................. 7
1.2. Funções da comunicação ................................................................................................................... 9
Elementos básicos do processo comunicacional ................................................................................ 10
Determinantes da comunicação eficaz ................................................................................................ 14
Estilos comunicacionais/comportamento e comportamento assertivo ................................................ 15
Comportamento Assertivo e as suas dimensões ................................................................................. 20
Dimensões do comportamento Assertivo ........................................................................................... 22
6.1 Barreiras à comunicação ........................................................................................................... 24
Componente emocional da assertividade ............................................................................................ 28
Desenvolvimento da Assertividade .................................................................................................... 33
8.3 Técnicas da Comunicação Assertiva ......................................................................................... 33
A comunicação como objeto de dinamização de uma equipa de trabalho .......................................... 39
9.1 Comunicação Eficaz – Dicas: Gerir um conflito ...................................................................... 39
9.2 Estratégias de comunicação nas relações interpessoais ............................................................ 40
9.3 Dicas essenciais necessárias na relação do Cuidar/terapêutica ................................................. 43
Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 45
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Introdução
O Ser Humano, não só é um ser biológico, mas também um ser social, depende da
comunicação e interação para se desenvolver na sociedade, bem como a
educação/aprendizagem depende da capacidade de se influenciar mutuamente.
A qualidade de interação depende da nossa capacidade de nos fazermos entender
e de ajustarmos o nosso comportamento/atitude em função do outro. Para isto, é
necessário nos potenciar de estratégias, métodos, assim como identificar barreiras da
comunicação para esta ser eficaz.
A qualidade de interação depende da nossa capacidade de nos fazermos entender
e de ajustarmos o nosso comportamento/atitude em função do outro. Para isto, é
necessário nos potenciar de estratégias, métodos, assim como identificar barreiras da
comunicação para esta ser eficaz.
Posto isto, torna-se fundamental que cada pessoa invista no desenvolvimento de
competências comunicacionais, na medida em que a comunicação se assume como a
essência da humanidade.
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Conceito de Comunicação interpessoal
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necessidades de ordem emocional e comunicacional que o permitirão ajustar à realidade
e à sociedade. Como Victor cresceu privado de convívio social, não passou pelo processo
de humanização, necessário para sua formação. Pode-se, desta forma, concluir que a
comunicação é inerente à natureza humana, é um processo permanente, inevitável e
universal para a sua sobrevivência, identidade e integração na sociedade. É impossível
não comunicar. Comunicar é viver!
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1.2. Funções da comunicação
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Elementos básicos do processo comunicacional
O emissor utiliza a Codificação, sente-se estimulado e pensa como fazê-lo, deve ter a
capacidade de perceber quando e como entra em comunicação e deve ser capaz de
transmitir uma mensagem compreensível para o recetor.
Recetor
Aquele para o qual se dirige a mensagem.
Mensagem
É o conteúdo da comunicação.
Código
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São sinais com certas regras, conhecidos e percebidos por o emissor e o recetor.
Exemplos:
- 5 Sentidos;
- Internet;
- Jornal;
- Semáforo;
- Computador;
- Entre outros.
Contexto
Situação específica onde se processa a transmissão da mensagem.
Feedback
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Entendi bem que...?
Estou a pensar bem quando digo...?
Esteve a dizer-me que...?
Qual é a sua opinião relativamente ao que eu disse sobre...?
Se bem percebi, está a dizer que...
Fui claro no que disse?
É aqui que está a ter mais dificuldade?
Está a conseguir acompanhar todos os passos?
Reflexão- tem como objetivo fazer entender ao recetor não só que comunica, mas também
que está a pensar no assunto.
Ex.: A interjeição “Hum!Hum!”
“É natural que queira muda, se o seu emprego atual não corresponde às suas
expectativas!””
Clarificar - Repetir a informação e aguardar por confirmação de que o que está a dizer
está certo.
Ex.: “Ou seja, o seu atual emprego tornou-se insuportável!”
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Ex.. “Por um lado, mostra-se desejoso para abandonar esse emprego, por outro fala com
entusiasmo naquilo que faz.”
Valorizar – Valorize o outro, o assunto para que se estabeleça uma atmosfera construtiva.
Ex.: “Admito a sua coragem para querer mudar de emprego!”
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Determinantes da comunicação eficaz
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Estilos comunicacionais/comportamento e comportamento assertivo
- Caracteriza-se por
manobras de distração ou
manipulação, não
respeitando as necessidades
e os sentimentos dos outros;
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- Por vezes, parece muito
interessado e respeitador.
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Baixa auto estima
Frustrado Culpabilizado
Com piedade
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- Os outros não - Frustração; - Stress;
conhecem as suas - Perda de informação útil; - Relacionamentos
necessidades, posição, pois o outro não o informa; destruídos;
desejos e vontades;
- Relações ineficazes, - Zanga face a si próprio e
- Perda de respeito por si face aos outros.
- Isolamento;
próprio;
- Rejeição;
- Mal-entendidos;
- Perda de influência;
- Aumento do
isolamento, - Perda de respeito;
sentimento de rejeição;
- Baixa de Autoestima.
Exemplos - “Nada me sai certo!” - “Neste mundo é preciso o - “Não acredito no que estou
homem saber impor-se”. a ouvir”.
- “Peço imensa
desculpa!” - “Prefiro ser lobo a ser - “Deves ser bom
cordeiro”. trabalhador... Deves ser boa
- “O que decidires está
esposa...”
bem para mim!” - “Sai-me da frente!”
- “Se fosses mesmo um bom
- “Não sou importante!” - “Se tivesses dito como eu
colega…”
disse!”
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Comportamento Assertivo e as suas dimensões
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Produz a sensação de bem-estar no ambiente profissional e familiar;
Melhores resultados;
Evita o desgaste nas relações;
Está na base de relacionamentos honestos e saudáveis;
Favorece a comunicação interpessoal, pois possibilita uma maior proximidade
entre as pessoas e uma maior satisfação com a expressão das suas emoções;
Aumenta a autoconfiança e o respeito próprio, reduzindo desta forma a
insegurança, vulnerabilidade e dependência de aprovação dos outros.
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Dimensões do comportamento Assertivo
Linguagem Verbal
Linguagem Não-verbal
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Aparência Física – Comunica algo acerca das pessoas, tais como as cores, o tipo de
vestuário, como usamos o cabelo, entre outros.
Contacto Físico- é uma forma de comunicar que exprime sentimentos diferentes em
diversos contextos.
Cinésia
Paralinguística Proxémica
Aparência
A reter
A linguagem não-verbal:
Responsável pela primeira impressão que causamos
Estado emocional do sujeito
Regula a Linguagem Verbal
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6.1 Barreiras à comunicação
Barreiras Internas
Fatores Intrínsecos/pessoais
A comunicação só será eficaz se o sujeito revelar fatores pessoais ajustados,
estando desta forma, disponível para organizar, receber e transmitir as ideias com clareza,
nomeadamente no que diz respeito:
O estado físico e/ou psicológico;
Sobrevalorizar/desvalorizar os outros;
Egocentrismo;
Suposições;
Linguagem não-verbal;
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Interpretação errónea sobre o assunto.
Barreiras Socias/culturais
Status;
Diversidade linguística;
Diversidade cultural;
Boatos;
Jargão.
Barreiras técnicas
Interrupção abrupta.
Barreiras externas
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Estratégias para ultrapassar barreiras de comunicação
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Se a conversa é importante, deverá providenciar um espaço onde não sejam
interrompidos;
Escolha o tipo de canal de acordo com o tipo de mensagem a ser enviada (formal,
informal, escrita ou verbal);
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Componente emocional da assertividade
Fatores Emocionais/Pessoais
Sobrevalorizar/desvalorizar os outros;
Egocentrismo;
Suposições;
Linguagem não-verbal;
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Deficiência no conhecimento do assunto;
Escuta Ativa
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Demonstrar a importância da pessoa;
Permitir que a pessoa identifique as suas emoções;
Auxiliar na identificação das suas necessidades e na elaboração de um
planeamento objetivo e eficaz;
Escolher um local calmo que propicie a escuta;
Manter uma distância confortável;
Procurar compreender não só a linguagem verbal, mas principalmente a não-
verbal da pessoa vulnerável;
Evitar julgamentos com base em valores pessoais;
Reformular as palavras, validando a sua compreensão;
Respeitar, compreender e interpretar o silêncio;
Nunca interromper a comunicação verbal, nem o silêncio.
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Empatia
A empatia é muitas vezes confundida com simpatia.
Empatia, do grego "páthos", significa estado de alma, por outas palavras, é a
capacidade para se identificar ou colocar-se no lugar do outro, sem perder a sua
identidade, experienciando as circunstâncias por o outro vividas, nomeadamente os
sentimentos, ideias, motivações e emoções. A empatia é uma ferramenta poderosa que
permite com que duas ou mais pessoas interajam de forma proveitosa. Acarreta uma
aceitação positiva incondicional do outro, ou seja, aceitar e respeitar a maneira como age,
bem como percecionar as suas potencialidades, encara-lo como agente passível de
mudança, ao seu próprio ritmo.
É fundamental, o profissional possuir esta capacidade, na medida que somente
assim pode oferecer um cuidado individualizado, eficaz e humanizado, bem como
potenciar a sua relação e adesão terapêutica.
Ideias principais de como ser empático
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Desenvolvimento da Assertividade
TÉCNICA DESC
DESCREVE- A Sra. A descreve o comportamento do Sr. B tão precisa e o mais objetiva
quanto possível.
EXPRESSA- A Sra. A transmite ao Sr. B o que sente e pensa em relação ao seu
comportamento (sentimentos, desacordos, preocupações, etc.).
ESPECÍFICA (inglês: specify)- A Sra. A propõe de forma específica ao Sr. B, uma forma
realista de modificar o seu comportamento.
CONSEQUÊNCIAS- A Sra. A tenta interessar o Sr. B pela solução proposta, indicando-
lhe as possíveis consequências positivas que a nova atitude lhe traria.
Ex.. “Ontem fiquei muito aborrecida, pois verifiquei que desorganizou o meu trabalho
na minha secretária. Gostaria que daqui em diante me pedisse o que precisar, em vez de
mexer nas minhas coisas. Assim perde menos tempo e garante que tem o que precisa”.
Exemplo:
P- Porque não arruma a secretária de trabalho todas as semanas?
R- Porque não me apetece arrumá-la.
P- Mas olhe que a secretária teria uma melhor apresentação.
R- Talvez, mas não me apetece arrumá-la.
P- Porque não experimenta amanhã?
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R- Porque não me apetece.
P- Você não tem espírito de equipa.
R- É possível que tenha razão, mas eu acho que a minha secretária de trabalho está bem
assim.
P- Mas porque o incomoda tanto arrumá-la?
R- Não me incomoda nada, simplesmente não me apetece.
P- Mas porque é que não lhe apetece?
R. Porque não me apetece.
OUTRAS TÉCNICAS
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Respeito;
Linguagem corporal
Empatia:
Reconheça o que o recetor diz sobre a sua situação, dificuldades, sentimentos e
opiniões – ele saberá que está a escutar e a prestar atenção ao que é importante
para ele, e isto constrói a compreensão entre os dois.
Exemplos:
A: Consegues ter a tua parte do trabalho pronta até para a semana?
B: Tenho pena, mas vou ter um teste e pode haver algum atraso.
A: Eu compreendo que isto te vá criar dificuldades (empatia), mas já estás atrasado uma
semana e eu gostava de ter o assunto terminado dentro de uma semana.
Pedidos de mudança
Exemplos:
A: “Fico contente por teres percebido as tuas tarefas tão rapidamente, mas estou
preocupado com a tua pontualidade. Podes fazer o possível por chegar às 09:30?”
(apreciação seguida de crítica construtiva e pedido de mudança).
Rejeitar pedidos
Exemplos:
A: “Vamos tomar um copo depois das aulas?”
B: “Hoje não vou, mas gostava de falar um bocado contigo depois das aulas, noutro dia.
(rejeita o pedido e mostra apreço quando sugere adiar para outro dia).
Exemplos:
A: “Estou aborrecido por não me teres dado o recado da Beatriz logo de manhã. Gostava
que, de futuro, escrevesses as mensagens em vez de as decorar.” (crítica construtiva com
pedido de mudança de comportamento).
A: “Por favor, não me critiques em frente ao grupo”.
B: “Estás a ser demasiado picuinhas”.
A: “Quero que isto fique claro. Por favor, não me descrevas como picuinhas”.
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Oferecer-se para mudar
Exemplos:
A: “Penso que a tua apresentação foi muito comprida”.
B: “Concordo. Vou repensá-la e cortar o tempo para metade” (oferecer-se para mudar).
Exemplos:
“Um colega pede a sua opinião para uma decisão…”
Resposta Assertiva: Eu penso que… (frontalmente);
Respostas Não Assertivas: “Surpreende-me que ainda não saiba a resposta para essa
questão!” (menosprezo)/ “Bem, sou apenas uma secretária, não sei se está mesmo
interessado na minha opinião “(autodiminuição)
“Vejo que essa mesa está “Vejo que a sua mesa está cheia de papéis”
completamente uma desordem. ”
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“O seu telemóvel não me deixa “Sinto-me incomodado com o seu telemóvel.”
parar um minuto”
“Só pensas em ti!” “Eu acho que poderias considerar a opinião dos
outros”
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A comunicação como objeto de dinamização de uma equipa de trabalho
Dicas
Manter a calma, responder com serenidade
Concentrar-se no problema e não na pessoa
Enquanto a pessoa expõe o seu problema permaneça atento e neutral
Utilize a empatia e a assertividade
Fazer perguntas que ajudem a resolver a situação
Evitar entrar em justificações
Valorizar a sua questão
Pedir desculpa, admitir erros
As soluções têm de ser aceitáveis para ambas as partes
Em caso de não resolução, comunicar o conflito a um superior hierárquico
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9.2 Estratégias de comunicação nas relações interpessoais
Psicoeducação
Solução de problemas:
Orientação para o problema; 2. Definição e formulação do problema; 3.
Levantamento de alternativas; 4. Tomada de decisões; 5. Prática da solução e
verificação.
Tomada de decisões:
Consiste em solicitar que a pessoa/família escreva uma folha em branco as
vantagens e desvantagens de cada opção, poderá solicitara inda um nível de
importância, classificando com números de 1 a 10 ou circule os itens que julgar
mais importante
Parada do pensamento
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Agenda de relações: pensamento x sentimento:
O sentimento do indivíduo está relacionado ao modo como ele pensa sobre
determinado evento, quando é possível promover uma mudança sobre a
interpretação do evento, também é possível mudar o sentimento associado a ele.
Exemplo:
Pensamento Sentimento
Ele está a aproveitar-se de mim Estou vingativo, zangado, furioso
Hoje ninguém me telefonou Sinto-me rejeitado, furioso
Não preciso ser perfeito Estou mais aliviado, tranquilo
Roda da Vida
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terapêutica, através da autoconfiança, respeito, individualidade, ética, compreensão e
empatia pela pessoa cuidada.
Por um lado, a comunicação no cuidar deve ser holística, considerando a pessoa
como um todo em todas as suas dimensões, nomeadamente nas dimensões
biopsicossociais e ainda, axiológicas, tornando possível, deste modo, a prestação de
cuidados humanizados, individualizados, interdisciplinares e competentes.
Por outro lado, é necessário assimilar quais são as necessidades Básicas da pessoa
Cuidada, bem como as complementares, com o objetivo de delinear estratégias eficazes
e aumentar a eficácia da comunicação.
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9.3 Dicas essenciais necessárias na relação do Cuidar/terapêutica
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Ser congruente;
Resiliente;
Autenticidade.
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Referências Bibliográficas
ISS. (2005). Manual de Boas Práticas: Um guia para o acolhimento residencial das
pessoas em situação de deficiência.
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Wolf, M., (1999), Teorias da Comunicação. Lisboa, Editorial Presença.
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