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psiquiátricos
na infância e
adolescência
Mariana Ribeiro Maniglia
Unidade 2
Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora
MARIANA RIBEIRO MANIGLIA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
A AUTORA
Mariana Ribeiro Maniglia
Olá. Meu nome é Mariana Ribeiro Maniglia. Sou formada em
Serviço Social pela UNESP e em Psicologia pela UNIFRAN, possuo
mestrado e doutorado (em andamento) em Psicobiologia pela USP. Minha
experiência profissional envolve a prática na área de neuropsicologia e de
psicologia clínica. Além disso, possuo experiência em atendimentos no
Sistema Único de Saúde em Unidades Básicas de Saúde e Ambulatórios.
Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência e
conhecimento àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores
independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de
muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova com- novo conceito;
petência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Deficiência lntelectual (DI)...................................................................... 11
Desenvolvimento..............................................................................................................................11
Características.................................................................................................................................... 12
Critérios diagnósticos.................................................................................................................... 14
.Características.................................................................................................................................... 21
.Critérios diagnósticos....................................................................................................................24
Características................................................................................................................................... 30
Critérios disgnósticos.................................................................................................................... 31
.Características....................................................................................................................................37
Critérios diagnósticos................................................................................................................... 40
02
UNIDADE
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 9
INTRODUÇÃO
Nesta unidade nós iremos aprofundar o conhecimento sobre alguns
Transtornos do Neurodesenvolvimento. Você sabia que os Transtornos no
Neurodesenvolvimento podem ter níveis de gravidade? Sim! E como esses
níveis são classificados nós iremos ver em cada capítulo! Nesta unidade
você verá os seguintes transtornos: Deficiência Intelectual, Transtorno
do Espectro Autista, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e
Transtornos da Comunicação. Vamos comigo mergulhar neste universo?!
10 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:
OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
e de identificar os aspectos diagnósticos e características
da Deficiência Intelectual. Essa competência é funcamental
para a realização de diagnósticos diferenciais e
comorbidades. E então? Vamos começar?!
Desenvolvimento
A Deficiência Intelectual pode ocorrer em todas as raças e culturas
e é identificada no período do desenvolvimento. Num geral, indivíduos
do sexo masculino têm mais propensão ao diagnóstico do que o sexo
feminino. Nos primeiros anos de vida é possível identificar atrasos no
neurodesenvolvimento que podem predizer a Deficiência Intelectual. Os
marcos desenvolvimentais mais avaliados são os motores, a linguagem
e os aspectos psicossociais. Entretanto, nem sempre os atrasos são
identificados precocemente, num geral a confirmação e a identificação
do diagnóstico de Deficiência Intelectual ocorre através da queixa de
dificuldade escolar.
IMPORTANTE
O conhecimento cultural e étnico é necessário para o
diagnóstico de DI, pois o funcionamento adaptativo da
criança ocorre de acordo com a cultura que está inserida.
Características
A Deficiência Intelectual é caracterizada como uma condição
limitante que compromete o desempenho do indivíduo. A tríade
característica da Deficiência Intelectual compreende o déficit nas
habilidades intelectuais, o prejuízo na capacidade funcional e adaptativa e
o período de desenvolvimento da deficiência, antes dos 18 anos de idade.
NOTA
A criança com DI possui mais dificuldade para interpretar
conceitos abstratos. Trabalhar com conteúdos concretos
auxilia na aprendizagem.
EXPLICANDO MELHOR
A tríade diagnóstica da Deficiência Intelectual é composta
pelas seguintes características: avaliação intelectual,
avaliação funcional/adaptativa e ocorrer no período do
desenvolvimento.
REFLITA
São sinais que podem indicar DI: Falta de interesse pelas
atividades dadas em sala de aula; pouca interação com os
colegas e com a professora; dificuldade em coordenação
motora (grossa e fina); dificuldade para identificar letras,
desenvolver a fala de maneira satisfatória; dificuldade em
se adaptar aos mais variados ambientes; quando a criança
perde ou esquece o que já havia aprendido.
14 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
Critérios diagnósticos
De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-V (APA, 2014) a
Deficiência Intelectual tem início do período do desenvolvimento e inclui
déficits intelectuais e adaptativos. Deve necessariamente obter os três
critérios abaixo:
VOCÊ SABIA?
Quociente de Inteligência, o famoso QI é uma medida
obtida através de testes que mensuram a inteligência do
indivíduo.
VOCÊ SABIA?
A inclusão é um instrumento importante na qualidade de
vida da pessoa com Deficiência Intelectual, pois permite
o acesso a todos os recursos da comunidade, que
favorecerão o seu desenvolvimento global, a autonomia e
ajudarão a construir a sua cidadania.
IMPORTANTE
O uso de testes de Quociente de Inteligência (QI) é exclusivo
do profissional psicólogo.
16 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
VOCÊ SABIA?
O diagnóstico precoce na DI é extremamente importante
para o tratamento e a terapêutica. A neuroplasticidade
infantil permite muitas vezes mudar a condição de DI de
moderada para leve, por exemplo.
RESUMINDO
E então? Vamos revisar e ter certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo? Você deve ter
aprendido que a Deficiência Intelectual é um transtorno que
se inicia na infância e persiste por toda a vida. A Deficiência
Intelectual não é progressiva, ou seja, não há piora do
quadro com o passar dos anos. É caracterizada como uma
condição limitante que compromete o desempenho do
indivíduo. A tríade característica da Deficiência Intelectual
compreende o déficit nas habilidades intelectuais, o
prejuízo na capacidade funcional e adaptativa e o período
de desenvolvimento da deficiência, antes dos 18 anos de
idade. A DI possui uma apresentação heterogênea, ou
seja, as características são diversificadas de acordo com
cada quadro e a história de vida do indivíduo. É classificada
através de níveis de gravidade com base no funcionamento
adaptativo do indivíduo: Leve, Moderada, Grave e Profunda.
Os principais diagnósticos diferenciais são: transtornos
neurocognitivos, Transtorno do espectro autista, Transtornos
da comunicação e Transtorno específico da aprendizagem.
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 19
OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
e de identificar os aspectos diagnósticos e as características
do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa competência
é funcamental para a realização de diagnósticos diferenciais
e comorbidades. E então? Vamos começar?!
Desenvolvimento
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui um padrão de início
muito precoce, observado geralmente nos primeiros anos de vida. Os
sintomas costumam ser reconhecidos entre os 12 a 24 meses de vida,
embora algumas crianças apresentem os sintomas antes dos 12 meses
de idade. O reconhecimento dos sintomas precocemente depende da
gravidade dos mesmos. Crianças com sintomas leves podem demorar
para apresentar atrasos e sinais. Existe também a possibilidade de a
criança perder habilidades adquiridas, neste caso, há regressão do
desenvolvimento após, pelo menos, 2 anos de desenvolvimento típico.
Os pais ou os cuidadores relatam história de deterioração gradual ou
relativamente rápida em comportamentos sóciais ou nas habilidades
linguísticas.
VOCÊ SABIA?
Uma em cada 160 crianças tem transtorno do espectro
autista! Acesse o site da Organização Pan-Americana de
Saúde e saiba mais, disponível no link: https://bit.ly/2Wixi2E.
IMPORTANTE
Não existe um gene do autismo. O que existe é uma
combinação de variantes genéticas que produzem o
autismo em certas combinações.
NOTA
Vacinas não causam autismo! Um dos últimos estudos
sobre o assunto, realizado na Dinamarca, não verificou
diferenças entre crianças vacinadas e as que não eram
vacinadas. A taxa de incidência do autismo é a mesma nas
duas condições.
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 21
Características
O TEA recebe o nome de espectro porque envolve situações
e apresentações heterogêneas, numa gradação que vai da mais leve
à mais grave. As características essenciais do TEA são: (1) prejuízo na
comunicação social recíproca e na interação social; e (2) padrões restritos
e repetitivos de comportamento, de interesses ou de atividades. Esses
sintomas precisam necessariamente estar presentes desde o início da
infância e limitam o funcionamento diário do indivíduo.
IMPORTANTE
O TEA começa na infância e persiste na adolescência e na
idade adulta.
NOTA
As evidências científicas sugerem que provavelmente há
muitos fatores que tornam uma criança mais propensa a ter
um TEA, incluindo os ambientais e os genéticos.
REFLITA
O reconhecimento precoce do diagnóstico possibilita o
início de intervenções que auxiliam na diminuição dos
sintomas e do bem-estar da criança.
NOTA
O autismo é cinco vezes mais comum em meninos do que
em meninas.
VOCÊ SABIA?
Não há diferenças entre a anatomia cerebral de pessoas
com e sem autismo.
IMPORTANTE
O uso de medicações no Autismo é importante,
especialmente, para aqueles com severos comportamentos
antissociais e agressivos, e que possam levar a epilepsia e a
problemas de sono. Mas nem toda a criança com Autismo
precisa ser medicada e deve-se sempre avaliar caso-a-
caso a necessidade de introduzir medicações.
Critérios diagnósticos
De acordo com o DSM-V, a criança com diagnóstico de TEA deve,
necessariamente, conter déficits persistentes na comunicação e na
interação social em múltiplos contextos e apresentar padrões restritos
e repetitivos de comportamento, de interesses ou de atividades. Os
sintomas devem aparecer precocemente no período do desenvolvimento
e causar prejuízos significativos no funcionamento adaptativo. Vamos
especificar melhor os critérios!
VOCÊ SABIA?
A idade ao se tornar mãe pode influenciar o risco de ser
uma criança com autismo. Ficar grávida acima dos 40 anos
eleva muito o risco de se ter um filho autista.
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 25
NOTA
Cerca de 5% dos autistas possuem superdotação, 40%
apresentam inteligência média e são aptos à vida escolar e
acadêmica, e 50% apresentam Deficiência Intelectual.
••
Movimentos motores, fala ou uso de objetos
repetitivos ou estereotipados (por exemplo, enfileirar
brinquedos, ecolalia, estereotipias motoras simples);
••
Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais
(por exemplo, reação contrária ao som e a texturas,
a cheirar ou a tocar objetos excessivamente,
fascinação por luzes ou por movimentos).
IMPORTANTE
Indivíduos com um diagnóstico do DSM-IV bem
estabelecido de transtorno autista, de transtorno de
Asperger ou de transtorno global do desenvolvimento
sem outra especificação, devem receber o diagnóstico de
transtorno do espectro autista.
NOTA
É por volta dos 3 anos de idade que as características do
transtorno se tornam mais evidentes.
VOCÊ SABIA?
Apesar de não demonstrar afeto da mesma maneira que as
outras crianças, isso não significa que o autista não ame, ou
não seja afetivo. Ele simplesmente se expressa de maneira
diferente.
IMPORTANTE
A “Teoria da mente” é empregada para atribuir estados
mentais a outras pessoas e predizer o comportamento das
mesmas em função destas atribuições. Em geral, os autistas
possuem dificuldade nessa habilidade sociemocional.
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o
Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui um padrão de
início muito precoce, observado geralmente nos primeiros
anos de vida. Não é um transtorno degenerativo, dessa
forma, a capacidade de aprendizagem e de compreensão
perduram ao longo da vida. As características essenciais
do TEA são: (1) prejuízo na comunicação social recíproca
e na interação social; e (2) padrões restritos e repetitivos
de comportamento, de interesses ou de atividades. Os
níveis de gravidade do Transtorno devem ser classificados
de acordo com o prejuízo significativo no funcionamento
adaptativo do indivíduo (gravidade, 1, 2, 3). Os principais
diagnósticos diferenciais são: Síndrome de Rett, Mutismo
seletivo, Transtorno da linguagem e Transtorno da
Comunicação Social (pragmática), Esquizofrenia e DI.
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 29
OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
e de identificar os aspectos diagnósticos e as características
do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH). Essa competência é funcamental para a realização
de diagnósticos diferenciais e comorbidades. E então?
Vamos começar?!
Desenvolvimento
NOTA
TDAH antigamente já foi chamado de: síndrome da criança
hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral
mínima, transtorno hipercinético, transtorno primário da
atenção.
Características
As principais características do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade consistem em padrões persistentes de desatenção e/ou
de hiperatividade/impulsividade que interferem no funcionamento ou no
desenvolvimento do indivíduo.
DEFINIÇÃO
O TDAH é um transtorno neurobiológico, com grande
participação genética, que tem início na infância e
compromete o funcionamento da pessoa em vários setores
de sua vida.
IMPORTANTE
A presença do TDAH Pode contribuir para baixa autoestima,
relacionamentos problemáticos e dificuldade na escola ou
no trabalho.
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 31
VOCÊ SABIA?
O fator hereditário é muito considerado no diagnóstico
do TDAH. Quando identificamos uma pessoa com TDAH,
se pesquisarmos na mesma família, invariavelmente
encontraremos outras pessoas com o mesmo problema.
Critérios disgnósticos
Os critérios diagnósticos para TDAH seguem três padrões:
desatento, hiperativo e misto.
IMPORTANTE
a frequência do transtorno entre as crianças varia de 3 a 10
% da população infantil.
••
Frequentemente não presta atenção em detalhes ou
comete erros por descuido em tarefas escolares, no
trabalho ou durante outras atividades;
••
Com frequência é facilmente distraído por estímulos
externos;
IMPORTANTE
O uso de certos medicamentos e algumas doenças clínicas
também podem provocar hiperatividade. É necessária
investigação cautelosa sobre esses aspectos para o
diagnóstico correto!
••
Com frequência “não para”, agindo como se estivesse
“com o motor ligado";
IMPORTANTE
Os principais recursos no tratamento do TDAH são:
Informação e conhecimento, medicação e recursos
psicoterápicos.
VOCÊ SABIA?
Estima-se que até 70% das crianças com TDAH apresentam
simultaneamente outros transtornos.
34 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
REFLITA
Muitos sintomas de TDAH são interpretados erroneamente:
“só lembra o que interessa”, “não tem persistência em nada”,
“não leva nada a sério”, “não se dedica”, “se realmente se
importasse com os outros, teria lembrado”, “é vagabundo”.
RESUMINDO
Agora que você aprendeu sobre a importância da
anamnese infantil vamos resumir tudo o que vimos. Você
deve ter aprendido que o Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) costuma ser identificado com maior
frequência durante os anos escolares. Em pré-escolares,
a característica de hiperatividade é encontrada mais do
que o sintoma desantento, este visto com frequência em
escolares. As principais características do Transtorno de
Déficit de Atenção e da Hiperatividade consistem em padrões
persistentes de desatenção e/ou de hiperatividade/
impulsividade que interferem no funcionamento ou no
desenvolvimento do indivíduo. O TDAH pode apresentar
3 padrões de comportamentos: desatento, hiperativo/
impulsivo ou misto. Os principais diagnósticos diferenciais
a serem realizados no TDAH são: Transtorno de oposição
desafiante, transtorno de aprendizagem, transtorno de
ansiedade e transtorno de personalidade.
36 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
OBJETIVOS
Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
e de identificar os aspectos diagnósticos e características do
Transtorno de Comunicação (linguagem). Essa competência
é funcamental para a realização de diagnósticos diferenciais
e comorbidades. E então? Vamos começar?!
IMPORTANTE
Crianças com transtorno da linguagem precisam de terapia
fonoaudiológica. Todas as informações a seguir referem-
se ao Transtorno da Linguagem!
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 37
Desenvolvimento
O desenvolvimento e a aquisição da linguagem não é um processo
homogêneo e é marcado por mudanças desde a infância até a vida
adulta. Essas mudanças surgem nas dimensões de linguagem, como
sons, palavras, gramática, narrativas e habilidades de conversação e
são diferentes de acordo com cada idade. Como um transtorno do
neurodesenvolvimento, o transtorno da linguagem surge durante o início
do período do desenvolvimento.
NOTA
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para identificar,
diagnosticar e tratar indivíduos com distúrbios da
comunicação oral e escrita, voz e audição. Embora outros
profissionais possam fazer parte da avaliação diagnóstica.
Características
As principais características do transtorno da linguagem incluem a
aquisição e o uso da linguagem. A aprendizagem e o uso da linguagem
dependem de habilidades receptivas e expressivas. Capacidade expressiva
compreende a produção de sinais vocálicos, gestuais ou verbais, enquanto
capacidade receptiva refere-se ao processo de receber e de compreender
mensagens linguísticas. Muitas vezes os déficits na linguagem são
causados por um comprometimento na compreensão ou na produção de
vocabulário, na estrutura das frases e no discurso. Esses déficits linguísticos
ficam evidentes na comunicação falada, na escrita ou na linguagem de
sinais. Entendendo que a linguagem possui uma capacidade expressiva
e outra receptiva, a avaliação e o diagnóstico do transtorno deve conter
necessariamente a investigação das duas modalidades.
NOTA
O Transtorno da Linguagem afeta habilidades de leitura e
de escrita e está frequentemente relacionado à dislexia.
38 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
IMPORTANTE
O Transtorno de Linguagem prejudica a capacidade de
aprender, pois a aprendizagem acontece principalmente
por meio da linguagem.
Fonte: http://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/
disturbiofalaeimagem8periodo_21_08_2013.pdf (Adaptado pelo autor)
Critérios diagnósticos
Os critérios diagnósticos do Transtorno da linguagem são descritos
como dificuldades persistentes na aquisição e no uso da linguagem em
suas diversas modalidades (falada, escrita, linguagem de sinais ou outra)
devido aos déficits na compreensão ou na produção da linguagem, que
incluem:
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 41
1. Vocabulário reduzido;
3. Prejuízos no discurso.
NOTA
Os primeiros anos de vida da criança são determinantes
para o desenvolvimento adequado da linguagem. Em
ambiente comunicativo e a partir da interação com a família,
a criança adquire as bases para um desenvolvimento sadio
da linguagem, no que diz respeito à sua forma, conteúdo
e de uso.
NOTA
A aquisição normal da linguagem é dependente de uma
série de fatores como o contexto social, o familiar e o histórico
pré, peri e pós-natal do indivíduo, suas experiências, suas
capacidades cognitivas e seus orgânico-funcionais.
VOCÊ SABIA?
Que o input linguístico que a criança recebe antes dos
três anos de idade está fortemente relacionado com o
subsequente desenvolvimento cognitivo e de linguagem?
Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência 43
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que os Transtornos da Comunicação incluem os seguintes
transtornos que apresentam déficits na linguagem, na fala
e na comunicação: transtorno da linguagem, transtorno
da fala, transtorno da fluência com início na infância
(gagueira), transtorno da comunicação social (pragmática)
e outro transtorno da comunicação especificado e não
especificado. Neste capítulo, abordamos somente o
Transtorno da Linguagem, que incluem a aquisição e o uso
da linguagem. As crianças com transtorno da linguagem
apresentam atraso na expressão das primeiras palavras,
redução no vocabulário, uso de frases curtas, erros
gramaticais e no discurso. Os critérios diagnósticos do
Transtorno da linguagem são descritos como dificuldades
persistentes na aquisição e no uso da linguagem em
suas diversas modalidades (falada, escrita, linguagem de
sinais ou outra). Os principais diagnósticos diferenciais ao
Transtorno de Linguagem são: as variações normais na
linguagem, a deficiência auditiva, a deficiência intelectual, a
regressão da linguagem, a TEA e os distúrbios neurológicos.
44 Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência
REFERÊNCIAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual diagnóstico
e estatístico de transtorno DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.