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Editoração e Revisão
Deusina Lopes da Cruz
Marcos Fabrício Lopes da Silva
Carlos Felipe Lopes da Silva
Diagramação e Capa
Apae Brasil
Apoio:
ISBN 978-65-5941-870-1
CDD 360
CRB-4/1241
4
Sumário
Agradecimentos 5
Apoio 7
Personagens que integram a história da educação 9
especial no Brasil, FAE/UFMG - Deusina Lopes da Cruz
CUIDADO: é fundamental para a família, o estado e a 12
sociedade
Prefácio 15
Apresentação 21
Introdução 27
Historicidade dos cuidados: Cronograma 34
Cronologia das avanços legais e conceituais sobre 39
cuidados: repercussões e práticas no Brasil
Textos de apoio 125
Rol de siglas 157
Referências 159
Apêndice 165
Autismo, Narrativas Maternas e Ativismo dos Anos 229
1970 a 2008
5
AGRADECIMENTOS
6
Na edição de mais este livro, nós agradecemos a oportuni-
dade de parceria entre a nossa família e as APAEs, um movimento
histórico no Brasil, de reconhecimento internacional, de luta pelos
direitos das Pessoas com Deficiência e suas famílias, exemplo de
humanidade, empatia, colaboração, construção de aprendizado,
profissionalismo, parceria das Famílias, do Estado e da Sociedade.
Agradecemos pelos saberes divididos conosco em falas, seminá-
rios, escritos, postagem nas redes sociais, consultas, serviços, vida
cotidiana com Cuidadores(as) e em especial, aos personagens de
inúmeras imagens presentes no livro, as quais tivemos acesso de
forma direta, nos nossos trabalhos, ou pelas redes sociais, associa-
das a eventos que ilustram os caminhos desejados da inclusão e
da participação social. Como nobre propósito, sem dúvida, busca-
-se também motivar a atuação das pessoas para o bem de todos,
para a efetivação do direito à igualdade de oportunidades e para
a construção de novos saberes, fomentando, assim, o desafio cen-
tral do nosso livro O direito social ao cuidado: pessoas com defici-
ência, autistas, idosas, com outras condições e seus cuidadores.
Saudações fraternais,
Deusina Lopes da Cruz
Marcos Fabricio Lopes da Silva
Carlos Felipe Lopes da Silva
7
APOIO
A Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) é uma
entidade de assistência social, que agrega uma rede de 26
federações estaduais e 2.227 Apaes e afiliadas, espalhadas
por todo território brasileiro. Desde sua fundação, a Fenapaes
promove o assessoramento às suas filiadas e atua na defesa e
garantia de direitos dos seus usuários, com foco no fortalecimento
do movimento social da pessoa com deficiência, na formação e
capacitação de lideranças, na promoção da cidadania ativa e no
enfrentamento às desigualdades sociais. Suas ações são dirigidas
especialmente ao público da política de assistência social.
8
Agradecemos a Deusina Lopes da Cruz e aos seus filhos,
Marcos Fabrício Lopes da Silva e Carlos Felipe Lopes da Silva, por
compartilharem suas vidas.
José Turozi
Presidente da APAE BRASIL
9
Personagens que integram a História da
Educação Especial no Brasil, FAE/UFMG -
DEUSINA LOPES DA CRUZ
14 de setembro de 2022
Por: Bárbara Matoso
11
apresentada expressa um longo e árduo trabalho de ressignificação
da maternidade, politizando-a, visando o reconhecimento dos
direitos não apenas de seu filho, mas de tantos outros Carlos Felipe.
Referências:
BRITES, Luciana; BRITES, Clay. Mentes Únicas. São Paulo:
Editora Gente, 2019.
AUTORA:
Bruna Alves Lopes
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Fonte:
https://portalpioneiros.fae.ufmg.br/deusina-lopes-da-cruz/
12
CUIDADO: é Fundamental para a Família, o Es-
tado e a Sociedade.
A convivência diária com as mães de filhos com deficiência
nos enriquece, surpreende e nos encoraja. É assim que me sinto,
convivendo há alguns anos com a Deusina, pessoa que admiro
muito, e que o trabalho na Secretaria Nacional de Assistência So-
cial, do Ministério da Cidadania, oportunizou-me conhecer de per-
to e assim desenvolvermos uma relação de carinho e amizade.
15
PREFÁCIO
É modo e estilo de vida: ser uma pessoa com deficiência,
criança, adolescente ou uma pessoa idosa. Precisam, como
todas as pessoas, de condições sociais favoráveis para realizar
seus desejos e suas necessidades. Isolamento ou sofrimento
como sentença biológica de fracasso não conseguem dar conta
da complexidade de ninguém. Nem da condição de deficiência,
do envelhecimento natural do humano. Ainda bem. Não à toa,
todos ficam prejudicados quando atitudes poucas sensíveis, as
ditas barreiras atitudinais, pesam sobre a plural compreensão da
diversidade humana.
17
CONDIÇÕES DE DEPENDÊNCIA SELECIONADAS:
Pessoas com Deficiência (física, auditiva, visual, intelectual,
mental, autismo, múltipla e outras), nos distintos ciclos de
vida (crianças e jovens, adultos e idosos), identidades de
gênero, grupos familiares, condições sociais e culturais
distintas; as famílias e cuidadores(as).
Pessoas Idosas com ou sem deficiência ou com algum grau
de dependência; as famílias e cuidadores(as).
Outras condições relacionadas à dependência de cuidados;
as famílias e cuidadores(as).
PRESSUPOSTOS ESSENCIAIS PARA O ALCANCE DOS
RESULTADOS ESPERADOS:
Existência de Legislação de referência e de Políticas Públicas
reafirmando direitos de cidadania desses grupos sociais,
especialmente: (ECA/1990; Estatuto do Idoso (2003);
CIF/2001; PNAS (240); SUAS (2005); CDPD/2009 art. 19;
Tipificação dos Serviços Socioassistenciais do SUAS (Resol
CNAS 109/2009); Funções do Cuidador Social (Resolução
CNAS/SUAS 009/2014); LBI (2015) arts. 3º. 39º. 74º; Lei BPC
lei 14.126/2021; Dec. 10.645/2021e o PNTA/2021.
21
APRESENTAÇÃO
Os escritos sobre O DIREITO SOCIAL AO CUIDADO:
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, AUTISTAS, IDOSAS, COM
OUTRAS CONDIÇÕES E SEUS CUIDADORES: Historicidade,
Normativas e Práticas; Transformação Cultural DO CUIDADO;
Ação Interrelacional; Coautoria Participativa; Não violência;
Formação Continuada; Trabalho, Realização e Renda, têm
como objetivo trilhar os caminhos percorridos entre os anos de
1980 a 2022, período marcado por grandes conquistas na luta
pelos direitos das Pessoas com Deficiência, Autistas, Doenças Raras,
Microcefalia, Pessoas Idosas e outras condições de dependência
e suas famílias, que demandam, diariamente, serviços diversos,
transitando do modelo biomédico da deficiência para o atual
modelo social da deficiência e do envelhecimento, considerando
as dimensões biopsicossociais dinâmicas e imbricadas, que
demandam ações concomitantes de saúde, educação, ajudas
técnicas, moradia, transporte e Cuidados continuados, como
política pública de direito.
Priorizamos, nos nossos escritos, demonstrar possibilidades
sobre:
24
necessários como apoio para que as pessoas com deficiência
vivam e sejam incluídas na comunidade e para evitar que
fiquem isoladas ou segregadas da comunidade.
27
INTRODUÇÃO
Compreender o novo conceito de PESSOA COM DEFICIÊNCIA,
Autismo inclusive, a partir das bases legais (CIF/2001, CDPD/2009,
Lei de Proteção aos Autistas/2012, LBI/2015), permite identificar
elementos dessas condições naturais do humano, caracterizada
pela convivência dessas pessoas com impedimentos de longo prazo
(de natureza física, auditiva, visual, intelectual, sensorial, mental,
autismo e múltipla), em virtude de doenças raras, síndromes ou
outras condições e as dimensões implicadas na interação com as
distintas BARREIRAS, nos distintos ciclos de vida, identidade de
gênero, cultura e as condições socioambientais diversas.
29
os ciclos de vida, concomitante à oferta de serviços de saúde,
educação, terapias, moradia e outras ofertas. (Art. 3º. 74º. da LBI
/2015 e Dec. 10.645/2021 - PNTA), reafirmando o Modelo Social
da Deficiência para além do modelo médico biológico vigente até
a CIF/2001.
30
situação de pobreza; barreiras físicas e longas distâncias;
outras condições socioambientais; baixa capacidade de
cuidados das famílias; cuidadores únicos, adoecidos ou
idosos; pessoas morando sozinhas; sofrimento psíquico;
vivendo nas ruas e outras vulnerabilidades e riscos, as
CHAMADAS DIMENSÕES SOCIAIS E AMBIENTAIS
(DIFICULTADORES) - IMPEDE A PATICIAÇÃO SOCIAL
EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES.
A Presença de FACILITADORES - Ações, políticas, serviços,
benefícios, cuidados e apoios, desenvolvimento, autonomia
amplia as condições de Participação Social;
Os determinantes dos Níveis de Suporte (1, 2 e 3) na
Situação de Dependência, abrangendo os tipos e a
frequência dos apoios, consideram: se para necessidades
básicas de vida diária ou instrumentais de participação
social; as ações, os serviços, as estratégias e os cuidados
(de pessoas inclusive); a atenção em saúde; a educação;
o acesso no transporte; a moradia acessível; os Serviços
Comunitários, os Centros dia; o apoio no domicilio; os
produtos; os metodologias; as práticas; ajudas técnicas e a
tecnologia assistiva.
31
e atividades instrumentais de participação social; o apoio
nas atividades de escola, do trabalho, no transporte, na
comunidade, no domicilio e outras tais como:
32
Nesta perspectiva, o CUIDADO deve ser prestado como
parte do processo de acessibilidade aos serviços, apoios às
pessoas e às famílias, em distintos ambientes, valendo-se deles
para as melhores estratégias: apoio no domicílio, suporte no local
de trabalho da pessoa, na escola, e em outros ambientes, por meio
de ações diversas, serviços e pessoas, de forma complementar
e suplementar, nunca substitutiva.
34
ÍNDICE
35
Assistência Social (LOAS 8.742/93), a Secretaria Especial de
Assistência Social (SEAS/MPAS), então coordenadora das ações de
assistência social, realiza normativas e capacitações para as suas
novas funções de construção de Política Pública de Assistência
Social (PNAS/2004) e mais tarde, o Sistema Único da Assistência
Social (SUAS/2005); a implantação do BPC/LOAS (1995); a Avaliação
Social dos beneficiários pelos Municípios integrando o processo de
Revisão bianual; a publicação: uma nova concepção de proteção
social às pessoas com deficiência (1997).
38
23 - EM JUNHO DE 2022 – A SNAS/SUAS lançou
uma Cartilha com informações sobre o Serviço de Proteção Social
Especial para Pessoas com Deficiência e Pessoas Idosas; ambos,
com algum grau de dependência e suas famílias na unidade Centro
Dia, ofertando ao público interessado a primeira capacitação de
cuidadores sociais.
24 - TEXTOS DE APOIO
25 – REFERÊNCIAS
26 – APÊNDICE – APRESENTAÇÃO:
AUTISMO NO DIA A DIA
39
CRONOLOGIA DOS AVANÇOS LEGAIS
E CONCEITUAIS SOBRE CUIDADOS:
REPERCUSSÕES E PRÁTICAS NO BRASIL
43
2 – EM 1988 - SANCIONADA A NOVA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA – A
CHAMADA “CONSTITUIÇÃO CIDADÔ
45
3 - EM 1993 – SANCIONADA A LEI
ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS
No. 8.742/93).
A LOAS define a Assistência Social como um direito, na
perspectiva de Política Nacional, descentralizada e participativa,
integrando a Seguridade Social, juntamente com a Saúde e a
Previdência Social. Esta lei constitui a base para a Política Nacional
de Assistência Social aprovada em 2004 (PNAS/2004), e para o
Sistema Único de Assistência Social (SUAS/2005).
Com ações universais, a Seguridade Social é integrada
por Benefícios Contributivos e Não Contributivos e Serviços
universais ou a quem dela necessitar. A Assistência Social busca
garantir Seguranças de Renda, de Convivência Familiar Comunitária
e Social e de Acolhimento às famílias e indivíduos em situação de
vulnerabilidade, risco, violências e outras violações de direitos. As
ações da Política de Assistência Social contam com acessibilidade
para incluir a atenção às Pessoas com Deficiência, Pessoas Idosas
e suas Famílias, inclusive com algum grau de dependência de
cuidados, uma vez que esta condição associada a vulnerabilidades
das condições de cuidados das famílias, ampliam risco por direitos
violados, negligências e violências.
46
4 – EM 1995/98 –À LUZ DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL (1988) E AO NOVO ORDENAMENTO
JURÍDICO, A SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL (SAS/MPAS) É A COORDENADORA DAS
AÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, NA VIGÊNCIA
DA LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
(LOAS 8742/93).
48
insuficiência, vulnerabilidade e risco da oferta exclusivamente,
dada pelas famílias, dos Cuidados Continuados na Situação de
Dependência pela sua complexidade e altos custos e propondo
a participação do Estado, ao destacar dimensões coletivas
importantes:
Não é nova a atividade de cuidar, no espaço domiciliar, de
pessoas que necessitam de algum tipo de atenção especial.
Provavelmente esta atividade tenha ganhado corpo e
adquirido forma com o próprio processo de emergência e
consolidação da família enquanto instituição social.
50
Sobre o apoio a programas de capacitação de cuidadores,
a capacitação pode ocorrer de diferentes formas e com
diferentes desenhos, em espaços vários e em diversos níveis
de aprofundamento, conforme as necessidades de cada tipo
de usuário, serviço, família e ambiente envolvido, incluindo
suporte emocional do próprio cuidador, além de conteúdos
específicos, segundo o tipo de dependência e necessidade dos
trabalhadores. Independentemente do grau de dificuldade
e da especificidade da função a ser desempenhada pelo
cuidador, é imprescindível o tratamento de temas relativos
à prevenção e educação em saúde, vinculados ao cuidado
do corpo, ao autocuidado, ao equilíbrio emocional, à
higienização da moradia e dos alimentos e ao fortalecimento
das relações familiares e comunitárias.
Como já referenciado, neste período (1998), o Brasil já
discutia o modelo social da deficiência, mais tarde nominado de
modelo biopsicossocial, justificando a implantação de avaliação
social, além da avaliação médica pericial, considerando o ser e o
conviver com uma deficiência, o envelhecimento, a convivência
com as inúmeras barreiras e a necessidade de facilitadores,
como Serviços de Cuidados, produtos, acessibilidade e outras
necessidades. Neste contexto, a Secretaria de Estado da Assistência
Social (SNAS/MDS), coordenadora também do BPC/LOAS, cuja
coordenação ocupada por mim na época, (2003), promoveu a
inclusão da Avaliação Social dos Beneficiários do BPC, realizada
pelos assistentes sociais dos Municípios, com instrumento próprio,
por meio de visita domiciliar, para subsidiar a decisão pericial
médica do INSS, pela manutenção ou não do benefício no ato da
revisão legal, de 2 em 2 anos.
Esta participação efetiva da Assistência Social no Município
permitiu conhecer as condições psicossociais dos beneficiários e
suas famílias, assim como incluir essas pessoas em outros serviços
de saúde, educação, trabalho, moradia, transporte, somando
ofertas com outros programas como o programa Bolsa Família e
gerando um banco de informações importante para as políticas
públicas, dando origem ao cadastro único dos programas sociais
de governo, articulando Benefícios e Serviços no SUAS.
51
5 – EM 2001 – INSTITUÍDA A NOVA
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE
FUNCIONALIDADE (CIF/OMS).
54
6 – EM 1998, - O BRASIL POR
MEIO DA COORDENADORIA NACIONAL
PARA INTEGRAÇÃO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA (CORDE), NA SECRETRIA DE
DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA
REPUBLICA, REALIZOU CURSO MASTER
IBERO-AMERICANO, SOBRE HABILITAÇÃO E
REABILITAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA,
COM AS TITULAÇÕES DE ESPECIALIZAÇÃO OU
MASTER.
56
7 – EM 2008 – AO ESCREVER O LIVRO DE
MEMÓRIAS, “UM AUTISTA MUITO ESPECIAL”,
PELA EDITORA MEDIAÇÃO, DEUSINA LOPES
DA CRUZ DESTACA O TEMA DO CUIDADO.
58
processo, construímos cuidados compartilhados e vencemos. Em
reconhecimento incluo nestes escritos, farta referência sobre a
importância de cuidados e apoios na situação de dependência.
Carlos construiu uma relação de confiança com seu dentista Dr.
Odélio, e, a cada novo encaminhamento para outros dentistas
como especialista de canal, implante, higienização, é um sucesso,
é muito elogiado pela colaboração nos consultórios. A música, os
games, as revistas e o futebol são as suas preferências.
61
ofertados muito depois da manifestação de condutas; não
codifica como significativos os estímulos ambíguos; não se
beneficia de recompensas sociais ou simbólicas; percebe
as situações pouco consistentes (estabilidade, duração,
coerência) ou com estimulações diversas, não contingentes
(pode ocorrer ou não) e desordenadas como ameaçadoras
e caóticas, levando, na maioria das vezes, a situações de
stress e crises de agressividade. Tudo que vem do outro
parece desorganizador e invasivo.
62
No conceito sobre apoios e relacionamentos, a CIF
(2001) inclui as relações da pessoa com autismo com sua família,
conhecidos, vizinhos, membros da comunidade e os apoios
recebidos por cuidadores e assistentes pessoais. Estes últimos são
indivíduos que fornecem os serviços necessários para dar suporte
aos autistas nas suas atividades diárias, na manutenção do
desempenho no trabalho, educação ou em outra situação da
vida. Estes serviços podem ser fornecidos por meio de recursos
públicos ou privados, ou em base voluntária, como provedores
de suporte para construção e manutenção de casas, assistentes
pessoais, assistentes de transporte, ajuda paga, babá ou outros
profissionais que prestam cuidados.
63
8 - EM 2009 – O BRASIL POR MEIO
DO DECRETO ADOTA A CONVENÇÃO
INTERNACIONAL DOS DIREITOS DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA (CDPD/2007),
PROMULGADA PELA ONU EM NOVA YORK/
EUA, COMO EMENDA A CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
“O Brasil promulga a Convenção Internacional sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de
2007”.
65
9 – EM 2009 – O MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL – COORDENADOR
DA PNAS (2005) E DO SISTEMA ÚNICO DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS/2005) INSTITUI
A TIPIFICAÇÃO NACIONAL DOS SERVIÇOS
SOCIOASSISTENCIAIS DO SUAS, CONFORME
DITAMES DA POLÍTICA NACIONAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS/2004).
CENTRO DIA;
DOMICÍLIO DO USUÁRIO;
UNIDADE REFERÊNCIA;
CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CREAS).
72
10 – EM 2012 – A PESQUISADORA,
PROFESSORA E DOUTORA DA UNB/DF, DÉBORA
DINIZ, LANÇA O LIVRO O QUE É A DEFICIÊNCIA.
73
Destaca que as teóricas feministas incluíram CUIDADO no
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA, abordam a LESÃO E A
DEPENDÊNCIA NA INTERDEPENDÊNCIA como temas centrais
à vida das pessoas com deficiência. O CUIDADO COMO UM
PRINCIPIA ÉTICO FUNDAMENTAL. A INTERDEPENDÊNCIA
COMO O VALOR QUE MELHOR EXPRESSAVA A CONDIÇÃO
HUMANA de pessoa com deficiência e pessoas fora dessa
condição. O CUIDADO POLÍTICO, interessante para os quais a
garantia era a principal demanda por justiça.
74
a emergência do cuidado como principio de justiça, promovendo
a indesejada subalternidade e exclusão social. As feministas
cuidadoras colocaram a figura da cuidadora no centro do debate sobre
justiça e deficiência, denunciando o viés de gênero no liberalismo político.
Apenas princípios da ordem das obrigações morais, como o respeito aos
direitos humanos, serão capazes de proteger a vulnerabilidade e a
dependência experimentadas por muitas pessoas com deficiência.
Erroneamente, supõe-se que o vínculo estabelecido pelo cuidado seja
sempre temporário: há pessoas que necessitam do cuidado como
condição de sobrevivência. Por isso, ele é uma demanda de justiça
fundamental”. (O que é Deficiência, p. 67-69).
75
11 – EM 2012 – O MINISTÉRIO DO
DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS)
ORGANIZOU UM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE
PROTEÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL,
JUNTO À ENAP.
77
12 - EM 2012 – O SUAS REALIZA A 1ª. EXPANSÃO
DO SERVIÇO DA PSE NA UNIDADE CENTRO
DIA PARA ADULTOS COM DEFICIÊNCIA
E RESIDÊNCIAS INCLUSIVAS - O PLANO
NACIONAL VIVER SEM LIMITE
79
13 – EM 2014 – A RESOLUÇÃO CNAS/SUAS/MDS
Nº 9, DE 15 DE ABRIL DE 2014 REGULAMENTA
AS FUNÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL
MÉDIO DE ESCOLARIDADE, NOS SERVIÇOS DO
SUAS, DENTRE ELES, O CUIDADOR SOCIAL,
O SUAS por meio da Resolução CNAS 17/2011, reconhece
as categorias Profissionais de Nível Superior para atender as
especificidades dos Serviços Socioassistenciais e das funções
essenciais de gestão do Sistema Único de Assistência Social –
SUAS, dentre eles está o Assistente Social, Psicólogo, Terapeuta
Ocupacional, o Advogado e outras, cujas formações e atuação
interdisciplinar nos Serviços são consideradas fundamentais para
o desempenho das Equipes de Referencias de cada Serviço e o
alcance dos resultados esperados no SUAS.
81
da Equipe do Serviço, nas atividades ocupacionais, com base na
Classificação Brasileira de Ocupações – CBO sob o código 5162.
Profissional Cuidador - como alguém que “cuida a partir dos
objetivos estabelecidos por instituições especializadas, zelando pelo
bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura,
recreação e lazer da pessoa assistida”:
82
com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e
essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades
diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
com profissões legalmente estabelecidas.
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades
de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência
e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária,
em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições
públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos
identificados com profissões legalmente estabelecidas.
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com
deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
pessoal.
A LBI no artigo 39 § 2º define ainda que: Os Serviços
Socioassistenciais (SUAS) destinados à pessoa com deficiência em
situação de dependência deverão contar com Cuidadores Sociais
para prestar-lhe cuidados básicos (de vida diária) e instrumentais
(de participação social).
83
14 - EM 2015 - O BRASIL FOI FORTEMENTE
ATINGIDO PELO ZIKA VIRUS, AFETANDO
MULHERES MÃES, QUE GRÁVIDAS, TIVERAM
OS SEUS BEBÊS CONTAMINADOS.
85
15 – EM 2015 - O BRASIL SANCIONA
A LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO (LBI) - Nº
13.146/2015.
86
LINHA DE CUIDADOS PARA A ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISTMO (TEA) E SUAS
FAMILIAS NA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO SUS.
Trata-se de uma robusta orientação sobre a saúde mental dos
autistas, critérios de diagnóstico precoce, atenção especializa nos
vários pontos de atenção especializada da Rede de Saúde SUS, a
necessária articulação com os demais Serviços do SUS e das outras
áreas, Educação, Assistência social, para ampliar o desenvolvimento
pessoal e a rede de cuidados, a obrigatoriedade de Projeto
Terapêutico Singular na RAPS/CAPS e nos CER; a participação do
usuário e da família; a realização de avalição periódica e novos
planejamentos; a obediência a protocolos científicos de atenção
em saúde e a proibição de práticas invasivas, abusivas, experimental
e que violam direitos.
As demais políticas públicas também publicaram regulações
para incluir atenção especializada e cuidados com os Autistas
e suas famílias, por exemplo: o PROFISSIONAL DE APOIO
ESCOLAR nas Escolas com alunos com TEA e que necessitarem;
os CENTROS DIA de compartilhamento de cuidados no SUAS,
com CUIDADORES SOCIAIS; as RESIDÊNCIAS INCLUSIVAS
com CUIDADORES SOCIAIS; VISITAS DOMICILIARES COM
ORIENTAÇÕES E MATERIAIS ACESSÍVEIS e outros.
Vale destacar como referência técnica, que a CIF/2001 trata
do AUTISMO no CAPÍTULO 1 - Funções Mentais (b110-b139) –
b122 - Funções Psicossociais Globais – funções mentais gerais
e seu desenvolvimento ao longo dos ciclos de vida, requerida para
entender e integrar de forma construtiva, várias funções mentais
que conduzem a obtenção de habilidades interpessoais, necessárias
para estabelecer interações sociais recíprocas tanto referente ao
significado como a finalidade.
Sem prejuízo das descobertas atuais sobre as Funções
Mentais da Linguagem e das Funções Sensoriais no TEA.
87
§ 1 o A Criança e o Adolescente com deficiência serão
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades
gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
90
16 – EM 2019 – A DOUTORA BRUNA ALVES
LOPES DEFENTE A SUA TESE DE DOUTORADO,
NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA
GROSSA – PR, INTITULADA “NÃO EXISTE MÃE
GELADEIRA”
92
17 - EM 2021 – O GOVERNO FEDERAL
INSTITUI UM GT INTERMINISTERIAL PARA A
CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE
CUIDADOS
94
• Apoio do Governo para Moradias Inclusivas, Independentes,
Colaborativas (coabitação), destinadas a grupos de pessoas
idosas ou com de deficiência que desejam morar em grupos,
com acessibilidade e apoios e cofinanciamento.
• Apoio financeiro à outras estratégias de Moradias Ampliadas
com a família de origem, extensa ou ampliada.
• AUXILIO CUIDADO À PESSOA EM SITUAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA - para contratar Cuidadores, Tecnologia
Assistiva, acessibilidade, deslocamentos, nas moradias e em
outros ambientes.
• Desconto das despesas com Cuidados dos usuários e
familiares no Imposto de Renda.
• Diminuição de encargos para a contratação de Cuidadores
pelas Pessoas em situação de dependência e suas famílias.
• Auxilio Cuidado para Crianças, Pessoas com Deficiência,
Pessoas Idosas órfãos de Cuidadores pela Covid19, nos
anos 2019/2022.
– EM 2021 - O DECRETO
95
18 – O DECRETO N° 10.645/2021 DISPÕE
SOBRE AS DIRETRIZES, OS OBJETIVOS E OS
EIXOS PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO
NACIONAL DE TECNOLOGIA ASSISTIVA (PNTA)
98
19 - EM 2021/22 – A NOVA LEI DO
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC/
LOAS) NO. 14.176/2021 AMPLIA DIREITOS.
104
muitas delas, estão ainda com a sua condição de deficiência não
identificada, dificultando atenção especializada e os cuidados das
famílias, sendo necessário integrar essas crianças em serviços no
Município, como estratégia de identificação de suas condições,
necessidades e acessibilidade, como direito de cidadania.
109
20 – EM 2021, A SECRETARIA
NACIONAL DOS DIREITOS DA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA E O CONSELHO NACIONAL DOS
DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
(CONADE) CONTINUAM AS SUAS AÇÕES DE
COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS
112
e outras estratégias.
113
21 – EM 2021, 17 DE NOVEMBRO, A
SNAS/SUAS REALIZOU APOIO TÉCNICO ON
LINE, SOBRE CUIDADOS NA SITUAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
PESSOAS IDOSAS E SUAS FAMÍLIAS PARA
GESTORES PÚBLICOS E PRIVADOS DO SUAS,
MAIS DE 2.500 PESSOAS PARTICIPARAM.
GESTÃO/OGANIZAÇÃO/ATIVIDADES DO SERVIÇO:
92% - Realiza visita domiciliar
78% - Realiza Plano Individual ou Familiar de Atendimento
Cerca de 70% informou realizar passeios externos/atividades
artísticas, culturais, esportivas, jogos, brincadeiras,
artesanato.
Cerca de 50% informou realizar atividades orientação ao
mundo do trabalho, inclusão digital, atividades de Terapia
Ocupacional.
43% - Possui apoio nos deslocamentos
46% - Referenciado a um CREAS
Total de 29.817 Trabalhadores
PÚBLICO ATENDIDO:
35% - Crianças/adolescentes com deficiência e algum grau
de dependência e suas famílias
36% - Adultos com deficiência e algum grau de dependência
e suas famílias
116
21% - Idosas com deficiência e suas famílias
8% - Idosos sem deficiência, com algum de dependência e
suas famílias.
117
desligamento de instituições de longa permanência.
Os desligamentos dos residentes das Unidades quando
possível, devem ser acompanhados de garantias das seguranças
necessárias. Serviços para adultos com deficiência não impõe o
desligamento dessas pessoas quando completam 60 anos(idosos),
devem ser priorizados os vínculos constituídos até que outras
estratégias sejam pactuadas com os moradores. O acesso à
educação, à saúde, ao trabalho, e outros acessos devem ser
providenciados junto as áreas correspondentes.
O Censo SUAS em 2021, mostra a presença desses Serviços
nos Municípios, Distrito Federal e em parcerias com Entidades
Sociais identificando o número de vagas disponíveis.
118
22 – EM 2022 – O BRASIL INTEGRA REDES
INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO E DIREITOS
DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PESSOAS
IDOSAS
Por meio do Ministério da Cidadania, o Brasil integra as
ações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
relacionadas à REDCUIDAR+ = Red de Políticas de Cuidado de
Larga Duración en América Latina y el Caribe.
120
Implementação a partir da gestão Intersetorial de cinco
componentes:
• Serviços, Formação, Regulação, Geração e Gestão de
Informação e Conhecimento;
• Comunicação para a transformação Cultural do Cuidado.
• ASPECTOS CONCEITUAIS:
123
23 - EM JUNHO DE 2022 A SNAS/SUAS LANÇA
UMA CARTILHA COM INFORMAÇÕES SOBRE O
SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL PARA
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PESSOAS IDOSAS,
AMBAS COM ALGUM GRAU DE DEPENDÊNCIA E
SUAS FAMÍLIAS, NA UNIDADE CENTRO DIA E A
PRIMEIRA CAPACITAÇÃO DE CUIDADORES SOCIAIS
COM CERTIFICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA
Trata-se de um serviço de média complexidade no SUAS
que objetiva ampliar redes de cuidados locais, compartilhar
cuidados com as famílias, evitar isolamentos, negligências e
institucionalizações precarizadas. A Cartilha de linguagem simples
e ilustrativa contém orientações importantes sobre serviços de
base local de oferta pública de cuidados e está disponível no blog
Rede SUAS do Ministério da Cidadania.
http://blog.mds.gov.br/redesuas/cartilha-interativa-sobre-
o-centro-dia/
124
O Serviço Realizado pelo Município e Distrito Federal de
forma direta ou em parceria com as Organizações da Sociedade
Civil (OSCs), deve ser organizado por ciclos de vida e de forma
acessível: Crianças e Jovens; Adultos e Pessoas Idosas, e executado
em distintas Unidades: Centros Dia; Unidade Referenciada;
Domicílio do Usuário ou pelo CREA conta com uma Equipe Técnica
de Referência com profissionais de nível superior e médio, conforme
regulamentação do SUAS; é organizado em distintos ambientes e
por ciclos de vida, com acessibilidade, estratégias metodológicas,
plano de atendimento e atividades diversificadas, valorizando a
convivência familiar, comunitária e social, e os interesses pessoais
dos usuários. Realiza, ainda, atividades de cuidados básicos de vida
diária e cuidados instrumentais de participação social, ampliando
a capacidade de cuidar das famílias, dos serviços e dos territórios,
evitando negligências e diminuindo riscos de violências e outras
desproteções.
A SNAS(SUAS) lança uma nova iniciativa do Capacita SUAS – A
Capacitação Profissional EAD destinada as funções de CUIDADOR
SOCIAL (nível médio de escolaridade), com Certificação pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
• Inscrição: entre 02 a 28 de junho de 2022 ou enquanto
houver vagas disponíveis. Link: fbsuas-snas.ufsc.br
• Período de execução: de 25 de agosto a 18 de setembro de
2022
• Carga horária: 20 horas.
As Equipes de Referência dos Centros Dia, Serviços de Acolhimento,
Apoio no Domicílio e outros Serviços do SUAS devem contar com
CUIDADORES SOCIAIS, sendo necessárias a sua profissionalização
e capacitação. As funções do CUIDADOR SOCIAL estão previstas
na Resolução CNAS/SUAS Nº. 009/2014.
125
TEXTOS DE APOIO
TEXTO 1
FALAR DE CUIDADO EXIGE CARINHO,
ESCUTA, CORAGEM, CONHECIMENTO E
MUITA RESPONDABILIDADE
129
seus cuidados com um Serviço Dia e à Noite, quando necessário.
Aqui no DF, nós usamos um Serviço da área de saúde mental,
fizemos adaptações e incluímos: Cuidados mais sistematizados e
continuados, ajuste de medicamentos para quadros específicos
da sua saúde, saídas, passeios, atividades na comunidade,
convivência familiar,
130
as discussões com conhecimento técnico e científico, pouca
capacitação dos serviços existentes, precária fiscalização, há
preconceito institucional, tudo isso associado ao estigma e
preconceito contra a deficiência intelectual, mental, autismo,
sofrimentos psíquicos, Serviços de Acolhimento, Internações,
aumentando com isso, o negacionismo, as fragilidades e o medo
das famílias, dessa forma, elas diminuem a busca por serviços
com esse perfil. Embora tenhamos uma farta regulamentação
sobre Serviços de Cuidados no Domicílio, Centros Dia, Residências
Inclusivas, Serviços de Saúde Mental, Serviços de Acolhimento,
Profissionais Cuidadores e outros Serviços de apoio dia e noite,
se necessário e compartilhando com as famílias, com experiências
importantes em vários Municípios, falta ampliar a cobertura para
todo o país, na perspectiva de política pública.
131
os passeios, games, revistas, ajustamos expectativas nossa e dele,
e hoje, depois do meu câncer em 2013, com sucesso, somos muito
felizes, dividimos agendas, incluímos profissionais cuidadores,
homens, capacitados, com carro, as mulheres que nos apoiam em
casa, o pai Marco e a Célia, esposa dele, também se encarregam
de cuidar do Carlos, tratando de diversos assuntos com ele, tais
como futebol 2ª. divisão, Corinthians, matemática. O Carlos tem os
“irmãos” Marcos Fabrício e João Pedro, queridos para ele. Juntos
fazem bilhetes sobre gravação de músicas, games, revistas placar,
Mônica, revistinhas de Deus para autistas, tudo fácil, segundo ele.
Faz bilhetes para as tias Socorro e Ana(s) são duas, sobre trazer
um sonzinho fácil que toca CD, comprar um Play Station 2 que
funciona, na lanchonete do Serviço dele compra lanches, caderno
e marca texto.
133
TEXTO 2
A EDUCAÇÃO INCLUSIVA É UM DIREITO
SOCIAL E UM CUIDADO FUNDAMENTAL
Com a finalidade de garantir a educação a todos, incluindo os
alunos com deficiência, o MEC, em 2003, realizou a revisão dos
conceitos referentes às deficiências, especificando conceitos. Em
2004, foram acrescentados três novos conceitos: Autismo, Síndrome
de Down e Surdo-cegueira. Nas suas diretrizes determina:
137
capacitada, o apoio dos demais alunos da classe e outros apoios
fora da Classe também. A Escola deve ser planejada para ser
inclusiva, porque as demandas variam na idade, série, com as
deficiências e outras condições biopsicossociais que por sua vez,
são dinâmicas. As decisões sobre o aluno devem ser tomadas com
a família suficientemente informada e participando das estratégias
propostas.
138
Da mesma forma, é perverso e sem respaldo legal, crime, portanto,
negar a matrícula do aluno com deficiência sob a justificativa de
que “esse aluno não se beneficia da Escola Regular e, portanto,
deve ir para uma Escola Especializada”. No país não existe Escola
Especializada na deficiência A ou B, a Educação é na Escola Regular,
na perspectiva da inclusão, com a Educação Especial e o AEE, como
descrito até aqui. Existe apenas cerca de 1.200 Entidades Sociais
que ofertam serviço com possível perfil de Escola Especializada
para todas as deficiências, não garantindo, portanto, o acesso
universal, seguramente, elas são muito importantes como parcerias
da Educação Especial do Município.
139
social e colaborativa, sem prejuízo do ensino formal dos alunos.
A avaliação individualizada e a certificação intermediária, são
alguns dos recursos da Educação Especial Inclusiva que valoriza o
aprendizado dos alunos com deficiência.
140
TEXTO 3
141
predominantemente, precisam de tempo incluindo, revezamento,
descanso, remuneração, benefícios e auxilio, pois as despesas são
muito grandes para as famílias, capacitação e proteção; o Cuidado
é um conceito interrelacional, é um trabalho complexo que exige
técnica.
O Cuidado é um Plano de Voo: precisa rota, bússola,
piloto e copiloto, alimentos, máscara de oxigênio. Em caso de
despressurização, coloque a máscara primeira em você e depois
no autista ao seu lado.
142
TEXTO 4
144
as associações de famílias afetadas por síndromes decorrentes do
suto zika vírus (2015), (Microcefalia) e outras Entidades Sociais
afins, importantes para a garantia de direitos das pessoas com
deficiência e suas famílias, foram se constituindo ao longo dos
anos no Brasil.
As deficiências são largamente estudadas para ampliar
serviços especializados e abordagens psicossociais da inclusão.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), por exemplo, é uma
condição do neurodesenvolvimento presente desde o nascimento
da criança, estudado cientificamente nos últimos anos, com
inúmeras possibilidades de desenvolvimento ao longo da vida. O
Autismo é deficiência, conforme define a Lei nº 12.764/2012:
147
a serem ofertados são da área da saúde; consultas, diagnósticos,
reabilitação, saúde mental, saúde bucal, concessão de órteses
e próteses, medicamentos, fraldas e outras ofertas. Os Centros
Especializados em Reabilitação (CER), conforme regulamentação,
credencia Serviços das Entidades no Município e no DF, segundo
a capacidade de ofertar do serviço, regulamentado pelo SUS: CER
I - Reabilitação especializada em uma Deficiência, tipo Deficiência
física. Se ofertar reabilitação para pessoas com Deficiência
Intelectual tem que incluir Autismo, pela regulamentação do SUS;
CER II - Reabilitação especializada em duas Deficiências, p.ex.
auditiva e visual; CER III - 3 deficiências, por exemplo: física, cego
e surdo e CER IV – 4 deficiências (todas as deficiências) intelectual/
autismo, física, auditiva e visual. O Termo de Parceria define o que
será realizado e como será realizado o serviço ofertado.
150
estabilidade emocional, a segurança pessoal de acolhimento,
trabalho, lazer, cultura, espiritualidade, ampliando a capacidade
de Cuidados das Pessoas, das Famílias, dos Serviços e dos
Territórios, como direito de cidadania, conforme previsto no Art.
19 da CDPD/2008 e nos Art. 3º. e 39 da LBI/2015, garantindo a
participação efetiva dessas pessoas e suas famílias nos Conselhos
e cenários políticos.
Daí a máxima:
151
TEXTO 5
A ABORDAGEM QUE MATA NÃO CUIDA: NÃO
À VIOLÊNCIA CONTRA AS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA NOS TERRITÓRIOS
L
Sobre a abordagem criminosa às pessoas com deficiência –
considerando a esquizofrenia vivida por Genivaldo de Jesus Santos
(maio/2022) – convém primeiro reconhecer que toda doença ou
transtorno mental representa uma condição biopsicossocial do
humano. Qualquer que seja ela não define a pessoa, nem o conjunto
dos suportes das diversas áreas, que ela vai demandar nas distintas
idades e situações. A condição biológica, como a diabetes, não tem
cura, mas é influenciada positiva ou negativamente pelo contexto
social. O lado psicológico fragilizado acompanha a pessoa. Ela
enfrenta os desafios, negociando medos e esperanças, além de
receber cuidados com remédios, terapias, escolas e outros apoios
assistenciais quando tem acesso a estes. Socialmente disponível, a
segurança policial, avistando um homem na moto sem capacete,
alegando necessidade de contê-lo, mesmo ciente de sua condição
de saúde mental, matou-o asfixiado na viatura, em Sergipe. Esse
não foi o único caso. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul
(abril/2022), diante do pedido de socorro da família para atender a
um jovem autista desorganizado emocionalmente, a polícia atirou
no peito dele, sob a ânsia de contê-lo. Em Franco da Rocha/SP
o jovem em crise, procurava socorro na UPA, não foi atendido
e ficou ainda mais agitado. Na loja ao lado, pegou uma enxada
para lutar um policial à paisana, mas portando uma arma, atirou e
matou quem procurava socorro. Seguramente, as vítimas estavam
fragilizadas, depois de mil barreiras impostas pelo quadro social,
agravando também o que há de componentes psicológicos e
biológicos entre os envolvidos.
Os atendentes sociais, no poder e agindo como superiores,
provocaram violência institucional, sentindo-se no direito de
apelar para recursos letais: em Sergipe, asfixia no camburão-
viatura da polícia, sem chance de defesa da vítima; e em Campo
152
Grande e Franco da Rocha, tiros desferidos na região primordial
do corpo, seguramente para matar a vitima. Soubemos pela mídia
que, no treinamento de policiais, ensina-se a contenção por asfixia
com exageros dos tempos da ditadura, e o módulo sobre Direitos
Humanos foi retirado do currículo do treinamento policial para
reduzir despesas. Com isso, foram colocados em risco os usuários
e também esses trabalhadores públicos pagos com os nossos
impostos. Um absurdo!
Sobre a ordem social, quem cria as barreiras e os testes diários
de sobrevivência é o mesmo que julga e mata, em vez de proteger o
cidadão. A partir de onde estamos e atuamos, respondemos todos
nós pela sociedade. O Serviço Único de Assistência Social (SUAS) e
demais políticas públicas podem contribuir para um modelo social
de abordagem mais capacitado, profissionalizado e humanizado,
sem discriminação e preconceito biopsicológico.
153
TEXTO 6
CAPACITAR PARA CUIDAR:
CAPACITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PARA
TRABALHAR EM DISTINTOS SERVIÇOS,
AMBIENTES E NO DOMICÍLIO DOS USUÁRIOS
CURSOS DE CAPACITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PARA
PROFISSIONAIS DE APOIO, ACESSIBILIDADE E CUIDADOS
DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, IDOSAS E COM OUTRAS
CONDIÇÕES DE DEPENDÊNCIA E SEUS CUIDADORES.
• Deficiência;
• Dependência;
• Vulnerabilidade, risco e violação de direitos;
• Outros conceitos do ECA, Estatuto da Pessoa
Idosa, LBI.
Modulo específico 1
• Cuidado, concepção e ética na relação com outro um con-
ceito interrelacional;
• Cuidador – especificidades da atuação como Cuidador Pro-
fissional e na condição de Cuidador Familiar;
• O cuidado como atribuição do SUAS com pessoas com de-
ficiência e pessoas idosas;
• Noções básicas dos serviços do SUAS que atuam com cui-
dado domiciliar no contexto da PSB e PSE de média e de
alta complexidade;
• Cuidado no ambiente institucional (Serviços de Convivên-
cia, Centros Dia, Serviços de Acolhimento) e cuidado no
ambiente domiciliar (pontos comuns e diferenças);
• Planejamento das atividades, adesão do usuário e família,
Plano de Atendimento, registros do cotidiano, monitora-
mento dos processos e resultados e avaliação;
• Notificação de sinais ou suspeitas de violência e violação de
diretos e encaminhamentos assertivos a rede;
• O Cuidador familiar como sujeito de direito – orientação e
apoio a quem cuida – Cuidando de Quem Cuida;
Modulo específico 2
• Atribuições dos profissionais que atuam no cuidado vin-
culado a políticas públicas Escola (PAE), SUAS, Domicilio e
outros (apoio ao usuário e ao seu cuidador familiar) .
• Habilidades e capacidades para o trabalho;
• Atuação direta com distintos usuários do Serviço (inclusão);
• Atuação em cada serviço específico;
• Atuação nos domicílios;
• Atuação com o usuário na comunidade/ Fatores protetivos
no território;
156
• Atuação em articulação com outros serviços;
• Vinculação profissional do trabalhador, capacitação
continuada e supervisão profissional;
• Condições de trabalho, segurança e saúde do trabalhador.
Módulo específico 3
• Cuidados básicos de vida diária e cuidados instrumentais de
participação social de pessoas com deficiência, e pessoas
idosas, com algum grau de dependência
• Famílias com pessoas a serem cuidadas, quais são as
possíveis fragilidades nas condições de cuidar
• Articulação Inter setorial (assistência social/SUAS, saúde,
educação);
• Integração de serviços em rede, no território; serviços
públicos e em parceria com as Organizações da Sociedade
Civil (MROSC)
• CDPD;
• Tecnologia assistiva para o favorecimento de ampliação da
inclusão, autonomia e participação social nos Serviços, com
a família, na comunidade e no domicílio.
• Condições de acessibilidade na comunicação, compreensão,
interação social para as pessoas com deficiência auditiva,
visual, intelectual, mental, autismo, deficiências múltiplas,
envelhecimento e outras condições de vida.
157
ROL DE SIGLAS
159
REFERÊNCIAS:
Deusina Lopes da
Cruz
Servidora Pública Federal, As-
sistente Técnica no Ministério
da Cidadania/SNAS/DPSE/
CGSEFI
Economista, formada pela Uni-
versidade Católica de Brasília
(UCB), Brasil.
Especialista em Habilitação,
Reabilitação de Pessoas com
Deficiência, pela Universida-
de de Salamanca, Espanha (III
Master Ibero-americano em
Integração)
Especialista em Políticas Pú-
blicas de Proteção e Desen-
volvimento Social, pela Escola
Nacional de Administração
Pública (Enap), Brasil
Autora e escritora de livros:
Um Autista Muito Espe-
cial;
Família e Deficiência e os
Serviços do SUAS;
O Direito Social a Cuida-
dos e outros escritos
Professora e Palestrante
160
Marcos Fabrício Lo-
pes da Silva
Professor de Estudos Literários e
Midiáticos. Doutor e Mestre em Li-
teratura Brasileira (UFMG). Jornalis-
ta (UniCEUB), Escritor, Palestrante,
Ensaísta e Pesquisador. Poeta, com
10 livros publicados. Produtor e
Consultor de Conteúdo: articulista e
orientador de escritas literárias, mi-
diáticas e científicas. 1
161
Carlos Felipe Lopes
da Silva
Carlos Felipe, o primeiro aluno
autista estudante na Escola
Regular – SEDF e ASTECA DF.
O Estado de São Paulo, 19 de
outubro de 1990.
162
Um Autista Muito LACUNAS II (2019)
Especial, Editora Participação de Marcos Fabricio,
Mediação, 2008. Carlos Felipe e Deusina Lopes.
Editora Avá
163
164
FAMÍLIA, DEFICIÊNCIA E
PROTEÇÃO SOCIAL: Mães
Cuidadoras e os Serviços do
Sistema Único da Assistência
Social (SUAS) - http://repositorio.
enap.gov.br/handle/1/330
165
166
167
168
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226
227
228
229
Autismo, Narrativas Maternas e
1
Ativismo dos Anos 1970 A 2008
1 https://doi.org/10.1590/1980-54702020v26e0169
2 Licenciada em História. Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa. Ponta Grossa/ Paraná/Brasil. E-mail:
bruna.hist.uepg@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5892-5503
230
here as pertinent sources for producing stories that illuminate
issues related to maternal activism in the period in focus from
the female perspective. We concluded that the two analyzed
documents demonstrate that the family, in the case of the autistic
spectrum, was a fundamental subject in the development of an
incipient protection network for autistic people, in a moment
of democratic transition in the country. Despite the temporal
distance of the narratives, it is possible to verify elements in
common, such as the motivations to write about the subject,
the role of associations of mothers and fathers of autistic people
and the difficulties in finding adequate services for the needs of
their children. Differences are also found, especially in terms of
maternal activism.
1 Introdução
A primeira descrição do autismo como uma entidade diag-
nóstica diferenciada ocor- reu em 1943, por meio da publicação do
artigo intitulado Autistic disturbances of affective contact , de autoria
3
6 Roy Richard Grinker (2010) informa-nos que essa associação entre au-
tismo, maternidade e culpa teve maior influência principalmente em países
cuja influência da psicanálise é maior, como foi (e ainda é) o caso da França e
da Argentina.
234
Em termos de advocacy7, e sua expressão por meio de
autobiografia, vale destacar- mos o livro de Clara Claiborne, The
Siege, que foi publicado em 1967, mesmo ano do livro de Bruno
Bettelheim. Na obra em questão, Claiborne relatava a experiência
de ser mãe de Jéssica, uma menina diagnosticada com autismo
–, sendo este um dos primeiros trabalhos elabora- dos nos Es-
tados Unidos tendo como base exclusivamente o olhar materno
sobre o fenômeno (Pollak, 2003; Wing, 2010). Por meio do livro,
Claiborne questionou publicamente a associa- ção entre autis-
mo e culpa materna, e “abriu caminho para uma forte tradição
de pais ativistas que começaram a combater mitos e equívocos.
Seu trabalho encorajou outros pais a rejeitarem tais teorias e a
culpa a elas associada”8 (Wing, 2010, tradução nossa).
5 Associações
Nos dois livros, há um espaço dedicado às associações
de familiares de autistas. Em Autismo: depoimentos e informa-
ções, observa-se a referência à AMA de São Paulo. Já em Um
autista muito especial, a associação citada é a ASTECA, do Dis-
trito Federal. Ainda que as as- sociações estejam presentes nas
duas obras, os significados delas nas trajetórias individuais são
distintos.
Criar uma associação de pais foi um bom início. Ficou mais fácil
identificar outros pais cujos filhos tinham comportamentos
semelhantes àqueles apresentados pelo meu filho, bem
como outros profissionais no Brasil e no exterior que tinham
experiência na área. [...]. Nossa associação participou de
várias iniciativas governamentais de dis- cussão e adequação
de políticas públicas de saúde, educação e assistência social
e áreas correlatas, destinadas ao atendimento de autistas e
de suas famílias a fim de garantir seus direitos sociais. (Cruz,
2008, p. 41).
247
lhe a razão do choro e ele disse que o “tio”, referindo-se ao
psicólogo, havia batido com a régua em suas mãos porque
ele havia chorado. (Szabo, 1988, p. 36).
252
Referências
255
256