A EDUCAÇÃO

INTEGRAL
NO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO:
COMO E POR QUE
IMPLEMENTAR?
Foto: Estúdio Euka
SUMÁRIO

3 CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO 2
PORQUE EDUCAÇÃO
INTEGRAL?

5 CAPÍTULO 3
O QUE É ALFABETIZAÇÃO
360°?

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CAPÍTULO 4
A EDUCAÇÃO INTEGRAL NO CICLO
DE ALFABETIZAÇÃO

9 CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO

10
CAPÍTULO 6
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO 1

Introdução
A alfabetização é um pilar fundamental e estratégico para
todas as demais conquistas do processo de formação
de crianças e jovens, sendo essencial para uma atuação
mais crítica e cidadã.

O Brasil tem atualmente mais de 11 milhões de pessoas

que não sabem ler e escrever. Apesar de estar em
declínio, foram necessários 117 anos para reduzir o
analfabetismo em 58%.

Ao construir uma proposta de alfabetização sob a

perspectiva da educação integral, é possível formar
crianças capazes de se tornarem protagonistas no século
21. Isso requer o desenho e implementação de uma
nova abordagem em todo o processo de alfabetização,
incluindo, por exemplo, a geração de oportunidades
constantes e intencionais para o desenvolvimento de
competências socioemocionais.

As inovações do dia a dia da sociedade exigem a

formação de pessoas capazes de pensar criticamente,
tomar decisões coerentes, atuar de forma colaborativa
e protagonizar projetos. Essa nova realidade tem efeitos
até mesmo no ciclo de alfabetização, que também precisa
ser uma oportunidade para o desenvolvimento pleno de
todos os estudantes, e a escola deve providenciar isso.

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Foto: Marcelo Burlamarqui


CAPÍTULO 2
Por que educação integral?
A educação integral tem se mostrado o
caminho mais potente e estratégico para a
formação alinhada às necessidades do mundo
contemporâneo. Há cada vez mais marcos
nacionais e internacionais que definem o
direito à educação não só como relacionado
ao acesso à escola e ao conhecimento como
também à formação plena em todas as
dimensões do ser humano.
O termo educação integral vai além do
conceito difundido de educar em tempo
integral, não se referindo a simplesmente
ampliar a jornada escolar. Em vez disso, se
concentra em promover o desenvolvimento de
competências cognitivas e socioemocionais
com a mesma intencionalidade e empenho,
entendendo que ambas são essenciais para a
formação de cidadãos autônomos.
O que são competências socioemocionais?
Competências socioemocionais podem ser
entendidas como:
Características que todas as pessoas possuem,
em níveis diversificados, que envolvem a
capacidade de mobilizar, articular e colocar
em prática conhecimentos, valores, atitudes e
habilidades para se relacionar consigo mesmo
e com os outros, para estabelecer e atingir
objetivos, para tomar decisões e enfrentar
situações adversas ou novas. Por exemplo: a
colaboração, a assertividade e a resiliência.
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Essas competências se manifestam no
modo como pensamos, sentimos e nos
comportamos, e são maleáveis, ou seja, podem
ser desenvolvidas através de experiências
formais e informais de aprendizagem – mas,
para isso, é crucial que exista intencionalidade,
pois quando se tem consciência das
competências que se busca desenvolver, é
possível se apropriar do aprendizado e ampliar
o repertório de habilidades. Estudos indicam
que elas são importantes impulsionadoras de
realizações ao longo da vida, como na saúde
e no bem-estar de cada um, na qualidade de
relações sociais e também nos processos
de aprendizagem (pois estão ligadas a
funções como memória e atenção, podendo
tanto potencializar quanto prejudicar seu
desempenho).
Dessa forma, a escola deve ir além de preparar
os estudantes para o domínio técnico
de habilidades que são tradicionalmente
trabalhadas, como a leitura, a escrita e
cálculos matemáticos. Documentos de
referência como a BNCC, a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação e a Constituição Federal
contêm referências explícitas à importância da
educação integral.
De acordo com a visão da educação integral, o
propósito de educar é:
- focar no desenvolvimento da autonomia;
- conciliar o desenvolvimento de
habilidades cognitivas com competências
socioemocionais
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CAPÍTULO 3

O que é alfabetização 360°?

O termo alfabetização 360° tem sido utilizado pelo Instituto Ayrton Senna como proposta
educacional para uma alfabetização na perspectiva da educação integral.

Essa proposta amplia a visão de desenvolvimento da língua materna e traz com ela a essência da
educação integral. Isso implica em um trabalho concentrado nas diferentes dimensões humanas
(intelectual, física, socioemocional), e a apropriação do sistema de escrita alfabético com o
desenvolvimento de competências socioemocionais e múltiplas linguagens.

Não se pode esquecer de respeitar a individualidade e a diversidade das crianças. Essas

particularidades influenciam no processo de aprendizado e a alfabetização 360°, por ser
fundamentada na educação integral, precisa utilizar abordagens adequadas às necessidades de
aprendizagem de cada aluno. Muitos deles podem ter modos de aprender distintos, que devem
ser previstos na metodologia aplicada pela escola.

Além dos benefícios básicos da educação integral, a alfabetização 360° tem como principal
vantagem atuar como um catalisador na busca por melhores resultados na alfabetização.

Toda a comunidade escolar tem a ganhar com esse movimento, desde os alunos até a equipe
pedagógica, já que é capaz de formar alunos conscientes do potencial de suas contribuições à
sociedade.

Foto: Bruno Kelly

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CAPÍTULO 4

A educação integral no ciclo de alfabetização

O valor de trabalhar o ciclo de alfabetização
com a educação integral fica nítido quando
consideramos a importância da escola para
proporcionar experiências enriquecedoras que
vão além do desenvolvimento de habilidades
básicas.
Formar laços sociais, conviver com diferenças,
administrar as próprias emoções diante
de sucesso ou fracasso, compreender e
lidar com riscos e recompensas e adquirir
responsabilidades são algumas das habilidades
fundamentais que devem ser desenvolvidas
a partir dessa fase da vida para serem
incorporadas e ajudarem nas relações ao longo
dos anos seguintes.
Esse processo também precisa ser baseado
em referenciais de qualidade. Além dos
conhecimentos específicos necessários
à alfabetização Matemática e da Língua
Portuguesa, os seguintes elementos devem
ser assegurados para a construção de um
currículo escolar focado em implementar a
educação integral no ciclo de alfabetização:
- compreensão, proficiência e fluência em
áreas do conhecimento como Ciências da
Natureza e Humanas;
- trabalho com múltiplas linguagens, como
o letramento científico, linguagem corporal,
entre outras;

A formação integral tende a ser cada vez mais - rotina com momentos para brincar o jogo de
rica conforme o processo de alfabetização se faz de conta;
conecta com todas as
áreas do conhecimento.

4.1 Referencial curricular para o Ciclo de

Alfabetização

Enxergar a aprendizagem como algo contínuo

é essencial ao longo da escolaridade e,
principalmente, na alfabetização, uma vez
que esse processo tende a precisar de mais
de um ano letivo para se efetivar. Para isso, é
importante um trabalho de organização ainda
mais intenso por parte dos professores.

Afinal, é uma aprendizagem que demanda a

vivência de situações didáticas significativas
de leitura e escrita dirigida em diversos
contextos que façam sentido para os
estudantes.

É parte da abordagem do Instituto Ayrton
Senna que seja estruturado um plano
robusto para o ciclo de alfabetização. Para
isso, é necessário considerar as seguintes
linguagens:
linguagem escrita: ser capaz de atribuir
sentido à escrita com variações de práticas e
propósitos em diferentes circunstâncias;
linguagem matemática: pensar sobre
estratégias de lógica para construir
conhecimentos e se tornarem leitores e
escritores de textos matemáticos com
desenvolvimento de suas capacidades de
analisar e comunicar ideias;
linguagem científica: refletir, interpretar,
raciocinar logicamente, ouvir a opinião dos
outros, persistir, ser criativo, posicionar-se
criticamente, além de trabalhar a leitura,
a escrita e a aquisição de um novo e rico
vocabulário;
linguagem corporal: refere-se ao
entendimento do movimento como forma de
expressão em intervenções pedagógicas;
linguagem artística: captar, relacionar e
significar informações do mundo à sua volta
e desenvolver a intuição, o pensamento, as
emoções e as subjetividades como forma de
expressão;
linguagem digital: refere-se a formar alunos
para o futuro, mais criativos, com capacidade
de resolver problemas e desenvolver o
pensamento computacional.
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4.2 Integração das áreas de conhecimento
O currículo escolar não pode ser algo estático,
e sim consistir na seleção de saberes, cultura,
debates, percepções de conhecimento e
de aprendizagem e desenvolvimento de
competências pessoais e sociais.
Os alunos do século 21 nasceram em um
mundo conectado, com a troca e o acesso
rápido a informações de todos os tipos
e conceitos como amigos virtuais e alta
velocidade de envio e recebimento nas
comunicações.
Isso representa uma série de desafios para os
educadores desenvolverem planejamentos
e práticas capazes de integrar os saberes.
O objetivo deve ser a interligação das áreas
de conhecimento em uma abordagem
multidisciplinar e colaborativa.
Todos os profissionais das escolas devem
se envolver nesse esforço, já que requer
um trabalho coletivo que atravessa as
fronteiras das disciplinas e um planejamento
sistemático.
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4.3 Planejamento pedagógico

Para que o ciclo de alfabetização seja

implementado adequadamente no contexto da
educação integral, ele requer um planejamento
igualmente integrador. Ele é necessário para
que cada aspecto do ensino da escola esteja
adaptado à proposta da educação integral.

O planejamento pedagógico requer um esforço

colaborativo dos professores, contando
com o apoio do coordenador pedagógico. É
nesse momento em que devem ser realizadas
discussões sobre as atividades que serão
conduzidas, as particularidades dos alunos que
devem ser consideradas e a organização das
aulas no dia a dia.

Estabelecer um planejamento pedagógico e

cumpri-lo proporciona uma previsibilidade ao
momento do estudo, que é fundamental para a
boa absorção dele pelos alunos e a realização do
trabalho pelos professores.

Como estamos falando de educação integral, os

alunos ocupam papel central no desenvolvimento
da própria aprendizagem, sendo protagonistas
das ações formativas que ocorrem na escola
e dos processos de autoconhecimento que se
dão por meio de atividades teóricas e práticas.
Portanto, é necessário levar isso em conta ao
realizar o seu planejamento pedagógico.

Foto: Marcelo Burlamarqui

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CAPÍTULO 5

Conclusão
Este e-book trouxe informações relacionadas
ao trabalho com o ciclo de alfabetização dentro
do contexto da educação integral.

A educação integral é uma forte tendência no

mundo e propõe relacionar o conhecimento e o
acesso à escola à formação plena em todas as
dimensões do ser humano.

Pensar no ciclo de alfabetização dentro do

contexto da educação integral significa realizar
uma série de mudanças, sendo que uma delas
é proporcionar o aprendizado de competências
cognitivas e socioemocionais como parte
do currículo escolar. É necessário refletir do
macro ao micro, considerando desde a política
pública de educação, as práticas escolares, as
interações do dia a dia, os processos de gestão
e mais.

A elaboração de um planejamento pedagógico

que preveja uma rotina de aulas concentrada
no diferencial dessa abordagem é fundamental
para a aprendizagem ser bem-sucedida. Isso
requer um esforço colaborativo e integrado
dos professores, o que é uma das premissas da
educação integral.
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CAPÍTULO 6

Referências
ALFABETIZAÇÃO 360° NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INTEGRAL (Instituto Ayrton Senna)

GESTÃO DE POLÍTICA DE ALFABETIZAÇÃO

Uma proposta educacional para o ciclo de alfabetização (Instituto Ayrton Senna)
 Foto: Estúdio Euka

Há mais de 20 anos, o Instituto Ayrton Senna contribui para ampliar as oportunidades de crianças e
jovens por meio da educação. Nossa missão é desenvolver o ser humano por inteiro, preparando para a
vida no século 21 em todas as suas dimensões. Impulsionados pela vontade do tricampeão de Fórmula 1
Ayrton Senna de construir um Brasil melhor, atuamos em parceria com gestores públicos, educadores,
pesquisadores e outras organizações para construir políticas e práticas educacionais baseadas em
evidências. Estamos em permanente processo de inovação, continuamente investigando novos
conhecimentos para responder aos desafios de um mundo
em constante transformação.

Partindo dos principais desafios da educação identificados por gestores e educadores com quem
trabalhamos no dia a dia, produzimos, sistematizamos e validamos conhecimentos críticos para o
avanço da qualidade da educação, em um trabalho conjunto com as redes públicas de ensino. Todo o
conhecimento produzido é compartilhado com mais atores por meio de iniciativas de formação, difusão,
cooperação técnica e transferência de tecnologia.

Nossas ações são financiadas por doações, recursos de licenciamento e por parcerias com a iniciativa
privada. Considerando iniciativas voltadas para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, estamos em 16
estados e aproximadamente 600 municípios, apoiamos a formação de cerca de 45 mil profissionais por
ano e beneficiamos a educação de mais de 1,5 milhão de alunos anualmente.

www.institutoayrtonsenna.org.br

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